TEMA Problemas Brasileiros: Qual é a Solução?
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- Márcio Carmona Mota
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1 PALAVRAS DO GOVERNADOR TASSO JEREISSATI, NA PEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN) NO '<FORUMDA GESTAO PUBLICA EFICIENTE", NO RIO DE JANEIRO U c TEMA Problemas Brasileiros: Qual é a Solução? Dr. Eduardo Gouvêa Vieira, Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), senhores dirigentes de órgãod de classe, senhores empresários, demais autoridades aqui presentes, minhas Senhoras e meus Senhores, E com muita satisfação -que recebi o convite da FIRJAN para participar desse Fórum sobre a gestão pública eficiente aqui na cidade maravilhosa. Sinto-me lisonjeado por estar neste momento entre os mais importantes representantes do setor privado fluminense, que 6, sem dúvida, um dos segmentos empresariais de maior peso da economia brasileira. 1. O Brasil atravessa um período particularmente dificil, não só pela crise financeira em outros países emergentes e pelos efeitos do racionamento de energia, como também pela conjuntura internacional desfavorável, recentemente ainda mais abalada pelos deploráveis ataques terroristas aos Estados Unidos, cujos desdobramentos econômicos e bélicos estão acarretando mais incerteza e imprevisibilidade no cenário mundial.
2 2. Este quadro geral tem repercussões em todos os setores da economia brasileira e afeta certamente, em maior ou menor grau, todas as regiões e/ou estados brasileiros. A despeito desse cenário de pessimismo para os agentes econômicos e de diminuição da oferta e da demanda internas, o setor privado brasileiro vem sendo levado a buscar alternativas e inovações gerenciais, tecnológicas e mercadológicas para continuar a crescer e preservar seu importante papel de gerador de renda e emprego. 3. Todavia, apesar do quadro nacional e mundial preocupantes, ainda há razões para'termos otimismo. No âmbito doméstico, o Brasil está mantendo a estabilidade monetária, que é um dos J requisitos para a retomada do crescimento sustentado da economia. Mesmo com as dificuldades conjunturais, es tamos -( mantendo um modelo de intercâmbio aberto, voltado para a integração com a América do Sul e com o mundo. Conseguimos realizar reformas estruturais de p d e alcance em um contexto de consolidação do regime democrático, o que é por sua vez um indicativo de estabilidade interna e um fator positivo para a credibilidade externa, ambos tão necessários ao desenvolvimento da atividade empresarial. Problemas Brasileiros: Qual a solução? 4. O Brasil passa por um momento singular de sua história como nação. Estarnos diante de uma encruzilhada entre a construção de
3 um país próspero e justo para todos e a possibilidade de retrocesso a um estágio de país pobre e fracassado. No momento em que se discutem os novos rumos do País, é comum surgirem muitos "especialistas" com planos de toda a ordem, contemplando as mais diversas atividades e setores. Mas, antes de mais nada, é fundamental ter em mente que princípios éticos de postura para a elite dmgente, como integridade pessoal, espírito público, compromisso com a democracia e humildade, devem permear e nortear o processo de condução da liderança de uma nação. São certamente os princípios capazes de mobilizar os melhores valores necessários para a dução das questões políticas, econômicas e, principalmente, sociais em um País com as características do Brasil. Só assim, os interesses coletivos efetivamente se sobreporão aos individuais ou dos grupos que se revezam no poder São grandes os desafios com que nos deparamos para constniir a Nação que desejamos, mas também são igualmente grandes os riscos que corremos se pecarmos pela omissão. Dentre esses desafios, eu destacaria, em primeiro lugar, a moralizacão da vida política. Não podemos pensar em governar o Brasil, convivendo com um jogo político em que a discussão dos grandes temas de interesse nacional fique refém de pressões de grupos voltados para mesquinharias individuais. 6. A sociedade não pode ter vergonha de seus representantes e o governo não pode "apequenar" a sociedade negociando o interesse público nacional no varejo. Torna-se urgente uma refomia política 3
4 para que os representantes eleitos pelo povo se mantenham fiéis aos compromissos assumidos em campanha a partir das propostas partidárias. Não é mais aceitável que os partidos políticos se transformem em pequenos espaços voltados para conveniências eleitorais. Os partidos políticos têm de ser respeitados para que a classe política recupere a credibilidade junto à opinião pública. 7. No campo econômico, o grande desafio do Brasil é reduzir de modo simiificativo as deshaldades sociais,e reeionais. O Presidente Fernando Hemique tem dito que: "...o Brasil não é um / país pobre, mas um país injusto". De fato, os desníveis de renda no País são inaceitáveis e não podemos mais conviver com eles. Preservada a estabilidade monetária e respeitados os princípios fundamentais da responsabilidade fiscal na gestão governamental em todas as esferas, a meta deve ser o crescimento sustentado e a reducão das deshaldades. P m tanto, o Estado deve ter um grau maior de interferência na economia, sem exercer o papel de i-' empresário, mas sendo pró-ativo na consecução desses objetivos e na indução da competitividade e na promoção de oportunidades de investimento. 8. O dilema entre o equili%rio dos fundamentos macroeconômicos e a promoção do desenvolvimento deve ser enfrentado por meio de uma agenda de desenvolvimento nacional focada na redução das desigualdades de renda. Não basta lutar para o Brasil ser um país estável e mais rico, precisa se tornax um país mais justo. Dada a estreita Wiculação que existe entre as desigualdades de renda e as 4
