Relações interculturais da cartografia portuguesa com as cartografias mediterrânica e oriental

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1 Relações interculturais da cartografia portuguesa com as cartografias mediterrânica e oriental José Manuel Garcia A história da cartografia antiga constitui uma área de estudo que contribui de forma importante para o esclarecimento de como o homem foi concebendo a imagem do seu planeta ao longo do tempo. Os traços dos mapas que foram sendo traçados entre o final da Idade Média e o Renascimento revelam como então se começou a conceber uma nova visão do mundo, que é aquela de hoje possuímos. A interpretação de alguns desses preciosos documentos nem sempre é muito acessível e em alguns casos serviu até para propósitos fraudulentos, nomeadamente em livros com grande promoção mas que suscitam a perplexidade nos historiadores e uma desconcertante confusão junto de leitores menos conhecedores da história. Uma dessas situações surgiu na obra de Gavin Menzies, 1421: o ano em que a China descobriu o mundo 1. Sobre esta infeliz iniciativa já se debruçaram longamente José Manuel Malhão Pereira e Jin Guo Ping em Navegações chinesas no século XV realidade e ficção 2, livro em que ao anunciar o teor do motivo que levou ao surgimento deste volume um dos autores afirmou que este resultava da necessidade de desmascarar o que justamente qualificou de «mega fraude». Com efeito para quem gosta de Historia bastava verificar o enunciado do título 1421: o ano em que a China descobriu o mundo para verificar que estávamos perante uma burla que de forma fantasiosa e perversa se tentava provar uma tese absurda. Quando tivemos a notícia da edição inglesa do livro, fruto de um acto de mercantilismo agressivo e malicioso que de história nada tinha, ficámos com a esperança de que a obra não chegaria a ser traduzida para português. Infelizmente tal não aconteceu e não nos furtámos a um lamento perante mais um malefício contra a história que por vezes é atingida por tais pragas, contribuindo para o acumular de lixo que afecta a já de si tão debilitada história como um dos pilares da nossa cultura. Com efeito o público menos conhecedor do passado pode ser confundido com asneiras do calibre das que se encontram neste livro, as quais se vêm juntar no nosso mercado livreiro aos igualmente 1 Este volume foi traduzido por Maria Eduarda Colares com revisão técnica de Paulo Jorge de Sousa Pinto e publicado em Lisboa pela Dom Quixote em 2004 tendo o impressionante número de 446 páginas. 2 Lisboa, Academia de Marinha, 2006, 132 páginas.

2 tristes volumes que sucessivamente vêm teimando na incongruente demonstração de que Cristóvão Colombo é português. Bastariam as considerações absurdas sobre o descobrimento dos Açores pelos chineses ou a consideração de que os portugueses aprenderam com os chineses a forma de fazerem os seus descobrimentos para desmistificar este livro, sem que nos tenhamos de deter na delirante imaginação de avançar para os alegados descobrimentos da Antárctica e Austrália por Hong Bao, ou as viagens de Zhou Man à América ou ainda as de Zhou Wen ao Atlântico e o Pólo Norte, além da circum-navegação do mundo em , um século antes da que foi realizada por homens da armada de Fernão de Magalhães. Tais ideias não têm obviamente a aceitação dos historiadores e por isso não lhes mereceram qualquer atenção. Há, no entanto, um problema que temos de reconhecer existir: o que é relativo à circunstância de muitas pessoas não dominarem minimamente conhecimentos de história que as alertem para os perigos de infractores que ousam explorar a ignorância e a ingenuidade do público que anseia por novidades mais ou menos escandalosas, nem que sejam da mais transparente falsidade. Ainda assim os historiadores, ocupados que estão com as suas pesquisas e não se podendo preocupar com fantasias extravagantes destinadas a explorar comercialmente os leitores, têm de reconhecer o mérito daqueles que perdem tempo a desmascarar os autores de crimes contra a cultura e devem contribuir de alguma forma para a divulgação adequada e legível das informações e interpretações históricas correctas que importa divulgar de uma forma generalizada e instrutiva. Esta atitude já foi adoptada nomeadamente por personalidades que desmascararam as falsidades dos defensores de um fantasioso Colombo português e dos que atrás citámos, provando não apenas que os chineses não descobriram o mundo em 1421, como não o queriam nem o podiam fazer por muitas razões. Nas primeiras décadas do século XV os chineses navegaram de forma notável pelo oceano Índico sob a direcção do justamente famoso almirante Zheng He (falecido em 1433), quando precisamente os portugueses estavam a iniciar o processo dos seus descobrimentos que lhes permitiram ocupar nessa altura a Madeira e os Açores e ultrapassar em 1434 o cabo Bojador, abrindo assim o mundo à Europa. Algumas das afirmações suscitadas sobre aspectos relativos à história da cartografia registadas no livro de Gavin Menzies levaram a que nos solicitassem esclarecimentos, pedido a que com todo o prazer respondemos com um delinear sintético de observações sobre aspectos que considerámos mais relevantes nas relações

