INTRODUÇÃO. Análise do solo CALAGEM E ADUBAÇÃO DE PRÉ-PLANTIO
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- Osvaldo Faria Mangueira
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1 6 PREPARO DO SOLO Gilmar Ribeiro Nachtigall Cláudio José da Silva Freire Clori Basso 47 INTRODUÇÃO Por se tratar de uma cultura perene, a época de implantação do pomar de macieira é a única oportunidade que o fruticultor têm para fazer um bom preparo do solo. É preferível gastar tempo e recursos financeiros nesta fase do que tentar medidas corretivas posteriores, que têm pouca eficiência e alto custo. A fase de implantação de um pomar de uma cultura perene como a macieira é de fundamental importância, pois implica em altos investimentos que devem ser bem planejados. Falhas nesta etapa, quanto à escolha do local e das cultivares, marcação do pomar e plantio, correção da acidez do solo e adubação pré-plantio, dificilmente poderão ser corrigidas depois, com eficácia e a baixo custo. Para uma eficiente absorção de água e nutrientes e uma boa sustentação das plantas, é necessário um sistema radicular bem desenvolvido, para o que devem existir boas características químicas, físicas e biológicas no solo. Portanto, na implantação do pomar é importante escolher um bom local, bem como melhorar as condições físicas do solo por meio de subsolagem e aração profundas, e melhorar as condições químicas pela calagem e pela adubação. Estas ações, juntamente com outras medidas de manejo, também favorecem as condições biológicas do solo. CALAGEM E ADUBAÇÃO DE PRÉ-PLANTIO Os solos da região produtora de maçã no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e mesmo em todo o sul do Brasil, são ácidos e de fertilidade natural baixa, o que exige uma adubação adequada para obtenção de produtividade aliada a qualidade de produção. Normalmente, estes solos apresentam baixo ph, boa disponibilidade de potássio, baixa disponibilidade de fósforo, cálcio e magnésio, teores de médios a altos de matéria orgânica e altos teores de alumínio e manganês trocáveis. Na implantação do pomar, o produtor tem a melhor oportunidade, se não a única, de melhorar as características químicas do solo mediante boa incorporação de corretivos de acidez e de fertilizantes, em face da distribuição do sistema radicular e das características de perenidade das plantas. Medidas corretivas em pomares plantados são difíceis de ser aplicadas por serem onerosas e de efeitos muito lentos, quando possíveis. Análise do solo A análise do solo compreende as etapas de coleta de amostra, análise laboratorial, interpretação dos resultados e recomendação da adubação e da calagem. Cada etapa está sujeita a erros, que podem afetar a recomendação desses dois insumos. O erro cometido durante o processo de amostragem é o mais significativo, já que não poderá ser corrigido nas fases seguintes. A amostra deve ser representativa, refletindo as condições da área amostrada. Uma amostra deve representar uma área relativamente homogênea. Para tal, subdivide-se a área total em parcelas, considerando-se aspectos como tipo de solo, topografia, textura, cor, erosão, profundidade, cobertura vegetal, drenagem, bem como calagem, adubações e cultivos anteriores. Em cada área relativamente homogênea, coleta-se uma amostra de solo. Esta deve ser composta de 10 a 15 subamos-
2 48 Frutas do Brasil, 37 tras, obtidas percorrendo-se o terreno em ziguezague. As subamostras são misturadas e homogeneizadas em recipiente limpo, retirando-se dali a amostra de aproximadamente 500 g que é posta em embalagem limpa e identificada para envio ao laboratório. Para a macieira, recomenda-se que a calagem e a adubação pré-plantio atendam as necessidades da camada superficial de 40 cm do solo. Portanto, o solo deve ser amostrado até esta profundidade. É melhor coletar uma amostra na profundidade de 0 a 20 cm e outra de 20 a 40 cm. A análise do solo em camadas além das normalmente amostradas para culturas de ciclo anual permite visualizar as condições químicas em que, certamente, haverá um volume considerável do sistema radicular. A coleta das amostras de solo pode ser feita em qualquer época do ano, mas