Desempenho de sementes de girassol tratadas com inseticidas sob diferentes períodos de armazenamento
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- Ísis da Costa Balsemão
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1 Desempenho de sementes de girassol tratadas com inseticidas sob diferentes períodos de armazenamento Lilian Gomes de Moraes Dan 1, Maria Mirmes Paiva Goulart 2, Hugo de Almeida Dan 1, Alessandro Guerra da Silva 2, Alberto Leão de Lemos Barroso 2, Alessandro de Lucca Braccini 1, June Faria Scherrer Menezes 2 Resumo O armazenamento e a comercialização de sementes tratadas têm se tornado uma operação comumente utilizada por empresas e produtores de sementes. Objetivou-se com essa pesquisa avaliar o desempenho de sementes de girassol tratadas com inseticidas e submetidas a diferentes períodos de armazenamento. O delineamento utilizado foi inteiramente casualisado em esquema fatorial 7 x 3 com quatro repetições, correspondendo a sete tratamentos inseticidas e as sementes submetidas a três períodos de armazenamento (0, 15 e 30 dias). As sementes de girassol foram tratadas com os inseticidas thiodicarb (0,6 kg de i.a. ha -1 ), [imidacloprid + thiodicarb] (0, ,157 kg de i.a. ha -1 ), thiametoxam (0,21 kg de i.a. ha -1 ), acephato (0,35 kg de i.a. ha -1 ), imidacloprido (0,6 kg de i.a. ha -1 ), fipronil (0,025 kg de i.a. ha -1 ) e uma testemunha sem tratamento. Determinou-se a porcentagem de germinação e velocidade de emergência em leito de areia. Por meio do cultivo das plantas em casa de vegetação foram obtidos os níveis de fitotoxidade, altura de planta e massa seca acumulada. Os resultados obtidos permitiram constatar que os inseticidas [imidacloprid + thiodicarb] reduzem a germinação, quando as sementes de girassol são armazenadas por 30 dias. O vigor das sementes de girassol é negativamente afetado conforme se aumenta o período de armazenamento das sementes tratadas com os inseticidas thiodicarb e [imidacloprid + thiodicarb]. Palavras-chave: Helianthus annuus L, germinação, vigor. Performance of sunflower seeds treated with insecticides under different storage periods Abstract The storage and marketing of treated seeds have become an operation commonly used by companies and seed producers. The objective of this research to evaluate the performance of sunflower seeds treated with insecticides and subjected to different periods of storage. The design was completely randomized in a factorial 3 x 7 with four replications, corresponding to seven insecticide treatments and the seeds subjected to three storage periods (0, 15, and 30 days). Sunflower seeds were treated with thiodicarb (0.6 kg i.a. ha -1 ), [imidacloprid + thiodicarb] ( kg i.a. ha -1 ), thiamethoxam (0.21 kg i.a. ha -1 ), acephato (0.35 kg i.a. ha -1 ), imidacloprid (0.6 kg i.a. ha -1 ), fipronil (0.025 kg i.a. ha -1 ) and an untreated control. It was determined the percentage of germination and speed of emergence in sand. Through the cultivation of plants in the greenhouse were obtained levels of phytotoxicity, plant height and dry mass accumulation. The results showed evidence that inseticides [imidacloprid + thiodicarb] reduce germination, when the sunflower seeds are stored for 30 days. The vigor of sunflower seeds is negatively affected as we increase the period of storage of seeds treated with thiodicarb and [imidacloprid + thiodicarb]. Keywords: Helianthus annuus L, germination, vigour. INTRODUÇÃO O girassol (Helianthus annuus L.), originário do sudoeste do México, foi introduzido na Europa no século XVI, como planta cultivada e reintroduzido na América a partir da Europa no século XIX (Camargo & Amabile, 2001). Em 2006, os maiores produtores mundiais de girassol foram a Rússia (16,5%), Argentina (15,32%) e a União Européia (14,81%), com uma produção mundial de, aproximadamente, 26 mil toneladas (AGRIANUAL, 2009). Seu cultivo tem como objetivo principal a extração de óleo com alta concentração de ácidos graxos insaturados, tornando-se apropriado ao consumo humano, animal e, também, para a produção de bicombustíveis. Além disto, o girassol permite a obtenção de grãos para produção de óleo na entressafra, diminuindo a capacidade ociosa das indústrias (Silva et al., 2009). 1 Universidade Estadual de Maringá (UEM/NUPAGRI), Av. Colombo 5790, CEP , Maringá, PR. liliangmdan@yahoo.com.br. 2 Universidade de Rio Verde, Rio Verde, GO, CEP , Rio Verde, GO V. 6, N.1, pág. 30, 2012