3 entre a cartografia portuguesa e as cartografias mediterrânica e oriental desde os meados do século XV até aos começos do século XVI. A cartografia portuguesa tem o seu início no tempo do infante D. Henrique e radica numa arte de desenhar mapas com origem mediterrânica, não havendo razões para duvidar da afirmação formulada em 1505 por Duarte Pacheco Pereira 3, seguida depois por João de Barros 4, segundo a qual os primeiros cartógrafos portugueses aprenderam a técnica de fazer cartas de marear com um mestre Jacome mandado vir de Maiorca pelo referido infante, que para o efeito o aliciou com um bom pagamento. Não se conseguiu ainda determinar quem era esse mestre Jacome que veio para Portugal mas é possível admitir que foi na conjuntura de cerca de 1441 que ele começou a ensinar a fazer cartas de marear aos portugueses devido à necessidade que estes sentiram em actualizar os mapas conhecidos à medida que iam avançando na exploração do Atlântico, completando assim os registos cartográficos que podiam adquirir no Mediterrâneo. Em algumas cartas que se faziam na Itália, na Catalunha ou em Maiorca desde o século XIV já se assinalavam ilhas atlânticas, algumas das quais estavam bem localizadas, como as que pertenciam aos arquipélagos das Canárias e da Madeira, havendo outras que poderiam querer representar, ainda que de forma incorrecta, os Açores, cuja localização exacta só viria a ser alcançada em Este facto foi referido na carta de 1439 do maiorquino Gabriel Valseca (ver fig. 3). Esta antecede de perto o início da cartografia portuguesa, cujos primeiros exemplares podemos supor serem idênticos a esta carta, considerando que este cartógrafo pertencia à escola catalãmaiorquina, na qual se baseou a escola portuguesa. Na cartografia mediterrânica dos séculos XIV e XV registaram-se ainda ilhas imaginárias, sendo a Antília aquela que se viria a assinalar de forma mais destacada, pois sobre ela havia várias lendas 5. 3 Esmeraldo de situ orbis, livro 1º, cap. 33 (na edição preparada por Joaquim Barradas de Carvalho, Esmeraldo de situ orbis de Duarte Pacheco Pereira ( edition critique et commenteé ), Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1991, p Asia de Joam de Barros, década I, livro 1º, cap. XVI cf. a edição de Lisboa, Imprensa Nacional-C asa da Moeda, 1988, fac-similada da quarta edição, revista e prefaciada por António Baião, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932 ), p Charles Verliden, «Quand commença la cartographie portugaise?», Revista da Universidade de Coimbra, 27, Coimbra, 1979, p

4 Como exemplo da cartografia mediterrânica que se fazia na fase inicial do reconhecimento do Atlântico pelos portugueses, durante a qual se procediam aos contactos iniciais com as ilhas de Porto Santo e da Madeira tendo em vista o seu povoamento, temos uma carta náutica veneziana feita em 1424 que Armando Cortesão atribuiu a Zuane Pizzigano, a qual pertenceu actualmente à colecção James Bell Ford da Universidade de Minnesota (ver fig. 1) 6. Nesta carta apresenta-se um conjunto de ilhas fantasiosas, de acordo com a prática comum na cartografia mediterrânica da época, mas é de destacar que segundo aquele autor é aqui que pela primeira vez a uma delas é atribuído o nome de Antilia, o qual foi depois registado em outros mapas quatrocentistas. As razões que levaram a estas representações são muito controversas e alguns autores, entre os quais o que mencionámos, admitiram a possibilidade de que tais ilhas representariam territórios americanos. Tal hipótese afigura-se-nos de grande fragilidade, pois não está fundamentada em registos de qualquer viagem que até essa data tenha sido feita para águas tão longínquas como as que marginam terras orientais da América, além de que em 1424 os portugueses e outros europeus limitavam-se a começar a navegar regularmente até às Canárias e à Madeira, tendo sido apenas em 1427 que se passou a conhecer com rigor a localização dos Açores. Se chegou a haver em épocas recuadas alguma viagem a terras americanas que está na origem de lendas e da representação de ilhas fantasiosamente assinaladas no Atlântico em mapas a memória de tal evento já se esvanecera. As lendas medievais sobre a existência de ilhas atlânticas chegaram a suscitar projectos de exploração de portugueses e outros europeus que se lhes associaram no sentido de descobrir tais ilhas, mas todas as intenções de as descobrir vieram a frustrarse, até que Cristóvão Colombo em 1492 conseguiu descobrir uma ilha de um 6 Armando Cortesão, «The North Atlantic nautical chart of 1424», Imago mundi, X, Leiden, 1953, p. 1-13; idem, The nautical chart of 1424 and the early discovery and cartographical representation of America: a study on the history of early navigation and cartography / by Armando Cortesão, with a foreword by Prof. Dr. Maximino Correia, Coimbra, Universidade de Coimbra, Esta obra foi traduzida para português sem a reprodução de algumas imagens no terceiro volume deste autor intitulado Esparsos, Coimbra, Acta universitatis Conimbrigensis, 19775, p. VII-211, tendo ainda publicado o estudo «Pizzigano's chart of 1424», Revista da Universidade de Coimbra, XXIV, Coimbra, 1971, p ; Tomás Oscar Marcondes de Sousa, «A carta náutica de 1424 da Biblioteca da Universidade de Minnesota e o suposto descobrimento pré-colombiano da América», Revista de História, X (n.º 26), São Paulo, 1956, p

5 arquipélago que ficaria conhecido por Antilhas, dando finalmente corpo à mítica Antilia. No Portugal quatrocentista também circularam lendas sobre Antilia, a qual era vulgarmente denominada por ilha das Sete Cidades, tendo suscitado o interesse na busca e doação por autoridades portuguesas de «ilhas perdidas» no Atlântico. Havia então uma vaga convicção que tais ilhas existiam, ainda que faltasse a devida prova, ao contrário das ilhas atlânticas que os portugueses mais tarde ou mais cedo registaram de alguma forma e ocuparam antes de Com efeito depois de pesquisas oceânicas levadas a cabo por Diogo de Teive em 1452 para lá dos Açores e de dois documentos com doações de ilhas de 1462, um dos quais refere expressamente a mapas com ilhas míticas, conhecem-se no reinado de D. Afonso V cartas reveladoras do interesse por encontrar ilhas atlânticas no período de 1473 a Com efeito assinam-se então as promessas de doação de ilhas a descobrir feitas em 1473 respectivamente aos filhos de D. Beatriz (12 de Janeiro), a Rui Gonçalves da Câmara (21 de Junho) e a Fernão Teles (1474 e 1475). Este último era um nobre importante da corte de D. Afonso V que recebeu uma doação de ilhas que descobrisse para Ocidente em 28 de Janeiro de 1474, a qual lhe foi confirmada no ano seguinte, quando lhe foi passado um novo documento em que se registou um importante esclarecimento relativamente ao teor da doação anterior, o qual está datado de 25 de Novembro de 1475 e cujo original ainda se conserva 7. A doação a Fernão Teles em 1474 poderá ter resultado do desinteresse de Rui Gonçalves da Câmara pelas ilhas a descobrir, pois este último terá considerado que era preferível comprar a capitania da ilha de São Miguel em 10 de Março de 1474, preferindo assim não aplicar o seu dinheiro em pesquisas visando encontrar ilhas que não podia ter a certeza de encontrar. Terá sido face ao seu desinteresse que o rei autorizou Fernão Teles a realizar buscas tendo em vista a localização de ilhas a descobrir, doando-lhe por isso «quaisquer ilhas que ele achar ou aquele a que as ele mandar buscar novamente e escolher pêra as haver de mandar povoar, não sendo porém tais ilhas nas partes de Guiné», como se refere no citado documento de Os termos 7 Neste ponto verifica-se uma interessante variante entre o texto da carta original que seguimos e o da cópia que se encontra no Livro das Ilhas, fl. 5, 2ª col. que tem sido reproduzido (cf. Descobrimentos portugueses: documentos para a sua história, edição de João Martins da Silva Marques, volume III, Lisboa, Instituto de Alta Cultura, 1971, p ). O carta original encontra-se na BNL, Ms. 141 n.º 91.

