UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM
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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS Por: Carla Henker Orientador Prof. William Rocha Rio de Janeiro 2011
2 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU FACULDADE INTEGRADA AVM VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Pública. Por: Carla Henker.
3 3 AGRADECIMENTOS... A DEUS por esta maravilhosa oportunidade de adquirir conhecimento e ao meu marido Sergio, meu incentivador, que pacientemente me acompanhou nesta jornada e que sempre me mostrou a importância da busca do saber.
4 4 DEDICATÓRIA... Ao meu marido Sergio, meu grande amor, simplesmente por ser o que é e por sempre acreditar no meu potencial.
5 5 RESUMO Este trabalho tem origem nas reflexões sobre a terceirização no setor público, tendo como principal objetivo demonstrar a aplicação da terceirização, enfatizando as características positivas e negativas deste processo. A terceirização cresceu muito nos últimos anos. O mesmo ocorreu, em parte, pela grande necessidade do Estado de redução de pessoal. Em função disto, deve-se observar a importância da terceirização dos serviços na administração pública que se tronou uma prática comum e revolucionou as práticas de gestão das organizações, cujo seu principal objetivo é obter a modernizações dos procedimentos e uma relação de custo benefício totalmente positiva. Através de pesquisa bibliográfica, observou-se algumas características, bem como, a necessidade de uma mudança na reengenharia organizacional, em que seu ponto focal é especializar, agregar valor e agilizar a redução de seus processos, principalmente nas atividades meio, essencial para determinadas áreas.
6 6 METODOLOGIA Para o melhor conhecimento o tema proposto foi necessário conhecer um pouco da história da evolução do Estado, onde foram utilizados alguns livros sobre a história da terceirização. O restante da pesquisa foi realizado na leitura de livros, pesquisa bibliográficas, pesquisas de sites que tratam, especificamente, da terceirização nas organizações públicas suas vantagens e desvantagens.
7 7 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A História 10 CAPÍTULO II - Terceirização 14 CAPÍTULO III Vantagens e Desvantagens 21 CONCLUSÃO 30 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 31 FOLHA DE AVALIAÇÃO 34
8 8 INTRODUÇÃO Batista (2004) define a terceirização como: um sistema em que uma organização contrata uma empresa especializada para executar alguma atividade que seja desenvolvida ou não pela organização. A terceirização teve sua origem na indústria norte americana que devido sua alta demanda teve a necessidade de delegar seus serviços a terceiros. No Brasil a terceirização teve início nas décadas de 50 e 60 com maior impulsividade na época de 70. Esta demanda se deu especificamente com a abertura do mercado interno às multinacionais, influenciadas pelas recentes tendências industriais, taylorismo e toyotismo. No setor público a tendência à terceirização somente surgiu através da Primeira grande guerra que forçou o Estado a assumir a direção da economia. O termo terceirização se originou do inglês outsourcing, que significa a obtenção de suprimentos por meio de outras fontes, que não sejam fontes internas da própria organização. Waldir Bafra acredita que, o crescimento da demanda, a necessidade de mão de obra especializada em várias áreas e a extinção de diversos quadros de carreira do serviço público, fez com que fosse imprescindível a implementação da terceirização destes serviços para garantir o funcionamento das instituições. Conforme Giosa (1997), a terceirização se caracteriza quando uma atividade da empresa deixa de ser desenvolvida pelos seus funcionários e é transferida para outra empresa, a terceira. É importante ressaltar que o certo é terceirizar suas atividades-meio, devendo concentrar seus esforços nas atividades-fim, que são o objetivo principal. As pesquisas sugerem que os fatores estratégicos na decisão de uma instituição pública buscar a ferramenta terceirização, além de ela ter se tornado uma tendência mundial, e ser uma forte ferramenta de gestão, materializada por meio de um contrato entre empresa/instituição e o terceiro, elas
9 9 concentram-se principalmente em alguns aspectos, dentre eles podemos citar: otimização e especialização na qualidade do serviço prestado ou fornecido; redução de custos, agilidade e o fornecimento de bens e maior direcionamento do foco da instituição para suas atividades fins. A realização deste trabalho é fundamentado nos conhecimentos sobre o tema abordado e na reflexão sobre as vantagens e desvantagens que a terceirização de serviços traz para o serviço público.
