ENERGIA: PETRÓLEO A US$ 130 POR BARRIL EXIGE NOVOS PADRÕES DE

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1 ENERGIA: PETRÓLEO A US$ 130 POR BARRIL EXIGE NOVOS PADRÕES DE CONSUMO DE ENERGIA E VIABILIZA NOVAS FONTES RENOVÁVEIS Mozart Schmitt de Queiroz Gerente Executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras O petróleo a US$ 130 por barril e a forte consciência ambiental são questões que evidenciam duas necessidades urgentes para a humanidade: buscar novas fontes energéticas mais limpas e adotar novos padrões de uso e consumo. Esse movimento efetivamente já está em curso, como veremos a seguir. 1- INTRODUÇÃO A invenção da eletricidade e dos motores a combustão interna permitiu um salto histórico no desenvolvimento econômico e social ao ampliar a mobilidade das pessoas e a qualidade de vida nas comunidades. A partir disso, os diversos equipamentos acionados por combustíveis e energia elétrica fizeram com que o século XX fosse marcado por um grande desenvolvimento industrial. Ele apoiou-se em duas fontes energéticas abundantes e de baixo custo: o carvão e o petróleo. Consumo de Energia Primária x IDH (tonelada equivalente de petróleo, por habitante, por ano tep/hab/ano) Fonte: site das Nações Unidas Tep/ habitante/ano Hoje, o nível de qualidade de vida de uma região ou país pode ser medido diretamente pela intensidade da energia consumida. O desenvolvimento de novos produtos e serviços continua atendendo a todo tipo de necessidade humana, tornando a vida cada vez mais confortável. Contudo, dois grandes problemas evidenciados por diferentes cientistas e instituições impõem-nos a repensar o estilo de vida baseado no consumo exacerbado de bens e serviços intensivos em energia: As fontes de energia fósseis - que pareciam abundantes - dão sinais de atingir o seu limite, o que, aliado a maior demanda, faz os preços do petróleo subirem; 1

2 A queima de combustíveis fósseis provoca impactos ao meio ambiente, o que é quase um consenso nos meios científicos. No mundo, apenas 13% da energia consumida é proveniente de fontes renováveis. No Brasil, esse número é da ordem de 47%. Assim, a busca por fontes de energia limpas e renováveis e a adoção de novos padrões de consumo tornam-se necessidades urgentes. Atender a esses objetivos é o desafio para que a humanidade possa continuar desfrutando dos padrões de conforto já conquistados, além de buscar a universalização do acesso, pois 1,6 bilhão de pessoas ainda vivem excluídas dos benefícios da energia elétrica (Fonte: Canal Energia, 19 de maio de 2008). Neste texto são apresentados vários dados que mostram que a opinião pública está alerta a esses problemas. Assim como os governos, a iniciativa privada está dando passos significativos em direção ao uso de novas fontes de energia e a novos padrões de consumo. Esse movimento fica claro quando vemos emissoras de televisão apresentando os problemas e as soluções do transporte nas grandes cidades. 2- PRIMEIRAS CRISES DE PETRÓLEO: PASSOS PARA UMA NOVA DIREÇÃO A melhoria da eficiência energética busca aumentar a produtividade dos processos produtivos e os ganhos financeiros associados. Até a década de 70 existiam duas razões para agentes econômicos e governos não se preocuparem com o tema: Ausência de preocupações ambientais; e Disponibilidade de petróleo barato. Naquele período ocorreram as crises de petróleo e os países passaram a implantar medidas de eficiência energética com o objetivo de reduzir a dependência de importação desse insumo. Essas medidas buscavam padrões mais eficientes de consumo e, por outro lado, o desenvolvimento de fontes alternativas e renováveis de energia. O objetivo central era reduzir os impactos macroeconômicos dos choques de preços. No Brasil, o valor das importações de petróleo saltou de US$ 76 milhões (1973) para US$ 2,9 bilhões (1974) e, 2

