Mobilidade espacial na Região Metropolitana de Belo Horizonte: as especificidades de Nova Lima e Brumadinho no crescimento da metrópole.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Mobilidade espacial na Região Metropolitana de Belo Horizonte: as especificidades de Nova Lima e Brumadinho no crescimento da metrópole."

Transcrição

1 MARCELO CRUZ VARGAS Mobilidade espacial na Região Metropolitana de Belo Horizonte: as especificidades de Nova Lima e Brumadinho no crescimento da metrópole. Monografia desenvolvida no Programa especial de Treinamento (PET), da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. Orientadora: Jupira Gomes de Mendonça (Doutora). Belo Horizonte Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais Março de 2004

2 Apresentação O presente trabalho faz parte do conjunto de atividades desenvolvidas pelo PET Programa especial de Treinamento da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, no período março/2003 a março/2004. Atuou como orientadora a professora e Doutora Jupira Gomes de Mendonça, e como coordenadora do Programa na unidade, a professora e Doutora Celina Borges Lemos. O programa é financiado pela PROGRAD Pró-Reitoria de Graduação. Trata-se de um estudo que integra um conjunto de trabalhos acerca do desenvolvimento do mais recente vetor de expansão da Região Metropolitana de Belo Horizonte, através do eixo definido pela BR-040 em direção ao Rio de Janeiro, cujos reflexos no espaço urbano são mais visíveis nos territórios de Nova Lima e Brumadinho. Pretende-se aqui verificar as características do fenômeno com enfoque sobre a dinâmica migratória e a mobilidade espacial da população residente. O trabalho baseia-se na revisão bibliográfica no primeiro capítulo, no qual se delineia um pequeno histórico da evolução dos fenômenos migratórios de Minas Gerais e do Brasil durante o período referente à construção de Belo Horizonte e sua transformação em metrópole. No segundo capítulo analisa-se a Região Metropolitana do ponto de vista da relação entre municípios. O terceiro capítulo, que consiste na análise propriamente dita, realizou-se com base no estudo de dados do Censo Demográfico do IBGE. Por fim, trata-se de um trabalho com objetivos didáticos e acadêmicos, produzido para que possa ser utilizado como referência para futuros estudos do tema.

3 Sumário Introdução Capítulo 1 Mobilidade e migração na Região Metropolitana de Belo Horizonte Mobilidade e Migração: conceitos Migração no Brasil e a participação de Minas Gerais A migração na Região Metropolitana de Belo Horizonte A RMBH no contexto migratório do Estado Movimentos migratórios no interior da RMBH Mobilidade intrametropolitana nas décadas de 80 e Capítulo 2 O crescimento da RMBH na entrada do século XXI Desenvolvimento e padrões de crescimento da Região Metropolitana O vetor de expansão da metrópole a oeste da capital O vetor norte de expansão metropolitana A expansão das classes médias e altas ao sul da metrópole O Eixo-Sul: nova frente de expansão e novos padrões de ocupação para a metrópole Nova Lima e Brumadinho como espaço da nova expansão metropolitana Dinâmica demográfica de Nova Lima e Brumadinho entre 1970 e Inserção de Nova Lima e Brumadinho da dinâmica do Eixo- 35

4 Sul... Capítulo 3 Aspectos qualitativos do incremento demográfico no Eixo-Sul Evolução demográfica dos municípios de Brumadinho e de Nova Lima na década de Brumadinho Nova Lima Caracterização da população Migração Condições de moradia Número de banheiros por domicílio Densidade morador / dormitório Dados sobre educação e renda Anos de estudo Renda Per Capita domiciliar Análise dos dados Conclusão Referências Bibliográficas... 57

5 Introdução A evolução temporal da região de Belo Horizonte para um espaço metropolitano apresenta uma grande diversificação de enfoques possíveis quando se trata de um estudo acadêmico. De fato, sabe-se que o fenômeno da expansão urbana se processa com base em uma rede de processos interrelacionados, como o contexto econômico ou características sociais e culturais das populações em questão. O texto a seguir se dedica a estudar o processo de expansão da Região Metropolitana de Belo Horizonte ao longo do Eixo-Sul, através da análise de dados sobre migração no espaço em questão. Por Eixo-Sul entende-se a porção da RMBH, ao sul da capital do Estado, na qual se desenvolvem novos processos de ocupação e ampliação da mancha urbana metropolitana. Caracteriza essa localidade o fato de as novas ocupações se mostrarem voltadas, de certa forma, para camadas economicamente mais favorecidas, estabelecendo um vetor de expansão de características diferenciadas dos principais eixos pelos quais a metrópole evoluiu em sua história. Conta também como elemento diferenciado a adoção de formas alternativas de moradia, no contexto das novas características da vida na metrópole, como será abordado adiante. A migração e a mobilidade residencial constituem o foco específico deste trabalho, que centra a análise nos municípios de Nova Lima e Brumadinho, os quais seriam os responsáveis pelo aparecimento e pela possível consolidação 1

6 desse vetor de crescimento metropolitano. Dessa forma, pretende-se conhecer os incrementos populacionais dos municípios nos anos 90, período de maior expressividade do crescimento dos municípios em questão. Logo, é revista no Capítulo 1 a história da evolução demográfica da Região Metropolitana em contraponto à dinâmica nacional, para em seguida, no Capítulo 2, verificar o desenvolvimento da RMBH entre os municípios que a compõem. No Capítulo 3 se procede a análise dos dados do IBGE sobre Brumadinho e Nova Lima, afim de se conhecer os resultados para as hipóteses formuladas no transcorrer do trabalho. Dessa forma, pretende-se contribuir para o estudo das dinâmicas de formação do espaço urbano brasileiro através de um estudo sobre o desenvolvimento de uma região específica. 2

7 Capítulo 1 Mobilidade e migração na Região Metropolitana de Belo Horizonte O estudo da mobilidade residencial e da migração na Região Metropolitana de Belo Horizonte integra uma discussão acerca da importância do Estado de Minas Gerais na dinâmica dos movimentos populacionais decorrentes das grandes transformações econômicas do país, além de suas conseqüências sociais e demográficas a partir do período de maior impacto da atividade industrial no espaço regional brasileiro. Neste capítulo procura-se introduzir os conceitos de mobilidade e migração, para em seguida delinear um breve histórico dos mais importantes movimentos populacionais em Minas Gerais no citado período, e então centralizar o foco da análise especificamente sobre a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Trata-se de um estudo com o intuito de proceder a uma análise específica dos municípios de Nova Lima e Brumadinho, em capítulo posterior, abordando uma contextualização histórica e teórica do que se pretende investigar especificamente. 3

8 1 Migração e mobilidade: conceitos Os termos mobilidade e migração envolvem não apenas definições bastante vastas, como também algumas controvérsias, entre estudiosos, acerca de sua abrangência teórica. Entretanto, não constitui o principal objetivo do presente estudo o aprofundamento em questões de conceituação, mas sim o estabelecimento de referências com as quais se trabalhará adiante. Ambos os conceitos se referem à idéia de deslocamento, mas têm significados e abrangências distintas. Mobilidade é a denominação conferida a um movimento que inclua atores que a realizem, e um deslocamento em um determinado meio. No caso específico do presente trabalho, o meio em que ocorre o deslocamento é o espaço geográfico, e os atores são pessoas presentes nos Censos e contagens de população. Logo, a referida mobilidade ganha o adjetivo espacial, que trata de especificar o referido e generalizado conceito inicial, eliminando da análise outras formas de mobilidade, como por exemplo, mobilidade de capitais, mobilidade da informação ou mobilidade de tecnologia. Então, tem-se como mobilidade espacial o deslocamento de pessoas de um ponto a outro no espaço geográfico, independente de outras variáveis como duração, distância ou periodicidade do deslocamento. O conceito de mobilidade, mesmo ao limitar a observação a uma porção mais específica da questão, ainda constitui um universo amplo que abrange várias realidades distintas. Ele engloba, entre outras, a idéia de migração. Para definir o que é migração é necessário apoiar a análise em outros parâmetros, onde a idéia de espaço de vida se presta a esse esclarecimento. O espaço de vida constitui a porção do espaço onde o indivíduo exerce suas atividades. Por exemplo, a casa, o trabalho, o local de recreação. A partir disso, pode-se distinguir basicamente três categorias diferentes de deslocamentos: a primeira diz respeito a movimentos no interior do espaço de vida, ou movimentos sem migração, responsáveis pela própria definição dos limites desse espaço; a segunda categoria engloba os movimentos temporários para fora do espaço de vida, de curta ou longa duração, e que também não constituem migração por 4

9 não haver a intenção de residir em outro lugar; e por fim os movimentos que definem a mudança do espaço de vida, o deslocamento com mudança do local de residência. Esta última corresponde à migração propriamente dita. A migração integra um rol de categorias de deslocamentos, cujas especificidades dependem de fatores como o citado espaço de vida. Além deste, outro importante conceito para a percepção do fenômeno é a residência-base. Diversas vezes pode ser considerada a própria residência fixa dos atores envolvidos, porém não se confunde com o espaço de vida por constituir um ponto geográfico mais específico que aquele. A idéia de residência-base refere-se à área de ação a partir da qual partem os deslocamentos, ou onde há maior probabilidade de retorno dos mesmos, independente da duração da ausência. Quando há pouca probabilidade de retorno, considera-se o estabelecimento da residência-base em outro lugar. Por outro lado, quando há a mudança de residência-base, e depois de certo período, há uma nova mudança do antigo destino para o mesmo local anterior, ocorre a chamada migração de retorno. O estudo do fenômeno migratório abrange não só as características técnicas da migração e suas categorias, mas também o papel da mesma quando inserida em determinado contexto sócio-econômico. A migração pode ser considerada como uma estratégia de inserção residencial de diversos setores sociais, se considerado o espaço da cidade capitalista. De acordo com esse raciocínio, a cidade tem valor de mercadoria, fazendo a população o papel de demandante do espaço. A mobilidade espacial segue então a lógica da inserção econômica, e é esperado que o espaço urbano reflita as características da estrutura social local. Portanto, o estudo dos fluxos migratórios conseqüentemente recai sobre questões sociais de inclusão e segregação. Enquanto as classes economicamente incluídas no sistema procuram organizar sua localização no espaço de acordo com funções que atendam às suas necessidades de satisfação, como as de trabalho, lazer, cultura e necessidades básicas, os estratos mais baixos, carentes de alternativas de inserção residencial, 5

10 necessitam de estratégias para estabelecerem-se no espaço. Tais estratégias incluem mecanismos como a criação de favelas e ocupação de áreas periféricas e distantes. O estudo da mobilidade residencial e da migração na Região Metropolitana de Belo Horizonte, mais especificamente nas porções de Nova Lima e Brumadinho que correspondem ao que chamamos Eixo-Sul da expansão da metrópole, utilizará as classificações de deslocamento descritas neste tópico. As diferenças entre migração e mobilidade, portanto, se basearão essencialmente na distância dos deslocamentos. Considerar-se-á como unidades de deslocamento os limites municipais e metropolitanos, como forma de estabelecer o espaço de vida da população estudada. No contexto metropolitano, pode-se considerar que esse espaço de vida, assim como a dinâmica econômica local, extrapola limites institucionais entre municípios. De forma generalizada e para fins de nomenclatura, as mudanças de residência no interior da RMBH serão doravante tratadas pelo conceito de mobilidade residencial, uma modalidade da mobilidade espacial, enquanto as mudanças de residência-base entre interior e exterior da Região Metropolitana serão tratadas como migração. O estudo específico das mencionadas porções da RMBH necessita, além desta conceituação, de uma contextualização histórica e teórica acerca dos fluxos de deslocamento populacional no Brasil, em Minas Gerais e na própria Região Metropolitana, como colocado nos tópicos a seguir. 6

11 2 Migração no Brasil e a participação de Minas Gerais O período mais significativo da industrialização do país, iniciado na década de 50 e com um auge entre os anos de 1967 e , foi marcado por uma intensa atividade migratória com reflexos em quase todo o território nacional. Aliado ao simultâneo desenvolvimento do sistema de transportes, tal processo acarretou drásticas alterações no quadro populacional brasileiro. Isso ocorreu devido aos intensos deslocamentos em direção à região Sudeste, principalmente para os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, em cujos territórios a industrialização do país se concentrou. No contexto nacional, trata-se do período no qual as Regiões Metropolitanas se firmaram e se institucionalizaram. Uma vez que os investimentos no setor industrial geralmente se situavam nas cidades de grande porte, as capitais e seus entornos imediatos, os estados com industrialização efetiva nesta época presenciaram, nestes centros, a absorção de grandes contingentes populacionais vindos do interior e também de diversos outros pontos do país. Em plena década de 50 os grandes centros industriais já experimentavam a conurbação com cidades vizinhas. Da expansão horizontal das manchas urbanas, o crescimento dessas cidades, a partir da década seguinte, passou a se realizar na forma do adensamento de seus centros, redefinindo sua imagem e dinâmica. Em 1973 passaram a ser reconhecidas oficialmente como Regiões Metropolitanas (VARGAS, 2002). Do ponto de vista estrutural, esse fenômeno foi acompanhado de uma visível alteração nos padrões sociais da população. De um país até então apoiado em uma base agrícola, o Brasil se tornou uma sociedade urbana, com a formação de uma classe média significativa e alteração nas dinâmicas trabalhistas. Surgiram inúmeras novas ocupações, seja na própria atividade industrial ou mesmo no setor de serviços e no comércio, estes com uma intensa expansão apoiada no desenvolvimento industrial (JANUZZI, 2000, p.7, apud PASTORE, 1 Corresponde à vigência do fenômeno chamado milagre brasileiro na economia, período de grande crescimento e industrialização promovidos durante a Ditadura Militar. 7

12 1979). Logo, uma expressiva parcela da população ligada a esse fenômeno teria ascendido do ponto de vista da posição social, causando o aumento da classe média. Ao se observar como, a esta época, os grandes centros urbanos se tornaram pólos de atração de migrantes, pode-se colocar o processo de industrialização iniciado nos anos 50 como o principal fator de alteração na estrutura demográfica brasileira. No decorrer deste processo, enquanto São Paulo e Rio de Janeiro respondiam pela maior parte da industrialização brasileira, Minas Gerais apresentou desempenho relativamente inferior, pelo menos até o ano de Essa discrepância se pronunciava de forma mais clara quando refletida em estudos populacionais, cujos resultados indicavam, no final da década de 60, um intenso movimento migratório para fora do Estado. É interessante perceber que, dos migrantes que saíram de Minas no citado período, 60% tiveram como destino os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo São Paulo o destino preferencial e cuja participação na absorção desses migrantes, com o passar dos anos, cada vez mais se sobrepunha à do Rio de Janeiro. O restante desse contingente se dividiu principalmente entre o Norte e o Centro-Oeste, impulsionados pela expansão agrícola local, além do Estado do Paraná (RIGOTTI & VASCONCELLOS, 2003). Durante este período Minas Gerais sofreu grandes perdas líquidas de população, uma vez que o contingente que saía era muito superior ao que chegava. Os anos 80, para alguns estudiosos a década perdida devido à crise econômica brasileira, marcaram um período no qual as perdas populacionais de Minas Gerais por emigração sofreram uma certa suavização. Nesta época, observou-se que o contingente de migrantes que deixavam o Estado havia fortemente diminuído em relação à década de 60, enquanto que o número de pessoas que chegavam sofrera sensível aumento. Segundo Rigotti & Vasconcellos, de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná vieram mais de 70% dos 2 O ano de 1978 marca o ápice do milagre econômico refletido na economia mineira, período de grande crescimento da atividade industrial, a chamada nova industrialização mineira ; de certa forma ocorreu deslocado do contexto nacional, no qual o período de maior crescimento durou até

