Direito Administrativo II
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- Maria do Carmo Faria Varejão
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1 1 3. Classificação dos atos administrativos Fernanda Paula Oliveira 2 Algumas espécies de atos com relevo prático atos de eficácia duradoura: os efeitos não se esgotam no momento da sua prática e criam uma relação jurídica que se prolonga no tempo; atos negativos: indeferimento e recusa de apreciação; atos constitutivos de direitos e interesses legalmente protegidos: atos com efeitos favoráveis, para os destinatários ou para terceiros; 3 Fernanda Paula Oliveira As pré-decisões e os atos administrativos intermédios: atos que precedendo o ato principal de um procedimento ou o ato que define a situação jurídica do interessado noutro procedimento decidem, perentória ou vinculativamente sobre a existência de condições ou de requisitos de que depende a prática de tal ato atos administrativos prévios: decidem de forma antecipada uma pretensão mas não têm efeitos permissivos (v.g. a aprovação do projeto de arquitetura) atos administrativos parciais: decisões finais relativas a uma parte do objeto em apreciação e que têm em si mesmo um caráter permissivo, embora circunscrito à parte da decisão final que já foi objecto de apreciação (licença parcial para a construção da estrutura) Fernanda Paula Oliveira 1
2 4 Fernanda Paula Oliveira Os atos provisórios: cujos efeitos dependem de uma futura pronúncia definitiva Os atos precários: sujeitos a revogação ou cujos efeitos dependem de condições resolutivas Promessas administrativas: auto vinculação unilateral à prática de futuros atos 5 Classificação dos actos administrativos 1. Atos que influem sobre um status 2. Atos que provocam situações de desvantagem (ou atos desfavoráveis) 3. Atos que desencadeiam benefícios para terceiros ou atos que provocam situações de vantagem 4. Atos administrativos que operam sobre atos administrativos precedentes: atos administrativos de 2º grau 1. Atos que influem sobre estatutos pessoais (conjunto ordenado de direitos e deveres) 1.1. atos que criam um status (admissões: nomeação de um funcionário, matrícula, admissão de um doente num hospital público) 1.2. atos que modificam um status (promoção ou suspensão de um funcionário ) 1.3. atos que extinguem um status (demissão de um funcionário) 2. Atos que influem sobre um estatutos reais (classificação de um bem, afetação e desafectação) 6 Fernanda Paula Oliveira 2
3 2. Atos que provocam situações de desvantagem (ou atos desfavoráveis Atos ablatórios: que suprimem, comprimem ou retiram direitos Atos impositivos: ordens comandos: impõem obrigações de conteúdo positivo proibições: impõem obrigações de conteúdo negativo indeferimentos : recusa da prática de um ato de conteúdo favorável Atos que provocam situações de vantagem (ou atos favoráveis) Concessões (domínio próprio de atuação da Administração: exercício de poderes próprios da Administração ou a criação, reservada a esta, de situações de especial benefício para os particulares) Autorizações [visam remover um limite imposto por lei ao exercício de uma atividade fora do domínio administrativo da entidade autorizante (próprio da esfera do destinatário da autorização] 9 Concessões: Translativas: transmissão para o concessionário de poderes administrativos já existentes na titularidade da administração concedente, passando a ser exercida por particulares sujeita aos poderes de controlo e fiscalização da concedente (concessão de serviços públicos, concessão de obras públicas) Constitutivos: a entidade administrativa cria ex novo poderes ou direitos de que a Administração não pode ser titular, mas que só ela pode criar em favor de terceiros, implicando, em regra, uma restrição ou compressão dos poderes públicos (concessões de uso privativo de bens do domínio público) Fernanda Paula Oliveira 3
4 10 Outros atos que conferem ou ampliam direitos ou poderes administrativos Delegação de poderes: concessão constitutiva Promessas adjudicação 11 Autorizações Nas relações entre a Administração e os particulares Nas relações entre órgãos administrativos 12 Nas relações entre a Administração e os particulares Dispensas: atos pelos quais a Administração remove (desobriga) um dever especial relativo a uma atividade estritamente proibida ou imposta por lei, dever esse a que não corresponde um direito da Administração (v.g. licença de uso e porte de arma) Autorizações constitutivas de direitos (autorizações-licença): constituem direitos em favor dos particulares em áreas de atuação sujeitas pela lei a proibição relativa Autorizações permissivas: atos pelos quais a Administração vai permitir o exercício, pelos particulares, de atividades correspondentes a um direito pré-existente, condicionado pela lei Fernanda Paula Oliveira 4
5 13 Nas relações entre órgãos administrativos Autorizações constitutivas de legitimação para agir: ato de um órgão administrativo pelo qual se confere a outro órgão a possibilidade de praticar, num caso concreto, um ato para o qual é já competente (função de controlo preventivo). É condição de validade do ato Aprovações: autorizações permissivas que têm por objeto atos cuja eficácia desencadeiam. São condição da eficácia de um ato. Visam desencadear os efeitos de um outro ato administrativo Atos administrativos que operam sobre atos administrativos precedentes: atos administrativos de 2º grau Atos que fazem cessar ou suspender a eficácia de atos anteriores (anulação, revogação, suspensão de actos administrativos) Atos que visam modificar, total ou parcialmente, atos administrativos [revogação parcial, reforma (substituição do conteúdo de um a.a.) retificação (expurgação de erros) e prorrogação (dilação dos limites temporais de vigência de um acto)] Atos que visam consolidar actos administrativos anteriores, quando estes sejam inválidos [convalidação (nova declaração destinada a afastar o vício, v.g. ratificação) e conversão (um novo ato com o conteúdo do anterior)] 15 Classificações de outros atos jurídicos As comunicações: publicações e notificações Os pareceres Fernanda Paula Oliveira 5
6 16 Noção: avaliação feita por um órgão de natureza consultiva de uma determinada situação, fornecendo essa avaliação a um outro órgão para que ele determine o conteúdo de um acto que vai praticar Função: aconselhamento técnico-científico por órgãos com maior experiência na resolução de certos problemas torna mais fácil a fundamentação do ato administrativo permite que a decisão seja mais racional auto-contenção da Administração; enquanto espera o parecer pode ponderar melhor a solução para o caso em relação ao particular o acto torna-se mais convincente Tipos de pareceres Facultativo: a lei não exige a solicitação do parecer, mas a Administração, por sua iniciativa, pede-o Obrigatório: quando o parecer tem de ser solicitado para a tomada de decisão não vinculante: é a regra, porque a função dos pareceres é consultiva (quem decide é o órgão de administração ativa). Só que sendo o parecer obrigatório, mesmo que a Administração não siga o parecer, tem de o fundamentar. vinculante: o conteúdo do ato tem de se adaptar ao conteúdo do parecer. São situações muito próximas dos atos administrativas Pareceres conformes: são vinculativos apenas num sentido O legislador desenha uma situação normal, no sentido de que a Administração deve praticar um ato com um determinado sentido Pode conceber-se que, em casos excepcionais, desde que haja um parecer nesse sentido, o ato seja diferente Havendo parecer no sentido da exceção, a administração pode, ainda assim, praticar um ato com o conteúdo normal Fernanda Paula Oliveira 6
7 19 Obras em zonas de protecção de monumentos: Regra: proibição de construir Excepção: se houver parecer favorável da DGP Parecer desfavorável: não pode ser concedida a licença Parecer favorável: pode conceder a licença pode, ainda assim, indeferi-la Fernanda Paula Oliveira 7
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