Aula 02 LIMITAÇÕES A ATIVIDADE PROBATÓRIA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Aula 02 LIMITAÇÕES A ATIVIDADE PROBATÓRIA"

Transcrição

1 Turma e Ano: Regular 2015 / Master B Matéria / Aula: Direito Processual Penal / Aula 02 Professor: Elisa Pittaro Monitora: Kelly Soraia Aula 02 Na aula passada, eu respondi sobre o ônus probatório no processo penal e deixei a pergunta se atividade probatória do juiz é compatível ou incompatível com sistema acusatório. Talvez a dificuldade dessa pergunta não seja a pergunta em si, mas sim o que está por trás dela porque tem muita coisa mais agregada do que possa transparecer. Não existe um único modelo de sistema acusatório, acusatório é todo modelo que não é inquisitivo. Porém, atualmente existem dois principais modelos de sistemas acusatórios: 1. adversarial system (modelo americano) - também conhecido como sistema acusatório puro. Nesse sistema a produção de provas e o andamento do processo são funções exclusivas das partes, o juiz é absolutamente inerte. A obrigatoriedade da ação penal é mitigada pela adoção do sistema conhecido como "plea bargaining". 2. inquisitorial system - nesse modelo a produção de provas e o andamento do processo recaem sobre o juiz, uma vez que o processo possui um forte cunho publicista, sendo dever dos juízes estimular o contraditório. No Brasil, o nosso CPP foi elaborado em bases inquisitivas, sendo impactado por uma Constituição que adotou todos os princípios de um sistema acusatório. Porém, se por um lado é tradição no Brasil dar aos juízes uma série de poderes de iniciativa, o que nos aproxima do modelo europeu, por outro lado o nosso CPP vem sendo reformado tendo como inspiração o modelo americano. Desta forma, não podemos afirmar que essa atividade probatória do juiz é incompatível com o sistema acusatório. LIMITAÇÕES A ATIVIDADE PROBATÓRIA Por conta da crença no princípio da verdade real, existe no processo penal a ideia de que tudo é admitido no campo da prova, porém existem limitações que devem ser observadas. A crítica quanto ao princípio da verdade real é que não é possível se chegar à uma verdade real, mas no máximo à uma reconstrução histórica do fato. Apesar de existir essa crítica na Doutrina, na jurisprudência tal princípio continua sendo aplicado. O HC116301/MG fala em verdade real.

2 1ª Limitação à Atividade Probatória prova do estado civil (Art. 155, parágrafo único do CPP). Art (...) Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. 2ª Limitação à Atividade Probatória a coisa julgada, salvo nas hipóteses de revisão criminal (art. 621, CPP). Art A revisão dos processos findos será admitida: I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. 3ª Limitação à Atividade Probatória nos crimes falimentares o juiz criminal não pode discutir a validade da sentença que decretou a quebra. Qual é a natureza jurídica da decisão que decreta a falência? Essa sentença possui natureza de condição objetiva de punibilidade, ou seja, o crime com seus três elementos constitutivos já ocorreu, porém só surgirá para o Estado o direito de punir se esse acontecimento futuro e incerto vier a ocorrer. 4ª Limitação à Atividade Probatória a prova ilícita (prova defesa ou vedada) Atenção: fazer remissão do art. 5, inciso LVI, CF para o art. 157, CPP e vice-versa. Quando a gente fala em prova ilícita, normalmente a sua natureza é lícita, mas a prova como foi obtida para o processo a transforma em prova ilícita. Ex: confissão. Existem algumas provas que são originariamente ilícitas e, sendo assim, em regra não podem ser utilizadas nem pro reo, pois são provas que ferem a dignidade da pessoa humana, que ferem a racionalidade, ferem a liberdade moral do acusado (ex: prova baseada em crença sobrenatural - carta psicografada - detector de mentiras, soro da verdade). Logo, normalmente, a ilicitude de uma prova surge quanto à forma como ela ingressa no processo penal, porém existem provas que são originariamente ilícitas e não podem ser utilizadas nem pro reo. Frederico Marques usa a expressão "provas científicas", apesar dos seus resultados serem duvidosos. São aquelas provas baseadas em crença sobrenatural, soro da verdade, detector de

3 mentiras, etc. Essas provas não podem ser admitidas pois violam a liberdade moral do acusado, a racionalidade, a sua dignidade. Existem alguns precedentes na jurisprudência admitindo a utilização de carta psicografada no plenário do júri, tendo como amparo a plenitude de defesa. A proibição de provas ilícitas no processo penal é absoluta? Pro reo doutrina e jurisprudência admitem, divergindo apenas em relação à fundamentação. Para Afrânio e Rangel, o réu estaria agindo em estado de necessidade que é uma excludente de ilicitude. Para o STF, ela deve ser admitida por conta do princípio da proporcionalidade, pois devemos ponderar entre a proibição de provas ilícitas e a ampla defesa, a liberdade individual, prestigiando as últimas. É possível prova ilícita contra o réu? Posição amplamente majoritária: A utilização de provas ilícitas era um resquício do modelo inquisitivo, com a adoção do sistema acusatório ela não pode ser mais utilizada no processo penal. Ademais, tratando-se de uma garantia individual, a sua aplicação deve ser a mais ampla possível. Posição muito minoritária (Polastra e Capez): Nenhuma garantia constitucional tem valor absoluto de forma a aniquilar outra que tenha o mesmo valor. Desta forma, em crimes graves que violem bens constitucionalmente protegidos ela deve ser admitida (ex: vida, dignidade sexual, etc.). PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO São aquelas provas lícitas em si mesmas, porém obtidas a partir de um fato ilícito. A atual redação do art. 157 do CPP também considera essa prova ilícita. Art São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. Existem várias teorias desenvolvidas nos EUA que tentam aproveitar a prova derivada, considerando-a lícita. O nosso CPP adotou duas delas de forma confusa no art. 157, 1 e 2. 1ª teoria Teoria da Fonte Absolutamente Independente: não haverá contaminação se a prova derivada puder ser obtida através de uma outra fonte que não tenha qualquer relação com a prova ilícita. Ex¹: interceptação telefônica feita de forma ilícita e, concomitantemente, uma interceptação telefônica autorizada judicialmente. O resultado obtido poderá ser utilizado em razão da interceptação autorizada, apesar de existir uma interceptação ilegal. Ex²: um indivíduo que é torturado para dizer onde se encontra a arma do crime e, diante disso, ele diz, mas ao mesmo tempo a vítima recobra a consciência, aponta o indivíduo como autor do crime e aponta o local do crime, onde a arma é encontrada.