13 migrantes com menos de 10 anos de moradia no estado de origem; caracteriza-se, portanto uma migração de retorno. Acredita-se ainda que a migração de retorno possua um efeito indireto sobre os imigrantes não naturais, tendo em vista uma forte possibilidade de existência de migrações devidas a laços familiares, ou seja, os migrantes de retorno poderiam estar trazendo consigo migrantes não nativos, como cônjuges ou filhos, por exemplo. Tanto a migração de retorno quanto esse efeito indireto ajudaram a reduzir as grandes perdas populacionais de Minas Gerais iniciadas nos anos 60, mas também expressivas na década seguinte. A década de 90, apesar de apresentar uma certa retomada do crescimento econômico, não necessariamente apresentou um melhor desempenho na geração de empregos. O emprego industrial diminui devido à própria perda de participação do setor na economia. Minas Gerais já apresentava sinais de descentralização da estrutura econômica, apontando, pois, um sentido oposto ao que até então havia se experimentado. Uma característica marcante do período foi a ocorrência de uma reestruturação produtiva, com crescimento relativo mais expressivo nos extremos da cadeia social. Segundo Mendonça (2002, p.77), Nos anos 90 cresceram muito, de um lado os dirigentes e, de outro, os trabalhadores menos qualificados: a categoria dirigente passou de 1,08% do pessoal ocupado em 1991 para 1,80% em 1999; o sub-proletariado passou de 11,72% para 15,8% no mesmo período. 3 Dessa forma, os novos rumos da economia apontavam para uma descentralização não só das atividades, mas também populacional. O reflexo mais significativo se refere à estrutura social, no tocante às relações de trabalho, e em conseqüência, o distanciamento entre os dois extremos da mesma. 3 A classificação que inclui as categorias citadas dirigente e sub-proletariado faz parte de uma metodologia que uma representação da estrutura social brasileira. Ver Mendonça (2002). 9

14 Do ponto de vista da mobilidade, o processo de suavização das diferenças entre a emigração e a imigração no estado vem ocorrendo de forma gradual a partir da década de 60. Se neste período Minas Gerais experimentou consideráveis perdas líquidas, nos anos 70 a emigração caiu consideravelmente, acompanhada de um aumento na imigração, que aumentou ainda mais na década posterior enquanto a emigração ainda diminuía. Nos anos 90 a tendência se manteve, de forma a reduzir as perdas populacionais dos primeiros momentos do processo. 10

15 3 A migração na Região Metropolitana de Belo Horizonte Na evolução da dinâmica populacional de Minas Gerais, a Região Metropolitana de Belo Horizonte participa como principal vetor dos deslocamentos migratórios, principalmente devido à sua concentração de atividades econômicas, historicamente sempre a maior do Estado. O processo de industrialização dos anos 50, que desencadeou um intenso movimento populacional em nível nacional, concomitantemente fez surgir no estado correntes migratórias em direção ao centro de maior desenvolvimento. 3.1 A RMBH no contexto migratório do Estado No caso do centro econômico de Minas Gerais, é possível dizer que o aumento populacional ocorreu de forma bastante intensa. De acordo com Rigotti & Rodrigues (1994, p.437), a população da RMBH 4 aumentou 83% da década de 50 para 60, e mais 81% na década seguinte, sendo a taxa geométrica média de crescimento, entre 1950 e 1970, correspondente a 6,2% ao ano. Ao contrário do total do Estado, o qual sofreu grandes perdas líquidas de população no período, a Região Metropolitana crescia a taxas bastante expressivas. Tal crescimento ocorreu devido, principalmente, aos movimentos migratórios atraídos pela forte industrialização do período. À migração, no caso, correspondiam 57% do crescimento populacional total da RMBH entre 1960 e A maioria desses migrantes era formada por mineiros, oriundos de localidades urbanas (RIGOTTI & RODRIGUES, 1994); geralmente procediam 4 A análise dos autores limita-se aos municípios que já faziam parte da RMBH em 1980, por se tratar de um estudo centrado na década de 70. São eles: Belo Horizonte, Betim, Caeté, Contagem, Ibirité (que inclui os municípios de Sarzedo e Mário Campos, posteriormente emancipados), Lagoa Santa (incluindo Confins, também emancipado posteriormente), Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, Ribeirão das Neves, Rio Acima, Sabará, Santa Luzia e Vespasiano (incluindo São José da Lapa, posteriormente antecipado). (RIGOTTI & RODRIGUES, 1994). 11

16 das regiões de maior estagnação econômica do Estado, as mesmas regiões que expulsavam população, na mesma época, para São Paulo e Rio de Janeiro. Faz-se interessante perceber que durante este período, a única região de Minas a apresentar ganhos líquidos populacionais foi a então Região Metalúrgica e Campo das Vertentes, onde se localizavam os municípios formadores da RMBH. Nos anos 70, a Região Metropolitana experimenta seu maior crescimento populacional. Entretanto, observa-se que núcleo e periferia passam a se comportar de maneira distinta quanto à absorção de migrantes e quanto ao crescimento. O período é marcado pelo esgotamento da capacidade do centro da Aglomeração Metropolitana em absorver maiores contingentes, sendo a preferência da ocupação transferida para os municípios periféricos. De fato, ao observar-se o comportamento das novas ocupações, descarta-se a hipótese de uma estagnação econômica da capital, que poderia ser cogitada pelo fato de a cidade passar a receber um número mais reduzido de moradores. Verifica-se que as novas ocupações acontecem preferencialmente no entorno imediato a Belo Horizonte, ou seja, na periferia da RMBH. A periferia era mais suscetível à ocupação em massa. A falta de espaço físico para a expansão horizontal, ou a forte especulação imobiliária, que tornara o custo de instalação inviável para as classes populares, integravam uma série de pretextos para essa característica do núcleo, de alta atratividade, porém baixa ocupação. De acordo com Matos (1996), iniciava-se nesta época um processo de desconcentração espacial, principalmente a partir da observação dos padrões migratórios envolvendo o núcleo da Aglomeração Metropolitana, os quais indicavam numerosas saídas em direção a núcleos econômicos menores, cidades de porte médio como Governador Valadares, Varginha ou Uberlândia. No contexto estadual, as perdas populacionais apresentadas nas décadas seguintes começam a minimizar-se, com um saldo migratório tendendo a buscar um equilíbrio: mesmo que o número de saídas ainda superasse em muito o de entradas, houve relativa diminuição das primeiras e aumento das últimas. A Região Metropolitana, apesar disso, apresentou ganhos 12

17 populacionais menores que na década anterior. A diferença se concentrou principalmente no restante do Estado, onde caíram drasticamente as perdas líquidas, mesmo que a maioria ainda apresentasse saldo negativo. Cabe citar, em contrapartida, o caso do Triângulo Mineiro, cuja região de planejamento apresentou saldo positivo de 40 mil pessoas (RIGOTTI & VASCONCELLOS, 2003 p.48). A década de 80, além de um criticado desempenho da economia a nível nacional, apresentou significativas alterações no quadro populacional. Dessas, destaca-se a expressiva redução das perdas populacionais por emigração em Minas Gerais, reforçando a tendência apresentada na década anterior. A observação das migrações durante o período , de acordo com o recorte geográfico estabelecido pelo IBGE, revela que da mesma maneira como o Triângulo Mineiro na década anterior, as regiões do Campo das Vertentes e o Sudoeste e Sul do Estado reverteram o quadro das perdas líquidas e apresentaram saldo migratório positivo. 5 Uma interessante característica das novas regiões de saldo positivo diz respeito à diferença da natureza dos migrantes atraídos por elas em comparação à RMBH. Tanto o Triângulo/Alto Paranaíba quanto o Sul e Sudoeste de Minas possuem maior poder de atração por migrantes interestaduais. Suas posições próximas a centros de desenvolvimento externos ao Estado, como a fronteira com São Paulo e o Centro-Oeste, fizeram dessas regiões locais estratégicos para a diminuição das perdas populacionais das duas décadas passadas. Por outro lado, a Região Metropolitana, por se situar geograficamente no centro do Estado, não constituía um destino muito atrativo para migrantes de outras localidades do país. Seu papel mais nítido era o de destino dos migrantes do próprio interior do Estado. Estes eram provenientes de todas as mesorregiões, sendo o movimento mais significante o dos emigrantes do Vale do Rio Doce, mas eram também muito expressivos os do Jequitinhonha, da Zona da Mata, 13

18 do Campo das Vertentes e do Sudoeste e Sul de Minas. 6 Torna-se mais evidente, portanto, o papel de Belo Horizonte e sua aglomeração metropolitana de pólo regional ativo, cuja abrangência se estende a praticamente todo o território mineiro. Todavia, os diversos pólos econômicos regionais, ao apresentar-se como opção de destino para os migrantes interestaduais, revelam um processo já iniciado de diluição da centralidade exercida pela capital. Um dos aspectos mais significativos da transição entre as décadas de 80 e 90 é o processo de reestruturação produtiva estabelecido em nível mundial, iniciado no fim dos anos 70. Este novo contexto, que impõem ao sistema econômico suas feições globalizadas, passa a eliminar fronteiras para a circulação de capital, encolhendo a função do Estado enquanto ente controlador das atividades, e entregando muitas vezes tal responsabilidade às forças de mercado. Na prática, em países em desenvolvimento como o Brasil, a reestruturação resultou em uma fragmentação econômica, na diminuição da presença do Estado como controlador, no crescimento da especulação financeira, na crise do setor produtivo e na conseqüente ampliação das disparidades sociais. O progresso tecnológico, apesar de convertido em aumento da produção, não se prestou à geração de empregos. Pelo contrário, a crise no ensino público e a ausência de uma alta qualificação da população em quantidade significativa contribuíram, nesse contexto, para o surgimento do desemprego estrutural, aquele que aumenta mesmo quando a produção se mantém em patamares estáveis. Dessa maneira, a partir desse período, a dinâmica migratória do país tem apresentado comportamentos distintos daqueles até então observados. De acordo com Quinto Jr & Iwakami (1997), A migração ocorreu de forma intensa até a década de 70, interrompida por um período de estagnação durante a década de 80 a chamada década perdida, vem demonstrando um novo comportamento nessa década, indicando um fluxo 5 RIGOTTI, 1999, apud RIGOTTI & VASCONCELLOS,

19 migratório menor para os grandes centros, retendo parte desse potencial emigrante na sua região natal. (p.747) O sistema urbano brasileiro reforça então seu caráter de fragmentação. Os centros de grande porte do Sudeste, até então principais pontos de atração de migrantes de baixa qualificação técnica puderam observar uma certa inversão nesta tendência. Por concentrar grande parte das atividades de alta sofisticação tecnológica e logística do país, à mão de obra requerida nesses centros passou a requerer-se significativa capacitação. Quinto Jr & Iwakami (1997) consideram que a mão-de-obra desqualificada passou a concentrar-se no Nordeste, Norte e Centro Oeste onde é utilizada na indústria de bens de consumo não durável. Na década de 90, portanto, a dinâmica migratória de Minas Gerais passa a apresentar novas interligações com o contexto nacional. Se historicamente Minas Gerais esteve ligado a São Paulo no decorrer desse processo, nesse momento a movimentação populacional em Minas continuava a contemplar a relação entre os dois estados. De fato, isso vem a ocorrer como conseqüência da fase anterior desse processo. Rigotti & Vasconcellos (2003, p.53), ao contraporem os saldos migratórios do Estado de São Paulo e das mesorregiões mineiras no período , observaram a existência de movimentos de São Paulo em direção a Minas. Supõe-se, portanto, que esteja ocorrendo migração de retorno daqueles que saíram Minas para São Paulo nas décadas anteriores. A RMBH, a esta altura, dava continuidade ao processo iniciado nos anos 80, com o crescimento do Aglomerado ocorrendo de forma desigual, onde o centro metropolitano perde população e a periferia cresce. No contexto estadual, além da periferia metropolitana, municípios de médio porte do interior do Estado também apresentavam saldo líquido positivo. Logo, começa a haver uma desconcentração no espaço dessas cidades. 6 Ibidem 15

20 3.2 Movimentos migratórios no interior da RMBH No decorrer da década de 50 e início da década de 60, o ritmo de incremento populacional da RMBH era homogêneo quando comparados núcleo e periferia. Este início do processo de forte ocupação da Aglomeração 7 demonstrou tal característica até a segunda metade dos anos 60, período no qual o poder absorvedor de Belo Horizonte, do ponto de vista municipal, mostrava enfim um enfraquecimento. Ao mesmo tempo, aumentava de forma gradativa a participação da periferia no processo. Em seguida, a década de 70 apresentou a confirmação dessa hipótese, ao demonstrar uma grande disparidade entre as taxas de crescimento do centro e do entorno. População 1970 Tabela 1: Crescimento Populacional na RMBH População 1980 Cresc. anual População 1991 Cresc. anual População 2000 Cresc.anual Município de ,73% ,15% ,15 % Belo Horizonte Restante da ,12% ,99% ,03% RM (*) TOTAL ,68% ,3 % ,6 % Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 dados trabalhados. (*) Considerando-se os mesmos municípios em todos os anos, isto é, aqueles que constituíam a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em Verifica-se que a partir dessa época o centro metropolitano já não oferecia condições de ocupação tão favoráveis como na década anterior, uma vez que passara a contar com uma série de empecilhos nesse sentido, tais como o aprimoramento da legislação de uso do solo, a especulação imobiliária e a própria escassez de espaço físico para expansão da mancha urbana. Enquanto os municípios periféricos da Região Metropolitana, como um todo, apresentavam taxas elevadas de crescimento, ao nível dos recortes municipais observam-se desempenhos dos mais variados. Rigotti & Rodrigues (1994) classificaram os municípios de acordo com a taxa líquida de migração apresentada por cada um deles no período 1970/80. 7 O termo Aglomeração Metropolitana se refere, no contexto da RMBH, à área conurbada que na década de 80 incluía os municípios de Belo Horizonte, Contagem, Santa Luzia, Sabra, Ibirité e Ribeirão das Neves. Já a Região Metropolitana diz respeito aos limites municipais instituídos por lei. Mais detalhes em Mendonça (2002). 16