3 posteriormente, US$ 10,2 bilhões (1979). A dívida externa brasileira cresceu quase 700% no período, aumentando de US$ 6 bilhões (1973) para US$ 47 bilhões. Fonte: Jens Peter Molly, DEWI GmbH Deutsches Windenergie-Institut Com forte dependência externa do petróleo e necessitando controlar o déficit de sua balança de pagamentos, o Brasil iniciou, então, um promissor programa de substituição de derivados do petróleo, utilizando uma fonte renovável. O Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi uma das respostas bem-sucedidas à crise do petróleo nos anos 70. Passado o período de crise, o petróleo voltou a ser ofertado em abundância e os preços dos derivados voltaram a cair. Por essa razão, as fontes alternativas e renováveis perderam competitividade econômica. O Proálcool brasileiro ficou, e hoje é sucesso reconhecido mundialmente. A eficiência energética seguiu um curso mundial com resultados espetaculares. O Japão, por exemplo, ficou conhecido como o país em que mais avançaram as soluções tecnológicas rumo a um padrão de equipamentos eficientes. O Japão possui as suas razões para investir em eficiência energética. É, dentre as grandes economias mundiais, a mais dependente de fontes energéticas externas. As ações também se mostraram significativas na Europa. Afinal, além do Japão, também o continente europeu é fortemente dependente de importação de energia. Nos Estados Unidos, a despeito da fama de seus carros altamente consumidores de combustíveis, houve também um significativo avanço, principalmente na indústria. Pode-se observar, no entanto, que a melhoria dos índices de eficiência energética não ocorreu de forma uniforme entre todos os países. Dois fatores devem ser considerados: Países já desenvolvidos melhoraram seus indicadores em parte, deslocando atividades intensivas em energia (como a produção de aço e de alumínio) para países em desenvolvimento, com mais recursos naturais disponíveis. Esses países concentraram suas atividades produtivas em setores pouco intensivos em energia, porém, de alto valor agregado; Países com baixa renda per capita, ao se desenvolverem, passaram a consumir mais energia, independente do modelo de desenvolvimento adotado. 3

4 No quadro a seguir, podemos observar exemplos típicos de países que melhoraram ou pioraram seus indicadores energéticos ao final do século passado. Intensidade energética de alguns países Consumo de Energia Primária/PIB (mil tep/milhões de U$S de 2004) Países que melhoraram: Japão 0,171 0,113 0,122 Irlanda 0,193 0,147 0,089 Alemanha 0,199 0,155 0,137 EUA 0,353 0,277 0,216 China 1,083 1,434 0,910 Polônia 1,191 1,262 0,382 Países que pioraram: Chile 0,193 0,350 0,318 Tailândia 0,196 0,277 0,528 Brasil 0,214 0,234 0,381 Argentina 0,266 0,233 0,462 Índia 0,284 0,477 0,588 Fonte: Agência Internacional de Energia, WOC Alguns países, como Polônia e China, apresentavam na década de 80 altos índices, provavelmente causados pela ineficiência de seus sistemas de geração. Esses índices pioraram ainda mais com o início do crescimento econômico. Contudo, o quadro começa a melhorar nos últimos anos, devido aos esforços em curso. Assim, pode-se constatar que após a primeira e a segunda crise do petróleo, na década de 70, tiveram início os primeiros e irreversíveis movimentos de busca de novos padrões de consumo energético no mundo. No Brasil, os movimentos se expressaram na criação do Procel, na década de 80, e do Conpet, no início da década de AS QUESTÕES AMBIENTAIS IMPULSIONAM UM NOVO CICLO Nas décadas seguintes à crise do petróleo, a Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu conferências internacionais, abordando os impactos ambientais decorrentes do uso intensivo dos combustíveis fósseis e seus efeitos nas mudanças climáticas. A conferência ambiental mundial realizada em 1992, no Rio de Janeiro, é um marco fundamental. Na ECO 92 as preocupações com as questões ambientais foram colocadas no centro dos debates internacionais, com a criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O objetivo da Convenção é estabilizar a concentração de gases do efeito estufa em níveis que impeçam a interferência perigosa no sistema climático. 4

