O exercício físico no controle dos sintomas causados pela deficiência dos. hormônios T3 e T4 da glândula tireóide em mulheres.
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1 1 O exercício físico no controle dos sintomas causados pela deficiência dos hormônios T3 e T4 da glândula tireóide em mulheres. Adriana de Castro Magalhães Gerardi 1 Ana Flávia de Araújo Almeida 2 Marly Aparecida Bini Dória 3 1- Faculdades Integradas Stella Maris de Andradina 2- Bacharel em Educação Física 3- Bacharel em Educação Física Resumo: O hipotireoidismo tem como sua definição a deficiência dos hormônios triiodotironina e tiroxina conhecidos também como T 3 e T 4 resultando na diminuição destes nos níveis circulantes e teciduais do nosso corpo. Buscou-se neste estudo uma comparação de sintomas causados pelo hipotireoidismo não favoráveis a saúde e sintomas de fatores favoráveis a saúde entre mulheres praticantes de exercícios físicos e mulheres não praticantes de exercícios físicos que por conseqüência afeta a qualidade de vida destas mulheres. Esta pesquisa foi realizada com 20 mulheres na faixa etária de 29 a 74 anos que foram diagnosticadas com hipotireoidismo sendo elas 10 praticantes de exercícios físicos e 10 mulheres não praticantes de exercícios físicos, que receberão dois questionários relacionados a comportamentos e qualidade de vida. O estudo mostrou ainda que mulheres praticantes de exercícios físicos convivem com menos sintomas não favoráveis a saúde e mais sintomas de fatores favoráveis a saúde que as mulheres não praticantes de exercícios físicos e pode-se concluir neste estudo que o exercício físico é uma estratégia não medicamentosa que ajuda a melhorar e/ou diminuir os sintomas causados pelo hipotireoidismo proporcionando as mulheres praticantes de exercícios físicos uma melhora na qualidade de vida. Palavras-chave: exercício físico, hipotireoidismo, qualidade de vida. Exercise in controlling symptoms caused by deficiency of the hormones T3 and T4 from the thyroid gland in women Abstract:Hypothyroidism is its definition as the deficiency of the hormones triiodothyronine and thyroxine also known as T3 and T4, resulting in decreased levels of circulating and tissue of our body. We tried in this study a comparison of
2 symptoms caused by hypothyroidism is not conducive to health and symptoms of favorable factors to health among women practitioners of physical and women do not practice exercises which consequently affects the quality of life for these women. This research was conducted with 20 women aged years who were diagnosed with hypothyroidism 10 and they practice exercises and 10 women who did not practice physical exercises, which will receive two questionnaires related to behaviors and quality of life. The study also showed that women practitioners of physical symptoms not live with less favorable health and more symptoms of factors favorable to health than women who did not practice physical exercise and it can be concluded from this study that exercise is a non-drug strategy which helps to improve and / or decrease the symptoms caused by hypothyroidism giving women practice exercises an improved quality of life Key words: physical exercise, hypothyroidism, quality of life. INTRODUÇÃO Todas as funções do corpo humano e vertebrados de uma maneira geral as permanentemente controlados em estado fisiológico por dois grandes sistemas que atuam de forma integrada: sistema nervoso e o sistema hormonal (CANALI; KRUEL, 2001). O hormônio é uma substância química secretada por células especializadas ou glândulas endócrinas para o sangue, para o próprio órgão ou para linfa em quantidades normalmente pequenas e que provocam uma resposta fisiológica típica em outras células específicas. Os hormônios são reguladores fisiológicos eles aceleram ou diminuem a velocidade de reações e funções biológicas que acontecem mesmo na sua ausência, mas em ritmos diferentes, essas mudanças são fundamentais no funcionamento do corpo humano (CANALI; KRUEL, 2001). A regulação na liberação do hormônio se dá, na maioria das vezes pelo mecanismo de feedback negativo, um pouco menos comum é a regulação por feedback positivo. A secreção hormonal também pode ser regulada pelo controle neural, que age para evocá-la ou suprimi-la em respostas a estímulos internos ou 2