21 Tabela 2: Região Metropolitana de Belo Horizonte 1970/80. População, saldos Intensidade da TLM Muito alta Alta Baixa Muito baixa migratórios e taxas líquidas de migração, por municípios Municípios Ribeirão das Neves Betim Contagem Ibirité Santa Luzia Vespasiano Belo Horizonte Lagoa Santa Pedro Leopoldo Expulsores Sabará Fonte: Rigotti, 1994, apud Rigotti & Vasconcellos, População Saldo TLM (%) em 1980 Migratório , ,5 48,8 33,8 45,5 37,9 15,7 15,2 13,8-5,3 7,0 Os piores desempenhos, ou as taxas líquidas de migração consideradas muito baixas englobam os municípios de Caeté, Nova Lima, Raposos e Rio Acima, cujos saldos são negativos, mais o município de Sabará. Em seguida, vem Belo Horizonte, Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, detentores de taxas classificadas como baixas. Betim, Contagem, Ibirité, Santa Luzia e Vespasiano figuram com taxas altas, enquanto que Ribeirão das Neves é considerado a única localidade da Aglomeração com um crescimento muito alto. (RIGOTTI & RODRIGUES, 1994). É interessante notar que os conjuntos de municípios agrupados com taxas de crescimento semelhantes apresentam, muitas vezes, dinâmicas de ocupação do espaço semelhantes. É o caso dos municípios com taxas altas, que juntos concentram 40% do saldo migratório da RMBH nos anos 70. Tais localidades faziam parte, ou ao menos mantinham relação, com o Eixo-Oeste de expansão da metrópole. Este teria se constituído a partir da consolidação do parque industrial em Contagem e continuado com o crescimento de Betim 8, conformando a principal região industrial da macrorregião. 17

22 No caso das taxas muito baixas, os municípios desse grupo provavelmente não haviam se integrado ainda na dinâmica produtiva metropolitana, a não ser como fornecedores de mão-de-obra para os municípios de maior crescimento, hipótese bem razoável se for considerada a proximidade dessas localidades com o núcleo e o crescimento econômico das mesmas. Nota-se o caso específico de Nova Lima, até então uma economia totalmente calcada na exploração mineral, com alta concentração fundiária em poder de poucos proprietários e uma topografia pouco favorável à ocupação. O município ainda não havia se integrado à metrópole de acordo com o papel que viria a exercer a partir da década de 90. No caso das taxas baixas, é necessário especificar a existência de pelo menos duas realidades distintas: Belo Horizonte, como a Capital do Estado e núcleo da Região Metropolitana, apresentava um pequeno crescimento como continuidade de um processo no qual as taxas vinham decrescendo, ao contrário de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, cujas economias se processavam de maneira distinta da capital. Ribeirão das Neves, enfim, apresentou uma ocupação diferenciada a taxas altíssimas, significando um crescimento de cerca de 81% na década. Segundo Rigotti & Vasconcellos (2003), Esse enorme crescimento populacional, conseqüência das migrações, está relacionado a um processo de ocupação do solo, muitas vezes em loteamentos clandestinos sem infraestrutura, que tiveram início na região de Venda Nova, na porção norte de Belo Horizonte. (MATOS, 1984; RIGOTTI, 1994 apud RIGOTTI & VASCONCELLOS, 2003, p.54). De fato, tais ocupações relacionam-se também com a atividade industrial concentrada no Eixo Oeste e são sintomas mais acentuados do crescimento e esgotamento do núcleo da metrópole, revertidos na crescente dificuldade às 8 O grande impulso para o crescimento e consolidação da indústria em Betim é a instalação da FIAT em Todavia, a industrialização no município já havia se iniciado em (MENDONÇA, 2002). 18

23 ocupações populares em Belo Horizonte, e a conseqüente escassez de moradias. Dessa maneira, enquanto a região Oeste, sob a influência de fatores econômicos como a proximidade ao setor industrial, já apresentava uma ativa especulação imobiliária, a região norte se colocava como local preferencial para ocupações clandestinas e de populações de baixa renda. No contexto da RMBH, observa-se no fim da década de 70 e início de 80 uma disparidade entre as municipalidades no tocante ao saldo migratório: Comparando o saldo migratório e o número de emigrantes da última etapa da capital, Rigotti (1994) inferiu que havia uma grande proporção de pessoas que se dirigiam para Belo Horizonte e depois reemigravam para outros municípios. (RIGOTTI & VASCONCELLOS, 2003, p.58) Logo, Belo Horizonte tem funcionado não só como receptor dos migrantes, mas como difusor dos mesmos para as cidades envoltórias. Portanto, apesar de receber um significativo número de migrantes, estes normalmente não permanecem retidos na capital, migrando novamente para municípios vizinhos, o que explica o saldo negativo de Belo Horizonte, mas positivo para a RMBH. Os municípios periféricos que mais receberam migrantes do núcleo foram Contagem e Ribeirão das Neves Mobilidade intrametropolitana nas décadas de 80 e 90 Os censos demográficos de 1991 e 2000, por contarem com uma pergunta acerca do local de moradia do entrevistado há cinco anos atrás, permitem uma análise dos qüinqüênios e no estudo dos movimentos migratórios. Nesse período, diminuía a participação do fenômeno migratório no incremento populacional da RMBH, como verificado por Rigotti & Vasconcellos (2003), em cujo estudo se baseia o presente tópico. 19

24 Tabela 3: População total, saldos migratórios e taxas líquidas de migração nos municípios da RMBH, nos períodos e MUNICÍPIOS EM 1991 POPULAÇÃO EM TLM MUNICÍPIOS EM 2000 POPULAÇÃO EM TLM BELO HORIZONTE 2,020,161-98, BELO HORIZONTE 2,238, , RAPOSOS 14, RAPOSOS 14, RIO MANSO 4, RIO MANSO 4, BALDIM 8, BALDIM 8, ITAGUARA 10, ITAGUARA 11, RIO ACIMA 7, RIO ACIMA 7, CAETE 33, CAETE 36, NOVA UNIAO 4, NOVA UNIAO 5, FLORESTAL 5, FLORESTAL 5, TAQUARACU DE MINAS 3, TAQUARACU DE MINAS 3, JABOTICATUBAS 12, JABOTICATUBAS 13, CAPIM BRANCO 6, CAPIM BRANCO 7, BRUMADINHO 19, BRUMADINHO 26,614 1, MATOZINHOS 23, MATOZINHOS 30,164 2, PEDRO LEOPOLDO 41,594 2, PEDRO LEOPOLDO 53,957 3, NOVA LIMA 52,400 1, NOVA LIMA 64,387 4, LAGOA SANTA 29,824 2, LAGOA SANTA + CONFINS 42,752 4, IGARAPE 27,400 4, IGARAPE + SÃO JOAQUIM DE BICAS 42,990 6, MATEUS LEME 27,033 2, MATEUS LEME + JUATUBA 40,533 6, SABARA 89,740 7, SABARA 115,352 7, ESMERALDAS 24,298 2, ESMERALDAS 47,090 12, VESPASIANO 54,868 9, VESPASIANO + SÃO JOSÉ DA LAPA 91,422 12, SANTA LUZIA 137,825 21, SANTA LUZIA 184,903 18, IBIRITE 92,675 21, IBIRITE + MÁRIO CAMPOS + SARZEDO 160,853 23, CONTAGEM 449,588 49, CONTAGEM 538,208 24, BETIM 170,934 30, BETIM 306,675 39, RIBEIRAO DAS NEVES 143,853 39, RIBEIRAO DAS NEVES 246,846 46, Total da RMBH 3,515,542 97, Total da RMBH 4,349, , Fonte: Censos Demográficos de 1991 e 2000, in RIGOTTI & VASCONCELLOS, A análise dos dados do IBGE para estes dois qüinqüênios revela que, na RMBH como um todo, a taxa líquida de migração apresenta uma pequena queda: de 2,8% no período , para 2,3% no período O incremento populacional, entretanto, aumenta de 97 mil pessoas no primeiro período, para 101 mil no segundo. Verifica-se que a diminuição do poder atrativo da RMBH, em relação às décadas anteriores, não foi muito expressiva, garantindo um saldo migratório positivo. O detalhamento desses dados para cada município da Região Metropolitana permite a avaliação da mobilidade residencial na mesma. É interessante perceber o papel de Belo Horizonte no contexto metropolitano, que neste momento é um município expulsor de população e distribuidor de fluxos migratórios. No período , o saldo migratório foi negativo em 98 mil pessoas, acentuando-se no qüinqüênio para 113 mil. As taxas líquidas 9 foram de 4,9% e 5,1% respectivamente. 9 Por taxa líquida migratória entende-se o resultado do saldo migratório de determinado período, dividido pela população no final do mesmo período. 20

25 O comportamento dos municípios quanto à mobilidade intrametropolitana permite agrupá-los de acordo com seus saldos migratórios. Há um grupo onde figuram municípios pouco populosos com saldos negativos, cujas perdas populacionais não chegam a mil pessoas. No primeiro qüinqüênio analisado, constavam nessa situação os municípios de Rio Manso, Baldim, Caeté, Taquaruçu de Minas, Jaboticatubas e Brumadinho. No período seguinte, Raposos, Itaquara e Rio Acima passaram para o saldo negativo enquanto Taquaruçu de Minas, Jaboticatubas e Brumadinho reverteram seu saldo. No caso específico de Brumadinho, o município saiu de uma taxa negativa de 3,1%, entre 1986 e1991, para um expressivo 6,9% entre 1995 e Em um segundo grupo constam as localidades que apresentaram saldos positivos importantes para o conjunto da RMBH, entre 2 mil e 8 mil pessoas, entre São dez municípios, com um destaque especial para Nova Lima, que apresentou saldo positivo e crescente se considerados os dois períodos. No primeiro momento já havia um saldo positivo de 1700 migrantes, a uma taxa líquida de 3,3%, e no segundo a taxa aumenta para 7,1%, sendo positivos 4500 migrantes. A dinâmica do crescimento de Nova Lima e Brumadinho será abordada no capítulo seguinte. Além dos grupos citados, há aqueles nos quais os ganhos de população foram muito expressivos: Ribeirão das Neves, Betim, Contagem, Ibirité, Santa Luzia, Vespasiano e Esmeraldas, apresentaram ganhos populacionais que variavam de 9 mil a 39 mil pessoas entre No período posterior, esses ganhos são de 12 mil a 46 mil pessoas. As altas taxas de crescimento desses municípios garantiram o saldo migratório positivo da RMBH. No período , 169 mil pessoas praticaram a mobilidade residencial intermunicipal dentro da RMBH. Dos municípios que mais receberam migrantes intrametropolitanos, constam Contagem, Ribeirão das Neves e Betim, todos com mais de 23 mil migrantes, seguidos de Santa Luzia e Ibirité, acima de 16 mil, além de Belo Horizonte e Vespasiano, com mais de oito mil pessoas. É interessante perceber que os maiores absorvedores são os municípios onde se processa de forma mais acentuada a dinâmica espacial 21

26 decorrente da atividade industrial. No caso de Belo Horizonte, o alto número de entradas é acompanhado por uma emigração em número bem superior. De acordo com Rigotti & Vasconcellos (2003, p.65), mais de 71% do total de pessoas, ou seja, mais de 120 mil migrantes que mudaram de município no primeiro período saíram da capital. A maioria desses dirigiu-se aos municípios citados como os maiores absorvedores da Região Metropolitana. No período entre 1995 e 2000, a quantidade de migrantes intrametropolitanos subiu para 224 mil pessoas, sendo os maiores absorvedores os mesmos do primeiro momento citado, não necessariamente na mesma ordem. Destaque para Ribeirão das Neves, novamente o município que mais recebeu migrantes, além de aumentar o saldo migratório. O maior expulsor continuou a ser a capital, diminuindo, porém, sua participação para 62% dos migrantes da RMBH. Essa diminuição ocorreu devido ao aumento da participação de outros municípios na emigração, como Contagem, Betim, Ibirité, Ribeirão das Neves e Santa Luzia. Portanto, verifica-se que a concentração da atividade industrial na Região Metropolitana continua sendo o maior incentivo para a ocupação e, conseqüentemente, para a migração. Enquanto a capital sinaliza seu esgotamento da capacidade de absorção de migrantes, o Eixo-Oeste 10 da expansão metropolitana, juntamente com o Eixo-Norte 11, se mantém como principal região receptora dos fluxos migratórios dentro da RMBH. Contudo, há de se perceber a participação crescente do chamado Eixo-Sul no crescimento da metrópole, onde se destacam os municípios de Nova Lima e Brumadinho. No capítulo a seguir será abordado o caso específico dessas duas localidades, sua participação no processo e suas particularidades. 10 No caso, refere-se ao processo que inclui os municípios de Contagem, Betim e Ibirité. 11 Refere-se aqui a Ribeirão das Neves e Santa Luzia, que correspondem a um processo de crescimento metropolitano das classes mais baixas, impulsionado pelos baixos valores da terra e pelo histórico de lançamentos de loteamentos populares. 22

27 Capítulo 2 O crescimento da RMBH na entrada do século XXI A expansão territorial e o crescimento populacional na Região Metropolitana de Belo Horizonte, à entrada do século XXI, revelam um espaço urbano com intensa atividade demográfica. O momento corresponde, todavia, a um período de maior acomodação das taxas de crescimento, de acordo com o estágio de desenvolvimento da dinâmica de expansão metropolitana, descrita no capítulo anterior. Tal característica, porém, não impede a metrópole de possuir vetores de expansão bem marcantes e por vezes peculiares. A RMBH continua a se expandir, desta vez movida também por alguns processos distintos daqueles que caracterizaram os mais notáveis crescimentos durante as décadas de sua história. A acelerada industrialização iniciada nos anos 50 acarretou um inédito processo de transformação das grandes cidades brasileiras e a consolidação das metrópoles nas duas décadas consecutivas. Um dos grandes reflexos desse processo, no espaço urbano da futura RMBH, foi o aparecimento de um grande vetor de crescimento populacional orientado de acordo com a alocação da infraestrutura industrial, a oeste da capital. A industrialização não apenas definiu uma direção preferencial de crescimento como propiciou o surgimento de uma rede de relações entre processos surgidos a partir de então, à medida que a população da metrópole se multiplicava. Logo, tornava-se possível observar a diversificação da realidade espacial metropolitana, com novas frentes de crescimento e novas formas de ocupação do espaço. No presente capítulo procura-se traçar um breve panorama do atual estágio de desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a partir das tendências de crescimento e do arranjo espacial decorrente dos processos ilustrados no capítulo anterior. Com isso, pretende-se delinear o ambiente no qual se processará a análise dos dados no capítulo seguinte. 23