5 Um desdobramento dessa conferência foi o Protocolo de Quioto, que estabeleceu metas de redução de emissões para os países industrializados, que devem ser cumpridas a partir de Países Anexo l Emissões Ano Base 1990 (MtCO 2 ) Metas de emissão (MtCO 2 ) Metas de redução (%) Emissões Ano 2005 (MtCO 2 ) UNIÃO EUROPÉIA 4.040, ,2-8, ,5 RÚSSIA 3.166, , ,2 JAPÃO 1.179, ,1-6, ,9 CANADÁ 473,3 444,9-6,0 729,7 AUSTRÁLIA 499,9 539,9 +8,0 522,2 ESTADOS UNIDOS 5.529, ,2-7, ,9 OUTROS 2.670, ,1-5, ,3 TOTAL , ,7-5, ,7 Fonte: UNFCCC (2008) A divulgação dos dados reunidos pela rede de centenas de cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) em 2007 colocaram as questões climáticas na pauta da mídia mundial. Dentre as suas principais conclusões destaca-se que: (1) está em curso um processo global de mudança do clima, induzido pela ação do homem; (2) essas mudanças impactarão a sociedade; e (3) parte dessas mudanças ainda podem ser evitadas ou minimizadas, desde que sejam adotadas medidas que ajudem a reduzir as concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera. Uma das principais linhas de ação propostas para alcançar os objetivos da Convenção é fomentar a adoção de soluções tecnológicas e econômicas que induzam maiores níveis de eficiência na produção, disponibilização e uso da energia. De fato, a eficiência energética adquiriu um sentido de urgência desafiador para a humanidade. O tema passou a fazer parte das prioridades das organizações nacionais e internacionais: muitas delas estabeleceram políticas, metas e planos de ação para o curto, médio e longo prazos, para os segmentos de serviços públicos e para setores privados. As organizações privadas, por sua vez, passaram a adotar em suas estratégias a melhoria da eficiência energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa como fator de competitividade e de melhoria de imagem junto aos consumidores. 4- UM PATAMAR MAIS ELEVADO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A forma mais barata de disponibilizar energia é reduzindo-se o consumo da que já foi produzida. Esse objetivo pode ser alavancado pelo simples corte de serviços atendidos, como os racionamentos a que, algumas vezes, as sociedades têm sido obrigadas a recorrer. No entanto, esses objetivos também podem ser alcançados por políticas de educação, programas de incentivo e elevação de padrões tecnológicos, visando a mudanças de hábitos de consumo. Nesse caso, o movimento é mais inteligente e socialmente confortável. 5

6 Há algumas décadas, o Brasil iniciou seus programas de conservação de energia: o Procel, criado em 1985 e administrado pela Eletrobrás; e o Conpet, criado em 1991 e administrado pela Petrobras. O objetivo do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) é promover a racionalização da produção e do consumo de energia elétrica, para que se eliminem os desperdícios e se reduzam os custos e os investimentos setoriais. Já o Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet) tem como objetivo incentivar o uso eficiente das fontes de energia não renováveis no transporte, nas residências, no comércio, na indústria e na agropecuária. Para ser implementado, seguiu as mesmas diretrizes do Procel e, assim como este, é conduzido pelo Ministério de Minas e Energia. Também a Lei , de 17 de outubro de 2001, instituiu que os equipamentos e máquinas comercializados no Brasil devem ter índices mínimos de eficiência energética. Essa lei já está regulamentada para fogões domésticos a gás, motores elétricos, condicionadores de ar, refrigeradores e congeladores. Atualmente, está em processo a regulamentação obrigatória para aquecedores de água a gás, e voluntária para prédios comerciais e públicos, e automóveis. Com a finalidade de melhorar a eficiência podemos citar algumas iniciativas com repercussão mundial, como o Programa Bus Rapid Transit (BRT), aprovado pela Organização das Nações Unidas (ONU), para incentivar o uso de transporte coletivo. A cidade de Curitiba, no Paraná, foi a primeira no mundo a implantar o Programa, há