Profa. Me. Larissa Castro
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- Stéphanie Furtado Carmona
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1 Profa Me Larissa Castro EFEITOS DE NOVA CONSTITUIÇÃO E DE REFORMAS CONSTITUCIONAIS Revogação: A obra do Constituinte originário opera a completa revogação da Constituição anterior, pois não pode haver senão uma Constituição vigente; É necessário ainda verificar se a legislação infraconstitucional editada sob a ordem jurídica anterior (Constituição revogada) encontra-se conforme as novas regras e princípios estabelecidos pela Constituição superveniente Se estiverem em conflito, as normas anteriores são consideradas inválidas, por perderem sua antiga base de validade Assim, também serão revogadas Recepção: a cada constituição, inaugura-se um novo Estado, dando uma validade a todas as normas abaixo dela - recebe as normas anteriores a ela, desde que com ela seja compatível A recepção pode se dar com a mesma roupagem ou natureza, ou com outra roupagem ou natureza Exemplo: CP: parte especial do código penal é um decreto lei, e foi recepcionada com lei ordinária; 1
2 Desconstitucionalização: significa que uma norma constitucional, sob a ótica da nova constituição, passa a ser norma infra-constitucional, se a nova ordem constitucional assim dispuser; Repristinação: A repristinação é um fenômeno legislativo no qual há a entrada novamente em vigor de uma norma efetivamente revogada, pela revogação da norma que a revogou Contudo, a repristinação deve ser expressa dada a dicção do artigo 2º, 3º da LICC : Art 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência Com a nova CF, revogando a anterior, é possível a repristinação, se a nova ordem constitucional assim dispuser expressamente Efeito repristinatório: é a reentrada em vigor de norma aparentemente revogada, ocorrendo quando uma norma que revogou outra é declarada inconstitucional DISTINÇÃO ENTRE EXISTÊNCIA, EFETIVIDADE, EFICÁCIA E VALIDADE a) Existência: presença de todos elementos essenciais aos atos jurídicos - agente, objeto, forma b) Efetividade ou eficácia social: ocorre quando a norma cumpre a sua finalidade, a função social para qual ela foi criada Quando se fala em máxima efetividade dos direitos fundamentais, se quer dizer que tais direitos devem ser aplicados no sentido que lhes confira a maior eficácia social visando atingir suas finalidades Ex MI; ADO; MS; HC; HD; etc c) Eficácia ou eficácia jurídica: eficácia é aptidão da norma para produzir os efeitos que lhe são próprios Quando se fala em eficácia não interessa se ela cumpre ou não sua função, o que interessa é se ela está apta a cumprir Toda norma constitucional possui eficácia, ou seja aptidão para produzir efeitos, mas nem toda possui efetividade Ex: eficácia plena, contida e limitada 2
3 Eficácia positiva: é a aptidão da norma para ser aplicada aos casos concretos por ela regidos Nem toda norma constitucional está apta a ser aplicada ao caso concreto, como ocorre, pex, com as normas de eficácia limitada Eficácia negativa: é a aptidão para invalidar normas que lhes sejam contrárias Toda norma constitucional tem Eficácia negativa porque está apta a invalidar normas contrárias a ela d) Validade: consiste na relação de conformidade com as normas que estabelecem o modo de elaboração ou limitações ao conteúdo, os elementos devem preencher os requisitos legais para serem válidos A norma inferior, para ser valida tem que extar em harmonia com a CF Norma inconstitucional é inválida CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS (conforme José Afonso da Silva) Toda norma constitucional tem eficácia, maior ou menor, ainda que negativa Art 5 o, 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata a NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA PLENA: são aquelas que receberam do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata Situam-se predominantemente entre os elementos orgânicos da constituição Não necessitam de providência normativa ulterior para a sua aplicação Criam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, desde logo exigíveis APLICABILIDADE DIRETA - Não necessita de uma outra vontade (por exemplo a vontade do legislador) para ser aplicada APLICABILIDADE IMEDIATA - Não necessita de qualquer condição para ser aplicada APLICABILIDADE INTEGRAL - Não admite restrição Não pode ser restringida pelo legislador 3