10 10 CAPÍTULO I A HISTÓRIA 1. A Evolução do Estado Após a Primeira guerra mundial que provocou diversos desequilíbrios econômicos mundiais, o Estado foi obrigado a assumir uma posição mais ativa, criando medidas para garantir a estabilização e as condições de subsistência, e proteção dos cidadãos. Após a II guerra mundial o Estado emerge como um estado que se expandiu em várias áreas com o objetivo de além de regular, também se tornar um agente econômico, que atua diretamente na produção de riquezas e na prestação de serviços públicos. Nesse momento, acontece um movimento mundial de discussão acerca do real papel a ser assumido pelo Estado perante a sociedade Já na virada do século XIX para o século XX, com o objetivo de corrigir o mercado e proteger legalmente os trabalhadores e consumidores, e também, com o compromisso na execução de serviços e obras públicas, e com o objetivo de corrigir o mercado, foi lançando o modelo intervencionista do Poder Público. O Estado passa não somente a corrigir as falhas do mercado, mas é utilizado como instrumento que viabiliza a aplicação destas políticas públicas. O Estado foi intensificando sua atuação simplesmente pela constatação da necessidade da existência de mecanismo reguladores do mercado. Em função disto iniciou-se uma série de normas e regulamentos que marcaram o início da regulação estatal nas atividades econômicas. Isto significa que era o Poder Público controlando o Poder econômico. Tornando-se um gigante, com conseqüência bem custosa, a máquina estatal se tornou muito onerosa, pois se tornou a mola impulsionadora do
11 11 crescimento econômico, atuando na sua própria área e até nas áreas, até então, estritamente da iniciativa privada. Os custos para manter este Estado de Bem Estar Social eram altos, obrigando o Estado a repassar este ônus para a sociedade, a fim de sustentar o aparelho do Estado O Estado Brasileiro Em função da ineficiência da máquina estatal, a opinião pública é a favor de uma reformulação e desburocratização da máquina administrativa para que seus objetivos sejam atingidos com efetividade. Busca-se, então, esta alternativa na gestão de serviços públicos. Como o Estado não está mais tão onipresente, o próprio conceito do Liberalismo faz com que surja o que se chama hoje de Neoliberalismo. Segundo Ramos (2001), o modelo neoliberal é baseado na descentralização, na privatização e na concentração de programas sociais voltados para os grupos mais carentes, ou seja, na focalização, e explica por que: A descentralização permite o incremento da eficácia e eficiência nos gastos públicos, na medida em que aproxima os recursos da comunidade local. A focalização direciona os gastos sociais ao seu público alvo, que é selecionado de acordo com sua necessidade e urgência, introduzindo o conceito de seletividade. A privatização transfere para o setor privado a produção de bens e serviços públicos. Essa transferência pode dar-se para o setor privado lucrativo ou para o setor privado não lucrativo, que congregaria as organizações comunitárias. Ramos (2001).
12 12 Com todas as mudanças propostas no Neoliberalismo, podemos denominá-lo de Estado Social-Liberal. Chamamos de social, pois o mesmo visa a incentivar e garantir os direitos sociais à educação, saúde e previdência. E liberal, pois insere a competição das funções do Estado, através da terceirização, concessões, permissões e ainda as parcerias público-privadas. Diante do cenário Econômico, e com a certeza de que o aparelho estatal não estaria mais atendendo a necessidade de atuação com eficiência, no que se referia à prestação de serviços públicos, teve-se a certeza da necessidade de sua reestruturação A Reforma Administrativa O programa de reformas iniciou no Brasil no final da década de 70, com o Programa Nacional de Desburocratização (Decreto n de 18 de julho de 1979 e o Decreto n de 15 de julho de 1981), o qual foi implementado nos anos 90 a partir do Programa Nacional de Desestatização, Lei de 12 de abril de 1990, revogada pela Lei de 09 de setembro de Fernando Henrique Cardoso introduziu um programa de reformas nas áreas administrativa, fiscal e previdenciária. Esse programa tinha como objetivo, transformar a administração burocrática em administração pública gerencial, embasada, especificamente, na satisfação das necessidades do cidadão, e não apenas no controle de processos administrativos. Na necessidade de uma maior agilidade, era preciso pensar num novo modelo de administração pública, principalmente na busca de uma maior eficiência no atendimento das suas funções, especialmente, com a redução de custos. Era necessário também, pensar num modelo de administração pública que atendesse as necessidades sociais, e ao mesmo tempo, garantisse que o Estado cumprisse suas funções essenciais.
