Simbolização de Enunciados com um Quantificador

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Simbolização de Enunciados com um Quantificador"

Transcrição

1 Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 13 Simbolização de Enunciados com um Quantificador Sumário 1 Quantificadores: simbolização e sintaxe 2 2 Explicitando e quantificando variáveis Observações Exercícios resolvidos Enunciados componentes Observações Exercício resolvido Legendas Observações Exercício resolvido Simbolização de enunciados com um quantificador no início Observações Exercícios resolvidos Neste texto, abordarmos alguns aspectos da formação de enunciados que possuem ocorrências de quantificadores. Em particular, abordamos a reescrita e a simbolização de enunciados. Estendemos os conceitos de enunciado componente, legenda e simbolização para os enunciados que possuem uma única ocorrência de quantificador (no início) e só possuem ocorrências de propriedades. Depois de estudá-lo, vamos ser capazes de: determinar os enunciados componentes dos enunciados que possuem uma única ocorrência de quantificador; determinar legendas para a simbolização de enunciados que possuem uma única ocorrência de quantificador; simbolizar enunciados que possuem uma única ocorrência de quantificador; simbolizar enunciados obtidos por aplicação dos conectivos a enunciados que possuem uma única ocorrência de quantificador. 1

2 Este texto sobre a simbolização de enunciados quantificados corresponde ao Texto 4, sobre a simbolização de enunciados que só possuem ocorrências de conectivos. 1 Quantificadores: simbolização e sintaxe O estudo da formação de enunciados consiste em, dado um enunciado, analisálo, classificando-o como atômico ou molecular e, quando molecular, explicitando a maneira como ele é formado. A principal ferramenta empregada no estudo da formação de enunciados é a simbolização. A simbolização começa com a atribuição de símbolos aos quantificadores. As partículas para todo, existe ao menos um são chamadas de quantificadores lógicos, quando são usadas na formação de enunciados da maneira que será agora especificada. Sempre que for conveniente, vamos simbolizar os quantificadores de acordo com a tabela: quantificador símbolo para todo existe Como no caso dos conectivos, esta convenção tem dois objetivos: (1) simplificar a descrição de como os enunciados são formados; (2) alertar que na Linguagem Matemática os quantificadores são empregados de uma maneira peculiar, diferente da maneira como eles são usados em outras linguagens. Sintaxe dos quantificadores O processo de simbolização de enunciados que contém ocorrências de quantificadores é mais complexo do que o de simbolização de enunciados que contém apenas conectivos. Principalmente, quando os quantificadores ocorrem aninhados ou negados, em enunciados como: Nem todos gostam de alguém que gosta de todos que não gostam de ninguém. Mas, existem certas diretrizes que, quando respeitadas, nos ajudam na simbolização de enunciados com quantificadores. Em nossos estudos, vamos explicitar algumas delas em detalhes. Quanto à sua aplicação na formação de enunciados, os quantificadores seguem as seguintes regras bem determinadas: 2

3 O quantificador Regra de formação do para todo: para todo em conjunto com uma variável v, é aplicado a um enunciado ϕ(v), que possui ao menos uma ocorrência livre da variável v (e que pode possuir ocorrências de outras variáveis) e forma o enunciado chamado a generalização de ϕ(v). vϕ(v) Para eliminar ambiguidades, podemos usar parênteses (chaves, colchetes,... ) escrevendo v(ϕ(v)) ou v[ϕ(v)], ou ainda v{ϕ(v)}. O quantificador Regra de formação do existe: existe em conjunto com uma variável v, é aplicado a um enunciado ϕ(v), que possui ao menos uma ocorrência livre da variável v (e que pode possuir ocorrências de outras variáveis) e forma o enunciado chamado a existencialização de ϕ(v). vϕ(v) Para eliminar ambiguidades, podemos usar parênteses (chaves, colchetes,... ) escrevendo v(ϕ(v)) ou v[ϕ(v)], ou ainda v{ϕ(v)}. Exemplo 1 Dos enunciados x (x está calado) x (x tem o que dizer) x (x é derivável) x (x tem uma descontinuidade) o primeiro e o terceiro são generalizações e o segundo e o quarto são existencializações. Assim, antes de inicarmos o estudo dos quantificadores, os enunciados moleculares foram classificados em cinco categorias: negação, conjunção, disjunção, implicação e bi-implicação. Agora, com a consideração dos quantificadores, incorporamos mais duas novas categorias a esta lista: generalização e existencialização. 3

4 2 Explicitando e quantificando variáveis As regras de formação dos quantificadores deixam claro que cada aplicação de um quantificador deve estar associada a uma ocorrência livre de variável, no enunciado que está sendo quantificado. Muitas vezes, esta variável não ocorre explicitamente ou vem escrita como uma frase da Língua Portuguesa, dificultando a aplicação do quantificador. Assim, como no caso dos enunciados que possuem somente ocorrências de conectivos, um passo essencial na análise de enunciados que possuem ocorrências de quantificadores é a reescrita dos enunciados em questão, de modo a explicitar as variáveis que ocorrem nos enunciados. Inicialmente, vamos considerar os enunciados mais simples... Em tudo o que segue: 1. Os enunciados atômicos são da forma expressão e propriedade. Por exemplo, x é par, q(y) etc. (Ou seja, nenhum deles é da forma expressões e relação.) 2. Os enunciados quantificados possuem apenas um quantificador, no início, por exemplo, todos são ímpares, zr(z) etc. 3. Os enunciados moleculares (que não são generalizações nem existencializações) são formados por aplicações dos conectivos a enunciados dos dois tipos acima, por exemplo, (x é par q(y)) (todos são ímpares zr(z)) etc. Muito do que vamos dizer sobre a reescrita e simbolização de enunciados se aplica a qualquer tipo de enunciado, seja ele atômico ou molecular. Mas as discussões que vamos levar a termo são facilitadas se restringimos as análises iniciais somente a enunciados dos três tipos acima. Exemplo 2 (a) O enunciado atômico aberto ele é mortal (1) é da forma expressão e propriedade. A expressão é uma variável. Assim, (1) pode ser reescrito como x é mortal Agora, a partir de (1), podemos formar a generalização x(x é mortal) por aplicação do quantificador em conjunto com a variável x e, também, a existencialização x(x é mortal) 4

5 por aplicação do quantificador em conjunto com a variável x. Observe que estes enunciados são fechados e podem ser reescritos como todos são mortais e respectivamente. (b) O enunciado atômico aberto existem mortais é da forma duas expressões e relação. A expressão 2y + 1 = 0 (2) 2y + 1 possui a ocorrência de uma única variável que não precisa ser reescrita. A partir de (2), podemos formar a existencialização fechada y(2y + 1 = 0) por aplicação do quantificador em conjunto com a variável y e, também, a generalização fechada y(2y + 1 = 0) por aplicação do quantificador em conjunto com a variável y. Observe que, como (2) só possui ocorrência de uma variável, do ponto de vista da quantificação, não perdemos nada em considerá-lo como da forma expressão e propriedade, onde a expressão é 2y + 1 e propriedade é 2.1 Observações ser igual a 0 Observação 1 Usualmente, quando estamos explicitando as variáveis que ocorrem em um enunciado, as variáveis que ocorrem no enunciado reescrito podem ser escolhidas arbitrariamente. Ou seja, quando reescrevemos enunciados explicitando variáveis, a princípio, quaisquer variáveis podem ser utilizadas. Por exemplo, o enunciado do Exemplo 2(a) poderia ter sido reescrito como y é mortal Mas, uma vez escolhidas as variáveis que vão ser usadas, não podemos mais mudá-las durante a análise lógica do enunciado. 5

