Gestão com responsabilidade socioambiental
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- Ian Campelo Henriques
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1 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.1 de 29 João S. Furtado jsfurtado@terra.com.br site em parceria com Teclim Gestão com responsabilidade socioambiental Visão & motivações Gestão & Planejamento Estratégico Socioambiental Integrado São Paulo Março 2003
2 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.2 de 29 Gestão com responsabilidade socioambiental reúne textos de livre acesso e uso, para organizações e pessoas interessadas em Responsabilidade Socioambiental (RSA), do ponto de vista da produção e consumo de bens e serviços sustentáveis. Os temas poderão ser referidos como capítulos, mas são blocos independentes e não numerados, sujeitos revisão, inclusões ou reordenação. Por simples conveniência, mais de um tema poderá ser agrupado no mesmo texto. Temas abordados Visão e motivações & Gestão e planejamento estratégico socioambiental Desenvolvimento Sustentável & comunidade Indicadores de sustentabilidade & de ecoeficiência A empresa e a sociedade Princípios de RSA, Códigos de conduta & Capacitação para RSA Ferramentas e tecnologias socioambientais Temas e ações com RSA
3 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.3 de 29 Somente depois que a última árvore tiver sido derrubada Somente depois que o último rio tiver sido envenenado Somente depois que o último peixe tiver sido capturado Só então você saberá que o dinheiro não pode ser comido 1 KPMG International Survey of Environmental Reporting A globalização da economia eliminou os limites de nacionalidade e contribuiu para que grandes corporações, sem domicílio declarado, encontrassem justificativas para se eximirem da responsabilidade pelos atos de seus dirigentes, especialmente quando fora de seus países de origem. Enfraqueceram, também, os conceitos de Estado ou Nação, como conjunto de poderes de um povo, e de Governo, como autoridade responsável pela gestão dos bens públicos, em conseqüência da apropriação privada do ambiente público. Este texto é destinado às organizações interessadas em aprimorar suas atividades, na construção de bens socioambientais e em prevenir os efeitos socioambientais maléficos, resultantes de impactos para a saúde humana e qualidade dos ecossistemas. Os temas estão direcionados, primariamente, às empresas produtoras de bens e serviços, com fins lucrativos. Mas, a responsabilidade alcança os demais agentes da sociedade humana: organismos públicos; organizações supostamente e verdadeiramente sem fins lucrativos; organizações não governamentais de representação social e empresarial; e cidadãos, enquanto consumidores. O texto foi elaborado a partir de informações coletadas, essencialmente, através da Internet 2, e usadas para preparação de palestras, aulas e treinamento. O assunto foi dividido em blocos, para facilitar o livre acesso, no site Os capítulos estão sujeitos a revisão contínua de forma e conteúdo. Por isso, o leitor deverá ser condescendente em relação a erros e mudanças, exceto pelos equívocos de interpretação a respeito das questões abordadas, pois, estes serão todos meus. João S. Furtado jsfurtado@terra.com.br 1 Tradução livre. 2 O acesso foi feito nos anos 2000 a Alguns endereços (sites) e documentos acessados em 1996 e 1999 não puderam ser recuperados, por terem sido excluídos, pelas organizações mantenedoras. Alguns endereços citados nos documentos também não foram localizados, posteriormente, pelos buscadores (browsers) integrados nos programas de navegação Explorer e Netscape, nem com ou Estes são problemas comuns, no ciclo-de-vida das fontes virtuais.
4 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.4 de 29 1.VISÃO & MOTIVAÇÕES Do ponto de vista estrito, o adjetivo ambiental refere-se ao conjunto de meios (ar, água, solo) e seus elementos (bióticos e abióticos). Neste texto, o termo ambiental no sentido amplo foi substituído por socioambiental, uma vez que, na maioria das situações é difícil separar as conseqüências da poluição e da ineficiência na extração e uso de recursos naturais de questões como: qualidade do meio, saúde, equidade, pobreza, acesso a água tratada, habitação, emprego, educação, acesso à informação, segurança e proteção contra a violência, direito à previdência, à participação e decisão e à liberdade de escolha. As expressões ambiente e meio-ambiente 3 estão cada vez mais presentes no vocabulário do dia-a-dia de governos, empresas e organizações sem fins lucrativos e, em geral, do cidadão. Entretanto, as pessoas e organizações têm sentimentos divididos a respeito das questões socioambientais, em função dos interesses pessoais envolvidos. Por isso, as propostas, postulados e reivindicações socioambientais são considerados: princípios ideológicos a serem respeitados, com base na crença de que representam o direcionador do futuro para a sobrevivência, mais do que a sustentabilidade da espécie humana no Sistema Terra; exageros ou reivindicações de grupos e governantes intransigentes (pejorativamente chamados de ecochatos), que comprometem a competitividade do sistema produtivo privado; ou oportunidades estratégicas que contribuem para redução de custos de produção para as organizações, país, região ou o Planeta, globalmente. A visão política e a atribuição de responsabilidades para execução das atividades socioambientais também são variadas. Para organizações multilaterais e governos de países avançados, a condução das ações socioambientais é destinada para unidades, estruturas ou gabinetes que cuidam de temas estratégicos ou de desenvolvimento econômico. Para outros, meio-ambiente é considerado como questão a ser cuidada pela área social 4. Há, portanto, um longo caminho a ser percorrido, antes que governantes, dirigentes e formadores de opinião estabeleçam o consenso adequado das relações entre as comunidades humanas (Antroposfera), o espaço e os recursos naturais (Ecosfera ou Biosfera). Cedo ou tarde, entretanto, a sociedade humana terá que descobrir novos caminhos e modelos para desenvolvimento com equidade e da própria sobrevivência da espécie. As alternativas que, atualmente, se apresentam como sendo as mais importantes, são: alinhar ou inserir os princípios de Responsabilidade Socioambiental (RSA) e de Desenvolvimento Sustentável (DS) no Planejamento Estratégico e implementar os critérios de Produção Limpa (ou os princípios menos rígidos de Produção Mais Limpa 5 ) como paradigmas para a produção e consumo sustentáveis de bens e serviços. 3 A expressão meio-ambiente é pleonasmo que será, prioritariamente, substituído por ambiente. 4 Ao apresentar os novos dirigentes do Governo do Brasil, para o período , o Jornal Folha de S. Paulo de 1º de janeiro de 2003 incluiu o Ministério do Meio-Ambiente na Área Social. 5 As diferenças são apresentadas no capítulo Ferramentas e tecnologias socioambientais.