4 2ª teoria Teoria da Descoberta Inevitável: não haverá contaminação se as autoridades conseguirem chegar àquela mesma conclusão através dos trâmites típicos e de praxe de uma investigação. Ex: uma pessoa está desaparecida e foi vista pela última vez com um indivíduo. Se este indivíduo foi torturado para dizer onde se encontra o cadáver e este se encontra na casa dela, isso não será uma prova ilícita, pois os agentes policiais iriam na casa dela e o próprio odor da decomposição acabaria atraindo a atenção. Art São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº , de 2008) 1º. São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 2º. Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. PROCEDIMENTO PROBATÓRIO São todas as etapas que uma prova deve percorrer. 1 passo proposição: é a indicação da prova pela parte. 2 passo admissão: ela ocorre quando o juiz permite o ingresso dessa prova no processo. 3 passo produção: é o contraditório feito pela parte contrária. 4 passo valoração: ocorre quando o juiz utiliza essa prova como fundamento na sua decisão. O que a Constituição e o CPP proíbem é o ingresso dessa prova no processo, porém se ela ingressar, o art. 157 estabelece que ela deve ser desentranhada. Se isso também não acontecer, o juiz não poderá fundamentar a sua decisão com base nessa prova sob pena de anular o processo. QUESTÕES POLÊMICAS É possível a apreensão e utilização de lixo como prova no processo penal? Tudo que é expelido ou abandonado pelo ser humano pode ser validamente apreendido e periciado sem qualquer ofensa ao princípio da legalidade ou intimidade. É possível a violação de correspondência de preso? Apesar da Constituição não excepcionar o sigilo das correspondências, a jurisprudência admite a violação de cartas de presos, pois além deles já terem violado uma série de garantias individuais, a medida se justificaria inclusive por questões de segurança do estabelecimento prisional.

5 CPI pode quebrar o sigilo bancário ou fiscal de um investigado? Tratando-se de CPI federal, é possível, pois o art. 58, 3 da Constituição autoriza expressamente. Art. 58 (...) 3º. As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Porém, a dúvida surge em relação às CPIs estaduais. Os argumentos contrários a essa quebra seriam a ausência de previsão expressa da aptidão para requerer informações protegidas pelo sigilo fiscal e o temor de que essa extensão poderia trazer risco a garantia individual do sigilo. O STF no julgamento da ACO 730, em votação apertada, admitiu essa quebra fundamentando que a impossibilidade acabaria violando o modelo do pacto federativo. A questão voltou a ser discutida na ACO 1281, que acabou perdendo o objeto uma vez que a CPI que a originou havia se encerrado. Quando o Bacen se deparar com irregularidades em determinada movimentação financeira ele pode encaminhar cópias e comunicar o fato ao MP? Os Ministros do STF se dividem sobre a questão. Para alguns, o Bacen deve apenas informar as irregularidades, mas sem enviar ao MP cópias de extrato e movimentação financeira, pois isso implica em quebra de sigilo o que exigiria prévia ordem judicial. Para outros, de nada adiantaria essa fiscalização se diante de eventuais irregularidades não pudesse comunicar ao membro do MP. Aqui se encerra a Teoria Geral da Prova.

- TEORIA GERAL DA PROVA. O juiz pode produzir provas no processo penal? É compatível com o sistema acusatório?

- TEORIA GERAL DA PROVA. O juiz pode produzir provas no processo penal? É compatível com o sistema acusatório? Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 02 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Teoria Geral da Prova: Limitações à atividade probatória; Prova Ilícita; Prova Ilícita por Derivação:

Leia mais

Conteúdo: Inviolabilidades Constitucionais: Inviolabilidade do Domicílio; Inquérito Policial: Conceito; Natureza Jurídica; Características.

Conteúdo: Inviolabilidades Constitucionais: Inviolabilidade do Domicílio; Inquérito Policial: Conceito; Natureza Jurídica; Características. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 03 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Inviolabilidades Constitucionais: Inviolabilidade do Domicílio; Inquérito Policial: Conceito; Natureza

Leia mais

O USO DE PROVAS ILICITAS EM PROCESSOS

O USO DE PROVAS ILICITAS EM PROCESSOS O USO DE PROVAS ILICITAS EM PROCESSOS Gonçalves, Tuany Caroline¹ Magalhães, Taynara Cristina ² Oliveira, Ariane F.³ Introdução Este trabalho tem como objetivo apresentar o uso de Provas ilícitas nos processos

Leia mais

PROCESSO PENAL I 3ª - Part r e Pro r f o e f ss s o s r o : r :Ru R b u ens s Co C r o r r e r ia a Jun u ior

PROCESSO PENAL I 3ª - Part r e Pro r f o e f ss s o s r o : r :Ru R b u ens s Co C r o r r e r ia a Jun u ior I 3ª -Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 I Princípios 2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: Os Princípios são considerados a base interpretativa das normas. Traça as diretrizes constitucionais que devem

