Unidade III ECONOMIA E MERCADO

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1 Unidade III 5 INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Nos módulos anteriores nos detivemos nas análises de como são determinados os preços e as quantidades dos bens produzidos sob o ponto de vista dos consumidores e das empresas. Observamos como evoluem os preços e a produção com base nas análises individualizadas de cada mercado específico. Era uma análise centrada nas questões microeconômicas. Lembrete Macroeconomia é a parte da economia que estuda o comportamento da economia como um todo, por meio de preços e quantidades absolutas. Fazem parte dela os movimentos globais nos preços, na produção ou no emprego. A macroeconomia preocupa-se com as grandes questões econômicas que determinam o nosso bem-estar, o de nossas famílias e o de todos da sociedade. Também estuda o comportamento global do sistema econômico, não se detendo meramente na análise do comportamento individual das unidades econômicas. A macroeconomia faz questões do tipo: Por que está difícil arrumar um emprego? Por que os preços estão subindo a todo o momento? Por que o Copom não reduz a taxa de juros Selic? Por que o governo apresenta déficit orçamentário? Ela procura analisar, ainda, a economia geral, observando a determinação e o comportamento de grandes agregados, como renda e produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, demanda agregada, oferta agregada, entre outros Disponível em: < 71

2 Unidade III O país está acumulando bens ou está se endividando? O que é Copom? O Comitê de Política Monetária (Copom) foi instituído em 20 de junho de 1996 com o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária. Ele define e analisa o relatório de inflação. O Copom se reúne para decidir se altera ou não os juros básicos da economia. No primeiro dia, técnicos do Banco Central (BC) expõem o comportamento dos principais indicadores econômicos. No segundo, a diretoria fixa a Selic. A Selic é um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, assegurando maior controle sobre as reservas bancárias. Hoje, Selic identifica também a taxa de juros que reflete a média de remuneração dos títulos federais negociados com os bancos. A Selic é considerada a taxa básica porque é usada em operações entre bancos e, por isso, tem influência sobre os juros de toda a economia. COPOM Comitê de Política Monetária Formado pelo presidente do BC e por sua diretoria Dir. de Liquidações e Desenvolvimento Presidente Dir. de Liquidações e Desenvolvimento Dir. de Assuntos Internacionais Copom Dir. de Normas Dir. de Administração Dir. de Política Econômica Dir. de Política Monetária Figura 9 Essas questões envolvem conceitos centrais de economia, como desemprego, inflação, taxa de juros da economia, déficit orçamentário do governo, balança comercial, entre outros. Todos esses conceitos são fundamentais para a compreensão da economia e a determinação das decisões de política econômica de um país. 72

3 Portanto, o objetivo primordial da macroeconomia é entender o funcionamento da economia de forma a permitir tanto o conhecimento quanto a atuação sobre o nível da atividade econômica de um determinado país ou de um conjunto de países. Para isso, a macroeconomia centra-se no estudo de uma série de variáveis básicas, o que lhe permite estabelecer objetivos concretos e construir a política econômica de um país. Saiba mais A leitura a seguir ajudará a compreender melhor os assuntos abordados na unidade: FROYEN, R. T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, Estrutura básica da macroeconomia Para a macroeconomia, existem quatro mercados fundamentais a serem analisados: o mercado de bens e serviços, o mercado de trabalho, o mercado monetário e de títulos e o mercado cambial. No mercado de bens e serviços, efetua-se a agregação de todos os bens produzidos pela economia durante certo período de tempo e se define o chamado produto nacional, o qual representa exatamente essa agregação. 65 O nível geral de preços representa justamente a média de todos os preços dos bens produzidos por essa economia. 66 Nesse mercado, portanto, é determinado o nível de produção agregada e o nível geral de preços. Essa determinação está condicionada pelo comportamento da demanda e da oferta agregadas de bens e serviços. A demanda agregada representa a demanda de quatro grandes agentes econômicos: consumidores, empresas, governo e setor externo. A oferta agregada representa a evolução do nível de emprego e da capacidade instalada na economia. 67 O equilíbrio no mercado de bens e serviços é dado pela igualdade entre demanda agregada de bens e serviços e oferta agregada Disponível em: < 66 Disponível em: < 67 Disponível em: < 68 Disponível em: < 73

4 Unidade III No mercado de trabalho, realiza-se a compra e a venda de mão de obra e analisa-se como se estabelecem salários e o nível de emprego. Temos, nesse mercado, a agregação de todos os tipos de trabalho existentes na economia. 69 A demanda de mão de obra depende do custo efetivo dessa mão de obra para as empresas (taxa de salário real) e do nível de produção desejado. A oferta de mão de obra depende do custo efetivo da cesta básica de consumo dos trabalhadores (salário real) e do crescimento da população economicamente ativa. 70 O equilíbrio desse mercado ocorre quando a oferta de mão de obra se iguala à demanda por mão de obra. Como as transações da economia dependem da utilização de moeda, a macroeconomia se detém na análise de um mercado monetário. No mercado monetário, procura-se avaliar o comportamento da moeda e sua influência na determinação do nível geral de preços e nas quantidades produzidas, e também seu papel no desempenho da economia geral. A interação entre a demanda e a oferta de moeda determina a taxa de juros, e a condição de equilíbrio desse mercado é a igualdade entre demanda e oferta de moeda. Nesse mercado, também são determinados a taxa de juros e o estoque de moeda. Junto com o mercado monetário, analisa-se o comportamento do mercado de títulos, quando alguns agentes emprestam recursos (agentes que gastam menos do que ganham) a outros agentes deficitários (aqueles com níveis de gastos acima do seu nível de renda). Procura-se definir qual a importância desse fluxo de recursos para a determinação das principais variáveis macroeconômicas. Nesse mercado são definidos os preços dos títulos, que também atuam sobre a determinação da taxa de juros. Como a taxa de juros é determinada tanto no mercado monetário como no mercado de títulos, geralmente, faz-se a análise desses dois mercados em conjunto, constituindo o mercado financeiro. O mercado de divisas existe porque existem transações com o resto do mundo em moeda estrangeira. 71 No mercado cambial, procura-se analisar os fluxos de moeda estrangeira no país, o que esses fluxos representam como intercâmbio econômico com o resto do mundo e qual o impacto dessa interação nas variáveis relevantes da economia. 69 Disponível em: < 70 Disponível em: < 71 Disponível em: < 74

