Fabricantes devem amargar queda de 7% no ano e perda de 55 mil empregos
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1 Boletim 960/2016 Ano VIII 12/04/2016 Fabricantes devem amargar queda de 7% no ano e perda de 55 mil empregos Em entrevista ao DCI, o presidente da Abramat, Walter Cover, afirmou que o cenário de incertezas continua impedindo a retomada do setor. A utilização da capacidade da indústria, hoje, é de 73% São Paulo - Diante do atual quadro econômico, a Associação Brasileira da Indústria de Material de Construção (Abramat) deve revisar sua projeção de queda para este ano. Em entrevista ao DCI, o presidente da entidade, Walter Cover, fala em uma retração de 7% no faturamento do setor em Até o momento, a Abramat trabalha com uma queda (nominal) de 4,5% para o ano. Mas o cenário se mostra muito ruim no segmento de construtoras, o que deve puxar para baixo o desempenho da indústria e a previsão da entidade para "Ainda são poucos os vetores positivos para o nosso setor", pondera Cover. Segundo ele, o desempenho das vendas ao varejo deve ficar entre 0% e 2% de queda no ano, enquanto o segmento de construtoras deve amargar um recuo entre 8% e 10%, ante retração de 15% em "O pior lado da crise ainda são as incertezas sobre o futuro." Hoje, a utilização da capacidade instalada da indústria gira em torno de 73%, de acordo com Cover. "O normal é 85%." Com isso, no primeiro trimestre do ano houve uma queda de 9,3% do emprego do setor em relação a igual período de "Mas nos últimos 12 meses findos em março, a queda foi mais branda, de 6%, índice que deve se sustentar em 2016", estima. Retomada Cover acredita que os principais condicionantes de demanda por material de construção - emprego, renda e crédito - não devem apresentar piora ao longo do ano. "A inadimplência está controlada, a renda do consumidor com carteira assinada não teve perda real e o desemprego deve parar de crescer", avalia. Assim, Cover julga que o setor deve começar a ver sinais de recuperação a partir do segundo semestre deste ano. "O varejo já está começando a reagir", pondera. Ele destaca que a escalada do dólar 1
2 também ajuda a frear importações em segmentos como materiais elétricos, metais sanitários, aços e cerâmicas. No ano passado, o setor importou 25% menos por conta do câmbio e, para 2016, a Abramat trabalha com um dólar a R$ 3,80. "Neste ano, também vamos ter um recuo das importações", observa. O programa do governo federal Minha Casa Minha Vida também deve amenizar a queda do setor neste ano. Cover conta que o programa apresentou desempenho excepcional em meados de 2010 e chegou a representar 7,5% das vendas da indústria em No entanto, no ano passado, os fabricantes viram as encomendas relacionadas ao programa encolherem para cerca de 6,5% do total vendido. "A partir de agora, acredito que o Minha Casa Minha Vida deve ser mais realista e o crescimento vai ser menor", pontua Cover, sem minimizar, porém, a sua importância. "O programa continua sendo muito relevante e o seu desempenho para os fabricantes vai ser melhor, neste ano, do que em 2015." A terceira fase do Minha Casa Minha Vida prevê desembolsos em torno de R$ 210 bilhões e a maior parte dos recursos será obtida por meio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A estimativa oficial do governo é que a nova etapa alcance um milhão de moradias. Cover revela ainda ter feito duas reuniões com a Caixa Econômica Federal para ampliar o uso do Construcard (linha de crédito do banco para a compra de materiais de construção com condições facilitadas) para contratação de mão de obra. "A ideia teve boa aceitação", declara. Hoje, começa em São Paulo a Feicon (Salão da Construção), que reúne fabricantes de diversos segmentos da indústria. "Apesar da desistência de muitas empresas em um ano de crise, acredito que esta será uma grande oportunidade. Os negócios vão superar o ano passado", aposta Cover. Ele salienta, contudo, que o País precisa resolver logo a questão política. "Independentemente do governo, a política terá que ser expansionista. O Brasil precisa crescer." Juliana Estigarríbia 2
