Brasil e seus Desafios

Transcrição

1 Seminário Estadual: Cobrança pelo Uso da Água A Visão do Usuário A Implantação da Cobrança a no Brasil e seus Desafios Patrick Thomas Especialista em Recursos Hídricos, D.Sc. Gerente de Cobrança pelo Uso de Recursos Hídricos Agência Nacional de Águas ANA Vitória, 29 de Outubro de 2010

2 Base Legal

3 Declaração Universal dos Direitos da Água da ONU, de 22 de março de 1992 Art 6 o - A água não é uma doação gratuita da natureza - ela tem um valor econômico Lei Nº 9.433, de 08 de janeiro de Art 1 o, - Fundamentos da PNRH II - A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico

4 Lei 9.433, de 08/01/97 Institui a cobrança como um instrumento da PNRH com os seguintes objetivos: I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; II - incentivar a racionalização do uso da água; III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos.

5 Lei 9.433, de 08/01/97 Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação: V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes; VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados;

6 Lei Nº 9.984, de 17/07/00 Art. 4º - Compete à ANA: VI - elaborar estudos técnicos para subsidiar a definição, pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, com base nos mecanismos e quantitativos sugeridos pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, na forma do inciso VI do art. 38 da Lei nº 9.433, de 1997; VII implementar, em articulação com os Comitês, a cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União; IX arrecadar, distribuir e aplicar receitas auferidas por intermédio da cobrança pelo uso de recursos hídricos de domínio da União, na forma do disposto no art. 22 da Lei nº 9.433, de 1997.

7 Lei 9.433, de 08/01/97 Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados: I no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos; II no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento do total arrecadado. 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, à qualidade, a quantidade e o regime de vazão de um corpo de água.

8 Lei Nº , de 09/06/04 Dispõe sobre os contratos de gestão entre a Agência Nacional de Águas e entidades delegatárias das funções de Agências de Águas Art. 4º Às entidades delegatárias poderão ser destinados recursos orçamentários e o uso de bens públicos necessários ao cumprimento dos contratos de gestão. 1 o São asseguradas à entidade delegatária as transferências da ANA provenientes das receitas da cobrança pelos usos de recursos hídricos em rios de domínio da União... 3 o Aplica-se às transferências a que se refere o 1 o deste artigo o disposto no 2 o do art. 9 o da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de (LRF)

9 Passos

10 Passos para a Implementação da Cobrança

11 CCR-Submédio Juazeiro/BA (23/08/08) Irrigantes - Barreiras/BA (05/08/08)

12 Situação Atual

13 COMITÊS INTERESTADUAIS NO BRASIL Comitês interestaduais: 8 comitês criados 3 implementaram a cobrança São Francisco Verde Grande - Paraíba do Sul (RJ/SP/MG) Piracicaba, Capivari e Jundiaí PCJ (SP/MG) São Francisco (PE/AL/SE/BA/MG/DF/GO) em fase de implementação da Cobrança: Doce (MG/ES)

14 COMITÊS ESTADUAIS NO BRASIL Comitês estaduais: 152 comitês criados 15 implementaram a Cobrança (SP 3; RJ 10; MG - 3) 7 em fase de implementação da Cobrança: MG 7 (Pará-SF, 6 CBHs Afluentes - Doce )

15 Mecanismos e Valores

16 Usos de Pouca Expressão dispensados da outorga e isentos da cobrança São Francisco Paraíba do Sul PCJ Bacia Normas Descrição Del. CBHSF nº 05/03, alterada pela Del. CBHSF nº 45/09 Del. CEIVAP nº 15/2002; Res. CNRH nº 27/2002 Del. Comitês PCJ nº 78/2007; Res. CNRH nº 78/2007 derivações e captações com vazão de até 4l/s, com respectivos efluentes derivações e captações com vazão de até 1l/s, com respectivos efluentes captações que isoladamente ou em conjunto não ultrapassem 5 m³/dia (0,058 l/s), mais os lançamentos dela decorrentes

17 Usos de Pouca Expressão dispensados da outorga e isentos da cobrança Saneamento Setor Criação animal Unidade Qtde. Critério Habitantes L/hab/dia Unidades de rebanho bovino/ano L/cabeça/dia Arroz 24 0,16 L/s/(ha.ano) Banana 8 0,46 L/s/(ha.ano) Café 12 0,33 L/s/(ha.ano) Cebola 11 0,34 L/s/(ha.ano) Irrigação Coco-da-bahia ha irrigados 15 0,25 L/s/(ha.ano) Milho 9 0,40 L/s/(ha.ano) Tomate 8 0,49 L/s/(ha.ano) Uva 8 0,46 L/s/(ha.ano) Manga 10 0,37 L/s/(ha.ano)

18 Estrutura Básica dos Mecanismos Paraíba do Sul, PCJ e São Francisco Valor de cobrança = Base de cálculo x Preço unitário x [Coeficientes]

19 Mecanismos Gerais Paraíba do Sul, PCJ e São Francisco Valor CAP = Q CAP OUT x K CAP CLASSE x PPU CAP Valor CON = (Q CAP OUT - Q LAN OUT ) x PPU CON Valor DBO = CO DBO x PPU DBO CO DBO = C DBO x Q LAN OUT