13 13 Este plano de reforma retira do Estado a responsabilidade de execução direta e do papel de produtor de bens e serviços, enfatizando sua função de regulador e promotor do desenvolvimento. Esse novo momento, fez surgir um grande número de práticas de gestão como exemplo: Downsizing; Reengenharia, Terceirização e; Outras. As mudanças ocorridas na estrutura das empresas nas últimas décadas tiveram alguns objetivos, dentre outros, a busca de maior flexibilidade nos processos, a redução de custos e a obtenção de maior competitividade diante dos mercados. (GABRIEL, 2004). A terceirização esta dentro deste quadro de reforma administrativa, onde o mesmo permite a transferência da execução no atendimento de algumas funções do Estado para o particular. Mas, sempre com a regulação, fiscalização e controle centralizados no Poder público.
14 14 CAPÍTULO II TERCEIRIZAÇÃO 1 História da Terceirização A Terceirização teve sua origem nos Estados Unidos, no início da II guerra Mundial, onde foi amplamente utilizada, para a produção de armamentos. Conforme Nascimento (2001), a indústria bélica, sem condições de atender as demandas, iniciou o processo de transferência de serviços a terceiros que foram contratados para dar suporte à produção de uniformes militares, armas leves e pesadas, munição, navios e tanques de guerra. Segundo Moraes (2003), aqui no Brasil imperava o regime militar que impedia a possibilidade de inovações neste setor, onde o mercado nacional esteve fechado nas décadas de 60, 70 e 80, ocasionando assim um desenvolvimento muito lento, retardando o desenvolvimento econômico, tecnológico, cultural e social e da própria indústria. A terceirização teve seu início mesmo através das indústrias de automóvel, ganhando mais destaque na última década, quando houve a abertura do mercado e a globalização da economia. Fatores os quais forçaram as empresas a desenvolverem estratégias competitivas baseadas na cooperação, para alcançar maior produtividade e qualidade, e, conseqüente redução dos custos. A Terceirização é um instrumento utilizado pela administração pública para reduzir a participação do Estado em atividades não essenciais, buscando assim a diminuição de gastos. Giosa (2003), afirma que a terceirização tem seu enfoque na qualidade e na redução de custos, gerando assim mais resultados e favorecendo a eficácia com a otimização da gestão.
15 15 A terceirização, aplicada como um processo de gestão é uma ferramenta ideal para o aperfeiçoamento dos produtos e serviços prestados. Ou ainda, segundo Leiria (1992), a terceirização é uma forma de administrar, tanto pequenas quanto grandes organizações, de modo estratégico, oportuno e adequado na busca da eficácia. Ela também pode ser percebida como uma estratégia para reduzir ineficiência, ruído e o tamanho das grandes organizações, tanto públicas como privadas e em qualquer ramo de atividade. Para Sergio Pinto Martins (2006), a terceirização é uma possibilidade de contratar terceiros para a realização de atividades que não constituem o objeto principal da empresa. A contratação pode envolver tanto a produção de bens como serviços, visando não só a redução de custos bem como também maior agilidade, flexibilidade e competitividade à empresa. A terceirização nada mais é do que a descentralização de serviços da atividade-meio da administração pública para uma empresa privada que os executará como sua atividade fim. De acordo com Vale (1992), a terceirização, pode apresentar três estágios dentre eles: a) Inicial - serviços de apoio, como: limpeza, segurança, outros; b) Intermediário - atividades ligadas à função principal da empresa, como: manutenção de fábrica, assistência técnica, outros; c) Avançado - terceirização de atividades-chave da empresa, como: gestão de certos processos, implantação da qualidade total, entre outros. Concentrando a ênfase na primeira etapa do processo com concentração em serviços de atividades-meio. No serviço público a terceirização é um instrumento utilizado pela administração pública para reduzir ou suprimir a participação do Estado em atividades não-essenciais, gerando assim a diminuição de gastos públicos, maior eficiência da máquina administrativa aumento da qualidade. Segundo Nascimento Filho (2001), a discussão sobre terceirização ganhou realmente importância no início da década de 1990.
16 16 A mesma se deu quando a economia brasileira passava por uma abertura comercial e por um processo de privatização, o que levou as empresas brasileiras a diminuírem a defasagem tecnológica e sofrerem grande concorrência de empresas estrangeiras, as chamadas multinacionais que foram gradativamente implantadas no Brasil, principalmente as automobilísticas. Assim, a terceirização foi inserida no Brasil. Tendo como principal objetivo a contratação de pessoas ou empresas para a realização de atividades não fins em qualquer organização. Como era de se esperar, a terceirização conquistou seu espaço primeiramente nas pequenas e médias empresas, que estavam acompanhando mais de perto as mudanças que vinham ocorrendo nas relações de trabalho Conceitos Dora Maria de Oliveira Ramos busca um conceito de terceirização aplicado à Administração Pública, da seguinte forma: Terceirização é um método de gestão em que uma pessoa jurídica pública ou privada transfere, a partir de uma relação marcada por mútua colaboração, a prestação de serviços ou fornecimento de bens a terceiros estranhos aos seus quadros. Esse conceito prescinde da noção de atividade-meio e atividade-fim para ser firmado, uma vez que tanto podem ser delegadas atividades acessórias quanto parcelas da atividade principal da terceirizante. A autora define a terceirização como uma das formas de inserção do particular na prestação do serviço público, o qual é determinado através de contrato administrativo. Onde o terceiro é um mero executor material, sem qualquer vínculo com o Poder Público.
