EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE SÃO GONÇALO/RJ.

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1 EXMO. SR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE SÃO GONÇALO/RJ. JOSÉ CARLOS PINHEIRO DOS SANTOS, brasileiro, casado, cozinheiro, portador da Carteira de Identidade nº IIPM/BA e CPF n , residente e domiciliado nesta cidade na Travessa dos Frades, 123, Fundos, Parada 40, São Gonçalo/RJ CEP , vem através de seus advogados infra-assinados, com procuração anexa, perante V.Exa., com fulcro na Lei 8.213/91 e demais legislações pertinentes, propor a presente AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE RESTABELECIMENTO DE AUXILIO DOENÇA e CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM PAGAMENTO DOS ATRASADOS COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face do INSS-INSTITUTO NACIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL, CNPJ nº / , situado na Praça da Bandeira, 96 Praça da Bandeira-Centro/RJ, Cep , pelos fatos que passa a expor: DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Afirma o AUTOR a condição de pessoa juridicamente necessitada, tendo em vista não ter condições de arcar com as custas da presente ação, sem que, para tanto, não venha desfalcar o necessário para a sua mantença, fazendo, por conseguinte, jus aos benefícios da Assistência Jurídica Integral do Estado, para tutelar-lhe os interesses na presente ação, nos termos do art. 5 o, LXXIV da Constituição da República e da Lei 1060/50, com as novas alterações das Leis 7510/86 e 7178/89, como mostra a declaração de pobreza firmada pelo AUTOR em anexo.

2 DA REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PRÉVIA Considerando que o novo CPC/2015, em seu art. 334, 4, I determina a manifestação expressa na exordial sobre o interesse na realização de acordo entra as partes, vem a parte autora neste tópico, manifestar o desinteresse na realização do mencionado ato; buscando assim a almejada celeridade na resolução da lide. DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA A autora requer, caso seja a AÇÃO JULGADA PROCEDENTE, tendo em vista a comprovação através de PERICIA MÉDICA que a mesma encontra-se incapacitada de forma parcial e/ou definitiva, que seja determinando que o INSS restabeleça o BENEFÍCIO DE AUXILIO DOENÇA (31), no prazo de 15 dias, após eventual sentença de procedência do pedido, pois a autora não possui outros rendimentos, em virtude da doença apresentada, estando assim totalmente desamparada e dependente da percepção do benefício para a sua sobrevivência. Após, confirmado pelo expert a incapacidade laboral requer, uma vez preenchidos requisitos do art. 300 do CPC, o restabelecimento do benefício com urgência. Assim está previsto no artigo supracitado: Art A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Requer, desta forma, o deferimento da tutela antecipada com fulcro no art. 300 do CPC para que, seja determinado o restabelecimento do benefício de auxílio-doença, no prazo de 15 (quinze) dias, após sentença prolatada. O perigo de dano, que corresponde ao requisito legal para concessão da tutela ora requerida, se classifica, segundo dicionário De Plácido e Silva como: toda

3 eventualidade, que se receia ou que se teme, da qual possa resultar um mal ou dano, à coisa ou à pessoa, ameacando-a em sua existencia. Ainda acerca do perigo de dano, Miguel Reale Jr. Aduz o seguinte: Perigo é, destarte, a aptidão, a idoneidade ou a potencialidade de um fenômeno de ser causa de um dano, ou seja, é a modificação de um estado verificado no mundo exterior com a potencialidade de produzir a perda ou diminuição de um bem, o sacrifício ou a restrição de um interesse. O dano, entendido como a violação a um direito subjetivo estabelecido em lei, com o consequente prejuízo decorrente da diminuição patrimonial do autor. Resta presente tendo em vista que desde que houve o indeferimento administrativo, tem havido atraso no adimplemento de obrigações contraídas inclusive quanto as futuras obrigações, haja vista que a cada mês sem o recebimento do beneficio a parte autora terá inúmeras obrigações acumuladas sem os meios necessários para adimpli-las. Quanto à probabilidade do direito, para concessão da antecipação da tutela jurisdicional, este encontra-se presente no caso em tela, tendo em vista que, a vasta documentação médica acostada aos autos, demonstram a sua incapacidade laborativa, motivo pelo qual, torna-se evidente a necessidade de concessão do benefício pleiteado. Como visto acima, pleiteia-se uma prestação de natureza alimentar, indispensável por si mesma à própria sobrevivência da Requerente, pessoa simples, doente e, impossibilitada de arcar com suas despesas, agravadas pela doença. A Requerente, sendo segurada do Instituto Requerido, tendo o direito ao benefício previdenciário e, estando evidente os fatos que o ensejam, não pode aceitar, ainda que por um período de tempo, ver transferidos a parentes e amigos, que vivem a duras custas, o encargo que visou assegurar, pela filiação e contribuição ao Instituto Requerido. Nos contornos desta lide, é inafastável a ideia de demora na prestação jurisdicional, pois as ações movidas contra o Instituto Requerido são alvo de inúmeros recursos e sujeito a procedimentos que provocam uma espera de anos para a solução do litígio, não sendo rara as situações em que a doença (vida) não espera a justiça (lenta).