6 2.2 Exercícios resolvidos Exercício 1 Reescrever os enunciados, explicitando as ocorrências de variáveis: (i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi) ele passou ela estudou ele estudou e passou ela estudou e não passou ele aprendeu e, por isso, passou ela não aprendeu mas, mesmo assim, passou Exercício 2 Reescrever os enunciados abaixo, de acordo com o que foi feito no Exemplo 2: (i) (ii) (iii) (iv) (v) ele é feliz ele é namorado de Julieta todos gostam de sorvete alguém gosta de Romeu todos gostam da peça Romeu e Julieta Antes de ler as resoluções, tente resolver os exercícios usando os conceitos estudados. Resolução do Exercício 1: (i) x passou. (ii) y estudou. Poderíamos ter usado a variável x, pois os itens são independentes. (iii) x estudou x passou. Devemos usar a variável x em ambos os componentes, pois ambos se referem à mesma pessoa. (iv) y estudou (y passou). Devemos usar a variável y em ambos os componentes, pois ambos se referem à mesma pessoa. (v) O enunciado afirma que ele aprendeu, ele passou e que ter passado foi uma consequência de ter aprendido. Pode ser reescrito como: x aprendeu (x aprendeu x passou). Devemos usar a variável x em todos os componentes, pois todos se referem a mesma pessoa. (vi) O enunciado afirma que ela não aprendeu e ela passou. Pode ser reescrito como: [ (x aprendeu)] x passou. Devemos usar a variável x em todos os componentes, pois todos se referem à mesma pessoa. Resolução do Exercício 2: (i) Reescrita: x é feliz, explicitando a variável que corresponde a ele. (ii) Reescrita: x é namorado de Julieta, explicitando a variável que corresponde a ele. (iii) Reescrita: para todo x, x gosta de sorvete, explicitando a variável que acompanha a ocorrência do quantificador para todo. Com para todo simbolizado, pode ser reescrito como: x (x gosta de sorvete). (iv) Reescrita: existe x, tal que x gosta de Romeu explicitando a variável que acompanha a ocorrência do quantificador existe. Com existe simbolizado, pode ser reescrito como x (x gosta de Romeu). (v) Reescrita: para todo x, x gosta da peça Romeu e Julieta explicitando a variável que acompanha a ocorrência do quantificador para todo. Com para todo simbolizado, pode ser reescrito como x (x gosta da peça Romeu e Julieta). 6

7 3 Enunciados componentes Como no caso dos enunciados que só possuem ocorrências de conectivos, o primeiro passo para simbolização é determinar os enunciados componentes. Seja ϕ um enunciado que possui um única ocorrência de quantificador e somente ocorrências de propriedades. Para determinar os enunciados componentes de ϕ, devemos explicitar todas as propriedades que ocorrem em ϕ e reescrevê-las usando variáveis, da maneira que será agora especificada. Exemplo 3 (a) O enunciado todos são bem vindos possui ocorrência da propriedade ser bem vindo que pode ser reescrita, por meio da variável x, como x é bem vindo (b) O enunciado existem alienígenas possui ocorrência da propriedade ser alienígena que pode ser reescrita, por meio da variável y, como y é alienígena (c) O enunciado todos os homens são mortais possui ocorrência das propriedades ser homem, ser mortal que podem ser reescritas, por meio da variável z, como z é homem, z é mortal 7

8 (d) O enunciado possui ocorrência das propriedades existem pessoas que valem a pena ser pessoa, valer a pena que podem ser reescritas, por meio da variável u, como (e) O enunciado possui ocorrência das propriedades u é pessoa, u vale a pena todos os atletas amadores têm contusões ser atleta, ser amador, ter contusão que podem ser reescritas, por meio da variável x, como (f) O enunciado x é atleta, x é amador, x tem contusão possui ocorrência das propriedades existem pessoas de Minas que vão à praia ser pessoa, ser de Minas, ir à praia que podem ser reescritas, por meio da variável y, como 3.1 Observações y é pessoa, y é de Minas, y vai à praia Observação 2 As mesmas observações já feitas, quando estudamos enunciados componentes de enunciados formados apenas por aplicação dos conectivos, se aplicam no caso dos quantificadores: (1) Como os componentes são enunciados atômicos, eles não possuem ocorrências de conectivos. (2) Ocorrências distintas de um mesmo enunciado atômico, em um dado enunciado, não devem ser identificadas, isto é, devem ser consideradas como componentes distintas. 3.2 Exercício resolvido Exercício 3 Determinar os enunciados componentes de cada enunciado abaixo, de acordo com o que foi feito no Exemplo 3: (i) (ii) (iii) (iv) (v) (v) todos gostam de pipoca existem pensadores todos os sapos são verdes existem pássaros nadando todos os pagantes estão sentados e se divertindo existem animais selvagens que estão em cativeiro 8

9 Antes de ler a resolução, tente resolver o exercício usando os conceitos estudados. Resolução do Exercício 2: (i) Propriedade: gostar de pipoca. Componente: x gosta de pipoca. (ii) Propriedade: ser pensador. Componente: x é pensador. (iii) Propriedades: ser sapo e ser verde. Componentes: x é sapo e x é verde. (iv) Propriedades: ser pássaro e estar nadando. Componentes: x é pássaro e x está nadando. (v) Propriedades: ser pagante, estar sentado e estar se divertindo. Componentes: x é pagante, x está sentado e x está se divertindo. (vi) Propriedades: ser animal, ser silvestre e estar em cativeiro. Componentes: x é animal, x é selvagem e x está em cativeiro. 4 Legendas Agora que temos os componentes, o segundo passo é a elaboração de uma legenda de simbolização. Antes de definir esta noção, vamos analisá-la através de exemplos. Exemplo 4 (a) De acordo com o Exemplo 3(a), uma legenda para o enunciado pode ser a seguinte: todos são bem vindos b(x) : x é bem vindo Para elaborar esta legenda, usamos uma letra sugestiva seguida da variável x entre parênteses, para simbolizar a propriedade x é bem vindo (b) De acordo com o Exemplo 3(b), uma legenda para o enunciado pode ser a seguinte: existem alienígenas a(y) : y é alienígena Para elaborar esta legenda, usamos uma letra sugestiva seguida da variável y entre parênteses, para simbolizar a propriedade y é alienígena (c) De acordo com o Exemplo 3(c), uma legenda para o enunciado todos os homens são mortais pode ser a seguinte: h(z) : z é homem m(z) : z é mortal 9

10 Para elaborar esta legenda, usamos letras sugestivas seguidas de variáveis entre parênteses, para simbolizar as propriedades z é homem e z é mortal (d) De acordo com o Exemplo 3(d), uma legenda para o enunciado pode ser a seguinte: existem pessoas que valem a pena p(u) : u é pessoa v(u) : u vale a pena Para elaborar esta legenda, usamos letras sugestivas seguidas de variáveis entre parênteses, para simbolizar as propriedades u é pessoa e u vale a pena (e) De acordo com o Exemplo 3(e), uma legenda para o enunciado todos os atletas amadores têm contusões pode ser a seguinte: a(x) : x é atleta m(x) : x é amador c(x) : x tem contusão (f) De acordo com o Exemplo 3(e), uma legenda para o enunciado pode ser a seguinte: existem pessoas de Minas que vão à praia p(y) : y é pessoa q(y) : y é de Minas r(y) : y vai á praia Aqui, decidimos usar letras padrão como p, q, r, etc. Podemos, agora, definir a noção de legenda para enunciados cujos componentes são da forma propriedade aplicada a variável: 10

11 Sejam ϕ 1 (v 1 ), ϕ 2 (v 2 ),..., ϕ n (v n ) enunciados atômicos, distintos dois a dois, onde v 1, v 2,..., v n são variáveis (não necessariamente distintas duas a duas). Uma legenda para ϕ 1 (v 1 ), ϕ 2 (v 2 ),..., ϕ n (v n ) é um esquema da forma: L 1 (v 1 ) : ϕ 1 (v 1 ) L 2 (v 2 ) : ϕ 2 (v 2 ). L n (v n ) : ϕ n (v n ) onde L 1, L 2,..., L n são n letras distintas, escolhidas dentre as letras a, b, c,..., p, q, r,..., de acordo com a necessidade. Seja ϕ um enunciado. Uma legenda para ϕ é uma legenda para os enunciados atômicos que compõem ϕ. 4.1 Observações Observação 3 Na elaboração de uma legenda, devemos ter cuidado para que as seguintes condições sejam satisfeitas: 1. Para todo índice i, cada L i deve ser da forma X(v), onde X é uma das letras a, b, c,..., p, q, r,... e v é uma variável. 2. Na determinação das letras L 1, L 2,..., L n, devemos usar letras novas de acordo com a necessidade do uso de símbolos diferentes. 4.2 Exercício resolvido Exercício 4 Para cada enunciado abaixo, faça o que se pede: (1) Determine seu(s) componente(s). Observe que alguns quantificadores foram escritos de uma forma estilizada. Por isto, quando for necessário, reescreva o enunciado, de modo a tornar a sua estrutura mais aparente. (2) Baseado na solução do item (1), defina uma legenda para o enunciado. 11