28 1 Desenvolvimento e padrões de crescimento da Região Metropolitana A compreensão do atual estágio de desenvolvimento do espaço metropolitana demanda uma rápida passagem pelos processos históricos de sua formação, como disposto a seguir. 1.1 O vetor de expansão da metrópole a oeste da capital O estabelecimento da função da região de Belo Horizonte como espaço metropolitano acontece já na década de 50, antes mesmo do reconhecimento legal que só viria posteriormente, em Data dessa época a consolidação da Cidade Industrial em Contagem, sob cuja influência se orientou grande parte do posterior crescimento demográfica local. Era um momento de expansão das manchas urbanas, devido aos grandes investimentos públicos em infraestrutura na década anterior. Tal expansão resultou na conurbação entre Contagem e Belo Horizonte. Dessa forma, estabeleceu-se a oeste da capital um forte vetor de crescimento em razão da implantação do aparato industrial. Na década de 60, período da consolidação da metropolização de Belo Horizonte, fortalece-se o parque industrial de Contagem. Além disso, o município de Betim passa a integrar o processo a partir da instalação da REGAP, e mais tarde a criação de dois distritos industriais: Betim e Paulo Camilo. A mancha urbana da Aglomeração recebe o incremento da conurbação entre Contagem e Betim. O resultado desses processos foi uma intensa ocupação das regiões lindeiras ao aparato industrial, como a região do Barreiro, em Belo Horizonte. Apoiado no mercado de terras local, os terrenos de baixa declividade têm seu valor elevado e passam a se destinar exclusivamente à ocupação industrial, restando as áreas de pior topografia para a ocupação residencial. Dessa forma, o vetor oeste se caracterizou como a região de moradia da população operária da metrópole. 24

29 Na década de 70, destaca-se a implantação da fábrica da multinacional de automóveis FIAT, em Betim, dinamizando a região e incrementando os processos de urbanização. Nesse período, os efeitos da industrialização alcançam o município de Ibirité, que com Contagem e Betim integram o eixooeste de crescimento da metrópole. Reconhecida por lei em 1973, a Região Metropolitana de Belo Horizonte apresentava alto adensamento nos principais centros, e uma periferia marcada pela segregação sócio-espacial, principalmente ao norte da capital, onde também se destacava uma frente de expansão do espaço urbano. 1.2 O vetor norte de expansão metropolitana A região norte tem sua ocupação também vinculada à dinâmica industrial. A presença do forte aparato industrial a oeste, principalmente em Contagem, desde a década de 40, propiciou uma intensa emigração do interior do Estado para a Região Metropolitana nas décadas seguintes. O rápido crescimento da Aglomeração demonstrava o despreparo de Belo Horizonte em absorver tamanho contingente populacional. Os problemas devido à escassez localizada de infraestrutura básica e de serviços coletivos não tardaram a surgir. Além disso, a forte especulação imobiliária decorrente desses processos tornava a instalação de residências na capital pouco propícia aos emigrantes de baixa renda. Devido à forte demanda por terra na Aglomeração, principalmente por classes de baixa renda, muitas pessoas que detinham terras ao norte da capital passaram a vendê-las sob a forma de loteamentos populares. Os mesmos foram responsáveis por muitas das maiores taxas de ocupação da Região Metropolitana a partir da década de 70, como ocorrido nos municípios de Ribeirão das Neves, Vespasiano e Santa Luzia. A presença de atividade industrial em Santa Luzia também constitui fator indutivo à ocupação. Tal fenômeno propiciou a conurbação de Belo Horizonte, especificamente a região de Venda Nova, com esses municípios ao norte, já na década de

30 O vetor norte, além de um dos mais importantes eixos da expansão da RMBH em percentual de crescimento, também se notabilizou por expor as feições da desigualdade social estabelecida durante a constituição do espaço metropolitano. Os loteamentos responsáveis por esse grande fluxo de migrantes, na maioria das vezes se caracterizam por locais de baixos padrões de habitabilidade, com infraestrutura precária e escassez de serviços e equipamentos urbanos. Além disso, é comum que tais empreendimentos se situem em locais muito distantes do centro metropolitano, distribuídos de forma muito dispersa no espaço da Aglomeração. Isto ocorreu principalmente até os anos 70, por até então inexistir nesses municípios quaisquer políticas de ordenação do espaço urbano. Dessa forma, os loteamentos eram lançados de forma a maximizar o lucro dos investidores, que deixavam áreas mínimas para a circulação, sem dispor de áreas livres para praças ou afins, e se ausentavam da instalação das infraestruturas necessárias, como, por exemplo, saneamento básico e iluminação pública. Apenas em 1976, em razão da instituição da Lei Federal 6.766, é que se passou obrigatoriamente a ordenar os loteamentos, provendo-os de áreas livres e infraestrutura obrigatórias. 1.3 A expansão das classes médias e altas ao sul da metrópole Desde a fundação de Belo Horizonte e da mudança da capital de Minas Gerais, as classes mais abastadas tendem a se localizar na porção sul da cidade. Essa característica, com o tempo, projetou-se para o conjunto da Região Metropolitana. Mesmo que tenham surgido diversos empecilhos à tendência e alternativas para sua mudança, desde o início até atualmente as classes abastadas da RMBH apresentam esse comportamento quanto ao espaço urbano. A região sul de Belo Horizonte entrou bem mais tarde no contexto metropolitano, no que diz respeito ao avanço da mancha urbana para além dos limites municipais. O município mais imediato ao sul da capital, Nova Lima, 26

31 possuía diversos fatores repulsivos à ocupação: a barreira física da Serra do Curral e as condições topográficas pouco favoráveis, além da alta concentração fundiária em poder das empresas mineradoras que dominavam a economia novalimense. Até a chegada da década de 80, a ocupação residencial ligada à lógica metropolitana, no território de Nova Lima, era praticamente desprezível enquanto tendência de expansão. A princípio, não se apresentava como uma direção favorável para o crescimento da RMBH. Entretanto, mesmo com tantos empecilhos, não foi possível dissociar a ligação entre a região sul e as classes abastadas. O Poder Público tentou, sem sucesso, redirecionar esse crescimento com a construção da Pampulha, na década de 40. Nem mesmo os atrativos das baixas declividades, de certa presença de equipamentos urbanos, de serviços públicos e de lazer, como o conjunto arquitetônico modernista em volta da lagoa, foram suficientes para desfazer essa tendência. Segundo Villaça (1998): Desde o início da formação da cidade, as camadas de mais alta renda de Belo Horizonte se expandiram em direção ao sul e nela se mantém até hoje. Belo Horizonte mostra exemplarmente como essas camadas não abandonam sua direção de crescimento, mesmo quando a ação do setor imobiliário e do Estado tentam demovê-la disso. Havia uma série de forças contrárias à ocupação da Pampulha, responsáveis pela não consolidação do local por parte da elite belorizontina. Entre os fatores figuram a distância em relação ao centro urbano e administrativo, que mesmo com o acesso através da Avenida Antônio Carlos se fazia determinante. Por não contar ainda com a alternativa do avanço sobre Nova Lima, nas décadas de 60, 70 e 80 houve um intenso processo de adensamento da região sul da capital mineira. Tal adensamento se deu, primeiramente, na ocupação quase total das áreas disponíveis e na consolidação de localizações mais requintadas, como Lourdes, Funcionários, Serra e Sion, por exemplo. Em seguida, a estratégia foi a substituição das edificações, então unifamiliares de um ou dois pavimentos, por edifícios de apartamento. Com a supervalorização 27

32 da terra nesses locais, e o espaço cada vez menor para atender à demanda de expansão, a Prefeitura de Belo Horizonte cedeu às pressões do mercado imobiliário. Em uma atitude bastante discutida, aprovou, no fim dos anos 80, um loteamento destinado ao adensamento por edificações verticalizadas, em plena área de preservação do conjunto ambiental da Serra do Curral. O novo bairro, chamado Belvedere III, não apenas decretava o esgotamento do município de Belo Horizonte em absorver a demanda de espaço, como marcava uma transição na dinâmica de expansão metropolitana. Nos anos 90 despontaria o fenômeno do Eixo-Sul do crescimento da metrópole, como será visto adiante. Do ponto de vista intermunicipal, Nova Lima e Brumadinho se desenvolviam à parte da dinâmica da metrópole. Nova Lima tinha sua economia calcada na extração mineral, enquanto Brumadinho se apoiava na agropecuária. Devido à alta concentração fundiária em Nova Lima, e à dificuldade em relação aos acessos a Brumadinho e à distância do centro metropolitano, a região não foi tomada por ocupações clandestinas como ocorreu em outros locais da RMBH. Assim, permanecia como um local com grandes áreas desocupadas e grandes qualidades ambientais e ecológicas. Com esses atributos, os dois municípios entrariam, na década de 90, no processo de crescimento da metrópole integrando o chamado Eixo-Sul da expansão metropolitana. 28

33 2 O Eixo-Sul: nova frente de expansão e novos padrões de ocupação para a metrópole A partir dos anos 90 é possível perceber, de forma bem clara no espaço urbano da RMBH, o resultado dos processos de reestruturação produtiva, ocorrida em nível internacional, a partir de fins da década de 70. Trata-se de uma alteração nos padrões tradicionais da acumulação capitalista, que influi diretamente sobre a produção do espaço urbano, redefinindo sensivelmente sua dinâmica. O fenômeno da globalização, que inclui a reestruturação produtiva, consiste em uma série de processos a partir dos quais se tende a eliminar quaisquer obstáculos para circulação do capital financeiro. Do ponto de vista das relações entre as economias internacionais, entretanto, tal eliminação de barreiras vem ocorrendo de forma bastante controlada, com controle da produção e medidas de proteção ao que é produzido no próprio território. Alguns destes países, como o governo norte-americano, procuram impor a eliminação das barreiras alfandegárias e fiscais aos países em desenvolvimento, porém adotam práticas protecionistas em relação à própria economia. No Brasil, a entrada neste processo caracterizou-se por uma intensa abertura da economia nacional ao capital estrangeiro, um certo recuo da presença do Estado como interventor e investidor, o grande avanço tecnológico do sistema de circulação de informações, privatização de empresas estatais de vários setores, seguido da mercantilização do controle de uma série de serviços públicos, entre outros. A presença do capital internacional, que já ocorria durante os anos da ditadura militar, é agora ampliada na forma das privatizações. Acompanharam estes acontecimentos a fragilização da economia local, cada vez mais dependente de fatores externos e de capital especulativo, além da ampliação das disparidades sociais, aumento do número de desempregados e de moradores nas favelas, e forte crescimento da violência nos centros urbanos. No âmbito urbano, a crescente perda das qualidades ambientais nos grandes centros brasileiros contribuía para despertar e reforçar, nas classes mais 29

34 economicamente favorecidas, o desejo de se refugiar das mazelas da cidade. A metrópole passa então a ser vista como o lugar da poluição ambiental, do trânsito complicado, do stress e de um estilo de vida maçante, por vezes perigoso e cada vez menos social. O crescimento da violência no espaço urbano fez surgir e tomar força uma expressiva demanda por locais de consumo, lazer e moradia com acesso controlado. As classes média e alta passam a investir em segurança. Esses motivos foram os motores para consolidar e garantir a proliferação de shopping-centers e dos condomínios residenciais. 12 Dessa forma, a demanda das classes abastadas da RMBH por locais mais afastados do centro metropolitano, tanto do ponto de vista físico quanto do social, se encontrava com a oferta de terras ao sul, mais especificamente em Nova Lima, mas também em Brumadinho. Apesar de os loteamentos na região existirem desde da década de 50, é na década de 90 com a reunião dos fatores citados, que se intensifica a caracterização de um novo sentido de crescimento para a metrópole. Nesse caso, torna-se visível o papel da BR-040, no sentido Rio de Janeiro, como eixo indutor dessa expansão. É o local onde ocorre esse movimento de expansão da metrópole, que denominamos Eixo-Sul. O Eixo-Sul passa a abrigar, portanto, a materialização dos novos padrões de moradia e lazer das classes média e alta. As empresas mineradoras, maiores detentoras de terras em Nova Lima, passam agora a explorá-las do ponto de vista imobiliário. Realizando loteamentos de glebas, garantem a extensão de sua sobrevida, uma vez que a extração mineral local já mostra sinais de esgotamento. À existência de alguns clubes e casas de campo e fim-desemana, somou-se com isso uma proliferação dos chamados condomínios, ou loteamentos de acesso restrito. Neste caso predominaram as ocupações horizontais, uma vez que o a presença do meio natural, reforçado pela condição de área de preservação APA Sul 13 veio a ser agregado como 12 Sobre segregação na Região Metropolitana de Belo Horizonte e suas relações com a reestruturação produtiva, ver Mendonça, Sobre os enclaves fortificados, ver Andrade, Ainda não demarcada oficialmente. 30

35 valor de venda nas transações imobiliárias. De certa forma, um paradoxo para um local de extrativismo mineral. O crescimento desse tipo de ocupação trouxe para a região uma nova rede de relações econômicas, sociais e de trabalho, responsável por uma nova caracterização do espaço urbano local, devido a um redirecionamento de investimentos, tanto públicos quanto privados. O fomento da Prefeitura de Nova Lima para esses novos tipos de ocupação resultou no aparecimento de espaços diferenciados em meio à forçosa homogeneidade do padrão de moradia segregada. Dois importantes exemplos são a região denominada Seis Pistas, e o bairro Jardim Canadá. O primeiro se trata de um espaço situado na divisa com a zona sul de Belo Horizonte, no qual vêm se concentrando investimentos privados de grande porte. Na maioria das vezes equipamentos metropolitanos sofisticados, como universidades particulares e sedes de grandes empresas. Trata-se de uma estratégia de gestão municipal com o intuito de dinamizar a região, criar uma imagem modernizadora para o município e incrementar sua receita. 14 Já o Jardim Canadá constitui um espaço de maior variedade ocupacional que o planejado. Convivem ocupações residenciais de classe média e segmentos de baixa renda, além de indústrias. Tornou-se também um pólo comercial e de serviços para atendimento não apenas da demanda interna, como também dos condomínios da região. 15 Nesse importante vetor da expansão da metrópole, despontam os municípios de Nova Lima e Brumadinho como o espaço das principais transformações espaciais decorrentes do processo. As condições específicas de cada um para a ocorrência dos fenômenos descritos devem, portanto, ser analisadas de forma mais profunda, como é colocado a seguir. 14 Sobre a região das Seis Pistas, ver Craveiro, Uma observação mais profunda a respeito do Jardim Canadá se encontra em Vargas, 2002, e Linhares,

