RESUMO. PALAVRAS-CHAVE: educação inclusiva, proeduse, EJA. INTRODUÇÃO
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- Augusto Aragão Castanho
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1 NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA SOARES, Cleyson Mendes 1 rescogito@gmail.com PAULINO, Paulo Cesar 2 paulino@utfpr.edu.br Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Cornélio Procópio III curso de Especialização em Educação Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos PROEJA Disciplina: Educação Inclusiva RESUMO Em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a Secretaria de Estado da Educação do Paraná - SEED implantou nos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) o Programa de Educação nas Unidades Sócio-Educativas PROEDUSE a partir de Desse modo, é importante destacar como é realizado o atendimento dos adolescentes em conflito com a lei na perspectiva pedagógica da Educação de Jovens e Adultos. Para tanto, é necessário analisar a legislação que trata desta modalidade da Educação Inclusiva e os documentos orientadores da SEED e IASP tendo como ponto de partida os conhecimentos e experiências prévias dos educandos dessa modalidade de ensino. Assim, só é possível uma Educação Inclusiva de qualidade pela consolidação de parcerias entre as instituições de administração pública e a formação continuada dos profissionais da educação. PALAVRAS-CHAVE: educação inclusiva, proeduse, EJA. INTRODUÇÃO Para tratar da Educação de Jovens e Adultos e sua relação com as Unidades Sócio-Educativas é imprescindível analisar de forma sistemática a legislação que aborda este tema e de que maneira o Estado se articula na elaboração da proposta de ação. Por meio da proposta pedagógica da EJA é possível uma Educação Inclusiva na perspectiva dos educandos em conflito com a lei tendo em vista as especificidades concernentes com o histórico de cada jovem infrator. Para tanto, as instituições responsáveis pela organização social são indispensáveis neste processo de interação entre jovens infrator e sociedade. É através deste tipo de parceria e pela formação continuadas dos diferentes profissionais envolvidos que se consolida a Educação Inclusiva. 1 Autor: Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista UNESP, Campus de Marília, Técnico Pedagógico da Educação Profissional do Núcleo Regional da Educação de Cornélio Procópio. 2 Orientador: Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Cornélio Procópio, Especialista em Metodologia do Ensino Tecnológico pela UTFPR e Mestrando em Ensino de Ciências e Tecnologia na UTFPR-PG.
2 REFERENCIAL TEÓRICO III CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL De início é importante frisar como a Secretaria Estadual da Educação do Paraná/Departamento de Educação Especial e Inclusão Educacional entende a Educação Inclusiva. Para tanto, destaca-se as Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos: O desafio da inclusão escolar é enfrentado como uma nova forma de repensar e reestruturar políticas e estratégias educativas, de maneira a não apenas criar oportunidades educacionais especiais, mas, sobretudo, garantir condições indispensáveis para que possam manter-se na escola e aprender. de 1990: De acordo com Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069, de 13 de julho Art. 124: São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: (...) XI receber escolarização e profissionalização; XII realizar atividades culturais, esportivas e de lazer; Nesta perspectiva a Secretaria de Estado da Educação, por meio da Resolução nº 1417/2008 de 02/06/2005 propõe a implantação do Programa de Educação nas Unidades Sócio-Educativas PROEDUSE para serem desenvolvidos nos Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos CEEBJAS. Esta ação é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação, por meio do Departamento de Educação de Jovens e Adultos e a Secretaria de Estado do Emprego, Trabalho e Promoção Social, por meio do Instituto de Ação Social do Paraná IASP. Jovens e Adultos: De acordo com o Relatório de Gestão Departamento de Educação de Esse Programa teve como objetivo prioritário promover a escolarização básica em nível fundamental e médio de adolescentes e de jovens infratores ou em situação de risco social e pessoal, atendidos em Unidades Sócio-Educativas, que ficaram marginalizados do processo educativo, apoiando-os na busca da cidadania e no seu pleno exercício na sociedade, na própria Unidade onde estão internos.