3 externos, que podem ser de origem sensorial e podem ser percebidas consciente ou inconscientemente (CANALI; KRUEL, 2001). Os hormônios, por sua vez, são classificados em hormônios locais e hormônios gerais. Os hormônios locais são aqueles que agem em um lugar específico, já os hormônios gerais são secretados por glândulas endócrinas específicas que são localizadas em varias partes do corpo. Hormônios estes secretados para o sangue afetando quase todas as células do corpo causando ações fisiológicas. Um exemplo de hormônios gerais são os hormônios tireoidianos. O Hipotálamo é localizado no cérebro, mais precisamente, no centro das estruturas anatômicas do sistema límbico (margens do cérebro), este, além de controlar as funções vegetativas e endócrinas do corpo também produz hormônios hipotalâmicos, o hormônio liberador do (TRH) tirotropina. Este liberado na corrente sanguínea chega até a glândula hipófise que libera o hormônio estimulador da tireóide o (TSH) tireoestimulante aumentando a secreção dos hormônios tireoidianos (T 3 ) triiodotironina e (T 4 ) tiroxina. Então o hipotálamo é o responsável pelo controle hormonal. Para que seja mentida no organismo uma atividade metabólica normal, deve ser secretada, com exatidão, uma quantidade adequada de hormônios da tireóide, e para que isso ocorra, mecanismos específicos de feedback operam por meio do hipotálamo e da glândula hipófise controlando a secreção da tireóide. Quando a secreção do hormônio da tireóide se eleva para 1,75 vezes o normal, a secreção de TSH cai praticamente a zero. Portanto, é provado que o aumento da secreção do hormônio da tireóide inibe a secreção de TSH pela hipófise anterior, 3
4 principalmente por efeito direto da própria hipófise anterior, embora talvez, secundariamente, por efeitos muito menos intensos que atuam por meio do hipotálamo. Qualquer que seja o mecanismo de feedback, seu efeito, é o de manter nos líquidos corporais circulantes uma concentração praticamente constante de hormônios tireoidianos livres (GUYTON; HALL, 1996). O TSH controla o grau de absorção de iodo pela tireóide e, com isso, a secreção de seu hormônio tiroxina (T 4 ) e a triiodotironina (T 3 ) (CANALI; KRUEL, 2001). De uma maneira geral o TSH faz aumentar o metabolismo do individuo, segundo Guyton; Hall, (1997) apud (CANALI; KRUEL, 2001). E é observado, por exemplo, que em climas frios, a taxa de metabolismo basal estimulada por níveis aumentados de TSH, aumenta 15 a 20% acima do normal (CANALI; KRUEL, 2001). A tireóide é uma glândula localizada abaixo da laringe, de cada lado e anteriormente à traquéia, as células da tireóide produzem uma proteína chamada tireoglobulina sendo que cada molécula de tiroglobulina tem 70 aminoácidos tirosina, que são os principais substratos que se combina com iodo para formar os hormônios T 3 e T 4, e com a conversão grande parte do T 3 provem do T 4. O que afirma Pardini (2001), somente 20% do T 3 circulante é derivado de secreção tireoidiana, 80% é derivado da monodeiodinação do T 4. O T 4 perde 1 molécula de iodo e se converte em T 3, e que de acordo com Messias, Carmona e Auler (1999) os hormônio T 4 e T 3 são formados dentro da glândula tireóide, sendo o T 4 transformado em T 3, o hormônio ativo, nos tecidos periféricos. 4