Leia mais

Direito Processual. Penal. Provas

Direito Processual. Penal. Provas Direito Processual Penal Provas Provas Conceito: é tudo aquilo que é introduzido no processo com o fim de servir de elemento para a formação da convicção do juiz. Provas Art. 155, CPP O juiz formará sua

Leia mais

Aula 14. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (art. 609, parágrafo único, CPP)

Aula 14. EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (art. 609, parágrafo único, CPP) Turma e Ano: Regular 2015 / Master B Matéria / Aula: Direito Processual Penal / Aula 14 Professor: Elisa Pittaro Monitora: Kelly Soraia Aula 14 EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (art. 609, parágrafo

Leia mais

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Teoria Geral da Prova. Gustavo Badaró. aulas de

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Teoria Geral da Prova. Gustavo Badaró. aulas de Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Teoria Geral da Prova Gustavo Badaró aulas de 25.10.2016 01.11.2016 PLANO DA AULA 1. Processo penal e busca da verdade 2. Conceitos e significados 3. Meios

Leia mais

- Procedimento Juizados Especiais (Lei 9.099) Qual o recurso cabível da decisão que não homologa a transação penal?

- Procedimento Juizados Especiais (Lei 9.099) Qual o recurso cabível da decisão que não homologa a transação penal? Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 16 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Lei 9.099: Audiência Preliminar; Audiência de Instrução e Julgamento; Recursos; Suspensão Condicional

Leia mais

Direito Processual Penal. Prova. CFSd

Direito Processual Penal. Prova. CFSd Direito Processual Penal Prova CFSd Da Prova Teoria Geral Sistemas de Valoração da Prova - Sistema legal; - Sistema da íntima convicção e - Sistema da persuasão racional ou da convencimento racional, livre

Leia mais

TEORIA GERAL DA PROVA II

TEORIA GERAL DA PROVA II TEORIA GERAL DA PROVA II MEIOS DE PROVA E SUA ADMISSIBILIDADE - MEIO DE PROVA: é tudo quanto possa servir, direta ou indiretamente, à comprovação da verdade que se procura no processo. - CPP prevê: exame

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Processual Penal. Período

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. Direito Processual Penal. Período CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Magistratura Estadual Período 2008 2016 1) FCC - JUIZ ESTADUAL - TJGO (2012) Em relação à prova no processo penal, é correto afirmar que a) não sendo possível o exame de

Leia mais

Conteúdo: Prisão Temporária: Contagem do Prazo; Rol de Crimes; Recurso do Indeferimento. Nulidades: Conceito; Espécies; Princípios.

Conteúdo: Prisão Temporária: Contagem do Prazo; Rol de Crimes; Recurso do Indeferimento. Nulidades: Conceito; Espécies; Princípios. Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 10 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Prisão Temporária: Contagem do Prazo; Rol de Crimes; Recurso do Indeferimento. Nulidades: Conceito;

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Poder Legislativo Comissões Parlamentares e Comissões Parlamentares de Inquérito Parte 2 Profª. Liz Rodrigues - Comissões Parlamentares de Inquérito: Art. 58, 3º, CF/88: As comissões

Leia mais

TEORIA GERAL DA PROVA

TEORIA GERAL DA PROVA TEORIA GERAL DA PROVA CLAUDIA SERPA LISTA DE TRANSMISSÃO: 21 96671-6736 CONCEITO DE PROVA Prova é o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz e por terceiros destinados a formar a convicção judicial

Leia mais

Aula 01. Deste modo, o juiz pode condenar alguém com base nos elementos do inquérito policial?

Aula 01. Deste modo, o juiz pode condenar alguém com base nos elementos do inquérito policial? Turma e Ano: Regular 2015 Master B Matéria / Aula: Direito Processual Penal - Aula 01 Professor: Elisa Pittaro Monitora: Kelly Soraia Aula 01 Vamos começar o segundo módulo do nosso curso de Processo Penal.

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL III. AULAS ABRIL E MAIO DE 2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA

DIREITO PROCESSUAL PENAL III. AULAS ABRIL E MAIO DE 2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA DIREITO PROCESSUAL PENAL III AULAS ABRIL E MAIO DE 2015 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com PROCEDIMENTO SUMÁRIO - Regulado no Capítulo V, do Título II, do Livro II (arts. 531

Leia mais

Direito. Processual Penal. Ações de Impugnação

Direito. Processual Penal. Ações de Impugnação Direito Processual Penal Ações de Impugnação Art. 647 CPP: Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo

Leia mais

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Revisão Criminal. Gustavo Badaró aula de

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Revisão Criminal. Gustavo Badaró aula de Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Revisão Criminal Gustavo Badaró aula de 10.11.2015 PLANO DA AULA 1. Noções gerais 2. Condições da ação 3. Pressupostos processuais 4. Procedimento 1. NOÇÕES

Leia mais

Direito Constitucional

Direito Constitucional Direito Constitucional Das Comissões (Art. 058) Professor André Vieira www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Constitucional Seção VII DAS COMISSÕES Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão COMISSÕES

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Poder Legislativo Prof. Alexandre Demidoff Comissões permanentes e comissões temporárias Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas

Leia mais

Direito Processual Penal. Aula demonstrativa. Prof. Aurélio Casali

Direito Processual Penal. Aula demonstrativa. Prof. Aurélio Casali Direito Processual Penal Aula demonstrativa Prof. Aurélio Casali 1 (SEJUS/PI 2017) Quanto a lei processual no tempo, marque a alternativa CORRETA. a) Um processo que tiver sido encerrado sob a vigência

Leia mais

AULA 21. Quando falamos em destinatários da prova, a doutrina apresenta dois destinatários da prova. O destinatário direto e o destinatário indireto.