12 (i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi) (vii) (viii) (ix) (x) ela não vai viajar ele e ela são professores todo aluno estuda alguns alunos não vão à monitoria nem todo professor é bem pago alguns alunos gostam de MB e não gostam de MD todo professor que faz pesquisa vai ao congresso existe aluno que assiste às aulas mas não presta atenção nem todo professor vai viajar e participar do congresso há professores que não se preparam e nem explicam a matéria Antes de ler a resolução, tente resolver o exercício usando os conceitos estudados. Resolução do Exercício 4: (i) Componente: x vai viajar. Legenda: v(x) : x vai viajar. (ii) Componentes: x é professor e y é professora. Legenda: p(x) : x é professor q(y) : y é professora (iii) Componentes: x é aluno e x estuda. Legenda: a(x) : x é aluno e(x) : x estuda. (iv) Componentes: x é aluno e x vai à monitoria. Legenda: a(x) : x é aluno c(x) : x comparece. (v) Componentes: x é professor e x é bem pago. Legenda: p(x) : x é professor b(x) : x é bem pago. (vi) Componentes: x é aluno, x gosta de MB e x gosta de MD. Legenda: a(x) : x é aluno b(x) : x gosta de MB (vii) Componentes: x é professor, x faz pesquisa e x d(x) : x gosta de MD. vai ao congresso. Legenda: p(x) : x é professor q(x) : x faz pesquisa (viii) Componentes: x é aluno, x assiste às aulas r(x) : x x vai ao congresso. e x presta atenção. Legenda: a(x) : x é aluno t(x) : x assiste às aulas (ix) Componentes: x é professor, x vai viajar e x vai p(x) : x presta atenção. participar do congresso. Legenda: p(x) : é professor q(x) : x vai viajar (x) Componentes: x é professor, x se r(x) : x vai participar do congresso. prepara e x explica a matéria. Legenda: p(x) : x é professor q(x) : x se prepara r(x) : x explica a matéria. 12

13 5 Simbolização de enunciados com um quantificador no início Após termos identificado as propriedades, tê-las reescrito usado as variáveis e determinado as legendas para a simbolização do enunciado, o terceiro passo que devemos efetuar se desdobra nos seguintes: Se o enunciado possui uma única ocorrência de uma única propriedade, aplicamos o quantificador correspondente à propriedade reescrita, de acordo com a variável usada na legenda. Exemplo 5 (a) O enunciado todos são bem vindos afirma que cada objeto do domínio de quantificação tem a propriedade vindo. Assim, de acordo com a legenda b(x) : x é bem vindo ele pode ser simbolizado por: x(b(x)) ser bem (b) O enunciado existem alienígenas afirma que ao menos um objeto do domínio de quantificação tem a propriedade alienígena. Assim, de acordo com a legenda a(y) : y é alienígena ele pode ser simbolizado por: y(a(y)) ser Se o enunciado possui mais de uma ocorrência de alguma propriedade (lembre-se, estamos tratando apenas de enunciados que possuem uma única ocorrência de quantificador no início e somente ocorrências de propriedades), devemos: (1) determinar a maneira como os enunciados componentes estão estruturados, por aplicações sucessivas dos conectivos; (2) simbolizar o enunciado formado a partir dos componentes por aplicação dos conectivos, de acordo com a legenda; (3) aplicar o quantificador correspondente ao enunciado simbolizado, de acordo com a variável usada na legenda. 13

14 Exemplo 6 (c) O enunciado todos os homens são mortais afirma que cada objeto do domínio de quantificação que tem a propriedade ser homem também tem a propriedade ser mortal. Ou seja, que para cada valor que z assume no domínio de quantificação, a implicação z é homem z é mortal é verdadeira. Assim, de acordo com a legenda ele pode ser simbolizado por: h(z) : z é homem m(z) : z é mortal z(h(z) m(z)) Observe que a determinação exata do domínio de quantificação não foi relevante para nenhum dos passos do processo que levou à simbolização do enunciado quantificado. (d) O enunciado existem pessoas que valem a pena afirma que algum objeto do domínio de quantificação tem as propriedades ser pessoa e valer a pena simultaneamente. Ou seja, que para algum valor que u assume no domínio de quantificação, a conjunção u é pessoa u vale a pena é verdadeira. Assim, de acordo com a legenda ele pode ser simbolizado por: p(u) : u é pessoa v(u) : u vale a pena u(p(u) v(u)) Observe que, novamente, a determinação do domínio de quantificação não foi relevante para a simbolização. (e) O enunciado todos os atletas amadores têm contusões afirma que cada objeto do domínio de quantificação que tem simultaneamente as propriedades ser atleta e ser amador também tem a propriedade ter contusão. Ou seja, que para cada valor que x assume no domínio de quantificação, a implicação (x é atleta x é amador) z tem contusão 14

15 é verdadeira. Assim, de acordo com a legenda ele pode ser simbolizado por: (f) O enunciado a(x) : x é atleta m(x) : x é amador c(x) : x tem contusão x((a(x) m(x)) c(x)) existem pessoas de Minas que vão à praia afirma que algum objeto do domínio de quantificação tem as propriedades ser pessoa, ser de Minas e ir à praia simultaneamente. Ou seja, que para algum valor que y assume no domínio de quantificação, a conjunção y é pessoa y é de Minas y vai à praia é verdadeira. Assim, de acordo com a legenda ele pode ser simbolizado por: 5.1 Observações p(y) : y é pessoa q(y) : y é de Minas r(y) : y vai à praia y(p(y) q(y) r(y)) Observação 4 Um dilema que pode acontecer na simbolização de enunciados que só possuem ocorrências de propriedades se dá quando temos uma conjunção de propriedades, formando um enunciado a ser simbolizado. Por exemplo, nos enunciados: x é número e x é natural ele é brasileiro e tem orgulho F é figura e F é plana e F é convexa ela é mulher e tem filhos e trabalha Neste caso, a princípio, sempre temos duas opções à nossa disposição: 1. Considerar cada propriedade isoladamente e reescrever a conjunção de modo a produzir uma legenda adequada. Nos casos acima, os enunciados podem ser reescritos como: x é número x é natural y é brasileiro y tem orgulho z é figura z é plana z é convexa u é mulher u tem filhos u trabalha 15

16 2. Agrupar as propriedades, de modo a obter uma única propriedade que expressa a conjunção. Nos casos acima, os enunciados podem ser reescritos como: x é número natural y é brasileiro orgulhoso z é figura plana convexa u é mulher trabalhadora com filhos Embora, do ponto de vista da Lógica, ambas as possibilidades estejam corretas: Em nossos estudos, sempre vamos optar por considerar as propriedades isoladamente, na definição das legendas. Observação 5 Enunciados da forma todos os P são Q onde P e Q correspondem a propriedades arbitrárias são muito comuns na Linguagem Matemática. Por exemplo, as seguintes são frases típicas da Matemática: todos os triângulos são figuras todos os quadrados são poĺıgonos regulares todo número primo maior do que 2 é ímpar todo polinômio de grau ímpar tem raízes reais A frequência com que enunciados deste tipo aparecem nos textos matemáticos leva os mais precipitados a considerarem que enunciados que possuem uma única ocorrência de para todo no início, devem sempre ser simbolizados na forma v(ϕ(v) ψ(v)) onde ϕ(v) e ψ(v) são simbolizações adequadas dos enunciados componentes envolvidos. Embora isto seja verdade na grande maioria dos casos de interesse, isto não é verdade sempre, como ilustram os seguintes enunciados típicos: todos são jovens e inocentes tudo é quadrado ou redondo um número é par se, e somente se, é divisível por 2 que possuem as seguintes formas: respectivamente. x((ϕ(x) ψ(x)) x((ϕ(x) ψ(x)) x((ϕ(x) ψ(x)) 16

17 Observação 6 Analogamente, enunciados da forma existem P que são Q onde P e Q correspondem a propriedades arbitrárias são muito comuns na Linguagem Matemática. Por exemplo, as seguintes são frases típicas da Matemática: existem triângulos retângulos existem losangos que são quadrados existe um número primo par existem polinômios que não possuem raízes inteiras Novamente, dada a grande frequência de enunciados deste tipo, alguns podem ser levados a considerar que enunciados que possuem uma única ocorrência de existe no início devem sempre ser simbolizados na forma v(ϕ(v) ψ(v)) onde ϕ(v) e ψ(v) são simbolizações adequadas dos enunciados componentes envolvidos. Embora isto seja verdade na grande maioria dos casos de interesse, isto não é verdade sempre, como ilustram os seguintes enunciados típicos: existem pulgas ou carrapatos alguns quando coagidos reagem tem gente que ajuda o próximo se, e somente se, é paga para isto que possuem as seguintes formas: respectivamente. 5.2 Exercícios resolvidos x(ϕ(x) ψ(x)) x(ϕ(x) ψ(x)) x(ϕ(x) ψ(x)) Exercício 5 Para cada enunciado abaixo, determine uma legenda para a sua simbolização e simbolize-o, de acordo com a legenda determinada. (i) (ii) (iii) (iv) (v) (vi) (vii) (viii) (ix) (x) todos são covardes alguns são corajosos todas as mulheres são meigas alguns homens são brutos todos os quadrados são losangos e retângulos alguns triângulos são isósceles e escalenos todas as figuras planas têm duas dimensões algumas figuras tridimensionais só têm duas dimensões cada número que eu escolhi é primo certos números não são primos e nem compostos 17