17 17 Em função disto, é importante frisar que o terceiro não é gestor do serviço público, e sim um simples prestador de serviços. Cavalcanti Júnior (1996) define a palavra terceirização como: Um neologismo cunhado a partir da palavra terceiro, entendido como intermediário, interveniente, que, na linguagem empresarial, caracteriza-se como uma técnica de administração através da qual se interpõe um terceiro, geralmente uma empresa, na relação típica de trabalho (empregado versus empregador). Cavalcanti (1996) Terceirizar não é somente contratação de mão de obra. Terceirizar é uma estratégia, é uma ferramenta administrativa, que é usada dentro da organização como a contratação de soluções. Segundo Wolff (2001) a terceirização tem que ser vista como uma nova filosofia de gerenciamento, onde a relação é de parceria e de confiança e não confundir com a relação tradicional de empreiterização que tem suas características na não parceria, na desconfiança e no fato de querer levar vantagem na contratação da mão de obra. Oliveira (1994) afirma que: Terceirizar é buscar racionalmente os melhores resultados em escala de produção, a maior flexibilidade operacional e uma adequada redução de custos administrativos, juntamente com a concentração e a maximização de oportunidades para enfrentar o mercado. Queiroz (1998) resume todos os conceitos citados acima, quando refere que terceirização é: ma técnica administrativa, uma metodologia e um processo. A técnica administrativa possibilita o estabelecimento de um processo gerenciado de transferência, a terceiros, das atividades acessórias das empresas, permitindo a estas se concentrarem no seu negócio, ou seja, no objetivo final. A metodologia incentiva motivação e fomento à criação de novas empresas, que proporciona o surgimento de mais empregos.
18 18 E por fim o processo busca parcerias, determinado pela visão empresarial moderna e pelas imposições do mercado Visão Estratégica Segundo Motta (2001), a solução para os problemas, o pensamento estratégico e o comportamento humano, são realmente valorizados quando conduzem os objetivos ao progresso da organização. Estudos comprovam que atualmente as empresas podem encontrar no mercado qualidade superior e com maior flexibilidade do que têm internamente. E, muitas das vezes, quando os funcionários e os custos pertencem a serviços que podem ser comprados externamente, ou trocados, acontece à vantagem competitiva que permite a administração focalizar os recursos gerenciais. A terceirização estratégica permite esta focalização. Queiroz (1998) define terceirização de diversas formas: É uma técnica administrativa que possibilita o estabelecimento de um processo gerenciado de transferência, a terceiros, das atividades acessórias e de apoio ao escopo das empresas que é a sua atividade-fim, permitindo a estas se concentrarem no seu negócio, ou seja, no objetivo final. É uma metodologia de motivação e fomento à criação de novas empresas, possibilitando o surgimento de mais empregos. Incentiva o aparecimento de micro e médias empresas, e ainda o trabalho autônomo, gerando também a melhoria e incremento nas empresas existentes no mercado, com ganhos de especialidade, qualidade e eficiência.
