SAUDE SAUDE Células Estaminais: Barack Obama levanta restrições a financiamento público

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1 SAUDE SAUDE Células Estaminais: Barack Obama levanta restrições a financiamento público de investigação Washington, 09 Mar (Lusa) - O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai levantar hoje restrições ao financiamento público da investigação sobre células estaminais, revogando medidas adoptadas pelo anterior presidente, George W. Bush. Com levantamento das restrições, Obama abre o caminho à canalização de fundos federais para programas de investigação sobre células estaminais obtidas a partir de embriões humanos, reabrindo, no entanto, a polémica nos Estados Unidos sobre os limites morais da actividade científica. De acordo com o presidente do Conselho de Assessores para Ciência e Tecnologia da administração Obama e prémio Nobel, Harold Varmus, o Presidente deverá fazer uma declaração para defender que será a ciência e não a ideologia política, a guiar a sua administração. "Gostaria de dizer que neste memorando não está apenas em causa a investigação de células estaminais", diz o presidente do Conselho de Assessores de Ciência e Tecnologia da Casa Branca e biólogo vencedor do Prémio Nobel, Harold Varmus. Uma das promessas eleitorais de Barack Obama, a nova medida permitirá aos cientistas, que até agora dependiam de financiamento privado, candidatarem-se a fundos públicos, tal como o fazem para estudos de terapia genética ou outras áreas de investigação. De acordo com Harold Varmus, a iniciativa do Presidente incluirá também mecanismos de salvaguarda ética e de protecção contra interferência política, no âmbito do Instituto Nacional da Saúde dos Estados Unidos. As células estaminais embrionárias têm, potencialmente, a capacidade de vir a substituir qualquer célula doente do corpo humano, tendo ainda a potencialidade de regenerar qualquer tipo de tecido ou órgão danificado. O tratamento de lesões medulares que resultem em paralisia é uma das aplicações mais importantes resultantes da investigação com células estaminais embrionárias, mas também a diabetes ou a doença de Parkinson. Os problemas éticos do uso de células embrionárias - que estiveram na base da recusa da administração de Bush de admitir o financiamento público - resumem-se às células retiradas de fetos, derivadas dos excedentes de embriões utilizadas nas clínicas de fertilidade, implicando a destruição do embrião. Para além de não autorizar o financiamento público de novos programas de investigação, Geroge W. Bush decretou também, em 09 de Abril de 2001, a redução dos fundos federais destinados a programas investigação sobre células estaminais embrionárias já existentes. Hoje, do lado da oposição à decisão de Barack Obama, o presidente do Family Research Council, Tony Perkins afirma que "não é ético usar vida humana, mesmo vida embrionária, para avanço da ciência". Perkins acrescenta que "tal investigação é ilegal e os contribuintes não deveriam ter de pagar experiências que requerem destruir uma vida humana", tendo apelado para que Obama aprove o financimaneto público apenas de programas de investigação sobre células estaminais adultas. WZF/ARP/PL/TM. Lusa/fim SAUDE Células estaminais: Decisão de Obama vai reforçar investigação e acelerar resultados - cientista português Lisboa, 09 Mar (Lusa) - O levantamento das restrições ao financiamento federal da investigação com células estaminais embrionárias nos Estados Unidos, decidida pelo presidente Barack Obama, vai reforçar claramente a