mais de 40 anos. A lógica do sistema é dar prioridade para os ônibus nos principais corredores de tráfego, inclusive, nos cruzamentos. O resultado mostrou ao Brasil e ao mundo a viabilidade de um transporte público de qualidade, associado a um ambiente urbano mais humano. Hoje, 140 cidades já desenvolvem o Programa. Em Bogotá, o projeto contribuiu para reduzir em 90% o número de acidentes fatais no trânsito e em 40% o nível de emissão de poluentes. Nos Estados Unidos, 100 cidades estão adotando o sistema. Pequim, que será sede dos Jogos Olímpicos, contará com uma rede de 300 km, dos quais 70% já estão operando de forma integrada ao sistema metroviário existente (Fonte: O Globo 2008). Na Europa também podemos observar alguns movimentos. Portugal apresentou recentemente o seu Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética Foram criados 12 programas que procuram abranger várias áreas. Dentre as metas, podemos destacar: Redução em mais de 20% das emissões médias de CO 2 dos veículos novos vendidos anualmente; Criação de plataforma inovadora de gestão de tráfego, com rotas otimizadas por GPS; Transferência modal de 5% do transporte individual para coletivo; Substituição de 5 milhões de lâmpadas por CFL; Benefícios no licenciamento à construção eficiente; 1 em cada 15 edifícios com água aquecida por energia solar; 20% da sinalização de trânsito com iluminação eficiente (LED). De acordo com o Ministério da Economia e da Inovação de Portugal, essas medidas vão permitir uma redução do consumo equivalente a 10% até 2015, superando em 2% o objetivo estabelecido pela União Européia. (Fonte: 26 de fevereiro de 2008). No Brasil, a Petrobras vem fazendo a sua parte. Vários programas visando à melhoria dos indicadores de utilização de energia estão em curso. Destaca-se a instalação de turboexpansores em refinarias, o programa de redução de queima de gás no E&P, de reuso de água em várias unidades, de otimização de trocas térmicas em preaquecedores de fornos e caldeiras, de instalação de variadores de velocidade em bombas, etc. 6

7 5- TRANSPORTE MAIS EFICIENTE EM ENERGIA DEPENDE DE POLÍTICAS PÚBLICAS Qualquer consumidor já sabe: transporte de carga para longas distâncias, primeiro por navegação, em seguida por ferrovia. Por fim, por caminhão. Qualquer cidadão também sabe que nas grandes cidades o trânsito pode ser bastante melhorado, e fica mais barato para cada um se todos andarem em transporte coletivo. O problema é que a disponibilização de infra-estrutura (portos) para transporte marítimo e/ou fluvial, bem como de ferrrovias, depende de políticas públicas. Também depende de iniciativas públicas a disponibilização de transporte coletivo rápido e confortável nos grandes centros urbanos. Mesmo a alternativa de transporte individual, sem causar congestionamentos nem emissões, que pode ser feita através de bicicletas, depende da existência de pistas especiais, que só o poder público pode garantir. Com o preço do petróleo extremamente alto, pode-se concluir que parcelas cada vez maiores da população precisarão ou preferirão - deixar o carro em casa. Nos EUA, por exemplo, nas últimas semanas, depois que a gasolina atingiu o preço recorde equivalente a R$ 1,70 por litro, várias cidades tiveram aumento de até 15% no número de passageiros de trens e ônibus (Fonte: Carta Capital, n o 496, pg 41). Até por questão de economia para os países, muitos governos terão que investir em meios de transporte mais baratos. As respostas positivas a essas demandas já estão ocorrendo. Paris é um exemplo de cidades com programas de incentivo ao uso de bicicletas. É chegada a hora dos transportes coletivos para os grandes centros. E de mais portos e ferrovias para o transporte de cargas. O Brasil vem dando exemplos com programas de implantação de ferrovias e reativação da construção naval. A Petrobras colabora com muitas encomendas para a indústria naval, e também com a construção de oleodutos e gasodutos para transporte de cargas fluidas. 