18 Exercício 6 Para cada enunciado abaixo, determine uma legenda para a sua simbolização e simbolize-o, de acordo com a legenda determinada. (i) todos são jovens e inocentes (ii) tudo é quadrado ou redondo (iii) um número é par se, e somente se, é divisível por 2 (iv) existem pulgas ou carrapatos (v) alguns quando coagidos reagem (vi) tem gente que ajuda o próximo se, e somente se, é paga para isto Exercício 7 Para cada enunciado abaixo, determine uma legenda para a sua simbolização e simbolize-o, de acordo com a legenda determinada. (i) (ii) (iii) (iv) (v) nem todos são honestos não existe aquecimento global todos sorriem, mas alguns são tristes alguns sobrevivem ou todos os esforços são em vão se todos praticam esportes, alguns são campeões Antes de ler as resoluções, tente resolver os exercícios usando os conceitos estudados. Resolução do Exercício 5: (i) Legenda: p(x) : x é covarde. Simbolização: x(p(x)). (ii) Legenda: q(x) : x é corajoso. Simbolização: x(q(x)). (iii) Legenda: r(x) : x é mulher s(x) : x é meiga. Simbolização: x(r(x) s(x)). (iv) Legenda: t(x) : x é homem u(x) : x é bruto. Simbolização: x(t(x) u(x)). (v) Legenda: p(x) : x é quadrado q(x) : x é losango Simbolização: x[p(x) (q(x) r(x))]. (vi) Legenda: r(x) : x é retângulo. p(x) : x é triângulo q(x) : x é isósceles Simbolização: x[p(x) q(x) r(x)]. (vii) Legenda: r(x) : x é escaleno. p(x) : x é figura q(x) : x é plana Simbolização: x[(p(x) q(x)) r(x)]. (viii) r(x) : x tem duas dimensões. p(x) : x é figura Legenda: q(x) : x é tridimensional Simbolização: x[p(x) q(x) r(x)]. r(x) : x só tem duas dimensões. (ix) Pode ser reescrito como todo número que eu escolhi é primo. Legenda: p(x) : x é número q(x) : x é escolhido por mim Simbolização: x[(p(x) q(x)) r(x)]. (x) r(x) : x é primo. Pode ser reescrito como existem números que não são primos e não são compostos. Legenda: 18

19 p(x) : x é número q(x) : x é primo r(x) : x é composto. Simbolização: x(p(x) ( q(x)) ( r(x))). j(x) : x é jovem Resolução do Exercício 6: (i) Legenda: Afirma que i(x) : x é inocente. cada objeto do domínio é jovem e é inocente. Simbolização: x(j(x) i(x)). (ii) q(x) : x é quadrado Legenda: Afirma que cada objeto do domínio é quadrado r(x) : x é redondo. ou é redondo. Simbolização: x(q(x) r(x)). (iii) Legenda: p(x) : x é número par Afirma que para cada objeto do domínio ser d(x) : x é divisível por dois. número par é o mesmo que ser divisível por dois. Simbolização: x(p(x) d(x)). p(x) : x é pulga (iv) Legenda: Afirma que algum objeto do domínio é uma c(x) : x é carrapato. pulga ou é um carrapato. Simbolização: x(p(x) c(x)). (v) Legenda: c(x) : x é coagido Afirma que algum objeto do domínio reage, quando é r(x) : x reage. coagido. Simbolização: x(c(x) r(x)). Resolução do item (vi) Legenda: a(x) : x ajuda o próximo Afirma que para algum objeto do p(x) : x é pago para ajudar ao próximo. domínio ajudar o próximo é o mesmo que ser pago para fornecer esta ajuda. Simbolização: x(a(x) p(x)). Resolução do Exercício 7: (i) Reescrita: não é o caso que: todos são honestos. Legenda: p(x) : x é honesto. Simbolização: ( x(p(x))), ou: x(p(x)). (ii) Pode ser reescrito como: não é o caso que: existe aquecimento global. Legenda: p(x) : x é aquecimento global. Simbolização: ( x(q(x))), ou: x(q(x)). (iii) Reescrita: (para todo x: x sorri) e (existe x: x é triste). Legenda: r(x) : x sorri s(x) : x é triste. Simbolizado como: ( x(r(x))) ( x(s(x))), ou: ( x(r(x))) ( y(s(y))). (iv) Reescrita: (existe x: x sobrevive) ou (para todo x: t(x) : x sobrevive se x é esforço, então x é em vão). Legenda: u(x) : x é esforço Simbolização: v(x) : x é em vão. ( x(t(x))) ( x(u(x) v(x))). (v) Reescrita: se (para todo x: x pratica esporte), então (existe x: x é campeão). Legenda: p(x) : x pratica esporte q(x) : x é campeão. Simbolização: x(p(x)) x(q(x)), ou: x(p(x)) y(q(y)). c 2014 Márcia Cerioli, Renata de Freitas e Petrucio Viana IM-UFRJ, IME-UFF 19

Lógica dos Quantificadores: sintaxe e semântica intuitiva

Lógica dos Quantificadores: sintaxe e semântica intuitiva Lógica dos Quantificadores: sintaxe e semântica intuitiva quantificação em domínios infinitos Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF 5 de novembro de 2014 Sumário Quantificadores sobre domínios infinitos.

Leia mais

Simbolização de Enunciados com Conectivos

Simbolização de Enunciados com Conectivos Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 4 Simbolização de Enunciados com Conectivos Sumário 1 Conectivos: simbolização e sintaxe 2 2 Enunciados componentes 5 2.1 Observações................................

Leia mais

4 Simbolização de enunciados 24

4 Simbolização de enunciados 24 Matemática Discreta Tópicos da Linguagem e da Lógica Matemáticas Texto da Semana 1, Parte 3 Simbolização de Enunciados Sumário 1 Conectivos e simbolização dos conectivos 18 2 Enunciados componentes 18

Leia mais

Enunciados Quantificados Equivalentes

Enunciados Quantificados Equivalentes Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 15 Enunciados Quantificados Equivalentes Sumário 1 Equivalência de enunciados quantificados 2 1.1 Observações................................

Leia mais

Simplificação de Enunciados com um Quantificador Petrucio Viana

Simplificação de Enunciados com um Quantificador Petrucio Viana GAN00166: Lógica para Ciência da Computação Texto da Aula 19 Simplificação de Enunciados com um Quantificador Petrucio Viana Departamento de Análise, IME UFF Sumário 1 Transformação de enunciados quantificados

Leia mais

Enunciados Quantificados Equivalentes

Enunciados Quantificados Equivalentes Enunciados Quantificados Equivalentes Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF Junho de 2014 Sumário Equivalência de enunciados quantificados. Aplicação da noção de interpretação para decidir quando

Leia mais

Enunciados Atômicos, Conectivos e Enunciados Moleculares

Enunciados Atômicos, Conectivos e Enunciados Moleculares Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 3 Enunciados Atômicos, Conectivos e Enunciados Moleculares Sumário 1 Enunciados atômicos 2 1.1 Observações................................ 2

Leia mais

Lógica Texto 7. Texto 7. 1 Negação de enunciados atômicos Exercício resolvido Negação de enunciados moleculares 5

Lógica Texto 7. Texto 7. 1 Negação de enunciados atômicos Exercício resolvido Negação de enunciados moleculares 5 Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 7 Negação e simplificação de enunciados Sumário 1 Negação de enunciados atômicos 2 1.1 Observações................................ 2 1.2 Exercício

Leia mais

Interpretaçãoes em LQ Petrucio Viana

Interpretaçãoes em LQ Petrucio Viana GAN00166: Lógica para Ciência da Computação Texto da Aula 16 Interpretaçãoes em LQ Petrucio Viana Departamento de Análise, IME UFF Sumário 1 Quantificadores: simbolização e sintaxe 2 2 Enunciados componentes

Leia mais

Lógica dos Quantificadores: sintaxe

Lógica dos Quantificadores: sintaxe Lógica dos Quantificadores: sintaxe Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF 18 de junho de 2015 Sumário 1. Princípios sintáticos 2. Alfabeto de LQ 3. Fórmulas de LQ 4. Variáveis livres, variáveis ligadas

Leia mais

Enunciados Abertos e Enunciados Fechados

Enunciados Abertos e Enunciados Fechados Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 12 Enunciados Abertos e Enunciados Fechados Sumário 1 Enunciados atômicos abertos e fechados 2 1.1 Observações................................