5 A tiroxina ou T 4 tem uma produção diária cerca de 80μg e com uma meia vida de 7 a 9 dias (LOPES, 2002). Estes hormônios têm a função de regular o desenvolvimento e o metabolismo corporal atuando em todos os tecidos do corpo. Estes aumentam o metabolismo basal da célula e com isso o consumo de oxigênio total da célula, o metabolismo na célula ou atividade metabólica basal pode ser aumentado em até 100% quando secretada em grande quantidade. A função destes hormônios são as mesmas, mas o que diferem é a velocidade e intensidade da ação, o hormônio triiodotironina (T 3 ) é cinco vezes mais ativo que o hormônio tiroxina (T 4 ) enquanto o T 4 é encontrado em maior quantidade no sangue circulante e o seu período de ação é maior. De acordo com, Canali, Kruel (2001) eles também aumentam a síntese protéica e, com isso, a síntese de enzimas, aumenta o tamanho das mitocôndrias na maioria da células, aumenta a atividade contrátil do coração, promove a absorção rápida de glicose pelas células e, por fim incrementa a glicolise e a gliconeogenese e a mobilização de lipídios. O hormônio tireoidiano tem papel importante na maturação estimulando a ossificação, crescimento linear do osso e a maturação dos centros ósseos epifisários. Alem disso o T 3, especificamente, pode acelerar o crescimento facilitando a síntese e secreção de GH. As desordens da tireóide são de 5 a 8 vezes mais comum nas mulheres do que em homens, e das patologias causadas por essas desordens a mais comum é o hipotireoidismo. Dos sintomas relacionados ao hipotireoidismo os mais comuns são: fraqueza muscular, intolerância ao frio, pele seca, fria e grossa, aumento de peso e depressão (LOPES, 2002). 5
6 Segundo Messias, Carmona e Auler (1999) a dosagem de TSH, quando apresenta valores entre 0,3 a 5,0 μui.ml-1, exclui doença tireóidea. O Hipotireoidísmo é caracterizado por diminuição dos níveis circulantes e teciduais dos hormônios tireoidianos (tiroxina e triiodotironina); pode ser classificado em primário secundário ou terciário se a doença que o causa se localizar na tireóide, hipófise ou hipotálamo, respectivamente (CASTRO et. al., 2001 apud GONÇALVES, 2005) O hipotireoidismo crônico é associado a alterações cardiovasculares, como diminuição do débito cardíaco e aumento da resistência vascular sistêmica. O hipotireoidismo agudo, denominado síndrome eutireóidea, ocorre em várias situações clínicas, sendo as mais freqüentes a morte cerebral, a septicemia, a insuficiência cardíaca congestiva e a circulação extracorpórea (CEC). Esta condição caracteriza-se por diminuição da concentração sérica de T 3, sem alterações da concentração sérica de tireotropina (TSH) (MESSIAS; CARMONA; AULER, 1999). O hipotireoidismo pode ser de origem primária (hipotireoidismo primário) quando a disfunção é na própria glândula, mas segundo outros autores, já citados acima, esta disfunção pode ter outras origens. Segundo Milhoranza e Soares, 2009, pode ser causado por doença epifisária (hipotireoidismo secundário) ou por doença hipotalâmica (hipotireoidismo terciário). Segundo Lopes, (2002) o exame que confirma, com precisão, um hipotireoidismo primário é o exame de dosagem de TSH. 6
7 A função tireoidiana pode ser determinada diretamente pela medida dos seus hormônios (T4 e T3) ou indiretamente através da ação desses hormônios na secreção de TSH. Sabe-se hoje que o exercício físico pode ser um fator protetor para uma série de males, entre os quais se destacam obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, depressão e maior morbi-mortalidade por qualquer causa (DOMINGUES, 2004). Embora pareçam existir poucas dúvidas quanto a melhora na qualidade de vida e, sobretudo, na condição de saúde alcançada através de um programa de condicionamento físico, esses benefícios dependem de uma prescrição de exercício adequada, no que diz respeito a sua intensidade, duração, freqüência e modalidade (RONDON et. al, 1998) O