6- A INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA COMEÇA A DAR PASSOS SIGNIFICATIVOS Com os carros a álcool nos anos 80 o Brasil fez a primeira grande demonstração de obtenção da mobilidade sem o uso de combustíveis fósseis. Esse movimento foi retomado nesta década com os carros bicombustíveis. No entanto, outros exemplos estão em curso no mundo, sobretudo em busca de carros mais eficientes e, portanto, com menor nível de emissões de gases do efeito estufa. Medidas para melhorar a eficiência dos veículos têm sido adotadas em vários países. É o caso dos selos de eficiência energética e dos limites de emissões. Os programas de etiquetagem de veículos e implementação de índices mínimos de consumo de combustível são instrumentos relevantes na experiência internacional para a promoção da eficiência veicular. Austrália, Canadá, China, Cingapura, Coréia do Sul, Estados Unidos, Japão, Reino Unido e a União Européia são exemplos de países em que os programas de eficiência energética estão em desenvolvimento. A experiência mundial mostra que esses programas induzem à fabricação de veículos mais econômicos e com menor emissão, beneficiando os consumidores locais e o meio ambiente global. O Brasil já é reconhecido mundialmente pela sua baixa emissão veicular devido ao uso de álcool combustível. O País já tem consolidado um programa de controle de emissões veiculares e, seguindo a tendência mundial, também está trabalhando para em 2009 lançar seu programa de eficiência e etiquetagem de automóveis. A Petrobras impulsiona a criação desse programa desde 2006, pela gerência executiva de Desenvolvimento Energético/Suporte ao Conpet. 7

8 Exemplos de Programas de Eficiência Energética Veicular no Mundo País Início Implementação Parâmetro Veículos Critério para classificação Austrália 1983 Voluntária Canadá 1976 Voluntária China 2005 Compulsória Litros / 100 km Litros / 100 km Litros / 100 km Carros e utilitários leves Carros e caminhões leves Carros Tamanho Tipo Peso Coréia 2004 Compulsória km / litro Carros Cilindrada Estados Unidos EUA / Califórnia 1975 Compulsória 2002 Compulsória Milhas / galão gramas de CO 2 /milha Japão 1998 Compulsória km / litro Reino Unido 2005 União Européia Voluntária 1998 Voluntária gramas de CO 2 / km gramas de CO 2 / km Carros e caminhões leves Carros e utilitários leves Carros e utilitários leves Carros e utilitários leves Carros e utilitários leves Peso Tipo Peso Único Único A indústria automobilística mundial, que movimenta 2,5 trilhões de dólares e coloca em circulação 900 milhões de veículos, está dando os primeiros passos na maior transformação de sua história. Preocupações com o aquecimento global e o aumento constante no preço do petróleo têm forçado as montadoras a buscar novas alternativas de combustível, pois a estimativa é que até 2020 a frota mundial alcance a marca de 1 bilhão de veículos (Fonte: Revista Exame, 24 de janeiro de 2008). Vários exemplos de novas soluções já estão disponíveis comercialmente. No Brasil, vimos o fenômeno do carro bicombustível assumir a liderança absoluta do mercado em apenas cinco anos após o seu lançamento. Em 2007, os automóveis comerciais leves flexfuel já representavam cerca de 70% da produção nacional (Fonte: Anuário da Indústria Automobilística Brasileira, ANFAVEA, 2008). Até o final de 2008, o País pode alcançar a marca de 7 milhões de veículos flex vendidos desde o lançamento da tecnologia, em (Fonte: Jornal do Commércio, 26 de maio de 2008). A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que 1/4 dos carros no mundo serão movidos a etanol até A agência calcula que sem o etanol o mundo teria de produzir 1 milhão de barris a mais de petróleo para suprir o espaço que o etanol deixaria apenas nos Estados Unidos e Europa. Nos Estados Unidos, os carros híbridos vêm ganhando espaço de forma acelerada, representando hoje 2% do mercado de automóveis. No entanto, as vendas são limitadas, porque a oferta das montadoras ainda é marginal. O veículo híbrido modelo Prius, da Toyota, vendeu 1,2 milhão de unidades em 40 países desde o seu lançamento, em Segundo a montadora, os veículos evitaram a emissão de 4,5 milhões de toneladas de CO 2 na atmosfera (Fonte: e revista autoesporte.globo.com, 15 de maio de 2008). Em 1998, na Europa, foi lançado o carro Smart Fortwo (para duas pessoas),, um carro econômico, responsável ambientalmente e fácil de estacionar em espaços pequenos. O Smart é uma solução bastante racional, uma vez que estatísticas em grandes cidades 8