5 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.5 de 29 Resíduos, poluição, impactos e conseqüências O modelo econômico prevalente fez com que as relações entre o sistema industrial e o consumo de bens e serviços pela sociedade humana gerassem a emissão e deposição de resíduos (poluição) na crosta terrestre, em conseqüência de: acumulação de resíduos devida à aplicação de trabalho sobre os recursos, representada por mineração e extração de materiais da crosta da terra; liberação de resíduos industriais, por aplicação de trabalho para produção e consumo de bens e serviços; e utilização de capital no consumo de bens e serviços, resultando no descarte de produtos, embalagens e de restos, ao final da vida útil dos produtos. 6 A deposição de resíduos constitui principal foco da crítica de várias organizações sociais e governamentais. A principal razão é que as emissões geraram volumes gigantescos e preocupantes especialmente de materiais tóxicos e perigosos, ao final da década de 80, permitindo previsões sombrias, caso os modelos econômico e industrial não fossem modificados milhões de toneladas de lixo tóxico e perigoso, sendo 98% gerados nos países das OECD, que gastavam US$22 bilhões por ano, para o manejo o número mais real, para as ONG, estava acima de 1 bilhão de toneladas seriam necessários US$185 bilhões para remediar (clean up) áreas degradadas já existentes nos EUA a previsão é de que seriam 3 bilhões de toneladas de lixo industrial perigoso. As questões socioambientais têm implicações socioeconômicas drásticas. Os bens comuns estão mal distribuídos e, por isso, há descontentamentos, agressões e ações mais violentas, como terrorismo. Os erros do modelo econômico do passado não foram suficientes para modificar os paradigmas do presente. 90% da biomassa colhida e mais de 90% dos materiais não-renováveis (abióticos) são perdidos como resíduos, antes de serem entregues como produtos, aos usuários finais 7. Os impactos causados pelo sistema produtor de bens e serviços e o modelo de consumo, da sociedade humana, afetam a qualidade dos ecossistemas, comprometendo a capacidade assimilativa (principalmente de oxigênio). Esta, por sua vez, garante três importantes níveis de integridade ambiental. A integridade ecológica representada pela estrutura e funcionamento das características locais. 6 Jackson, T Clean production strategies. Developing preventive enrionmental management in the industrial economy. Stockholm Environment Institute, 415 pp. 7 Schmidt-Bleek, F. The Factor 10/MIPS-Concept. Bridging ecological, economic, and social dimensions with sustainability indicators. 20 pp. Acesso nov
6 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.6 de 29 A integridade estrutural expressa os organismos que utilizam a energia solar para sua própria alimentação, os que necessitam de alimentos produzidos pelos primeiros e os que se alimentam de restos alimentares dos anteriores. A integridade funcional caracterizada pela cadeia nutricional, dissipação de energia e eficiência ecológica. A carga crítica é outro tipo de dado causado pelos resíduos no ambiente. Os volumes despejados comprometem componentes específicos, com reflexos sobre determinados organismos ou sob determinados efeitos biológicos. É o que acontece, por exemplo, com as emissões de óxidos de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de carbono (CO2) e metano. Responsabilidade socioambiental Até o início dos anos 90, as principais preocupações a respeito das questões (sócio)ambientais aconteciam nos países desenvolvidos e tinham como maiores interessados: (i) o meio acadêmico, do ponto de vista da ecologia; (ii) as Organizações Não- Governamentais, envolvidas em ativismo social e ambiental; e (iii) os organismos governamentais multilaterais, principalmente no âmbito das Nações Unidas, interessados na formulação de políticas globais e nacionais para prevenção de problemas causados pelo aumento da poluição. É importante reconhecer que, para as empresas, predomina o entendimento de que o Valor Líquido Presente (VLP) representa o principal indicador de desempenho econômico e que a obrigatoriedade legal para tratar as questões (sócio)ambientais constitui motivo para despesas e perda de competitividade. A partir da Cúpula da Terra de 1992 (Rio-92), houve aumento notável do interesse para temas como: sustentabilidade do planeta; correlações entre impactos e efeitos maléficos socioambientais, decorrentes do crescimento dos depósitos de resíduos industriais tóxicos e perigosos, comprometendo a saúde e qualidade de vida humana e a qualidade, integridade e funcionamento dos ecossistemas naturais. As razões são atribuídas a fracassos como: i. o modelo econômico centrado no homem, como senhor do universo, que negligencia os efeitos sobre os bens naturais; a produção industrial, baseada no modelo de fim-de-tubo (end-of-pipe), responsável pelo quadro geral de acumulação de resíduos e i a sociedade do desperdício, caracterizada pelo consumo de bens e serviços que privilegiam a obsolescência programada, o descarte embalagens e de restos de produtos ao final da vida útil. Depois da Reunião Rio-92 houve aumento da diversidade e número de partes interessadas em questões relacionadas ao desenvolvimento econômico e nos impactos socioambientais. Programas internacionais e nacionais foram lançados. Cresceu o número de ONGs de interesse social e ambiental. A mídia passou a dar maior atenção ao assunto. As legislações ficaram mais rígidas, o consumidor mais exigente e as empresas assumiram melhores padrões de desempenho social e ambiental, embora não necessariamente socioambiental. Grandes empresas em geral multinacionais ou transnacionais criaram unidades encarregadas de meio-ambiente, ecologia industrial ou de sistema de gestão ambiental. Mas,
7 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.7 de 29 predominou a condição em que as questões sociais e ambientais continuaram a serem tratadas separadamente. Quando mencionadas juntas, há predominância do âmbito social, exceto nas organizações que mantêm Sistema de Gestão Ambiental (SGA) certificado. Neste caso, a questão ambiental resume-se, praticamente, ao SGA. No geral, entretanto, as iniciativas sociais e ambientais não são alinhadas ao plano de negócios, nem, portanto, ao planejamento estratégico. Diante dessa situação, cabe indagar: qual a responsabilidade dos produtores e dos consumidores para a produção e consumo de bens e serviços em bases ecologicamente apropriadas? quais os caminhos e estratégias para a mudança de paradigmas? O tratamento dado a estas questões, neste texto, não é exaustivo, nem completo, mas, serve para ilustrar a pluralidade de conceitos. Em determinadas situações, são destacadas as contradições no entendimento de questões sensíveis, como as relações entre RSA e papel das empresas de negócios, globalização, comércio internacional e códigos de conduta.