sempre com a devida antecedência, para que haja tempo hábil para análise e aplicação de adubos e corretivos durante a fase de preparo geral do solo para o plantio do pomar. As amostras de solo podem ser coletadas com o auxílio de trado de rosca, trado calador, trado holandês ou pá-decorte. Dos acima citados, o trado calado é o que melhor funciona em solos arenosos, mesmo em períodos secos. O trado holandês é melhor para solos de textura mais argilosa. Ao se amostrar o solo com qualquer dos trados, deve-se introduzi-lo até a profundidade desejada. A seguir o solo aderido é retirado e colocado no recipiente. Quando se utiliza pá-de-corte, ela deverá ser introduzida no solo até a profundidade indicada, de modo a fazer uma cova em formato de cunha. Com a pá, corta-se uma fatia de solo com 2 a 5 cm de espessura e, com uma faca, eliminam-se as bordas, colocando o miolo no recipiente. Os procedimentos de amostragem do solo são os recomendados pela Comissão (1995), ou os preconizados para as respectivas regiões em outros estados. Calagem A aplicação de calcário ao solo tem como primeiro objetivo, elevar o ph e neutralizar o alumínio e o manganês trocáveis do solo. Além disso, esta prática propicia maior disponibilidade de cálcio e de magnésio, o aumento da disponibilidade de outros nutrientes, bem como favorece a microflora do solo. Como os solos da região produtora de maçã no Brasil apresentam características de elevada acidez e baixa fertilidade natural, é fundamental que se faça aplicação adequada de calcário. A definição das quantidades a aplicar é feita pela análise do solo. Para as condições do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, são utilizadas as recomendações de calagem da Rolas Rede Oficial de Laboratórios de Análise de Solo e de Tecido Vegetal (Comissão, 1995) feitas segundo o índice SMP. As quantidades de calcário necessárias para ph 6,0 (em água), recomendado para a cultura da macieira, são apresentadas na Tabela 1. As quantidades apresentadas referem-se à aplicação na camada de 0 a 20 cm do solo. As quantidades a aplicar em uma determinada área devem ser proporcionais à profundidade de correção e à incorporação pretendida. A aplicação de quantidades inferiores às necessárias para uma determinada profundidade de incorporação resultará em insuficiente elevação do ph do solo. Para quantidades superiores a 8-10 t ha -1, recomenda-se parcelar a dose de calcário em duas aplicações, possibilitando melhores distribuição e incorporação na camada de solo a ser corrigida. Para os Estados do Paraná e de São Paulo a recomendação de calagem baseiase na saturação de bases, visando elevá-la a 80% e manter o teor de magnésio acima de 0,9 cmol c dm -3, utilizando a seguinte fórmula:
3 49 NC (t ha -1 ) = (V 2 V 1 ) x CTC 100 Em que: NC = Necessidade de Calagem, em t ha -1 V 2 = 70 (porcentagem desejada de saturação de bases) V 1 = Saturação de Bases Atual do solo CTC =Capacidade de Troca de Cátions do solo Como regra geral, os solos com maior teor de alumínio, de matéria orgânica e de necessitam de maiores quantidades de corretivos da acidez, pois representam as principais fontes de acidez e de tamponamento dos solos. Em algumas situações, principalmente em solos pouco tamponados (arenosos), o índice SMP pode não indicar necessidade de calagem, embora o ph em água do solo esteja abaixo de 6,0. Neste caso, pode-se estimar a necessidade de calcário com base nos teores de alumínio trocável e de matéria orgânica no solo. As recomendações de calagem, tanto para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina como para os Estados do Paraná e São Paulo, são estabelecidas para calcário com PRNT (poder relativo de neutralização total) de 100%. Deste modo, é necessário corrigir a quantidade indicada para a área, conforme o PRNT do calcário a ser aplicado, usando a seguinte fórmula: NC (t ha -1 ) = Quantidade recomendada x 100 PRNT do calcário A elevação do ph do solo ao valor desejado depende, entre outros fatores, da quantidade de corretivo aplicada, da sua mistura com o solo, do teor de umidade do solo, do tempo de contato do corretivo com o solo e da sua granulometria. Em geral, o efeito