5 A oferta de divisas depende das exportações e da entrada de capitais financeiros e a demanda de moeda estrangeira está condicionada pelo volume de importações e pela saída de capital financeiro. 72 Nesse mercado é determinada a taxa de câmbio e seu equilíbrio corresponde ao ponto cuja oferta de divisas se iguala à demanda por divisas. Quando o Banco Central (BC) fixa antecipadamente a taxa de câmbio, temos um regime de taxas de câmbio fixas; quando a determinação da taxa de câmbio se dá pela interação entre oferta e demanda de divisas, temos um regime de taxas de câmbio flutuantes. A chamada flutuação suja ocorre quando o Banco Central, num regime de taxas flutuantes, interfere no mercado cambial comprando ou vendendo divisas para controlar a flutuação da taxa de câmbio. A abordagem global feita pela macroeconomia permite não apenas estabelecer relações entre os grandes agregados, mas também compreender melhor as interações entre esses diversos mercados. Não existe conflito entre as análises da microeconomia e macroeconomia; mas uma diferença de enfoque. Enquanto a microeconomia examina o comportamento das famílias e das empresas, supondo os agregados econômicos constantes (coeteris paribus), a macroeconomia examina o comportamento desses agregados, ignorando as diferenças entre as famílias e os indivíduos. Por exemplo, a microeconomia estuda a determinação dos preços numa única indústria, considerando constantes os preços das demais indústrias; a macroeconomia estuda o nível geral de preços, sem considerar as mudanças dos preços relativos dos bens das diferentes indústrias. 73 As preocupações primordiais da macroeconomia são com os aspectos de curto prazo; as análises em longo prazo são feitas pela teoria do crescimento econômico. Lembrete A macroeconomia, por preocupar-se com grandes questões, baseia-se em quatro grandes mercados: o mercado de bens e serviços, o mercado de trabalho, o mercado monetário e de títulos e o mercado cambial Metas da política macroeconômica Resumidamente, os principais objetivos da análise macroeconômica concentram-se na determinação do comportamento das seguintes variáveis: nível geral de preços, nível de produto, taxa de salários, nível de emprego, taxa de juros, quantidade de moeda, preço e quantidade de títulos, taxa de câmbio e quantidade de divisas Disponível em: < 73 Disponível em: < 74 Disponível em: < 75

6 Unidade III Todas essas variáveis são fundamentais para definir a política macroeconômica de um país. Essa política é constituída pelo conjunto de medidas governamentais destinadas a influir sobre o desempenho da economia geral. A política macroeconômica possui os seguintes objetivos: Elevação do nível de emprego. Controle dos processos inflacionários. Distribuição de renda mais equitativa. Crescimento econômico. As chamadas políticas de estabilização concentram-se, sobretudo, no emprego e na estabilização de preços, preocupações estas de curto prazo. A distribuição de renda envolve tanto aspectos de curto prazo, relacionados ao nível de emprego e de salários, quanto os de longo prazo. Já as análises acerca do crescimento econômico envolvem questões eminentemente de longo prazo A questão do emprego Com o surgimento do sistema capitalista de produção e consequente utilização do trabalho assalariado em larga escala, emerge o mercado de trabalho como uma instituição fundamental ao funcionamento da economia. De uma forma bastante ampla, ele pode ser entendido como a compra e venda de serviços de mão de obra, representando o locus onde trabalhadores e empresários confrontam-se e, dentro de um processo de negociações coletivas que ocorre algumas vezes com a interferência do Estado, determinam conjuntamente os níveis de salário, o nível de emprego, as condições de trabalho e os demais aspectos relativos às relações entre capital e trabalho. 75 Uma das principais preocupações da macroeconomia é entender as oscilações que acontecem no mercado de trabalho, procurando detectar as razões que levam a economia a apresentar porcentagens elevadas de desemprego em alguns momentos e analisar medidas possivelmente eficazes para combatê-lo. Até a década de 1930, a maioria dos economistas não tinha uma preocupação com o desemprego, porque predominava a visão liberal de que os mercados seriam levados ao equilíbrio com pleno emprego de recursos pela simples interação entre oferta e demanda, sem a interferência dos governos. Segundo esse pensamento, não haveria entraves significativos no mercado de trabalho. Para os economistas da época, o desemprego não refletia falta de vagas no mercado de trabalho, existindo tão somente o desemprego friccional (resultante do funcionamento normal da economia) ou o desemprego sazonal ou cíclico (resultante dos altos e baixos da atividade econômica). 75 Disponível em: < 76