AULA 21. Quando falamos em destinatários da prova, a doutrina apresenta dois destinatários da prova. O destinatário direto e o destinatário indireto. Turma e Ano: Master A (2015) 29/06/2015 Matéria / Aula: Direito Processual Civil / Aula 21 Professor: Edward Carlyle Silva Monitor: Alexandre Paiol AULA 21 CONTEÚDO DA AULA: Teoria Geral das provas. Destinatário

Leia mais

PROVAS ILÍCITAS. AnnyCarolini MARTINS 1. Roberta da Silva Ramos RADTKE 2 RESUMO

PROVAS ILÍCITAS. AnnyCarolini MARTINS 1. Roberta da Silva Ramos RADTKE 2 RESUMO PROVAS ILÍCITAS AnnyCarolini MARTINS 1 Roberta da Silva Ramos RADTKE 2 RESUMO As Provas Ilícitas são provas que não são obtidas de uma forma ou maneira correta. Produzir algo que na sua forma concreta

Leia mais

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA Princípios Devido Processo Legal Juiz Natural PRINCÍPIOS IMPORTANTES Ampla Defesa Presunção de Inocência Aplicação da lei processual Art. 2º,

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas Declarações do Ofendido (Parte 1) Profa. Letícia Delgado Do Ofendido: Art. 201, CPP (redação dada pela Lei 11690/08). Título VII, Capítulo V, CPP. Conceito: segundo

Leia mais

Promotor que atuou no inquérito pode ser arrolado como testemunha?

Promotor que atuou no inquérito pode ser arrolado como testemunha? Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 04 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Prova Testemunhal: Dispensa, Testemunha Sigilatária, Deveres da Testemunha, Forma de Inquirição, Oitiva

Leia mais

- Inquérito Policial (cont.) -

- Inquérito Policial (cont.) - Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 06 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Inquérito Policial: Desarquivamento; Ação Penal: Conceito; Classificação; Princípios da Ação Penal

Leia mais

l. TEORIA GERAL DA PROVA... 15

l. TEORIA GERAL DA PROVA... 15 STJ00091460 SUMÁRIO APRESENTAÇAO À 2. a EDIÇAo............. 5 APRESENTAÇAO À 1. a EDIÇAo................ 7 l. TEORIA GERAL DA PROVA.................................... 15 1.1 Conceito........................

Leia mais

Se a Constituição presume que o réu é inocente até o trânsito em julgado, ele deve ser tratado como tal, o que repercute nas prisões cautelares

Se a Constituição presume que o réu é inocente até o trânsito em julgado, ele deve ser tratado como tal, o que repercute nas prisões cautelares Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 02 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Princípios: - Presunção de Inocência: Regra de Tratamento; - Juiz Natural; - Promotor Natural; Inviolabilidades

Leia mais

PRINCÍPIO = começo; ideia-síntese

PRINCÍPIO = começo; ideia-síntese PRINCÍPIOS INFORMADORES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL PRINCÍPIO = começo; ideia-síntese os princípios da política processual de uma nação não são outra coisa senão os segmentos de sua política (ética) estatal

Leia mais

Continuação - aula princípios

Continuação - aula princípios Continuação - aula princípios Isso não significa, entretanto, que as partes podem ser tratadas diferentemente. Justamente com o objetivo de compensar eventuais desigualdades, suprindo o desnível da parte

Leia mais

Conteúdo: Princípios do Processo Penal: Dignidade; Ampla Defesa; Presunção de Inocência. - BIBLIOGRAFIA -

Conteúdo: Princípios do Processo Penal: Dignidade; Ampla Defesa; Presunção de Inocência. - BIBLIOGRAFIA - Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 01 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Princípios do Processo Penal: Dignidade; Ampla Defesa; Presunção de Inocência. - BIBLIOGRAFIA - CESPE

Leia mais

Aula 03. O que é a remição prevista na LEP a partir do art. 126? Remição é o abatimento na pena privativa de liberdade pelo trabalho ou pelo estudo.

Aula 03. O que é a remição prevista na LEP a partir do art. 126? Remição é o abatimento na pena privativa de liberdade pelo trabalho ou pelo estudo. Turma e Ano: Execução Penal / 2016 Matéria / Aula: Execução de Pena de Multa / Aula 03 Professor: Elisa Pittaro Monitora: Kelly Silva Aula 03 O que é a remição prevista na LEP a partir do art. 126? Remição

Leia mais

AULA 06. O artigo 7º da lei de 51 é compatível com a constituição?

AULA 06. O artigo 7º da lei de 51 é compatível com a constituição? Turma e Ano: regular/2015 Matéria / Aula: Processo Penal Professora: Elisa Pitarro AULA 06 Continuação de Inquérito Policial Se o juiz discordar do pedido de arquivamento ele deverá aplicar o artigo 28

Leia mais

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM 1ª QUESTÃO José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de receptação (Art. 180 do Código Penal pena: 01 a 04 anos de reclusão

Leia mais

PERSECUÇÃO PENAL INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ACUSAÇÃO CRIMINAL

PERSECUÇÃO PENAL INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ACUSAÇÃO CRIMINAL PERSECUÇÃO PENAL INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ACUSAÇÃO CRIMINAL INVESTIGAÇÃO CRIMINAL Polícia judiciária Procedimento inquisitivo Ausência de partes Contraposição de interesses Dupla função FUNÇÕES DA INVESTIGAÇÃO

Leia mais

Aula 28. Prova Testemunhal (cont.)