19 19 É o processo da busca de parcerias, determinado pela visão empresarial moderna e pelas imposições do mercado. Não mais poderemos passar para os preços os elevados custos. Isto tem feito com que os empresários se preocupem com a qualidade, competitividade, agilidade de decisão, eficiência e eficácia que acabam resultando na manutenção dos clientes e consumidores. Como a iniciativa para terceirizar parte sempre acompanhada de mudanças, que irão provocar alteração nas normas, regras, hierarquias e consequentemente na estrutura organizacional, é necessário todo um cuidado para que haja mudanças e melhoramentos dentro da organização, pois é neste momento que serão definidas as metas. Sendo assim, fica mais fácil repassar para o terceiro as atividades meio da empresa, ressaltando sempre a relação de confiança, pois a mesma será essencial na transferência de conhecimento para estes parceiros. Esta interação exige um vínculo onde o resultado deste trabalho some na qualidade total do serviço prestado ao cliente. Qualidade e terceirização devem estar sempre interligados. Para Queiroz (1998) é comum a empresa surpreender-se ao diagnosticar terceiros, quando isso acontece, a meta é traçar planos e prazos estratégicos para sanear o problema, fazendo isso sempre por partes. Mas já houve um sinal de evolução nesse sentido, pois a Associação Brasileira de Manutenção cadastrou profissionais e empresas que atuam na área de manutenção a qual engloba típicas tarefas terceirizadas. Assim ficou fácil para a empresa contratante a localização e a contratação de profissionais idôneos neste setor. Ainda segundo Queiroz (1998), ao optar pela terceirização, a empresa deve identificar todos os riscos, quantifica-lo e só então, a partir para a contratação, tendo os seguintes cuidados:
20 20 CUIDADO FORMAL CUIDADO ESSENCIAL As contratações dos terceiros são feitas através de concorrência ou carta-convite entre empresas da comunidade ou região, garante positividade também no plano legal. Mas para a completa garantia dos resultados, a empresa deve examinar os seguintes pontos: o contrato deve ter todas as licenças necessárias e exigidas pelas autoridades publicas evitar sociedades feitas entre cônjuges, entre pais e filhos ou ainda realizados na véspera de contratação; recusar empresário de uma só contratação e empresa em nome individual; analisar com cautela a contratação de microempresas do Ramo de prestação de serviços. Sendo o terceiro uma empresa comprovadamente idônea e não havendo lesões aos direitos trabalhistas previdenciários do seu RH, a contratação é revestida de legalidade. Assim entende o jurídico. A idoneidade do terceiro é fundamental, a empresa contratante deve examinar a relação do contratado com a justiça e a sua situação com seus recursos humanos.
21 21 CAPÍTULO III VANTAGENS E DESVANTAGENS 1. Vantagens da Terceirização Segundo Queiroz (1998), que define a terceirização como uma técnica administrativa de processo e gerenciamento para terceiros das atividades de assessoria e de apoio, reafirma que, o objetivo do terceiro é a sua atividademeio, permitindo assim as organizações focarem em seu objetivo final. A empresa que presta qualquer tipo de serviço deve realizar bem todas as atividades de suporte a fim de aumentar a habilidade da empresa para atingir suas metas estratégicas e o seu valor para os administradores. [...] tudo aquilo que não pertence ao foco de negócio da empresa é uma solução reconhecida como prática e eficiente. Sem contar que é muito atraente para a empresa, pois representa a promessa de livrar-se do pesado encargo de gerenciar a folha de pagamento. No entanto, nem sempre essa terceirização tem sido feita de maneira adequada. Gil (2001). De acordo com Queiroz (1998), as empresas deixam completamente a gestão centralizada e burocrática e adotam processos participativos de gestão administrativa e operacional. Identificando as áreas de interesse estratégico e também o objetivo do negócio, mantendo sob sua gestão apenas o que é realmente objetivo do seu negócio. Quando as empresas chegam a essa terceira forma administrativa é que concluem que a adoção da terceirização não resulta em perda do poder e nem
22 22 do controle da sua gestão. Portanto, planejar e implantar a terceirização, na empresa ou instituições, é altamente recomendado. A terceirização é absorvida como saída para muitas empresas/instituições, que pretendem deixar de lado a preocupação com a execução da atividade de apoio para dedicar seu tempo e esforço nas estratégias de seu negócio principal. Para muitas empresas a terceirização pode ser uma vantagem, pois passam as atividades auxiliares a fornecedores, que, exatamente por terem esta atividade como foco principal, pois é a razão de existirem, podem oferecer alto grau de especialização e investir no desenvolvimento das pessoas e de tecnologia e, a empresa mantém o foco no próprio negócio. Em muitos casos, infelizmente, não temos passado do discurso politicamente correto, que envolve termos de parceria e qualidade. Assim, pode-se entender que a empresa se concentra no seu foco dos negócios, gerando qualidade nos serviços prestados. As organizações se tornam cada vez mais enquadradas nos critérios internos das atividades que garantem um aperfeiçoamento na gestão e na obtenção de lucros. Com a competitividade há um melhor aproveitamento dos pontos positivos, e estimulando a concorrência, que irá diferenciar as empresas pela qualidade. Segundo Silva, Santos (2006), quando as empresas decidem que algo precisa ser feito em relação as suas atividades de apoio e no sentido de reduzir gastos, otimização de tempo de processamento, e melhoramento de qualidade profissional, e com isso, elevando o grau de eficiência e, consequentemente, aumentando a eficácia, da terceirização. Após a definição do prestador de serviço e para que seja dado a continuidade aos aspectos formais e legais para uma boa relação entre as partes, é o momento de ser elaborado contrato de prestação de serviço, estabelecendo regras de relacionamento, e dando base juridicamente adequada à relação.