7 O desemprego friccional resulta da mobilidade da mão de obra. Ocorre quando um ou mais indivíduos se desempregam de um trabalho para procurar outro. Também poderá ocorrer quando se atravessa um período de transição, de um trabalho para outro, na mesma área. O desemprego sazonal resulta, basicamente, da variação do ritmo da atividade econômica ao longo do ano. É uma forma de subemprego comum nas regiões agrícolas, motivado pelo caráter sazonal do trabalho em certos setores da agricultura. No entanto, com a crise econômica provocada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, os níveis de investimento e de produção caíram vertiginosamente, gerando uma queda nos níveis de emprego sem precedentes na história, o que acabou por atingir as economias dos países de todo o mundo. Houve uma explosão nos índices de desemprego tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo, o que provocou uma grande queda da atividade econômica. Para se ter uma ideia da profundidade da crise, entre 1929 e 1933 o produto nacional dos Estados Unidos caiu 30%, e a taxa de desemprego chegou a 25% da força de trabalho em Essa depressão evidenciou a necessidade de analisar mais detidamente as oscilações do mercado de trabalho. Lembrete John Maynard Keynes ( ), economista inglês, rompeu com os pilares da teoria clássica ao abordar o tema do desemprego como involuntário e não voluntário, como definiam os seus antecessores. Com a teoria de John Maynard Keynes, analisou-se o desemprego detalhadamente e aprofundou-se na análise macroeconômica. Keynes evidenciou que a economia capitalista não tinha a capacidade de promover automaticamente o pleno emprego e a sociedade vivia às voltas com inúmeras pessoas buscando-o constantemente, sem conseguir. Keynes introduz na análise macroeconômica a preocupação com o papel do Estado na economia, seu grau de intervenção e sua ação como produtor de bens e serviços. O Estado teria um papel fundamental na promoção do emprego e no equilíbrio da economia. Figura 10 John M. Keynes 77

8 Unidade III O desemprego tende a refletir desequilíbrios no mercado de trabalho, expressando a falta de capacidade do sistema econômico em prover ocupação produtiva para todos aqueles que a desejam. 76 O desemprego ocorre quando a pessoa não desenvolve uma atividade produtiva, mas está procurando uma oportunidade de trabalho. Ele é caracterizado por duas formas básicas: desemprego aberto e desemprego oculto. Nas sociedades em que o desemprego é protegido pelo sistema social, caracterizado por programas abrangentes de intermediação de mão de obra, requalificação profissional e seguro-desemprego, entende-se que somente aquelas pessoas que efetivamente não realizaram qualquer atividade produtiva e mantiveram uma pressão permanente sobre o mercado de trabalho por uma nova ocupação devem ser consideradas desempregadas. Essa situação é denominada de desemprego aberto. É preciso cuidado na classificação da condição de desemprego nos países onde o sistema de proteção social ao desemprego é inexistente ou limitado. Nessas economias, o desempregado, em geral, deve financiar a procura de trabalho, resolver a renda decorrente da perda do emprego anterior e definir, de maneira autônoma, uma estratégia para a busca de uma nova ocupação. Nesse sentido, a procura de trabalho pode associar-se a alguma atividade remunerada realizada de maneira irregular e descontínua, impedindo que o desempregado utilize completamente o tempo existente para buscar oportunidade de trabalho. Denomina-se essa situação de desemprego oculto por trabalho precário. As conjunturas econômicas muito desfavoráveis podem desestimular a procura de trabalho, criando uma desocupação mais prolongada, que induz o desempregado a perder suas esperanças de obter, em curto prazo, um novo trabalho. Esse é o desemprego oculto por desalento. O nível de desemprego da economia é medido estatisticamente pela taxa de desemprego, e ela representa a relação entre o número de desempregados (D) e o total da força de trabalho ou população economicamente ativa (PEA). Entende-se por PEA o conjunto de elementos empregados (E) e desempregados (D), num dado instante do tempo, e captado por um inquérito estatístico, a partir da definição de atividade econômica dos indivíduos. 77 Assim, a taxa de desemprego total se apresenta como segue: Td: taxa de desemprego total. D: população desempregada total. PEA: força de trabalho total. 76 Disponível em: < 77 Disponível em: < 78

9 A taxa de desemprego aberto é definida como a relação entre a população em desemprego aberto e a população economicamente ativa. Assim, temos: Tda: taxa de desemprego aberto. Da: população em desemprego aberto. PEA: total da força de trabalho. A taxa oficial de desemprego não mede toda a recessão, pois deixa de considerar os trabalhadores desestimulados, os subempregados e os sem registro em carteira A estabilidade de preços A inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, assim, todos os bens produzidos na economia terão seus preços elevados durante um período de tempo. Por definição, a inflação é um fenômeno monetário e, à medida que o nível geral de preços se eleva, há uma depreciação no valor real da moeda. A taxa de inflação mede o percentual de aumento no nível médio de preços da economia. Ela representa uma média ponderada da elevação dos preços. Assim, os preços de alguns produtos aumentam mais do que os de outros; no entanto, a inflação implica sempre alta generalizada de preços, isto é, há uma tendência para o aumento geral de preços. No Brasil, são estimados basicamente dois tipos de índice de preços, os Índices Gerais de Preços, IGPs, e os Índices de Preço ao Consumidor, (IPCs). Índices Gerais de Preços são número-índices que medem a evolução dos preços de todos os bens e serviços representativos de uma economia (IGPs). Índice de Preços ao Consumidor são número-índices que pesquisam os aumentos de preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias (IPCs). Há no país duas instituições que calculam índices de preços com abrangência nacional: Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (FIBGE). Além delas, há institutos de pesquisa que estimam índices de preços regionais, como a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (Fipe), que elabora o IPC referente ao município de São Paulo. As consequências da inflação são: Sobre a distribuição de renda: os trabalhadores saem perdendo, pois seus salários são reajustados periodicamente, ao passo que os preços de bens e serviços sobem quase diariamente. Os empresários defendem seus ganhos repassando o aumento de seus custos para o consumidor, elevando o 79