Aula 28. Prova Testemunhal (cont.) Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Objetivo Aula: Direito Processual Penal Objetivo - 28 Professor(a): Elisa Pittaro Monitor(a): Dayane Vieira Carlos Aula 28 Prova Testemunhal (cont.) As testemunhas

Leia mais

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. -Prova vedada, defesa ou proibida x prova admitida ou genética

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. -Prova vedada, defesa ou proibida x prova admitida ou genética AULA AO VIVO PROVAS ILÍCITAS Art. 5º da CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento penal Procedimento Especial dos Crimes de Competência do Parte 5 Prof. Gisela Esposel - Dos debates: - Concluída a instrução iniciam-se os debates - Inicialmente será

Leia mais

Aula nº 11. Informações bancárias diretamente das instituições financeiras

Aula nº 11. Informações bancárias diretamente das instituições financeiras Página1 Curso/Disciplina: Direito Constitucional Objetivo Aula: Art. 5 o XII CF/88 - Inviolabilidade do Sigilo de Correspondências Professor: Luís Alberto Monitora: Vanessa Alves Aula nº 11 1. ART. 5 O

Leia mais

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se. eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se. eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos. Art. 45. A Câmara

Leia mais

Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Objetivo Aula: 58 Professor(a): Elisa Pittaro Monitor(a): Ricardo Patrick Alvarenga de Melo. Aula nº.

Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Objetivo Aula: 58 Professor(a): Elisa Pittaro Monitor(a): Ricardo Patrick Alvarenga de Melo. Aula nº. Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Objetivo Aula: 58 Professor(a): Elisa Pittaro Monitor(a): Ricardo Patrick Alvarenga de Melo Aula nº. 58 TEORIA GERAL DOS RECURSOS Conceito de recurso: É um meio

Leia mais

DIREITO PENAL. Lei da Interceptação Telefônica. Lei nº 9.296/1996. Prof.ª Maria Cristina.

DIREITO PENAL. Lei da Interceptação Telefônica. Lei nº 9.296/1996. Prof.ª Maria Cristina. DIREITO PENAL Lei da Interceptação Telefônica. Lei nº 9.296/1996. Prof.ª Maria Cristina. - Lei 9.296/1996 regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5º da CF. XII - é inviolável o sigilo da correspondência

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO PROCESSUAL CIVIL Parte 6 Prof(a). Bethania Senra Prova ilícita negocial: A prova ilícita é aquela que contraria norma jurídica e, tal norma, pode ser um negócio jurídico. É possível que as partes

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Recursos Criminais Apelação Prof. Gisela Esposel - Previsão legal: artigo 593 a 603 do CPP Apelação - Apelação significa dirigir a palavra, do latim appellatio. Autoriza a revisão

Leia mais

IVAN ITO MESSIAS DE OLIVEIRA JÚNIOR PROVA ILÍCITA-INADMISSIBILIDADE RELATIVA

IVAN ITO MESSIAS DE OLIVEIRA JÚNIOR PROVA ILÍCITA-INADMISSIBILIDADE RELATIVA IVAN ITO MESSIAS DE OLIVEIRA JÚNIOR PROVA ILÍCITA-INADMISSIBILIDADE RELATIVA RECIFE- 2002 Quebra de página UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br As alterações ocorridas pela Lei nº 11.690/2008 Dr. Rodrigo Vieira * Diante da publicação da Lei nº 11.690 no DOU na data de 10.06.2008, essa entrará em vigor no dia 09.08.2008,

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA - PR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA - PR EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA - PR Processo nº 5008762-24.2017.4.04.7000/PR CARLOS EDUARDO CAIRO GUIMARÃES, já qualificado nos autos em epígrafe,

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 5 Inquérito policial (arts. 4º a 23 do cpp) 5.1 Conceito

SUMÁRIO. Capítulo 5 Inquérito policial (arts. 4º a 23 do cpp) 5.1 Conceito SUMÁRIO Introdução Capítulo 1 PRINCÍPIOS INFORMADORES DO PROCESSO PENAL 1.1 Devido processo legal (due process of law) ou justo processo 1.2 Publicidade dos atos processuais 1.3 Presunção de inocência,

Leia mais

SUMÁRIO. Limites à persuasão racional do juiz e seu caráter relativo (inquérito policial)

SUMÁRIO. Limites à persuasão racional do juiz e seu caráter relativo (inquérito policial) SUMÁRIO 1. TEORIA GERAL DA PROVA 1.1 Conceito 1.2 Sentidos da prova e suas espécies 1.3 Finalidade e objeto da prova Finalidade da prova e verdade processual 1.4 Sistemas de avaliação da prova 1.4.1 Disciplina

Leia mais

Aula 09 FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA

Aula 09 FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA Turma e Ano: Regular 2015 / Master B Matéria / Aula: Direito Processual Penal / Aula 09 Professor: Elisa Pittaro Monitora: Kelly Soraia Aula 09 FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA 1º Garantia da ordem pública;

Leia mais

PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL

PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL PRINCÍPIOS NO PROCESSO PENAL DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA IGUALDADE DAS PARTES AMPLA DEFESA ART. 5º, LV - POSSIBILIDADE DE OS ACUSADOS USAREM TODOS OS MEIOS DE PROVA EM BENEFÍCIO

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da Liberdade Provisória Medidas cautelares pessoais: normas fundamentais, pressupostos e - Parte I Prof. Gisela Esposel - O Código de processo penal contempla medidas

Leia mais

STJ LUIZ FLÁVI GOMES SilO MACIEL I T T L F. 3. a edição revista, atualizada e ampliada THOMSON REUTERS REVISTADOS TRIBUNAIS'

STJ LUIZ FLÁVI GOMES SilO MACIEL I T T L F. 3. a edição revista, atualizada e ampliada THOMSON REUTERS REVISTADOS TRIBUNAIS' LUIZ FLÁVI GOMES SilO MACIEL I T T L F I 3. a edição revista, atualizada e ampliada THOMSON REUTERS REVISTADOS TRIBUNAIS' INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA Comentários à Lei 9.296, de 24.07.1996 3. a edição revista,

Leia mais

Ele é instaurado com o requerimento da vítima, que não interrompe o prazo decadencial para o oferecimento da queixa.