23 23 Com isto, alguns pontos básicos deverão ser observados na caracterização deste documento como: definir bem, as obrigações e direitos de ambos (contratante e contratado) bem como atividades fins, porque devem diferir para que não haja vínculo empregatício; entre as partes deve haver posicionamento equilibrado para que não haja subordinação de uma parte ou outra; é bom incluir no contrato uma cláusula prevendo o risco o tomador de vir a ser interpelado judicialmente por uma obrigação trabalhista não cumprida pelo prestador, nesta mesma cláusula o contratante poderá interpelar judicialmente o prestador que haja ressarcimento dos prejuízos. A terceirização está, hoje, inserida nos conceitos da administração, dados que as empresas passaram a buscar alternativas de sobrevivência, um processo de busca na redução de despesas, especialmente de mão de-obra, onde é possível a substituição pela de terceiros. Quando aplica-se a terceirização nas organizações, nota-se que é gerado automaticamente a diminuição de desperdícios, resultando assim, na valorização dos talentos humanos, o que leva o funcionário a ter um compromisso maior com a organização na busca de resultados mais concretos. Mesmo assim, percebe-se que há claramente no mercado um movimento de revisão destes processos de terceirização, motivadas pela necessidade de melhoria dos próprios resultados diante do mercado cada vez mais exigente e competitivo, ocorrendo também à necessidade das empresas estarem alinhando a sua estratégia de negócios, assim, permitindo a maximização de resultados. Para Silva, Santos, Santos (2006), a partir de tal conceito pode-se perceber que as organizações têm com maior objetivo em focalizar na qualidade do produto com mais eficiência e reduzir gastos. Fatores como responsabilidade e confiança não podem ser esquecidos, visto, a responsabilidade última da organização para com seus funcionários, sociedade, fornecedores, clientes e sócios. Para Barros (2002), a terceirização tem sido a saída para muitas organizações que pretendem deixar de lado a preocupação com a execução da atividade de apoio para dedicar seu tempo e esforço nas estratégias de seu
24 24 negócio principal. Destacamos alguns aspectos das vantagens de terceirização: VANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO Aprimoramento do sistema de custeios, maior esforço de treinamentos e desenvolvimento profissional. Maior lucratividade e crescimento, otimização de serviços, redução de níveis hierárquicos e economia de escala. Diminuição dos desperdícios, redução das atividades-meio e focalização da empresa na sua aera de negócios. Aumento da qualidade, de especialização de serviços e ganhos de flexibilidade e maior agilidade nas decisões. A terceirização não deve ser identificada apenas com prestação de serviços. Tanto assim que o contrato de empreitada e de prestação de serviços não são os únicos formatos jurídicos possíveis de ser adotados quando se estuda a terceirização da economia. Existem outras formas jurídicas para expressar esse fenômeno. O mercado de terceirização está em crescimento e mostra claramente que esta forma de contratação está em ascensão. Mais pessoas estão reconhecendo os benefícios de não contratar um funcionário por um trabalho que pode facilmente, ser feito remotamente por alguém com experiência na área. Mais e mais empresas estão descobrindo as vantagens de terceirizar alguns de seus projetos, e aqueles que enxergam longe, estão planejando fazê-lo novamente e, possivelmente, olhando para outras áreas que podem ser
25 25 terceirizadas. Para garantir melhor experiência possível, a empresa que é escolhida para terceirizar suas atividades. Nada melhor do que uma consultoria de terceirização para determinar quais as empresas tem um histórico de clientes satisfeitos, são conhecidas pelos resultados de boa qualidade e de um trabalho consistente, com boa capacidade de comunicação e capacidade de cumprir prazo, mantendo linhas de comunicação abertas há todos os tempos. 2. Desvantagens da Terceirização Segundo Giosa (1993), obrigadas pela economia do país, as organizações iniciaram há alguns anos um programa intensivo de redução de custos que culminou com a terceirização. Modismo ou não, aspectos positivos ela tem! Mas como todo conceito estrangeiro no nosso país muitas vezes passa a funcionar mais do que as leis vigentes. As tarefas que não agregavam valor ao produto final foram deslocadas para as mãos de terceiros. Segurança, recepção, manutenção, restaurante, ferramentaria e outras áreas chamadas de apoio ou suporte e em alguns casos parte da produção foi eliminada dos organogramas. Com isso foi iniciado também um processo de redução de mão de obra, que contribuiu e muito para o aumento do contingente de desempregados decorrentes de outros tipos de programas de contenção de despesas. Segundo Silva, Santos, Santos (2006), no inicio das terceirizações, foi à queda na qualidade daqueles serviços que antes era incumbência da empresa principal, e passou a ser cuidado por uma prestadora de serviços. Esse estado de coisas acarretou também outro problema sério: a redução nos salários dos profissionais que saíram das empresas e foram trabalhar nas prestadoras de serviço é evidente que toda aquela estrutura fornecida pela empresa anterior não foi absorvida pela terceira: nível salarial, benefícios, regulamentos etc..
