ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRC DECORRENTES DO NOVO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA. José de Campos Amorim

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRC DECORRENTES DO NOVO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA. José de Campos Amorim"

Transcrição

1 28a ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRC DECORRENTES DO NOVO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA José de Campos Amorim Professor Coordenador Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto Área Temática: A) Información financiera y normalización contable Palavras-chaves: normas contabilísticas, mensuração, tributação, lucro tributável.

2 2 ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRC DECORRENTES DO NOVO SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA Resumo O novo sistema de normalização contabilística introduz uma nova realidade contabilística e alterações significativas ao nível do Código do IRC, obrigando as empresas a adaptarem-se às novas normas de contabilidade e de relato financeiro e a avaliar os impactos fiscais que as mesmas produzem. Muitas destas normas têm fortes implicações na formação do lucro tributável das empresas mas exercem uma influência relativa sobre a fiscalidade. Introdução O novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC), adoptado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho, em vigor desde o dia 1 de Janeiro de 2010, constitui uma nova realidade contabilística e de relato financeiro para os profissionais envolvidos na implementação e aplicação das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF). Além deste diploma, foram aprovados o Decreto-Lei n.º 159/2009, de 13 de Julho e o Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de Setembro que adoptaram as regras de determinação do lucro tributável às Normas Internacionais de Contabilidade (NIC), tal como adoptadas pela União Europeia, bem como aos normativos contabilísticos nacionais que visam adaptar a contabilidade a essas normas. A incorporação das Normas Internacionais de Contabilidade (NIC) e a transposição das Directivas Comunitárias no ordenamento contabilístico português obrigou a uma conversão do POC para uma nova realidade contabilística e provocou várias alterações ao nível do Código do IRC e da legislação fiscal complementar, tendo em vista a adaptação das regras de determinação do lucro tributável dos sujeitos passivos às NIC. O novo SNC obriga a certos ajustamentos no alinhamento da contabilidade com as NIC, na abordagem económica da contabilidade, na relevância da informação financeira para a contabilidade e nas implicações fiscais do SNC, e aumenta os conflitos entre os profissionais, agravando a responsabilidade dos profissionais nas posições que venham a adoptar devido ao facto deste novo modelo contabilístico estar construído em torno de princípios e de admitir juízos de valores. Este novo normativo obriga à mensuração dos activos fixos tangíveis, ao reconhecimento do rédito na venda de bens, na prestação de serviços e nos contratos plurianuais, à avaliação das imparidades de activos, à contabilização dos benefícios aos empregados, à aceitação das provisões, ao reconhecimento de impostos diferidos, à consolidação de contas, à valorização dos investimentos financeiros, às concentrações empresariais, e sobretudo a adaptar as regras de determinação do lucro tributável do IRC ao novo normativo contabilístico, tendo em vista a eliminação da dupla contabilidade. As várias alterações que foram introduzidas no sistema contabilístico português implicam também mudanças substanciais ao nível do IRC, obrigando a uma redefinição da relação entre a contabilidade e fiscalidade e a uma análise dos

3 3 aspectos convergentes ou divergentes entre uma e outra. Neste trabalho, iremos observar precisamente as implicações fiscais resultantes da entrada em vigor do novo normativo contabilístico, baseando este trabalho numa abordagem comparativa entre as principais normas contabilísticas e de relato financeiro e as normas fiscais. 1 - Características do SNC O novo modelo de normalização contabilística, que assenta mais em princípios do que em regras explícitas de escrituração 1, é composto pelo seguintes instrumentos: 1. Estrutura conceptual: conjunto de conceitos contabilísticos estruturantes baseados no International Accounting Standards Board (IASB) e destinados à preparação e apresentação das demonstrações financeiras para utentes externos 2 ; 2. Bases para a apresentação de demonstrações financeiras: requisitos gerais a que devem obedecer um conjunto de demonstrações financeiras, por forma a assegurar a comparabilidade com as demonstrações financeiras de períodos anteriores e de outras entidades; 3. Modelos de demonstrações financeiras: formatos padrões para as demonstrações de balanço, de resultados por funções e natureza, de alterações no capital próprio, de fluxo de caixa; 4. Código de Contas: lista codificada e uniforme de contas a adoptar pelas entidades que se encontrem obrigadas ou que tenham a opção de aplicar as NIC adoptadas pela EU; 5. NCRF: as 28 NCRF do SNC, adaptadas a partir das NIC, correspondem a tratamentos técnicos a adoptar em matéria de reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação das realidades económicas e financeiras das entidades. 6. NCRF-PE: incorpora os principais aspectos de reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação de 18 das 28 NCRF e constituem procedimentos mínimos a adoptar pelas entidades de pequena dimensão, cuja dimensão não ultrapassa 2 dos 3 limites: total do balanço: , total das vendas líquidas e outros rendimentos: , nº de trabalhadores em média durante o exercício: Normas interpretativas: emitidas pela Comissão de Normalização Contabilística, visam esclarecer ou orientar as entidades sobre o conteúdo dos instrumentos que integram o SNC. Este novo sistema de normalização contabilística obriga um conjunto de entidades a aplicar o SNC mas dispensa também outras entidades da sua aplicação, sendo obrigatório para as sociedades contempladas no Código das Sociedades Comerciais, as empresas individuais reguladas pelo Código Comercial, as Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada (EIRL), as empresas públicas, as cooperativas, as Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) e as Agrupamentos Europeus de Interesse Económico (AEIE). O SNC não é obrigatório para as entidades cujos valores mobiliários estejam admitidos à negociação num mercado regulamentado, devendo estas entidades elaborar as suas contas consolidadas de acordo com as NIC e para as entidades obrigadas a aplicar o SNC mas que podem optar por elaborar as suas contas 1 António Borges, Emanuel Gamelas, José Pinhão Rodrigues, Manuela Martins, Nuno Magro e Pedro António Ferreira, Sistema de Normalização Contabilística. Casos práticos, Áreas Editora, 2009, p Em 2001, o International Accounting Standards Committe (IASC) deu lugar ao International Accounting Standards Board (IASB) e a normas contabilísticas emitidas pelo IASC, as International Accounting Standards ( IAS), denominadas Normas Internacionais de Contabilidade ( NIC), passaram a denominar-se o International Financial Reporting Standards (IFRS) ou Normas de Contabilidade e de Relato Financeiro, abrangendo assim o Relato Financeiro.

4 4 consolidadas de acordo com as NIC 3. Estas opções mantêm-se por um período mínimo de 3 exercícios. 2 - Relação entre a Contabilidade e a Fiscalidade Com a aprovação do SNC, o Código do IRC e a legislação complementar foram alterados de forma a adaptar as regras de determinação do lucro tributável, baseadas no art. 17.º do CIRC, às NIC. O art. 17.º do CIRC, que estabelece a ponte entre o SNC e o IRC, determina que o lucro tributável é constituído pela soma algébrica do resultado líquido do exercício [gastos (custos + impostos s/lucros)] e das variações patrimoniais positivas e negativas (artigos 21.º e 24.º) verificadas no mesmo período e não reflectidas naquele resultado, determinados com base na contabilidade e eventualmente corrigidos nos termos do Código (correcções determinadas com base na contabilidade organizada de acordo com o SNC). Tal como resulta do artigo 17.º do CIRC, o resultado líquido apurado na contabilidade continua a ser o ponto de partida para determinação do lucro tributável, sendo esse resultado contabilístico ajustado em função de diferenças positivas ou negativas entre os critérios contabilísticos e fiscais e de variações patrimoniais positivas ou negativas que, nos termos do Código do IRC, devam contribuir para a determinação do resultado fiscal. O artigo 17.º do CIRC constitui o elo de ligação entre a contabilidade e a fiscalidade. Esta relação entre a contabilidade e a fiscalidade vai sofrer alterações significativas com o acolhimento do tratamento contabilístico decorrente do SNC nas regras fiscais, obrigando, por um lado, a uma adaptação do CIRC ao SNC e, por outro lado, a uma aproximação entre os aspectos fiscais e os aspectos contabilísticos, na perspectiva de reduzir as divergências entre uns e outros. Não significa isto que não continuam a existir diferenças entre os critérios contabilísticos definidos no SNC e os critérios fiscais estabelecidos no Código do IRC. Estas diferenças entre a contabilidade e a fiscalidade permanecem sobretudo nas áreas em que se verificam perspectivas diferentes entre a fiscalidade e a contabilidade. Mantém-se, de facto, em várias áreas, diferenças substanciais entre o tratamento contabilístico e fiscal. 3 Alterações terminológicas Por força da aproximação das normas contabilísticas nacionais às normas internacionais de contabilidade, houve necessidade de rever alguns conceitos e de adaptar o CIRC à terminologia contabilística. Terminologia anterior Existências Imobilizado corpóreo Imobilizado incorpóreo Terminologia actual Inventários Activo fixo tangível Activo intangível 3 Lúcia Lima Rodrigues e Marta Alexandra Silva Guerreiro, A Convergência de Portugal com as Normas Internacionais de Contabilidade, Publisher Team, 2004.

5 5 Provisões (Activo) Provisões para depreciação das existências Outras provisões (bens do Activo) Reintegração e amortização Custos e perdas Registo Proveito Proveito e ganho Reposições de provisões (Activo) Valor actual Reintegrações e amortizações Reavaliação Resultado líquido do exercício Ajustamentos Ajustamentos em inventários Perdas por imparidade Depreciação e amortização Gastos Reconhecimento Rédito Rendimento Reversões de ajustamentos Valor de mercado Depreciações e amortizações Revalorização Resultado líquido do período O novo SNC produziu importantes alterações terminológicas que podem não ter a mesma aplicação em todas as NCRF ou terem no actual SNC um conteúdo diferente dos termos ou conceitos antigos. É o caso, por exemplo, das depreciações, que são usadas nos activos fixos tangíveis e nas propriedades de investimento mas que já não o são nos activos intangíveis que continuam a usar o termo amortização. A outra situação verifica-se no caso dos custos, que deixam de ser visto como uma despesa e passam a incluir, no activo fixo tangível, não só o preço pago ao fornecedor, mas também o custo de transporte, o custo de montagem, etc. 4. Relativamente ao termo ajustamento, este termo está associado aos inventários e aos activos financeiros. Nos inventários, a NCRF 18 utiliza a expressão ajustamentos em inventários ao passo que a Portaria n.º 986/2009 utiliza a expressão imparidades em inventários e ajustamentos em inventários. Quanto aos ajustamentos em activos financeiros, o conceito de ajustamento é ligeiramente diferente do conceito de ajustamento em inventários, pelo facto de ser mais amplo, de estar registado pelo método directo, enquanto que os ajustamentos em inventários são registados pelo método indirecto, e de estar reconhecido directamente no capital próprio 5. Há outros conceitos que são considerados como similares, como é o caso da depreciação e da amortização, mas que diferem em função do activo de investimento a que estão associados. Os activos sujeitos a depreciação são as propriedades de investimento e os activos fixos tangíveis. Os activos sujeitos a amortização são os activos intangíveis. Existem, porém, activos que não estão sujeitos a depreciação nem a amortização, e estão simplesmente sujeitos a perdas por imparidade como é o caso, 4 João Rodrigues, Sistema de Normalização Contabilística Explicado, Porto Editora, 2009, p António Borges e outros, op. cit., p. 59.