6 da doação são vagos e apontam para referências a ilhas e não apenas a uma ilha, podendo-se apenas deduzir que se pensavam estar «nas partes do mar oceano» e que não poderiam ser procuradas no Atlântico Sul. É de considerar o empenho em procurar ilhas mais para Ocidente ou Norte dos Açores manifestado por Fernão Teles quando acabara de adquirir as ilhas açorianas mais ocidentais até então descobertas e permaneciam por povoar. As informações que esta personalidade possuía deveriam ser semelhantes às que tanto entusiasmaram Cristóvão Colombo e outros que em Espanha ouviram Pero Vazquez de la Frontera falar da sua convicção de haver terras a Ocidente, depois de este último ter viajado no Atlântico com Diogo de Teive que em 1452 descobriu as ilhas das Flores e do Corvo. No aditamento ao contrato de 1475 D. Afonso V precisava-se que este documento havia sido passado «porque em a dita carta não declara senão de ilhas despovoadas e que o dito Fernão Teles per si ou per outrem mande povoar e poderia ser que em ele as assim mandando buscar seus navios ou gente achariam as Sete Cidades ou algumas outras ilhas povoadas, que ao presente não são navegadas, nem achadas, nem trautadas per meus naturais», se poderia pensar que tais ilhas ficariam excluídas da concessão, pelo que o rei tranquilizou Fernão Teles assegurando-lhe que sempre fora sua intenção de, no caso de se encontrarem tais ilhas povoadas, elas entrariam no âmbito da concessão prometida. O teor dubitativo do texto: «e poderia ser», bem como a sua colocação no condicional: «de quaisquer ilhas que achar», levam-nos a afastar a hipótese de que Fernão Teles tivesse descoberto entre a concessão inicial e o aditamento alguma ilha habitada interpretada como sendo a ilha das Sete Cidades. Quanto a nós o facto mais importante a realçar nesta adenda de 1475 resulta de esta ter sido motivada para se mencionar a possibilidade da ilha a encontrar ser a ilha das Sete Cidades e de ela ser povoada, sendo ainda de salientar que é neste documento que pela primeira vez é explicitamente mencionado em Portugal o nome de ilha das Sete Cidades. É ainda de salientar que a adenda é pouco posterior à menção da Antília feita na carta de 25 de Junho de 1474 enviada por Toscanelli ao cónego Fernão Martins, na qual se refere a «insula Antilia uobis nota» e que nas versões que dela se fizeram no século XVI por Fernando Colombo e Bartolomeu de Las Casas se acrescentou o esclarecimento de que aquela ilha era chamada pelos portugueses (note-se o acréscimo desta precisão) de ilha das Sete Cidades.

7 A proximidade das datas entre a carta de Toscanelli (25 de Junho de 1474) e a primeira doação (28 de Janeiro de 1474) a Fernão Teles, e a adenda que lhe foi feita (25 de Março de 1475), leva-nos a admitir a hipótese de que possa haver uma relação entre estes dados. Na adenda de 1475 é realçada a interdição de «que as ditas ilhas não sejam nos mares cercanos à Guiné, que já ao dito meu filho tenho dado», referência que não aparecera na doação de 28 de Janeiro de 1474 pois resultava do facto de tal doação ainda então não ter ocorrido. Com efeito a zona da Guiné foi interdita aos descobrimentos privados e passou a ser da exclusiva responsabilidade do príncipe D. João desde que este fizera dezanove anos em Maio de A carta de 25 de Junho de 1474 enviada por Paulo Toscanelli constitui uma resposta às interrogações portuguesas sobre qual o melhor caminho para chegar à Índia e sobre as ilhas que se encontrariam a Ocidente. Este documento era acompanhada de um mapa, entretanto perdido, no qual a referida Antilia estava assinalada, admitindo-se que se situaria no caminho para a ilha de Cipango, tendo-se calculado que a distância entre Lisboa e Quisai, uma das grandes cidades da China, seria de cerca 5194,3 milhas e que «da ilha de Antilia, que vós conheceis, até à nobilíssima ilha de Cipango são dez espaços» (Sed ad insula Antilia, vobis nota, ad insulam nobilissimam Cipango sunt decem spacia), que corresponderia a 2500 milhas italianas. Como atrás vimos a Antilia ou outra das que vinham assinaladas nos mapas foi por várias vezes procurada pelos portugueses mas nunca pôde ser identificada. O depoimento de Toscanelli é particularmente relevante para compreender o contexto dos debates sobre qual das vias, a oriental ou a ocidental, seria melhor para ir à Índia, os quais foram registados em 1505 no Esmeraldo de situ orbis por Duarte Pacheco Pereira que nasceu cerca de 1460: Muitas opiniões houve nestes reinos de Portugal, nos tempos passados, entre alguns letrados, acerca do descobrimento das Etiópias de Guiné e das Índias; porque uns diziam que não curassem de descobrir ao longo da costa do mar, e que melhor seria irem pelo pego, atravessando o golfão, até topar em alguma terra da Índia ou vizinha dela, e por esta via se encurtaria o caminho; outros disseram que melhor seria descobrirem ao longo da terra, sabendo pouco e pouco o que nela ia, e assim suas rotas e conhecerias, e cada província de que