5 disparidades entre as regiões, a política de desenvolvimento nacional deve centrar-se na questão regional Nesse sentido a política regional não pude ser vista apenas como um apêndice menor dentro do planejamento governamental. Essa política regional exigirá uma articulação de todas as ações de governo, desde a desconcentração industrial, passando pela política de educação e a criação de uma infra-estrutura básica e de ciência e tecnologia que elimine ou pelo menos minimize as enormes desvantagens locacionais hoje existentes entre as regiões mais pobres e as mais ricas. / 8. O empresariado brasileiro não pode ser considerado um incômodo para atingir os objetivos nacionais, mas sim como um parceiro obrigatório. Para reforçar a competitividade da empresa - f privada nacional, toma-se indispensável adotar uma reforma tributária que desonere a produção e reduza o chamado custo- Brasil. Para capitalizar essa mesma empresa, precisamos de uma reforma abrangente no sistema hanceiro que privilegie o mercado de capitais e amplie o poder de alavancagem do segmento de previdência privada, 'potencializando a formação e expansão da poupança interna. A par disso, temos de aumentar a capacidade exportadora de nossas empresas como forma de atenuar a milnerabilidade do País em face das pressões externas. Não podemos mais continuar, eternamente, impotentes para enfrentar os efeitos desestabilizadores das frequentes crises internacionais.
6 ! r 9. A crise urbana já atingiu proporções inaceitáveis. Os problemas de tráfego, saneamento, ocupação do solo, habitação e segurança nas grandes cidades brasileiras precisam ser enfrentados pela ação decidida e articulada do Governo Federal. O modelo de urbanização vigente no País deve ser vislumbrado sob o prisma de grande problema nacional e como tal tem de merecer a devida prioridade no planejamento governamental. A sociedade brasileira não pode ficar refém da criminalidade. Por um lado, é urgente e inadiável a reforma das polícias civil e militar, a sua unificação e a montagem de um adequado sistema de recrutamento, treinamento e capacitação de pessoal. Por outro lado, como deconência da falência do modelo carcerário, as penitenciárias brasileiras se converteram em verdadeiras "universidades do crime", o que exige uma imediata reforma do sistema, a hm de que os cidadãos não se - f sintam sob ameaça pemianente em suas próprias casas e locais de trabalho. 10. No campo das políticas sociais, os avanços já alcançados pelo Governo Fernando Henrique, como a bolsa-escola, a bolsaalimentação, o FUNDEF, o Plano Saúde da Família (PSI?) entre outros, devem ser preservados e aprofündados. Hoje temos cerca de 97% das crianças na escola e 60% das familias brasileiras atendidas regularmente por uma equipe de saúde da família. Aangidos os amplos níveis de cobertura, o nosso grande desafio agora passa pela melhoria na qualidade dos serviços públicos de educação, saúde e assistência social. Caberá ao Governo Federal pôr em prática uma estratégia de descentralização e os recursos que 6
7 permitam a efetiva melhoria dos serviços públicos prestados ao cidadão. 11.No campo internacional, o "Consenso de Washington" acabou! Como receituário de políticas, apesar dos avanços de reforma que patrocinou em inúmeros países em desenvolvimento, Ele não foi capaz de reduzir a pobreza e as desigualdades no mundo. Ao & contrário, as evidências apontam que elas se agravaram. Diante dessa nova realidade, 6 Brasil não pode mais se omitir, como maior país da América Latina, na rediscussão do modelo global Os chamados países emergentes estão quase todos em crise e os excessos da globahação parecem aüngir até mesmo os países -1 desenvolvidos. Nesse 'sentido, um novo modelo de relações econ6micas internacionais precisa ser discutido nos fómns mundiais e implementado com os mecanismos comerciais e financeiros adequados. 12. Bem, esses eram os pontos que tinha a abordar. Fico à disposição dos senhores para o debate e aprofundarnento dos tópicos tratados. MUITO OBRIGADO
PALAVRAS DO GOVERNADOR TASSO JEREISSATI POR OCASIÃO DA ABERTURA DO SEMINÁRIO "LIDERANÇA JOVEM NO SECULO XXI", AOS 07/03/2002 ~j 2902 03-0~/02
PALAVRAS DO GOVERNADOR TASSO JEREISSATI POR OCASIÃO DA ABERTURA DO SEMINÁRIO "LIDERANÇA JOVEM NO SECULO XXI", AOS 07/03/2002 ~j 2902 03-0~/02 Excelentíssimo Senhor Enrique Ig lesias, Presidente do Banco
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