2 Como em qualquer outra espécie cultivada, o girassol pode ser influenciado pelo ataque de pragas, sendo os mais importantes na fase inicial da cultura do girassol o percevejo-castanho, lagarta rosca, larvas de vaquinha e besouro-do-capítulo (Camargo & Amabile, 2001). A fim de evitar perdas decorrentes da ação de pragas de solo e parte aérea, que danificam as sementes e as plantas jovens, tem-se como alternativa o uso preventivo de inseticidas no tratamento de sementes (Silva, 1998). Essa prática quando realizada adequadamente, possibilita reduzir o número de aplicações foliares que, muitas vezes, necessitam ser iniciadas logo após a emergência das plântulas (Menten, 1991). Além disso, o tratamento de sementes, associado às demais práticas de manejo, pode contribuir para o incremento na produtividade, reduzir custos, melhorar a qualidade do produto final, reduzir danos ao ambiente e oferecer uma boa proteção às sementes no campo e durante o armazenamento (Smiderle & Cicero, 1998). Os inseticidas usados no tratamento de sementes diferenciam-se dos demais inseticidas pela sua ação sistêmica, baixa pressão de vapor e menor solubilidade em água, sendo solubilizados lentamente, a fim de ser absorvidos pelas raízes, de forma constante, conferindo à planta um adequado período de proteção contra insetos do solo e da parte aérea (Silva, 1998). O tratamento das sementes é considerado como um dos métodos mais eficientes de uso de inseticidas (Gassen, 1996); entretanto, resultados de pesquisas têm evidenciado que alguns produtos, quando aplicados sozinhos ou em combinação com fungicidas, podem, em determinadas situações, ocasionar redução na germinação das sementes e na sobrevivência das plântulas, devido ao efeito de fitointoxicação (Oliveira & Cruz, 1986; Kashypa et al., 1994; Nascimento et al., 1996; Dan et al., 2010). Reduções significativas de vigor foram provocadas pelo Carbofuran em sementes de milho, quando estas foram tratadas e armazenadas durante um período de 30 dias (Bittencourt et al., 2000). Fessel et al. (2003) observaram que as sementes tratadas com os inseticidas deltametrina e pirimiphos-methyl em doses mais elevadas reduziram a longevidade, o vigor e velocidade de emergência das plântulas de milho. Por outro lado Horii & Shetty (2007) relataram que alguns inseticidas podem apresentar além do efeito protetor, determinados efeitos fisiológicos, auxiliando no crescimento inicial e desenvolvimento das plantas. Barbosa et al. (2002), ao estudar o efeito da aplicação dos inseticidas imidacloprid e o thiametoxan no tratamento de sementes de feijão, constataram que os ingredientes ativos proporcionaram melhoria nas características agronômicas da cultura, resultando em aumento de produtividade. Barros et al. (2005) verificaram maior porcentagem de germinação das sementes de feijão nos tratamentos com o inseticida fipronil. Embora algumas empresas produtoras de sementes estejam adotando o processo de tratamento antecipado, onde as sementes tratadas são armazenadas até a comercialização ou até a entrega das sementes ao produtor, são escassas as informações referentes ao efeito do armazenamento de sementes tratadas na sua qualidade. Considerando-se a importância do tratamento de sementes contra o ataque de insetos e do uso de sementes de alta qualidade para a obtenção de uma lavoura de girassol com estande adequado, objetivou-se avaliar o desempenho de sementes de girassol tratadas com inseticidas e submetidas a diferentes períodos de armazenamento. MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram conduzidos nos períodos de setembro a dezembro de 2008, em casa de vegetação e no laboratório de sementes da FESURV- Universidade de Rio Verde, em Rio Verde GO. Em casa de vegetação empregou se um subsolo classificado como LATOSSOLO VERMELHO distroférrico, de textura argilosa, cujas médias das características químicas e físicas do solo foram: ph (H 2 O) 6,8, saturação por bases de 76%, 5,2 cmolc dm -3 de Ca, 1,9 cmolc dm -3 de Mg, 0,20 V. 6, N.1, pág. 31, 2012