8 gente era, para verdadeiramente saberem o lugar em que estavam, por onde podiam ser certos da terra que iam buscar, porque de outra guisa não podiam saber a região em que estavam, e a mim me parece que a segunda opinião foi mais certa, e assim se fez 8. Quando em 1474 a carta de Toscanelli sobre esta problemática foi escrita tinham passado pouco mais de vinte anos sobre a redacção de uma outra carta, datada de 7 de Junho de 1454, na qual D. Afonso V concedia uma importante doação de privilégios ultramarinos ao infante D. Henrique, nela se referindo as Índias como um objectivo que este último pretendia alcançar. Esse diploma é da maior relevância para o conhecimento dos propósitos que já então eram visados pelo iniciador (ou «inventor», como dizia D. João II) dos Descobrimentos portugueses, pois nele se explica que a referida concessão era feita tendo em conta: os muitos e estremados serviços que recebemos do mui ilustre infante D. Henrique (...), de cuja singular virtude e grandeza de coração procede de conquistar, não porém sem grandes trabalhos e despesas e perigos e espargimento de sangue de sua gente, as partes marinhas e terras de Gazula, Guinee e Nilo (e) Etihopia, vizinhas daquele oceano mar que, da primeira memória dos passados séculos até a presente idade nossa, nunca foi navegado nem sabido dos mortais, ele com ajuda e especial graça do todo poderoso Deus, per seus navios e muitas vezes per desvairados tempos com suas gentes àquelas partes enviadas, todos aqueles mares, costas, praias e angras e portos, ilhas, rios e abras navegando descobriu até acerca das Yndias bem b/c (500) léguas, além do que per algum dos viventes nunca foi navegado nem sabido ( ) 9. 8 Esmeraldo de situ Orbis de Duarte Pacheco Pereira (3.º livro, cap. 4), edição de Joaquim Barradas de Carvalho, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1991, p Arquivo Distrital do Funchal, Documentos avulsos, caixa 1, doc. 54 publicado em Documentação henriquina, introdução e organização de José Manuel Garcia, Maia, Castoliva Editora, 1995, p No primeiro estudo sobre este importante documento, descoberto e apresentado por Alberto Iria em «Novas cartas régias afonsinas acerca dos descobrimentos e privilégios do Infante D. Henrique», Studia, 25, Lisboa, Dezembro, 1968, p (com a sua reprodução fotográfica), leu-se «hathe a

9 Este é o primeiro documento oficial português em que se refere explicitamente a palavra Índias, e a expressão que a antecede, «até acerca das», denuncia haver nesse tempo a esperança de que os portugueses se poderiam estar a aproximar de uma das «Índias» que então eram vagamente referenciadas 10. Álvaro Velho na sua relação sobre a primeira viagem de Vasco da Gama à Índia esclareceu em 1498 que as especiarias vinham do Malabar, região situada numa denominada «Índia Alta», a qual era diferente das «Índias Baixas», às quais se refere quando considera que depois de vários transbordos as especiarias chegavam ao Cairo e: «Aqui tornam a carregar outra vez em umas naus que andam em um rio que se chama o Nilo, que vem da terra de Preste João, das Índias Baixas» 11. Estas «Índias» foram assim identificadas com sendo a Etiópia. Sete meses depois de passada a carta de 7 de Junho de 1454, o Papa Nicolau V reconheceu o direito da exclusividade de Portugal às terras descobertas sob a autoridade do infante D. Henrique através da bula Romanus Pontifex, datada de 8 de Janeiro de , na qual se explicita também que o objectivo que este nutria era o de chegar «usque ad indos». mea das yndias», mas António Joaquim Dias Dinis, ao publicá-lo em Monumenta Henricina, volume XII, Coimbra, 1971, p. 2, corrigiu a leitura para «hathe acerca des Yndias», a qual também se pode ler em Portugaliae monumenta africana, volume I, Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses; Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1993, p. 45, com a pequena correcção de ler «das» em vez de «des», que também temos por mais correcta. Sobre esta questão cf. ainda o que escrevemos em A viagem de Vasco da Gama à Índia, , Lisboa, Academia de Marinha, 1999, p Sobre esta questão cf. o que escrevemos em A viagem de Vasco da Gama à Índia, , Lisboa, Academia de Marinha, 1999, p As viagens dos Descobrimentos, edição de José Manuel Garcia, Lisboa, Editorial Presença, 1983, p Torre do Tombo, Lisboa, Bulas, maço 7, nº 29 publicada nomeadamente em Monumenta Henricina, volume XII, Coimbra, 1971, p e com uma versão portuguesa antiga no treslado feito em 10 de Abril de 1488 da bula Aeternis regis clementia de 21 de Junho de 1481 cf. Descobrimentos portugueses: documentos para a sua história, edição de João Martins da Silva Marques, volume III, Lisboa, Instituto de