Ele é instaurado com o requerimento da vítima, que não interrompe o prazo decadencial para o oferecimento da queixa. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 05 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Inquérito Policial: Instauração do IP - Ação Penal Privada; Diligências Investigatórias; Indiciamento;

Leia mais

É ca c r a ac a t c e t r e iz i ad a o p l e a l co c n o c n e c n e t n r t aç a ã ç o d po p d o e d r e na n s

É ca c r a ac a t c e t r e iz i ad a o p l e a l co c n o c n e c n e t n r t aç a ã ç o d po p d o e d r e na n s SISTEMAS DE PROCESSO PENAL SISTEMA INQUISITO É caracterizado pela concentração de poder nas mãos do julgador, que exerce, também, a função de acusador; a confissão do réu é considerada a rainha das provas;

Leia mais

Aula 03. INQUÉRITO POLICIAL (continuação)

Aula 03. INQUÉRITO POLICIAL (continuação) Turma/Ano: Direito Processual Penal (2015) Matéria/Data: Características e Formas de Instauração do Inquérito (30/01/15) Professor: Elisa Pittaro Monitora: Márcia Beatriz Aula 03 INQUÉRITO POLICIAL (continuação)

Leia mais

- Jurisdição - Competência é o limite dentro do qual juízes e tribunais exercem jurisdição.

- Jurisdição - Competência é o limite dentro do qual juízes e tribunais exercem jurisdição. Turma e Ano: Flex A (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 09 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Princípios da Jurisdição: Aderência. Competência: Natureza Jurídica; Competência Absoluta x Relativa;

Leia mais

Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 14 Professor (a): Luis Alberto Monitor (a): Beatriz Assef. Aula 14

Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 14 Professor (a): Luis Alberto Monitor (a): Beatriz Assef. Aula 14 Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 14 Professor (a): Luis Alberto Monitor (a): Beatriz Assef Aula 14 1. Teoria da Inadmissibilidade da prova ilícita Prova ilegal: gênero. Prova ilícita

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da liberdade provisória Liberdade provisória e fiança Parte 1 Prof. Thiago Almeida . Espécie de medida cautelar (CPP, art. 319, VIII) Liberdade provisória e fiança.

Leia mais

Princípios do Processual Penal

Princípios do Processual Penal CURSO Delegado de Polícia Civil do Estado do Pará Nº 02 DATA 12/08/2016 DISCIPLINA Direito Processual Penal PROFESSOR Rodrigo Bello MONITORA Marcela Macedo AULA 02 Princípios do Processual Penal Princípios

Leia mais

O processo penal é um instrumento de. determinado fato histórico...

O processo penal é um instrumento de. determinado fato histórico... TEORIA GERAL DA PROVA NO PROCESSO PENAL O processo penal é um instrumento de retrospecção, de reconstrução aproximativa de um determinado fato histórico... as provas são os meios através dos quais se fará

Leia mais

Súmula 18 STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.

Súmula 18 STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório. Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 18 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Revisão Criminal: Questões Polêmicas. Habeas Corpus: Conceito, Espécies, Condições da Ação, Questões

Leia mais

4 PODER LEGISLATIVO 4.1 PERDA DOS MANDATOS DOS PARLAMENTARES CONDENADOS CRIMINALMENTE 14, 3º, II,

4 PODER LEGISLATIVO 4.1 PERDA DOS MANDATOS DOS PARLAMENTARES CONDENADOS CRIMINALMENTE 14, 3º, II, 4 PODER LEGISLATIVO 4.1 PERDA DOS MANDATOS DOS PARLAMENTARES CONDENADOS CRIMINALMENTE Se uma pessoa perde ou tem suspensos seus direitos políticos, a consequência disso é que ela perderá o mandato eletivo

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas (Parte I) Profª. Letícia Delgado 1)Previsão: Capítulo XI, título VII - (art. 240 a 250 do CPP). 2)Prova: todo e qualquer elemento capaz de influir no convencimento do

Leia mais

CPI PODERES DE INVESTIGAÇÃO

CPI PODERES DE INVESTIGAÇÃO CPI PODERES DE INVESTIGAÇÃO * Rodrigo Pereira Serafim ** Vânia Maria Bemfica Guimarães Coelho 1 Resumo O presente trabalho foi feito com o intento de mostrar a importância das comissões parlamentares de

Leia mais

Aspectos Gerais. Medidas cautelares

Aspectos Gerais. Medidas cautelares Aspectos Gerais. O OBJETIVO DESSE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SERÁ A APRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS GERAIS DAS MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS DIVERSAS DA PRISÃO, APLICADAS PELO MAGISTRADO Medidas cautelares

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direito à Privacidade Parte 3 Profª. Liz Rodrigues - Comunicações telefônicas: diferentemente das outras formas de comunicação, esta é instantânea e não deixa

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL Aula 06. Instituto de Gestão, Economia e Políticas Públicas - IGEPP Prof. Leo van Holthe

DIREITO CONSTITUCIONAL Aula 06. Instituto de Gestão, Economia e Políticas Públicas - IGEPP Prof. Leo van Holthe DIREITO CONSTITUCIONAL Aula 06 Instituto de Gestão, Economia e Políticas Públicas - IGEPP Prof. Leo van Holthe 1 Ampla defesa Súmula Vinculante 3 do STF: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União

Leia mais

Sumário CAPÍTULO I CAPÍTULO II

Sumário CAPÍTULO I CAPÍTULO II Sumário CAPÍTULO I Introdução ao processo penal... 17 1. Conceito e função do processo penal... 17 2. Ação. Processo. Procedimento... 18 3. Princípios do processo penal... 19 3.1. Devido processo legal...