da calagem na correção da acidez atinge o ponto máximo de 3 a 12 meses após a aplicação do calcário. Após 4 a 6 anos, o ph começa a diminuir em virtude da lixiviação natural das bases e das reações de acidificação do solo. Assim, novas aplicações de calcário somente devem ser feitas após esse período, mediante nova amostragem e análise de solo. Em geral, as necessidades de corretivo após o período mencionado, são bem inferiores às iniciais. Se a amostragem do solo for realizada após 1 a 2 anos da aplicação do calcário, a recomendação de nova calagem, pelo método SMP, pode não ser válida com base nessa amostra, pelo fato de a fração mais grosseira do corretivo poder ainda estar reagindo com o solo. Em pomares implantados que necessitem correção da acidez, verificada por uma nova análise do solo, a aplicação do calcário é feita superficialmente, a lanço ou manualmente, objetivando atingir principalmente a faixa da linha de plantas, Tabela 1. Recomendações de calagem (calcário com PRNT 100%) com base no índice SMP para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Índice SMP < 4,4 4,5 4,6 4,7 4,8 4,9 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 5,7 5,8 5,9 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 6,7 6,8 6,9 > 7,0 Fonte: Comissão (1995). Calcário (t ha -1 ) 21,0 17,3 15,1 13,3 11,9 10,7 9,9 9,1 8,3 7,5 6,8 6,1 5,4 4,8 4,2 3,7 3,2 2,7 2,2 1,8 1,4 1,1 0,8 0,5 0,3 0,2 0,0
4 50 Frutas do Brasil, 37 que é onde se concentra a maior parte do sistema radicular. Não é aconselhável utilizar distribuidores em linha, pois o calcário ficará localizado nas entrefilas, onde a presença do sistema radicular é pequena. A dose anual de calcário a aplicar superficialmente não deve exceder a 4 t ha -1, para não elevar excessivamente o ph do solo junto à superfície. A dose deve ser calculada para a área que efetivamente receberá calagem. Pode-se aplicar o calcário em qualquer época do ano, pois de qualquer forma sua ação será lenta e limitada. Por isso, saliente-se uma vez mais que o momento do preparo inicial do solo para a implantação de um pomar é a única oportunidade que o produtor tem de fazer uma boa correção da acidez do solo em profundidade. As boas práticas de manejo do solo em pomar de macieira indicam que não se deve revolver o solo na linha de plantas, para evitar danos ao sistema radicular, que podem ser portas de entrada de patógenos. Vários materiais podem ser usados como corretivos da acidez dos solos. No entanto, o mais comum é o uso da rocha calcária moída, conhecida como calcário agrícola. Tendo em vista a grande variação de qualidade dos corretivos da acidez dos solos existentes no mercado, na sua escolha deve-se considerar tanto o seu PRNT (Poder Relativo de Neutralização Total) como o seu frete até a propriedade. Assim, ao se adquirir um calcário deve-se considerar o custo do produto a PRNT 100%, posto na propriedade. O poder relativo de neutralização total (PRNT) é uma medida da qualidade dos corretivos da acidez dos solos, o qual é avaliado pelo equivalente em CaCO 3 (valor de neutralização) e pelo tamanho das partículas (eficiência relativa). Assim, quanto maior o PRNT, melhor a qualidade do calcário e, consequentemente, mais rápida é a sua reação no solo. Pela legislação atual, os calcários são classificados em quatro classes, segundo a faixa de PRNT (Tabela 2). Tabela 2. Classificação dos calcários agrícolas segundo o PRNT. Classe A B C D Fonte: Comissão (1995). PRNT (%) 45 a 60 60,1 a 75 75,1 a 90 >90 Com referência à qualidade dos corretivos, além do PRNT, deve-se, também, considerar o teor de magnésio do material, já que os solos onde a macieira é cultivada no Brasil são normalmente pobres nesse nutriente. Considerando que a macieira é muito exigente em cálcio, recomenda-se optar por produtos que, após reação no solo, resultem em relação Ca/Mg igual ou superior a 3. Isso pode ser obtido pela aplicação de mais de uma fonte de calcário. Uma opção razoável seria aplicar metade da dose na forma de calcário dolomítico e a outra metade na forma de calcário calcítico. A lama de cal, ou borra de cal, subproduto da indústria de papel, é um corretivo calcítico. De