20 Valores de Cobrança Tipo Uso PUB Unidade PCJ PBS SF Captação de água bruta Consumo de água bruta PUB cap R$/m 3 0,01 0,01 0,01 PUB cons R$/m 3 0,02 0,02 0,02 Lançamento de carga orgânica DBO 5,20 PUB DBO R$/kg 0,10 0,07 0,07 Transposição de bacia PUB transp R$/m 3 0,015 * 0,015 *No Paraíba do Sul a cobrança da transposição equivale a 15% da arrecadação com a cobrança na bacia receptora (Bacia do rio Guandu)

21 Coeficientes Termo Classe PCJ PBS SF ,1 KCAP CLASSE 2 0,9 0, ,9 0,9 0,9 4 0,7 0,7 0,8 KRETORNO KRURAL KLANÇ CLASSE 0,5 a 0,95 0,5 0,8 0,05 a 0,5 0,05 0,

22 Resultados

23 Cobrança e Arrecadação em 2009 Situação da Cobrança em rios de domínio Estadual e Federal nas Bacias dos rios: Piracicaba, Capivari e Jundiaí; Paraíba do Sul e do Estado do Rio de Janeiro Bacia Bacia Afluente Domínio Nº de Usuários Valor Cobrado 2009 Valor Arrecadado 2009 CEIVAP União , ,27 CBH - Paraíba do Sul SP , ,23 CBH - Piabanha RJ , ,98 CBH - Dois Rios RJ , ,35 PBS Bacia Médio Paraíba RJ , ,30 Bacia Baixo Paraíba RJ , ,27 CBH - Preto Paraibuna MG... Não Implantado Não Implantado CBH - Pomba Muriaé MG... Não Implantado Não Implantado 15% Transposição RJ ,26 - TOTAL , ,66 Comitê PCJ União , ,89 PCJ Comitê PCJ SP , ,61 Comitê PJ MG... Não Implantado Não Implantado - TOTAL , ,50 Guandu - RJ , ,39 Baía da Ilha Grande - RJ , ,23 Baía da Guanabara - RJ , ,25 Lago São João - RJ , ,09 Macaé e rio das Ostras - RJ , ,91 Itabapoana - RJ , ,69 - TOTAL , ,56 TOTAL , ,72

24 Arrecadação interestadual nas bacias do Paraíba do Sul e PCJ desde o início até 2009 Arrecadação (R$) Bacia 2009 Total (até 2009) Bacia dos rios PCJ , ,89 Bacia do rio Paraíba do Sul , ,27 TOTAL , ,16

25 São Francisco Início da cobrança: 01 de julho de 2010 usuários cobrados em 2010: 857 Valor total cobrado R$ Agência: AGB Peixe vivo

26 Aplicação PBS interestadual 2003 a 2009 R$ 66,2 milhões Modalidade Ações de Gestão Ações de Planejamento Ações Estruturais Descrição Educação ambiental e sanitária, monitoramento, mobilização e comunicação social, capacitação e a implementação dos instrumentos de gestão Estudos de concepção, planos diretores e projetos básicos e executivos necessários à execução de ações estruturais e de gestão Obras de engenharia que visem a correção de problemas relativos à qualidade e quantidade de água Total Nº de ações Recurso da cobrança (R$) Recurso Adicional (R$) Total (R$) Número de Ações - PBS Recurso da Cobrança - PBS A ções Est rut urais 4 0 A ções de Gest ão 17 A çõ es d e Gest ão R $ % A çõ es d e Planejament o R $ % A çõ es d e Planejament o 2 4 A çõ es Est rut urais R $ %

27 Aplicação PCJ interestadual 2006 a 2009 R$ 74,6 milhões Modalidade Ações de Gestão Ações de Planejamento Ações Estruturais Descrição Educação ambiental e sanitária, monitoramento, mobilização e comunicação social, capacitação e a implementação dos instrumentos de gestão Estudos de concepção, planos diretores e projetos básicos e executivos necessários à execução de ações estruturais e de gestão Obras de engenharia que visem a correção de problemas relativos à qualidade e quantidade de água Total Nº de ações Recurso da cobrança (R$) Recurso Adicional (R$) Total (R$) , , , , , , , , , , , ,08 Número de Ações - PCJ Ações de Gestão 11 Ações de Gestão R$ ,87 3% Recursos da Cobrança - PCJ Ações de Planejamento R$ ,59 6% Ações Estruturais 35 Ações de Planejamento 24 Ações Estruturais R$ ,20 91%

28 Comparação da Cobrança com os Planos de Recursos Hídricos Bacias Despesas anuais necessárias - Planos (R$ mil) Gestão de RHs e custeio admin. Infra-est. hídrica e saneamento Total Valores cobrados (R$ mil) Cobrança / Planos Paraíba do Sul ,2% PCJ ,2% Total ,5%

29 Desafios

30 -Implementar a cobrança em outras bacias; - Rever os mecanismos e valores; -Aperfeiçoar a aplicação dos recursos.

31 Propostas para aperfeiçoar a aplicação dos recursos

32

33 Equipe Patrick Thomas Especialista em Recursos Hídricos - Gerente Giordano Bruno B. de Carvalho Especialista em Recursos Hídricos Claudio Pereira Especialista em Recursos Hídricos Gracyreny R. dos Santos Assistente Geison Laport Assistente Gláucia Maria Oliveira Assistente Rodrigo Raimundo Estagiário Marco Antônio Mota Amorim Especialista em Recursos Hídricos Cristiano Cária Guimarães Pereira Especialista em Recursos Hídricos

34 Gerência de Cobrança pelo uso de Recursos Hídricos da Superintendência de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos GECOB/SAG Agência Nacional de Águas ANA Setor Policial Sul Área 5 Quadra 3 Bloco B - Brasília DF Tel: (61)