exercício físico tem um dos seus objetivos bem definidos como atuar na prevenção de várias doenças, não só cardiovasculares, como também em várias outras. A hipertensão, por exemplo, pode ser controlada através da prática de exercícios físicos desde que tenha orientação correta sobre volume, intensidade e freqüência de treinos, para uma pratica saudável. A prescrição de atividades físicas para portadores desta deficiência na glândula da tireóide (hipotireoidismo) vem acontecendo freqüentemente devido ao benefício que o exercício físico proporciona ao praticante, além da perda de peso, ele acelera o metabolismo corporal. O sedentarismo é visto atualmente como um problema mundial de saúde. Entre as razões que levam à inatividade, um dos possíveis fatores é o desconhecimento sobre como se exercitar, as finalidades de cada exercício, 7
8 limitações de alguns grupos populacionais e percepções distorcidas em relação aos benefícios do movimento (BOSCO et al, 2004). Se tratando do hipotireoidismo, alguns autores relatam que o exercício físico age sobre o aumento na liberação de hormônios e ainda mencionam uma correlação do hormônio T 3 com a musculatura esquelética que é alvo da ação dos hormônios tireoidianos. Afirmam Canali e Kruel, (2001) que o exercício serve de estimulo para secreção de determinados hormônios e de fator inibitório para outros. Não se sabe o motivo das alterações nos ritmos de secreção hormonal em todas as glândulas nem nos seus níveis plasmáticos. No entanto, é muito mais sensato acreditar que de fato existam motivos para essas alterações embora ainda desconhecidas pela ciência. A duração do exercício físico determina a intensidade das respostas neurais e hormonais durante sua execução (FORJAZ, 1998). O efeito do exercício sobre sua liberação é de aumentá-la. Sabemos que no frio estimula o aumento do metabolismo corporal através da secreção de TSH, os níveis desse hormônio sobem também com exercício, talvez como meio de o corpo aumentar seu metabolismo, adaptação necessária para maiores necessidades quando o corpo está em atividade. (McARDLE; KATCH; KATCH, 1988 apud CANALI; KRUEL, 2001). Existem evidências de que a produção e utilização de Triiodotironina (T 3 ) apresenta forte correlação com a quantidade de massa muscular em atletas (PARDINI, 2001). 8
9 O músculo esquelético é um dos principais alvos de ação dos hormônios tireoidianos. Essa ação dos hormônios tireoidianos sobre a musculatura esquelética afeta, principalmente, as fibras musculares do tipo I, que promovem contração lenta e são predominantes na musculatura postural muito recrutada durante esforços prolongados. Estudos relacionaram o hipotireoidismo à disfunção muscular (GOLÇALVES et. al, 2006). O problema parece residir na diminuição da atividade enzimática relacionada ao metabolismo aeróbico e anaeróbico da glicose. Também ocorre redução na atividade mitocondrial com disfunção em todo o metabolismo energético muscular (GOLÇALVES et. al, 2006). Mulheres em treinamento de endurance têm diminuição da função tireoidiana, indicado por níveis diminuídos de T 3 e hiper-resposta do TSH ao estímulo com hormônio tireotrófico estimulante (TRH) (PADINI, 2001). Esse fato interfere diretamente na capacidade do paciente de realizar tarefas da vida diária, tendo impacto na qualidade de vida (GOLÇALVES et. al, 2006). Este estudo teve como objetivo analisar se os sintomas causados pelo hipotireoidismo podem ser minimizados através da prática de exercícios físicos juntamente com tratamento medicamentoso. MATERIAIS E MÈTODOS 9