4 07/10/15 Ex : vedações (art 19); normas que fixam a competência dos entes federados (arts 21 e seg da CF/88; relativas à repartição de competências tributárias, art 153) Eficácia Plena : contenham vedações ou proibições confiram isenções, imunidades e prerrogativas não designem órgãos ou autoridades especiais a que incumbam especificamente sua execução não indiquem processos especiais de sua execução não exijam elaboração de novas normas legislativas que lhes completem o alcance e o sentido, ou lhes fixem o conteúdo, porque já se apresentam suficientemente explícitas na definição dos interesses nelas regulados b NORMA DE EFICÁCIA CONTIDA (ou RESTRINGÍVEL ou REDUTÍVEL) - São as normas que o Constituinte dotou de todos os elementos necessários à produção de efeitos concretos, estipulando porém, que o legislador poderá restringir e regular o âmbito de sua atuação e a produção de seus efeitos Criam situações subjetivas de vantagem caracterizadas como direitos subjetivos positivos (José Afonso da Silva) Geralmente vêm seguidas da expressão: na forma da lei, nos limites que a lei estabelecer, É uma norma que poderá ser reduzida em sua eficácia A norma de eficácia contida tem uma APLICABILIDADE DIRETA (independe de vontade), IMEDIATA (independe de condição) e POSSIVELMENTE NÃO SERÁ INTEGRAL APLICABILIDADE POSSIVELMENTE NÃO INTEGRAL - Essa restrição dependerá da aprovação de lei, mas isso só acontecerá se a lei existir QUESTÃO DE PROVA (cespe): A norma de eficácia contida, enquanto não for restringida por lei, é uma norma de eficácia plena ERRADA, pois o correto é dizer que a norma de eficácia contida, enquanto não for restringida por lei, produz os mesmos efeitos de uma norma de eficácia plena A norma de eficácia plena nunca poderá ser restringida, enquanto que a norma de eficácia contida poderá ser Ex: Art 5º, inc XIII, CF, Art 9º, 1º 4
5 c NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA: Constituem o conjunto de regras desprovidas dos pressupostos normativos básicos para que ganhem integral eficácia Possuem aplicação mediata por dependerem de norma posterior (lei complementar ou ordinária) para obterem normatividade total Mesmo na dependência da legislação ulterior, são capazes de gerar efeitos jurídicos, pois tem eficácia negativa A limitada tem aplicabilidade indireta (depende de uma outra vontade) ou mediata (depende de uma condição lapso temporal) APLICABILIDADE INDIRETA Não é aplicada diretamente ao caso concreto, sem que haja vontade intermediadora do legislador APLICABILIDADE MEDIATA Só com o implemento de certa condição será aplicada a lei ao caso concreto Art 37, inc VII, CF direito de greve dos servidores públicos ESPÉCIES DE NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA 1 Norma de princípio institutivo ou organizatório: São normas onde o legislador traça esquemas gerais de estruturação e atribuições de órgãos, entidades e institutos, para que o legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei (José Afonso da Silva) Geralmente são sucedidas por expressões do tipo: a lei indicará, a lei disporá, a lei regulará, nos limites da lei Ex: art 33; art 88; art 90, 2º O STF também entendeu assim o art 192, 3º e o art 102, 1º, CF trata da ADPF, assim a criou mas não estabeleceu sua estrutura Por isso, até a edição da Lei 9882/99, não foi aplicada a ADPF 2 Normas de Princípio Programático: São aquelas que estabelecem diretrizes ou programas de ação a serem implementados pelos Poderes Públicos Ou seja, estabelecem obrigação de resultado e a própria norma dirige os rumos do Estado, cabendo aos Poderes Públicos a implementação e execução desses programas Ex: art 3º, CF - fins que o Estado deve perseguir; arts 196 e 217 da CF/88 5
6 2 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES NORMA DE EFICÁCIA ABSOLUTA OU SUPER EFICAZES: tem a mesma aplicabilidade da norma de eficácia plena (direta, imediata e integral) A diferença é que as normas de eficácia plena não podem ser restringidas por lei, ao passo que as de eficácia absoluta não podem ser restringidas nem por lei nem por emenda - art 60, par 4 º NORMA DE EFICÁCIA EXAURIDA OU ESVAÍDA: são aquelas que já perderam a sua eficácia por terem produzido os efeitos que lhe são próprios São as normas do ADCT que já cumpriram os seus efeitos Ex: art 2º e 3º do ADCT Interpretação constitucional Hermenêutica Constitucional A hermenêutica, arte de interpretar o sentido das palavras, é uma atividade que compreende diversos princípios e métodos de interpretação para que o intérprete consiga extrair dos ditames constitucionais o verdadeiro conteúdo de seu texto O objetivo da interpretação é que se consiga concretizar os preceitos, muitas vezes abstratos, constantes da Constituição Assim, podemos dizer que a interpretação constitucional é uma atividade criadora, pois também se responsabiliza por dar uma nova vida às normas, conferindo a elas um caráter dinâmico para que alcancemos fins que a sociedade requer naquele determinado momento, o que fez o Canotilho definir o sistema jurídico como um sistema aberto, ou seja, em constante evolução, que não se fecha para o dinamismo social 6