Leia mais

Expressões e enunciados

Expressões e enunciados Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 2 Expressões e enunciados Sumário 1 Expressões e enunciados 2 1.1 Observações................................ 2 1.2 Exercício resolvido............................

Leia mais

Método das Tabelas para Validade Petrucio Viana

Método das Tabelas para Validade Petrucio Viana GAN00166: Lógica para Ciência da Computação Texto da Aula 8 Método das Tabelas para Validade Petrucio Viana Departamento de Análise, IME UFF Sumário 1 Simbolização de argumentos 1 1.1 Observação................................

Leia mais

Renata de Freitas e Petrucio Viana. IME - UFF 27 de agosto de 2014

Renata de Freitas e Petrucio Viana. IME - UFF 27 de agosto de 2014 Simbolização em LC Renata de Freitas e Petrucio Viana IME - UFF 27 de agosto de 2014 Sumário Classificações imediatas e não imediatas Falta de uniformidade Regras de reescrita Legendas Procedimento de

Leia mais

Método das Tabelas para Validade

Método das Tabelas para Validade Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 10 Método das Tabelas para Validade Sumário 1 Simbolização de argumentos 2 1.1 Observações................................ 3 1.2 Exercício resolvido............................

Leia mais

equivalentes em LC Petrucio Viana

equivalentes em LC Petrucio Viana GAN00166: Lógica para Ciência da Computação Texto da Aula 6 Transformação e negação por meio de equivalentes em LC Petrucio Viana Departamento de Análise, IME UFF Sumário 1 Transformação de enunciados

Leia mais

IME, UFF 7 de novembro de 2013

IME, UFF 7 de novembro de 2013 em Lógica de IME, UFF 7 de novembro de 2013 Sumário em... em Sintaxe da A lógica que estamos definindo é uma extensão de LS e é chamada de Lógica de Ordem,, por uma razão que será esclarecida mais adiante.

Leia mais

Lógica Texto 11. Texto 11. Tautologias. 1 Comportamento de um enunciado 2. 2 Classificação dos enunciados Exercícios...

Lógica Texto 11. Texto 11. Tautologias. 1 Comportamento de um enunciado 2. 2 Classificação dos enunciados Exercícios... Lógica para Ciência da Computação I Lógica Matemática Texto 11 Tautologias Sumário 1 Comportamento de um enunciado 2 1.1 Observações................................ 4 2 Classificação dos enunciados 4 2.1

Leia mais

Cálculo de Predicados

Cálculo de Predicados Cálculo de Predicados (Lógica da Primeira Ordem) Prof. Tiago Semprebom, Dr. Eng. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Santa Catarina - Campus São José tisemp@ifsc.edu.br 18 de maio de 2013

Leia mais

Predicados e Quantificadores

Predicados e Quantificadores Predicados e Quantificadores Profa. Sheila Morais de Almeida DAINF-UTFPR-PG junho - 2018 Sheila Almeida (DAINF-UTFPR-PG) Predicados e Quantificadores junho - 2018 1 / 57 Este material é preparado usando

Leia mais

Matemática Discreta. Lógica de Predicados. Profa. Sheila Morais de Almeida. agosto DAINF-UTFPR-PG

Matemática Discreta. Lógica de Predicados. Profa. Sheila Morais de Almeida. agosto DAINF-UTFPR-PG Matemática Discreta Lógica de Predicados Profa. Sheila Morais de Almeida DAINF-UTFPR-PG agosto - 2016 Quantificadores Como expressar a sentença Para todo número inteiro x, o valor de x é positivo. usando

Leia mais

MD Lógica de Proposições Quantificadas Cálculo de Predicados 1

MD Lógica de Proposições Quantificadas Cálculo de Predicados 1 Lógica de Proposições Quantificadas Cálculo de Predicados Antonio Alfredo Ferreira Loureiro loureiro@dcc.ufmg.br http://www.dcc.ufmg.br/~loureiro MD Lógica de Proposições Quantificadas Cálculo de Predicados

Leia mais

Cálculo de Predicados. Matemática Discreta. Profa. Sheila Morais de Almeida DAINF-UTFPR-PG. março

Cálculo de Predicados. Matemática Discreta. Profa. Sheila Morais de Almeida DAINF-UTFPR-PG. março Matemática Discreta Cálculo de Predicados Profa. Sheila Morais de Almeida DAINF-UTFPR-PG março - 2017 Quantificadores Como expressar a proposição Para todo número inteiro x, o valor de x é positivo. usando

Leia mais

Fundamentos 1. Lógica de Predicados

Fundamentos 1. Lógica de Predicados Fundamentos 1 Lógica de Predicados Predicados e Quantificadores Estudamos até agora a lógica proposicional Predicados e Quantificadores Estudamos até agora a lógica proposicional A lógica proposicional

Leia mais

Lógica dos Quantificadores: refutação

Lógica dos Quantificadores: refutação Lógica dos Quantificadores: refutação Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF 15 de junho de 2015 Sumário 1. Refutação para LQ 2. Redução ao absurdo e refutação 3. Regras de refutação para os quantificadores

Leia mais

Equivalência em LC. Renata de Freitas e Petrucio Viana. IME - UFF 27 de março de 2015

Equivalência em LC. Renata de Freitas e Petrucio Viana. IME - UFF 27 de março de 2015 Equivalência em LC Renata de Freitas e Petrucio Viana IME - UFF 27 de março de 2015 Sumário Equivalência de sentenças. Equivalência semântica em LC. Método das Tabelas para Equivalência. Principais equivalências.

Leia mais

Gabarito da Primeira Lista de Exercícios

Gabarito da Primeira Lista de Exercícios Introdução à Lógica Matemática Gabarito da Primeira Lista de Exercícios 1. Para cada uma das sentenças a seguir, faça o que se pede: i) Classificar como atômica, negação, conjunção, disjunção, implicação

Leia mais

Lógica de Predicados

Lógica de Predicados Lógica de Predicados Conteúdo Correção dos Exercícios (Rosen 47) Prioridade dos Quantificadores (Rosen 38) Ligando Variáveis (Rosen 38) Predicados com duas variáveis. Equivalências lógicas (Rosen 39) Negando

Leia mais

1 a Lista de Exercícios Matemática Discreta

1 a Lista de Exercícios Matemática Discreta 1 a Lista de Exercícios Matemática Discreta Exercício 1. Faça a tabela verdade para as fórmulas a seguir: a) P Q. b) (S G) ( S G). c) [P (Q P )]. d) (P Q) ( P R). Exercício 2. Com o uso de símbolos predicados

Leia mais

Aula 2, 2014/2 Sintaxe da Lógica dos Conectivos

Aula 2, 2014/2 Sintaxe da Lógica dos Conectivos Notas de aula de Lógica para Ciência da Computação Aula 2, 2014/2 Sintaxe da Lógica dos Conectivos Renata de Freitas e Petrucio Viana Departamento de Análise, IME UFF 27 de agosto de 2014 Sumário 1 Sintaxe

Leia mais

Lógica Computacional DCC/FCUP 2017/18

Lógica Computacional DCC/FCUP 2017/18 2017/18 1 Lógica de primeira ordem Linguagens da lógica de primeira ordem Termos Fórmulas Semântica de Lógica de primeira ordem Lógica de primeira ordem Na lógica proposicional não é possível representar

Leia mais

Lógica de Predicados

Lógica de Predicados Lógica de Predicados Rosen 47 6) Considere N(x) como o predicado x visitou Dakota do Norte, em que o domínio são os estudantes de sua escola. Expresse cada uma dessas quantificações em português. a) x

Leia mais

Todos os pássaros têm pena. Nem todos os passáros voam. Todo inteiro primo maior que dois é ímpar

Todos os pássaros têm pena. Nem todos os passáros voam. Todo inteiro primo maior que dois é ímpar O que procuramos? Todos os pássaros têm pena. Nem todos os passáros voam. Todo inteiro primo maior que dois é ímpar Pode ser tratado no cálculo sentencial, o qual não captura toda estrutura da sentença.