10 O presente estudo foi realizado com 20 mulheres na faixa etária de 29 a 74 anos que foram diagnosticadas com disfunção na glândula tireóide apresentando o distúrbio do hipotireoidismo. Estas mulheres foram classificadas em dois grupos: grupo I com 10 mulheres, classificadas como praticantes de exercícios físicos aeróbios e anaeróbios à pelo menos 3 meses, com freqüência de no mínimo 3 vezes na semana e que freqüentam as academias Corpo e Ação e Academia Ativa situadas na cidade de Mirandópolis, e academia Estilo Livre situada na cidade de Andradina, e destas 9 fazem tratamento para controlar o distúrbio do hipotireoidismo há pelo menos um ano e, das 10 mulheres, uma não faz tratamento para controlar a deficiência de hormônios e esta é praticante de exercícios físicos há 3 meses, e grupo II com 10 mulheres classificadas como não praticantes de exercícios físicos e, portanto classificando-se o grupo II como sedentário, estas foram escolhidas aleatoriamente, e destas 9 fazem tratamento para controlar o hipotireoidismo há pelo menos 6 meses e, das 10 mulheres, uma não faz tratamento, pois foi diagnosticado a deficiência hormonal a menos de três meses e está em fase de encaminhamento. Para esta pesquisa de campo foram desenvolvidos e aplicados dois tipos de questionários específicos para o grupo de amostra, sendo um questionário contendo 11 questões (10 de múltipla escolha e 1 dissertativa) relacionadas ao comportamentos direcionados à praticantes de exercícios físicos e, um outro questionário contendo 8 questões (7 de múltipla escolha e 1 dissertativa) relacionadas a comportamentos direcionados à não praticantes de exercícios físicos ou sedentários. E para melhor análise dos resultados, outro questionário sobre qualidade de vida (Questionário Saúde da Mulher - QSM Myra Hunter), 10
11 citado por Dias (2002) foi adaptado e aplicado nos dois grupos de amostra contendo 21 questões todas de múltipla escolha. Os questionários foram entregues a estas mulheres para que elas respondessem sozinhas, já que estes são de fácil entendimento, para que não houvesse influência de outros, pois a escrita é de maneira simples de acordo com a população que é leiga no assunto. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados foram agrupados em tabelas para melhor analise e entendimento. Os sintomas foram divididos em duas tabelas: Tabela 1- sintomas causados pelo hipotireoidismo e que contribuem para uma qualidade de vida não favorável á saúde, Tabela 2- sintomas de bem-estar que contribuem para uma qualidade de vida favorável á saúde. A Tabela 3 mostra de forma geral o número de sintomas, favoráveis e não favoráveis a saúde, que as mulheres avaliadas convivem. Tabela 1- mostra números e porcentagens de sintomas não favoráveis à saúde apresentados pelas mulheres avaliadas. Grupo I Grupo II SINTOMAS N de mulheres % N de mulheres % Dorme mal Se sente triste e infeliz Dores de cabeça Cansaço
12 Tonturas Fraqueza ou falta de força Fogachos (ondas de calor) Friorenta (com frio) Mal estar constante Perdeu o interesse pelas atividades sexuais? Suores noturnos Sensação de empachamento estomacal Sonolência Formigamentos nas mãos e pés freqüentemente Dificuldade para se concentrar Urinar /beber água mais freqüente Memória ruim Tabela 2- mostra números e porcentagens de sintomas favoráveis à saúde que foram apresentados pelas mulheres avaliadas. Grupo I Grupo II SINTOMAS Nº de mulheres % N de mulheres % Bom apetite Se sente cheia de vida (com energia) Sensações de bem estar Satisfeita com sua vida sexual
13 Tabela 3- Número de sintomas apresentados pelas mulheres. SINTOMAS Grupo I N de sintomas Grupo II N de sintomas Não favoráveis a saúde Favoráveis a saúde De acordo com Lopes (2002), são diversos os efeitos da deficiência de T 3 e T 4 no organismo. Em relação ao estado comportamental os sintomas são: Lentidão, quietude, sonolência e sensibilidade ao frio; referente ao estado do sistema musculoesquelético os sintomas são: Hipotonia e fraqueza muscular; referente ao estado do sistema cardiovascular os sintomas são: Bradicardia, diminuição da velocidade circulatória e pulso