6 6 por exemplo, dos activos não correntes detidos para venda e dos investimentos financeiros 6. De referir, por último, que nem todas as alterações terminológicas realizadas pelo novo sistema de normalização contabilística transitaram para o Código de IRC. Mantém-se ainda, em muitos aspectos, a terminologia fiscal antiga em vez dos novos conceitos previstos no novo SNC. 4. Implicações fiscais nos contratos de construção - NCRF 19 O objectivo da NCRF 19 é de proceder ao tratamento contabilístico dos réditos e custos associados a contratos de construção de carácter plurianuais e de apurar os resultados dos contratos de construção pelo método da percentagem de acabamento e não o método do encerramento da obra. O rédito do contrato de construção e os custos que lhe estão associados devem assim ser imputados aos períodos contabilísticos em que o trabalho de construção seja executado, adoptando-se o método da percentagem de acabamento no final de cada período de tributação, correspondendo à proporção entre os gastos suportados até essa data e a soma desses gastos com os estimados para a conclusão do contrato. Os proveitos são reconhecidos à medida que a obra contratada progride. Atribui-se a cada período contabilístico um resultado correspondente ao grau de acabamento. Abandona-se o método do encerramento da obra ou do contrato completado. As perdas esperadas ou estimadas são contabilisticamente reconhecidas de imediato como gasto, através de uma provisão. Não se espera o fim do contrato para reconhecer contabilisticamente as perdas. Constituem-se provisões para as perdas esperadas ou estimadas no termo de cada período contabilístico. O apuramento é feito ano a ano em função da percentagem de acabamento. Fiscalmente, é reconhecido igualmente o critério da percentagem de acabamento e não o método do encerramento da obra ou do contrato completado. Mas, as regras constantes do art. 19.º do CIRC só têm aplicabilidade se o ciclo de produção ou o tempo de construção for superior a um ano. No caso específico das empreitadas por percentagem, a determinação dos resultados de contratos de construção baseia-se nos valores facturados e nos custos dos trabalhos executados. Se a percentagem de facturação for inferior à percentagem de acabamento, o resultado fiscal é menor e a tributação é, por conseguinte, mais baixa. Nas outras empreitadas, a determinação dos resultados é baseada nos valores facturados e nos custos dos trabalhos executados até ao final do período de tributação. No que diz respeito às provisões destinadas a fazer face aos encargos com garantias a clientes, estas podem ser deduzidas fiscalmente dentro de certos limites. As provisões para garantias a clientes são aceites fiscalmente, embora limitadas aos gastos efectivos nos três períodos de tributação anteriores. O montante anual da provisão é determinado pela aplicação às vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efectuadas no período de tributação de uma percentagem que não pode ser superior à que resulta da proporção entre a soma dos encargos derivados de garantias a clientes efectivamente suportados nos últimos 3 períodos de tributação e a soma das 6 António Borges e outros, op. cit., p. 60.

7 7 vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efectuadas nos mesmos períodos (art.º 36.º, n.º 1, b) e n.º 5 do D-L n.º 159/2009). Por exemplo, no caso de uma empresa, fornecedora de material de construção, apurar em 2007, 2008 e 2009 um montante total de vendas de e suportar custos de garantia no valor de , a provisão fiscalmente aceite em 2010 não poderá exceder os 5% (15.000/ ). Tudo o que exceder este valor terá que acrescer ao lucro tributável no Quadro 07 da Declaração do Modelo 22 de IRC. Assim, sempre que se verificar uma diferença entre o valor da provisão contabilizada e o seu montante aceite fiscalmente, a empresa deverá proceder a uma correcção fiscal para a determinação do lucro tributável. No caso de perdas esperadas nos contratos de construção, o art. 19, n.º 3 do CIRC não admite a dedutibilidade de perdas esperadas nos contratos de construção quando correspondentes a gastos ainda não suportados. Só são aceites fiscalmente se existir matéria colectável nos períodos subsequentes. Relativamente ao montante da provisão não aceite fiscalmente, proceder-se-á ao reconhecimento de activos por impostos diferidos e respectiva contabilização. No tocante às obras efectuadas por conta própria e vendidas fraccionadamente, o artigo 18.º, n.º 6 do D-L 159/2009 prevê que a determinação dos resultados nas obras efectuadas por conta própria vendidas fraccionadamente é efectuada à medida que forem sendo concluídas e entregues aos adquirentes, ainda que não sejam conhecidos exactamente os custos totais das mesmas. Estas são algumas das implicações contabilísticas e fiscais que se verificam nos contratos de construção. 5. Implicações fiscais no rédito de vendas de bens, de prestações de serviços, de juros, de dividendos e de royalties - NCRF 20 A NCRF 20 aplica-se às receitas provenientes das actividades de venda de bens, prestações de serviços, uso por terceiros de activos da empresa com rendimentos de juros, royalties e dividendos. O reconhecimento do rendimento decorrente de actividades de vendas de bens, de prestações de serviços, de juros, de dividendos e de royalties depende da verificação cumulativa de um conjunto de pressupostos. No caso da venda de bens, o rédito é reconhecido nas seguintes condições: a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos da propriedade dos bens e não mantenha a posse, nem o controlo efectivo sobre os bens vendidos; b) a quantia do rédito e os custos referentes à transacção possam ser mensurados; c) os benefícios económicos fluam para a entidade. Em relação aos juros, royalties e dividendos, o rédito somente é reconhecido quando seja provável que os benefícios económicos inerentes à transacção fluam para a entidade. No caso dos juros, o reconhecimento deve ser feito utilizando o método do juro efectivo. Os royalties devem ser reconhecidos segundo o regime do acréscimo, de acordo com a substância do acordo relevante. Os dividendos devem ser reconhecidos quando for estabelecido o direito do accionista receber o respectivo pagamento (NCRF 20 par. 30).

8 8 Regra geral, o rédito é mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber líquida de descontos comerciais e de quantidades concedidos pela entidade (NCRF 20 par. 9 e 10) 7. No caso de existir um diferimento no recebimento do rédito e o justo valor seja inferior à quantia nominal do dinheiro recebido ou a receber, a diferença deve ser reconhecida como rédito de juros (NCRF 20, par. 11). A diferença entre o justo valor e a quantia nominal da retribuição correspondente a um rédito de juros verifica-se, por exemplo, quando uma entidade concede um crédito isento de juros ao devedor ou aceita do comprador uma letra com taxa de juro inferior à do mercado como retribuição pela venda dos bens. Vejamos o caso de uma empresa que comercializa um determinado equipamento e que assegura aos seus clientes a respectiva manutenção através de um contrato anual de prestação de serviços. O preço de venda do equipamento é de e o custo do contrato anual de manutenção é de 5.000, mas é só de para o cliente que adquire o equipamento e, simultaneamente, celebra o contrato de manutenção. A questão que se coloca aqui é de saber qual é o valor da venda, por um lado, e o valor da prestação de serviços, por outro lado. Para tal, deve estabelecer-se a relação entre o preço de venda do equipamento e o preço total do equipamento e da prestação de serviços, e aplicar a essa relação o valor do rédito acordado com o cliente, ou seja: Valor venda = (30.000/35.000) x = O rédito da venda do equipamento é de , enquanto que o rédito da prestação de serviços reconhecido ao longo do contrato é de 375 por mês (4.500 / 12 meses) 8. Em termos fiscais, mantêm-se o princípio da realização e as regras gerais de reconhecimento do rédito de vendas, de prestações de serviços, de juros, de dividendos e de royalties 9. De modo geral, os rendimentos e os gastos são imputáveis ao período de tributação em que sejam obtidos ou suportados, independentemente do seu recebimento ou pagamento, de acordo com o regime de periodização económica (art.º 18.º, n.º 1 do Decreto-Lei n.º 159/2009). Os réditos de vendas e de prestações de serviços são imputáveis ao período de tributação a que respeitam pela quantia nominal da contraprestação (art.º 18.º, n.º 5). No caso dos contratos de construção, os réditos e os gastos de devem ser periodizados tendo em consideração o disposto no art. 19.º do CIRC. Relativamente à mensuração do rédito de vendas e prestações de serviços, esta é feita pela quantia nominal da contraprestação recebida e a receber, isto é o rédito é considerado, para efeitos fiscais, pelo valor bruto. Enquanto que contabilisticamente o rédito é reconhecido pelo valor actual da contraprestação, fiscalmente, nas vendas e prestações de serviços, o valor a incluir no lucro tributável é o valor nominal da contraprestação. O que significa que se a empresa considerar como rédito o valor presente, a diferença entre o valor presente e a quantia nominal tem de ser acrescida para efeitos de apuramento do lucro tributável. Os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a formação do lucro tributável, sendo imputados como rendimentos ou gastos no 7 Domingos Cravo, Carlos Grenha, Luís Baptista e Sérgio Pontes, Sistemas de Normalização Contabilística Comentado, Texto Editores, 2009, p João Rodrigues, Sistema de Normalização Contabilística Explicado, Porto Editora, 2009, p Rui M.P. Almeida, Ana Isabel Dias, Fernando Carvalho, O novo sistema de normalização contabilística. SNC explicado, ATF Edições Técnicas, 2009, pp

9 9 período de tributação em que os elementos ou direitos sejam alienados, exercidos, extintos ou liquidados, excepto quando respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor. No caso de se verificar um diferimento do rédito, não sendo aceite fiscalmente um justo valor menor do que a quantia nominal do dinheiro recebido ou a receber, nos anos em que se reconhecer na contabilidade o rédito do juro, o respectivo montante terá de ser deduzido, por já ter sido tributado. Suponhamos, por exemplo, que em Dezembro de 2010, uma empresa decide vender a crédito, por um prazo de 2 anos, sem juros, um determinado bem dos seus inventários por , sendo que o justo valor é de Em 2010, deverá reconhecer, contabilisticamente, um rédito de , e nos anos de 2011 e 2012 irá reconhecer, em partes iguais, um rédito de juros de Em termos fiscais, aplicando o art. 18.º, n.º 5 do CIRC, deverá acrescer ao Quadro 07 do Modelo no ano de 2010 e deduzir no ano de 2011 e no ano de Aqui temos um exemplo de um justo valor inferior à quantia nominal do dinheiro a receber, que obriga a que nos anos em que se reconhecer na contabilidade o rédito do juro, o respectivo montante tenha de ser deduzido. 6. Implicações fiscais nos inventários - NCRF 18 Contabilisticamente, a mensuração dos inventários deve ser feita, regra geral, pelo custo ou valor realizável líquido (VRL) 10, dos dois o mais baixo (NCRF 18, n.º 9). Os inventários devem ser mensurados pelo menor valor entre o seu custo de aquisição ou de produção e o seu VRL. A redução do custo dos inventários para o valor realizável líquido tem a ver com o facto dos activos não serem escriturados por quantias superiores àquelas que resultariam da sua venda ou uso. Daí resulta que se o justo valor dos inventários for maior que o custo, estes não devem ser valorizados ao justo valor, mas se o justo valor dos inventários for inferior ao custo, então já têm de ser valorizados ao justo valor 11. Assim, por exemplo, se no final do exercício, o preço de mercado de uma determinada matéria-prima se situar cerca de 10% abaixo do custo de aquisição, deve reduzir-se o valor dos inventários da matériaprima ao valor do mercado, isto no pressuposto de que a matéria-prima se destina a ser revendida e não incorpora um qualquer outro produto acabado da empresa. Em termos de custos, podem ser incluídos nos inventários todos os custos de compra (preço de compra, direitos de importação e outros impostos, custos de transporte, manuseamento, etc.), custos de conversão (ex.: mão de obra directa) e outros custos incorridos para colocar os inventários no seu local e na sua condição actuais (ex.: custos de concepção de produtos para clientes específicos), os custos de 10 O VRL corresponde ao preço de venda estimado, deduzido dos custos necessários de acabamento e venda dos inventários (NCRF 18, par. 28 a 33). Existe uma diferença entre o VRL e o justo valor. O VRL refere-se à quantia líquida que uma entidade espera realizar com a venda de uma activo (ex. o inventário) no decurso normal da sua actividade. O justo valor refere -se à quantia pela qual o mesmo activo (ex. um inventário) poderia ser trocado entre compradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso, numa transacção em que não exista relacionamento entre elas. O VRL é um valor específico de uma entidade, enquanto que o JV é um valor do mercado. Cf. António Borges, Emanuel Gamelas, José Pinhão Rodrigues, Manuela Martins, Nuno Magro e Pedro António Ferreira, Sistema de Normalização Contabilística. Casos práticos, Áreas Editora, 2009, p Rui M.P. Almeida, Ana Isabel Dias, Fernando Carvalho, O novo sistema de normalização contabilística. SNC explicado, ATF Edições Técnicas, 2009, p. 195.