Leia mais

GAN Lógica para Ciência da Computação I. Profs. Petrucio Viana e Renata de Freitas. Lista 14 - Demonstrações em LPO

GAN Lógica para Ciência da Computação I. Profs. Petrucio Viana e Renata de Freitas. Lista 14 - Demonstrações em LPO GAN 00166 Lógica para Ciência da Computação GAN 00171 Lógica para Ciência da Computação I Profs. Petrucio Viana e Renata de Freitas Lista 14 - Demonstrações em LPO 1. Simbolize os argumentos a seguir em

Leia mais

RACIOCÍNIO LÓGICO. Quantificadores. Prof. Renato Oliveira

RACIOCÍNIO LÓGICO. Quantificadores. Prof. Renato Oliveira RACIOCÍNIO LÓGICO. Prof. Renato Oliveira Os quantificadores são proposições categóricas que transformam sentenças abertas em proposições lógicas, pela quantificação das variáveis. Exemplo: x + 2 > 4 não

Leia mais

Lógica de Predicados

Lógica de Predicados Lógica de Predicados Conteúdo Correção dos Exercícios (Rosen 47) Prioridade dos Quantificadores (Rosen 38) Ligando Variáveis (Rosen 38) Equivalências lógicas (Rosen 39) Negando expressões com quantificadores

Leia mais

Os Fundamentos: Lógica de Predicados

Os Fundamentos: Lógica de Predicados Os Fundamentos: Lógica de Predicados Área de Teoria DCC/UFMG Introdução à Lógica Computacional 2019/01 Introdução à Lógica Computacional Os Fundamentos: Lógica de Predicados Área de Teoria DCC/UFMG - 2019/01

Leia mais

Argumentação em Matemática período Prof. Lenimar N. Andrade. 1 de setembro de 2009

Argumentação em Matemática período Prof. Lenimar N. Andrade. 1 de setembro de 2009 Noções de Lógica Matemática 2 a parte Argumentação em Matemática período 2009.2 Prof. Lenimar N. Andrade 1 de setembro de 2009 Sumário 1 Condicional 1 2 Bicondicional 2 3 Recíprocas e contrapositivas 2

Leia mais

Exercícios de Teoria da Computação Lógica de 1a. ordem

Exercícios de Teoria da Computação Lógica de 1a. ordem Licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores - LEIC Licenciatura em Engenharia de Redes de Comunicação e Informação - LERCI Exercícios de Teoria da Computação Lógica de 1a. ordem Secção Ciência

Leia mais

Lógica predicados. Lógica predicados (continuação)

Lógica predicados. Lógica predicados (continuação) Lógica predicados (continuação) Uma formula está na forma normal conjuntiva (FNC) se é uma conjunção de cláusulas. Qualquer fórmula bem formada pode ser convertida para uma FNC, ou seja, normalizada, seguindo

Leia mais

Lógica. Fernando Fontes. Universidade do Minho. Fernando Fontes (Universidade do Minho) Lógica 1 / 65

Lógica. Fernando Fontes. Universidade do Minho. Fernando Fontes (Universidade do Minho) Lógica 1 / 65 Lógica Fernando Fontes Universidade do Minho Fernando Fontes (Universidade do Minho) Lógica 1 / 65 Outline 1 Introdução 2 Implicações e Equivalências Lógicas 3 Mapas de Karnaugh 4 Lógica de Predicados

Leia mais

Lógica para Computação

Lógica para Computação Aula 19 - Lógica de Predicados 1 Faculdade de Informática - PUCRS October 6, 2015 1 Este material não pode ser reproduzido ou utilizado de forma parcial sem a permissão dos autores. Sinopse Lógica de Predicados

Leia mais

Lógica Formal. Matemática Discreta. Prof Marcelo Maraschin de Souza

Lógica Formal. Matemática Discreta. Prof Marcelo Maraschin de Souza Lógica Formal Matemática Discreta Prof Marcelo Maraschin de Souza Exercícios Use lógica proposicional para provar os seguintes argumentos: a) A B C B A C b) A B C B C A c) A B B A C C Exercícios Use lógica

Leia mais

Lógica dos Conectivos: demonstrações indiretas

Lógica dos Conectivos: demonstrações indiretas Lógica dos Conectivos: demonstrações indiretas Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF 5 de novembro de 2014 Sumário Acrescentando premissas. Estratégias indiretas. Principais exemplos. Um problema

Leia mais

Notas de Aula Aula 2, 2012/2

Notas de Aula Aula 2, 2012/2 Lógica para Ciência da Computação Notas de Aula Aula 2, 2012/2 Renata de Freitas & Petrucio Viana Departamento de Análise, IME UFF 23 de janeiro de 2013 Sumário 1 Conteúdo e objetivos 1 2 Legibilidade

Leia mais

Gestão Empresarial Prof. Ânderson Vieira

Gestão Empresarial Prof. Ânderson Vieira NOÇÕES DE LÓGICA Gestão Empresarial Prof. Ânderson ieira A maioria do texto apresentado neste arquivo é do livro Fundamentos de Matemática Elementar, ol. 1, Gelson Iezzi e Carlos Murakami (eja [1]). Algumas

Leia mais

Conteúdo. Correção de Exercício Quantificadores Rosen (pg 33) Tradução Português Lógica Rosen (pg 42)

Conteúdo. Correção de Exercício Quantificadores Rosen (pg 33) Tradução Português Lógica Rosen (pg 42) Conteúdo Correção de Exercício Quantificadores Rosen (pg 33) Tradução Português Lógica Rosen (pg 42) Correção exercicios 11) P(x) = x = x 2 P(0) P(1) P(2) 12) Q(x) = x + 1 = 2x Q(0) Q(-1) Q(1) Correção

Leia mais

Lógica dos Conectivos: validade de argumentos

Lógica dos Conectivos: validade de argumentos Lógica dos Conectivos: validade de argumentos Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF 16 de setembro de 2014 Sumário Razões e opiniões. Argumentos. Argumentos bons e ruins. Validade. Opiniões A maior

Leia mais

Lógica de Predicados. Correção dos Exercícios

Lógica de Predicados. Correção dos Exercícios Lógica de Predicados Correção dos Exercícios Conteúdo Correção Exercícios Tradução Lógica - Português (Rosen 55) Tradução Português Lógica(Rosen 56) Exercícios Rosen 58 1) Transcreva as proposições para

Leia mais

1 TEORIA DOS CONJUNTOS

1 TEORIA DOS CONJUNTOS 1 TEORIA DOS CONJUNTOS Definição de Conjunto: um conjunto é uma coleção de zero ou mais objetos distintos, chamados elementos do conjunto, os quais não possuem qualquer ordem associada. Em outras palavras,

Leia mais

1. = F; Q = V; R = V.

1. = F; Q = V; R = V. ENADE 2005 e 2008 Nas opções abaixo, representa o condicional material (se...então...), v representa a disjunção (ou um, ou outro, ou ambos) e ~ representa a negação (não). Com o auxílio de tabelas veritativas,

Leia mais

IME, UFF 5 de novembro de 2013

IME, UFF 5 de novembro de 2013 Lógica IME, UFF 5 de novembro de 2013 . em LS. Método das.. Sumário. Simbolização não é determinística Dependendo de o entendemos o significado de uma sentença, ela pode ser simbolizada de mais de uma

Leia mais

Aula 1 Aula 2. Ana Carolina Boero. Página:

Aula 1 Aula 2. Ana Carolina Boero.   Página: Elementos de lógica e linguagem matemática E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo André Linguagem matemática A linguagem matemática

Leia mais

1 Lógica de primeira ordem

1 Lógica de primeira ordem 1 Lógica de primeira ordem 1.1 Sintaxe Para definir uma linguagem de primeira ordem é necessário dispor de um alfabeto. Este alfabeto introduz os símbolos à custa dos quais são construídos os termos e

Leia mais

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA PARA A COMPUTAÇÃO PROF. DANIEL S. FREITAS UFSC - CTC - INE Prof. Daniel S. Freitas - UFSC/CTC/INE/2007 p.1/59 1 - LÓGICA E MÉTODOS DE PROVA 1.1) Lógica Proposicional

Leia mais

Semana 3 MCTB J Donadelli. 1 Técnicas de provas. Demonstração indireta de implicação. indireta de. Demonstração por vacuidade e trivial

Semana 3 MCTB J Donadelli. 1 Técnicas de provas. Demonstração indireta de implicação. indireta de. Demonstração por vacuidade e trivial Semana 3 por de por de 1 indireta por de por de Teoremas resultados importantes, Os rótulos por de por de Teoremas resultados importantes, Os rótulos Proposições um pouco menos importantes, por de por

Leia mais

Lógica dos Conectivos: demonstrações indiretas

Lógica dos Conectivos: demonstrações indiretas Lógica dos Conectivos: demonstrações indiretas Renata de Freitas e Petrucio Viana IME, UFF 18 de junho de 2015 Sumário Olhe para as premissas Olhe para a conclusão Estratégias indiretas Principais exemplos

Leia mais

Bases Matemáticas. Aula 1 Elementos de Lógica e Linguagem Matemática. Prof. Rodrigo Hausen. 24 de junho de 2014

Bases Matemáticas. Aula 1 Elementos de Lógica e Linguagem Matemática. Prof. Rodrigo Hausen. 24 de junho de 2014 Aula 1 Elementos de Lógica e Linguagem Matemática Prof. Rodrigo Hausen 24 de junho de 2014 Definição Uma proposição é uma sentença declarativa que é verdadeira ou falsa, mas não simultaneamente ambas.