3 cmolc dm -3 de K e 3,4 g kg -1 de matéria orgânica. O solo recebeu ainda uma adubação de manutenção de 30 kg por ha -1 de nitrogênio na forma de (sulfato de amônio), 60 kg ha -1 de potássio na forma de cloreto de potássio e 100 kg P 2 O 5 ha -1 na forma de super fosfato triplo. Cada unidade experimental foi constituída de 6 dm 3 de solo em vasos com capacidade de 10 kg. Em todos os experimentos utilizou-se delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições em esquema fatorial 3 x 7 correspondendo a três períodos de armazenamento (0, 15 e 30 dias) submetidos aos tratamentos: thiodicarb (0,6 kg de i.a. /100 kg de semente), [imidacloprid + thiodicarb] (0, ,157 kg i.a. ha -1 ), thiametoxam (0,21 kg i.a./100 kg de sementes), acephato (0,35 kg i.a. ha -1 ), imidacloprido (0,6 kg i.a. ha -1 ), fipronil (0,025 kg i.a. ha -1 ) e uma testemunha não tratada. Por ocasião da aplicação dos tratamentos, no laboratório de sementes, as quantidades de cada produto foram diluídas em água destilada, formando uma calda homogênea, a fim de proporcionar o total recobrimento das sementes, não ultrapassando 0,8 litros de calda para cada 100 kg de sementes. A homogeneização da calda com as sementes foi realizada em sacos plásticos de 2 kg de capacidade. O conjunto foi agitado por 2 minutos a fim de homogeneizar a cobertura, com posterior secagem a sombra. As sementes de girassol cv. Charrua foram tratadas e semeadas nos respectivos períodos propostos (0, 15 e 30 dias após o processo), sendo nos períodos de armazenamento mantidas em ambiente controlado com temperatura de 18 º C e umidade relativa de 50%. Em casa de vegetação, a semeadura foi realizada a 2,5 cm de profundidade, sendo que logo após a emergência, as plântulas foram desbastadas, para que fossem mantidas duas plântulas por unidade experimental. A irrigação foi realizada conforme a necessidade da cultura. Em laboratório, realizou-se avaliação de desempenho das sementes de girassol empregando-se os testes de germinação e de vigor, com quatro subamostras de 50 sementes. O teste padrão de germinação foi conduzido em rolos de papel germitest, previamente umedecido em água destilada, utilizando-se 2,5 vezes a massa do papel seco, mantidos em germinador à temperatura de 25 C. As avaliações foram efetuadas conforme as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 1992) e os resultados expressos em porcentagem de plântulas normais. O teste de velocidade de emergência foi efetuado por meio da semeadura em canteiros de areia esterilizada. As plântulas emergidas foram quantificadas diariamente até a estabilização numérica da emergência, a fim de obter o índice velocidade de emergência (IVE), conforme Maguire (1962). No experimento em casa de vegetação, as sementes foram semeadas em vasos (6 kg de solo) deixando-se uma planta por unidade experimental após 15 dias de emergência. Nestes, foram realizadas avaliações de fitointoxicação aos 7, 15 e 21 dias após a emergência, por meio de notas visuais na escala de 0 a 100 (0 para ausência de sintomas e 100 para morte das plântulas) segundo a escala de ALAM (1974). A coleta dos dados referentes à altura de plantas (medição do colo até a inserção da última folha completamente desenvolvida) e massa seca da parte aérea foi realizada aos 45 dias após a emergência das plântulas. A massa seca foi obtida em estufa de ventilação forçada de ar com temperatura controlada a 65ºC por 72 horas. Os resultados foram submetidos à uma transformação (Arco-Seno da raiz) para seguir os pressupostos necessários para a análise de variância, que foi realizada com o programa estatístico Sisvar, sendo as médias significativas comparadas pelo teste de Scott-knott a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Houve interação significativa para os tratamentos inseticidas e os períodos que as sementes foram submetidas ao armazenamento para a variável germinação. Pelos resultados do teste de germinação (Tabela 1), observa-se que todos os tratamentos inseticidas obtiveram percentuais de germinação semelhantes aos da testemunha, quando semeadas no dia que foi realizado o tratamento V. 6, N.1, pág. 32, 2012