36 3 Nova Lima e Brumadinho como espaço da nova expansão metropolitana No presente tópico analisar-se-á as condições específicas para o surgimento do fenômeno da expansão da metrópole, tanto para o município de Nova Lima quanto para Brumadinho. 3.1 Dinâmica demográfica de Nova Lima e Brumadinho entre 1970 e 2000 Principal município do Eixo-Sul, Nova Lima não se envolveu plenamente nas tensões metropolitanas ao longo de seu desenvolvimento, até a década de 90. A base econômica era constituída pela extração mineral desde a ocupação da região, no século XVII, antes mesmo da sua instituição como município. A princípio, o principal produto dessa atividade era o ouro, substituído posteriormente pelo minério de ferro quando a extração do primeiro tornou-se antieconômica. Enquanto a metrópole crescia segundo os vetores oeste e norte, a partir da década de 50, Nova Lima se mantinha à parte e não apresentava um incremento da mancha urbana condizente com a evolução do Aglomerado. Brumadinho se mantinha como município de base rural, calcado na agricultura e na pecuária. Devido à distância da capital e também à pouca penetração da dinâmica metropolitana através de Nova Lima. Entretanto, já existia tanto em Nova Lima quanto em Brumadinho, desde a década de 50, investimentos sob influência da metrópole, como loteamentos destinados a casas de campo. Por exemplo, o Retiro das Pedras, um dos primeiros condomínios da região, situado em Brumadinho na divisa com Nova Lima, e o Jardim Canadá, concebido para receber moradias e indústrias. A ocupação desses, porém, ainda era muito dispersa e não caracterizava um sentido de crescimento para o Aglomerado. 32

37 Tabela 4: População por municípios e taxa de crescimento RMBH. Município População Total Taxa de Crescimento (% a.a.) Belo Horizonte ,73 1,15 1,15 Betim ,33 6,65 6,71 Brumadinho (*) ,05 0,66 3,63 Caeté ,99 0,75 0,98 Contagem ,69 4,38 2,02 Esmeraldas (*) ,32 3,75 7,63 Ibirité ,44 7,95 6,32 Sarzedo (**)(****) Mário Campos (**)(****) Igarapé(*) ,00 4,68 5,13 S.Joaquim de Bicas (*)(**)(****) Lagoa Santa ,33 3,93 4,08 Confins(****) Mateus Leme (*) Juatuba (*) (**) (****) ,57 3,43 4,60 Nova Lima ,95 2,20 2,32 Pedro Leopoldo ,80 3,02 2,93 Raposos ,54 1,72 0,04 Rib. Das Neves ,36 7,16 6,18 Rio Acima ,10 3,07 0,90 Sabará ,34 3,09 2,83 Santa Luzia ,00 7,87 3,32 Vespasiano ,26 7,39 5,84 S. José da Lapa (**)(****) Itaguara (**) ,81 0,64 Itatiaiuçu (***) ,82 1,63 Rio Manso (**) ,03 0,45 Florestal (**) ,45 1,24 Capim Branco (**) ,32 2,47 Matozinhos (**) ,48 2,76 Baldim (**) ,94-0,31 Jabuticatubas (**) ,86 0,69 Taquaraçu de Minas (**) ,19 0,35 TOTAL ,53 2,69 Fonte: FIBGE Censos Demográficos de 1980, 1991 e 2000 (*) Municípios que não faziam parte da RMBH em (**) Municípios incorporados à RMBH em (***)Município incorporado à RMBH em (****) Municípios novos, desmembrados e emancipados nas seguintes datas: Sarzedo: 21/12/1995; Mário Campos: 21/12/1995; São Joaquim de Bicas: 21/12/1995; Confins: 21/12/1995; Juatuba: 27/04/1992; São José da Lapa; 27/04/1992. Conforme pode ser observado na Tabela 4, ainda na década de 70 a dinâmica do crescimento dos dois municípios não correspondia à dos principais eixos de expansão metropolitana, a oeste e ao norte. Enquanto Contagem apresentou 33

38 um incremento populacional correspondente a 170 mil pessoas, correspondente a um crescimento anual de 9,69%, Nova Lima aumentou sua população em 7,2 mil habitantes, um crescimento anual de apenas 1,95%. Brumadinho, no período, caracterizou-se pela perda populacional: saldo de apenas 90 habitantes, um crescimento menor que o vegetativo, correspondente a de 0,05% ao ano. Cabe lembrar que se trata do período no qual ocorre intensa migração das cidades interioranas em direção a Belo Horizonte, como descrito no Capítulo 1. Brumadinho encaixa-se nessa lógica por não se tratar, à época, de um município relacionado à dinâmica metropolitana. A inclusão institucional na RMBH só aconteceria na década de 80. Ao analisar o crescimento demográfico do período , nota-se uma inversão nas tendências de crescimento entre os municípios ao sul e aqueles nos quais se processaram os maiores incrementos populacionais da Região Metropolitana. Enquanto os municípios dos vetores oeste e norte apresentavam taxas anuais de crescimento decrescente a cada década, as de Nova Lima e Brumadinho sofriam sensível aumento. No caso do vetor oeste, Betim apresentou nas décadas de 70, 80 e 90 taxas anuais de crescimento iguais a 8,33%, 6,65% e 6,71% respectivamente. Nova Lima teve crescimento de 1,95% na década de 70, aumentou para 2,20% na década seguinte, e passou para 2,32% nos anos 90. Estas últimas foram taxas expressivas para o município, uma vez que o mesmo até então não havia apresentado tamanho incremento populacional no decorrer da história metropolitana. Na década de 90, o aumento esteve próximo de 12 mil pessoas. No caso de Brumadinho, a evolução das taxas de crescimento foi ainda mais significativa: de um crescimento de 0,05% nos anos 70, continuou baixo em 0,66%, e na década de 90 passou para 3,63% de crescimento ao ano sobre a população total, uma taxa maior que a de Nova Lima onde o fenômeno do Eixo-Sul ocorreu primeiramente e de forma mais visível. Em comparação com os municípios dos vetores tradicionais de expansão urbana, Brumadinho também apresentou o sentido contrário: nos primeiros, o grande crescimento apresenta uma arrefecimento em razão da consolidação e do adensamento 34

39 desses lugares, em contrapartida ao Eixo-Sul que se apresenta como um espaço urbano em pleno processo de expansão. 3.2 Inserção de Nova Lima e Brumadinho da dinâmica do Eixo-Sul O crescimento de Nova Lima na década de 90 está diretamente ligado à expansão metropolitana através do Eixo-Sul. A comparação entre crescimento populacional da sede do município e da área de expansão 15 apresenta números bastante diferenciados entre as duas regiões. A sede de Nova Lima não se insere na dinâmica metropolitana, estando ainda mais ligada à atividade mineradora. Assim, não constitui atrativo para imigrações, mas tende a apresentar grande número de emigrações devido à economia pouco dinâmica e o gradativo fechamento de postos de trabalho, com o declínio da extração de ouro, que culminaria com o fechamento da Mina de Morro Velho em As áreas lindeiras à BR-040, todavia, apresentaram grande incremento populacional com a aprovação de loteamentos e o surgimento de diversos condomínios 16, além da ocupação crescente no Jardim Canadá. No caso de Brumadinho, existem algumas realidades urbanas distintas. A sede também constitui um local de baixo dinamismo econômico, cercado por ilhas de ruralidade. Há, porém uma área de influência do Eixo-Sul, justamente na região tangenciada pela rodovia Rio - Brasília. Nesta, observa-se certa proliferação de condomínios fechados, tais como os de Nova Lima, e uma série de serviços ligados ao perfil do público de classe média e alta, principalmente na região de Casa Branca, região ligada à dinâmica metropolitana e de crescente ocupação por condomínios. 15 De acordo com Amaral (2002): é chamada de área de expansão toda a área do município com exceção de sua sede. 16 Ver Andrade,

40 O crescimento populacional de Brumadinho na década de 90, maior inclusive que o de Nova Lima quando se considera o total dos municípios, pode ter sido causado por vários fatores. Procura-se aqui investigar esse crescimento, sob a hipótese de que o mesmo tenha ocorrido basicamente devido à dinâmica do Eixo-Sul. Mais especificamente supõe-se que o alto crescimento populacional de Brumadinho esteja concentrado nos condomínios. A verificação dessa hipótese, com base nos microdados do Censo 2000 do IBGE, é o tema do capítulo a seguir. 36

41 Capítulo 3 Aspectos qualitativos do incremento demográfico no Eixo-Sul O presente capítulo tem como objetivo investigar as características dos recentes incrementos populacionais nos municípios de Nova Lima e Brumadinho, mais especificamente na região de influência do fenômeno da expansão da metrópole através do Eixo-Sul. Como demonstrado no capítulo anterior, os municípios em questão apresentaram aumentos populacionais expressivos na década de 90, em se considerando a evolução histórica da dinâmica demográfica local. O fenômeno da expansão da RMBH, desta vez movida por fatores e condições diferenciados dos modelos tradicionais experimentados até então, revela o advento de novas forças indutoras de configuração do espaço urbano. Em conseqüência, surgem padrões diferenciados de apropriação desse espaço, como ocorre às margens da BR-040, no sentido Rio de Janeiro. A região presencia a difusão do modelo de loteamentos fechados, chamados, por convenção de análise, de condomínios fechados. Estes têm se instalado principalmente em Nova Lima e Brumadinho. Os dois municípios apresentam, porém, níveis diferenciados de absorção das alterações espaciais, econômicas e sociais decorrentes do processo. O município de Nova Lima possui praticamente a totalidade de seu território envolvida na dinâmica do Eixo-Sul, com exceção da sede do município. Constitui por excelência o espaço dos novos acontecimentos relacionados ao processo, pela proximidade à zona sul de Belo Horizonte e pela reunião de uma série de fatores favoráveis a novas ocupações. Brumadinho se insere nessa dinâmica como extensão territorial imediata. A continuidade do eixo rodoviário responsável pela difusão do processo, e a presença de condições bastante próximas à vizinha Nova Lima credenciam a faixa territorial à margem da rodovia a também participar dessas transformações. 37

42 A análise até aqui desenvolvida constatou importantes fatos: em primeiro lugar, o recente despertar da região de Nova Lima e Brumadinho para sua vocação de ocupação. Em seguida, a propagação de condomínios ao longo de seu território, caracterizando um espaço pertencente à elite metropolitana. Por fim, os expressivos crescimentos populacionais para os dois municípios na última década. As possíveis relações de complementaridade entre os fatos constatados constituem o objeto de verificação ao qual se propõe este capítulo. De acordo com a hipótese formulada no Capítulo 2, pretende-se aqui investigar se o crescimento dos municípios em questão ocorre em razão da proliferação das ocupações de alta renda. A metodologia do trabalho consiste na análise dos dados do Censo Demográfico do IBGE, dos anos de 1991 e 2000, e dos Microdados do Censo Dessa forma, é possível quantificar a população migrante e não migrante na década de 90, verificar a origem dos migrantes, e então caracterizar as categorias de moradores de acordo com as condições de renda e moradia. Assim, obtém-se o perfil da população local e pode-se verificar se o crescimento populacional decorre da expansão das elites metropolitanas a partir do sul de Belo Horizonte. 38

43 1 Evolução demográfica dos municípios de Brumadinho e de Nova Lima na década de 90 Este tópico apresenta dados acerca da evolução da urbanização dos dois municípios em questão, com base nos Censos Demográficos de 1991 e 2000, do IBGE. Objetiva-se realizar uma separação metodológica dos territórios de Brumadinho e de Nova Lima de acordo com a área de influência do fenômeno do Eixo-Sul, a partir da qual será realizada a análise do processo de urbanização na década de 90. Dessa forma, pretende-se mostrar o papel do Eixo-Sul na determinação das novas configurações desses espaços. 1.1 Brumadinho Brumadinho apresentou um importante crescimento populacional a partir da década de 90, correspondente a 3,6% ao ano, uma taxa significativa se considerarmos o crescimento quase nulo nas décadas anteriores. A observação in loco do espaço urbano local permitiu conhecer as características da distribuição deste crescimento. A princípio, identificam-se duas áreas distintas no que diz respeito aos fatores de influência do crescimento populacional. Na porção ocidental do município, verifica-se certa penetração da dinâmica do vetor oeste de crescimento metropolitano, induzido pela industrialização da região de Contagem, Betim e Ibirité. Já a leste, o crescimento mostra estar ligado à proliferação dos condomínios fechados e das moradias de lazer, o que corresponde à região do Eixo-Sul. Para verificar com exatidão o crescimento dessas duas porções do município, o procedimento metodológico adequado seria comparar o crescimento populacional de cada setor censitário, do período Entretanto, tal verificação não é possível devido à alteração na base cartográfica censitária ocorrida entre os dois Censos. Não há correspondências de setores do ponto de vista dos limites geográficos, portanto tal comparação se faz impossível. Contudo, a visita a campo revela que o crescimento da porção correspondente ao Eixo-Sul é bastante significativa. Mesmo sem dados numéricos sobre 39

44 crescimento populacional, percebe-se um direcionamento das atividades econômicas locais para a presença do público de condomínios e de classes abastadas em recreio. A presença do condomínio Retiro das Pedras define a estrutura das relações de emprego e trabalho locais, direcionando a maior parte da população economicamente ativa de praticamente todos os lugarejos próximos. Verifica-se também a transformação de fazendas e chácaras em sítios de lazer, como pesque-pagues e afins. Mesmo com a impossibilidade de precisar a proporção do crescimento do município que cabe ao Eixo-Sul, é notável como o município se divide em duas realidades diferenciadas. Cabe investigar as características do crescimento da região que tange a BR-040 para proceder a análise proposta neste trabalho. 1.2 Nova Lima Um interessante aspecto a ser observado sobre o município de Nova Lima consiste na diferença entre a natureza das ocupações de sua sede e sua área de expansão, conseqüentemente influindo em evoluções urbanas diferenciadas entre as duas regiões. A sede municipal se caracteriza por um espaço urbano consolidado e de origens históricas calcadas na exploração mineral, atualmente apresentando uma estagnação na estrutura econômica provocada pelo declínio da desta atividade; além disso, apresenta frágil identidade social e cultural, não se destacando como pólo para as outras regiões do município, sendo, para estes, influência maior a provinda de Belo Horizonte (AMARAL, 2003). O restante do território do município, excluindo-se a sede, recebe aqui a denominação de área de expansão. Nova Lima se apresenta, de forma bastante clara na década de 90, como um espaço marcado pela ocupação por parte de populações de renda elevada, e, por conseguinte, pela segregação sócio-espacial presente principalmente na forma de loteamentos de acesso restrito, os chamados condomínios. A área dos condomínios fechados constitui a forma de ocupação mais determinante da 40