7 Interpretação constitucional é o processo de se descobrir o verdadeiro teor da norma constitucional É um tema que sempre foi alvo de muitas discussões e posicionamentos Em regra, é o Poder Judiciário que interpreta a Constituição Não apenas o STF, mas qualquer juiz pode interpretar a Constituição Não se pode falar, porém, que essa atividade é exclusiva do Judiciário, já que existem exceções como, por exemplo, a chamada interpretação autêntica (que veremos à frente) que é proferida pelo Poder Legislativo, editando as chamadas "leis interpretativas" A sociedade aberta dos interpretes da Constituição: Peter Häberle dizia que as Constituições eram muito fechadas, pois eram interpretadas apenas pelos intérpretes oficiais os Juízes Defendia, então, defendia que todos os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam participar também da interpretação constitucional Para se interpretar a Constituição, fazemos uso de 2 instrumentos, os princípios de interpretação e os métodos de interpretação Os princípios são aqueles direcionamentos iniciais, pontos de partida São pressupostos, que devem ser observados para posteriormente usar os métodos Os princípios devem ser observados em conjunto Os métodos, por sua vez, são a forma como se irá promover a interpretação, também podem ser empregados conjuntamente 7
8 Princípios de interpretação constitucional: a) Princípio da unidade da Constituição: Este princípio é a base da qual deriva a maioria dos demais Segundo ele, as normas constitucionais formam um corpo único, indivisível para fins de interpretação Uma norma só faz sentido se entendida dentro de todo o contexto do sistema constitucional Ao interpretar a Constituição, o hermeneuta deve buscar dissipar quaisquer contradições ou antinomias aparentes, já que formando este corpo único, não há o que se falar em normas contraditórias, devendo-se analisá-las em conjunto e buscar o verdadeiro fim pensado Consequências deste princípio do seguinte modo: Não podemos vislumbrar em uma Constituição formal a hierarquia entre as normas; Não existem normas constitucionais originárias inconstitucionais; Não existem contradições entre os dispositivos constitucionais Pode haver apenas uma "aparência" de contradição b) Princípio da concordância prática ou da harmonização: Sem que se negue o princípio da unidade da Constituição, ao se usar o princípio da harmonização, deverá o intérprete ponderar os valores dos princípios e normas de modo a otimizar o resultado da interpretação Assim, um princípio pode limitar ou condicionar outro, não o nega totalmente, mas, ocorre uma verdadeira harmonização entre eles, para que se decida qual irá prevalecer no caso concreto c) Princípio da correição funcional (ou conformidade funcional): Embora o intérprete tenha certa liberdade ao buscar o sentido das normas, ele de forma alguma, segundo este princípio, poderá chegar a um resultado que perturbe a repartição de competências que a Constituição estabeleceu em sua estrutura 8
9 d) Princípio da eficácia integradora: Orientado por este princípio, o intérprete deverá, ao se deparar com problemas jurídico-constitucionais, ponderar as normas e estabelecer a interpretação mais favorável a uma integração política, social ou que reforce a unidade política e) Princípio da força normativa da Constituição (Konrad Hesse): Segundo este princípio, não se pode ignorar a eficácia das normas constitucionais, se elas estão positivadas existe um motivo para tal, assim o intérprete deverá adotar interpretação que garanta maior eficácia e permanência destas normas f) Princípio da máxima efetividade: Este princípio é considerado por muitos um subprincípio do anterior Ele orienta o intérprete a fazer uma interpretação, notadamente dos direitos fundamentais, de forma a conferir uma maior eficácia a estas normas, torná-las mais densas e fortalecidas g) Princípio da interpretação conforme a Constituição e da presunção de constitucionalidade das leis: É um princípio usado tanto para interpretação constitucional quanto no controle de constitucionalidade Por este princípio, o intérprete deve presumir que a lei é constitucional e quando restar dúvida em relação ao significado da norma, escolherá aquele que a tornará constitucional, declarando-se inconstitucional que se tome interpretação diversa Assim, este princípio traz as seguintes decorrências: Não se declara inconstitucional uma norma a qual possa ser atribuída uma interpretação constitucional (princípio da conservação das normas); A constituição sempre deve prevalecer - Sempre se interpretam as leis conforme a Constituição, nunca se interpreta a Constituição conforme as leis (Princípio da prevalência da Constituição) Somente é aplicável a normas que admitirem interpretações diversas, não pode ser aplicável a normas que contenham sentido unívoco, já que o intérprete deve analisar a finalidade do legislador, não podendo dar à lei uma interpretação que subverta o seu sentido (Princípio da vedação da interpretação conforme a Constituição, mas contra legem) 9