10 10 empréstimos obtidos, quando os inventários requerem um período de tempo superior a um ano para atingirem a sua condição de uso pretendido ou de venda e quando se referem a activos qualificáveis. Mas, já não são incluídos nos custos dos inventários as quantias anormais de materiais desperdiçados, de mão de obra e outros custos de produção, os custos de armazenamento que não sejam necessários ao processo produtivo, os gastos administrativos que não contribuam para a colocação dos inventários no seu local e nas suas condições actuais e os custos de vendas. De referir também que não é permitida a utilização do método LIFO, método que era utilizado principalmente pelas entidades produtoras de vinho do Porto e sector imobiliário, por razões fiscais. Essas entidades vão ter importantes alterações no montante dos seus activos e custos de vendas. Em termos de tratamento fiscal, o regime fiscal dos inventários aproxima-se do tratamento contabilístico 12. Segundo o art. 28.º, n.º 1 do CIRC [s]ão dedutíveis no apuramento do lucro tributável os ajustamentos em inventários reconhecidos no período de tributação até ao limite da diferença entre o custo de aquisição ou de produção dos inventários e o respectivo VRL referido à data do balanço, quando este for inferior àquele. Aceita-se fiscalmente o valor realizável líquido e não o preço do mercado para efeitos de cálculo do ajustamento dos inventários 13, considerando-se para tal os gastos previsíveis de acabamento e venda na determinação do VRL. No caso de os inventários requerem um período superior a um ano para estarem prontos para venda, poder-se-á incluir no custo de aquisição ou de produção, os custos de empréstimos obtidos que lhes sejam directamente atribuíveis (art. 26, n.º 2 CIRC). Acresce, por último, que não é permitida fiscalmente a utilização do método do LIFO 14, considerando-se apenas para efeitos fiscais os que resultam da aplicação dos critérios referidos no artigo 26.º do CIRC. 7 Implicações fiscais nos activos fixos tangíveis - NCRF 7 Os activos fixos tangíveis são os que são detidos pela empresa para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para arrendamento a outros ou para fins administrativos e se espera que sejam usados durante mais do que um ano (NCRF, par.6). Após o reconhecimento do activo fixo tangível, a entidade pode mensurá-lo pelo custo (NCRF par. 30), sendo escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumuladas, ou pelo justo valor, desde que o activo fixo tangível possa ser mensurado fiavelmente, sendo escriturado por uma quantia revalorizada, que é o justo valor, menos qualquer depreciação acumulada e perdas por imparidade subsequentes (NCRF par. 31). Enquanto que no modelo do custo reconhecem-se nos resultados as perdas por imparidade e as depreciações, no 12 Carlos Alberto da Silva e Cunha, A tributação na transição do POC para o SNC, Revista da OTOC, nº 116, Novembro 2009, p De referir que os ajustamentos em inventários correspondem à anterior provisão para depreciação de existências. 14 José Alberto Pinheiro Pinto, O papel da normalização contabilística em Portugal, Revista dos TOC, n.º 81, 2006, pp. 27 a 29.

11 11 modelo de revalorização reconhece-se o excesso ou o decréscimo de revalorização no capital próprio. Fiscalmente, aceita-se apenas os activos fixos tangíveis contabilizados ao custo histórico e reconhecem-se em resultados as depreciações e perdas por imparidade. O artigo 35.º do CIRC prevê a dedução para efeitos fiscais das perdas por imparidade se consistirem em desvalorização excepcionais verificadas em activos fixos tangíveis, activos intangíveis, activos biológicos não consumíveis e propriedades de investimento, provenientes de causas anormais ( ), designadamente, desastres, fenómenos naturais, inovações técnicas excepcionalmente rápidas 15. Mas se as perdas por imparidade de activos depreciáveis não forem aceites como desvalorização excepcionais são aceites como gastos, em partes iguais, durante o período de vida útil restante ou até ao período de tributação anterior à transmissão, abate, abandono, desmantelamento ou inutilização 16. De referir aqui que só se aceitam como custos as depreciações e amortizações de elementos dos activos sujeitos a deperecimento, que é o caso dos activos fixos tangíveis, dos activos intangíveis e das propriedades de investimento (art. 29.º do CIRC e DR 25/2009). Relativamente ao valor de transmissão de direitos reais sobre bens imóveis, foram revistas as regras do anterior artigo 58.º-A do CIRC 17, passando agora o adquirente, nos termos do actual artigo 64, nº 3, al. b) do CIRC, a adoptar o valor patrimonial tributário definitivo para a determinação do resultado tributável em IRC e para efeitos de mais-valia no caso de transmissão do imóvel. O que obriga a que os sujeitos passivos tenham de, por força da NCRF 3, proceder a alterações no valor dos imóveis constantes da contabilidade, quando tenha sido aplicado o disposto na anterior al. b) do n.º 3 do art. 58.º-A do CIRC. Se existirem correcções ao valor de transmissão de direitos reais sobre bens imóveis, deixa de ser exigido ao adquirente desses direitos a respectiva contabilização pelo valor patrimonial tributário (VPT) definitivo, sendo esse mesmo valor considerado para efeitos de determinação do resultado tributável em IRC. No caso de se verificar uma diferença positiva entre o VPT definitivo e o custo de aquisição ou de construção, o sujeito passivo adquirente deve comprovar no processo de documentação fiscal, previsto no art. 121 do CIRC, o tratamento contabilístico e fiscal dado ao imóvel. Relativamente às depreciações e amortizações dos activos fixos tangíveis, o novo artigo 29.º, nº 3 do CIRC admite a aplicação de métodos de depreciação e amortização diferentes dos métodos das quotas constantes ou degressivas, desde que aceites pela DGCI. A cada elemento do activo deve ser aplicado o mesmo método de depreciação ou amortização desde a sua entrada em funcionamento ou utilização até à sua depreciação ou amortização total, transmissão ou inutilização (artigo 29.º, n.º 4 do CIRC). O método de depreciação só pode ser alterado durante a vida útil de um bem, mediante autorização da DGCI. As depreciações contabilizadas que não tenham sido dedutíveis por excederem as quotas máximas fixadas no Decreto Regulamentar podem vir, contudo, a ser aceites 15 O regime das desvalorizações excepcionais deixa de estar consagrado no Decreto Regulamentar das depreciações e amortizações e passa a estar previsto no CIRC. 16 Rui M.P. Almeida, Ana Isabel Dias, Fernando Carvalho, O novo sistema de normalização contabilística. SNC explicado, ATF Edições Técnicas, 2009, p Comissão Técnica dos Impostos da OROC, Maria Isabel F. Cameiro, Luís M. Gonçalves Almeida, José F. Morais de Araújo, Comentários ao Art.º 58.- A do CIRC, Revista da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, Out.-Dez. 2005, n.º 31.

12 12 como custo em períodos posteriores, sem se proceder à respectiva regularização contabilística. Permite-se efectivamente a dedutibilidade fiscal de depreciações que tenham sido contabilizadas como gastos mas não aceites em períodos anteriores (art. 1.º, n.º 3 do DR). No caso específico de depreciações de imóveis, o artigo 10.º do Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de Setembro, prevê a eliminação da obrigação de separar na contabilidade o valor do terreno do valor da construção, passando esta informação a constar no dossier fiscal (artigo 130.º do CIRC). Mantém-se, contudo, as regras fiscais anteriores, ou seja, o valor do terreno, para efeitos fiscais, é igual a 25% do valor global do imóvel. Por exemplo, uma empresa que adquiriu em 2007 um imóvel pelo valor de poderá praticar uma amortização de (2% x x 0,75) nos exercícios de 2007 e Se em Janeiro de 2009 decidir vender o imóvel pelo valor de (resultado da avaliação), para além da mais-valia a que estará sujeita, poderá neste exercício contabilizar uma amortização de [(2%x x0,75), de (2%x50.000x0,75), de 2007 e 2008], fiscalmente aceite. Em 2010, terá que proceder à uma correcção fiscal no valor de ( ), sendo que os correspondem às depreciações praticadas sobre o VPT e fiscalmente aceites nos anos de 2007, 2008 e 2009, e os correspondem às depreciações calculadas sobre o valor de aquisição de 2007, 2008 e Esta correcção ao valor das amortizações acumuladas concorre para a formação do lucro tributável, em partes iguais, no período de tributação e nos 4 anos seguintes (5 anos) 18. Se uma sociedade praticar uma taxa de depreciação de um activo fixo tangível superior à taxa de depreciação fiscalmente aceite, de acordo com o previsto no Decreto Regulamentar n.º 25/2009, o valor em excesso terá de ser acrescido ao lucro tributável no Quadro 07 do Modelo 22 do IRC. Em matéria de quotas de depreciação, o novo artigo art. 29.º, n.º 6 do CIRC admite, com autorização prévia da DGCI, quotas de depreciação inferiores às quotas mínimas, as quais são iguais a metade das fixadas segundo o método das quotas constantes e devem ser imputadas ao período de tributação em causa, não podendo ser deduzidas para efeitos de determinação do lucro tributável de outros períodos de tributação (art. 29.º, n. 5 do CIRC). Como outras alterações fiscais a salientar em matéria de activos fixos tangíveis destaca-se o facto de aos elementos dos activos de reduzido valor, sujeitos a deperecimento, se aceitar a dedução num só exercício dos custos unitários que não ultrapassam 1000 (art. 32.º do CIRC). Acresce ainda o facto de relevar para efeitos de mais-valias e menos-valias as depreciações e as perdas por imparidade fiscalmente aceites (art.º 46.º, n.º 2 do CIRC). Em relação às mais-valias fiscais, o seu valor é calculada tendo em conta as reintegrações ou amortizações aceites fiscalmente, e não as praticadas contabilisticamente. Para serem correctamente apuradas, as mais-valias fiscais devem ter em atenção as reintegrações ou amortizações aceites fiscalmente. O contribuinte não seria beneficiado se adoptasse taxas superiores às máximas, e seria incompreensivelmente penalizado se procedesse nesse sentido Carlos Ribeiro, SNC, Associação Portuguesa das Empresas de Contabilidade e Administração, Outubro de 2009, p José Alberto Pinheiro Pinto, As reintegrações acumuladas na fórmula de cálculo das mais -valias fiscais, Revista dos Técnicos Oficiais de Contas, Outubro 2009, p. 51.