45 nova configuração do espaço urbano de Nova Lima. Nela se concentra a maior parte das ocupações e dos investimentos em infra-estrutura urbana. Ainda na área de expansão, desponta com significativa importância o povoado de São Sebastião das Águas Claras, ou Macacos, cuja principal fonte de renda da população consiste na exploração do turismo. Essa atividade atende principalmente ao público de Belo Horizonte, geralmente de classes média e alta (AMARAL, 2003). Dessa forma, a região de Macacos se apresenta como integrante do processo de elitização de Nova Lima, integrando-se à dinâmica dos condomínios. Além desses espaços, há também o caso do Jardim Canadá, bairro localizado às margens da BR-040. Este se insere no processo como o lugar da heterogeneidade local, apresentando uma diversificação na população residente e nas atividades não residenciais instaladas. No local é possível encontrar habitações de baixa renda, comércio local, indústrias, comércio atacadista e habitações de perfil muito parecido com as residências no interior dos condomínios. O crescimento do Jardim Canadá é bastante expressivo e possui grande influência no contexto da área de expansão de Nova Lima (VARGAS, 2002). Tabela 6: Evolução populacional em Nova Lima Fonte: AMARAL, Como se pode observar, a participação da sede municipal no crescimento total de Nova Lima é bastante reduzida. Tanto na década de 80 quanto na de 90, seu crescimento se deu a taxas inferiores ao crescimento vegetativo. A disparidade é evidente quando se compara ao crescimento da área de expansão, cujas taxas para os períodos 1980/1991 e 1991/2000 são relativamente altas, que indicam um crescimento baseado na chegada de 41

UMA BREVE ANÁLISE DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

UMA BREVE ANÁLISE DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE UMA BREVE ANÁLISE DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE Breno A. T. D. de Pinho Fausto Brito Alane Siqueira Rocha RESUMO O objetivo deste artigo é analisar os fluxos migratórios

Leia mais

Fragmentação e segregação socioespacial na RMBH

Fragmentação e segregação socioespacial na RMBH SEMINÁRIO NACIONAL AS METRÓPOLES E AS TRANSFORMAÇÕES URBANAS: 9, 10 e 11 DE DEZEMBRO DE 2015 Fragmentação e segregação socioespacial na RMBH Jupira Mendonça Luciana Andrade Alexandre Diniz História marcada

Leia mais

AS FAVELAS COMO OBJETO DE ANÁLISE DESAFIOS E PERSPECTIVAS

AS FAVELAS COMO OBJETO DE ANÁLISE DESAFIOS E PERSPECTIVAS AS FAVELAS COMO OBJETO DE ANÁLISE DESAFIOS E PERSPECTIVAS Berenice Martins Guimarães A análise da situação das favelas sofre constrangimentos em virtude da forma como os dados censitários existentes estão

Leia mais

A MOBILIDADE PENDULAR DOS TRABALHADORES: UMA ANÁLISE DO MERCADO DE TRABALHO NA RMBH

A MOBILIDADE PENDULAR DOS TRABALHADORES: UMA ANÁLISE DO MERCADO DE TRABALHO NA RMBH A MOBILIDADE PENDULAR DOS TRABALHADORES: UMA ANÁLISE DO MERCADO DE TRABALHO NA RMBH Breno A. T. D. de Pinho Alane Siqueira Rocha Fausto Brito RESUMO Nas áreas metropolitanas, a distribuição espacial da

Leia mais

Migração de retorno na Região Nordeste do Brasil. Palavras-chave: migração interna, migração de retorno, Nordeste brasileiro.

Migração de retorno na Região Nordeste do Brasil. Palavras-chave: migração interna, migração de retorno, Nordeste brasileiro. Migração de retorno na Região Nordeste do Brasil Wilson Fusco Brasil Fundação Joaquim Nabuco Universidade Federal de Pernambuco Morvan de Mello Moreira Brasil Fundação Joaquim Nabuco Universidade Federal

Leia mais

Foi base para a estruturação da Lei Nº /2014 Estatuto da Metrópole. Criação: 1973 Lei LC14/1973; LCE 88/2006 e LCE 89/2006

Foi base para a estruturação da Lei Nº /2014 Estatuto da Metrópole. Criação: 1973 Lei LC14/1973; LCE 88/2006 e LCE 89/2006 1 SBC 09/06/2016 1 2 Criação: 1973 Lei LC14/1973; LCE 88/2006 e LCE 89/2006 Cidade Pólo: Belo Horizonte Foi base para a estruturação da Lei Nº 13.089 /2014 Estatuto da Metrópole Área: 9.472,4 Km 2 (1,6%

Leia mais

LOCAL DE RESIDÊNCIA E LOCAL DE TRABALHO NA RMBH: UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2010

LOCAL DE RESIDÊNCIA E LOCAL DE TRABALHO NA RMBH: UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2010 LOCAL DE RESIDÊNCIA E LOCAL DE TRABALHO NA RMBH: UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2010 Breno A. T. D. de Pinho Fausto Brito RESUMO A mobilidade pendular de trabalhadores é um tipo de deslocamento

Leia mais

taxa de crescimento da população (TXP) densidade demográfica (habitantes/km 2 ) área (km 2 ) população reestimada (Pr) diferença (Pr-P)

taxa de crescimento da população (TXP) densidade demográfica (habitantes/km 2 ) área (km 2 ) população reestimada (Pr) diferença (Pr-P) ano população P (n.º de habitantes) Sistema de Informações da Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (SisMob-BH) Tabela 241 - Indicadores populacionais de Belo Horizonte (1991-2014) com populações reestimadas

Leia mais

1. OBJETIVO Analisar a migração inter-regional para o rural e o urbano brasileiro, nos anos de 1995, 2005 e 2015.

1. OBJETIVO Analisar a migração inter-regional para o rural e o urbano brasileiro, nos anos de 1995, 2005 e 2015. 1. OBJETIVO Analisar a migração inter-regional para o rural e o urbano brasileiro, nos anos de 1995, 2005 e 2015. 2. METODOLOGIA 2.1 Recorte Geográfico Localiza-se na América do Sul, o Brasil faz fronteira

Leia mais

Estatuto da Metrópole e a Região Metropolitana de Belo Horizonte

Estatuto da Metrópole e a Região Metropolitana de Belo Horizonte Estatuto da Metrópole e a Região Metropolitana de Belo Horizonte Agência RMBH 10 de agosto de 2016 Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH RMBH 34 municípios 4,8 milhões habitantes Colar Metropolitano

Leia mais

MINHA CASA, MINHA VIDA Principais alterações nas normas 17/05/2017

MINHA CASA, MINHA VIDA Principais alterações nas normas 17/05/2017 MINHA CASA, MINHA VIDA Principais alterações nas normas 17/05/2017 FAR EMPRESAS: VALOR MÁXIMO POR UH Os valores máximos permitidos na RMBH: Nome Limite Apto Limite Casa Belo Horizonte 88.000 85.000 82.000

Leia mais

Geopolítica Brasileira. Alex Mendes

Geopolítica Brasileira. Alex Mendes Alex Mendes Cidade 1.3 A estrutura urbana brasileira e as grandes metrópoles É o espaço onde se concentram moradias, pessoas, formas de construção etc. Ela é lugar por excelência do comércio, prestação

Leia mais

MINHA CASA, MINHA VIDA Principais alterações nas normas 17/05/2017

MINHA CASA, MINHA VIDA Principais alterações nas normas 17/05/2017 MINHA CASA, MINHA VIDA Principais alterações nas normas 17/05/2017 PMCMV - PRINCIPAIS ALTERAÇÕES Foram publicadas no dia 24/03/2017, as alterações normativas: Portaria n 267, que trata do MCMV FAR Empresas;

Leia mais

As cidades e a urbanização brasileira. Professor Diego Alves de Oliveira IFMG Campus Betim Fevereiro de 2017

As cidades e a urbanização brasileira. Professor Diego Alves de Oliveira IFMG Campus Betim Fevereiro de 2017 As cidades e a urbanização brasileira Professor Diego Alves de Oliveira IFMG Campus Betim Fevereiro de 2017 O que consideramos cidade? No mundo, existem diferentes cidades (tamanhos, densidades demográficas

Leia mais

CARTILHA CONSTRUINDO O MACROZONEAMENTO METROPOLITANO

CARTILHA CONSTRUINDO O MACROZONEAMENTO METROPOLITANO CARTILHA CONSTRUINDO O MACROZONEAMENTO METROPOLITANO 2013 / 2014 2 estrutura metropolitana proposta no PDDI 3 APRESENTAÇÃO O QUE É ESTA CARTILHA? Esta cartilha dá continuidade ao processo público inaugurado

Leia mais

MOTIVO DA URBANIZAÇÃO:

MOTIVO DA URBANIZAÇÃO: URBANIZAÇÃO CONCEITO: É a transformação de espaços naturais e rurais em espaços urbanos, concomitantemente à transferência em larga escala da população do campo para a cidade êxodo rural em razão de diversos

Leia mais

F A T A M P A R O A O. Boletim Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte PED/RMBH. Dezembro 11,0%

F A T A M P A R O A O. Boletim Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte PED/RMBH. Dezembro 11,0% Boletim Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte PED/RMBH ANO 13 N.º 12 Dezembro 2007 Taxa de desemprego permanece relativamente estável na RMBH. Dezembro TAXA DE DESEMPREGO

Leia mais

Exercícios Movimentos Populacionais

Exercícios Movimentos Populacionais Exercícios Movimentos Populacionais 1. O Brasil, especialmente a partir da década de 1950, passou a apresentar uma forte mobilidade populacional interna, em função do seu desenvolvimento econômico. Assinale

Leia mais

OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013

OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013 NOTA CONJUNTURAL FORMALIZAÇÃO DOS PEQUENOS NEGÓCIOS no Estado do Rio de Janeiro OBSERVATÓRIO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO DE 2013 20 2013 PANORAMA GERAL No Brasil,

Leia mais

III REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE III.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL

III REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE III.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL TP TP TP TP PT PT PT PT FPT e FPT III REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE III.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL O processo de metropolização da região de Belo Horizonte tem sua gênese nos anos quarenta, período

Leia mais

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 472 FLUXOS MIGRATÓRIOS INTRAMETROPOLITANOS: O CASO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE,

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 472 FLUXOS MIGRATÓRIOS INTRAMETROPOLITANOS: O CASO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE, TEXTO PARA DISCUSSÃO N 472 FLUXOS MIGRATÓRIOS INTRAMETROPOLITANOS: O CASO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE, 1970-2010 Breno Aloísio T. Duarte de Pinho Fausto Brito Abril de 2013 1 Ficha catalográfica

Leia mais

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: Disponibilidade Hídrica, Demanda e Abastecimento Público

SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: Disponibilidade Hídrica, Demanda e Abastecimento Público SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: Disponibilidade Hídrica, Demanda e Abastecimento Público . MUNICÍPIO POPULAÇÃO 2010 (hab) % ATEN. ÁGUA 1 Baldim 7.917 98,85 2

Leia mais

Conceitos Básicos e Medidas em Demografia Migração e Distribuição

Conceitos Básicos e Medidas em Demografia Migração e Distribuição Martin Handford, Where s Wally? CST 310: População, Espaço e Ambiente Abordagens Espaciais em Estudos de População: Métodos Analíticos e Técnicas de Representação Conceitos Básicos e Medidas em Demografia

Leia mais

NOTÍCIAS ETENE 04 DE MAIO DE 2011 RESULTADOS DO CENSO 2010

NOTÍCIAS ETENE 04 DE MAIO DE 2011 RESULTADOS DO CENSO 2010 NOTÍCIAS ETENE 04 DE MAIO DE 2011 RESULTADOS DO CENSO 2010 População brasileira cresce quase 20 vezes desde 1872 A população do Brasil alcançou a marca de 190.755.799 habitantes na data de referência do

Leia mais

MUNICÍPIO DE LONDRINA Plano Municipal de Saneamento Básico Relatório de Diagnóstico da Situação do Saneamento

MUNICÍPIO DE LONDRINA Plano Municipal de Saneamento Básico Relatório de Diagnóstico da Situação do Saneamento 2 CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO 2.1 INSERÇÃO DE LONDRINA NO CONTEXTO REGIONAL Londrina está localizada na Macrorregião Sul do Brasil, na mesorregião Norte Central Paranaense em uma posição geoeconômica

Leia mais

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 525 LOCAL DE RESIDÊNCIA E LOCAL DE TRABALHO NA RMBH: UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2010

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 525 LOCAL DE RESIDÊNCIA E LOCAL DE TRABALHO NA RMBH: UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2010 ISSN 2318-2377 TEXTO PARA DISCUSSÃO N 525 LOCAL DE RESIDÊNCIA E LOCAL DE TRABALHO NA RMBH: UMA ANÁLISE COMPARADA ENTRE OS ANOS DE 1980 E 2010 Breno A. T. D. de Pinho Fausto Brito Dezembro de 2015 1 Universidade

Leia mais

Vulnerabilidade social e criminalidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 1

Vulnerabilidade social e criminalidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 1 Vulnerabilidade social e criminalidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 1 Luciana Teixeira de Andrade 2 Fernanda Odilla Vasconcellos de Figueiredo 3 O objetivo deste trabalho é analisar a criminalidade

Leia mais

Curitiba metropolitana : entre transformações e permanências

Curitiba metropolitana : entre transformações e permanências Seminário AS METRÓPOLES E AS TRANSFORMAÇÕES URBANAS: DESIGUALDADES, COESÃO SOCIAL E GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA Curitiba metropolitana 1980-2010: entre transformações e permanências Rosa Moura Olga Lucia Castreghini

Leia mais

O Processo Par*cipa*vo e de Governança na Construção do. Planejamento Metropolitano de Belo Horizonte

O Processo Par*cipa*vo e de Governança na Construção do. Planejamento Metropolitano de Belo Horizonte O Processo Par*cipa*vo e de Governança na Construção do Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte Planejamento Metropolitano de Belo Horizonte Dez. 2015 Região Metropolitana

Leia mais

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 527 A MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

TEXTO PARA DISCUSSÃO N 527 A MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE ISSN 2318-2377 TEXTO PARA DISCUSSÃO N 527 A MOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE Breno A. T. D. de Pinho Fausto Brito Alane Siqueira Rocha Dezembro de 2015 1 Universidade

Leia mais

Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23

Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23 Desenvolvimento Socioeconômico na NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23 METRÓPOLE E NO INTERIOR DO RIO DE JANEIRO NOTA CONJUNTURAL MAIO DE 2013 Nº23 PANORAMA GERAL O Estado do Rio de Janeiro (ERJ) é caracterizado

Leia mais

Projeto Observatório dos Arquivos da Região Metropolitana de Belo Horizonte

Projeto Observatório dos Arquivos da Região Metropolitana de Belo Horizonte Projeto Observatório dos Arquivos da Região Metropolitana de Belo Horizonte O Projeto Primeira ação de extensão do curso de Arquivologia da Escola de Ciência da Informação (ECI) da UFMG. Iniciado em 2011,

Leia mais

ASPECTOS GERAIS DA DEMOGRAFIA CATARINENSE NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI

ASPECTOS GERAIS DA DEMOGRAFIA CATARINENSE NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI ASPECTOS GERAIS DA DEMOGRAFIA CATARINENSE NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI INTRODUÇÃO Beatriz Tamaso Mioto 1 A dinâmica demográfica brasileira apresentou mudanças significativas nos últimos trinta anos.