8 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.8 de GESTÃO & PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SOCIOAMBIENTAL INTEGRADO Apesar da abordagem dirigida a alguns conceitos gerais, relativos ao planejamento estratégico, não há intenção de apresentar os procedimentos gerenciais para definir e implementar ações administrativas convencionais, nem de planejamento estratégico, mesmo se relacionado ao Sistema de Gestão Ambiental, a exemplo do que já está disponível, comercialmente 8. O propósito é demonstrar que os elementos socioambientais poderão ser inseridos no modelo de Gestão e Planejamento Estratégico da organização e na implementação de Produção Limpa para manufatura de bens e serviços. Para isso, serão usados esquemas e a relação de tópicos, envolvendo princípios, conceitos e ferramentas socioambientais para a gestão de atividades produtivas. A combinação dos elementos socioambientais propostos e o planejamento estratégico tradicional será tarefa do interessado, levando-se em conta as características da organização. Há duas principais vantagens previstas: maiores oportunidades para alinhamento dos princípios socioambientais às ações gerenciais, fazendo com que as organizações produzam bens e serviços com maior padrão de excelência e mudança da cultura do leitor, enquanto cidadão, consumidor, formador de opinião ou, quiçá, agente do sistema produtivo. A leitura dos procedimentos gerenciais apresentados deve levar em consideração os pressupostos a seguir. 1. O binômio socioambiental incorpora: temas sociais (a) usualmente tratados segundo os conceitos de Responsabilidade Social e Responsabilidade Social Corporativa (b) e outras questões não consideradas pelas empresas de negócios, mas que resultam de impactos ambientais causados pelo sistema de produção e consumo de bens, tais como pobreza, favelização, doenças de base ambiental, etc. e questões ambientais, propriamente ditas, representadas por cargas, impactos, danos físicos, químicos ou biológicos sobre os meios ambientais (ou o pleonasmo meio-ambiente), com conseqüências para a saúde humana e qualidade dos ecossistemas naturais. 2. A palavra responsável expressa o compromisso que toda organização deve assumir, a fim de responder pelas conseqüências de seus atos, atividades, processos produtivos, bens e serviços, uma vez introduzidos no meio público. 3. O termo integrado traduz a combinação das dimensões ou aspectos econômicos, sociais e ambientais nas atividades ou negócios de organizações privadas ou públicas, com ou sem fins lucrativos. 8 Andrade, R.O.B. de & col Gestão ambiental. Enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. Makron Books, S.Paulo, 232 pp.