13 13 A destacar, por último, o facto das viaturas ligeiras de passageiros ou mistas terem um valor fiscalmente depreciável de (art.º 34.º, n.º1, al. e)) e as menos-valias realizadas na transmissão onerosa de barcos de recreio, aviões de turismo e viaturas ligeiras de passageiros não serem dedutíveis para efeitos da determinação do lucro tributável, excepto na parte correspondente ao custo de aquisição ou ao valor de reavaliação excedente a (art. 42.º, n. 1, al. l) do CIRC). 8 Implicações fiscais nas propriedades de investimento NCRF 11 Incluem-se nas propriedades de investimento os terrenos e os edifícios detidos pelo dono ou locatário de uma locação financeira com vista à obtenção de rendas ou à valorização do capital. Não integram o conceito de propriedades de investimento os terrenos e os edifícios usados para a produção ou o fornecimento de bens ou serviços ou para a venda no âmbito da actividade normal do negócio (NCRF 11, par. 5). Por exemplo, um imóvel em construção destinado a ser usado no futuro como propriedade de investimento pode ser reconhecido como propriedade de investimento durante o período de construção? A resposta é negativa. De acordo com a NCRF 11, uma propriedade de investimento em construção é considerada um activo fixo tangível em curso, aplicando-se assim as disposições da NCRF 7. Outro exemplo: no caso de uma sociedade possuir um terreno mas não saber ainda se vai vender esse terreno no futuro ou construir no respectivo terreno um prédio para venda, enquanto não tomar uma decisão, o terreno deve ser classificado nos inventários, uma vez que se destina à venda ou à construção de um prédio para venda. Caso a opção seja a detenção, por um longo período, para valorização, em vez da venda a curto prazo, então passaria para propriedade de investimento 20. Após o reconhecimento das propriedades de investimento, o sujeito passivo tem a possibilidade de, contabilisticamente, optar pelo modelo do custo, devendo o activo ser mensurado ao seu custo, deduzido das depreciações e perdas por imparidade acumuladas, ou pelo modelo do justo valor 21. A diferença entre o justo valor e o valor contabilístico deve ser levada a resultados do período, isto é, os ganhos e perdas resultantes das alterações do justo valor devem ser reconhecidos nos resultados. Mas se uma entidade escolher o modelo do custo deve mensurar todas as suas propriedades de investimento de acordo com os requisitos da NCRF 7 (NCRF, par. 58). Se, pelo contrário, a entidade tiver previamente mensurado uma propriedade de investimento pelo justo valor, deve continuar a mensurar a propriedade pelo justo valor até à alienação (NCRF, par. 57). Mas há situações em que o justo valor não é determinável com fiabilidade numa base continuada. É o que sucede quando não existe um mercado activo da propriedade de investimento. Por exemplo, no caso de uma sociedade desenvolver um complexo desportivo e pretender efectuar uma locação mas não conhece o justo valor, embora não exista um mercado activo, a propriedade de investimento deverá ser mensurada ao justo valor, devendo os gestores determinar um justo valor aproximado, de acordo com o valor presente das rendas futuras 22. Em termos fiscais, é aceite apenas o modelo do custo histórico para a mensuração das propriedades de investimento, dada a dificuldade ou a incerteza em determinar 20 João Rodrigues, Sistema de Normalização Contabilística Explicado, Porto Editora, 2009, p Domingos Cravo, Carlos Grenha, Luís Baptista e Sérgio Pontes, op. cit., p João Rodrigues, op. cit., p. 568.

14 14 com fiabilidade o justo valor das propriedades de investimento. Por conseguinte, o ganho ou perda resultante da alteração do justo valor não deve ser considerado para efeitos fiscais. Os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não concorrem para a formação do lucro tributável, sendo imputados como rendimentos ou gastos no período de tributação em que foram alienados, exercidos, extintos ou liquidados (art. 18.º, n.º 9 do CIRC). O tratamento das depreciações e perdas por imparidade é o mesmo dos activos fixos tangíveis. São aceites como gastos as depreciações e amortizações das perdas por imparidade contabilizadas ao custo histórico que sofrem perdas de valor resultantes da sua utilização ou do decurso do tempo (art. 28.º do CIRC). No caso de reinvestimento das propriedades, aplica-se, tal como os activos fixos tangíveis, o regime de reinvestimento. A diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias é considerada em metade do seu valor sempre que o valor de realização é reinvestido na aquisição, produção ou construção de activos fixos tangíveis, activos biológicos ou em propriedades de investimento (art.º 48.º, n.º 1 do CIRC). Se, por exemplo, uma empresa declarar a intenção de reinvestimento total de uma propriedade de investimento, a mais-valia fiscal será tributada em apenas 50% do seu valor. Se não houver intenção de reinvestimento, terá que acrescer ao lucro tributável o valor total da mais-valia fiscal e proceder à respectiva correcção fiscal no Quadro 07 do Modelo 22. No caso de reinvestimento parcial, a correcção decorrente do reinvestimento parcial do valor de realização (n. 6 do art. 45 do CIRC), correspondente à proporção entre o montante do valor reinvestido e o valor da realização e cujo montante obtido será multiplicado por 50% da mais-valia fiscal (por ter havido reinvestimento), irá acrescer ao lucro tributável. A mais-valia fiscal é assim calculada tendo em conta o valor de realização, o valor da aquisição, as amortizações acumuladas e o coeficiente de correcção monetária, ou seja: MVF = Valor de Realização - [Valor Aquisição - Amortizações Acumuladas] x coef. correcção monetária. 9 Implicações fiscais nas imparidade de activos - NCRF 12 Quando o valor contabilístico do activo (ou da unidade geradora de caixa) excede a sua quantia recuperável (a maior entre o preço de venda líquido e o valor de uso), a quantia escriturada do activo deve ser reduzida para a sua quantia recuperável, devendo essa redução ser registada como perda por imparidade. A perda por imparidade deve ser reconhecida nos resultados (ou em capital próprio, no caso de bens revalorizados), a não ser que o activo seja escriturado pela quantia revalorizada de uma outra Norma (ex. NCRF 7) (NCRF 12. par. 29). Se uma empresa estimar, à data do exercício económico, que uma perda por imparidade de um activo, reconhecida em períodos anteriores, possa já não existir ou possa ter diminuído, a empresa deve reavaliar a quantia recuperável desse activo. A empresa deve proceder à reversão da perda por imparidade de um activo, reconhecida em períodos anteriores, se houver uma alteração nas estimativas para a determinação da quantia recuperável desse mesmo activo e desde que a última perda por imparidade tenha sido reconhecida. O aumento da quantia recuperável do activo

15 15 constitui uma reversão de uma perda por imparidade que deve igualmente ser reconhecida em resultados (ou em capital próprio, no caso de bens revalorizados) 23. Importa aqui notar que as perdas por imparidade de activos podem ser de natureza interna ou de fonte externa. As primeiras verificam-se no caso de obsolescência ou dano físico de um activo, de alterações resultantes da reestruturação da unidade operacional. As segundas resultam, nomeadamente, da diminuição do valor de mercado do activo, do aumento da taxa de juro do mercado que afecta a taxa de desconto usada no cálculo do valor de uso do activo. Fiscalmente, as perdas por imparidade são aceites, mesmo quando contabilizadas em exercícios anteriores. As perdas por imparidade de activos não depreciáveis, v.g. os clientes, e as respectivas reversões são aceites nos mesmos moldes que as actuais provisões art.º 35.º do CIRC. As perdas por imparidade de activos depreciáveis são aceites nas situações de desvalorização excepcional previstas no art.º 38.º (ex.: desastres, fenómenos naturais, inovações técnicas excepcionalmente rápidas ou alterações significativas). Em relação às desvalorizações excepcionais, o sujeito passivo deve obter a aceitação da DGCI, mediante documentação comprovativa dos factos que determinaram as desvalorizações excepcionais, nomeadamente a decisão do órgão de gestão e a indicação do destino a dar aos activos, quando o abate, o desmantelamento, o abandono ou a inutilização não ocorram no mesmo período de tributação (art. 38.º do CIRC). Podem ainda ser deduzidas fiscalmente as perdas por imparidades contabilizadas no mesmo período de tributação ou em períodos de tributação anteriores e relacionadas com créditos resultantes da actividade normal que, no fim do período de tributação, possam ser considerados de cobrança duvidosa e sejam evidenciados como tal na contabilidade (art. 36.º, n.º 1, CIRC) 24. As perdas por imparidade de activos depreciáveis ou amortizáveis que não sejam aceites fiscalmente como desvalorizações excepcionais são consideradas como gastos, em partes iguais, durante o restante período de vida útil desse activo ou até ao período de tributação anterior àquele em que se verificar o abate físico, o desmantelamento, o abandono, a inutilização ou a transmissão do mesmo (art. 34.º, 4 do CIRC). Por exemplo, admitamos que em 2008 uma sociedade adquiriu um equipamento industrial no valor de , com um período máximo de vida útil de 8 anos, cuja taxa máxima de depreciação fiscalmente aceite é de 12,5%. No ano de 2009, foi reconhecida em resultados uma perda por imparidade no montante de , não considerada como desvalorização excepcional. As consequências fiscais em termos de apuramento do lucro tributável são as seguintes: No ano de 2009, as depreciações acumuladas eram de (2 x ), a perda por imparidade de (acresce ao Quadro 07 do Modelo 22) e a quantia escriturada de ( ). 23 Existem reversões não só de perdas por imparidade, mas também de depreciações e amortizações e de provisões. 24 As perdas por imparidades em crédito (anteriormente designado provisão por créditos de cobrança duvidosa) ficam sujeitas às mesmas regras e limites que a anterior provisão. Ver Rui M.P. Almeida, Ana Isabel Dias, Fernando Carvalho, O novo sistema de normalização contabilística. SNC explicado, ATF Edições Técnicas, 2009, p. 89.

16 16 No ano de 2010, o ajustamento a fazer em termos de depreciação é de /ano (60.000/6anos). As depreciações acumuladas ascendem a ( ) e a quantia escriturada a ( ). A perda por imparidade terá que ser repartida e deduzida fiscalmente pelo período de vida útil remanescente do equipamento industrial no valor de (15.000/6) (art. 35.º, n.º 4 do CIRC). No ano de 2011, as depreciações acumuladas passarão para (2 x x ) e a quantia escriturada será de ( ). A quota-parte da perda por imparidade fiscalmente dedutível mantém-se no valor de Se, em 2012, a empresa decidir vender o referido equipamento, o cálculo da mais ou menos-valia fiscal será efectuado da seguinte forma: Mais ou menos-valia fiscal: VR (V Aquis. - Amort. Aceites Fisc. P.I. Deduzidas) x coef. correcção monetária Se o valor obtido resultar numa mais-valia, terá que ser acrescido ao lucro tributável, se resultar numa menos-valia, terá que ser deduzido no Q07 do Modelo 22 (art. 43.º do CIRC). 10 Implicações fiscais nos activos não correntes detidos para venda - NCRF 8 Um activo é classificado como activo não corrente detido para venda quando está disponível para venda imediata na sua condição presente, quando a venda é altamente provável, e se espera que a venda venha a ser concluída até um ano a partir da classificação do activo nessa categoria. Contabilisticamente, o activo não corrente é mensurado ao menor valor entre a quantia escriturada e o justo valor deduzido dos custos de venda (valor realizável líquido) (NCRF 8, par. 15). Uma entidade deve reconhecer uma perda por imparidade se se verificar uma qualquer redução do activo para o justo valor menos os custos de vender (NCRF 8, par. 20) e deve, pelo contrário, reconhecer um ganho ou qualquer aumento posterior no justo valor menos os custos de vender de um activo, mas não para além da perda por imparidade que tenha sido reconhecida (NCRF 8, par. 20). Uma entidade não deve depreciar ou amortiza o activo não corrente enquanto estiver classificado como detido para venda ou enquanto fizer parte de um grupo para alienação classificado como detido para venda. Este tipo de activo não é simplesmente objecto de depreciação ou de amortização. O tratamento fiscal da venda destes activos é o tratamento a que estavam sujeitos antes da reclassificação contabilística e na data da alienação apura-se as mais ou menos-valias fiscais como se não tivessem sido reclassificados como activos não correntes detidos para venda (art.º 46.º, n.º 1, a) do CIRC). O que significa que se os activos não correntes estavam classificados como activos fixos tangíveis, o apuramento de uma eventual mais-valia fiscal deve ser feito na data da sua alienação, tal como se apuraria se não tivessem sido reclassificados. De notar, por fim, que não se deve considerar a quota mínima de depreciação (taxa igual a metade da quota constante), relativamente ao período em que o activo se encontrava assim classificado art.º 30.º, n.º 7 do CIRC. O regime das quotas