10 O texto da carta escrita em 25 de Junho de 1474 por Toscanelli constitui um dos elos mais elucidativos sobre os embrionários projectos henriquinos de chegar às «Indias», sendo por isso necessário que atentemos desde logo na afirmação que motiva e introduz a matéria tratada nessa carta: «Cum tecum allias locutus sum de breviori via ad loca aromatum per maritimam navigacionem quam sit ea quam facitis per guineam» que traduzimos: «Falei contigo em outras ocasiões acerca de um caminho mais rápido para chegar aos lugares da especiaria por navegação marítima do que aquele que fazeis pela Guiné». Esta declaração leva-nos à questão de saber quando teriam ocorrido as «outras ocasiões» em que Fernando Martins e Toscanelli falaram «acerca de um caminho mais rápido para chegar aos lugares da especiaria», sublinhando o recurso ao plural para a alusão a que tinham ocorrido vários momentos em que ambos falaram sobre o assunto. Pelo menos uma das mencionadas ocasiões foi referenciada como tendo decorrido em Julho de 1459, quando Toscanelli debateu em Florença com Fernando Martins e outros portugueses de uma embaixada aí enviada para tratar de questões de natureza geográfica, que se deduz respeitarem ao problema da forma de chegar às Índias das especiarias, tendo para o efeito analisado um mapa. Sobre este assunto transcrevemos as considerações sumariadas por Leonardo Rombai nas seguintes indicações: È infatti noto che un «mapamondo grande storiato in tutto venne prestato da Francesco Castellani nel 1459 al Toscanelli, in occasione dell incontro a Firenze del cosmografo fiorentino con gli ambasciatori portughesi (fra i quali il Martins), per discutere di problemi geografici (ASF. Corporazioni religiose soppresse, 90 - Monastero di S. Verdiana, f. 134, c. 4r: Giornaletto del di Francesco Castellani) 13. Alta Cultura, 1971, p Uma tradução moderna em português por Carlos Ascenso André encontra-se em Documentação henriquina, introdução e organização de José Manuel Garcia, Maia, Castoliva Editora, 1995, p «Firenza e gli studi geografici e cartografici nel quattrocento», in La carta perduta. Paolo dal Pozzo Toscanelli e la cartografia delle grandi scoperte, Florença, Alinari, 1992, p. 37.

11 Pouco antes de ter ocorrido o referido encontro de Julho de 1459 Stefano Trevisano levara para Portugal em 24 de Abril de 1459 um mapa-mundo que Fra Mauro concluíra em Veneza e tinha sido encomendado por D. Afonso V talvez em 1456, certamente a pedido do infante D. Henrique, tendo-se a sua dispendiosa e morosa realização feito com grande beleza mas com qualidade aparentemente não muito satisfatória. A sua realização está documentada por pagamentos de 18 de Fevereiro de 1457 a 24 de Abril de 1459, registando-se que nele se despenderam «trinta ducados (e) três quartos» 14. Os fundamentos que levaram a solicitar esse mapa e por ele despender em Veneza uma quantia tão importante residiu no desejo de que nele se registassem da melhor forma possível as terras orientais que os portugueses desconheciam. Com efeito essa cidade era o local mais adequado para obter uma imagem do Oriente e da África Oriental relativamente actualizada, pois era o principal centro europeu das informações que então chegavam à Europa relativamente às «Índias», quer fossem as «Baixas» do Preste João quer a «Alta», de onde vinha as especiarias que enriqueciam os mercadores italianos e eram os bens que Toscanelli mencionou como sendo aqueles que interessavam aos portugueses. Até à conjuntura aqui considerada o Oriente era apenas conhecido em Portugal de acordo com as formas traçadas por Cláudio Ptolomeu e alguns registos da cartografia mediterrânica. Os contactos estabelecidos pelos portugueses com sábios e mercadores italianos nos finais da década de 50 do século XV revela o empenho em alargar e precisar os seus horizontes sobre a nebulosa geografia oriental, certamente por quererem contrapô-la à sua cartografia da costa da Guiné, região que as suas caravelas estavam então a 14 Cf. Trabalhos náuticos dos portugueses nos séculos XVI e XVII por Sousa Viterbo, introdução de José Manuel Garcia, parte I, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1988 (fac-símile da 1ª edição de ), p. 4; Descobrimentos portugueses: documentos para a sua história, edição de João Martins da Silva Marques, volume III, Lisboa, Instituto de Alta Cultura, 1971, p. 20. Sobre o mapa de Fra Mauro cf. Armando Cortesão, Cartografia e cartógrafos portugueses dos séculos XV e XVI: contribuição para um estudo completo, volume 1, Lisboa, Seara Nova, p e Cristoforo Colombo e l'apertura degli spazi: mostra storico-cartografica: due mondi a confronto, , volume I, Roma, Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato, 1992, p ,

12 contornar, tendo-se no final da década de 50 aproximado da Serra Leoa e começado a entrar no golfo da Guiné, onde a costa africana seguia para oriente. O mapa de Fra Mauro que veio para Portugal em 1459 poderá corresponder à «enorme e bem feita carta cosmográfica dourada» que tinha «14 palmos de diâmetro» que foi vista por Jerónimo Münzer em 1494 no paço da Alcáçova do castelo de São Jorge em Lisboa 15, o qual talvez tivesse semelhanças com um mapa-múndi que ficou em Veneza e foi concluído em 1460, já depois da morte de Fra Mauro (ver fig. 6) 16. Os mapas portugueses do tempo do Infante D. Henrique não chegaram até nós mas alguns dos dados que neles se registavam foram incorporados na cartografia de autores estrangeiros e por isso podemos ter aí informações que se perderam em fontes nacionais. Um bom exemplo desta realidade encontra-se no mapa traçado por André Bianco em 1448 depois de ter passado por Portugal (ver fig. 4) 17. De assinalar que este mesmo cartógrafo foi um dos colaboradores de Fra Mauro. A Antília e ilhas vizinhas registadas na carta atribuível a Zuane Pizzagano de 1424 (ver fig. 1) foi traçada em outros mapas de autores mediterrânicos do século XV, de que podemos assinalar a título de exemplo o que foi feito cerca de 1463 por Graciozo de Benincasa (ver fig. 2). Tais mapas eram conhecidos em Portugal no tempo do infante D. Henrique, ainda que essas ilhas não estejam representadas na cartografia portuguesa. O Oriente foi atingido por Vasco da Gama em 1498 e desde então as terras e ilhas do Índico começaram a ser cartografadas à maneira portuguesa, sendo a primeira representação cartográfica destas terras que se conhece aquela que data de 1502 e está registada no justamente famoso planisfério anónimo português que se encontra na Biblioteca Estense de Modena e é conhecido vulgarmente por «mapa de Cantino» (ver 15 Basílio de Vasconcelos, «Itinerário» do Dr. Jerónimo Münzer (excertos), Coimbra, Imprensa da Universidade, 1932, p Cristoforo Colombo e l'apertura degli spazi: mostra storico-cartografica: due mondi a confronto, , volume I, Roma, Istituto Poligrafico e Zecca dello Stato, 1992, p , 17 Sobre as origens da cartografia portuguesa o trabalho mais completo encontra-se nos dois volumes da História da Cartografia Portuguesa, por Armando Cortesão, Coimbra, Junta de Investigações do Ultramar, Do mesmo autor veja-se ainda Cartografia portuguesa antiga, Lisboa, 1960, Comissão Executiva das Comemorações do Quinto Centenário da Morte do Infante D. Henrique, 1960.