acordo com a legislação brasileira, os calcários que contém até 5% de MgO são denominados calcíticos, os que contém entre 5% e 12% são denominados magnesianos, e os com teor superior a 12% são denominados dolomíticos. Além do calcário agrícola, outros produtos podem ser utilizados como corretivos da acidez dos solos, como cal virgem, cal hidratada, calcário calcinado, calcário de conchas, cinzas, silicatos e outros. Os corretivos de acidez do solo devem atender a uma garantia mínima com relação ao equivalente em CaCO 3 e à soma dos teores de óxidos de cálcio e de magnésio (Tabela 3). Os calcários contêm partículas que variam desde pó até aproximadamente 2 mm, que é o máximo permitido pela legislação brasileira. A velocidade de reação de cada fração depende do diâmetro das partículas. Assim, aquelas com diâmetro
5 51 Tabela 3. Garantias mínimas do poder de neutralização (PN) e da soma de óxidos (CaO + MgO) exigidos dos principais corretivos de acidez do solo. Material Calcários agrícolas Cal virgem agrícola Cal hidratada agrícola Escórias Calcário calcinado agrícola Outros Fonte: Comissão (1995). PN (Eq. CaCO 3 ) CaO + MgO % menor que 0,053 mm (peneira nº 270) reagem completamente em menos de um mês e aquelas com diâmetro entre 0,84 (peneira nº 20) e 2 mm (peneira nº 10) necessitam mais de 60 meses para uma reação completa. A legislação exige, com tolerância de 5%, que 100% do calcário passe em peneira de 2 mm, 70% passem em peneira de 0,84 mm, e 50% passem em peneira de 0,3 mm. O gesso agrícola (sulfato de cálcio hidratado) é um subproduto da produção do ácido fosfórico. Seu uso só se justifica em solos carentes de cálcio e de enxofre, já que não corrige a acidez do solo. Pode ser usado para melhorar a relação Ca/Mg em solos onde esta é muito estreita, ou onde se deseja aumentar a disponibilidade de Ca e reduzir a ação do alumínio tóxico em camadas mais profundas do solo. Adubação de pré-plantio A adubação de pré-plantio, que deve ser realizada por ocasião do preparo do solo para a implantação do pomar, tem por objetivo elevar os teores de potássio e fósforo para níveis considerados suficientes para o estabelecimento das plantas, já que muitas vezes os teores originais do solo não permitem seu desenvolvimento adequado. É nesta fase que o fruticultor tem a oportunidade de melhorar a disponibilidade destes nutrientes no solo. A interpretação dos resultados da análise de solo quanto a fósforo e potássio, adotada pela Rolas - RS e SC, é apresentada na Tabela 4. Os valores de P e K extraíveis do solo são interpretados em seis faixas. O limite inferior da faixa suficiente corresponde ao nível crítico do nutriente no solo. Isso significa que abaixo do nível crítico aumentam as possibilidades de resposta da cultura à aplicação destes insumos. Com relação ao fósforo extraível, foram estabelecidas cinco classes de solos conforme o teor de. As quantidades de adubo fosfatado e potássico recomendados em pré-plantio para a cultura da macieira são definidas utilizando-se as faixas de teores destes nutrientes no solo, obtidos pela análise do solo (Tabela 4) e pelas recomendações para a cultura (Tabela 5). Aplicar a lanço as quantidades recomendadas na instalação do pomar, em toda a área, incorporando-as, no mínimo, na camada arável. Em casos de locais onde é muito difícil aplicar os adubos e corretivos em toda a área, pode-se fazer a correção do solo em faixas ou em linhas de plantas. Aplicar, juntamente ao fósforo e ao potássio, se necessários, 30 kg de bórax/ha. Como fonte de fósforo, aplicar fosfatos solúveis (superfosfato simples e triplo) ou termofosfatos sempre que a adubação for feita após a calagem ou em solos com ph adequado. Fosfatos naturais, por conta de sua baixa solubilidade, devem ser aplicados e incorporados ao solo no mínimo 3 meses antes da aplicação do calcário, para possibilitar sua solubilização parcial pela acidez do solo. O cloreto de potássio é a principal fonte de potássio. Outra opção para o produtor é a utilização de adubo orgânico, principalmente para a