17 17 mínimas não é aplicável aos activos não correntes detidos para venda, os quais, por serem reconhecidos ao justo valor, não são passíveis de depreciação (art. 18.º, n.º 3 do DR n.º 25/2009). 11 Implicações fiscais nos activos intangíveis NCRF 6 Integram os activos intangíveis os softwares de computadores, as patentes, as marcas, os filmes, as listas de clientes, os programas de computador, as quotas de mercado, etc. São todos aqueles que são identificáveis como tal - distintos do goodwill -, controlados por uma entidade e susceptíveis de gerar benefícios económicos futuros para a entidade (NCRF, par. 10 a 17). Os activos intangíveis podem ser adquiridos ou gerados internamente. Aos activos gerados internamente estão associadas as despesas de pesquisa (destinada à obtenção de conhecimentos científicos ou técnicos) e as despesas de desenvolvimento (aplicação das descobertas à produção de materiais, aparelhos, serviços, antes do início da produção comercial ou uso). Estas despesas de pesquisa ou de desenvolvimento são reconhecidas como gastos do período. Após o seu reconhecimento, os activos intangíveis podem ser mensurados ao custo menos depreciações e perdas por imparidade acumuladas ou pelo modelo de revalorização (justo valor menos depreciações e perdas por imparidade acumuladas). Em matéria fiscal, só é aceite o modelo do custo (art.º 29.º do CIRC). O activo intangível deve ser mensurado pelo custo de aquisição ou de produção deduzido das amortizações acumuladas aceites fiscalmente e das eventuais perdas por imparidade nos casos de desvalorizações excepcionais. Às perdas por imparidade que não sejam aceites fiscalmente como desvalorizações excepcionais aplica-se-lhes o mesmo regime que o das imparidades dos activos fixos tangíveis, ou seja, podem ser deduzidas, em partes iguais, durante a vida útil remanescente do activo. Relativamente às despesas de instalação e de pesquisa necessárias à produção dos activos intangíveis, estas passaram a ser reconhecidas como gastos do período, seguindo de perto a lógica contabilística. Quanto às despesas com projectos de desenvolvimento, estas podem ser consideradas como gastos fiscais no período de tributação ou num único exercício (art.º 17.º, n.º 1 do DR n.º 25/2009 e art.º 32.º, n.º 1 do CIRC) 25. Os encargos com projecção económica plurianual (por exemplo, os encargos com campanhas publicitárias, os encargos com a emissão de obrigações, os encargos financeiros com a aquisição de imobilizados, as diferenças de câmbio desfavoráveis) são tratados de acordo com os normativos contabilísticos, ou seja, são reconhecidos como gasto no período em que são efectivamente incorridos e deixam de ser obrigatoriamente diferidas por 3 anos. 12 Implicações fiscais nos custos de empréstimos obtidos - NCRF Os contribuintes podem deduzir como custo, aceite fiscalmente, as despesas com projectos de desenvolvimento, mesmo quando essas despesas são contabilizadas no activo. Tal activo contabilístico, não tendo base fiscal, acaba por gerar uma situação de passivo por imposto diferido, devendo ser contabilizado no período em que a despesa é incorrida (Débito Conta 8122 e Crédito Conta 2742) e no período em que o activo é transferido para resultados (Débito Conta 2742 e Crédito Conta 8122). Estas despesas correspondem a um incentivo à inovação.

18 18 Os custos de empréstimos obtidos incluem os juros de descobertos bancários, a amortização de descontos ou de prémios relacionados com empréstimos obtidos, a amortização de custos acessórios incorridos com empréstimos, os encargos financeiros relativos a locações financeiras e as diferenças de câmbio provenientes de empréstimos obtidos em moeda estrangeira (NCRF 10, par. 5). Os empréstimos obtidos são reconhecidos como gastos no período em que são suportados. Podem ser, no entanto, capitalizados como parte do custo do activo quando se destinam à aquisição, construção ou produção de um activo fixo tangível, activo intangível ou inventários e quando seja provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a respectiva entidade (NCRF 10, par. 8). Fiscalmente, admite-se a possibilidade dos custos de empréstimos obtidos poderem integrar os custos de aquisição ou de produção das existências, desde que os custos dos empréstimos lhes sejam directamente atribuíveis. No caso de as existências requerem um período superior a um ano para atingirem a sua condição de uso ou venda, o artigo 26.º, n.º 2 do CIRC prevê a possibilidade de incluir no custo de aquisição ou de produção os custos de empréstimos obtidos que lhes sejam directamente atribuíveis, de acordo com a normalização contabilística aplicável. A acrescentar a isto a eliminação do prazo mínimo de 2 anos para o período de fabricação ou construção de imobilizações que era necessário para a inclusão dos juros de capitais alheios destinados ao financiamento do fabrico ou construção de imobilizações (antigo n.º 6 do art.º 2.º do DR n.º 25/2009). De referir também a manutenção da não dedutibilidade, para efeitos de determinação do lucro tributável, dos encargos financeiros actualmente não dedutíveis, ainda que sejam capitalizados. Deixam de ser dedutíveis fiscalmente os juros e outras formas de remuneração de suprimentos e empréstimos feitos pelos sócios à sociedade, na parte em que excedam o valor correspondente à taxa de referência Euribor a 12 meses ou outra taxa definida pelo Ministro das Finanças (art.º 45.º, n.º 1, al. j) do CIRC). Por exemplo, no caso de uma empresa comprar um imóvel para arrendamento no valor de , financiado em 50% por um empréstimo bancário à taxa anual de 5% e o restante por dinheiro, sendo a taxa de amortização de 2%, são considerados custos a amortização de (2% de ) e os custos financeiros de (5% de ). Estes custos, aceites fiscalmente, permitem reduzir o resultado antes de imposto sobre o qual incide o IRC. 13 Implicações fiscais nos benefícios dos empregados NCRF 28 Os benefícios para os empregados correspondem a todas as formas de remuneração pagas por uma entidade em troca de serviços prestados pelos empregados. Existem vários tipos de benefícios para os empregados: - benefícios de curto prazo: remunerações, contribuições para a Segurança Social, subsídio de férias, participação nos lucros e gratificações; - benefícios não monetários: cuidados médicos, alojamento e automóveis; - benefícios pós-emprego: pensões, seguros de vida e cuidados médicos; - benefícios de longo prazo: licença sabática e participação nos lucros; - benefícios de cessação de emprego para encorajar a saída voluntária dos empregados.

19 19 Em regra geral, estes benefícios são reconhecidos como gasto do período quando os serviços são prestados e não quando o empregado tem direito ao recebimento da retribuição. É o que acontece no caso da participação nos lucros e das gratificações, que são reconhecidos como gasto do período em que o serviço é prestado e não no ano seguinte por contrapartida de Resultados Transitados. Mas, uma entidade só reconhece os custos da participação nos lucros e das gratificações se resultarem de uma obrigação legal de fazer tais pagamentos, em consequência de factos passados, ou a entidade tenha por hábito de pagar tais gratificações. Em termos fiscais, são dedutíveis todas as contribuições suplementares para os fundos de pensões e equiparáveis destinadas à cobertura de responsabilidades com benefícios de reforma que resultem da aplicação do SNC, sendo consideradas como gastos, em partes iguais, no primeiro período de tributação e nos quatro períodos de tributação subsequentes (art. 40, n.º 13, CIRC). Para os benefícios de curto prazo, são dedutíveis em IRC todos os gastos com o pessoal considerados rendimentos de trabalho dependente tributáveis em sede de IRS e os gastos relativos à participação nos lucros (gratificações de balanço) passam a concorrer para a formação do lucro tributável do período a que os lucros respeitam, ou seja, deixam de ser variações patrimoniais negativas, embora se mantenham as regras e condições previstas no antigo art. 24.º (art.º 23, n.º 1, d) e 45, n.º 1, m), n) do CIRC). Já não são dedutíveis para efeitos de determinação do lucro tributável os gastos relativos à participação nos lucros por membros de órgãos sociais e trabalhadores da empresa, quando as importâncias não são pagas ou colocadas à disposição dos beneficiários até ao fim do período de tributação seguinte (art.º 42, n.º 1, m) do CIRC) e quando os beneficiários sejam titulares de partes representativas de, pelo menos, 1% do capital social, na parte em que exceda o dobro da remuneração mensal auferida no período de tributação a que respeita o resultado em que participam (art. 42.º, n.º 1, n) do CIRC). Para os outros benefícios de longo prazo e benefícios de cessação de emprego (não abrangidos pelo art.º 43.º e não considerados rendimentos da categoria A), o benefício só é custo fiscal no exercício em que as importâncias são pagas ou colocadas à disposição dos respectivos beneficiários (art. art.º 18.º, n.º 12 do CIRC). Por exemplo, uma empresa, baseando-se na prática passada, pode reconhecer como gasto do período de 2010 os benefícios atribuídos ao gerente da empresa a título de participação nos lucros, desde que o valor da gratificação a atribuir (a ser pago ao colocado à disposição até ao final de 2011) não ultrapasse duas vezes a remuneração mensal média, e desde que o beneficiário seja titular de, pelo menos, 1% do capital social da empresa. Caso o valor da gratificação a atribuir ao gerente ultrapasse o dobro da remuneração mensal média do gerente, o valor em excesso acrescerá ao lucro tributável no Quadro 07 do Modelo Implicações fiscais nos instrumentos financeiros NCRF 27 Um instrumento financeiro pode dar origem a um activo financeiro numa empresa (dinheiro, um instrumento de capital próprio de uma outra entidade, um direito contratual de receber dinheiro ou outro activo de outra entidade ou de trocar activos com outras entidades, um contrato que possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio) e simultaneamente a um passivo financeiro (obrigação contratual de entregar dinheiro ou outro activo financeiro a uma outra entidade, ou de trocar activos ou

20 20 passivos financeiros com outras entidades em condições desfavoráveis para a entidade) ou um instrumento de capital numa outra empresa (um contrato que possa ser liquidado em instrumentos de capital próprio da própria entidade e que seja um não derivado para o qual a entidade possa estar obrigada a entregar um número variável de instrumentos de capital próprio da própria entidade ou um derivado que possa ser liquidado de forma diferente da troca de uma quantia fixa em dinheiro ou outro activo financeiro por um número fixo de instrumentos de capital próprio da própria entidade) (NCRF 27, par. 5). Os activos ou passivos financeiros podem ser mensurados ao custo ou ao custo amortizado, menos as perdas por imparidade, ou ao justo valor, sendo os ganhos ou perdas reconhecidos em resultados. O modelo do justo valor é aceite em instrumentos financeiros, sendo a contrapartida reconhecida em resultados, mas apenas nos casos em que a fiabilidade da determinação do justo valor esteja assegurada. Excluem-se, por conseguinte, os instrumentos de capital próprio que não tenham um preço formado num mercado regulamentado. Exemplos de instrumentos financeiros mensurados ao justo valor através de resultados: - investimentos em instrumentos de capital próprio com cotações divulgadas publicamente, - derivados que não sejam sobre instrumentos de capital próprio, - instrumentos de dívida perpétua ou obrigações convertíveis (NCRF 27, par.15 e 16). O princípio é que uma entidade deve mensurar ao justo valor 26 todos os instrumentos financeiros que não sejam mensurados ao custo ou ao custo amortizado 27 menos perda por imparidade, tais como os clientes, fornecedores, contas a receber, contas a pagar ou empréstimos bancários, contratos para conhecer ou contrair empréstimos, instrumentos de capital próprio que não sejam negociados publicamente e cujo valor não possa ser obtido de forma fiável (NCRF 27, par. 12). Fiscalmente, os ajustamentos decorrentes da aplicação do justo valor não correm para a formação do lucro tributável, sendo imputados como rendimentos ou gastos (o activo fica sujeito ao regime das mais-valias e menos-valias fiscais), excepto quando respeitem a instrumentos financeiros reconhecidos pelo justo valor através de resultados, desde que, tratando-se de instrumentos do capital próprio 28, tenham um preço formado num mercado regulamentado e o sujeito passivo não detenha uma participação no capital superior a 5% do respectivo capital social. É assim aceite a mensuração pelo justo valor quando os ganhos e as perdas são reflectidos em resultados, o preço tenha sido formado num mercado regulamentado e o sujeito 26 NCRF 27, par. 5: Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transacção em que não exista relacionamento entre elas. 27 Custo amortizado de um activo ou passivo financeiro é o montante pelo qual o activo ou o passivo financeiro é mensurado no momento do reconhecimento inicial, menos os reembolsos de capital, mais ou menos a amortização cumulativa - usando o método do juro efectivo - de qualquer diferença entre o montante inicial e o montante na maturidade, e menos qualquer redução relacionada com imparidade ou incobrabilidade (NCRF 27, par. 5). Exemplos de instrumentos financeiros mensurados ao custo amortizado: clientes e outras contas a receber ou pagar, empréstimos bancários; investimentos em obrigações não convertíveis; derivados sobre instrumentos de capital próprio cujo justo valor não possa ser mensurado fiavelmente; contas a receber ou a pagar em moeda diferente do euro; empréstimos a subsidiárias ou associadas; instrumentos de dívida que sejam imediatamente exigíveis se o emitente incumprir o pagamento de juro ou de amortização de dívida (NCRF 27, par. 14). Aplica-se o método do custo amortizado para apurar os rendimentos ou gastos decorrentes da aplicação do método da taxa de juro efectiva. 28 Instrumento do capital próprio: é qualquer contrato que evidencie um interesse residual nos activos de uma entidade após dedução de todos os seus passivos (NCRF 27, par. 5).