4 Essa demora, por si só, pode negar o direito pleiteado pela Requerente sem qualquer julgamento de mérito. Em razão deste efeito devastador do tempo no processo, que é acentuado nas ações movidas contra o Instituto Requerido, pela verossimilhança das alegações, pelos fatos e elementos probatórios trazidos nesta inicial e pela natureza alimentar da prestação de direito material, busca-se uma tutela de urgência. Destarte, conforme visto alhures, e diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, destacando-se a perícia que deverá ser realizada e que comprovará as alegações do Requerente, há a possibilidade da concessão à antecipação da tutela, requerendo-a desde já, após a perícia, determinando-se ao réu que efetue imediatamente o pagamento do benefício previdenciário desde a sua cessação, ou seja, desde 31/10/2016. DOS FATOS O Autor tem 41 anos e figura como segurado junto ao INSS, sendo certo que as última funções que o Autor laborou foi a de COZINHEIRO. Encontra-se acometido de: Doença pelo HIV resultando em infecções múltiplas, cid-10 B Diarréia funcional, CID-10 K59.1 Tendo em vista os problemas de saúde que a acometem procedeu em requerer o benefício de Auxílio-Doença NB , tendo sido o mesmo NEGADO em 31/10/2016. Em decorrência da enfermidade incapacitante que acomete o autor, o mesma se encontra impossibilitada de exercer sua atividade, qual seja: COZINHEIRO, sendo certo que o autor FOI DEMITIDO da sua função devido ao preconceito com relação ao HIV. Sendo certo que devido a essa característica da doença o autor jamais vai conseguir emprego na sua área, mesmo que recupere sua capacidade.

5 Desse modo, basta o senso comum para analisar que com todos esses fatores, quais sejam, idade, atividade extenuante e extensa prescrição médica, que a parte autora não se encontra capacitada para exercer nenhuma atividade profissional. Visto toda essa situação Exa, não restou alternativa para o AUTOR senão procurar a tutela Jurisdicional do Estado, para lhe assegurar o direito ao Benefício em questão. Como consequência da manutenção do quadro médico do AUTOR, afigura-se esta como detentora do direito ao benefício de auxílio-doença, já que NÃO possui condições de desempenhar atividades labutarias e consequentemente não possui outros meios de manter a sua própria subsistência. DOS FUNDAMENTOS Os benefícios previdenciários destinados a assegurar a cobertura de eventos causadores de doenças, lesões ou invalidez, encontram-se previstos na Lei nº 8.213, de 24 de Julho de 1991, nos arts. 42 e 59, respectivamente, dependendo da caracterização da incapacidade ser TEMPORÁRIA ou DEFINITIVA caracterização de um ou de outro. Diz o Art. 59, in verbis: Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Por sua vez, o Art. 42, enuncia que: Art.42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

6 1º A concessão de aposentadoria por invalidez dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médicopericial a cargo da previdência social, podendo o segurado, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao regime geral de previdência social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão. Da análise do dispositivo legal acima transcrito, se extrai os requisitos necessários para concessão dos benefícios, são eles: a) Qualidade de segurado; b) Carência ao beneficio, e c) Incapacidade temporária (auxilio-doença) ou permanente (aposentadoria por invalidez), ou seja, que o segurado se apresente insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta subsistência. Conforme se percebe da analise dos fatos e dos Requisitos Legais, o AUTOR preenche todos os requisitos que autorizam ao RESTABELECIMENTO DO BENEFICIO PREVIDENCIARIO DE AUXILIO DOENÇA (31), porquanto não possui mais condições de exercer seu labor, e, saliente-se, nenhuma outra atividade labutaria, uma vez que sua INCAPACIDADE É OMNIPROFISSIONAL requerendo assim, que sendo concedido o auxílio-doença, seja após, convertido em APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. Assim sendo, não pode o AUTOR continuar sofrendo pela falta de recursos financeiros para sua manutenção e da sua família quando teria que obrigatoriamente estar percebendo o benefício de auxilio doença, ao invés de encontrar-se passando dificuldade financeira e dependendo de ajuda de terceiros.

