BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS. Agosto 2016
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- Danilo Lima Amaral
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1 BOLETIM ENERGIAS RENOVÁVEIS Agosto 2016
2 ELETRICIDADE DE ORIGEM RENOVÁVEL EM PORTUGAL CONTINENTAL O mês de agosto caracterizou-se por produtibilidade hidroelétrica, que atingiu temperaturas extremamente elevadas, à um índice de 1,67. semelhança do mês de julho, tornando o Por seu lado o índice de eolicidade teve um verão de 2016 o segundo mais quente aumento, em relação à média, sendo de desde ,1. Em resultado, o consumo de eletricidade de A produção de eletricidade em Portugal Portugal Continental registou neste mês Continental (fig.1) permitiu, até ao final de uma subida homóloga de 2.9 %. agosto, para além da satisfação do Até ao final de agosto as fontes de energias consumo, alcançar um saldo exportador de renováveis (FER) contribuíram este ano com GWh. 73 % ( GWh) do consumo 1 elétrico de Portugal Continental ( GWh), registo elevado graças às condições favoráveis de 5% 1% 22% 36% Fóssil 28% 64% Renovável 8% 36% Figura 1: Repartição das fontes na produção de eletricidade em Portugal Continental. (Valores acumulados em 2016 até ao final de agosto) Fonte: REN, 2016; Análise APREN 1 Consumo referido à emissão das centrais para consumo, incluindo ainda as perdas nas redes e os consumos em bombagem hidroelétrica. APREN 2
3 [TWh] A energia elétrica gerada pelas FER foram responsáveis por 64 % da produção nacional. Dentro deste universo da eletricidade verde os contributos mais importantes provieram da hídrica e da eólica, com 36 e 22 %, respetivamente. A restante produção FER teve origem na bioenergia (biomassa, biogás e resíduos sólidos urbanos) que contribuiu com 5 % e nas centrais fotovoltaicas que geraram 1 %. A produção elétrica de origem fóssil contribuiu com os restantes 36 %, valor que se reparte entre a térmica convencional com 28 % e a cogeração fóssil com 8 %. Quanto ao preço do mercado spot diário de eletricidade assinala-se que em agosto foi de 41,14 /MWh. Este valor é superior ao registado nos meses de maior representatividade renovável, como por exemplo fevereiro e abril (ambos com 95 % de renovável), em que o preço rondou os 27,35 /MWh e os 23,5 /MWh, respetivamente. Estes factos evidenciam a influência positiva que a produção renovável tem na redução do preço da eletricidade no mercado spot. O balanço da energia elétrica do sistema eletroprodutor continental, até ao final de agosto, em valor absoluto e por fonte, é mostrado na Figura 2. No gráfico é visível o peso significativo que a produção elétrica renovável tem tido no mix energético nacional. 25,0 22,5 20,0 17,5 15,0 12,5 10,0 7,5 5,0 2,5 0,0-2,5-5,0-7,5 Renovável Fóssil Trocas Figura 2: Balanço da produção de eletricidade e de trocas internacionais de Portugal Continental. (Valores acumulados em 2016 até ao final de agosto) Fonte: REN; Análise APREN APREN 3
4 [GWh] Só as centrais hídricas produziram GWh, valor equivalente a toda a geração térmica fóssil, GWh. Este registo é notável e reafirma a importância da hidroeletricidade no setor elétrico português, sendo um importante baluarte para a redução da dependência energética e das emissões de gases de efeito estufa. Já a eletricidade de origem eólica surge em segundo lugar, tendo gerado GWh. A bioenergia e a eletricidade de origem solar geraram, em conjunto, GWh. Centrando a análise na eletricidade gerada pelas centrais convencionais térmicas verifica-se que as centrais a carvão, de Sines e do Pego, geraram GWh, as centrais a gás natural produziram GWh e as centrais de cogeração fóssil GWh. Na mesma figura é ainda percetível o significativo saldo exportador de GWh, resultante da exportação de GWh e da importação de 958 GWh. A evolução da produção nos últimos três anos, entre janeiro e agosto, (fig. 3) permite evidenciar o expressivo aumento da produção hídrica em 2016 face aos anos anteriores, assim como o aumento da energia elétrica exportada Figura 3: Evolução da produção de eletricidade por fonte. (Valores acumulados até ao final de agosto) Fonte: REN; Análise: APREN APREN 4
5 A geração de origem eólica teve um incremento (mais de 14 %) para GWh, contrastando com os GWh do período homólogo do ano passado, explicável pelo incremento da potência instalada a nível nacional e por uma eolicidade acima da média. O acréscimo da potência instalada cifra-se nos 230 MW, repartidos pela Central Eólica do Douro Sul, 149 MW, e pelo sobreequipamento de algumas centrais eólicas, 81 MW. Apesar da assinalável contribuição renovável, em 2016, a produção térmica aumentou nos últimos meses. A justificação deste fenómeno deve-se ao crescimento das exportações (preços de produção elétrica mais competitivos em Portugal) e pelo ligeiro aumento do consumo mensal em 2,9 %, em consequência de um mês de agosto com temperaturas médias muito superiores ao normal. As restantes tecnologias renováveis, solar e bioenergia, mantiveram produções regulares. SÍNTESE Até ao final de agosto de 2016 a eletricidade de origem em fontes renováveis equivaleram a perto de 3/4 do consumo elétrico de Portugal Continental. O mês de agosto registou um saldo exportador de 237 GWh, o que constitui uma marca inédita. Já em termos acumulados, o valor do balanço exportador desde o início do ano totaliza os GWh. Ao nível de consumo elétrico observou-se um crescimento no último mês de 2,9 %, explicado pelas temperaturas altas, claramente muito acima da média. Paralelamente, o preço do mercado spot diário de eletricidade em agosto foi de 41,14 /MWh, divergindo em relação aos valores de preços mais baixos verificados em meses de maior representatividade renovável, o que vem demonstrar uma influência da eletricidade renovável na diminuição do preço de eletricidade. A redução do preço da eletricidade em mercado, em consequência de uma maior geração de eletricidade verde, é uma mais-valia económica significativa, reforçando a importância do setor renovável e a mensagem da APREN e dos seus Associados: Portugal precisa da nossa energia. Informação disponível em: APREN Departamento Técnico e Comunicação Av. Sidónio Pais, nº 18 R/C Esq Lisboa, Portugal Tel. (+351)
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