2 actividade científica nesta área, segundo um especialista português. No cumprimento de uma promessa eleitoral, o presidente norte-americano anuncia hoje o fim da proibição de financiamentos públicos federais à investigação com células obtidas a partir de embriões humanos, decidida pela Administração do presidente George W. Bush a 09 de Agosto de 2001, por motivos éticos. "Nos Estados Unidos, que sempre foram líderes nessa área, essa proibição criou um atraso com implicações no mundo inteiro", disse hoje à agência Lusa Rui Reis, investigador e presidente da Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular. As células estaminais embrionárias têm um potencial enorme para tratar ou curar doenças por estarem na origem de todas as outras células, podendo por isso substituir eventualmente células danificadas ou doentes e permitir a reconstituição de tecidos ou órgãos. Nos últimos oito anos, porém, só era possível utilizar nos EUA as linhas de células estaminais embrionárias desenvolvidas até Ora, além de não ser permitido introduzir novas linhas de investigação, as desenvolvidas até 2001 estavam contaminadas com soros animais usados nas culturas e por isso nunca poderiam ser usadas em terapias, quando existia uma enorme expectativa de aplicações clínicas dessa pesquisa - recordou Rui Reis. "Não pode haver terapias baseadas em células estaminais sem indústria, mas também não há indústria nesta área sem investigação de topo, que tem de ser feita nos melhores laboratórios e financiada com fundos federais nos EUA", sublinhou. "Essas duas coisas estão ligadas". Na perspectiva deste cientista, que dirige o Grupo 3B's (Biomateriais, Materiais Biodegradáveis e Biomiméticos) da Universidade do Minho, a decisão de Obama vai reforçar claramente a actividade científica nesta área, ao permitir que alguns dos melhores cientistas nesta área, que trabalham nos Estados Unidos, possam voltar a desenvolver de forma livre a sua investigação. "Tornará também esta área de investigação mais global", assinalou, acrescentando esperar que "esse movimento terá uma influência internacional, nomeadamente a nível da União Europeia". O cientista aludiu à polémica a propósito da descoberta relativamente recente das clélulas pluripotentes induzidas (IPS, no acrónimo em inglês), que tornariam desnecessária a utilização das células estaminais embrionárias, já que permitiriam reprogramar células adultas até à fase embrionária, dando conta de que serão mantidas nos EUA as duas frentes de investigação. "A conselho de alguns dos maiores cientistas nesta área, a Administração Obama está a dizer claramente que a área das IPS tem muito potencial, devendo por isso ser desenvolvida, mas não deve parar a investigação com células estaminais embrionárias", afirmou, uma decisão com que disse concordar plenamente. Questionado sobre quando poderá haver respostas para as expectativas de aplicações terapêuticas com células estaminais para doenças graves como Alzheimer, Parkinson ou diabetes crónica, Rui Reis mostrou-se cauteloso e comparou o tempo desses eventuais desenvolvimentos ao que demoram os laboratórios a desenvolver um medicamento, que pode ir de dez a 20 anos. "Vai haver muito mais resultados, mais publicações, mais patentes, mais indústria e muito mais probabilidades de chegarmos mais rapidamente às aplicações terapêuticas", augurou Rui Reis, em consequência da decisão do presidente Obama. Não sendo possível por enquanto, em Portugal, fazer investigação com células estaminais embrionárias, os laboratórios nacionais, como os da Universidade do Minho, que dirige, trabalham com células adultas, como as da medula, da gordura ou do cordão umbilical. "Há coisas que se conseguem fazer com esse tipo de células, como regenerar pele, regenerar osso, regenerar cartilagem, mas encontrar eventualmente soluções para doenças muito graves só será possível com investigação a partir de células estaminais embrionárias", concluiu. CM. Lusa/fim POR MAR 09 NNNN

3 POLITICA ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Células estaminais: Obama revoga política de Bush sobre investigação em células embrionárias Washington, 09 Mar (Lusa) - O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou hoje um decreto que levanta restrições ao financiamento público da investigação sobre células estaminais embrionárias, revogando medidas adoptadas pelo anterior presidente, George W. Bush. "A maioria dos americanos, de todos os quadrantes políticos e de todas as crenças e estratos sociais, chegou ao consenso de que este tipo de investigação deve avançar, de que o potencial que oferece é grande e com a devida orientação e estrita supervisão os seus perigos podem ser evitados", afirmou Obama ao anunciar o levantamento das restrições. Obama adiantou que decidiu acabar com o que considera ser "uma falsa escolha entre ciência válida e valores morais". O decreto presidencial assinado hoje anula uma directiva do anterior presidente, George W. Bush, que assentava na posição de que a utilização de embriões para reproduzir células estaminais é moralmente condenável e, por isso, essa investigação não deveria ser financiada com dinheiros públicos. "Trataremos de garantir que o governo nunca abrirá a porta à clonagem como método de reprodução humana. É perigoso, profundamente errado e não tem lugar nesta sociedade, nem em nenhuma sociedade", garantiu Barack Obama na cerimónia de assinatura do decreto, que decorreu na Casa Branca na presença de vários cientistas. Numa crítica velada à administração de George W. Bush, o novo presidente afirmou que foram motivações políticas e não científicas que determinaram as restrições impostas, adiantando que o decreto de hoje "trata de garantir que dados científicos nunca sejam distorcidos ou ocultados para servirem objectivos políticos". Uma das promessas eleitorais de Barack Obama, a nova medida permitirá aos cientistas, que até agora dependiam de financiamento privado, candidatarem-se a fundos públicos, tal como o fazem para estudos de terapia genética ou outras áreas de investigação. As células estaminais embrionárias têm, potencialmente, a capacidade de vir a substituir qualquer célula doente do corpo humano, tendo ainda a potencialidade de regenerar qualquer tipo de tecido ou órgão danificado. O tratamento de lesões medulares que resultem em paralisia é uma das aplicações mais importantes resultantes da investigação com células estaminais embrionárias, mas também a diabetes ou a doença de Parkinson. Os problemas éticos do uso de células embrionárias - que estiveram na base da recusa da administração de Bush de admitir o financiamento público - resumem-se às células retiradas de fetos, derivadas dos excedentes de embriões utilizadas nas clínicas de fertilidade, implicando a destruição do embrião. Para além de não autorizar o financiamento público de novos programas de investigação, George W. Bush decretou também, em 09 de Abril de 2001, a redução dos fundos federais destinados a programas investigação sobre células estaminais embrionárias já existentes. Hoje, ao revogar a política seguida pela anterior administração, Barack Obama emitiu também um memorando sobre investigação científica que apela para um envolvimento mais profundo de investigadores em áreas como energias renováveis e alterações climáticas, destinado a "desenvolver uma estratégia de recuperação de integridade científica no processo de decisão política", incluindo a nomeação de "conselheiros científicos com base nas suas credenciais académicas e experiência e não na sua filiação política ou ideologia". JMR. Lusa/Fim POR MAR 09