Leia mais

PROCESSO PENAL. Profª Priscila Souto

PROCESSO PENAL. Profª Priscila Souto PROCESSO PENAL Profª Priscila Souto Mãe, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Penal e Processo Penal, Advogada, Professora, Palestrante e Escritora. @prof.priscila.souto fb.com/prof.priscila.souto

Leia mais

PODER LEGISLATIVO PODER LEGISLATIVO PODER LEGISLATIVO DIVISÃO DE FUNÇÕES ESTATAIS ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ESTUDO DOS PODERES SEPARAÇÃO DE PODERES

PODER LEGISLATIVO PODER LEGISLATIVO PODER LEGISLATIVO DIVISÃO DE FUNÇÕES ESTATAIS ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ESTUDO DOS PODERES SEPARAÇÃO DE PODERES ORGANIZAÇÃO DOS PODERES SEPARAÇÃO DE PODERES ART. 2.º,, DA CF/88: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,, o Executivo e o Judiciário rio. FUNÇÕES LEGISLATIVA EXECUTIVA

Leia mais

Prof. Rodrigo Capobianco

Prof. Rodrigo Capobianco Prof. Rodrigo Capobianco AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO REVISÃO CRIMINAL A revisão criminal é uma ação de impugnação exclusiva da defesa Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, o condenado por si só

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direitos Constitucionais Penais e Garantias Const. do Processo Parte 4 Profª. Liz Rodrigues - Art. 5º, LXIV, CF/88: o preso tem direito à identificação dos responsáveis

Leia mais

Aula nº 09. Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 - Exercícios Comentados

Aula nº 09. Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 - Exercícios Comentados Página1 Curso/Disciplina: Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula: Juizados Especiais Criminais Objetivo Aula 09 Professor(a): Elisa Pittaro Monitor(a): Analia Freitas Aula nº 09. Juizados Especiais

Leia mais

A questão baseia-se na literalidade do art. 283, 284 e 285 do CPP:

A questão baseia-se na literalidade do art. 283, 284 e 285 do CPP: Cargo: S01 - AGENTE DE POLÍCIA CIVIL Disciplina: Noções de Direito Processual Penal Questão Gabarito por extenso Justificativa A questão baseia-se na literalidade do art. 283, 284 e 285 do CPP: Conclusão

Leia mais

Postulado de Reserva Constitucional de Jurisdição

Postulado de Reserva Constitucional de Jurisdição Postulado de Reserva Constitucional de Jurisdição Erica Carine Lima Zafalon Especialista em Direito Penal e Processual Penal pela UNILAGO/SP Advogada/SP Docente da UNILAGO/SP Marcella Cristina Brazão Silva

Leia mais

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA RESOLUÇÃO 213/15 RESOLUÇÃO Nº 213/15 - CNJ Art. 1º Determinar que toda pessoa presa em flagrante delito, independentemente da motivação ou natureza

Leia mais

Direito. Processual Penal. Princípios

Direito. Processual Penal. Princípios Direito Processual Penal Princípios Princípios Princípios são os núcleos norteadores de um sistema. Os princípios orientam a interpretação das regras. Princípio do Contraditório Consiste na possibilidade

Leia mais

Aula nº ART. 5 O XII Inviolabilidade do Sigilo de Correspondência

Aula nº ART. 5 O XII Inviolabilidade do Sigilo de Correspondência Curso/Disciplina: Direito Constitucional Objetivo Aula: Art. 5 o XII CF/88 - Inviolabilidade do Sigilo de Correspondências Professor: Luis Alberto Monitora: Vanessa Alves Aula nº 10 1. ART. 5 O XII Inviolabilidade

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam:

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam: PLANO DE ENSINO CURSO: Direito PERÍODO: 6º Semestre DISCIPLINA: Provas Processuais Penais CARGA HORÁRIA SEMANAL: 1,5 horas/aula CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 30 horas/aula I EMENTA Prisão. Liberdade provisória.

Leia mais

Provas 1. Ano: Banca: Órgão: Prova:

Provas 1. Ano: Banca: Órgão: Prova: 1. Ano: 2016 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Prova: Promotor de Justiça - Matutina A teoria dos frutos da árvore envenenada, de origem norte-americana, encontra-se prevista no art. 157, 1º, do Código de Processo

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento Penal Sentença e Coisa Julgada Parte II Prof. Gisela Esposel - Princípio da Correlação, adstrição ou congruência entre a acusação e a sentença - O juiz deverá julgar

Leia mais

TÓPICOS PARA A CORRECÇÃO DO EXAME ESCRITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL DE 12/09/2016 ÉPOCA DE FINALISTAS

TÓPICOS PARA A CORRECÇÃO DO EXAME ESCRITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL DE 12/09/2016 ÉPOCA DE FINALISTAS TÓPICOS PARA A CORRECÇÃO DO EXAME ESCRITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL DE 12/09/2016 ÉPOCA DE FINALISTAS Questão n.º 1 (5 valores) A resposta deverá ser negativa. A suspensão provisória do processo, prevista

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Recursos embargos de declaração Cabem embargos de declaração (ou declaratórios) da sentença ou acórdão omisso, contraditório, ambíguo, obscuro Recursos

Leia mais

CPI estadual pode quebrar sigilo bancário e fiscal sem ordem judicial?