4 das sementes de girassol, indicando que os tratamentos não apresentaram influência sobre essa variável. Tavares et al. (2007) não observaram nenhuma diferença de germinação e de vigor quando utilizaram diferentes doses de thiametoxan no tratamento com sementes de soja. Barros, Yokoyama e Costa (2001) também não observaram redução da germinação em relação à testemunha, quando utilizaram thiametoxan na cultura do feijão. Após o período de armazenamento de 15 dias (Tabela1), o percentual de germinação de todos os tratamentos mantiveram o mesmo padrão encontrado na testemunha não tratada. Observa-se, também, que as sementes de girassol tratadas com os inseticidas não sofreram redução no poder germinativo após armazenadas por 15 dias, com exceção apenas para o tratamento thiametoxam, o qual apresentou redução no percentual de germinação quando comparado ao tratamento não submetido ao armazenamento. Tabela 1. Resultados do teste de germinação em sementes de girassol após a aplicação de tratamentos inseticidas e submetidas a diferentes períodos de armazenamento. Dose % plântulas normais (kg i.a. ha -1 ) 0 dias 15 dias 30 dias thiodicarb 0,6 97,5 aa 96,5 aa 95,5 aa [imidacloprid + thiodicarb] 0, ,157 99,0 aa 97,3 aa 90,3 bb thiamethoxam 0,21 100,0 aa 95,5 ab 94,5 ab acephato 0,35 95,0 aa 98,0 aa 94,5 aa imidacloprido 0,6 99,0 aa 97,5 aa 96,0 aa fipronil 0,025 98,0 aa 97,0 aa 98,5 aa testemunha 0 98,3 aa 98,1 aa 97,0 aa CV% 2,32 Em sementes armazenadas por 30 dias, os maiores níveis de redução na germinação foram observados pelos tratamentos que receberam os inseticidas [imidacloprid + thiodicarb], diferindo significativamente dos demais tratamentos (Tabela 1). Com relação aos períodos de armazenamento, é possível constatar que o percentual de germinação para [imidacloprid + thiodicarb], quando armazenado por 30 dias, foi inferior ao apresentado no armazenamento das sementes por 15 dias. Tonin (2008) observou efeitos semelhantes relacionados a estes, no tratamento de sementes de milho com [imidacloprid + thiodicarb], em períodos de armazenamento superiores há 90 dias. Entretanto, observa-se que os resultados obtidos nos diferentes tratamentos mantiveram os percentuais de germinação aceitos pela legislação brasileira, haja vista que as sementes de girassol do cultivar Charrua utilizada neste experimento eram de ótima qualidade. Observa-se ainda que os percentuais de germinação de todos os tratamentos mantiveram-se elevados, independente do período de armazenamento, estando dentro dos padrões de comercialização de sementes de girassol ( 75%), segundo Brasil (2005). Para a velocidade de emergência (IVE) (Tabela 2) não foram constatadas diferenças significativas entre os tratamentos, quando a semeadura ocorreu no mesmo dia que foi realizado o tratamento de sementes com os inseticidas. Grisi et al. (2009) também não evidenciaram alteração no vigor e na emergência das sementes de girassol tratadas com thiametoxam e fipronil. Já as sementes armazenadas por 15 dias obtiveram menor velocidade de emergência, quando tratadas com [imidacloprid + thiodicarb] e imidacloprido, em relação à testemunha e demais tratamentos. Além disso, o tempo de armazenamento influenciou negativamente o IVE das sementes tratadas com os inseticidas [imidacloprid + thiodicarb] e imidacloprido. A mesma tendência foi mantida para a semeadura realizada aos 30 dias após o tratamento das sementes, onde menores IVE foram obtidos em sementes tratadas com thiodicarb, [imidacloprid + V. 6, N.1, pág. 33, 2012