7 DO PAGAMENTO DOS ATRASADOS Os Atrasados são decorrentes da NEGATIVA INDEVIDA do beneficio, pois como se vê demonstrada na exordial e nos documentos nela acostados, o AUTOR teve seu beneficio NEGADO, mesmo permanecendo a sua incapacidade laborativa. Resta claro e cristalino, que o beneficio negado deve ser estabelecido desde a primeira negativa administrativa, sempre que constatar que dita negativa ocorreu indevidamente. Como se pode observar os pagamentos dos atrasados devem ser determinados desde a primeira negativa administrativa do benefício, em sendo, 31/10/2016, pois persistiram os sintomas da doença que haviam acarretado a outorga do benefício por incapacidade. Destarte, Ilustre Julgador, verifica-se que não houve retorno às suas atividades laborais após a data do indeferimento do benefício e em sendo a incapacidade atual decorrente da mesma doença ou lesão que justificou a negativa do benefício, presume-se continuidade do estado incapacitante desde a data da negativa, que, sendo reputado indevida, corresponde à data do indeferimento do benefício. Não há V. Exa., qualquer previsão para que o benefício seja pago a partir do laudo, salientando-se que o laudo médico tem caráter declaratório, e não constitutivo da incapacidade. Ele apenas atesta que a pessoa está incapaz, e não a torna incapaz. DO PEDIDO Diante do exposto, requer a V.Exa.: 1. O deferimento do Pedido de Gratuidade de Justiça;

8 2. O deferimento da antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional após a perícia, referente ao pagamento do benefício previdenciário, no prazo de 15 dias, após a prolação de sentença de procedência do pedido, nos termos do artigo 300 do NCPC; 3. A citação da Autarquia Ré, na pessoa do seu representante legal, no endereço retro-mencionado, para responder aos termos da presente ação, sob pena de incidir os efeitos da revelia; 4. A designação de exame pericial para comprovar a incapacidade da Autora, inicialmente na especialidade médica de COZINHEIRO, e outras áreas médicas caso haja necessidade; 5. Que seja transformada em definitiva a Tutela Antecipada requerida; 6. Procedência da Ação, com a condenação da ré para RESTABELECER O BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ a Autora, caso constatada a incapacidade laborativa definitiva, caso fique constatado que a incapacidade é temporária CONCEDER O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA A AUTORA POR TEMPO INDETERMINADO, com o pagamento das parcelas vencidas e vincendas DESDE A DATA DA CESSAÇÃO, OU SEJA, DESDE 31/10/2016, PARA EFEITOS DE PAGAMENTO DOS VALORES ATRASADOS; 7. Na hipótese de restar comprovado o direito à Aposentadoria por Invalidez, requer a Vossa Excelência que seja considerado à data da entrega do Laudo Pericial, para efeitos de CONVERSÃO DO BENEFICIO DE AUXILIO DOENÇA (31) EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU A CONCESSÃO DO MESMO, bem como que seja considerada a data da cessação, ou seja, desde 31/10/2016, para efeitos de pagamento dos valores atrasados; 8. Na hipótese de restar comprovado o direito a concessão do Beneficio de Auxilio Doença (31), requer que seja considerada a DATA DA CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO (31/10/2016), para efeitos de pagamento dos valores atrasados;

9 9. Na hipótese de restar comprovado o direito a CONCESSÃO do Beneficio de Auxilio Doença e/ou Aposentadoria por Invalidez, requer que seja a Autarquia Ré condenada a apresentar a planilha com os valores de períodos atrasados a serem pagos a Autora, conforme art. 17 da Lei /01 e Enunciado nº 52 das Turmas Recursais da 2ª Região; 10. Que todas as intimações referentes a este feito sejam devidamente publicadas em D.O. em nome do Dr. Patrick Bianchini Cottar, OAB/RJ Protesta por todos os meios de provas em direto admitidos, em especial a REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA e documental superveniente. reais).. Dá-se a causa o valor de R$ ,00 (quarenta e sete mil e duzentos e oitenta Nestes termos, Pede deferimento. Rio de Janeiro, 01 de dezembro de Patrick Bianchini Cottar OAB/RJ Hugo Leonardo Mendes de Souza OAB/RJ

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