3 O PROEDUSE oferta atividades educativas e socializadoras que garantem um desenvolvimento do ponto de vista psico-social para adolescentes privados de liberdade. Esse Programa propõe, de forma integrada e complementar, garantir os conteúdos das disciplinas da educação formal na perspectiva de um trabalho socializador, de forma a ocuparem as necessidades inerentes ao processo de desenvolvimento dos educandos. Atuam no Programa professores de todas as disciplinas e um coordenador pedagógico que organiza o processo dentro desse espaço específico. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é ofertada para os alunos que estão com idade que atende a especificidade da EJA. Para um trabalho efetivo é fundamental que estes profissionais que estão envolvidos neste programa recebem formação continuada que possam suprir as necessidades de atendimento que esta modalidade de ensino requer, além se sua especificidade por trabalhar com educandos em condições de risco. É necessária plena vinculação entre os objetivos pedagógicos da EJA e da Educação Inclusiva para que o resultado não seja a inclusão pela inclusão, ou seja, ofertar escolarização para jovens em conflito com a lei apenas para cumprir uma determinação legal sem ter como preocupação a re(socialização) do educando e sua inserção na sociedade de forma que tenha condições de se adaptar as constantes transformações do mundo do trabalho e as novas tecnologias. O Programa cumpre ainda o calendário escolar de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em relação ao número de dias letivos e carga horária anual. Considerando que os educandos estão em privação de liberdade, sem direito a feriados ou a período de férias, o Programa previu que o horário de oferta seguiria as normas e possibilidades definidas pelas Unidades Sócio-Educativas, obedecendo a calendário especial, funcionando inclusive no período de férias escolares. De acordo com os CADERNOS DO IASP (2006) é indispensável: O adolescente deve ser o centro das atenções no Centro de Socioeducação. Ser o centro signifi ca ocupar o lugar de destaque na atenção, nas intenções e nas ações de todos os servidores. Além disso, significa tratá-lo com respeito e conhecer suas necessidades para poder demarcar limites, indicar caminhos e transmitir disciplina, elementos fundantes do trabalho educativo. A organização do trabalho deve ter como foco principal as necessidades, possibilidades e potencialidades de cada adolescente.
4 É exatamente para ele que se trabalha, é por sua causa que o Centro de Socioeducação existe; é para que ele possa aprender a ser e a conviver que todos se mobilizam, a fi m de que seu processo socioeducativo tenha um bom resultado. Apesar do adolescente estar em conflito com a lei, ele possui necessidades que fazem parte do ser humano, ou seja, aspectos físicos, emocionais e sociais. Deve ser premissa que os adolescentes em privação de liberdade tenham suas experiências e conhecimentos prévios considerados no processo de ensino-aprendizado. Este aspecto é definido como uma das essências da pedagogia histórica crítica adotado pela SEED como política de Estado e que norteiam a formulação das propostas pedagógicas dos Estabelecimentos de Ensino estaduais regulares, inclusive os CEEBJA s. Nesta perspectiva as contribuições de Paulo Freire norteiam uma prática educativa emancipadora pautando-se na preocupação de formar um sujeito capaz de lidar com as desigualdades que a classe trabalhadora enfrenta historicamente. A seguir, segue os Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos e as Unidades Sócio-Educativas que estão vinculadas. UNIDADES SÓCIO-EDUCATIVAS VÍNCULO EDUCATIVO Educandário São Francisco CEEBJA Ulisses Guimarães Fazenda Rio Grande CEEBJA Fazenda Rio Grande Foz do Iguaçu CEEBJA Prof. Orides Balotin Guerra Joana Miguel Richa CEEBJA Dr. Mário Faraco USOIL Londrina CEEBJA Manoel Machado CIAADI/SAS Curitiba CEEBJA Dr. Mário Faraco CIAADI/SAS Londrina CEEBJA Manoel Machado CIAADI/SAS Foz do Iguaçu CEEBJA Prof. Orides Balotin Guerra SAS Ponta Grossa CEEBJA Paschoal Salles Rosa SAS Santo Antônio da Platina CEEBJA Prof.ª Geni Sampaio Lemos SAS Umuarama CEEBJA Umuarama SAS Toledo CEEBJA Toledo SAS Campo Mourão CEEBJA Campo Mourão SAS Paranavaí CEEBJA Paranavaí SAS Pato Branco CEEBJA Pato Branco SAS Cascavel CEEBJA Prof.ª Joaquina Mattos Branco Fonte: Relatório de Gestão Departamento de Educação de Jovens e Adultos.