5 thiodicarb] e imidacloprid (Tabela 2). Bittencourt et al. (2000) observaram efeitos negativos dos inseticidas thiodicarb sobre o vigor de sementes de milho armazenadas por 30 dias. Por outro lado, Smiderle & Cicero (1998) não evidenciaram reduções expressivas do vigor de sementes de milho tratadas e armazenadas por 12 meses com o inseticida chlorpirifos e deltamentrina. Tabela 2. Velocidade de emergência apresentada pelas sementes de girassol em função do tratamento inseticida e do período de armazenamento. Dose Índice de emergência (kg i.a. ha -1 ) 0 dias 15 dias 30 dias thiodicarb 0,6 15,5 aa 14,3 aa 12,5 bb [imidacloprid + thiodicarb] 0, ,157 14,9 aa 13,7 bb 13,5 bb thiamethoxam 0,21 15,4 aa 14,9 aa 14,5 aa acephato 0,35 15,7 aa 15,0 aa 15,0 aa imidacloprido 0,6 15,2 aa 13,5 bb 13,4 bb fipronil 0,025 15,6 aa 14,7 aa 15,6 aa testemunha 0 15,1 aa 14,4 aa 14,5 aa CV% 4,21 Em condições de casa de vegetação observou-se leve clorose aos 7 dias após a emergência das plântulas. Apesar dos sintomas leves, segundo a escala de Alam (1974), foram observados em maior frequência conforme o tempo de armazenamento, não evoluindo para necrose, para os tratamentos thiodicarb, [imidacloprid + thiodicarb], imidacloprid e acephato, quando as sementes foram semeadas no tempo zero (Tabela 3). Ressalta-se, ainda, que o thiametoxam e o fipronil apresentaram os menores níveis de fitotoxicidade, assemelhando-se aos resultados da testemunha não tratada. Os resultados mantiveram-se semelhantes nas sementes armazenadas por 15 dias. Tabela 3. Níveis de fitointoxicação apresentada pela cultura do girassol aos 7 dias após a emergência em função do tratamento com inseticidas e do período de armazenamento. Dose Fitotointoxicação (%) (kg i.a. ha -1 ) 0 dias 15 dias 30 dias thiodicarb 0,6 9,5 aa 12,0 aa 13,7 ba [imidacloprid + thiodicarb] 0, ,157 9,2 ab 12,5 ab 15,0 ba thiamethoxam 0,21 5,0 ba 6,5 ba 8,2 ca acephato 0,35 11,2 ac 16,2 ab 21,2 aa imidacloprido 0,6 9,0 ab 11,7 aa 14,2 ba fipronil 0,025 4,0 bb 5,2 bb 8,7 ca testemunha 0 0,0 ca 0,0 ca 0,0 da CV% 9,84 Aos 30 dias de armazenadas, as sementes tratadas com thiametoxam e fipronil mantiveram os menores percentuais de toxidez, em relação aos demais tratamentos inseticidas. Por outro lado, acephato, imidacloprido, thiodicarb e [imidacloprid + thiodicarb] se apresentaram os mais fitotóxicos para o girassol, apesar de os níveis de fitointoxicação obtidos não ultrapassarem 20%, o que segundo a escala de Alam (1974) podem ser considerados como sintomas leves e reversíveis, fato esse observado no presente ensaio. Apesar de presentes em alguns tratamentos, a clorose não apresentou evolução consistente, V. 6, N.1, pág. 34, 2012
6 diminuindo significativamente aos 14 e 21 dias após a emergência das plântulas, evidenciado a intensa capacidade de recuperação da espécie (dados não apresentados). Para a altura das plantas de girassol, não houve interação significativa para os tratamentos inseticidas e os períodos que as sementes foram submetidas ao armazenamento, indicando que o fato de armazenar ou não as sementes tratadas com os inseticidas não interferiu na altura das plantas de girassol (Tabela 4). Estes resultados indicam ainda que a fitotointoxicação apresentada pelos inseticidas não foi suficiente para influenciar a altura final das plantas de girassol. Tabela 4. Altura das plantas de girassol obtida aos 45 dias após a emergência, em função do tratamento com inseticidas e do período de armazenamento das sementes. Dose Altura em (m) (kg i.a. ha -1 ) 0 dias 15 dias 30 dias thiodicarb 0,6 0,52 aa 0,49 aa 0,44 aa [imidacloprid + thiodicarb] 0, ,157 0,52 aa 0,53 aa 0,49 aa thiamethoxam 0,21 0,52 aa 0,55 aa 0,43 aa acephato 0,35 0,50 aa 0,53 aa 0,46 aa imidacloprido 0,6 0,54 aa 0,53 aa 0,45 aa fipronil 0,025 0,50 aa 0,51 aa 0,43 aa testemunha 0 0,51 aa 0,49 aa 0,46 aa CV% 9,11 Analisando-se os percentuais de redução de biomassa seca em relação aos valores obtidos pela testemunha (Tabela 5), constata-se que os