26 26 Acredita-se que hoje pode ser que as empresas contratantes desse tipo de serviço sintam-se satisfeitas, mas naquele momento de forma alguma houve satisfação plena. Primeiro porque era um estilo novo de gestão, e segundo porque não contavam com os aspectos da desmotivação dos funcionários que passavam de um estágio de empresa estruturada e sólida, para um de empresa nova, que também não conhecia os reflexos desse novo tipo de prestação de serviços. Iniciava-se ali um novo processo: o empreendedorismo. Na maioria dos casos a empresa terceirizava seus serviços com os próprios funcionários que estavam sendo dispensados, fato que resultou em muitos problemas econômicos, financeiros e jurídicos. Se fosse bom esse processo naquele momento, muitas dessas empresas não teriam voltado ao estágio anterior, ou seja, cancelado a terceirização e contratando seu pessoal novamente. O que fica de bom como experiência, é que mesmo passando por momentos de dificuldades, todos aprenderam alguma coisa como: gestão de processos, administração de conflitos, qualificação de mão de obra, recrutamento e seleção mais rápida e acurada, etc. Seguem algumas reflexões junto a Alta Administração e sobre áreaschave da organização, dificultando a sua implantação. Quando no enfoque das ações: 1. Resistências e conservadorismo, ao novo e o conservadorismo inibe a aplicação de técnicas modernas; 2. Dificuldade de se encontrar a parceria ideal: parceiros que possam atender as condições de qualidade e produtividade exigidas pelas operações; 3. Risco de coordenação de custos internos: o risco de coordenar as atividades de terceiros, com perda de poder de execução e a falta de parâmetros de custos internos para comparar com os preços das contratadas; 4. Custo de demissões: quando ocorre; 5. Conflito com os Sindicatos; gerando custos
27 27 6. Desconhecimento da legislação trabalhista. De acordo com comenta que as Silva; Santos; Santos (2006) as empresas que vendem serviços terceirizados sempre recuperam os custos, isto deve-se identificar bem a cultura da empresa que irá prestar o serviço e verificar se é compatível com a da organização que deseja contratar o serviço terceiro. Segundo Leiria (1995), estas considerações podem variar para cada empresa, pois deverá repercutir internamente os graus de dificuldade e de facilitação, para chegar numa estabilização decisória, com a visão estratégica. Apresentam-se alguns aspectos negativos da terceirização, são eles: DESVANTAGENS DA TERCEIRIZAÇÃO Risco de desemprego e não absorção da mão-de-obra na mesma proporção, e custos de demissões. Perca do vinculo com o empregado, desconhecimento das leis trabalhistas e falta de cuidados com fornecedores, Riscos de coordenação de contratos; demissões na fase final, e conflitos com os sindicatos. Aumento de risco de ser administrado, e perda da identidade cultural da empresa, em longo prazo por parte dos funcionários. Segundo Barros (2002) geralmente ocorre um impacto na empresa, causado por colaboradores descontentes com a empresa em que trabalham ou com o tratamento recebido do contratante ainda que esteja lutando contra as mudanças simplesmente por não ter sido informada de maneira adequada. A principal queixa dos colaboradores que passam por esse processo é reforçado ao sentimento de perda de status, que significa a mudança de comportamento dos antigos colegas de trabalho, que passam a tratá-los como
28 28 terceiros, isto é, pessoas que pertencem a uma categoria supostamente menos valorizada, que perdeu privilégios e direitos. Concluímos então que, os colaboradores se sentem desqualificados, por ter perdido o seu vínculo que lhes proporcionava uma sensação de pertencer aquela organização. Realmente não tem sido dada pouca ou nenhuma importância a esta capacidade nos níveis intermediários das organizações. Saber querer é mais que querer, é mais que poder. Para comprar produtos e serviços, é no mínimo necessário saber que produto e que serviços são estes, para assim, ter completa eficácia para o desempenho geral destes processos e a total satisfação do cliente. Muitas das vezes, algumas destas atividades quando terceirizadas, retiram da contratante esta capacidade, pois a aceitação ou a recusa de um produto ou serviço pode se dar no momento da sua aplicação no processo. Enquanto que, no caso de um fornecimento terceirizado, o formalismo dos contratos estabelecidos, exige, muitas vezes, a interveniência prévia de outros atores, tais como o gestor de terceirização ou até mesmo a gerência de compras, ambos com interesses negociais muitas vezes conflitantes com o mérito da questão. Desta forma, o preço de um serviço contratado, visto, individualmente, pode se tornar mais importante para quem o contrata que o seu efeito sobre o produto final da organização, afetando uma sinergia essencial que há entre os processos e que garante o sucesso do desempenho organizacional. Os fatores que garantem esta sinergia não se encontram (somente) no produto final ou nos serviços a ele agregados. Saber querer é uma capacidade chave, exigida em todas as atividades e em todos os níveis organizacionais, que pode fazer a diferença no desempenho final de um negócio. As dificuldades trazidas pela terceirização e pelas novas formas de organização do trabalho são bastante conhecidas dos dirigentes sindicais. Inúmeras foram e estão sendo as iniciativas de diversas entidades sindicais de enfrentar o problema.