CPI estadual pode quebrar sigilo bancário e fiscal sem ordem judicial? Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 03 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Questões Polêmicas: Interceptação Telefônica - Degravação Parcial; Prazo. CPI. Quebra de sigilo de

Leia mais

Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 09 Professor (a): Luís Alberto Monitor (a): Fabiana Pimenta. Aula 09

Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 09 Professor (a): Luís Alberto Monitor (a): Fabiana Pimenta. Aula 09 Página1 Curso/Disciplina: Noções de Direito Constitucional Aula: 09 Professor (a): Luís Alberto Monitor (a): Fabiana Pimenta Aula 09 Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais (Parte II) Art. 5,

Leia mais

Aula 8- PROVAS. Livro Base: Aury Lopes Jr. (págs. 355/429)

Aula 8- PROVAS. Livro Base: Aury Lopes Jr. (págs. 355/429) Aula 8- PROVAS I- TEORIA GERAL DA PROVA Livro Base: Aury Lopes Jr. (págs. 355/429) 1- Conceito e função da prova: 1.1) Ritual de Recognição: - O processo penal é um instrumento de reconstrução aproximativa

Leia mais

Questões de Concursos Aula 01 INSS DIREITO CONSTITUCIONAL. Prof. Cristiano Lopes

Questões de Concursos Aula 01 INSS DIREITO CONSTITUCIONAL. Prof. Cristiano Lopes Questões de Concursos Aula 01 INSS DIREITO CONSTITUCIONAL Prof. Cristiano Lopes Direito Constitucional 1. (CESPE MPE-PI Técnico Ministerial Área Administrativa 2018) A defesa da paz e a solução pacífica

Leia mais

REINALDO ROSSANO LÉO MATOS INFORMÁTICA EXERCÍCIOS QUADRIX LINUX DIREITO PROCESSUAL PENAL

REINALDO ROSSANO LÉO MATOS INFORMÁTICA EXERCÍCIOS QUADRIX LINUX DIREITO PROCESSUAL PENAL REINALDO ROSSANO LÉO MATOS INFORMÁTICA EXERCÍCIOS QUADRIX LINUX DIREITO PROCESSUAL PENAL CARGOS: OFICIAL DE JUSTIÇA E ANALISTA JUDICIÁRIO FUNÇÃO JUDICIÁRIA PROVA OBJETIVA: 9.1.3. A Prova Objetiva será

Leia mais

COMISSÕES PARLAMENTARES

COMISSÕES PARLAMENTARES COMISSÕES PARLAMENTARES O QUE SÃO? São organismos instituídos em cada Câmara (ou, conjuntamente, no Congresso Nacional), compostos de número geralmente restrito de membros, encarregados de: estudar e examinar

Leia mais

Prof. Murillo Sapia Gutier

Prof. Murillo Sapia Gutier Prof. Murillo Sapia Gutier www.murillogutier.com.br Objetivo: É o meio considerado idôneo pelo ordenamento jurídico para demonstrar a existência ou inexistência de um fato jurídico. A prova é vista como

Leia mais

fazer vistas grossas a este fato. Por exemplo, na investigação sobre narcotráfico, a interceptação (sempre autorizada) revela que os mesmos sujeitos

fazer vistas grossas a este fato. Por exemplo, na investigação sobre narcotráfico, a interceptação (sempre autorizada) revela que os mesmos sujeitos PARECER Conforme consulta feita pela Comissão de Direito Criminal, da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, este é o parecer a respeito do tema Prova Emprestada; escuta feita em uma ação

Leia mais

Em primeiro lugar, deverá o examinando requerer, em preliminar, o desentranhamento das provas ilícitas.

Em primeiro lugar, deverá o examinando requerer, em preliminar, o desentranhamento das provas ilícitas. OAB 2010.3 GABARITO COMENTADO SEGUNDA FASE PENAL PEÇA PRÁTICO PROFISSIONAL O recurso cabível é o recurso em sentido estrito, na forma do art. 581, IV, do Código de Processo Penal, dirigido ao Juiz da 1ª

Leia mais

Capítulo 1 Introdução...1. Capítulo 2 Inquérito Policial (IP)...5

Capítulo 1 Introdução...1. Capítulo 2 Inquérito Policial (IP)...5 S u m á r i o Capítulo 1 Introdução...1 Capítulo 2 Inquérito Policial (IP)...5 2.1. Início do IP... 17 2.2. Indiciamento... 24 2.3. Identificação Criminal a Nova Lei nº 12.037/2009... 27 2.4. Demais Providências...

Leia mais

Conteúdo: Teoria Geral dos Recursos: Efeitos (cont.); Pressupostos Recursais. - TEORIA GERAL DOS RECURSOS

Conteúdo: Teoria Geral dos Recursos: Efeitos (cont.); Pressupostos Recursais. - TEORIA GERAL DOS RECURSOS Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 14 Professor: Elisa Pittaro Conteúdo: Teoria Geral dos Recursos: Efeitos (cont.); Pressupostos Recursais. - TEORIA GERAL DOS RECURSOS EFEITOS

Leia mais

DIREITO DO CONSUMIDOR

DIREITO DO CONSUMIDOR DIREITO DO CONSUMIDOR Direitos Básicos do Consumidor Parte II Prof. Francisco Saint Clair Neto Destinatários da Prova É costumeira a afirmação, encontrada em doutrina e jurisprudência, de que o destinatário

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Meios Autônomos de Impugnação Parte 2 Prof. Gisela Esposel - Da competência : artigo 624 e incisos do CPP - A competência para o julgamento da revisão criminal é sempre dos tribunais,

Leia mais