9 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.9 de 29 A lista de eventos, recursos, ferramentas, condições ou situações importantes para a Gestão e Planejamento Estratégico Integrado, incluídos nas seqüências, não esgota as possibilidades apresentadas em outro texto da presente série. Os princípios e critérios mais relevantes exprimem: Responsabilidade Socioambiental (RSA) Desenvolvimento Sustentável (DS) Emissão Zero Fator 10 Demanda Material Total, Intensidade de Material por Unidade de Serviço Sistema de Produto ou Desenvolvimento Integrado de Produto; Desmaterialização e Substituição Produção Limpa (PL), Design para o Ambiente (DpA) ou Ecodesign e Ecoeficiência, entre outras ferramentas ou tecnologias gerenciais. Os exemplos foram montados a partir da combinação de sugestões e propostas apresentadas por diferentes autores 9, que utilizam, com freqüência, modelos e terminologias distintos. Portanto, são seqüências teóricas que incluem o maior número de atividades e ações estratégicas. Por isso, não constituem padrão ou modelo, mas referência geral para ajuste dos interesses e condições em cada organização. É preciso admitir que a inserção de questões socioambientais nas operações da organização resulta em situações complexas, sendo prudente levar em conta importantes limitações. (a) A ecosfera ou seja, o espaço entre a parte rochosa (litosfera) da terra e a atmosfera é um sistema não-linear e complexo. Atualmente, e possivelmente para sempre, será difícil ou impossível conhecer, com certeza, todos os efeitos ambientais das atividades humanas. Devido às condições de incertezas e riscos permanentes, é recomendável adotar o Princípio da Precaução 10. (b) Os relacionamentos entre objetos, meios e objetivos são múltiplos e acontecem em diferentes momentos das ações estratégicas. Portanto, a listagem, na forma como está apresentada, não permite estabelecer, necessariamente, os vínculos imediatos entre os passos. (c) As seqüências poderão ser modificadas tanto em componentes, como nos momentos em que os passos acontecem de acordo com as diferenças de entendimento dos interessados, a respeito dos princípios e conceitos gerenciais, ou conforme o modelo de gestão e planejamento estratégico praticado na organização, tendo em vista os procedimentos, a composição dos blocos de ações gerenciais ou de outras práticas estratégicas adotadas. 9 Foram usadas diversas fontes já mencionadas ao longo do texto e, em especial, os seguintes: (1) Andrade, R.O.B. de & col Gestão ambiental. Enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 232 pp. Makron Books. (2) Robert, K.-H. & col Strategic sustinable development selection, design and synergies of applied tools. Jour. Cleaner Production 10(2002): Elsevier (3). (acesso em out. 2002). Developing performance measures for sustainable development strategies. p (4) Environment Canada. Acessado em out Green government. Zero Emission Zero emission approach. Slide show presented at 4th Annual World Congresso n ZE in Namíbia, Oct. (acesso nov. 2002). (6) Schmidt-Breek & col A Report by the THE FACTOR 10 CLUB, 67 pp. (7) Diversos textos na REAd Revista de Administração, Edição Temática Sistema de Gestão na Empresa. 10 Referência (6) da nota anterior.
10 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.10 de 29 As ações gerenciais de base socioambiental abrangem vários Princípios da Declaração Rio sobre o ambiente e desenvolvimento. São elementos importantes e necessários para a construção da visão integrada e sistêmica destinada a iniciativas como: definição e implementação dos modelos Gestão e Planejamento Estratégicos Integrados elaboração de Plano Estratégico Integrado e de Programas Socioambientais Responsáveis definição de Política Socioambiental Integrada aos negócios ou atividades acompanhamento e medição do desempenho dos indicadores socioambientais implantação do modelo de Produção Limpa para manufatura de bens e serviços produção de Relatórios de Desempenho, inclusive o Balanço Socioambiental Gestão e planejamento estratégico integrados A missão, valores e visão da organização são considerados pilares para o planejamento e sustentação da organização ao longo do tempo 12, para que a política da organização seja praticada. Política princípios de governança, que estabelecem as escolhas, compromissos e bases normativas para o relacionamento entre a direção e a platéia interna e externa (partes interessadas; stakeholders e shareholders), a fim de que a organização alcance os fins desejados. Missão razão de ser ou intenção original do fundador da organização; ou tipo de atividade praticada. Valores direcionadores de conduta pública e operacional; padrão, aspectos, pontos ou posições defendidas. Visão motivação que mantém a organização no caminho de futuro e traduzida pelo que a organização é, deseja ser e em que deverá tornar-se. Estes são temas ou elementos que devem ser formatados e comunicados a todas as partes interessadas internas e externas, independente das diferenças de foco dos colaboradores que se posicionam como programáticos, pragmáticos, organizadores, visionários, entre outras tipologias. No universo das organizações, estratégia está correlacionada a plano, padrão, arcabouço, percepção, posição, perspectiva, podendo ser interpretada e definida de diversas maneiras. O entendimento a seguir foi elaborado a partir de textos acessíveis através da Internet 13. Estratégia maneira de pensar e de agir, padrão de conduta, designação de recursos, posição ou percepção, adotados para a construção de plano ou arcabouço preparatório, antes que ações concretas sejam postas em prática. 11 A relação entre o procedimento estratégico proposto e item da Declaração da Rio-92 está identificada pela citação do número do Princípio, no tópico em que isso se aplica. 12 Adams, D. The Pillars of Planning: Mission, Values, Vision. 4 pp. Acessado jan (1) McNamara, C. Strategic Planning (in nonprofit or for-profit organizations). - (2) Nickols, F Strategy: Definitions and Meaning. -(3) Nichols, F Three forms of strategy. Corporate, competitive and strategy in general. 7 pp. - (4) Jones, J. E. & Bearley, W.L Strategic planning, 2 pp. Acessos em jan. 2003
11 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.11 de 29 Tática forma como os recursos são manejados durante as ações. Planejamento estratégico designação de meios e métodos para alcançar o fim desejado, envolvendo: determinação da direção, caminho ou curso a ser seguido, para que a política de atuação da organização seja praticada, levando-se em conta a missão, valores e visão organizacionais; estabelecimento de forças direcionadoras abrangendo produtos, usuários e beneficiários, necessidades e oportunidades no meio, marketing, tecnologias, capacidade produtiva, recursos naturais, porte e crescimento, returno e lucratividade para que a organização possa alcançar as mudanças e os fins desejados; identificação e distribuição de meios e recursos e definição de como aplicálos; indicação de focos estratégicos, representados pelos fins a serem alcançados, os meios, modos e recursos para obtê-los, a organização dos recursos e meios propriamente ditos, principalmente os disponíveis e a tática para o uso; previsão da triagem estratégica, no setor de atividades e, no caso das organizações com fins lucrativos, a concorrência, com base em ferramentas de análise como FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças); e indicação do direcionamento estratégico para a competitividade, através de diferenciação, foco, objetivos e metas, para que a organização possa competir e se contrapor a movimentos ou acontecimentos, previstos ou já em curso, no ambiente, os quais representam ameaças ou prejuízos para os interesses internos e das demais partes interessadas. O planejamento estratégico estabelece para onde a organização deseja ir e como deverá lá chegar. Para isso, abrange esquemas, medidas e atitudes, previamente concebidos, para que a missão, os objetivos e metas, pré-definidos, possam ser alcançados, dentro de determinado período de tempo e com o uso de recursos pré-estabelecidos, tendo em vista os cenários imaginados. O papel do planejamento estratégico é maximizar o uso de recursos e aprimorar o desempenho, a fim de contribuir para que a organização possa consolidar sua posição e diferenciar-se dos demais participantes ou concorrentes no meio onde atua. Para tanto, requer o estabelecimento de objetivos gerais e específicos, levando em consideração o que alcançar, preservar, evitar e eliminar 14. Nas empresas com fins lucrativos, as ações estratégicas são lineares, verticalizadas, do topo para a base. Refletem o modelo organizacional de acordo com as características do segmento sócio-econômico ou conforme particularidades da organização e têm como foco a lucratividade econômico-financeira, com base em qualidade. Neste caso, as gerências de empresas consideram o VPL Valor Presente Líquido como o principal direcionador dos negócios. Por isso, a RSA é sinônima de filantropia e trabalho voluntário. Em geral, Desenvolvimento Sustentável constitui parte de discurso, sem ações práticas. Para outras organizações, o planejamento estratégico é orgânico, reflexivo, com orientação do geral para o específico. Por isso, a inserção da RSA na estratégia de negócios ou de 14 Nickols, F The Goals Grid. A Tool for Clarifying Goals and Objectives.