Leia mais

Andamento da apresentação

Andamento da apresentação Andamento da apresentação 1 Discussão informal Linguagem formal Abreviaturas Exemplos de linguagens de primeira ordem Variáveis livres e ligadas; substituição de variáveis Teoremas de unicidade de representação

Leia mais

Tema I Introdução à lógica bivalente e à teoria de conjuntos

Tema I Introdução à lógica bivalente e à teoria de conjuntos Tema I Introdução à lógica bivalente e à teoria de conjuntos Unidade 1 Proposições Páginas 13 a 9 1. a) 3 é uma designação. b) 3 = 6 é uma proposição. c) é o único número primo par é uma proposição. d)

Leia mais

NOÇÕES DE LÓGICA MATEMÁTICA. O CÁLCULO DE PREDICADOS DE 1 a ORDEM

NOÇÕES DE LÓGICA MATEMÁTICA. O CÁLCULO DE PREDICADOS DE 1 a ORDEM NOÇÕES DE LÓGICA MATEMÁTICA O CÁLCULO DE PREDICADOS DE 1 a ORDEM O Cálculo de Predicados, dotado de uma linguagem mais rica, tem várias aplicações importantes não só para matemáticos e filósofos como também

Leia mais

Curso Básico de Lógica Matemática

Curso Básico de Lógica Matemática Curso Básico de Lógica Matemática Renata de Freitas Petrucio Viana Versão preliminar 2 Conteúdo 1 Lógica Sentencial 7 1.1 Motivação..................................... 7 1.1.1 Um Exemplo...............................

Leia mais

IME, UFF 3 de junho de 2014

IME, UFF 3 de junho de 2014 Lógica IME, UFF 3 de junho de 2014 Sumário A lógica formal e os principais sistemas A lógica formal Um dos objetivos da lógica formal é a mecanização do raciocínio, isto é, a obtenção de nova informação

Leia mais

A sintaxe do cálculo de predicados (II), cap. 7 de Introdução à Lógica (Mortari 2001) Luiz Arthur Pagani

A sintaxe do cálculo de predicados (II), cap. 7 de Introdução à Lógica (Mortari 2001) Luiz Arthur Pagani A sintaxe do cálculo de predicados (II), cap. 7 de Introdução à Lógica (Mortari 2001) Luiz Arthur Pagani 1 1 Linguagens de primeira ordem (Onde se usa linguagem, vou preferir língua; porque o primeiro

Leia mais

Fundamentos 1. Lógica de Predicados

Fundamentos 1. Lógica de Predicados Fundamentos 1 Lógica de Predicados Predicados Estudamos até agora a lógica proposicional Predicados Estudamos até agora a lógica proposicional A lógica proposicional têm possibilidade limitada de expressão.

Leia mais

Quantificadores, Predicados e Validade

Quantificadores, Predicados e Validade Quantificadores, Predicados e Validade Quantificadores e Predicados Fbfs proposicionais tem uma possibilidade limitada de expressão. Exemplo: Para todo x, x > 0 Ela não pode ser simbolizada adequadamente

Leia mais

Lógica de Predicados. Quantificadores

Lógica de Predicados. Quantificadores Lógica de Predicados Quantificadores Conteúdo Correção de Exercícios Operações Lógicas Quantificadores Rosen (pg 33) Tradução Português Lógica Rosen (pg 42) Exercícios Determinar o conjunto verdade em

Leia mais

Elementos de Lógica Matemática p. 1/2

Elementos de Lógica Matemática p. 1/2 Elementos de Lógica Matemática Uma Breve Iniciação Gláucio Terra glaucio@ime.usp.br Departamento de Matemática IME - USP Elementos de Lógica Matemática p. 1/2 Vamos aprender a falar aramaico? ǫ > 0 ( δ

Leia mais

Matemática Discreta - 03

Matemática Discreta - 03 Universidade Federal do Vale do São Francisco Curso de Engenharia da Computação Matemática Discreta - 03 Prof. Jorge Cavalcanti jorge.cavalcanti@univasf.edu.br www.univasf.edu.br/~jorge.cavalcanti www.twitter.com/jorgecav

Leia mais

2 AULA. Conectivos e Quantificadores. lógicas. LIVRO. META: Introduzir os conectivos e quantificadores

2 AULA. Conectivos e Quantificadores. lógicas. LIVRO. META: Introduzir os conectivos e quantificadores 1 LIVRO Conectivos e Quantificadores Lógicos META: Introduzir os conectivos e quantificadores lógicos. OBJETIVOS: Ao fim da aula os alunos deverão ser capazes de: Compreender a semântica dos conectivos

Leia mais

assim são válidas devido à sua estrutura e ao significado dos quantificadores universal e existencial

assim são válidas devido à sua estrutura e ao significado dos quantificadores universal e existencial LÓGICA DE PREDICADOS Na ló predicados uma wff verdadeira significa uma wff vá lida, isto é, uma wff que seja válida em qualquer interpretação possível. AXIOMAS E REGRAS DE INFERêNCIA: wffs predicativas

Leia mais

FICHA DE TRABALHO N.º 2 MATEMÁTICA A - 10.º ANO CONJUNTOS E CONDIÇÕES

FICHA DE TRABALHO N.º 2 MATEMÁTICA A - 10.º ANO CONJUNTOS E CONDIÇÕES FICHA DE TRABALHO N.º MATEMÁTICA A - 10.º ANO CONJUNTOS E CONDIÇÕES Conhece a Matemática e dominarás o Mundo. Galileu Galilei GRUPO I ITENS DE ESCOLHA MÚLTIPLA 1. Considere a condição px : x é um número

Leia mais

Fundamentos 1. Lógica de Predicados

Fundamentos 1. Lógica de Predicados Fundamentos 1 Lógica de Predicados Predicados Estudamos até agora a lógica proposicional Predicados Estudamos até agora a lógica proposicional A lógica proposicional têm possibilidade limitada de expressão.

Leia mais

Aula 1 Aula 2 Aula 3. Ana Carolina Boero. Página:

Aula 1 Aula 2 Aula 3. Ana Carolina Boero.   Página: Elementos de lógica e linguagem matemática E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo André Linguagem matemática A linguagem matemática

Leia mais

Teoria dos Conjuntos MATEMÁTICA DISCRETA CONCEITOS PRELIMINARES. Fundamentos de Lógica Técnicas Elementares de Prova A NOÇÃO DE CONJUNTO

Teoria dos Conjuntos MATEMÁTICA DISCRETA CONCEITOS PRELIMINARES. Fundamentos de Lógica Técnicas Elementares de Prova A NOÇÃO DE CONJUNTO SUMÁRIO MATEMÁTICA DISCRETA CONCEITOS PRELIMINARES Teoria dos Conjuntos Relações e Funções Fundamentos de Lógica Técnicas Elementares de Prova Newton José Vieira 21 de agosto de 2007 1 A NOÇÃO DE CONJUNTO

Leia mais

Área de Teoria DCC/UFMG Introdução à Lógica Computacional 2019/01. SOLUÇÃO DE LISTA DE EXERCÍCIOS Lista 04 (Predicados e Quantificadores)

Área de Teoria DCC/UFMG Introdução à Lógica Computacional 2019/01. SOLUÇÃO DE LISTA DE EXERCÍCIOS Lista 04 (Predicados e Quantificadores) Área de Teoria DCC/UFMG Introdução à Lógica Computacional 2019/01 SOLUÇÃO DE LISTA DE EXERCÍCIOS Lista 04 (Predicados e Quantificadores) Leitura necessária: Matemática Discreta e Suas Aplicações, 6 a Edição

Leia mais

Lógica de Predicados

Lógica de Predicados Lógica de Predicados Conteúdo Correção Exercícios Operações Lógicas sobre Predicados Condicional Quantificador de Unicidade (Rosen 37) Quantificadores com Restrição (Rosen 38) Tradução Português-Lógica