lento; referente ao organismo e sistema gastro-intestinal os sintomas são: metabolismo basal baixo, mixedema, hipofagia, constipação, hipercolesterolêmica. A tabela1 mostra que o número de mulheres do grupo II que convivem com os sintomas relacionados à cima, é maior que o número de mulheres do grupo I, e que em apenas 2 dos 17 sintomas relacionados, o número de mulheres do grupo I passa a ser maior, mas que mesmo assim representam somente 20% das mulheres nos dois sintomas relacionados. Já nos outros 15 sintomas o percentual de mulheres do grupo II que convivem com eles é maior e em alguns destes chega a 80% das mulheres. A tabela 2 mostra que o número de sintomas favoráveis à saúde apresentados pelas mulheres do grupo I é maior que o número de sintomas das mulheres do grupo II. 13
14 Sendo assim pode-se verificar na amostra deste estudo que o número de sintomas não favoráveis a saúde que as mulheres do grupo II, classificadas como sedentária convivem é maior que o número de sintomas que as mulheres do grupo I classificadas como ativas ou praticantes de exercícios físicos convivem e o número de sintomas favoráveis a saúde das mulheres do grupo II é menor que o número de sintomas apresentados pelas mulheres do grupo I. Em geral, somando o número de sintomas apresentados pelas mulheres, como mostra a tabela 3, nota-se que os sintomas, causados pelo hipotireoidismo e suas conseqüências, são de maiores evidências nas mulheres do grupo II (sedentárias) e o número de sintomas favoráveis a saúde são de maiores evidências nas mulheres do grupo I (ativas). De fato a qualidade de vida das mulheres não praticantes de exercícios físicos pode se tornar inferior a das mulheres que inclui o exercício físico em seu cotidiano. De acordo com o autor citado à cima, RONDON et. al, (1998). embora pareçam existir poucas dúvidas quanto a melhora na qualidade de vida e, sobretudo, na condição de saúde alcançada através de um programa de condicionamento físico, esses benefícios dependem de uma prescrição de exercício adequada, no que diz respeito a sua intensidade, duração, freqüência e modalidade. Outras evidências pode-se analisar nesta pesquisa, das 20 mulheres avaliadas, entre elas, praticantes e não praticantes de exercícios físicos, 12 delas não sabem o benefício que o exercício proporciona no tratamento da deficiência dos hormônios tireoidianos e 8 dizem conhecer o benefício que a prática de exercícios trás ao tratamento da deficiência. Entre as mulheres avaliadas classificadas como grupo I, no caso 10 mulheres, 4 delas sabem qual o benefício que o exercício físico proporciona 14
15 auxiliando o tratamento do hipotireoidismo, mas apenas 2 destas fazem a pratica do exercício físico com o objetivo de tratar da disfunção hipotireoidiana e as demais praticantes de exercícios físico, no caso 6 mulheres, os praticam por outros motivos e não com a finalidade e com o conhecimento de que o exercício poderá influenciar na melhora do distúrbio. Das mulheres avaliadas classificadas como grupo II, no caso 10 mulheres, apenas 4 delas sabem qual o benefício que o exercício físico proporciona no auxilio ao tratamento do hipotireoidismo, mas mesmo tendo em consciência a importância da prática para uma melhor qualidade de vida, o exercício físico não faz parte da rotina destas mulheres. Entre os fatores que ás levam a prática de exercícios, segundo Mello et. al. (2005), afirma que o exercício físico provoca alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, portanto, pode ser considerado uma intervenção nãomedicamentosa para o tratamento de distúrbios relacionados aos aspectos psicobiológicos. Desta forma, a explicação para a inatividade, assim como diz o autor citado acima BOSCO et. al. (2004), percepções distorcidas em relação aos benefícios do movimento é um dos fatores que ás levam a não praticar exercício físico. CONCLUSÃO Quando se busca uma comparação entre praticantes e não praticantes de exercícios físicos, é inegável que pessoas ativas têm melhor qualidade de vida, sendo assim, neste estudo em que se buscou relacionar o exercício com a patologia hipotireoidismo e seus sintomas a conclusão não foi diferente. 15