12 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.12 de 29 atividades das organizações demanda mudança de foco: de vertical, para transversal e, com freqüência, circular. De desarticulada para sistêmica e integrada. De temporal para permanente, com metas de aprimoramento contínuo e aproveitamento das inter-relações em todas as unidades operacionais e em estreita articulação com todas as partes interessadas (stakeholders) e acionistas (shareholders). O modelo conceitual de planejamento estratégico com RSA requer considerável diversidade de elementos envolvidos, cuja identificação depende de um conjunto de sugestões contidas em propostas de boas práticas gerenciais consideradas essenciais 15. Com freqüência, a implementação de planejamento estratégico é motivo de conflitos internos, do ponto de vista metodológico e, em especial, para ajuste alinhamento da estratégia à missão, valores, visão e objetivos institucionais determinados do topo-para-abase. Questões importantes, relativas a o que alcançar, evitar, preservar ou eliminar são motivos de desgastes. As divergências serão maiores quando o planejamento estratégico for orgânico e incorporar as questões de RSA na política de negócios ou atividades e expressar a governança corporativa responsável (accountability). As diferenças entre pragmáticos e reflexivos serão maximizadas, podendo exigir a contribuição de agentes externos (especialmente de consultores), para solucionar problemas e eliminar dissonâncias. A Gestão e Planejamento Socioambiental Integrados abrangem diversificado número de ações. Portanto, cabe ao interessado ajustar as sugestões ao porte e tipo de organização, natureza das atividades, características dos produtos e impactos causados para a saúde humana e qualidade do ecossistema. O maior desafio para o gestor está em combinar o plano estratégico convencional ao modelo de planejamento e gestão socioambiental integrados. 15 Vários tópicos foram extraídos de Andrade, Rui O. B. & col Gestão ambiental. Enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. Makron 232 pp.
13 Furtado, J.S Gestão com responsabilidade socioambiental. Visão & motivações; Gestão e Planejamento Estratégico socioambiental integrado. Texto de livre acesso e uso, desde que citada a fonte. Sujeito a revisões, inserções e reorganização.versão fev-mar pág.13 de 29 Indicadores de desenvolvimento Papel da organização no modelo Tendência global das questões sócio-ambientais Padrões de excelência Indicadores de RSA Mecanismos para novas idéias Códigos de conduta Marcos de referência 2. Alinhar os princípios de Responsabilidade Sócio-ambiental Indicadores de sustentabilidade de sistemas de vida Indicadores de com petitividade sustentável Fluxos de sustentabilidade Princípios da ecosfera/biosfera 4. Inserir os princípios de Desenvolvimento Sustentável Parcerias estratégicas Mecanismos de engajamento Agentes chave 6. Identificar e engajar as partes interessadas Modo de gerar indicadores de desempenho 8. Area ou campo de atividades ou de negócios da organização Análises gerais Cenários integrados Impactos sócioambientais Variáveis sócioambientais 10. Elaborar o Plano Estratégico Sócioambiental Integrado Fatores críticos para o sucesso sócio-ambiental Inserir Desenvolvimento Sustentável no Planejamento Estratégico Alinhamento de RSA ao Planejamento Estratégico 1. Caracterização macro-econômica Definição do modelo de Gestão e Planejamento Estratégico Sócio-ambiental Integrado 3. Características sócioambientais prevalentes no mercado 5. Identificar e definir o Sistema de Produto 7. benchmarking - para a organização 9. Recursos para a Gestão Sócio-ambiental Responsável 11. Definir a Política Sócio-ambiental Código de conduta na cadeia de negócios Conduta de RSA da concorrência Conduta em ecomarketing Direcionadores para inovação tecnológica Efeitos sobre fontes de materiais Efeitos da manufatura Efeitos da distribuição Efeitos do uso ou consumo Efeitos do descarte Fluxograma da definição do modelo de Gestão e Planejamento Estratégico Socioambiental Integrado (continua) Marcos internacionais e nacionais da concorrência Marcos próprios Elementos constituintes Níveis de comando Missão Visão Grandes temas ou variáveis sócio-ambientais Bens globais ou comuns Objetivos sócioambientais organizacionais Metas estratégicas sócio-ambientais Justificativas Atribuição de responsabilidade Normas ou regras de conduta Orientação, rumos ou direções
14 fev-mar03 pág. 14de 29 Atividades e saídas chave Objetivos estratégicos Partes interessadas e seus interesses Alvos Indicadores de gestão Processos operacionais Bases para ação sistêmica Execução Tecnologia de informação Atribuições Ações Critérios para definir objetivos Respostas e exigências Medidção Atribuições Diretrizes Metas Avaliação e medição 12. Definir Planos e Programas Sócioambientais 14. Implementar o modelo de Gestão com RSA 16. Medir o desempenho sócio-ambiental Execução de atividades 13. Definir o modelo de medição do desempenho sócio-ambiental 15. Implementar a Produção Limpa para bens e serviços 17. Comunicar o desempenho sócioambiental Indicadores Ecotime Proposta de medidas de desempenho Modelo atual de produção Linha de base e recursos para medição Gestão de PL Adequação de medições Atribuições e recuros para impelementação Fluxograma da definição do modelo de Gestão e Planejamento Estratégico Socioambiental Integrado (continuação) Relação de itens e subitens para construção do modelo de Gestão e Planejamento Estratégico Sóciop-ambiental Integrado 1. Caracterização macroeconômica Estabelecer os indicadores de desenvolvimento Definir o papel da organização no modelo econômico Identificar a a tendência global das questões socioambientais 2. Alinhamento dos princípios de RSA na gestão da organização 2.1. Definir os marcos de referência i. Práticas externas de sucesso Marcos para aprimoramento de práticas internas 2.2. Estabelecer o Código de conduta i. Adotar o Código de conduta do setor ou segmento sócio-econômico ou 16 Os demais textos da série Gestão com responsabilidade socioambiental fornecem conceitos ou subsídios para o entendimento dos tópicos ou itens mencionados.