3 Comércio deve demitir 253 mil em 2016, diz CNC - Projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam - em todo o País - que o nível de emprego no comércio varejista deverá cair 3,3% até o final do ano, significando um corte de cerca de 253,4 mil empregos com carteira de trabalho assinada em todo o País. Segundo a CNC, ao longo de 2015 o setor varejista fechou com queda de 2,3% no número de postos de trabalho, o que resultou no fechamento líquido de 179,9 mil vagas formais, "ritmo que se manteve também no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em fevereiro de 2016". As projeções da entidade indicam, ainda, que ao longo deste ano o volume de vendas do setor deverá recuar 8,3%, depois de ter fechado o ano passado em queda de 8,6%. Segundo a nota da CNC, as projeções foram baseadas "no comportamento no emprego celetista do setor, a partir de dados mensais do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] do Ministério do Trabalho e Previdência Social". A entidade lembra, ainda, que a comércio "foi um dos últimos setores a iniciar demissões por conta da recessão". Ajuste tardio Na avaliação do economista, as projeções levam em conta "o ajuste tardio no quadro de funcionários do varejo, associado à intensificação da retração das vendas em 2016, o que deverá levar o varejo a registrar queda no número de trabalhadores pelo segundo ano seguido". A confederação ressalta que, "apesar da nítida perda de ritmo de atividade, a redução do número de empregados no varejo em relação ao mesmo período de 2015 se deu a partir de agosto de 2015, quando as vendas já acumulavam recuo de 5,2% no mesmo intervalo de 12 meses". / Agência Brasil (FONTE: DCI dia 12/04/2016) 3
4 TST julga causa trabalhista que pode levar a perda de R$ 11,5 bi à Petrobras NICOLA PAMPLONA / DE DO RIO O TST (Tribunal Superior do Trabalho) analisa nesta terça-feira (12) o principal esqueleto trabalhista da Petrobras, referente ao pagamento de adicional de periculosidade e de insalubridade para empregados que trabalham em áreas de risco. Uma derrota pode custar à estatal R$ 11,5 bilhões, segundo projeção feita em seu balanço mais atual, do quarto trimestre de Estimativas internas, que fazem parte de uma denúncia de trabalhadores, porém, falam em perdas de até R$ 20 bilhões. O problema é resultado de uma mudança na política trabalhista da estatal em 2007, quando foi instituída a remuneração mínima de nível e regime (RMNR), que equalizou os salários de empregados por região. Negociada com os sindicatos, a RMNR incorporou os adicionais de periculosidade, permitindo que todos os trabalhadores de mesmo nível em uma mesma região tivessem rendimentos equivalentes. Ou seja, empregados de áreas administrativas receberam aumento e passaram a ganhar o mesmo que seus colegas de áreas operacionais. Em 2012, os sindicatos foram à Justiça pedindo novo adicional para aqueles que trabalham em situação de risco e pedindo o pagamento retroativo ao período em que o benefício foi extinto. 4
5 A categoria argumenta que o pagamento de adicionais para trabalhadores de área de risco está previsto na Constituição e não pode ser eliminado por acordo trabalhista. "Os trabalhadores querem acabar com essa distorção, de empregados administrativos ganharem o mesmo que os que trabalham em áreas de risco", defende o coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, Adaedson Costa. Atualmente, 11 sindicatos questionam o fim dos adicionais na Justiça. Há casos de trabalhadores que já venceram a disputa e obtiveram aumento de salário. Na sessão desta terça, o pleno do TST analisará a "uniformização do entendimento sobre a matéria", como coloca a Petrobras em seu balanço. Isto é, a decisão do tribunal terá que ser respeitada na análise das ações em instâncias inferiores no país. A instituição da RMNR é alvo de denúncia feita por empregados e pequenos acionistas insatisfeitos com a expansão dos passivos trabalhistas da empresa na gestão do sindicalista Diego Hernandes na área de Recursos Humanos. Em seu balanço mais recente, a Petrobras diz que o total de processos trabalhistas com "perda considerada possível" podem lhe custar R$ 22 bilhões. O balanço, porém, traz apenas R$ 3,3 bilhões em provisões para perda considerada "provável". Procurada, a Petrobras não havia se pronunciado até a conclusão desta edição. (FONTE: Folha de SP dia 12/04/2016) 5
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