inseticidas, com exceção de thiodicarb, não influenciaram significativamente o acúmulo de biomassa seca das plantas de girassol, quando estas foram tratadas e semeadas no tempo zero, ou seja, no dia do tratamento. Comportamento semelhante foi observado nas sementes armazenadas por 15 dias. Durante esse período o armazenamento das sementes tratadas com thiodicarb e [imidacloprid + thiodicarb] proporcionaram reduções de 27,6 e 11,6% no acúmulo de massa seca, valores esses significativamente inferiores aos obtidos pelos mesmos, quando os tratamentos encontravam-se no tempo zero. Tabela 5. Redução da massa seca acumulada das plantas de girassol em função dos diferentes tratamentos e períodos de armazenamento. Dose Redução em relação a testemunha (%) (kg i.a. ha -1) 0 dias 15 dias 30 dias thiodicarb 0,6 9,4 ab 27,6 aa 32,6 aa [imidacloprid + thiodicarb] 0, ,157 4,1 bb 11,6 ba 13,3 ba thiamethoxam 0,21 5,2 bb 10,4 bb 19,3 ba acephato 0,35 4,7 bb 9,9 bb 17,4 ba imidacloprido 0,6 5,1 ba 3,9 ba 6,9 ca fipronil 0,025 3,6 ba 4,1 ba 4,2 ca testemunha 0 0,0 ba 0,0 ba 0,0 ca CV% 19,3 Aos 30 dias de armazenadas, somente Imidacloprido e fipronil mantiveram os mesmos percentuais de acúmulo de massa seca em relação à testemunha, diferindo dos demais tratamentos. Plantas obtidas por meio das sementes tratadas com estes inseticidas não sofreram reduções V. 6, N.1, pág. 35, 2012
7 significativas com quanto ao acúmulo relativo de massa seca, independente do tempo de armazenamento das sementes. CONCLUSÕES Os inseticidas [imidacloprid + thiodicarb] reduzem o percentual de sementes germinadas, quando estas são armazenadas por um período superior a 30 dias. O vigor das sementes de girassol é negativamente afetado conforme se aumenta o período de armazenamento das sementes tratadas com os inseticidas thiodicarb, [imidacloprid + thiodicarb] e imidacloprid. O thiodicarb proporciona os maiores percentuais de redução no acúmulo de biomassa seca das plantas de girassol. REFERÊNCIAS AGRIANUAL Anuário da Agricultura Brasileira, São Paulo: FNP consultoria e comércio, p. ALAM - ASOCIATION LATINO AMERICANA DE MALEZAS. Recomendaciones sobre unificación de los sistemas de evaluación en ensayos de control de malezas. Alam, Bogotá, v.1, p.35-38, BITTENCOURT, S.R.M.; FERNANDES, M.A.; RIBEIRO, M.C.R.; VIEIRA, R.D. Desempenho de sementes de milho tratadas com inseticidas sistêmicos. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.22, n.2, p.86-93, BARBOSA, F.R.; SIQUEIRA, K.M.M.; SOUZA, E.A.; MOREIRA, W.A.; HAJI, F.N.P.; ALENCAR, J.A. Efeito do controle químico da mosca-branca na incidência do vírus-do-mosaicodourado e na produtividade do feijoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.37, n.1, p , BARROS, R.G.; BARRIGOSSI, J.A.F.; COSTA, J.L.S. Efeito do armazenamento na compatibilidade de fungicidas e inseticidas, associados ou não a um polímero no tratamento de sementes de feijão. Bragantia, v.64, n.3, p , BARROS, R.G.; YOKOYAMA, M.; COSTA, J.L.S. Compatibilidade do inseticida thiamethoxan com fungicidas utilizados no tratamento de sementes de feijoeiro. Pesquisa Agropecuária Tropical, v.31, n.2, p , BRASIL, Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: ANDA/DNDV/CLAV, 1992, 365p. BRASIL. Instrução Normativa n.25, de 16 de dezembro de Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 16 dez CAMARGO, A.J.A.; AMABILE, R.F. Identificação das principais pragas do girassol na região centro-oeste. Comunicado Técnico, 50, Brasília, DAN, L.G.M.; DAN, H.A.; BARROSO, A.L.L.; BRACCINI, A.L. Qualidade fisiológica de sementes de soja tratadas com inseticidas sob efeito do armazenamento. Revista Brasileira de Sementes, v.32, n.2 p , FESSEL, S.A.; MENDONCA, E.A.F.; CARVALHO, R.V. Efeito do tratamento químico sobre a concervação de semente de milho durante o armazenamento. Revista Brasileira de Sementes, v.25, n.1, p.25-28, GASSEN, D.N. Manejo de pragas associadas à cultura do milho, Passo Fundo: Aldeia Norte, p. V. 6, N.1, pág. 36, 2012
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