15 fev-mar03 pág. 15de 29 Selecionar os códigos ou os modelos adotados por indexadoras internacionais e nacionais selecionados e relevantes para a organização 2.3. Definir mecanismos para criação de novas idéias ou novas práticas i. Incorporação de práticas e padrões externos Estabelecimento de diretrizes para criação de novas idéias ou novas práticas 2.4. Selecionar os indicadores de RSA 2.5. Identificar os padrões de excelência Liderança Gestão de temas Construção de relacionamentos Estratégia Infra-estrutura Medições 3. Identificação das características socioambientais do mercado 3.1. Descrever a estrutura do mercado: investidores, acionistas (stockholders) e demais interessados (stakeholders) 3.2. Identificar a conduta socioambiental na cadeia de negócios i. Descrever as características socioambientais do segmento Identificar o comportamento socioambiental da concorrência i Listar e caracterizar os órgãos normatizadores oficiais iv. Listar e caracterizar as organizações normatizadoras voluntárias v. Identificar as barreiras tarifárias legais e não-tarifárias vi. Identificar os marcos de referência - benchmarking 3.3. Caracterizar os padrões de desempenho socioambiental de produção pela concorrência i. Melhor tecnologia disponível (fim-de-tubo) P2 Prevenção de Poluição i P+L Produção Mais Limpa iv. PL Produção Limpa v. DpA (Design para o Ambiente ou Ecodesing) e Ecoeficiência vi. outras ferramentas 3.4. Identificar os procedimentos negociais e comerciais i. eco-marketing maquiagem verde (greenwashing) e outras práticas irregulares (whitewashing e bluewashing) 3.5. Identificar estratégias de orientação para inovação tecnológica de base socioambiental i. Processo-produtividade: redução de custos/aumento de lucratividade, demandas públicas/empregados Ação pró-ativa em relação à conformidade: legislação e regulamentação, normas técnicas, códigos de conduta, padrões de excelência, etc. i Ecoeficiência e eco-marketing 4. Inserção dos princípios de Desenvolvimento Sustentável (Rio-92 Princípio 4) na Gestão 4.1. Identificar os princípios gerais da ecosfera/biosfera Ecossistema humano i. Aspectos sociais: Capital Social ou Humano; critérios, valores, princípios, ética, paradigmas Aspectos econômicos Capital Físico Construído e Financeiro: (a) medições monetárias, quantitativas do crescimento econômico e (b)
16 fev-mar03 pág. 16de 29 medida da taxa de eficiência (intensidade de uso em serviços, equidade na distribuição e uso dos estoques), de ordem qualitativa do desenvolvimento econômico i Aspectos ambientais (ecológicos): Capital Natural e Viabilidade Ecológica (Economia de Estado Estável Steady State Economy), considerando (a) disponibilidade dos estoques para a vida atual e a sustentabilidade futura; (b) a maximização dos serviços, com estoques constantes e (c) maximização de saída Ecossistemas naturais i. Princípios ecológicos: aspectos biológicos, físicos, químicos Ciclos biogeoquímicos i Ações humanas 4.2. Identificar os fluxos da Sustentabilidade (Rio-92 Princípio 3) Fluxos litosfera-ecosfera concentração de materiais na crosta i. Intensidade Balanço e equilíbrio i Qualidade final dos depósitos Fluxos sociedade-ecosfera concentração de substâncias produzidas pela sociedade i. Intensidade Balanço e equilíbrio i Degradabilidade iv. Qualidade final dos depósitos Ações humanas físicas Destruição física, manipulação do ambiente e colheitas i. Produtividade Qualidade final dos recursos i Disponibilidade de bens Atendimento a necessidades humanas e fruição de bens perspectivas ambientais e sociais i. Saúde relacionada à poluição Toxicologia e epidemiologia i Interação de substâncias com sistemas biológicos iv. Disponibilidade e distribuição de recursos 4.3. Definir os indicadores de competitividade sustentável (Rio-92 Princípio 8) Eficiência administrativa i. Progresso continuado em Ciência e Tecnologia Fatores de produção e vantagens competitivas i Aprimoramento gerencial continuado Responsabilidade governamental (Rio-92 Princípio 9) i. Infra-estrutura Educação e treinamento i Cooperação Legislação e regulamentação (Rio-92 Princípios 2, 11, 13) Fiscalização e penalização 4.4. Definir os indicadores de sustentabilidade de sistemas de vida (Rio-92 Princípio 1) Estabelecer os atributos para os indicadores i. Condição, Estado ou Pressão Classificação proposta pelo Banco Mundial Classificar ou categorizar os indicadores Alimentação Equidade e discriminação Educação