10 Unidade III preço de seus produtos. Por outro lado, os donos de imóveis têm suas propriedades valorizadas e os profissionais liberais podem aumentar seus honorários. Sobre a balança comercial: com a inflação, os preços dos bens e serviços produzidos internamente tendem a ficar mais elevados do que os dos importados, levando as pessoas a aumentarem o consumo das mercadorias importadas, o que contribui para o déficit na balança comercial. A alta taxação desses produtos é uma forma de o governo evitar esse desequilíbrio. Sobre as expectativas: num processo inflacionário, a incerteza dos empresários em relação aos lucros leva-os a uma diminuição nos investimentos, reduzindo a capacidade produtiva do sistema econômico. A macroeconomia preocupa-se em determinar as causas do crescimento da inflação, bem como em avaliar quais os custos desse aumento para a sociedade, para propor soluções e avaliar as consequências das políticas adotadas no combate ao aumento generalizado de preços. No entanto, é preciso ter em mente que um pouco de inflação faz parte dos ajustes de uma sociedade em crescimento. Uma elevada taxa de inflação implica que os preços estão aumentando rapidamente e acarreta uma série de entraves sobre a distribuição de renda, as expectativas da sociedade, o balanço de pagamentos e o desempenho da atividade econômica geral. O processo inflacionário pode ter diversas causas, mas sua questão básica pode ser representada pela disputa entre diferentes agentes econômicos pela distribuição de renda. A inflação representa, assim, um conflito distributivo pela repartição do produto numa economia mal-administrada. Para a teoria econômica existem duas correntes básicas que explicam as causas da inflação: uma acredita que a inflação é provocada pelo excesso de demanda agregada (inflação de demanda), e a outra acredita que a inflação é causada por elevações de custos e redução da oferta agregada (inflação de custos). 78 A inflação provoca uma distorção nos preços relativos dos produtos, quando os preços de alguns produtos ou insumos aumentam mais do que os de outros. As relações de troca entre a agricultura e a indústria podem piorar se os preços dos insumos industriais usados na produção agrícola crescem mais do que os preços dos produtos agropecuários. Além disso, a distorção nos preços relativos pode provocar distorções na distribuição de renda, prejudicando determinadas camadas sociais. Se não existirem mecanismos generalizados de indexação de preços e de renda, aqueles segmentos que auferem rendimentos fixos, como os trabalhadores assalariados, tendem a perder com a inflação, 78 Disponível em: < 80

11 em benefício dos grupos que possuem rendimentos passíveis de reajuste periódico, como os empresários e profissionais liberais. Assim, a inflação provoca uma redução relativa do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos. 79 A classe trabalhadora é, sem dúvida, aquela que mais perde com a elevação das taxas de inflação. Quando as taxas de inflação superam os aumentos de preços em nível internacional, o produto nacional torna-se relativamente mais caro do que os produtos estrangeiros. Isso favorece as importações (compra de bens de consumo e de produção ou serviços por parte de um determinado país e provenientes de outro) e representa um desestímulo às exportações (envio de mercadorias comunitárias com destino a um terceiro país). O resultado disso é uma deterioração do saldo da balança comercial (diferença entre as exportações e importações). A deterioração rápida e contínua do valor da moeda, provocada por um processo inflacionário, desestimula a aplicação dos recursos no mercado de capitais financeiros e estimula a aplicação desses recursos em bens como terras e imóveis, que costumam valorizar-se. Uma vez diagnosticada a inflação, se ela for inflação de demanda, poderá ser combatida por políticas monetárias restritivas, com a redução da oferta de moeda e com cortes no crédito, ou com políticas fiscais restritivas, como o corte de gastos do governo e aumento de impostos. Todas essas medidas fazem com que a demanda agregada se reduza. Se a inflação for de custos, poder-se-ão utilizar políticas monetária e fiscal restritivas, mas o impacto delas sobre o processo inflacionário será menor do que se a inflação fosse de demanda. É preciso ter em mente que as causas da inflação diferem entre os países, dependendo do estágio de desenvolvimento e da estrutura de mercado. Mesmo dentro de um país, os fatores inflacionários diferem de período para período, sendo preciso, para determinar qual a política econômica mais adequada ao combate do processo inflacionário, analisar detidamente todas as variáveis relevantes ao período. A redução do desemprego pode gerar pressões por aumento de preços e da utilização dos fatores produtivos, o que poderá ocasionar um conflito entre as metas de redução da inflação e a ampliação do emprego. Assim, temos que a indexação é o reajuste do valor das parcelas dos diversos tipos de contrato (trabalho, aluguel, financiamento) pela inflação do período passado. E, ainda, temos que: Inércia inflacionária: é a resistência que os preços de uma economia oferecem às políticas de estabilização que atacam as causas primárias da inflação. 79 Disponível em: < 81

12 Unidade III Conflito distributivo: é a disputa entre trabalhadores e empresários por uma participação maior na renda. Os trabalhadores lutam por aumentos de salários e quando os obtêm, os empresários os repassam para os preços de seus bens e serviços. Como resultado, a inflação não diminui, mesmo se eliminadas suas causas primárias Crescimento econômico Crescimento econômico implica colocar à disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e serviços que supere o crescimento populacional. 81 O aumento do nível de vida e do emprego está ligado ao crescimento econômico, na medida em que ele representa um processo sustentado ao longo do tempo, cujos níveis de atividade econômica aumentam constantemente. Assim, quando há crescimento econômico, a curva de possibilidades de produção (analisada no módulo I) desloca-se para a direita, seja pela elevação nos estoques de fatores de produção, seja pelo uso mais produtivo desses fatores resultante de avanço tecnológico. Observação No Brasil, atualmente, utilizamos o sistema de metas de inflação, que determina em que patamar a inflação deve se situar, fazendo os esforços necessários para mantê-la. É interessante que se faça a diferenciação entre crescimento econômico e desenvolvimento econômico: Crescimento econômico: expansão do produto real da economia durante certo tempo, sem implicar mudanças estruturais e distribuição de renda. Desenvolvimento econômico: aumento do produto real per capita associado à melhoria dos indicadores sociais, melhoria da distribuição de renda e crescimento do produto industrial no produto total. A elevação do produto nacional pode ser alavancada por políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva, quando existir desemprego e capacidade ociosa Disponível em: <uni.educacional.com.br/.../aula_2-resumo%20de%20macroeconomia.doc>. 81 Disponível em: < 82 Disponível em: < 82