Leia mais

I EDITAL DE JOVENS NEGRAS NAS ARTES VISUAIS

I EDITAL DE JOVENS NEGRAS NAS ARTES VISUAIS I EDITAL DE JOVENS NEGRAS NAS ARTES VISUAIS s o b r e a m u n a M.U.N.A - Mulheres negras nas artes MUNA vem de munir. De abastecer-se e prover do que é necessário. O conselho que aporta o conceito. Sair

Leia mais

ÁREAS DE EMIGRAÇÃO NO SÉCULO XXI: CONTINUIDADE DO ÊXODO RURAL?

ÁREAS DE EMIGRAÇÃO NO SÉCULO XXI: CONTINUIDADE DO ÊXODO RURAL? ÁREAS DE EMIGRAÇÃO NO SÉCULO XXI: CONTINUIDADE DO ÊXODO RURAL? Resumo A dinâmica migratória, apesar das mudanças quantitativas e qualitativas verificadas nas últimas décadas em que destacam as áreas de

Leia mais

URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

URBANIZAÇÃO BRASILEIRA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA Urbanização é um conceito geográfico que representa o desenvolvimento das cidades. Neste processo, ocorre a construção de casas, prédios, redes de esgoto, ruas, avenidas, escolas,

Leia mais

2) Analise o gráfico abaixo a respeito da evolução da urbanização brasileira:

2) Analise o gráfico abaixo a respeito da evolução da urbanização brasileira: Roteiro de recuperação 2 º ano Ensino Médio Geografia 1) A urbanização trouxe um desafio crescente ao poder público. Como trazer diariamente pessoas de bairros distantes para o centro da cidade e levá-los

Leia mais

PROMILITARES 07/08/2018 GEOGRAFIA. Professor Leandro Almeida URBANIZAÇÃO

PROMILITARES 07/08/2018 GEOGRAFIA. Professor Leandro Almeida URBANIZAÇÃO GEOGRAFIA Professor Leandro Almeida URBANIZAÇÃO Tipos de urbanização: Países centrais x Países periféricos Aglomerados urbanos: Metrópoles, Áreas metropolitanas, Megalópoles, Megacidades e Cidades globais

Leia mais

OS DETERMINANTES DA PENDULARIDADE E SUA RELAÇÃO COM A MIGRAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA ENTRE 2000 E 2010.

OS DETERMINANTES DA PENDULARIDADE E SUA RELAÇÃO COM A MIGRAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA ENTRE 2000 E 2010. OS DETERMINANTES DA PENDULARIDADE E SUA RELAÇÃO COM A MIGRAÇÃO NA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA ENTRE 2000 E 2010. Resumo: O objetivo do trabalho é identificar os principais determinantes da pendularidade

Leia mais

DOUTORES BRASILEIROS E ÁREA MULTIDISCIPLINAR

DOUTORES BRASILEIROS E ÁREA MULTIDISCIPLINAR Centro de Gestão e Estudos Estratégicos. Doutores 2010: estudos da demografia da base técnico-científica brasileira - Brasília, DF: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2010. DOUTORES BRASILEIROS E

Leia mais

Eixo Temático ET Gestão Ambiental ASPECTOS AMBIENTAIS URBANOS DAS METRÓPOLES BRASILEIRAS

Eixo Temático ET Gestão Ambiental ASPECTOS AMBIENTAIS URBANOS DAS METRÓPOLES BRASILEIRAS 112 Eixo Temático ET-01-012 - Gestão Ambiental ASPECTOS AMBIENTAIS URBANOS DAS METRÓPOLES BRASILEIRAS Danillo Felix de Santana, Charles Roberto Santos de Abreu, Dangela Maria Fernandes Universidade Tecnológica

Leia mais

Migrações de Curto Prazo nas Regiões Metropolitanas: migrantes de etapa única, migrantes de retorno e migrantes de passagem 1986/1991 *

Migrações de Curto Prazo nas Regiões Metropolitanas: migrantes de etapa única, migrantes de retorno e migrantes de passagem 1986/1991 * Migrações de Curto Prazo nas Regiões Metropolitanas: migrantes de etapa única, migrantes de retorno e migrantes de passagem 1986/1991 * Fausto Brito UFMG/Cedeplar Ricardo Alexandrino Garcia UFMG/Cedeplar

Leia mais

RECORTES. A mancha da violência. #violência. nas pequenas cidades brasileiras. Outubro/2017

RECORTES. A mancha da violência. #violência. nas pequenas cidades brasileiras. Outubro/2017 RECORTES Outubro/2017 Um olhar sobre os homicídios em cada região do Brasil A mancha da violência nas pequenas cidades brasileiras Análise espacial e comparativa do comportamento da taxa de homicídios

Leia mais

PERFIL DOS OCUPADOS SEGUNDO REGIÕES DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE MINAS GERAIS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO CENSO DEMOGRÁFICO DE

PERFIL DOS OCUPADOS SEGUNDO REGIÕES DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE MINAS GERAIS: UMA ANÁLISE A PARTIR DO CENSO DEMOGRÁFICO DE FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO G o v e r n o d e M i n a s G e r a i s I N F O R M A T I V O Mercado de Trabalho - Belo Horizonte Ano 1, nº 1, Junho 6 PERFIL DOS OCUPADOS SEGUNDO REGIÕES DE PLANEJAMENTO DO ESTADO

Leia mais

PAIC confirma que 2005 não foi um ano bom para grande parte das empresas da construção

PAIC confirma que 2005 não foi um ano bom para grande parte das empresas da construção PAIC confirma que 2005 não foi um ano bom para grande parte das empresas da construção O balanço de final do ano de 2005 já mostrará que se não foi um ano perdido, os resultados frustraram as expectativas

Leia mais

Os dados censitários brasileiros sobre migrações internas: críticas e sugestões para análise

Os dados censitários brasileiros sobre migrações internas: críticas e sugestões para análise Seminario-Taller Los censos de 2010 y la migración interna, internacional y otras formas de movilidad espacial Santiago de Chile, 10 al 12 de diciembre de 2008 Os dados censitários brasileiros sobre migrações

Leia mais

As tendências recentes das migrações na Região Metropolitana de Belo Horizonte: uma abordagem inter e intramunicipal

As tendências recentes das migrações na Região Metropolitana de Belo Horizonte: uma abordagem inter e intramunicipal As tendências recentes das migrações na Região Metropolitana de Belo Horizonte: uma abordagem inter e intramunicipal Aluno: Járvis Campos Apresentação de trabalho final, como requisito do Curso Introdução

Leia mais

SUB-MÓDULO: DINÂMICA DEMOGRAFICA MIGRAÇÃO E MOBILIDADE POPULACIONAL PESQUISADOR: FAUSTO BRITO ASSISTENTE DE PESQUISA: MARIANA NAHAS

SUB-MÓDULO: DINÂMICA DEMOGRAFICA MIGRAÇÃO E MOBILIDADE POPULACIONAL PESQUISADOR: FAUSTO BRITO ASSISTENTE DE PESQUISA: MARIANA NAHAS SUB-MÓDULO: DINÂMICA DEMOGRAFICA MIGRAÇÃO E MOBILIDADE POPULACIONAL PESQUISADOR: FAUSTO BRITO ASSISTENTE DE PESQUISA: MARIANA NAHAS ÍNDICE 1. BELO HORIZONTE NO CONTEXTO METROPOLITANO: A INVERSÃO ESPACIAL

Leia mais

Paulo Tumasz Junior. Urbanização Mundial e Brasileira

Paulo Tumasz Junior. Urbanização Mundial e Brasileira Paulo Tumasz Junior Urbanização Mundial e Brasileira - Urbanização Mundial: processo lento até 1950; - Urbanização: maior quantidade de pessoas nas cidades do que no campo; - Êxodo rural (fatores repulsivos

Leia mais

AS FAVELAS DA GRANDE ARACAJU

AS FAVELAS DA GRANDE ARACAJU AS FAVELAS DA GRANDE ARACAJU Ricardo Lacerda 1 O IBGE publicou na semana passada o relatório Censo Demográfico 2010- Aglomerados Subnormais- Informações Territoriais. Trata-se de um amplo estudo sobre

Leia mais

MONOGRAFIA AS TENDÊNCIAS RECENTES DAS MIGRAÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: UMA ABORDAGEM INTER E INTRAMUNICIPAL

MONOGRAFIA AS TENDÊNCIAS RECENTES DAS MIGRAÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: UMA ABORDAGEM INTER E INTRAMUNICIPAL Programa de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto Disciplina: Introdução ao Geoprocessamento SER-300-4 MONOGRAFIA AS TENDÊNCIAS RECENTES DAS MIGRAÇÕES NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: UMA ABORDAGEM

Leia mais

OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, Coesão e Governança Democrática. Texto para Discussão:

OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, Coesão e Governança Democrática. Texto para Discussão: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES: Território, Coesão e Governança Democrática Texto para Discussão: Diagnóstico da

Leia mais

Transição urbana e demográfica no Brasil: inter-relações e trajetórias

Transição urbana e demográfica no Brasil: inter-relações e trajetórias RESUMO Transição urbana e demográfica no Brasil: inter-relações e trajetórias As transformações demográficas se intensificaram na segunda metade do século XX em todo o país e se encontram em curso nas

Leia mais

A interiorização da capital brasileira: mudanças demográficas e socioespaciais.

A interiorização da capital brasileira: mudanças demográficas e socioespaciais. A interiorização da capital brasileira: mudanças demográficas e socioespaciais. Eduardo de Araujo da Silva¹; Alexandre Carvalho de Andrade² ¹Graduando em Geografia - IFSULDEMINAS Campus Poços de Caldas,

Leia mais

Migração Intrametropolitana: um estudo comparativo entre as Regiões Metropolitanas do Nordeste (Fortaleza, Recife e Salvador)

Migração Intrametropolitana: um estudo comparativo entre as Regiões Metropolitanas do Nordeste (Fortaleza, Recife e Salvador) Migração Intrametropolitana: um estudo comparativo entre as Regiões Metropolitanas do Nordeste (Fortaleza, Recife e Salvador) Palavras-chave: Migração; Intrametropolitana; Região Metropolitana de Fortaleza;

Leia mais

A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012

A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE NOVEMBRO DE 2013 A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012 Em comemoração ao dia 20 de novembro, Dia da Consciência

Leia mais

Tarifa A1 - R$ 2,80 - Cartão BHBUS

Tarifa A1 - R$ 2,80 - Cartão BHBUS INTEGRAÇÃO METRÔ/ÔNIBUS Obs.: os valores se referem à passagem combinada dos modais metrô e ônibus em pagamento no cartão BHBUS (Tarifa A) ou Ótimo (demais tarifas). Tarifa A - R$ 4,50 - Cartão BHBUS 104

Leia mais

Com a abertura dos Portos as Nações Amigas em 1808, houve a entrada de outros imigrantes, embora de pouca expressão;

Com a abertura dos Portos as Nações Amigas em 1808, houve a entrada de outros imigrantes, embora de pouca expressão; PROCESSO MIGRATÓRIO BRASILEIRO E URBANIZAÇÃO 1 Processo Migratório Brasileiro Processo migratório no Brasil O processo migratório no Brasil teve início em 1530; A migração forçada dos negros; Com a abertura

Leia mais

Produção Agrícola Cereais, Leguminosas e Oleaginosas Mil Reais Mil reais

Produção Agrícola Cereais, Leguminosas e Oleaginosas Mil Reais Mil reais Produção Agrícola Cereais, Leguminosas e Oleaginosas 2007 30.448 Mil Reais 5.418.281 Mil reais Produção Agrícola Cereais, Leguminosas e Oleaginosas 2007 1.161.540 mil reais 1.238.307 Mil Reais QUESTÃO

Leia mais

PROREDES IPEA Projeto de Pesquisa Migrações Internas. A DINÂMICA MIGRATÓRIA NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA AMB ENTRE 1991 e 2010

PROREDES IPEA Projeto de Pesquisa Migrações Internas. A DINÂMICA MIGRATÓRIA NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA AMB ENTRE 1991 e 2010 PROREDES IPEA Projeto de Pesquisa Migrações Internas A DINÂMICA MIGRATÓRIA NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA AMB ENTRE 1991 e 2010 Lucilene Dias Cordeiro Mônica Oliveira Marques França CODEPLAN/DIEPS/NEP

Leia mais

A IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO HABITACIONAL NA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS (MG) Pedro Gabriel de Paiva FRANCISCO 1 ; Diego Cândido da SILVA 2

A IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO HABITACIONAL NA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS (MG) Pedro Gabriel de Paiva FRANCISCO 1 ; Diego Cândido da SILVA 2 A IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO HABITACIONAL NA CIDADE DE POÇOS DE CALDAS (MG) Pedro Gabriel de Paiva FRANCISCO 1 ; Diego Cândido da SILVA 2 RESUMO O processo de desconcentração das grandes metrópoles, a partir

Leia mais

VI Congreso ALAP Dinámica de población y desarrollo sostenible con equidad

VI Congreso ALAP Dinámica de población y desarrollo sostenible con equidad VI Congreso ALAP Dinámica de población y desarrollo sostenible con equidad Mobilidade espacial da população e ocupação de domicílios: processos na Região Metropolitana do Rio de Janeiro Vivian Alves da

Leia mais

Dados Demográficos: Grandes Regiões, Estados e Municípios. Boletim Técnico Gonçalves & Associados Edição 04 - Maio/2013.

Dados Demográficos: Grandes Regiões, Estados e Municípios. Boletim Técnico Gonçalves & Associados Edição 04 - Maio/2013. Estudo de Perfil do Consumidor Potencial Brasil - Dados Demográficos: Grandes Regiões, Estados e Municípios Boletim Técnico Gonçalves & Associados Edição 04 - Maio/ Edição 2009 www.goncalvesassociados.com

Leia mais

Região Metropolitana de Belo Horizonte

Região Metropolitana de Belo Horizonte Capítulo 4 Baseado em: . Acesso em: 24 jul. 2010. e < https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp14.htm >. Acesso em 28 jul.