16 A conscientização e uma prática de exercícios bem orientada são de estrema importância para que as pessoas pratiquem exercícios sabendo o que e para que estão fazendo, conhecendo os benefícios da prática e até utilizando-os como incentivo e motivação para começar a praticar exercícios físicos. Portanto, pode-se concluir neste estudo que o exercício físico é uma estratégia não medicamentosa que ajuda a melhorar e/ou diminuir os sintomas causados pelo hipotireoidismo e elevar fatores que descrevem sintomas favoráveis a saúde proporcionando as mulheres praticantes de exercícios físicos uma melhora na qualidade de vida. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOSCO, R; et. al. O efeito de um programa de exercício físico aeróbio combinado com exercícios de resistência muscular localizada na melhora da circulação sistêmica e local: um estudo de caso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol.10, Nº 1, Niterói, Janeiro, CANALI, E. S.; KRUEL, L., F., M. Respostas hormonais ao exercício. Revista Paulista de Educação Física. Ed. 20, São Paulo, julho, p, DIAS, R. S; et. al. Adaptação para o português do questionário de auto-avaliação de percepção de saúde física e mental da mulher de meia-idade Questionário da Saúde da Mulher. Revista de Psiquiatria Clinica. Vol. 29, Nº 4, São Paulo, julho, p,
17 DOMINGUES, M. R; ARAÚJO, C. L. P; GIGANTE, D. P. Conhecimento e percepção sobre exercício físico em uma população adulta urbana do sul do Brasil. Caderno de Saúde Pública. Vol. 20, Nº10, Rio de Janeiro, Janeiro, FORJAZ, C. L. M; SANTAELLA, C. F; REZENDE, L. O; BARRETO, A. C. P; NEGRÃO, C. E. A duração do exercício determina a magnitude e a duração da hipotensão pós-exercício. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol.70, Nº2, São Paulo, Fevereiro, 1998http:// GONÇALVES, A. Efeito da L- tiroxina sódica na tolerância ao esforço e no perfil lipídico em mulheres com hipotireoidismo subclínico. Dissertação (Pós- Graduação em Ciências da Saúde) Faculdade de Medicina. Universidade Federal, Uberlândia. 45p, GONÇALVES, A; et. al. Influência dos hormônios tireoidianos sobre o sistema cardiovascular, sistema muscular e a tolerância ao esforço: uma breve revisão. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol. 86, Nº 3, São Paulo, Setembro, GUYTON, A., C; HALL, J., E. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 639p LOPES, H.J.J. Função tireoidiana, principais testes laboratoriais e aplicações diagnósticas. Analisa Diagnóstica, Belo Horizonte, MELLO, M. T; BOSCOLO, R. A; ESTEVES, A. M; TUFIK, S. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 11, Nº3, São Paulo, p,
18 MESSIAS, E., R., R; CARMONA, M., J., C; AULER, J., O., C., J. Hormônios tireóideos e cirurgia cardíaca. Revista Brasileira Anestesiologia. Vol. 49, Nº 6, São Paulo, Novembro, p, MILHORANSA, P; SOARES, R. Hormônio de estimulação da tireóide (TSH) e correlações laboratoriais. Revista Brasileira de Análise Clínica. Vol. 41, Nº 2, Porto Alegre, Abril, p, PARDINI, D. P. Alterações hormonais na mulher atleta. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia. Vol. 45, Nº 4, São Paulo, Março, RONDON, M. U. P. B; FORJAZ, C. L. M; NUNES, N; AMARAL, S.L; BARRETTO, A.C.P; NEGRÃO, C. E. Comparação entre a Prescrição de Intensidade de Treinamento Físico Baseada na Avaliação Ergométrica Convencional e na Ergoespirométrica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Vol.70, Nº.3, São Paulo, Março,
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