Impostos Diferidos e o SNC

Impostos Diferidos e o SNC Impostos Diferidos e o SNC Na vigência do anterior Plano Oficial de Contabilidade (POC) a Directriz Contabilistica (DC) nº 28, da Comissão de Normalização Contabilística (CNC) veio, em tempo, estabelecer

Leia mais

1. Os AFT devem ser contabilisticamente mensurados no reconhecimento inicial pelo seu custo.

1. Os AFT devem ser contabilisticamente mensurados no reconhecimento inicial pelo seu custo. Classificação: 00 0. 0 1. 0 9 GABINETE DO DIRECTOR GERAL Direcção de Serviços do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas Activos Fixos Tangíveis Código do IRC Decreto Regulamentar n.º 25/2009,

Leia mais

ADAPTAÇÃO DAS REGRAS DO IRC ÀS NIC

ADAPTAÇÃO DAS REGRAS DO IRC ÀS NIC ADAPTAÇÃO DAS REGRAS DO IRC ÀS NIC V Conferência Internacional OTOC/IDEFF/Direcção - Geral dos Impostos 8 e 9 de Outubro de 2010 Apresentado por: José Vieira dos Reis 1 1. Normalização Contabilística 2.

Leia mais

Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de Fevereiro - 41 SÉRIE I, 1º SUPLEMENTO

Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de Fevereiro - 41 SÉRIE I, 1º SUPLEMENTO Define os elementos que integram o dossier fiscal, aprova novos mapas de modelo oficial e revoga a Portaria n.º 359/2000, de 20 de Junho A Nos termos do artigo 129.º do Código do Imposto sobre o Rendimento

Leia mais

Adaptação do Código do IRC. aos. novos normativos contabilísticos

Adaptação do Código do IRC. aos. novos normativos contabilísticos Adaptação do Código do IRC aos novos normativos contabilísticos 2009-04-23 1 Lei n.º 64-A/2008, de 31/12 (OE para 2009) Art.º 74.º Autoriza o Governo a alterar o Código do IRC e legislação complementar

Leia mais

Introdução à Contabilidade 2014/2015. Financeira

Introdução à Contabilidade 2014/2015. Financeira Introdução à Contabilidade 2014/2015 Financeira 2 Sumário 1. O papel da contabilidade nas organizações. 2. A contabilidade externa vs a contabilidade interna. 3. Os diversos utilizadores da contabilidade.

Leia mais

Definições (parágrafo 9) 9 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados

Definições (parágrafo 9) 9 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados Norma contabilística e de relato financeiro 14 Concentrações de actividades empresariais Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Relato Financeiro IFRS 3

Leia mais

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 14 CONCENTRAÇÕES DE ACTIVIDADES EMPRESARIAIS. Objectivo ( 1) 1 Âmbito ( 2 a 8) 2

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 14 CONCENTRAÇÕES DE ACTIVIDADES EMPRESARIAIS. Objectivo ( 1) 1 Âmbito ( 2 a 8) 2 NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 14 CONCENTRAÇÕES DE ACTIVIDADES EMPRESARIAIS Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IFRS 3 Concentrações

Leia mais

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PERSPECTIVA DOS UTILIZADORES (DGCI)

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PERSPECTIVA DOS UTILIZADORES (DGCI) SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PERSPECTIVA DOS UTILIZADORES (DGCI) ÍNDICE 1.A RELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE E A FISCALIDADE 2. IMPLICAÇÕES FISCAIS DO SNC 2.1 - Determinação do lucro tributável

Leia mais

NCRF 2 Demonstração de fluxos de caixa

NCRF 2 Demonstração de fluxos de caixa NCRF 2 Demonstração de fluxos de caixa Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 7 - Demonstrações de Fluxos de Caixa, adoptada pelo texto

Leia mais

Agenda Evolução de mapas legais Obrigado AGENDA Evolução do Normativo Contabilístico Nacional SNC Demonstrações Financeiras A nova terminologia Dificuldades de transição Siglas SNC: Sistema de Normalização

Leia mais

Fundação Denise Lester

Fundação Denise Lester Relatório e Contas 2010 Fundação Denise Lester Fundação Denise Lester 1/14 Balanço ACTIVO Notas Exercício findo a 31/12/2010 Exercício findo a 31/12/2009 Activo não corrente Activos fixos tangíveis 2.291.289,31

Leia mais

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 15 INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E CONSOLIDAÇÃO

NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 15 INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E CONSOLIDAÇÃO NORMA CONTABILÍSTICA E DE RELATO FINANCEIRO 15 INVESTIMENTOS EM SUBSIDIÁRIAS E CONSOLIDAÇÃO Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 27 Demonstrações

Leia mais

LAKE FUND SGPS, SA. Demonstrações Financeiras Individuais. Exercício 2014

LAKE FUND SGPS, SA. Demonstrações Financeiras Individuais. Exercício 2014 Exercício 2014 Índice Demonstrações financeiras individuais para o exercício findo em Balanço Individual em 5 Demonstração dos Resultados Individuais em 6 Demonstração dos Fluxos de Caixa Individuais em...7

Leia mais

CONTABILIDADE FINANCEIRA AVANÇADA

CONTABILIDADE FINANCEIRA AVANÇADA Exame Época Normal 04 de Julho de 0 Duração: H 00M Deve identificar-se nesta folha de prova, indicando o nome completo, número de matrícula e turma em que se encontra inscrito(a). As opções de resposta

Leia mais

newsletter Nº 82 NOVEMBRO / 2013

newsletter Nº 82 NOVEMBRO / 2013 newsletter Nº 82 NOVEMBRO / 2013 Assuntos em Destaque Resumo Fiscal/Legal Outubro de 2013 2 Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo 3 Revisores e Auditores 7 LEGISLAÇÃO

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

ANEXO. Prestação de Contas 2011

ANEXO. Prestação de Contas 2011 1. IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE 1.1. Designação da entidade Fluviário de Mora, E.E.M. NIPC: 507 756 754 1.2. Sede Parque Ecológico do Gameiro - Cabeção 1.3. Natureza da Actividade O Fluviário de Mora, é uma

Leia mais

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 2 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA. Objectivo ( 1) 2 Âmbito ( 2) 2 Definições ( 3 a 6) 2

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 2 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA. Objectivo ( 1) 2 Âmbito ( 2) 2 Definições ( 3 a 6) 2 NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 2 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 7 Demonstrações de

Leia mais

NCRF 3 Adopção pela primeira vez das normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF)

NCRF 3 Adopção pela primeira vez das normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF) NCRF 3 Adopção pela primeira vez das normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF) Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Relato Financeiro IFRS 1

Leia mais

Portaria n.º 104/2011, de 14 de Março, n.º 51 - Série I

Portaria n.º 104/2011, de 14 de Março, n.º 51 - Série I Aprova os modelos para várias demonstrações financeiras para microentidades A O Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de Março, aprovou o regime da normalização contabilística para microentidades, prevendo a

Leia mais

CONTABILIDADE. Docente: José Eduardo Gonçalves. Elementos Patrimoniais

CONTABILIDADE. Docente: José Eduardo Gonçalves. Elementos Patrimoniais CONTABILIDADE Docente: José Eduardo Gonçalves Ano: 2008/2009 Universidade da Madeira Elementos Patrimoniais Activo Recurso controlado pela entidade como resultado de acontecimentos passados e do qual se

Leia mais

Contabilidade Financeira I

Contabilidade Financeira I Contabilidade Financeira I INVESTIMENTOS É constituído pelos recursos que a empresa detém com carácter de continuidade, não se destinando a ser vendidos ou transformados no decorrer das suas actividades

Leia mais

CFEI. Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento

CFEI. Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento CFEI Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento A Lei n.º 49/2013, de 16 de julho, criou um incentivo fiscal ao investimento designado por CFEI Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento. O presente

Leia mais

NCRF 25 Impostos sobre o rendimento

NCRF 25 Impostos sobre o rendimento NCRF 25 Impostos sobre o rendimento Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 12 - Impostos sobre o Rendimento, adoptada pelo texto original

Leia mais

ALTERAÇÕES AO IRC BRAGA, 13 DE NOVEMBRO DE 2009

ALTERAÇÕES AO IRC BRAGA, 13 DE NOVEMBRO DE 2009 Mário Guimarães1 ALTERAÇÕES AO IRC BRAGA, 13 DE NOVEMBRO DE 2009 1. Introdução MÁRIO DA CUNHA GUIMARÃES (ROC, TOC, Docente do IPCA, Consultor Fiscal) uimaraes@jmmsroc.pt www.jmmsroc.pt ÍNDICE Mário Guimarães2

Leia mais

CÓDIGO DE CONTAS DO SNC

CÓDIGO DE CONTAS DO SNC CÓDIGO DE CONTAS DO SNC 1 MEIOS FINANCEIROS LÍQUIDOS 11 Caixa 12 Depósitos à ordem 13 Outros depósitos bancários 14 Outros instrumentos financeiros 141 Derivados 1411 Potencialmente favoráveis 1412 Potencialmente

Leia mais

RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.265/09. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.265/09. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, NOTA - A Resolução CFC n.º 1.329/11 alterou a sigla e a numeração desta Interpretação de IT 12 para ITG 12 e de outras normas citadas: de NBC T 19.1 para NBC TG 27; de NBC T 19.7 para NBC TG 25; de NBC

Leia mais

(c) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola e produto agrícola na altura da colheita (ver a NCRF 17 - Agricultura).

(c) Activos biológicos relacionados com a actividade agrícola e produto agrícola na altura da colheita (ver a NCRF 17 - Agricultura). NCRF 18 Inventários Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 2 - Inventários, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008

Leia mais

NCRF 8 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas

NCRF 8 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas NCRF 8 Activos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Relato Financeiro IFRS 5 -

Leia mais

MYBRAND MARKETING SESSIONS 02 Conferência - Avaliação de Marcas

MYBRAND MARKETING SESSIONS 02 Conferência - Avaliação de Marcas MYBRAND MARKETING SESSIONS 02 Conferência - Avaliação de Marcas Tema: As Marcas e o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) Orador: Pedro Aleixo Dias Senior Partner da BDO Membro da Comissão Executiva

Leia mais

CÓDIGOS TRIBUTÁRIOS EDIÇÃO DE BOLSO

CÓDIGOS TRIBUTÁRIOS EDIÇÃO DE BOLSO CÓDIGOS TRIBUTÁRIOS EDIÇÃO DE BOLSO (5.ª Edição) Actualização N.º 5 Códigos Tributários Edição de Bolso 2 TÍTULO: AUTORES: CÓDIGOS TRIBUTÁRIOS EDIÇÃO DE BOLSO Actualização N.º 5 BDJUR EDITOR: EDIÇÕES ALMEDINA,

Leia mais

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro NCRF

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro NCRF Sistema de Normalização Contabilística Após leitura e análise das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF), a entrarem em vigor já em Janeiro próximo, senti me na obrigação de escrever este

Leia mais

Fundação Casa Museu Mario Botas

Fundação Casa Museu Mario Botas DEMOSNTRAÇAO DE RESULTADOS 2012 Fundação Casa Museu Mario Botas RENDIMENTOS E GASTOS 31-Dez-2012 31-Dez-2011 Vendas 551,62 Prestação de serviços Subsídios à exploração Ganhos/perdas imputados a subsidiárias

Leia mais

Efeito do Sistema de Normalização Contabilística

Efeito do Sistema de Normalização Contabilística Efeito do Sistema de Normalização Contabilística - Enquadramento do SNC (Novo Sistema de Normalização Contabilística) - O papel do empresário neste processo - Justo valor Quais os efeitos nas empresas.