9 mostram que cerca de 70% dos veículos trafegam com apenas um ou, no máximo, dois passageiros. Já foram comercializados mais de Smart Fortwo, em 36 países. Desde janeiro de 2008, nos Estados Unidos, já foram vendidas 15 mil unidades e a previsão é de que até o final do ano sejam vendidas 40 mil unidades. O novo Smart a diesel, capaz de rodar 30 km/l e emitir apenas 88 g/km de CO 2, pode ser considerado um dos carros mais econômicos do mundo (Fontes: e 20 de abril de 2008 e SAE Automotive Engineering Magazine, April 2008). Na Áustria foi lançado recentemente o triciclo que concilia conceitos de motocicletas e de carros convencionais. O resultado é um veículo mais leve e ágil. Portanto, mais econômico energeticamente e menos poluidor. A primeira série do Carver One foi criada artesanalmente em 2003, e, hoje, o veículo já possui certificado de aprovação total para estradas de todos os países da União Européia. Cerca de 600 unidades já foram vendidas na Europa (Fonte: e 17 de outubro de 2007). Podemos destacar também o primeiro veículo que conjuga o uso de energias elétrica, solar e eólica, produzido em Mônaco. Com lugares para três pessoas, o Venturi Eclectic tem autonomia de 50 quilômetros e velocidade limitada em 50 km/h. Quando está estacionado, um painel solar no teto e dois geradores de energia eólica recarregam as baterias. Até agosto de 2007, 200 unidades foram vendidas (Fonte: planetasustentavel.abril.com.br, 01 de agosto de 2007). Nos Estados Unidos foi lançado o esportivo elétrico Tesla Roadster, cuja bateria tem autonomia para rodar 354 quilômetros. Há mais de reservas para o veículo. A alta procura não era esperada pela montadora Telsa Motors, que tem produção mensal de 250 unidades (Fonte: 07 de maio de 2008). Já o carro Aptera é impulsionado somente pela bateria, chegando a uma velocidade máxima de cerca de 160 km/h, e uma autonomia de até 200 km com uma única carga, ou, 130 quilômetros com apenas um litro de combustível. O modelo elétrico estará disponível nos Estados Unidos neste ano, por cerca de 30 mil dólares (Fonte: 27 de dezembro de 2007). Na feira automotiva realizada no mês de janeiro, em Detroit, nos Estados Unidos, a Ford apresentou os detalhes de sua nova tecnologia EcoBoost, que reduz o consumo de combustível em até 20% e as emissões de carbono em 15%. A tecnologia poderá ser aplicada em qualquer carro a partir de 2009, e utilizará a injeção direta (Fonte: Esse conjunto de exemplos aponta uma direção clara. O padrão de consumo per capita de energia e, mais especificamente, de combustíveis, caminha para uma redução significativa no que se refere aos padrões históricos de crescimento, quando comparado com a evolução do PIB. A tendência é a redução do uso de combustíveis no carro, uma vez que eles podem ser substituídos por baterias. Estas podem ser carregadas na tomada, a partir de energia elétrica gerada por várias fontes, fósseis ou renováveis. Por fim, é importante observar que as soluções em curso, em direção a um novo patamar de eficiência energética no transporte, apóiam-se em dois recursos já disponíveis: Uso de tecnologias dominadas; e Uso de infra-estruturas já instaladas. 9