Leia mais

INVERSÃO NO BALANÇO MIGRATÓRIO MINEIRO: AS TROCAS POPULACIONAIS ENTRE MINAS E SÃO PAULO

INVERSÃO NO BALANÇO MIGRATÓRIO MINEIRO: AS TROCAS POPULACIONAIS ENTRE MINAS E SÃO PAULO INVERSÃO NO BALANÇO MIGRATÓRIO MINEIRO: AS TROCAS POPULACIONAIS ENTRE MINAS E SÃO PAULO Ralfo Matos Carlos F. F. Lobo João Stefani Resumo Minas Gerais tem perdido população para o estado de São Paulo há

Leia mais

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DO DISTRITO FEDERAL Novembro de 2012 O MERCADO DE TRABALHO EM 2011 Em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego podem

Leia mais

1ª Série do ensino médio _ TD

1ª Série do ensino médio _ TD 1ª Série do ensino médio _ TD 16. As afirmações a seguir referem-se a alguns temas relacionados com um ramo da Geografia denominado Geografia Urbana. Sobre o tema, assinale V, se verdadeira, ou F, se falsa,

Leia mais

Gabriela Lima Diniz 2 Ana Márcia Moreira Alvim 3

Gabriela Lima Diniz 2 Ana Márcia Moreira Alvim 3 MOVIMENTOS PENDULARES NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE: A distribuição dos pendulares por motivo de trabalho conforme o nível de instrução em 2010 1* Gabriela Lima Diniz 2 Ana Márcia Moreira Alvim

Leia mais

GEOGRAFIA MÓDULO 9. Urbanização I. redes urbanas, o processo de urbanização, o espaço das cidades e especulação imobiliária. Professor Vinícius Moraes

GEOGRAFIA MÓDULO 9. Urbanização I. redes urbanas, o processo de urbanização, o espaço das cidades e especulação imobiliária. Professor Vinícius Moraes GEOGRAFIA Professor Vinícius Moraes MÓDULO 9 Urbanização I redes urbanas, o processo de urbanização, o espaço das cidades e especulação imobiliária O processo de urbanização apresenta diferentes dimensões,

Leia mais

SCN 2010 Impacto das mudanças no PIB

SCN 2010 Impacto das mudanças no PIB 2001 SCN Impacto das mudanças no PIB 31.Março.2015 Juliana Carvalho da Cunha Claudio Monteiro Considera Nesta nota são analisadas as alterações no crescimento real do PIB na série 2000-, de acordo com

Leia mais

Projeto ABIN 2014 Geografia Prof. Thiago Rocha Aula 1

Projeto ABIN 2014 Geografia Prof. Thiago Rocha Aula 1 Projeto ABIN 2014 Geografia Prof. Thiago Rocha Aula 1 Questão 1 Em todos os países da América Latina, a partir de meados da década de 70 do século passado, retoma-se a tendência de queda da mortalidade,

Leia mais

Piauí. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010)

Piauí. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Piauí (1991, 2000 e 2010) Piauí Em, no estado do Piauí (PI), moravam 3,1 milhões de pessoas, onde uma parcela considerável (7,4%, 232,1 mil habitantes) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 224 municípios, dos

Leia mais

Bahia. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado da Bahia (1991, 2000 e 2010)

Bahia. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado da Bahia (1991, 2000 e 2010) Bahia Em, no estado da Bahia (BA), moravam 14, milhões de pessoas, onde uma grande parcela (7,2%, 1, milhão) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 417 municípios, dos quais 69 (16,6%)

Leia mais

A DINÂMICA MIGRATÓRIA NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA AMIB ENTRE 1991 e 2010 *

A DINÂMICA MIGRATÓRIA NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA AMIB ENTRE 1991 e 2010 * A DINÂMICA MIGRATÓRIA NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA AMIB ENTRE 1991 e 2010 * Lucilene Dias Cordeiro Mônica de Oliveira Marques França Resumo: O estudo pretende analisar o fluxo migratório na Área Metropolitana

Leia mais

CAPACITAÇÃO EM GEOPROCESSAMENTO PARA TÉCNICOS DAS MESORREGIÕES DO JEQUITINHONHA E METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE

CAPACITAÇÃO EM GEOPROCESSAMENTO PARA TÉCNICOS DAS MESORREGIÕES DO JEQUITINHONHA E METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE CAPACITAÇÃO EM GEOPROCESSAMENTO PARA TÉCNICOS DAS MESORREGIÕES DO JEQUITINHONHA E METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO MEC Secretaria de Educação Superior - SESu Departamento de Modernização

Leia mais

Novas perspectivas para a gestão metropolitana. O papel do Governo Federal

Novas perspectivas para a gestão metropolitana. O papel do Governo Federal Novas perspectivas para a gestão metropolitana O papel do Governo Federal Urbanização Brasileira Forte ampliação do número de municípios a partir de 1988, em geral com menos de 20 mil hab. Consolidação

Leia mais

VI Congreso ALAP Dinámica de población y desarrollo sostenible con equidad

VI Congreso ALAP Dinámica de población y desarrollo sostenible con equidad VI Congreso ALAP Dinámica de población y desarrollo sostenible con equidad Dinâmica migratória da Região Nordeste do Brasil: considerações a partir do Censo de 2010 Vivian Alves da Costa Rangel Gomes Etapa

Leia mais

ESPAÇO URBANO E ESPAÇO RURAL 20/05/ :00 2

ESPAÇO URBANO E ESPAÇO RURAL 20/05/ :00 2 1 ESPAÇO URBANO E ESPAÇO RURAL 20/05/2016 13:00 2 O ESPAÇO URBANO O ESPAÇO URBANO É O ESPAÇO DAS CIDADES E SE CARACTERIZA PELO PREDOMÍNIO DAS ATIVIDADES SECUNDÁRIAS E TERCIÁRIAS, OU SEJA, AS ATIVIDADES

Leia mais

A definição de áreas rurais no Brasil SUBSÍDIOS AO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL

A definição de áreas rurais no Brasil SUBSÍDIOS AO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL A definição de áreas rurais no Brasil SUBSÍDIOS AO PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL J O S É IRINEU R A N G E L R I G OT T I ( U F M G ) R E N ATO H A DAD (PUC-MINAS) DESAFIOS: País imenso, heterogêneo

Leia mais

IBEU Local da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

IBEU Local da Região Metropolitana do Rio de Janeiro IBEU Local da Região Metropolitana do Rio de Janeiro Por Raquel de Lucena Oliveira e João Luis Nery A publicação do Índice de Bem estar Urbano (IBEU), elaborado no âmbito do INCT Observatório das Metrópoles

Leia mais

461 ANOS DE SÃO PAULO

461 ANOS DE SÃO PAULO 461 ANOS DE SÃO PAULO O envelhecimento e a dinâmica populacional dos distritos paulistanos O envelhecimento é um processo progressivo na capital, passando de 6 idosos para cada 10 jovens, em 2010, a 12

Leia mais

LAR DA MAIOR PARTE DA POPULAÇÃO MUNDIAL; PALCO DOS MAIORES CONFLITOS SOCIAIS; NECESSIDADE DE COMPREENDER, ANTEVER, PLANEJAR

LAR DA MAIOR PARTE DA POPULAÇÃO MUNDIAL; PALCO DOS MAIORES CONFLITOS SOCIAIS; NECESSIDADE DE COMPREENDER, ANTEVER, PLANEJAR Geografia Urbana IMPORTÂNCIAS LAR DA MAIOR PARTE DA POPULAÇÃO MUNDIAL; PALCO DOS MAIORES CONFLITOS SOCIAIS; FORTE PERSPECTIVA DE EXPANSÃO; NECESSIDADE DE COMPREENDER, ANTEVER, PLANEJAR A URBANIZAÇÃO É

Leia mais

25/11/2016 IBGE sala de imprensa notícias PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução

25/11/2016 IBGE sala de imprensa notícias PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução PNAD 2015: rendimentos têm queda e desigualdade mantém trajetória de redução fotos saiba mais De 2014 para 2015, houve, pela primeira vez em 11 anos, queda nos rendimentos reais (corrigidos pela inflação).

Leia mais

Desenvolvimento Demográfico dos Municípios que Abrigam Unidades da Universidade Estadual de Goiás e Região de Influência.

Desenvolvimento Demográfico dos Municípios que Abrigam Unidades da Universidade Estadual de Goiás e Região de Influência. Desenvolvimento Demográfico dos Municípios que Abrigam Unidades da Universidade Estadual de Goiás e Região de Influência. Um levantamento realizado nos índices de crescimento demográfico de algumas cidades

Leia mais

FORMALIZAÇÃO DOS EMPREENDEDORES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FORMALIZAÇÃO DOS EMPREENDEDORES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FORMALIZAÇÃO DOS EMPREENDEDORES NOTA TEMÁTICA Nº46 ABRIL 2017 NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PANORAMA GERAL No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE) de, 26,4 milhões de

Leia mais

COMO ANDA O RIO DE JANEIRO?

COMO ANDA O RIO DE JANEIRO? COMO ANDA O RIO DE JANEIRO? NOTA CONJUNTURAL ABRIL DE 2013 Nº22 PANORAMA GERAL Nos últimos anos, o Estado do Rio de Janeiro (ERJ) tem sido o destino de diversos investimentos de grande porte. E as perspectivas

Leia mais

O programa de saúde da família: evolução de sua implantação no Brasil. Instituto de Saúde Coletiva - Universidade Federal da Bahia

O programa de saúde da família: evolução de sua implantação no Brasil. Instituto de Saúde Coletiva - Universidade Federal da Bahia Título do Estudo: O programa de saúde da família: evolução de sua implantação no Brasil Instituição executora: Instituto de Saúde Coletiva - Universidade Federal da Bahia Instituição financiadora: Ministério

Leia mais

Modelo de Avaliação de Impacto da Linha 4 Amarela nas Condições de Vida e Viagem da População Pobre Residente em suas Áreas de Influência

Modelo de Avaliação de Impacto da Linha 4 Amarela nas Condições de Vida e Viagem da População Pobre Residente em suas Áreas de Influência Modelo de Avaliação de Impacto da Linha 4 Amarela nas Condições de Vida e Viagem da População Pobre Residente em suas Áreas de Influência Maria Alice Cutrim (Fundação Seade) Maria Paula Ferreira (Fundação

Leia mais

POLÍTICA NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA

POLÍTICA NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA POLÍTICA NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA Desafios urbano-metropolitanos Dr. Juciano Martins Rodrigues Observatório das Metrópoles juciano@observatoriodasmetropoles.net 1) Condições ecológico-demográficas

Leia mais

A Amazônia brasileira do ponto de vista da dinâmica migratória: faz sentido sua atual delimitação?

A Amazônia brasileira do ponto de vista da dinâmica migratória: faz sentido sua atual delimitação? A Amazônia brasileira do ponto de vista da dinâmica migratória: faz sentido sua atual delimitação? Alberto Augusto Eichman Jakob Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (Nepo)/ Unicamp Palavras-chave:

Leia mais

AULA 17 Tipos de desenhos de pesquisas

AULA 17 Tipos de desenhos de pesquisas 1 AULA 17 Tipos de desenhos de pesquisas Ernesto F. L. Amaral 13 de maio de 2010 Metodologia (DCP 033) Fonte: Babbie, Earl. Métodos de Pesquisas de Survey. 1999. Belo Horizonte: Editora UFMG. pp.93-111.

Leia mais

Unidade Senador Canedo Professor (a): Robson Nunes Aluno (a): Série: 3ª Data: / / LISTA DE GEOGRAFIA I

Unidade Senador Canedo Professor (a): Robson Nunes Aluno (a): Série: 3ª Data: / / LISTA DE GEOGRAFIA I Unidade Senador Canedo Professor (a): Robson Nunes Aluno (a): Série: 3ª Data: / / 2018. LISTA DE GEOGRAFIA I Orientações: - A lista deverá ser respondida na própria folha impressa ou em folha de papel

Leia mais

Migrações - Mobilidade Espacial. Externas, internas, causas e consequências.

Migrações - Mobilidade Espacial. Externas, internas, causas e consequências. Migrações - Mobilidade Espacial Externas, internas, causas e consequências. Classificação Internas: dentro de um país. Externas: de um país para outro. De retorno: de volta ao país de origem Imigração:

Leia mais

A EXPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DEL-REI: UMA NOTA

A EXPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DEL-REI: UMA NOTA A EXPANSÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DEL-REI: UMA NOTA Jadna Téssia Oliveira 1 Márcio Toledo 2 891 INTRODUÇÃO Esta pesquisa analisa o crescimento urbano do município de São João del-rei levando em

Leia mais

Revolução Verde É o nome dado ao desenvolvimento de um conjunto de técnicas e tecnologias agrícolas que fizeram com que houvesse uma parcial

Revolução Verde É o nome dado ao desenvolvimento de um conjunto de técnicas e tecnologias agrícolas que fizeram com que houvesse uma parcial PRINCIPAIS TEMAS ESPAÇO RURAL Revolução Verde É o nome dado ao desenvolvimento de um conjunto de técnicas e tecnologias agrícolas que fizeram com que houvesse uma parcial modernização da agricultura em

Leia mais

Segundo o Censo 2010 aponta que aproximadamente 85% é urbano;

Segundo o Censo 2010 aponta que aproximadamente 85% é urbano; A URBANIZAÇÃO BRASILEIRA 1 Início de nossa urbanização Segundo o Censo 2010 aponta que aproximadamente 85% é urbano; Nossa economia estava voltada para a exportação; As primeiras ocupações urbanas se deram

Leia mais

Evolução recente da estrutura fundiária e. propriedade agrícola no Brasil. Marlon Gomes Ney. Universidade Estadual do Norte Fluminense

Evolução recente da estrutura fundiária e. propriedade agrícola no Brasil. Marlon Gomes Ney. Universidade Estadual do Norte Fluminense Evolução recente da estrutura fundiária e propriedade agrícola no Brasil Marlon Gomes Ney Universidade Estadual do Norte Fluminense OBJETIVOS - Analisar a evolução recente da distribuição da posse da terra

Leia mais

PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA ATIVIDADE ECONÔMICA EM CONTEXTOS DE CRESCIMENTO ECONÔMICO E DE RECESSÃO

PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA ATIVIDADE ECONÔMICA EM CONTEXTOS DE CRESCIMENTO ECONÔMICO E DE RECESSÃO PARTICIPAÇÃO DAS MULHERES NA ATIVIDADE ECONÔMICA EM CONTEXTOS DE CRESCIMENTO ECONÔMICO E DE RECESSÃO Resumo O principal objetivo deste artigo é estudar a participação das mulheres na atividade econômica

Leia mais

2,56 VITÓRIA AÇO POLO 3,08 2,15 91/96 96/00 POLO VITÓRIA

2,56 VITÓRIA AÇO POLO 3,08 2,15 91/96 96/00 POLO VITÓRIA MG-ES: BREVE ANÁLISE DEMOGRÁFICA Na região delimitada pelo retângulo entre as capitais Belo Horizonte e Vitória, na qual se insere o eixo produtivo MG-ES, de acordo com dados de 2000, vivem quase 0 milhões

Leia mais

Mobilidade e Políticas Urbanas em Belo Horizonte

Mobilidade e Políticas Urbanas em Belo Horizonte I Seminário Nacional de Política Urbana e Ambiental Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil Brasília abril 2016 Mobilidade e Políticas Urbanas em Belo Horizonte Tiago Esteves Gonçalves da Costa ESTRUTURA

Leia mais