17 fev-mar03 pág. 17de 29 Emprego Energia Saúde, bem-estar pessoal e comunitário Direitos humanos Renda, sustentabilidade econômica e distribuição de renda Infra-estrutura e serviços públicos Segurança pessoal e comunitária Abrigo/habitação e identidade cultural Participação social (liberdade e conquista de poder) Lazer e uso do tempo Transporte 5. Definição do Sistema de Produto aplicado a processos de produção e de produtos - Identificação de impactos ou efeitos, benéficos e maléficos (Rio-92 Princípios 8, 15, 16 e 17) 5.1. Reconhecer os efeitos sobre a sustentabilidade das fontes de matérias primas i. Transporte Processamento de matéria prima i Embalagem da matéria prima 5.2. Reconhecer os efeitos resultantes da manufatura i. Aquisição Estocagem i Logística de produção iv. Processo de produção v. Embalagem 5.3. Reconhecer os efeitos da distribuição e logística 5.4. Detectar os efeitos da logística de distribuição 5.5. Detectar os efeitos do uso ou consumo 5.6. Reconhecer os efeitos do descarte 6. Identificação e engajamento das Partes interessadas (Rio-92 Princípio 10) 6.1. Identificar os agentes chave 6.2. Estabelecer os mecanismos para engajamento de agentes selecionados Identificar agentes chave e seus perfis de origem i. Ciência e Tecnologia Universidades, Institutos de Pesquisa, Consultoria, Alianças estratégicas, Associações empresariais Grupos sociais Consumidores, ONGs sociais, Comunidade Internacional, Classes excluídas e minoritárias, Desafios e carências i Segmentos comerciais Concorrência, Fornecedores, iv. Distribuidores, Financeiras, Seguradoras, Serviços Área institucional Legislação, Fiscalização, Políticas públicas e Incentivos v. Influências globais Organismos multilaterais, ONGs sociais, ambientais e empresariais, Órgãos governamentais de referência internacional Identificar temas ou questões de interesses comuns Definir prioridades i. Características socioambientais e econômicas da região ou área de influência de interesse Quadro de referência para geração de propostas, atividades, projetos e outras ações no âmbito de interesse da organização Definir critérios e mecanismos para negociação i. Mecanismos de comunicação Objetivos e prioridades i Responsabilidades e credibilidade
18 fev-mar03 pág. 18de 29 iv. Flexibilidade v. Gestão de conflitos vi. Decisões compartilhadas Identificar interesses comuns i. Previsão de diferenças e conflitos Valores e interesses específicos i Valores e interesses comuns iv. Indicadores significativos v. Qualidade dos atributos 6.3. Identificar e estabelecer parcerias estratégicas 7. Identificação de marcos de referência (benchmarking) socioambientais para a organização 7.1. Marcos internacionais e nacionais, gerais e do segmento, especialmente de concorrentes 7.2. Marcos próprios 8. Definição e delimitação da área ou campo de atividades ou de negócios da organização i. Identificar os aspectos econômicos, sociais e ambientais mais relevantes Descrever, de maneira a permitir a geração de indicadores de desempenho 9. Identificação de recursos para Gestão com responsabilidade socioambiental 9.1. Estabelecer os componentes ou elementos constituintes i. Capacitação e treinamento Marketing i Relacionamento e cadeia de negócios/suprimento iv. Partes interessadas v. Finanças e contabilidade vi. Regulamentação e legislação v Pesquisa e desenvolvimento de produtos vi Produção de bens e serviços ix. Infra-estrutura física x. Emergências 9.2. Definir os níveis de comando i. Nível hierárquico superior Localização da unidade de Gestão com responsabilidade socioambiental: Staff, Linha ou Comitê (Holding) 10. Elaboração de Plano Estratégico Socioambiental Integrado Identificar as variáveis que afetam e são afetadas pela organização i. Econômicas Sociais i Ambientais iv. Industriais v. Comerciais vi. Tecnológicas Elaborar análises gerais i. Conjuntural Socioambiental i Capacitação organizacional Construir cenários integrados i. Forecasting e backcasting Mais provável, Pessimista e Otimista Caracterizar os impactos socioambientais i. Caracterização do setor de atividades
19 fev-mar03 pág. 19de 29 i Tipo de organização: industrial, comercial ou de serviços Caracterização do tipo impacto, de acordo com o tipo de setor de atividade: econômico concentrado, semiconcentrado, misto, diferenciado, competitivo, financeiro, especializado, público Introduzir os elementos e fatores para alinhamento da RSA no Plano Estratégico Socioambiental i. Limites da RSA da organização Agentes interessados principais i Competências principais iv. Competências ancoradas socialmente v. Alianças estratégicas vi. Competências para RSA v Inserção de RSA nos processos produtivos e produtos da organização vi Desenho e implementação de atividades socioambientais não integradas em projetos, mas alinhadas ao eixo principal de atividades ou de negócios da empresa Inserir os elementos ou fatores de Desenvolvimento Sustentável no Plano Estratégico Socioambiental Identificação e seleção de investimento estratégico i. Visão de sucesso no futuro Flexibilidade para evitar pontos-cegos (sem retorno) i Boa taxa de retorno iv. Princípio da Precaução Identificação e seleção de princípios sociais i. Diálogo e encorajamento Transparência i Meios para ação política (policy) iv. Impostos e incentivos v. Subsídio vi. Privilégios tradicionais v Normas e padrões vi Acordos internacionais ix. Acordos comerciais multilaterais x. Legislação Identificação do foco do desenvolvimento sustentável (entre outros) i. Equidade Qualidade de vida i Geração e uso de energia (preferivelmente, renovável) iv. Transporte v. Uso da terra vi. Habitação v Comunidades saudáveis ou sustentáveis vi Eco-indústria ix. Biodiversidade Identificação e atividades sustentáveis e não-sustentáveis i. Sustentáveis: conservação, poupança, recuperação, reuso, renovação, reciclagem de recursos, inclusive água e energia, especialmente o uso responsável de recursos renováveis e não-renováveis. Não-sustentáveis: ingresso contínuo de recursos não-renováveis; recursos renováveis em maior velocidade do que a natureza tenha condições de renovar; atividades que causam acumulação continuada na superfície da terra, destruição da biodiversidade e que prejudicam o bem-estar da população.