13 fig. 6) 18. Esta obra foi executada clandestinamente logo a seguir às grandes viagens dos Descobrimentos realizadas entre as últimas décadas do século XV e o início do século XVI nele se destacando, além da primeira representação do Brasil, os contornos da África, traçados com uma correcção que até então nunca havia sido alcançada, e a Índia, com uma forma bastante correcta. Quanto às restantes terras asiáticas que ainda não tinham sido visitadas pelos portugueses elas são registadas com deformações que resultam de se basearem em dados de origem ptolemaica ou fornecidos aos portugueses por informadores muçulmanos que recorriam a medidas locais. Tal como em casos anteriores o aparecimento do «mapa de Cantino» revela que a cartografia portuguesa dos Descobrimentos ia sendo divulgada e copiada na Europa apesar das autoridades portuguesas revelarem a preocupação em manter o secretismo dos traçados dos mapas. Estes eram fornecidos aos encarregados de navegação de cada navio, tendo por base os padrões que se produziam no Armazém de Guiné e das Índias, situado junto da Casa da Índia em Lisboa, e eram o resultado das informações que se iam recolhendo ao longo das múltiplas viagens que os portugueses iam fazendo às mais diversas partes do mundo. A quase totalidade dessas produções desapareceu, quer pelo desgaste provocado pelo uso, quer pela sua progressiva desactualização ou ainda devido a catástrofes diversas. Na grande maioria dos casos só os belos mapas destinados a figuras socialmente mais importantes e feitos como objectos de prestígio é que chegaram até nós, tendo entretanto sido mantidos por personalidades com maior curiosidade em possuir tais tipos de peças, que progressivamente eram consideradas preciosas relíquias de um tempo em que o mundo começava a ser conhecido na sua plenitude. De entre as muito raras peças da cartografia portuguesa que se fizeram nos anos a seguir a 1502 e que chegaram até nós destaca-se o primeiro atlas universal moderno que é conhecido. Esta peça valiosíssima é aquela que se encontra no chamado «Livro de Francisco Rodrigues», assim denominado pelo facto de ter sido concluído em 1515 por um piloto e cartógrafo com este nome. Estamos perante um homem que estava no Oriente em data anterior a 1511 e apresentou nesse seu livro de marinharia textos de um guia náutico, roteiros e o referido atlas com vinte e seis cartas do Mediterrâneo, Atlântico e Oriente, além de sessenta e nove desenhos panorâmicos de ilhas da 18 Armando Cortesão e Avelino Teixeira da Mota, Portugaliae monumenta cartographica, vol. I, Lisboa, 1960, p.7-13, est. 4.

14 Indonésia, os quais haviam sido por ele traçados originalmente em A obra aqui referida foi levada em data antiga para França e encontra-se na Bibliothèque de la Chambre des Députés em Paris (1248. ED, 19) 19. O atlas aqui em causa foi preparado com cartas concebidas entre 1511 e 1515 cuja análise de alguns detalhes revela importantes elementos para compreensão das relações dos portugueses com a cartografia oriental dessa época. Francisco Rodrigues é uma personalidade que só é conhecida essencialmente pelos elementos contidos no seu livro e pelas referências que lhe foram feitas em duas cartas de Afonso de Albuquerque. São estas que fornecem as informações que se relacionam com a sua actividade, sendo a primeira e mais importante dessas menções a que foi registada numa adenda à carta daquele governador cuja conclusão foi datada em Cochim a 1 de Abril de Devido à importância desta passagem vamos transcrevela de seguida com ortografia actualizada: Nesta primeira via vos vai uma carta grande, em que vos dou rezão de tudo o que fiz desde a partida das naus de Duarte de Lemos e Gonçalo de Sequeira até minha tornada de Malaca a Cochim; foi começada em Malaca e acabada em Cochim, e perdoai-me vossa alteza, se na mesma carta e modo de escrever dela me achardes nestes dous lugares de que a carta faz menção que vos eu escrevo, pelo grande trabalho que é escrever a vossa alteza largamente, quem todo o dia e toda a noute tem que entender em outras cousas. Mando-vos, senhor, também um padrão da ilha de Goa, de Diu e da ilha do Canal de Cambaia, que vos prometem pera a fortaleza e segurança de vossa feitoria. Também vos vai um pedaço de padrão que se tirou duma grande carta dum piloto de Java, a qual tinha o cabo de Boa Esperança, Portugal e a terra do Brasil, o mar Roxo e o mar da Pérsia, as ilhas do Cravo, a navegação dos chins e gores, com suas linhas e caminhos direitos, por onde as naus iam, e o sertão, quais reinos confinavam uns com os outros. Parece-me, senhor, que foi a melhor cousa que eu nunca vi, e vossa alteza houvera de folgar muito de a ver. Tinha os 19 Esta obra foi por nós estudada e reeditada em O livro de Francisco Rodrigues: o primeiro atlas do mundo moderno, Porto, Editora da Universidade do Porto, 2008, 135 p. seguidas de um fac-simile com 250 p. Cf. ainda Armando Cortesão e Avelino Teixeira da Mota, Portugaliae monumenta cartographica, vol. I, Lisboa, 1960, p , est e A suma oriental de Tomé Pires e o livro de Francisco Rodrigues, com leitura e notas de Armando Cortesão, Coimbra, Acta Universitatis Conimbrigensis, 1978.