13 Caso a economia esteja já produzindo no limite de uso de seus recursos produtivos, uma elevação do produto nacional que resulte em crescimento econômico dependerá de um aumento nos recursos produtivos disponíveis ou de um avanço tecnológico que eleve a produtividade e, por conseguinte, a produção. No entanto, as políticas econômicas de estímulo ao crescimento, hoje, devem levar em conta os efeitos da elevação do produto nacional sobre o meio ambiente, para que o resultado do crescimento seja o desenvolvimento sustentável e não a degradação ambiental, a poluição, o esgotamento das reservas naturais, que representam um risco à própria população. Assim, mais do que o crescimento econômico, a principal meta de política econômica dos governos atualmente é o desenvolvimento econômico sustentável, considerando-se não apenas o crescimento da renda nacional, mas a distribuição dessa renda e o impacto do crescimento econômico no ambiente. Para medir o crescimento econômico, podem ser empregadas duas medidas: A taxa de crescimento do PIB em termos reais. O PIB real por habitante, ou PIB per capita. Lembrete PIB é o produto interno bruto e representa a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do país. A busca do crescimento econômico pode facilitar a solução da pobreza, na medida em que a elevação do produto nacional pode efetivamente reduzir os conflitos sociais sobre a distribuição da riqueza. No entanto, nos países subdesenvolvidos, inclusive no Brasil, as metas de crescimento e distribuição de renda equitativa não se conciliam, e o crescimento econômico tem ocorrido por um aprofundamento da distribuição desigual de renda, favorecendo os segmentos mais ricos da população. Assim, o Estado deve avaliar bem os entraves mais urgentes da sociedade, para definir as metas de política econômica que devem ser enfatizadas, observando os possíveis conflitos entre diferentes objetivos. Cada combinação de políticas afetará os grupos da sociedade de forma diferente, e qualquer que seja a escolha do administrador público, ela estará sujeita à objeção política da parcela da população afetada negativamente por suas escolhas. Complementando: Contas nacionais: a soma das contas da renda nacional necessárias para representar a atividade econômica de um país denomina-se sistema de contas sociais ou nacionais. É o mesmo princípio 83

14 Unidade III 84 de partidas dobradas da contabilidade geral, cujo princípio é o de que todo crédito tem um débito. Produto Interno Bruto: é a soma dos valores monetários dos bens e serviços finais. Renda nacional: é a renda nacional menos os lucros retidos pelas empresas, os impostos diretos das empresas (imposto de renda) e as contribuições feitas à previdência social, mais as transferências do governo, ou seja, as despesas com inativos, pensionistas, salário-família e outros benefícios pagos pela previdência social mais os juros pagos. Renda pessoal disponível: é a renda pessoal menos os impostos diretos pagos pelas pessoas, ou seja, o imposto de renda. Distribuição inter-regional de renda: é a forma como a renda nacional de um país, num período, é distribuída entre as regiões desse país. Renda per capita: é a renda de um país, por período de tempo, dividida pelo número de habitantes do país. Distribuição funcional de renda: é a forma como a renda de um país, num período de tempo, é distribuída entre os fatores de produção, trabalho e capital. 5.2 O papel do Estado na atividade econômica Como vimos na parte anterior, são muitos os instrumentos de política macroeconômica que permitem ao Estado atuar de forma significativa para minimizar as flutuações econômicas e atingir as metas de elevar o produto nacional, estabilizar preços, elevar o nível de emprego e até mesmo promover uma distribuição de renda mais justa. O papel do setor público na atividade econômica cresceu substancialmente no século XX, pela própria evolução da sociedade. Até a década de 1930, a ação do Estado se resumia a garantir justiça e segurança, para maximizar o bem-estar social. A oferta dos outros bens e serviços que correspondiam às necessidades do conjunto da população era responsabilidade do setor privado. No entanto, no início do século XX, a estrutura do capitalismo mundial transformou-se e a economia assistiu a um intenso processo de formação de grandes monopólios, que agiam para reduzir a quantidade ofertada de produtos e elevar seus preços. O surgimento dos monopólios deixa claro que a economia funcionando sem a intervenção do Estado tendia a garantir privilégios daqueles segmentos que detinham o poder econômico e, portanto, eram possuidores dos grandes capitais formadores de blocos monopolistas. Evidencia-se a necessidade da regulação da atividade econômica pelo setor público, sob pena de não haver respostas satisfatórias para as questões básicas da economia: o que produzir, como e para quem. Isso fica ainda mais claro com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, quando a economia mundial testemunha índices de desemprego assustadores e uma queda significativa na atividade econômica.