4 SAUDE ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA EUA: Fim de restrições a investigação sobre células estaminais preocupa Vaticano Cidade do Vaticano, 09 Mar (Lusa) - O Vaticano recebeu hoje com preocupação o levantamento de restrições ao financiamento público da investigação sobre células estaminais nos Estados Unidos e defendeu a dignidade humana em todas as fases da existência. "O reconhecimento da dignidade humana deve estar em todas as fases da existência e é sobre este princípio que assenta a democracia real, capaz de reconhecer a igualdade e impedir a discriminação injusta com base no estado de desenvolvimento e saúde", diz o diário oficial do Vaticano L'Osservatore Romano. Um artigo de Adriano Pessina, director do Centro de Bioética da Universidade Católica de Roma, defende que "o embrião é uma pessoa desde o princípio". O jornal manifestou assim a posição do Vaticano face ao decreto assinado hoje pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o fim de restrições ao financiamento de investigação sobre células estaminais embrionárias por fundos federais. No sábado passado, o jornal tinha já publicado críticas dos bispos norte-americanos sobre a medida aprovada pela administração Obama, classificada como "profundamente imoral e supérflua". "Se for ultrapassada a linha moral que impede tratar os seres humanos como objectos de investigação será alcançado um ponto sem retorno", disseram os bispos. Hoje, o cardeal de Filadélfia, Justin Rigali, rotulou a medida de Obama de "triste vitória da política sobre a ciência e a ética". O presidente emérito da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Elio Sgreccia, acrescentou que a decisão do Presidente norte-americano é da "máxima gravidade" e só viu "luz verde" por "motivos políticos e interesses económicos". Pelo contrário, a prémio Nobel da Medicina e senadora vitalícia italiana Rita Levi Montalcini garantiu que o gesto de Obama é de "grande importância para o futuro da humanidade". JHM. POLITICA ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Células estaminais: Obama homenageia actor Christopher Reeve, reconhecido defensor da investigação

5 Washington, 09 Mar (Lusa) - O Presidente norte-americano prestou hoje homenagem ao actor Christopher Reeve, reconhecido pelo papel de 'Super-Homem' e um defensor da investigação sobre células estaminais embrionárias depois de ter ficado paralisado após uma queda de um cavalo. Barack Obama assinou hoje um decreto que levanta restrições ao financiamento público da investigação sobre células estaminais embrionárias, revogando medidas adoptadas pelo anterior presidente, George W. Bush. Durante a cerimónia de assinatura do decreto, Obama afirmou que os Estados Unidos têm uma dívida de gratidão para com pessoas como Reeve que criou, com a sua mulher Dana, uma fundação dedicada à investigação de uma cura para as lesões medulares. O Presidente norte-americano recordou o espírito forte do actor, que sempre lutou para recuperar a capacidade de andar e encarou o futuro através de uma perspectiva optimista. Barack Obama acrescentou que desejava que o casal Reeve pudesse testemunhar a decisão que hoje foi divulgada na Casa Branca. Christopher Reeve, que sofreu o acidente em 1995, morreu em 2004 de insuficiência cardíaca e Dana Reeve morreu dois anos mais tarde (2006) devido a um cancro nos pulmões. O decreto assinado hoje por Obama permitirá aos cientistas, que até agora dependiam de financiamento privado, candidatarem-se a fundos públicos, tal como o fazem para estudos de terapia genética ou outras áreas de investigação. As células estaminais embrionárias têm, potencialmente, a capacidade de vir a substituir qualquer célula doente do corpo humano, tendo ainda a potencialidade de regenerar qualquer tipo de tecido ou órgão danificado. O tratamento de lesões medulares que resultem em paralisia é uma das aplicações mais importantes da investigação com células estaminais embrionárias, mas também a diabetes ou a doença de Parkinson. Os problemas éticos do uso de células embrionárias - que estiveram na base da recusa da administração de Bush de admitir o financiamento público - resumem-se às células retiradas de fetos, derivadas dos excedentes de embriões utilizadas nas clínicas de fertilidade, implicando a destruição do embrião.