20 fev-mar03 pág. 20de Identificação e seleção de ferramentas de gestão i. Conceito - Desmaterialização e Substituição Ferramentas conceituais Passo natural Natural Step Pegada ecológica Ecological Footprint Fator 10 Factor 10 ou Factor X Emissão Zero Zeri Emmission Fardo ecológico Ecological Rucksak Desenvolvimento de tecnologia sustentável Sustainable Technology Development i Ferramentas operacionais a. Análise e avaliação Produção Limpa Ecodesign Ecoeficiência Sistema de produto, Cadeia de produto ou Gestão integrada de produto (Life Cycle Management) Avaliação de impacto ambiental Avaliação de risco Auditoria socioambiental Contabilização socioambiental Avaliação do Ciclo-de-Vida b. Ação Sistema de Gestão Ambiental Padrões internacionais Certificação e reconhecimento accreditation Fluxo material total TMF Total material flow c. Comunicação Rotulagem socioambiental Indicadores Relatório de desempenho Definir os fatores críticos para o sucesso socioambiental, com foco em i. perspectivas econômicas, sociais e ambientais treinamento e fixação de competências i comunicação iv. implementação v. controle operacional preventivo, gerencial, estratégico e de apoio ou suporte vi. preparação e atendimento a acidentes e emergências 11. Definição da Política de ação alinhada à RSA, DS e Visão de Produto Definir a Missão Estabelecer a razão de ser específica ou para que serve a organização Inserir o tipo de clientela, usuário ou beneficiário a quem a empresa serve Estabelecer a Visão Estabelecer o foco da missão Inserir a convicção ou aspiração para realizar a missão Identificar as variáveis ou grandes temas socioambientais que afetam ou são afetados pela organização Definir os bens socioambientais comuns ou globais (sustentabilidade) e negócio ou atividade-específicos (ecoeficiência) principais para as atividades ou negócios da organização Estabelecer os objetivos socioambientais organizacionais
21 fev-mar03 pág. 21de 29 i. Objetivo central ou principal Alvo principal ou foco concreto maior a maior a ser atingido Objetivos secundários Alvos intermediários previstos, até o alcance do Objetivo central Definir as metas estratégicas socioambientais mensuráveis, dentro de tempo previsto i. Metas globais Metas atividade-específicas ou negócio-específicas Descrever a orientação, rumos ou linhas a serem seguidos por todos Estabelecer as normas ou regras de conduta e procedimentos para o curso das ações Definir e atribuir as responsabilidades pessoais Apresentar as justificativas 12. Definição de Planos e Programas Socioambientais Responsáveis Descrever as diretrizes Apresentar as definições e instruções para execução das atividades Descrever os objetivos estratégicos i. Atividades principais e resultados esperados i Descrever os critérios para definição de Objetivos Identificar as atividades e saídas chave i. Identificação Aspectos significativos do programa Aspectos significativos para o Desenvolvimento Sustentável Classificação: alta, média e baixa Identificar partes interessadas e respectivos temas i. Identificação Classificação: alta, média e baixa Descrever os alvos a serem alcançados Respostas e exigências de desempenho i. Requisitos necessários e respostas Respostas esperadas e desempenho Estabelecer as metas resultados mensuráveis em tempo previsto i. Marcos de referência (benchmarking) ou linha de base para o melhor processo ou produto Indicadores de resultados esperados de acordo com cronograma prédeterminado 13. Medição de desempenho dos indicadores socioambientais Apresentar a organização ou estruturação dos indicadores por objetivos, metas ou produtos i. Descrição Unidade de medição i Método de medição Propor as medidas potenciais de desempenho i. Modo de gestão do programa Focos: gestão de riscos, recursos, padrões de gestão, práticas operacionais, análise de conteúdo, análise de longo prazo Descrever o tipo de informação e medidas de linha de base i. Linha de base (referencial) para cada medição prevista Nível de recurso ou de esforço exigido para alcançar os objetivos Descrever a adequação de medida de desempenho i. Medidas de avaliação apropriadas para acompanhar o desempenho, quanto ao conteúdo e qualidade de desempenho esperado Critérios de medidas de desempenho: compreensível, relevante, comparável, confiável e prática Estabelecer a responsabilidade e recursos para implementação
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