10 Exemplos de veículos eficientes já disponíveis no mercado mundial Modelo Foto Lança- Mento Tecnologia Autonomia Emissão (gco 2 / Km) Preço Médio (R$Mil) Toyota Prius 1997 Híbrido 17 km/l ,00 Smart for Two 1998 Inteligente 28 km/l 90 a ,00 Carver One 2007 Híbrido 17 km/l ,00 Venturi Ecletico 2007 Elétrico, com energias solar e eólica 50 km 60,00 Tesla Roadster 2008 Elétrico 354 km/carga 163,00 Aptera Será em 2008 Híbrido 130 km/l 190 km/carga 50,00 Fonte: Toyota e EuroNcap, 2005; Carver One.com 2008; Revista Planeta Sustentável (01/08/2007); ; ; Motores elétricos versus à combustão interna O transporte coletivo em muitos grandes centros urbanos já foi basicamente elétrico, com os bondes. Essa época pode voltar. As vantagens dos carros híbridos levam a indústria automobilística a investir em novas tecnologias para baterias. O desafio é aumentar a capacidade de armazenamento e a redução de peso. Hoje, os deslocamentos motorizados da população nas grandes cidades demandam um consumo anual de 10,7 milhões de toneladas equivalente de petróleo (tep), e o transporte individual é responsável por 76% do consumo dessa energia. É fato que o uso de carros elétricos, com baterias carregadas na tomada, implica a necessidade de várias etapas de transferência de energia - desde o gerador, passando pela bateria, até chegar ao motor do carro. Mas é sabido que o aproveitamento da energia do combustível, quando usado diretamente no carro também é muito baixo. Assim, ainda que a eletricidade seja gerada a partir de combustíveis fósseis há ganhos energéticos. Afinal, a 10

11 eficiência de geração em grandes centrais térmicas é alta e as perdas na transmissão de energia são baixas. Em tese, ao usar eletricidade os veículos poderão rodar com energia proveniente de fontes totalmente renováveis: da hidroeletricidade no Brasil, ou de eólica na Europa, por exemplo. É importante ressaltar que carros elétricos já fazem parte do nosso cotidiano e estão em todos os lugares: nos carrinhos de supermercados, em empilhadeiras dentro de armazéns, nos parques e também nas ruas. Pode-se concluir, portanto, que o uso de carros elétricos é uma tendência que veio para ficar! 7- GERAÇÃO DE ENERGIA A PARTIR DE FONTES RENOVÁVEIS: - UM MERCADO EM EXPANSÃO Por uma questão de economia, o aproveitamento dos potenciais hidráulicos foi a primeira fonte de energia renovável explorada para a geração de eletricidade. Hoje, em todo o planeta, já são poucas as grandes potencialidades para explorar. E a indústria começa a aperfeiçoar seus equipamentos, para aproveitar potenciais cada vez menores. São as pequenas e micros centrais elétricas. A tecnologia começa a avançar também para o aproveitamento de energia de ondas, correntes marítimas, e até da correnteza dos rios, independentemente da existência de quedas. Todavia, por várias razões, outras fontes renováveis passam, cada vez mais, a fazer parte de fontes primárias de energia em uso. Três fatores vêm impulsionando, de forma diferenciada e de acordo com a realidade de cada país ou região, o aumento do aproveitamento de fontes renováveis para a geração de energia: Objetivos nacionais de reduzir a dependência externa de energia; Necessidade de desenvolvimento de atividades econômicas para a geração de empregos; e Metas de redução de emissões de gases de efeito estufa. Os resultados desses fatores são: Adoção de programas de introdução de fontes renováveis nas matrizes energéticas nacionais; Avanços tecnológicos significativos para o aproveitamento de diferentes fontes; Ampliação efetiva do aproveitamento de fontes renováveis na matriz energética de vários países. É interessante ressaltar que a maioria dessas fontes, que antes eram utilizadas quase que exclusivamente para atender a necessidades de consumidores isolados, hoje são usadas para reforço às redes de distribuição. Diante desse cenário temos de um lado a construção crescente de centrais de geração de energia a partir de fontes renováveis cada vez maiores. Da mesma forma, a capacidade de geração de aerogeradores individuais já atinge cerca de 5 MW. Por outro lado, alguns países começam a lançar programas para que os indivíduos instalem em suas residências sistemas pequenos de geração de energia conectados à rede. Esses sistemas tanto podem atender diretamente à necessidade da residência, quanto injetar na rede o excedente. Por apoiar-se em fontes intermitentes, na ausência da geração o indivíduo pode retirar da rede a energia de que necessita. Nesse contexto, a energia eólica tem um papel muito importante. Segundo o relatório do Global Wind Energy Council (GWEC) a potência instalada mundial em energia eólica alcançou no final de 2007, MW, sendo que somente em 2007 foram instalados MW, um crescimento de 31% em relação ao ano de 2006, e representando um 11