6 52 Frutas do Brasil, 37 Tabela 4. Interpretação geral dos resultados de análise de solo quanto a potássio trocável e a fósforo extraível para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Faixas de teor no solo K > 55% 41 a 55% P 26 a 40% 11 a 25% < 10% Muito baixo Baixo Médio (1) Alto Muito Alto (2) mg L < > 120 < 2,0 2,1-4,0 4,1-6,0 6,1-12,0 > 12,0 < 3,0 3,1-6,0 6,1-9,0 9,1-18,0 > 18,0 < 4,0 4,1-8,0 8,1-12,0 12,1-24,0 > 24,0 < 6,0 6,1-12,0 12,1-18,0 18,1-36,0 > 36,0 < 8,0 8,1-16,0 16,1-24,0 24,1-48,0 > 48,0 (1) Nível Crítico: limite superior do teor médio. (2) Duas vezes o nível crítico. Fonte: adaptado de Comissão (1995). Tabela 5. Recomendações de adubação fosfatada e potássica em pré-plantio, para a camada de 0 a 20 cm, para a cultura da macieira no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Teor no solo Muito baixo Baixo Médio Alto Muito Alto Fonte: adaptado de Comissão (1995). Fósforo (kg P 2 O 5 ha -1) Potássio (kg K 2 O ha -1 ) complementação da adubação mineral, pois a sua aplicação pode ser benéfica sob aspectos físicos e biológicos do solo. Podem ser usadas fontes como esterco de bovinos, de suínos e de aves. Recomendase analisar o adubo orgânico para conhecer sua composição química. PREPARO DO SOLO O preparo do solo tem por objetivo melhorar as condições físicas e químicas do solo, bem como facilitar o plantio, o que representa realizar a incorporação dos corretivos da acidez e da adubação de préplantio em quantidades e na profundidade adequadas. Este preparo do solo deve ser feito, no mínimo, com 90 dias de antecedência ao plantio para os solos já cultivados e de 1 ano antes do plantio para áreas novas. Deve-se dar bastante importância para a qualidade e profundidade do solo, pois o êxito do pomar depende destes fatores. Como característica de uma planta perene, o sistema radicular da macieira pode penetrar a 2 m ou mais no solo; entretanto, o maior acúmulo de raízes ocorre na camada até 80 cm de profundidade. Em geral, as etapas no preparo do solo para a implantação de um pomar são as seguintes: a) Aplicar metade da dose total de calcário. b) Subsolar o terreno até a profundidade de 40 a 60 cm. c) Limpar o terreno, retirando raízes, tocos e pedras. d)fazer a primeira aração na mesma profundidade da primeira. e) Aplicar o restante do calcário e os adubos de pré-plantio.
7 53 f) Fazer a segunda aração na mesma profundidade da primeira. g) Fazer a gradagem próximo ao plantio. Quando o terreno é muito declivoso, o preparo do solo deve ser feito em curva de nível, para evitar a erosão do solo. Em baixadas ou áreas com problemas de drenagem, quando for necessário utilizar estes terrenos, devem-se formar camalhões, sobre os quais localizam-se as filas de plantas. Para áreas novas de campo, recomenda-se o plantio de gramíneas anuais durante pelo menos 1 ano antes do plantio das mudas. Para o plantio em áreas recémdesmatadas, após a retirada de tocos e de raízes, recomenda-se o plantio de gramíneas anuais durante pelo menos 2 anos antes do plantio das mudas, para evitar a perda de mudas por doenças do sistema radicular. Nas situações de replante total de áreas de pomares, deve-se também recorrer à análise do solo para definir as quantidades de calcário e de adubos a aplicar, desde que da primeira aplicação de calcário já tenham decorrido 5 a 6 anos, bem como deve-se realizar a subsolagem com o único objetivo de romper as camadas compactadas situadas abaixo da porção de solo alcançada pelos arados comuns. Deve-se eliminar completamente os restos vegetais da área. Especificamente para estas situações, pode ser benéfico o uso de fosfato monoamônico como fonte de fósforo. Recomenda-se o plantio de gramíneas anuais durante pelo menos 2 anos antes do plantio das mudas, para evitar perdas decorrentes de doenças no sistema radicular. Para o caso de replante em pequenas áreas dentro do pomar, primeiro é necessário um estudo para identificar as causas do fracasso. Para setores com problemas de morte de plantas, é necessário, primeiramente, recuperar o solo antes de proceder ao replantio, de modo a evitar futuros insucessos. Para esta segunda situação, uma vez definido o replante, deve-se seguir as mesmas recomendações previstas para a primeira situação.
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