15 Como resposta à grande depressão, há uma ampliação das funções econômicas do Estado, que passa a ofertar bens públicos, a elevar significativamente seus gastos, a ampliar sua participação na produção nacional e a expandir também a legislação que buscava a regulamentação da atividade econômica. Surgem novas funções para o Estado após os anos 1930, que passa a oferecer à sociedade não apenas bens públicos, como saúde, educação e segurança, mas também bens privados, como produtos siderúrgicos, energia e transportes. Nesse processo de elevação do papel do Estado na economia, dois fatos foram de fundamental importância. Primeiro, o sucesso do New Deal, amplo programa de fomento elaborado nos Estados Unidos para retirar a economia americana da depressão dos anos 1930, que consistiu numa elevação da intervenção e dos gastos do governo, provocando a elevação da demanda agregada, do emprego e da renda. Esse programa mudou a concepção clássica de que o governo deveria permanecer neutro, exercendo o mínimo de funções e, portanto, não deveria intervir diretamente na atividade produtiva, deixando o mercado dar o tom da economia. Um outro fato de profunda relevância para a ampliação do papel do Estado na atividade econômica foi a publicação da Teoria geral do emprego, juro e moeda, de John Maynard Keynes, em Nessa obra, Keynes propunha que a retração do consumo gera uma crise de insuficiência de demanda e, para trazer a economia de volta ao pleno emprego, seria imprescindível a elevação dos gastos do governo, a forma mais eficaz de combater a depressão econômica. A evolução histórica do mundo e da economia, ao longo do século XX, também foi de fundamental importância para o crescimento das funções atribuídas ao Estado. Além dos elevados níveis de desemprego do início dos anos 1930, que conduziram o Estado à ampliação de seus gastos, uma série de outros fatores induziu o processo de alargamento da intervenção governamental na atividade econômica. A Segunda Guerra Mundial ampliou a participação do Estado na economia pelas necessidades de aumento de gastos. Após o fim do conflito, para a reconstrução da Europa destruída pela guerra, a Guerra Fria e a concorrência com os países do socialismo real, foi necessário que o Estado aparecesse como grande agente de avanço do desenvolvimento, fortalecendo o planejamento econômico. Outros fatores fundamentais para a ampliação das funções atribuídas ao Estado foram: o crescimento da renda per capita, as mudanças tecnológicas, o crescimento populacional, o surgimento de novos grupos sociais atuando na política e as mudanças da previdência social. Todos esses fatores contribuíram, de forma significativa, para um aumento da demanda de bens e serviços públicos e conduziram, inevitavelmente, a um aumento dos gastos do governo e de sua participação na economia. 85

16 Unidade III 86 O desenvolvimento dos mercados financeiros e do comércio internacional tornaram as relações econômicas mais complexas, o que também ocasionou o alargamento do papel do Estado na atividade econômica As funções econômicas do setor público Conforme vimos anteriormente, ao longo do século XX, ficou evidente que o mercado não é capaz de garantir o bem-estar da sociedade, seja por não conseguir fornecer certos bens e serviços, seja pelo sistema de preços não possuir a capacidade plena de autorregulação, seja por provocar uma distribuição de renda injusta. Assim, o setor público intervém na economia, desempenhando quatro funções básicas: assegurar uma melhor alocação de recursos produtivos, melhorar a distribuição de renda, proporcionar a estabilidade econômica e promover o crescimento econômico. Ao intervir na economia, o Estado objetiva o progresso social e econômico do país e, para conseguir isso, os governos buscam, por sua ação, elevar o nível de emprego, promover a estabilidade de preços, alavancar o desenvolvimento econômico, promover uma distribuição de renda mais equitativa e equilibrar os intercâmbios comerciais com o resto do mundo Função alocativa Por intermédio do exercício da função alocativa, o governo fornece bens e serviços que não podem ser fornecidos adequadamente pelo mercado, os chamados bens públicos, e intervém na oferta do setor privado, pela política fiscal. Por causa das falhas do mercado, uma série de bens e serviços deixaria de ser ofertada, não fosse a interferência do setor público. Assim, o governo aloca recursos escassos e oferta bens e serviços públicos que o setor privado não consegue ou não se dispõe a oferecer, mas que são imprescindíveis à população. O setor público, portanto, complementa a iniciativa privada em setores, cujo volume de investimento necessário é muito elevado, de longa maturação, e oferece bens públicos. Os bens públicos são aqueles cujos investimentos para a produção não se orientam pelo mecanismo de preços. Esses bens não são vendidos no mercado, e são de livre acesso para toda a sociedade, não importando o nível de renda ou a condição social. Logo, os bens públicos são bens de consumo coletivo e o fato de um agente econômico utilizar o serviço oferecido pelo poder público não significa que haverá redução da oferta para os demais agentes. Assim, o governo determina a produção desses bens para satisfazer às necessidades da população geral, sem exatamente se preocupar com a rentabilidade desse investimento nem com a obtenção de lucro.

17 O setor público, no exercício de sua função alocativa, pode oferecer bens sociais, como saúde e educação. Os custos desses bens, em geral, são muito elevados, comprometendo o acesso da população mais pobre a eles. Assim, o governo pode tanto oferecer diretamente esses bens, como pode também conceder subsídios à atividade privada para fornecê-los à população mais carente. O Estado também pode atuar, nesse sentido, na oferta de bens de mercado, cuja produção represente um custo alto, risco elevado e grande incerteza, o que inviabilizaria o desenvolvimento dessas atividades pelo setor privado. São exemplos disso o desenvolvimento pelo setor público brasileiro dos ramos petrolífero, de telecomunicações, siderurgia e energia nos anos Função distributiva Muitas vezes, o livre funcionamento dos mecanismos de mercado não conduz ao bem-estar de toda a sociedade e a uma distribuição de renda equitativa. Na maior parte das vezes, o mercado, deixado à própria sorte, provoca a concentração de renda e riqueza nas mãos de um pequeno número de pessoas, enquanto a maioria da população padece do empobrecimento, do subemprego e até do desemprego. Assim, faz-se necessária a intervenção do setor público ao promover uma distribuição de renda mais justa. O governo, por meio da tributação, retiraria recursos dos segmentos mais ricos da sociedade, classes sociais, setores econômicos ou regiões, e os transferiria para os grupos mais carentes. Exemplo desse tipo de política é o estabelecimento de impostos progressivos, como o imposto de renda, em que os indivíduos mais ricos pagam uma alíquota maior de imposto, para gastar mais em segmentos mais pobres e para investir nas áreas (saúde, educação, saneamento, entre outros) que beneficiariam a parcela mais carente da população. A concessão de incentivos fiscais aos investimentos privados em regiões pobres também seria um exemplo desse tipo de política governamental. Gastos com a melhoria da qualidade de ensino, a ampliação de vagas nas escolas e a implementação de cursos profissionalizantes podem facilitar o acesso dos mais pobres à educação e ao mercado de trabalho, o que caracterizaria também uma política pública de melhoria da distribuição de renda. Mas a ampliação desses gastos, em geral, irá depender de um aumento na tributação, que costuma penalizar os setores de maior renda do país. O mecanismo das transferências diretas de receita tributária para estados e municípios mais pobres também se caracteriza como uma política distributiva do setor público. 87