5 Ainda de acordo com os CADERNOS DO IASP: Escolarização: Seguindo o princípio da incompletude institucional, compete à Secretaria Estadual da Educação (SEED) a cessão de servidores para o desenvolvimento das atividades de escolarização formal. É imprescindível que esses professores sejam treinados e capacitados continuamente, pois, muitas vezes, estão muito distantes da realidade dos adolescentes infratores e da privação de liberdade. Assim que o adolescente entrar na unidade será providenciada sua documentação e o histórico escolar, para que possa ser efetivada sua matrícula no Ensino de Jovens e Adultos EJA do PROEDUSE (Programa de Educação nas Unidades Socioeducativas). Em seguida, o adolescente passará por uma avaliação escolar para que sejam definidos seu nível de escolaridade e sua aptidão escolar. A defi nição e inclusão do adolescente numa das turmas do PROEDUSE ocorrerá na seqüência, mediante a análise dos seus conhecimentos escolares, seu perfil comportamental e histórico infracional. Se for necessário, antes de ser inserido nas classes regulares, o adolescente poderá passar por atividades educativas individualizadas. GUEBERT (2007) elabora uma definição que vai ai encontro com a proposta aqui desenvolvida: para garantir o processo inclusivo, necessitamos de três aspectos fundamentais: vontade e consciência política, profissionais qualificados e envolvimento da sociedade civil. Somente dessa forma é possível desenvolver um trabalho efetivo de inclusão social. CONSUDERAÇÕES FINAIS É estritamente necessária a parceria entre as diferentes instituições públicas e privadas para que este tipo de programa tenha o resultado desejado. Estes tipos de parcerias podem garantir que os setores da administração públicas viabilizem de forma objetiva e concreta os recursos financeiros e humanos para desempenharem a função inclusiva que espera-se do Estado. As medidas apontadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e Instituto de Ação Social do Paraná apontam nessa direção. Porém, isto não basta. É necessário também investir na formação continuada dos profissionais da educação que atuarão nesta modalidade de ensino tendo o referencial correto referente a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Inclusiva pertinente às exigências legislativas e humanas, pois está lidando-se com sujeitos em formação que, em algum momento, por falhas da própria estrutura social e econômica, transgrediram a lei e necessitam de orientação para sua (re)socialização. Estas ações permitem o atendimento específico que os adolescentes em conflito com a lei necessitam para que sejam respeitados seus direitos em relação a educação de qualidade e os direitos fundamentais expressos na lei. Isso só é possível por meio da proposta
6 pedagógica trabalhada pela Educação de Jovens e Adultos que possuem como referencial os conhecimentos e experiências prévias dos educandos visando uma educação emancipatória e que dê condições que o sujeito lide com as transformações do mundo do trabalho e que alicerçam a Educação Inclusiva para educando em conflito com a lei. REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de ed., atual e ampl. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069/90. Curitiba: Instituto de Ação Social do Paraná, CADERNOS DO IASP - Instituto de Ação Social do Paraná, Gestão de Centro de Socioeducação, Curitiba, SEED. Secretaria de Estado da Educação do Paraná/Departamento de Educação Especial. Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de Currículos Inclusivos. Documento Preliminar, DELIBERAÇÃO nº 681/06 do Conselho Estadual da Educação do Paraná, Curitiba, 10/12/2006. GUEBERT, Mirian Célia Castelain. Inclusão: uma realidade em discussão. 2.ed.rev.- Curitiba: Ibpex, RELATÓRIO DE GESTÃO Departamento de Educação de Jovens e Adultos, Curitiba, RESOLUÇÃO nº 1417/2008 da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Curitiba, 02/06/2005.
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