15 nomes por letra java, e eu trazia um jau que sabia ler e escrever. Mando esse pedaço a vossa alteza, que Francisco Rodrigues emprantou sobre a outra, donde vossa alteza poderá ver verdadeiramente os chins donde vêm e os gores, e as vossas naus o caminho que hão-de fazer pera as ilhas do cravo, e as minas do ouro onde são, e a ilha de Java e de Bandam, de noz moscada e maças, e a terra del-rei de Sião, e assim o cabo da terra da navegação dos Chins, e assim para onde volve, e como dali a diante não navegam. A carta principal se perdeu em Frol de la mar. Com o piloto e com Pêro de Alpoim pratiquei o sentir desta carta, pera lá saberem dar rezão a vossa alteza. Tende este pedaço de padrão por cousa muita certa e muito sabida, porque é a mesma navegação por onde eles vão e vêm. Mingua-lhe o arquipélago das ilhas que se chamam Celate, que jazem entre Java e Malaca 20. Os mapas a que Afonso de Albuquerque alude neste texto perderam-se mas é possível admitir que o seu conteúdo tenha sido expresso em algumas das cartas preparadas por Francisco Rodrigues para o seu livro. Pela alusão de Afonso de Albuquerque a que: «Mando esse pedaço a vossa alteza, que Francisco Rodrigues emprantou sobre a outra, donde vossa alteza poderá ver verdadeiramente ( )» deduz-se que, além do envio da carta do piloto javanês a D. Manuel, a qual se perdeu num naufrágio, foi também enviada uma carta que sobre esse original havia sido feita com adaptações por Francisco Rodrigues. Dessa forma o rei poderia perceber o que nela se queria representar, pois de contrário o mapa oriental não seria entendido em Portugal. Francisco Rodrigues era o principal cartógrafo que acompanhava Afonso de Albuquerque pois este não mencionou mais nenhum outro especialista em cartografia no seu vasto conjunto epistolográfico. Foi devido ao apreço que o governador revelou por Francisco Rodrigues que o encarregou de preparar em 1511 o mapa em que se registavam as informações obtidas a partir da análise da mencionada carta que nesse ano foi encontrada na posse do piloto de Java. O mapa então traçado foi o fruto de um 20 Torre do Tombo, Corpo Cronológico, parte I, maço 11, nº 50, publicada em Cartas de Afonso de Albuquerque, ed. Raimundo António Bulhão Pato, tomo I, Lisboa, Academia Real das Ciências de Lisboa, 1884, p. 66 e a descrição mais rigorosa da passagem aqui em causa por Francisco Maria Esteves Pereira, «Uma carta marítima do século XV e o descobrimento do Brasil», Boletim da Classe de Letras, Academia das Ciências de Lisboa, vol. XIII, fasc. 2, Março-Julho 1919 (Coimbra, 1921), p

16 trabalho de interpretação realizada conjuntamente pelo piloto oriental que o possuía, Francisco Rodrigues, Afonso de Albuquerque e Pêro de Alpoim, sendo este último ouvidor e o capitão da nau Santa Catarina, na qual embarcou António de Abreu como capitão-mor da armada que em Novembro de 1511 partiu à descoberta das Molucas levando Francisco Rodrigues como piloto-mor. O conteúdo da carta do piloto javanês chegou a suscitar especulações sobre a origem das suas informações, face à alusão a que nele estaria registado o Brasil 21, mas a explicação mais razoável para compreender tal indicação encontra-se na possibilidade de o autor dessa carta a ter elaborado com base numa carta portuguesa em que estava assinalado o território descoberto por Pedro Álvares Cabral em Perante tal carta portuguesa, obtida em circunstância desconhecida, um autor oriental acrescentou o seu conteúdo, em que constava nomeadamente o registo de terras como o Brasil, Portugal e o cabo da Boa Esperança, à representação da parte mais oriental da Ásia que possuía. Este tipo de actuação tem paralelo próximo na cartografia oriental da época, de que o exemplo mais conhecido é aquele que se encontra numa famosa carta feita em 1513 pelo turco Piri Reis, na qual este copiou um padrão português a que tivera acesso e no qual constava o traçado do Brasil (ver fig. 7) 22. Em 1515, ao organizar os seus trabalhos cartográficos Francisco Rodrigues começou por reunir um conjunto de treze cartas que constituem um atlas universal actualizado com as últimas informações geográficas que se haviam obtido, acrescentando-lhe à última da hora dez cartas com características diferentes das anteriores pois seguem um padrão oriental. Nestes mapas referenciavam-se áreas do Sudeste Asiático e do Extremo Oriente que em grande parte ainda eram desconhecidas ou muito mal conhecidas dos portugueses, mas cujo interesse estratégico estava então na ordem do dia. Com efeito nos f. 33 a 42 do livro de Francisco Rodrigues encontra-se um conjunto de cartas com características da maior originalidade que são os primeiros esboços que chegaram até nós com os traçados esquemáticos de partes da Ásia mais oriental (ver exemplo na fig. 9). Tais mapas foram elaboradas de acordo com registos cartográficos e informações orais recolhidas em Malaca junto de fontes asiáticas após a conquista desta cidade pelos portugueses em 1511 e no essencial deverão seguir 21 Gabriel Ferrand, «A propos d une carte javanaise du XVe siècle», Journal Asiatique, II, Julho-Agosto de 1918, p e no citado artigo de Francisco Maria Esteves Pereira. 22 Veja-se nomeadamente o estudo de Max Justo Guedes, «O mapa de Piri Reis (1513): um quebra cabeça histórico», Revista marítima brasileira, vol. 114, Rio de Janeiro, 1994, p