Leia mais

C N INTERPRETAÇÃO TÉCNICA Nº 2. Assunto: RESERVA FISCAL PARA INVESTIMENTO Cumprimento das obrigações contabilísticas I. QUESTÃO

C N INTERPRETAÇÃO TÉCNICA Nº 2. Assunto: RESERVA FISCAL PARA INVESTIMENTO Cumprimento das obrigações contabilísticas I. QUESTÃO C N C C o m i s s ã o d e N o r m a l i z a ç ã o C o n t a b i l í s t i c a INTERPRETAÇÃO TÉCNICA Nº 2 Assunto: RESERVA FISCAL PARA INVESTIMENTO Cumprimento das obrigações contabilísticas I. QUESTÃO

Leia mais

Microentidades passam a integrar o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) a partir de 2016

Microentidades passam a integrar o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) a partir de 2016 Microentidades passam a integrar o Sistema de Normalização Contabilística (SNC) a partir de 2016 Foi publicado no dia 2 de junho, o Decreto-lei n.º 98/2015, que procedeu à transposição da Diretiva n.º

Leia mais

31-Dez-2013 31-Dez-2012

31-Dez-2013 31-Dez-2012 FUNDAÇÃO CASA MUSEU MÁRIO BOTAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E ANEXO ÀS CONTAS 31 DE DEZEMBRO DE 2013 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS PERÍODOS FFI INDOS EM 31 DE DEZZEMBRO DE 2013 E DE 2012 ACTIVO NÃO CORRENTE

Leia mais

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 10 CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS OBTIDOS

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 10 CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS OBTIDOS NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 10 CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS OBTIDOS Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 23 Custos de Empréstimos

Leia mais

NOVA CONTABILIDADE DAS AUTARQUIAS LOCAIS

NOVA CONTABILIDADE DAS AUTARQUIAS LOCAIS CONTACTOS DAS ENTIDADES QUE INTEGRAM O Direcção-Geral das Autarquias Locais Morada: Rua José Estêvão,137, 4.º a 7.º 1169-058 LISBOA Fax: 213 528 177; Telefone: 213 133 000 E-mail: helenacurto@dgaa.pt Centro

Leia mais

Contabilização e divulgação das despesas de I & D pelas empresas. Domingos Cravo Comissão Executiva da Comissão de Normalização Contabilística

Contabilização e divulgação das despesas de I & D pelas empresas. Domingos Cravo Comissão Executiva da Comissão de Normalização Contabilística Contabilização e divulgação das despesas de I & D pelas empresas Domingos Cravo Comissão Executiva da Comissão de Normalização Contabilística 1 A necessidade da divulgação das despesas de I & D A natureza

Leia mais

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS 24 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS Os mercados de capitais na Europa e no mundo exigem informações financeiras significativas, confiáveis, relevantes e comparáveis sobre os emitentes de valores mobiliários.

Leia mais

1. O Fluxo de Caixa para á Análise Financeira

1. O Fluxo de Caixa para á Análise Financeira ANÁLISE DE FLUXOS A DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ESTGV-IPV Mestrado em Finanças Empresariais 1. O Fluxo de Caixa para á Análise Financeira A análise baseada nos fluxos visa ultrapassar algumas das limitações

Leia mais

! " # $%&' (") *+)( *+)* , " # - %. " / 012 $ )"* *+)( 012+"4 "# *+)( 012 5"5 " 6! ! " '.! " 7 . % "' *+)( $%, % " ## *++* -. - ! $ ." )+#.

!  # $%&' () *+)( *+)* ,  # - %.  / 012 $ )* *+)( 012+4 # *+)( 012 55  6! !  '.!  7 . % ' *+)( $%, %  ## *++* -. - ! $ . )+#. !! " # $%&' (") *+)( *+)*, " # %. " / 012 $ )"* *+)( 3 012+"4 "# *+)( 012 5"5 " 6!! " '.! " 7. % "' *+)(!, $%, % " ## *++*. 7! $." )+#. *+)*!! 28" *+)(. "' $%981!5": *+)(*+);!)5) *++**++

Leia mais

2.28. Benefícios dos Empregados

2.28. Benefícios dos Empregados . Modelo Geral do Sistema de Normalização Contabilística 179.8. Benefícios dos Empregados.8.1. Introdução O presente ponto é fundamentado na Norma Contabilística e de Relato Financeiro (NCRF) 8, e visa

Leia mais

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS 13.1 - Aspectos preliminares As demonstrações financeiras consolidadas constituem um complemento e não um substituto das demonstrações financeiras individuais

Leia mais

1.5. Sede da entidade-mãe Largo Cónego José Maria Gomes 4800-419 Guimarães Portugal.

1.5. Sede da entidade-mãe Largo Cónego José Maria Gomes 4800-419 Guimarães Portugal. ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DO PERÍODO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 (Montantes expressos em euros) 1. IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE 1.1. Designação da Entidade Casfig Coordenação de âmbito social

Leia mais

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional Artigo 102.º Objecto É aprovado o regime especial aplicável aos fundos de investimento imobiliário para arrendamento

Leia mais

Fundo de Investimento Imobiliário Aberto. ES LOGISTICA (CMVM nº 1024)

Fundo de Investimento Imobiliário Aberto. ES LOGISTICA (CMVM nº 1024) Relatório de Gestão ES LOGISTICA Fundo de Investimento Imobiliário Aberto Fundo de Investimento Imobiliário Aberto ES LOGISTICA (CMVM nº 1024) Relatório de Gestão Dezembro de 2008 ESAF Fundos de Investimento

Leia mais

ORA newsletter. Resumo Fiscal/Legal Março de 2012 1 Custo Amortizado Enquadramento e Determinação 2 Revisores e Auditores 6

ORA newsletter. Resumo Fiscal/Legal Março de 2012 1 Custo Amortizado Enquadramento e Determinação 2 Revisores e Auditores 6 Assuntos Resumo Fiscal/Legal Março de 2012 1 Custo Amortizado Enquadramento e Determinação 2 Revisores e Auditores 6 LEGISLAÇÃO FISCAL/LEGAL MARÇO DE 2012 Ministério da Solidariedade e da Segurança Social

Leia mais

ASSUNTO: Plano de Contas (Caixa Central e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo)

ASSUNTO: Plano de Contas (Caixa Central e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo) Instruções do Banco de Portugal Instrução nº 118/96 ASSUNTO: Plano de Contas (Caixa Central e Caixas de Crédito Agrícola Mútuo) Tendo presente as alterações introduzidas no Código do Mercado de Valores

Leia mais

DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES

DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES Perspectiva Contabilística e Fiscal Fases DISSOLUÇÃO LIQUIDAÇÃO PARTILHA Formalidades da Dissolução A dissolução deve obedecer a uma das seguintes formas: Por escritura

Leia mais

SEMINÁRIO CROWE HORWATH O CIRC E SUA ADAPTAÇÃO AO SNC. Seminário Crowe Horwath Fevereiro 2011. 2011 Crowe Horwath International

SEMINÁRIO CROWE HORWATH O CIRC E SUA ADAPTAÇÃO AO SNC. Seminário Crowe Horwath Fevereiro 2011. 2011 Crowe Horwath International SEMINÁRIO CROWE HORWATH O CIRC E SUA ADAPTAÇÃO AO SNC 1 1 APRESENTAÇÃO A revogação do POC e o novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC) Aspectos fiscais mais relevantes decorrentes da adopção do

Leia mais

1. Activos Fixos Intangíveis (IAS 38) 2. Propriedades de Investimento (IAS 40)

1. Activos Fixos Intangíveis (IAS 38) 2. Propriedades de Investimento (IAS 40) AULA 08 1. Activos Fixos Intangíveis (IAS 38) 2. Propriedades de Investimento (IAS 40) 3. Capital Próprio - Contabilidade Financeira II 2007/ 2008 2º Semestre 1 Activos Fixos Intangíveis Activo intangível:

Leia mais

II Congresso de Direito Fiscal

II Congresso de Direito Fiscal II Congresso de Direito Fiscal João de Sousa Lisboa, 11 de Outubro de 2011 Tópicos Definições de PME s; Factores fiscais discriminatórios para as PME s; Factores fiscais favoráveis às PME s; Comentários

Leia mais

Regime de Reavaliações

Regime de Reavaliações Regime de Reavaliações DL 31/98 REAVALIAÇÃO DE BENS - LEGISLAÇÃO Permite aos sujeitos passivos do IRS e do IRC reavaliar os elementos do seu activo imobilizado tangível, afectos ao exercício de uma actividade

Leia mais

ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS GOTE - SOCIEDADE DE MEDIAÇÃO DE SEGUROS, LDA

ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS GOTE - SOCIEDADE DE MEDIAÇÃO DE SEGUROS, LDA ANEXOS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANO : 2010 ÍNDICE 1 - Identificação da entidade 1.1 Dados de identificação 2 - Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras 2.1 Referencial

Leia mais

ANEXO PE, EXERCÍCIO ECONÓMICO DE 2010

ANEXO PE, EXERCÍCIO ECONÓMICO DE 2010 ANEXO PE, EXERCÍCIO ECONÓMICO DE 2010 1 Identificação da entidade 1.1 Designação da entidade APOTEC Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade 1.2 Sede Rua Rodrigues Sampaio, 50-3º-Esq. 1169-029

Leia mais

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS relativo às contas individuais do exercício de dois mil e quatro, do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, pessoa colectiva de direito público nº 500 965

Leia mais

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DEFIR ANGOLA

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DEFIR ANGOLA ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ANO : 2012 1 - Actividade 1.1 Breve descrição das actividades da empresa ÍNDICE 2 - Bases de preparação das demonstrações financeiras e derrogações 2.1 Bases de apresentação

Leia mais

Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social

Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social ANEXO para as Contas do Ano 2014 1/ IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE: 1.1 / Designação da entidade: OASIS Organização de Apoio e Solidariedade para

Leia mais

IMPARIDADE DE ACTIVOS FINANCEIROS

IMPARIDADE DE ACTIVOS FINANCEIROS BOLETIM INFORMATIVO N.º 3/2010 IMPARIDADE DE ACTIVOS FINANCEIROS ASPECTOS CONTABILÍSTICOS E FISCAIS (Esta informação contém apenas informação geral, não se destina a prestar qualquer serviço de auditoria,

Leia mais

ANEXO AO BALANÇO E DR 2014

ANEXO AO BALANÇO E DR 2014 ANEXO AO BALANÇO E DR 2014 1 IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE 1.1 Designação da entidade PATRIMÓNIO DOS POBRES DA FREGUESIA DE ÍLHAVO 1.2 Sede Av. Manuel da Maia 3830 050 Ílhavo 1.3 NIPC 500876789 1.4 Natureza

Leia mais

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PRJ - CONTABILIDADE, FISCAL. E CONSULT. GESTÃO, LDA.