18 Unidade III Função estabilizadora e de crescimento econômico Para elevar o nível de emprego e de atividade econômica, reduzir a taxa de inflação, manter a estabilidade da moeda ou alcançar o equilíbrio nas transações do país com o exterior, o setor público adota uma série de políticas para controlar os grandes agregados econômicos. Para isso, o governo utiliza instrumentos de política fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas, o que trabalhamos no módulo anterior. Quando existe desemprego, para elevar a demanda agregada, o governo aumenta seus gastos; caso haja déficit público e inflação, o governo intervém com uma política fiscal contracionista, reduzindo gastos e procurando desaquecer a economia. Para controlar preços e salários, o governo pode atuar tanto para manter o nível da demanda agregada, como para estimular o crescimento desta. Podemos ainda destacar a função estatal de promoção do crescimento econômico, quando o governo atua para ampliar os investimentos públicos e estimular os investimentos do setor privado pela concessão de incentivos e financiamentos. Isso provoca uma elevação da formação de capital e um crescimento econômico em longo prazo. 5.3 Mercado monetário A moeda A introdução da moeda nas transações comerciais foi uma inovação que revolucionou as relações econômicas. Moeda é um ativo com o qual as pessoas compram e vendem bens, é uma unidade representativa de valor e um instrumento de troca, com aceitação generalizada em determinada comunidade. Ela constitui um bem que serve de padrão de valor ou equivalente geral para todos os demais bens trocados na economia. Os preços são expressos pela moeda, as dívidas e os bens e serviços são pagos em moeda. A moeda é, portanto, um instrumento ou objeto aceito pela coletividade para intermediar transações econômicas, e sua aceitação é garantida por lei. 83 O comércio sem moeda é denominado de escambo, no qual é necessária uma dupla coincidência de valores. Ao contrário, a moeda não exige essa dupla coincidência de valores e amplia a faixa de trocas mutuamente vantajosas. Com a moeda há comércio porque as pessoas vendem o que têm em troca de moedas; as pessoas usam moeda para comprar o que querem. 83 Disponível em: < 88

19 Nos tempos primitivos, o homem produzia tudo de que necessitava para si e sua família, mas, com o convívio social, outras necessidades foram surgindo e, portanto, foi necessário criar um sistema de trocas. Nessa época, utilizava-se o escambo, isto é, a troca de mercadorias por mercadorias. As trocas eram raras, pois as pessoas tendiam a produzir o necessário a uma vida rudimentar. Com o desenvolvimento da agricultura e da produção, os indivíduos passam a produzir um excedente, que começam a levar ao mercado para ser trocado pelos bens de que necessitavam e não produziam. No entanto, a paridade (comparação) entre as mercadorias era muito subjetiva, isto é, não havia regra para atribuição de valores. O fluxo de trocas de bens e serviços na economia ocasionava diversos transtornos, dada a necessidade de existirem duas pessoas dispostas a trocar duas mercadorias ao mesmo tempo, na proporção desejada. Surge, então, a moeda-mercadoria; com a evolução da economia do escambo: certas mercadorias passam a ser aceitas por todos, por suas características peculiares ou pelo próprio fato de serem escassas. 84 Moeda é tudo aquilo que serve como meio de troca num sistema econômico. Ela surgiu na antiguidade e os mais estranhos objetos e até mesmo animais eram utilizados, como: O sal, na Roma Antiga. O bambu, na China. Os fios de seda, na Arábia. À medida que a civilização se desenvolveu, os metais preciosos (ouro e prata) tornaram-se o meio de troca mais comum, por uma série de razões: São reconhecíveis. Têm pouco peso. São divisíveis. São escassos. A moeda-mercadoria podia ser guardada e usada só depois, no momento em que se necessitava obter certos bens e serviços, havendo, então, a separação entre os atos de vender e comprar. 84 Disponível em: < 89