10 h) Princípio da proporcionalidade e da razoabilidade: Ambos são empregados, principalmente, de forma suplementar ao princípio da concordância prática ou harmonização, de forma que, ao se ponderar os valores (notadamente os direitos fundamentais) se tenha uma ação que busque o melhor resultado possível, e que os benefícios da ponderação sejam efetivamente superiores aos malefícios causados Tais princípios são muitas vezes tratados como sinônimos, mas já existe doutrina pregando a diferenciação entre os termos Assim, a razoabilidade seria um princípio mais subjetivo, abstrato, que refere-se ao "senso comum", a vedação ao excesso, e teria sua origem no direito anglosaxão Já o princípio da proporcionalidade, de origem germânica, seria mais racional, objetivo e informado por 3 sub-princípios que sugerem uma lógica no seu exercício: 1 Adequação (ou pertinência) - a medida imposta tem que ser uma medida adequada para se conseguir a finalidade esperada 2 Necessidade - analisa-se se realmente a medida é necessária, se não existe outra solução menos gravosa 3 Proporcionalidade em sentido estrito seria a efetiva ponderação entre os benefícios e malefícios que serão causados com o ato É importante frisar que tais princípios não foram positivados expressamente na Constituição, mas costuma-se elencá-los como implícitos no art 5o LIV que dispõe sobre o devido processo legal 10
11 Métodos de interpretação da Constituição: a) Método Jurídico (ou método hermenêutico clássico): Proposto por Ernest Forsthoff Por este método temos a premissa de que "a Constituição é uma lei" Se a Constituição é uma lei, usam-se os métodos clássicos de interpretação de leis propostos por Savigny para interpretar as normas constitucionais Destacamos: Interpretação autêntica Ocorre quando o próprio órgão que editou a norma edita uma outra norma, com o fim de esclarecer pontos duvidosos e que, sendo meramente interpretativa, poderá ter eficácia retroativa já que não cria nem extingue direitos; Interpretação teleológica Interpreta-se a norma tentando buscar a finalidade para qual foi criada; Interpretação gramatical ou literal Usa-se o a literalidade da lei; Interpretação histórica Busca-se os precedentes históricos para tentar alcançar a interpretação a ser dada à norma; Interpretação sistemática Tenta-se harmonizar as normas dando uma unidade ao ordenamento jurídico; A maior crítica a este método é que Savigny ao estabelecer a sua teoria, estava pensando no Direito Privado A Constituição é dotada de uma complexidade de normas que torna o tal método insuficiente 11
12 b) Método tópico-problemático: Tendo um problema concreto nas mãos, os intérpretes debatem abertamente tentando adequar a norma a este problema, daí diz-se que há uma primazia do problema sobre a norma c) Método hermenêutico-concretizador: É o contrario do anterior Aqui parte-se da pré-compreensão da norma abstrata e tenta-se imaginar a situação concreta Agora temos a primazia da norma sobre o problema d) Método científico-espiritual: Analisa-se os valores sociais, integrando o texto constitucional com a realidade a qual a sociedade está vivendo e) Método normativo-estruturante: Analisa-se a norma tentado analisar a sua função como estruturadora do Estado Assim, o intérprete deve observar em suas mãos dois elementos: 1- A norma constitucional, em si 2- Os elementos de concretização desta norma na sociedade, em todos os níveis Ou seja, como a norma está sendo aplicada na sociedade, como está ocorrendo a atividade jurisdicional e administrativa em cima do texto, e etc Correntes interpretativistas e não-interpretativistas: debatem sobre a liberdade de atuação dos juízes ao se interpretar as normas constitucionais, debate este muito forte nos Estados Unidos a) Corrente interpretativista: Canotilho ensina que a corrente interpretativista considera que os juízes devem se limitar a captar o sentido dos preceitos expressos na Constituição, ou que pelo menos, estejam claramente implícitos Ou seja, embora o nome possa induzir o contrário, nesta corrente a atividade do juiz é bem restrita, limitada Não estamos querendo dizer que se confundirá com o literalismo, mas que deve ser comedido ao usar conceitos implícitos no texto constitucional e seus valores substantivos b) Não-interpretativismo: defendem uma maior autonomia do juiz ao se interpretar a norma, prevendo uma possibilidade e até mesmo a necessidade de que os juízes apliquem valores e princípios substantivos Assim, importa mais os valores, como a igualdade, a justiça e a liberdade demandados pela sociedade, do que a estrita vontade do legislador 12
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