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PRJ - CONTABILIDADE, FISCAL. E CONSULT. GESTÃO, LDA. SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 1 Legislação publicada: - Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho: aprova o Sistema de Normalização Contabilística; - Decreto-Lei n.º 159/2009, de 13 de Julho: altera

Leia mais

ORA newsletter. Resumo Fiscal/Legal Agosto de 2011 1 Contratos de Construção Enquadramento Contabilístico e Fiscal 2 Revisores e Auditores 7

ORA newsletter. Resumo Fiscal/Legal Agosto de 2011 1 Contratos de Construção Enquadramento Contabilístico e Fiscal 2 Revisores e Auditores 7 Assuntos Resumo Fiscal/Legal Agosto de 2011 1 Contratos de Construção Enquadramento Contabilístico e Fiscal 2 Revisores e Auditores 7 LEGISLAÇÃO FISCAL/LEGAL AGOSTO DE 2011 Ministério das Finanças - Gabinete

Leia mais

CNC CNC COMISSÃO DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA CONTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA INTRODUÇÃO DO EURO DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº21 1. INTRODUÇÃO DO EURO

CNC CNC COMISSÃO DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA CONTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA INTRODUÇÃO DO EURO DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº21 1. INTRODUÇÃO DO EURO DIRECTRIZ CONTABILÍSTICA Nº21 CONTABILIZAÇÃO DOS EFEITOS DA INTRODUÇÃO DO EURO INDICE 1. INTRODUÇÃO DO EURO 1 2. PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 3 3. DEFINIÇÕES 3 4. EFEITOS DA

Leia mais

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação Fundo Especial de Investimento Aberto CAIXA FUNDO RENDIMENTO FIXO IV (em liquidação) RELATÓRIO & CONTAS Liquidação RELATÓRIO DE GESTÃO DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS RELATÓRIO DO AUDITOR EXTERNO CAIXAGEST Técnicas

Leia mais

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007 NOTA INTRODUTÓRIA A RUMO 2020, E.M. é uma empresa pública de âmbito municipal constituída em 16 de Outubro de 2006. Tem a sua

Leia mais

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados 1. Relativo às contas individuais do exercício de dois mil e sete, do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, pessoa colectiva de direito público

Leia mais

NCRF 19 Contratos de construção

NCRF 19 Contratos de construção NCRF 19 Contratos de construção Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 11 - Contratos de Construção, adoptada pelo texto original do Regulamento

Leia mais

CONTALIVRE CONTABILIDADE, AUDITORIA E GESTÃO DE EMPRESAS,LDA CIRCULAR Nº 1/2014 IRS

CONTALIVRE CONTABILIDADE, AUDITORIA E GESTÃO DE EMPRESAS,LDA CIRCULAR Nº 1/2014 IRS CIRCULAR Nº 1/2014 Com a aprovação do orçamento do estado para o ano de 2014 publicado pela lei nº 83-C/2013 de 31/12, o governo introduziu várias alterações legislativas significativas em matérias fiscais

Leia mais

31. A DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

31. A DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA 31. A DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA A demonstração de fluxos de caixa é um mapa de fluxos que releva a entradas e as saídas de caixa, durante um exercício. A Demonstração de fluxos de caixa é estruturada

Leia mais

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 1 ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 1 ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 1 ESTRUTURA E CONTEÚDO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS

Leia mais

7. A Soc. Z efectuou, pela 1ª vez, ajustamentos em dívidas a receber ( Provisões para créditos de cobrança duvidosa), conforme quadro abaixo:

7. A Soc. Z efectuou, pela 1ª vez, ajustamentos em dívidas a receber ( Provisões para créditos de cobrança duvidosa), conforme quadro abaixo: Considere os seguintes limites fixados para os funcionários públicos (P 30-A/2008): Subsídio de Refeição (4,11 ); Transporte em automóvel próprio ( 0,39 por quilómetro). O SP A está sujeito à seguinte

Leia mais

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 20 RÉDITO

NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 20 RÉDITO NORMA CONTABILISTICA E DE RELATO FINANCEIRO 20 RÉDITO Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 18 Rédito, adoptada pelo Regulamento (CE)

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 998, DE 21 DE MAIO DE 2004

RESOLUÇÃO Nº 998, DE 21 DE MAIO DE 2004 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE RESOLUÇÃO Nº 998, DE 21 DE MAIO DE 2004 Aprova a NBC T 19.2 - Tributos sobre Lucros. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

Leia mais

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais,

O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais, RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.137/08 Aprova a NBC T 16.10 Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos em Entidades do Setor Público. O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e

Leia mais

UFCD 6222 - Introdução ao código de contas e normas contabilísticas

UFCD 6222 - Introdução ao código de contas e normas contabilísticas UFCD 6222 - Introdução ao código de contas e normas contabilísticas C O M P I L A Ç Ã O D E M A T E R I A I S Conteúdo programático Código das contas Meios Financeiros Líquidos Contas a receber e a pagar

Leia mais

ALVES RIBEIRO - INVESTIMENTOS FINANCEIROS, SGPS, S.A. ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS INDIVIDUAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 (Montantes em Euros, excepto quando expressamente indicado) 1. NOTA INTRODUTÓRIA

Leia mais

MODELOS DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBSERVAÇÕES E LIGAÇÃO ÀS NCRF. 1. Conjunto completo de demonstrações financeiras

MODELOS DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBSERVAÇÕES E LIGAÇÃO ÀS NCRF. 1. Conjunto completo de demonstrações financeiras MODELOS DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS OBSERVAÇÕES E LIGAÇÃO ÀS NCRF 1. Conjunto completo de demonstrações financeiras Nos termos do previsto no ponto 2.1.4. das Bases para a Apresentação das Demonstrações

Leia mais

------------------------------CONTABILIDADE FINANCEIRA I------------------------------

------------------------------CONTABILIDADE FINANCEIRA I------------------------------ ------------------------------CONTABILIDADE FINANCEIRA I------------------------------ Fluxos empresariais: Tipos de fluxos Perspectiva Quadros demonstrativos contabilísticos Externos: Despesas Receitas

Leia mais

Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados

Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados Introdução EXERCÍCIO DE 2009 A Empresa «ANTONIO MARQUES, CORRETOR DE SEGUROS EIRL» tem sede na Rua António José Baptista, n.º 16 2.º Dto., em Setúbal, foi

Leia mais

PASSAPORTE PARA ANGOLA

PASSAPORTE PARA ANGOLA PASSAPORTE PARA ANGOLA Samuel Fernandes de Almeida 17 e 18 de Fevereiro REGRAS GERAIS DE IMPOSTO INDUSTRIAL Incidência subjectiva Empresas com sede ou direcção efectiva em Angola e empresas com sede e

Leia mais

Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for superior ao valor líquido contábil.

Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for superior ao valor líquido contábil. Avaliação e Mensuração de Bens Patrimoniais em Entidades do Setor Público 1. DEFINIÇÕES Reavaliação: a adoção do valor de mercado ou de consenso entre as partes para bens do ativo, quando esse for superior

Leia mais

As recentes alterações das normas contabilísticas no âmbito da concentração de actividades empresariais (SNC e IFRS)

As recentes alterações das normas contabilísticas no âmbito da concentração de actividades empresariais (SNC e IFRS) As recentes alterações das normas contabilísticas no âmbito da concentração de actividades empresariais (SNC e IFRS) Por Carlos António Rosa Lopes O IASB aprovou em 2008 alterações à IFRS 3 sobre concentração

Leia mais

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 20 (R1) Custos de Empréstimos

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 20 (R1) Custos de Empréstimos COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 20 (R1) Custos de Empréstimos Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade IAS 23 (IASB BV 2011) Índice OBJETIVO 1 Item ALCANCE 2

Leia mais

ATIVO Explicativa 2012 2011 PASSIVO Explicativa 2012 2011

ATIVO Explicativa 2012 2011 PASSIVO Explicativa 2012 2011 ASSOCIAÇÃO DIREITOS HUMANOS EM REDE QUADRO I - BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO (Em reais) Nota Nota ATIVO Explicativa PASSIVO Explicativa CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa e equivalentes de caixa 4 3.363.799

Leia mais

Enquadramento Fiscal dos Advogados em. sede de IRS, IVA e segurança social

Enquadramento Fiscal dos Advogados em. sede de IRS, IVA e segurança social Enquadramento Fiscal dos Advogados em sede de IRS, IVA e segurança social Fiscalidade IVA / IRS / Segurança social Março 2015 1 IAE -Instituto dos Advogados de Empresa da Ordem dos Advogados 1 Formas de

Leia mais

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36 IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36 1 Visão geral O CPC 01 é a norma que trata do impairment de ativos ou, em outras palavras, da redução ao valor recuperável de ativos. Impairment ocorre quando

Leia mais

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS. ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS. I. BALANÇO ATIVO 111 Clientes: duplicatas a receber provenientes das vendas a prazo da empresa no curso de suas operações

Leia mais

(a) Propriedade detida por locatários que seja contabilizada como propriedade de investimento (ver NCRF 11 - Propriedades de Investimento);

(a) Propriedade detida por locatários que seja contabilizada como propriedade de investimento (ver NCRF 11 - Propriedades de Investimento); NCRF 9 Locações Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 17 - Locações, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da

Leia mais

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO

CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP. PROF. Ms. EDUARDO RAMOS. Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO CONTABILIDADE SOCIETÁRIA AVANÇADA Revisão Geral BR-GAAP PROF. Ms. EDUARDO RAMOS Mestre em Ciências Contábeis FAF/UERJ SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. PRINCÍPIOS CONTÁBEIS E ESTRUTURA CONCEITUAL 3. O CICLO CONTÁBIL

Leia mais

NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 2 REFERENCIAL CONTABILÍSTICO DE PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 2 REFERENCIAL CONTABILÍSTICO DE PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ASSOCIAÇÃO POPULAR DE PAÇO DE ARCOS Rua Carlos Bonvalot, Nº 4 Paço de Arcos Contribuinte nº 501 238 840 NOTAS ANEXAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2014 1 IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE:

Leia mais

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO: NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NO SECTOR NÃO LUCRATIVO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO: NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NO SECTOR NÃO LUCRATIVO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO: NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NO SECTOR NÃO LUCRATIVO Instituto Politécnico do Cávado e do Ave Escola Superior de Gestão 1 JUSTIFICAÇÃO DO CURSO No âmbito do processo de harmonização

Leia mais

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 701

Manual do Revisor Oficial de Contas. Directriz de Revisão/Auditoria 701 Directriz de Revisão/Auditoria 701 RELATÓRIO DE AUDITORIA ELABORADO POR AUDITOR REGISTADO NA CMVM SOBRE INFORMAÇÃO ANUAL Fevereiro de 2001 ÍNDICE Parágrafos INTRODUÇÃO 1-4 OBJECTIVO 5-6 RELATÓRIO DE AUDITORIA

Leia mais

a) Firma e sede das empresas associadas a empresas incluídas na consolidação;

a) Firma e sede das empresas associadas a empresas incluídas na consolidação; 14.5 - ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS CONSOLIDADOS I - Informações relativas às empresas incluídas na consolidação e a outras 1. Relativamente às empresas incluídas na consolidação a)

Leia mais

3 NOTAS DE ENQUADRAMENTO. Na preparação do presente código de contas teve-se em atenção o seguinte:

3 NOTAS DE ENQUADRAMENTO. Na preparação do presente código de contas teve-se em atenção o seguinte: 3 NOTAS DE ENQUADRAMENTO CONSIDERAÇÕES GERAIS Na preparação do presente código de contas teve-se em atenção o seguinte: Tomar como referência o código de contas constante do POC e proceder apenas às alterações

Leia mais

Scal - Mediação de Seguros, S. A.

Scal - Mediação de Seguros, S. A. Scal - Mediação de Seguros, S. A. Anexo às Demonstrações Financeiras Individuais para o exercício findo em 31 de Dezembro de 2014 1. Nota introdutória A Empresa Scal-Mediação de Seguros foi constituída

Leia mais

Norma contabilística e de relato financeiro 9. e divulgações apropriadas a aplicar em relação a locações financeiras e operacionais.

Norma contabilística e de relato financeiro 9. e divulgações apropriadas a aplicar em relação a locações financeiras e operacionais. Norma contabilística e de relato financeiro 9 Locações Esta Norma Contabilística e de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 17 Locações, adoptada pelo texto original

Leia mais

DC20 - Demonstração dos Resultados por Funções (1) Directriz Contabilística nº 20

DC20 - Demonstração dos Resultados por Funções (1) Directriz Contabilística nº 20 DC20 - Demonstração dos Resultados por Funções (1) Directriz Contabilística nº 20 Agosto de 1997 Índice 1. Objectivo 2. Estrutura da Demonstração 3. Conceitos Subjacentes 3.1. Vendas e prestações de serviços

Leia mais