20 Unidade III As mercadorias mais aceitas nesse período como moeda eram o gado, o fumo, peles, couros, óleo de oliva, cobre, ferro, prata, diamante, ouro e sal. A vantagem é que essas mercadorias podiam se reproduzir durante a acumulação. Suas desvantagens eram o volume e a dificuldade de transporte. Por isso, todas essas mercadorias utilizadas como moeda foram posteriormente substituídas pelo ouro e pela prata. Qualquer bem pode ser usado como moeda, desde que seja aceito por todos e apresente facilidade de manuseio, transporte e conservação. Os metais preciosos passam a assumir a função de moeda por sua durabilidade, sua imunidade à corrosão, grande valor e beleza, pelo fato de serem escassos e por serem divisíveis em peso. Para exercer o controle sobre os metais em circulação, foi implementada a cunhagem da moeda pelos governantes, o que deu origem à moeda metálica. Por segurança, muitos indivíduos guardavam seus metais preciosos em casas especializadas e as pessoas que ficavam responsáveis pelo ouro e prata emitiam certificados de depósitos dos metais. 85 O ourives gradativamente passou a exercer a função de banqueiro, porque as pessoas passaram a procurá-lo não apenas para guardar seu ouro e prata, mas também para fazer empréstimos. O surgimento da moeda-papel proporcionou maior divisão do trabalho e a especialização resultante estimulou o crescimento econômico. O surgimento da moeda-papel possibilitou que as pessoas, de posse desses certificados de depósitos dos metais, efetuassem pagamentos de bens e serviços com esses certificados, que eram transferíveis, e qualquer um de posse deles poderia retirar o montante correspondente de metal junto ao ourives. À medida que os depositários dos metais foram ganhando a confiança da coletividade, os certificados de depósito foram ganhando livre circulação e passaram gradativamente a ter aceitação de todos, já que possuíam lastro e podiam ser convertidos em ouro a todo o momento. 86 O papel-moeda surge com a criação dos estados nacionais: cada Estado passou a emitir seu papel-moeda lastreado em ouro era o nascimento do padrão-ouro. No entanto, o ouro era mercadoria escassa, e vincular a emissão de moeda à quantidade de ouro existente limitava a expansão das economias dos países e do comércio internacional, já que o estoque de ouro impunha um limite à oferta monetária. Os banqueiros perceberam que os recibos de depósitos circulavam entre o público, sem que os depósitos fossem tocados. Esses depósitos passaram a funcionar como garantia ou reserva de valor. Mais tarde, os bancos começaram a emitir bilhetes independentemente do recebimento de depósitos. 85 Disponível em: < 86 Disponível em: < 90

21 Surgia a moeda baseada na confiança da conversibilidade em ouro, quando o depositante assim o solicitasse. A soma dos bilhetes que circulavam no mercado tornou-se, aos poucos, superior ao valor total das moedas metálicas efetivamente depositadas nos bancos. Gradativamente, a moeda-papel com lastro, conversível em metal, foi substituída pelo papel-moeda, sem lastro correspondente e sem conversibilidade. O papel-moeda também é uma moeda fiduciária, porque se baseia na confiança, mas sua aceitação é forçada por lei. A partir de 1920, para superar esses obstáculos, a emissão de moeda era critério das autoridades monetárias, mas ainda mantendo certa paridade com as reservas de ouro de cada país. Complementando, temos: A moeda passa a ser aceita por força de lei, denominando-se moeda de curso forçado ou moeda fiduciária, não sendo lastreada por metais preciosos. 87 Com a passagem do padrão-ouro para a moeda fiduciária, sem lastro com aceitação garantida por lei, a moeda não é mais função do estoque de ouro, o que dá às autoridades monetárias maior capacidade de afetar a quantidade de moeda, de acordo com as necessidades do país. 88 Moeda metálica: moeda cunhada em metal precioso que trazia impresso o seu peso. Papel-moeda: surgiu com a emissão de recibos pelos cunhadores e assegurava ao seu portador certa quantidade de ouro expressa no documento. Moeda escritural: os banqueiros logo perceberam que havia sempre uma quantidade razoável de ouro e de prata que não era retirada dos cofres e passaram a emitir recibos num montante superior ao estoque de metais preciosos que tinham sob a sua guarda. Isso passou a permitir que os banqueiros fizessem negócios lucrativos, como emprestar dinheiro a juros, comprar títulos etc. Padrão-ouro: sistema monetário em que o papel-moeda emitido pelas autoridades monetárias tem uma relação com a quantidade de ouro que o país possui. Atualmente, não é mais seguido. Moeda fiduciária: não tem um valor próprio, decorrente do material de que é fabricada. Seu valor vem da garantia que o governo estabelece por meio das autoridades monetárias. É a moeda de curso legal e obrigatória no país, com a qual devem ser feitas todas as transações comerciais e financeiras. No Brasil a moeda fiduciária é o real. 87 Disponível em: < 88 Disponível em: < 91

22 Unidade III Funções da moeda As principais funções da moeda são: Isolar as vendas das compras: a moeda torna desnecessária a dupla coincidência de vontades. Instrumento ou meio de trocas: serve para intermediar o fluxo de bens, serviços e fatores de produção da economia. Denominador comum monetário: a moeda permite a colocação de um preço em todos os bens. Padrão de pagamento diferido: em quase todos os contratos, o pagamento futuro geralmente é estipulado em moeda. Reserva de valor: as pessoas guardam suas economias, acumulando certa quantidade de moeda (geralmente numa conta bancária), porque a posse de moeda representa liquidez imediata para quem a possui Tipos de moeda Moedas metálicas: são emitidas pelo Banco Central e constituem uma pequena parcela da oferta monetária. Objetivam facilitar as operações de menor valor. Papel-moeda: é também emitido pelo Banco Central e representa uma parcela significativa do volume de dinheiro em poder do público. Moeda escritural: é a moeda contábil, representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Moeda manual: moedas metálicas e moedas em poder do público (famílias e empresas). 5.4 Oferta de moeda A oferta de moeda representa o estoque de moeda disponível para uso da coletividade, a fim de atender às suas necessidades a qualquer momento. A moeda pode ser ofertada pelas autoridades monetárias e pelos bancos comerciais. O conjunto formado pela moeda manual (ou moeda corrente) e os depósitos à vista formam os meios de pagamento de uma economia. Os meios de pagamento representam quanto a sociedade dispõe de moeda física, seja com os indivíduos, seja com as empresas, seja depositada nos bancos. Mas é importante ressaltar que meios de pagamento são a moeda que não está rendendo juros, que não está aplicada em contas ou ativos remunerados. Logo, meios de pagamento representam a moeda com liquidez imediata. O dinheiro que pertence aos bancos não faz parte do conceito de meios de pagamento, já que representa seus encaixes e suas reservas. Cadernetas de poupança e depósitos a prazo também não são considerados meios de pagamento, porque não possuem liquidez imediata, mas rendem juros.

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