17 indicações contidas na carta adaptada daquela que possuía o mencionado piloto de Java e que foi enviado para Portugal por Afonso de Albuquerque. Os mapas do conjunto considerado correspondem por certo a reproduções mais ou menos adaptadas dos que foram desenhados em 1511 de forma um tanto esquemática por Francisco Rodrigues, num esforço de leitura e interpretação de um trabalho cartográfico cuja elaboração lhe era estranha. A interpretação que aqui formulamos é reforçada pelo confronto das indicações contidas nas legendas das cartas deste conjunto com as observações expressas na citada carta de Afonso de Albuquerque de 1 de Abril de As relações referidas podem ser reconhecidas inclusive pela existência de omissões de dados nas cartas como se reconhece na circunstância de uma afirmação de Afonso de Albuquerque, que apesar de tecer os mais rasgados elogios à «grande carta do piloto de Java» que enviou a D. Manuel, pedindo-lhe que tivesse «este pedaço de padrão por cousa muita certa e muito sabida, porque é a mesma navegação por onde eles vão e vêm», não deixa de lhe apontar um defeito, que considerou relevante: «Mingua-lhe o arquipélago das ilhas que se chamam Celate, que jazem entre Java e Malaca». A omissão dessas ilhas Celate, que correspondem actualmente ao arquipélago de Ligga, regista-se precisamente nos mapas que Francisco Rodrigues desenhou neste grupo, mas já estão presentes na carta que este traçou de uma forma portuguesa no f. 30. No sentido das observações que aqui tecemos vai também o facto de na cartografia portuguesa não se representarem ilhas de perfil, como se verifica nas cartas aqui em causa, pelo que também por mais este argumento, além da representação de cidades por um quadrado ou rectângulo, se deduz que no essencial estas cartas seguem um modelo local que poderá ter influência chinesa 23. Ao analisarmos os mapas deste conjunto assinalamos que estes se podem repartir em dois grupos, tendo os cinco primeiros mapas (f. 33 a 37) sido traçados numa sequência em que se visa uma representação de zonas amplas, que vão desde Ceilão às Molucas e que se apresentam numa escala idêntica que ronda os 1: , enquanto o mesmo já não se verifica com o grupo dos restantes cinco mapas (f. 38 a 42), nos quais se pretendeu registar um conjunto de terras longínquas a ilustrar o roteiro com o «Caminho da China», o qual foi acrescentado no verso do f. 37, que se prende com o 23 Armando Cortesão e Avelino Teixeira da Mota, Portugaliae monumenta cartographica, vol. I, Lisboa, 1960, p. 84.

18 interesse que os portugueses mostraram pela China em Nesses esboços representam-se áreas com escalas diferentes e difíceis de determinar, sem que se possam fazer ligações como acontece no grupo anterior). Numa perspectiva global Francisco Rodrigues teria pretendido articular e entroncar, directa ou indirectamente, a série dos dez mapas deste grupo com as restantes treze cartas do atlas universal, pois verifica-se que no f. 33 ele teve a preocupação de apresentar a ilha de Ceilão e as ilhas de Nicobar que registara à maneira portuguesa na carta do f. 29, sem que no entanto tenha procurado uniformizar as indicações contidas nas anteriores cartas dos f. 29 e 30 com as dos f. 33, 34 e 35, que lhe correspondem. Considerando a junção das cartas dos f. 33 a 42 poderemos observar no seu conjunto uma ampla carta do Índico Oriental e do Pacífico Ocidental cujos contornos resultam por certo de uma adaptação do que teria sido o mapa do piloto javanês (ver fig. 8). Para concluir a apresentação destas observações bem podemos reflectir sobre o significado intercultural da cartografia portuguesa antiga que entre os meados do século XV e os inícios do século XVI soube captar influências mediterrânicas e orientais para nos apresentar registos inovadores nos quais tornou possível a compreensão de como era a forma real da maior parte das terras e das ilhas que compõem o nosso mundo.

19 Legendas dos mapas 1. Carta de 1424 atribuível a Zuane Pizzigano. 2. Carta de cerca de 1463 de Graciozo de Benincasa. 3. Carta de 1439 do maiorquino Gabriel Valseca. 4. Carta de 1448 de André Bianco, em parte baseada nas primeiras cartas portuguesas com descobrimentos assinalados até à região do cabo Verde. 5. Mapa mundo de do veneziano Fra Mauro. 6. Planisfério anónimo português de 1502, conhecido por «mapa de Cantino». 7. Parte conservada de um planisfério datado de 1513 do turco Piri Reis, que segue um modelo português. 8. Junção de dez das cartas do livro concluído por Francisco Rodrigues em 1515 (f. 33 a 42), as quais se baseiam numa interpretação de um mapa de um piloto javanês que foi encontrado em Malaca em 1511 e de outras fontes orientais. 9. Folha 37 do livro de Francisco Rodrigues com a representação da parte da Insulíndia situada entre Timor e as Molucas.

20 1. Carta de 1424 atribuível a Zuane Pizzigano

21 2. Carta de cerca de 1463 de Graciozo de Benincasa

22 3. Carta de 1439 do maiorquino Gabriel Valseca.

23 4. Carta de 1448 de André Bianco, em parte baseada nas primeiras cartas portuguesas com descobrimentos assinalados até à região do cabo Verde

24 5. Mapa mundo de do veneziano Fra Mauro.

25 8. Planisfério anónimo português de 1502, conhecido por «mapa de Cantino»

26 7. Parte conservada de um planisfério datado de 1513 do turco Piri Reis, que segue um modelo português.

27 8. Junção de dez das cartas do livro concluído por Francisco Rodrigues em 1515 (f. 33 a 42), as quais se baseiam numa interpretação de um mapa de um piloto javanês que foi encontrado em Malaca em 1511 e de outras fontes orientais.

28 9 Folha 37 do livro de Francisco Rodrigues com a representação da parte da Insulíndia situada entre Timor e as Molucas.

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