Leia mais

Introdução aos Métodos de Prova

Introdução aos Métodos de Prova Introdução aos Métodos de Prova Renata de Freitas e Petrucio Viana IME-UFF, Niterói/RJ II Colóquio de Matemática da Região Sul UEL, Londrina/PR 24 a 28 de abril 2012 Sumário Provas servem, principalmente,

Leia mais

Lógica para computação - Linguagem da Lógica de Predicados

Lógica para computação - Linguagem da Lógica de Predicados DAINF - Departamento de Informática Lógica para computação - Linguagem da Lógica de Predicados Prof. Alex Kutzke ( http://alex.kutzke.com.br/courses ) 13 de Outubro de 2015 Razões para uma nova linguagem

Leia mais

Introdução à Lógica de Predicados

Introdução à Lógica de Predicados Introdução à Lógica de Predicados Matemática Discreta I Rodrigo Ribeiro Departamento de Ciências Exatas e Aplicadas Universidade de Federal de Ouro Preto 10 de dezembro de 2012 Motivação (I) Considere

Leia mais

Expoente 10 Dossiê do Professor 2

Expoente 10 Dossiê do Professor 2 Expoente 0 Dossiê do Professor Tema I Introdução à lógica bivalente e à teoria de conjuntos Unidade Proposições Páginas a 9. a) é uma designação. b) = 6 é uma proposição. c) é o único número primo par

Leia mais

Não sou o melhor, sei disso, mas faço o melhor que posso!! RANILDO LOPES

Não sou o melhor, sei disso, mas faço o melhor que posso!! RANILDO LOPES Lógica Matemática e Computacional Não sou o melhor, sei disso, mas faço o melhor que posso!! RANILDO LOPES 2. Conceitos Preliminares 2.1. Sentença, Verdade e Proposição Cálculo Proposicional Como primeira

Leia mais

AULA 01 (A) 9. (B) 1. (C) 0. (D) 7. (E) 10. (E) Se k 5 então axterá ( ) grau 1. (D) d(3) 4. (E) d(4) 12.

AULA 01 (A) 9. (B) 1. (C) 0. (D) 7. (E) 10. (E) Se k 5 então axterá ( ) grau 1. (D) d(3) 4. (E) d(4) 12. AULA 01 Observe cada um dos polinômios a seguir: x p( x) x 9x 4x x x 7 3 (I) 7 6 5 3 x 3x (II) mx ( ) 5 4 3 (III) n( x) 8x 3x 10x 3 6 Se organizarmos estes polinômios em ordem crescente de grau teremos

Leia mais

Equação algébrica Equação polinomial ou algébrica é toda equação na forma anxn + an 1 xn 1 + an 2 xn a 2 x 2 + a 1 x + a 0, sendo x

Equação algébrica Equação polinomial ou algébrica é toda equação na forma anxn + an 1 xn 1 + an 2 xn a 2 x 2 + a 1 x + a 0, sendo x EQUAÇÃO POLINOMIAL Equação algébrica Equação polinomial ou algébrica é toda equação na forma a n x n + a n 1 x n 1 + a n 2 x n 2 +... + a 2 x 2 + a 1 x + a 0, sendo x C a incógnita e a n, a n 1,..., a

Leia mais

Lógica de Predicados. Correção dos Exercícios Regras de Inferência

Lógica de Predicados. Correção dos Exercícios Regras de Inferência Lógica de Predicados Correção dos Exercícios Regras de Inferência O que foi visto até agora... Predicado Proposição Quantificadores Conjuntos Quantificadores com restrição Operações Lógicas com predicados

Leia mais

Matemática A - 10 o Ano

Matemática A - 10 o Ano Matemática A - 10 o Ano Resolução da Ficha de Trabalho Álgebra - Divisão Inteira de Polinómios Grupo I 1. Considerando os polinómios p e b no enunciado temos que o termo de maior grau de p b é a nx n b

Leia mais

Campos Sales (CE),

Campos Sales (CE), UNIERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO PROGRAD UNIDADE DESCENTRALIZADA DE CAMPOS SALES CAMPI CARIRI OESTE DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA DISCIPLINA: Tópicos de Matemática SEMESTRE:

Leia mais

Denominamos equação polinomial ou equação algébrica de grau n a toda equação da forma:

Denominamos equação polinomial ou equação algébrica de grau n a toda equação da forma: EQUAÇÕES POLINOMIAIS. EQUAÇÃO POLINOMIAL OU ALGÉBRICA Denominamos equação polinomial ou equação algébrica de grau n a toda equação da forma: p(x) = a n x n + a n x n +a n x n +... + a x + a 0 = 0 onde

Leia mais

INTRODUÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA

INTRODUÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA INTRODUÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA Matemática Aplicada a Computação rofessor Rossini A M Bezerra Lógica é o estudo dos princípios e métodos usados para distinguir sentenças verdadeiras de falsas. Definição

Leia mais

Lógica Matemática - Quantificadores

Lógica Matemática - Quantificadores Lógica Matemática - Quantificadores Prof. Elias T. Galante - 2017 Quantificador Universal Seja p(x) uma sentença aberta em um conjunto não-vazio A e seja V p o seu conjunto verdade: V p = {x x A p(x)}.

Leia mais

Aula 2: Linguagem Proposicional

Aula 2: Linguagem Proposicional Lógica para Computação Primeiro Semestre, 2015 Aula 2: Linguagem Proposicional DAINF-UTFPR Prof. Ricardo Dutra da Silva Linguagens naturais, como o nosso Português, podem expressar ideias ambíguas ou imprecisas.

Leia mais

. Um termo ou designação é uma expressão que nomeia ou designa um ente.. Uma proposição é toda a expressão p susceptível de ser verdadeira ou falsa.

. Um termo ou designação é uma expressão que nomeia ou designa um ente.. Uma proposição é toda a expressão p susceptível de ser verdadeira ou falsa. Tema 1 Lógica e Teoria dos Conjuntos 1. Proposições e valores lógicos. Um termo ou designação é uma expressão que nomeia ou designa um ente.. Uma proposição é toda a expressão p susceptível de ser verdadeira

Leia mais

Cálculo dos Predicados

Cálculo dos Predicados Cálculo dos Predicados As sentenças assim formuladas foram chamadas de proposições categóricas e, segundo Aristóteles, podem ser de 4 tipos: Afirmação Universal A Todos os atletas são saudáveis Afirmação

Leia mais

Cálculo de Predicados

Cálculo de Predicados Matemática Discreta - Departamento de Matemática - EST-IPV - 2003/2004 - II Cálculo de Predicados 1. Predicados e quantificadores Consideremos as afirmações seguintes: x é par (1) x é tão alto como y (2)

Leia mais

Fundamentos de Lógica Matemática

Fundamentos de Lógica Matemática Webconferência 6-29/03/2012 Introdução à Lógica de Predicados Prof. L. M. Levada http://www.dc.ufscar.br/ alexandre Departamento de Computação (DC) Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) 2012/1 Introdução

Leia mais

GABARITO. 01) a) c) VERDADEIRA P (x) nunca terá grau zero, pelo fato de possuir um termo independente de valor ( 2).

GABARITO. 01) a) c) VERDADEIRA P (x) nunca terá grau zero, pelo fato de possuir um termo independente de valor ( 2). 01) a) P (1) = 1 + 7 1 17 1 P (1) = 1 + 7 17 P (1) = 11 P (1) é sempre igual a soma dos coeficientes de P (x) b) P (0) = 0 + 7 0 17 0 P (0) = 0 + 0 0 P (0) = P (0) é sempre igual ao termo independente

Leia mais

IME, UFF 4 de novembro de 2013

IME, UFF 4 de novembro de 2013 Lógica IME, UFF 4 de novembro de 2013 Sumário e ferramentas Considere o seguinte texto, da aritmética dos números naturais. Teorema: Todo número inteiro positivo maior que 1 tem um fator primo. Prova:

Leia mais

Matemática Discreta - 07

Matemática Discreta - 07 Universidade Federal do Vale do São Francisco Curso de Engenharia da Computação Matemática Discreta - 07 Prof. Jorge Cavalcanti jorge.cavalcanti@univasf.edu.br www.univasf.edu.br/~jorge.cavalcanti www.twitter.com/jorgecav

Leia mais

Universidade Aberta do Brasil - UFPB Virtual Curso de Licenciatura em Matemática

Universidade Aberta do Brasil - UFPB Virtual Curso de Licenciatura em Matemática Universidade Aberta do Brasil - UFPB Virtual Curso de Licenciatura em Matemática Argumentação em Matemática Prof. Lenimar Nunes de Andrade e-mail: numerufpb@gmail.com ou lenimar@mat.ufpb.br versão 1.0

Leia mais