29 29 As iniciativas vão desde a denúncia dos problemas advindos com a terceirização, a exigência da "primarização" das atividades fins (inclusive com ações judiciais), a busca de representação dos terceirizados; a ampliação da base de representação sindical, a garantia de direitos e benefícios equivalentes, o estabelecimento de contratos próprios, a denúncia da terceirização e seus perigos para a sociedade, em alguns segmentos, etc. São ainda iniciativas isoladas, que somente, em poucas situações, mostram-se eficientes.
30 30 CONCLUSÃO Conforme mencionamos anteriormente, a partir da década de 90, com a extinção de diversos cargos de carreira pelo Governo Federal a fim de se enxugar a máquina administrativa para reduzir gastos no serviço público, tornou-se necessário à contratação de serviços. Diante da necessidade de economizar e aproveitar melhor os recursos tentando um aumento da competividade nas organizações, surgiram novas estratégicas de administração, como a terceirização, que foram implementadas em diversos setores da economia. A Terceirização surgiu com a finalidade de melhorar a qualidade nas atividades das organizações, ou seja, as empresas contratam um prestador de serviço que fica conhecido como empresa terceirizada passando a assumir as responsabilidades das atividades meios da empresa contratante, assim as organizações contratantes poderão desempenhar um papel melhor em suas atividades fins obtendo qualidade dos produtos e menores custos. Esse modelo de gestão além de ser estratégico, vai ao encontro dos objetivos globais com maior rapidez e mais eficiência, QUEIROZ, (1998). Esta trabalho nos mostra que a terceirização é cada vez mais comum no mercado de trabalho. Para que ela seja uma ferramenta estratégica vantajosa, será sempre necessário ser encarada como uma parceira, que trabalha em conjunto para a melhoria dos processos e dos serviços prestados, na busca da excelência, visando sempre à satisfação dos seus clientes. Por ser cada vez mais uma realidade brasileira as empresas que prestam serviço terceirizado tem a necessidade de planejar e aperfeiçoar suas atividades constantes mente.
31 31 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. BAFFA, Waldir. A terceirização na UFSCar: avaliação da qualidade nos serviços de limpeza - São Carlos: UFSCar, p. 2. BARROS, Laura de. Gerenciamento do Trabalho Terceirizado. In: BOOG, 3. Magdalena (Coord): Manual de Gestão de Pessoas e Equipes: Estratégias e Tendências. São Paulo: Gente, BATISTA, Emerson de Oliveira. Sistemas de informação: o uso consciente da tecnologia para o gerenciamento. São Paulo: Saraiva, BIANCHI, M. G. Terceirização no Brasil: uma análise do novo papel desempenhado por empresa, trabalhadores e Estado. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, CAVALCANTI JÚNIOR, O. A terceirização das relações laborais. São Paulo, DRUCK, M. G. Terceirização: (des)fordizando a fábrica Um estudo do complexo petroquímico. Editorial Boitempo, DRUCK, Graça; FRANCO, Tânia. A Precarização do Trabalho no Brasil : um Estudo da Evolução da Terceirização no Brasil e na Indústria da Bahia na Ùltima Década, Revista Latinoamericana de Estudos Del Trabajo, volume 13, páginas , GABRIEL, E. C. A gestão do trabalho. Terceirização em uma empresa de telefonia do Ceará. Fortaleza p. Monografia (Bacharelado em Administração). Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará. 10. GIL, Antonio Carlos. Gestão de Pessoas: Enfoque nos papéis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
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35 35
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