Seminário de Assuntos Contábeis de Caxias do Sul

Transcrição

1 Seminário de Assuntos Contábeis de Caxias do Sul AS NOVAS REGRAS DA TERCEIRIZAÇÃO TRABALHISTA Caxias do Sul, 18 de maio de 2017

2

3

4 Terceirização Fenômeno recente, com maior dimensão a partir da década de 80; Substituiu a estratégia de verticalização da produção pela a de horizontalização; Originalmente conceituada como o processo de repasse para a realização de complexo de atividades por empresa especializada, sendo que estas atividades poderiam ser desenvolvidas pela própria empresa.

5 Terceirização da Mão-de-Obra Inicialmente totalmente rejeitada pelo Direito do Trabalho. Merchandage : locação de mão-de-obra; prática proibida. Declaração da Filadélfia de 1944: trabalho não é mercadoria.

6 Terceirização no Brasil Decreto-lei 200: terceirização de serviços no âmbito da administração pública. Lei 6.019/1974: trabalho temporário; Lei 7.102/1983: segurança bancária.

7 Terceirização no Brasil Súmula 256 do Tribunal Superior do Trabalho, de 30/09/1986: Salvo nos casos de trabalho temporário e de serviço de vigilância, previstos nas Leis de e 7.102, de , é ilegal a contratação de trabalhadores por empresa interposta, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços.

8 Terceirização no Brasil Decreto-Lei 2300/1986: regulava as licitações e admitia a contratação, por terceirização, dos serviços de demolição, fabricação, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, manutenção, transporte, comunicação ou trabalhos técnicos profissionais. Constituição Federal de 1988: previu, em seu art. 37, XXI, a possibilidade de contratação de serviços por parte da Administração Pública.

9 Terceirização no Brasil Súmula 331 do TST, de outubro de 1993: Mantinha a proibição da contratação de trabalhadores por empresa interposta, salvo no caso de trabalho temporário; Negava a existência de vínculo de emprego com a administração pública, em caso de contratação irregular; Admitia a terceirização nos serviços de vigilância, conservação e limpeza, e nos serviços especializados ligados as atividades-meio do tomador dos serviços, desde que ausente a pessoalidade e a subordinação. Estabelecia a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços.

10 Terceirização no Brasil Projeto de Lei 4.302, de 24/03/1998: Proposto pelo Poder Executivo, alterava a lei do trabalho temporário; Aprovado pela Câmara dos Deputados em 2000 e no Senado, com modificações, em 2002; Ressuscitado em 2017, foi alterado e aprovado em menos de três meses

11 Terceirização no Brasil A Lei aprovada (13.429/2017) alterou quase que completamente a legislação que regulava o trabalho temporário (6.019/74) e admitiu novas hipóteses de terceirização de mão de obra. Além de regular a contratação do trabalho temporário criou a empresa de prestação de serviços a terceiros : Do art. 2º ao art. 4º, trata sobre a empresa de trabalho temporário; Nos art. 4º-A e 4º-B fala sobre a empresa de prestação de serviços; No art. 5º fala sobre trabalho temporário; Nos arts. 5º-A e 5º-B fala da empresa de prestação de serviços; Do art. 6º ao 20 fala da empresa de trabalho temporário.

12 Trabalho Temporário: conceito Art. 2 º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. A nova redação substitui o requisito de acréscimo extraordinário de serviços por demanda complementar de serviços.

13 Trabalho Temporário: Art. 2º, 2º Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal. Art. 9º, 3º. O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora de serviços.

14 Trabalho Temporário: duração do contrato. Art. 10, 1º. O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador, não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não. Art. 10, 2 º. O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou não, além do prazo estabelecido no 1 o deste artigo, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram.

15 Trabalho Temporário: limitações: Art. 10, 5º. O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos 1 o e 2 o deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato anterior. Art. 2º, 1 o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei.

16 Trabalho Temporário: equiparação com os empregados da empresa tomadora Art. 9º, 2 o A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado. Art Ficam assegurados ao trabalhador temporário os seguintes direitos: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional;

17 Empresa de Prestação de Serviços a Terceiros: conceito Art. 4º -A. Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos. Art. 5 o -A. Contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos.

18 Empresa de Prestação de Serviços a Terceiros: subordinação, quarteirização e pejotização. Art. 4º-A, 1º. A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços. Art. 4º, 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu ramo, e a empresa contratante.

19 Empresa de Prestação de Serviços a Terceiros: requisitos Art. 4º -B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a terceiros: I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica ; II - registro na Junta Comercial; III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes parâmetros:

20 a) empresas com até 10 empregados - capital mínimo de R$ ,00; b) empresas com mais de 10 e até 20 empregados - capital mínimo de R$ ,00; c) empresas com mais de 20 e até 50 empregados - capital mínimo de R$ ,00; d) empresas com mais de 50 e até 100 empregados - capital mínimo de R$ ,00; e e) empresas com mais de 100 empregados - capital mínimo de R$ ,00.

21 Empresa de Prestação de Serviços a Terceiros Art. 5º-A, 2º. Os serviços contratados poderão ser executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local, de comum acordo entre as partes Art. 5º, 3º. É responsabilidade da contratante garantir as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente convencionado.

22 Empresa de Prestação de Serviços a Terceiros: equiparação com os empregados da empresa contratante. Art. 5º-A, 4º. A contratante poderá estender ao trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante ou local por ela designado.

23 Empresa de Prestação de Serviços a Terceiros: responsabilidade subsidiária. Art 5º- A, 5º A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei 8.212/91.

24 Penalidades aplicáveis aos contratos irregulares Caracterização do vínculo de emprego com a empresa tomadora ou a empresa contratante. CLT, Art. 9º. Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação Pagamento de multa. Art. 19-A. O descumprimento do disposto nesta Lei sujeita a empresa infratora ao pagamento de multa.

25 Vanius João de Araujo Corte