12 aumento global de 27% na capacidade instalada (Fonte: Relatório GWEC 2007, Global Wind 2007 Report, Capacidade Instalada Acumulada Mundial de Energia Eólica em dezembro de 2007 Fonte: Global Wind Energy Council, fevereiro de No final de março de 2008 atingiu-se a marca de 100 GW de energia eólica instalada no mundo, o que equivale a quase o total da capacidade instalada de geração de energia elétrica no Brasil. União Européia A União Européia estabeleceu como meta aumentar a segurança do suprimento de energia e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Chefes de Estado e de Governo Europeus ratificaram em março de 2007 o comprometimento com a fixação de uma meta obrigatória de 20% para a energia renovável da quota de consumo de energia até 2020, e uma meta mínima obrigatória de 10% para os biocombustíveis (Fonte: ). Para atingir essa meta européia, cada país possui uma meta individual. A tabela a seguir mostra alguns exemplos. O continente europeu lidera o mercado mundial de energia renovável, principalmente na fonte eólica. Em 2004, as novas instalações na Europa representaram 75% do mercado mundial. Já em 2007, a energia eólica européia representou apenas 43% do total mundial, denotando o crescimento do uso em outros países. Pela primeira vez, em décadas, mais de 50% do mercado anual eólico está localizado fora da Europa. Essa tendência deve manter-se no futuro. 12

13 Metas para 2010 dos cinco países membros da União Européia com menor e maior índices de uso de Energias Renováveis % em 1997 Meta para 2010 (%) Malta Ciprus Estônia Hungria Bélgica Eslovênia Portugal Letônia Suécia Aústria Média UE 12,9 21,0 Fonte: Commisssion of the European Communities - The share of renewable energy in the EU - Country Profiles- Overview of Renewable Energy Sources in the Enlarged European Union Estimativa de crescimento de energias renováveis para os 25 países da União Européia (GWh/ano) Fonte: Directorate-General for Energy and Transport European Conmission A fonte eólica tem apresentado nos últimos anos o maior desenvolvimento entre as novas tecnologias para geração de energia elétrica, representando no ano de 2007 cerca de 40% da potência elétrica adicionada ao parque gerador do sistema elétrico europeu. Hoje, aproximadamente 56 GW de energia eólica suprem de 3 a 4% da eletricidade da Europa. No dia 20 de dezembro de 2007, 20,9% da energia consumida em Portugal foram produzidos por suas usinas eólicas. Desde o início do ano 2000, a Europa instalou um total de MW à sua capacidade de geração elétrica, sendo distribuída nas seguintes fontes de geração: (i) MW em termelétricas a gás natural; (ii) MW em energia eólica; 13

14 (iii) (iv) (v) (vi) (vii) MW em termelétricas a carvão; MW em termelétricas a óleo combustível; MW em hidroelétricas, MW em termelétricas movidas a biomassa; MW em usinas nucleares. Espanha A Espanha também apresenta destaques nas políticas de apoio às Energias Renováveis, como por exemplo: Uma tarifa feed-in ou preço-prêmio é pago em relação ao preço de mercado para a energia gerada a partir de fontes renováveis; Empréstimos bonificados que cobrem até 80% dos custos de referência estão disponíveis; A nova legislação de energias renováveis, aprovada em maio de 2007, aumentou as tarifas de energias renováveis para % a partir de biomassa, e a partir de 16-40% para biogás; O novo Código Técnico Edificações (CTE, 2006) inclui a obrigação de que 30 a 70% da água quente para uso doméstico seja proveniente de energia solar térmica para todas as novas construções e renovações. Esses investimentos são elegíveis para subsídios no investimento de 36,4% do custo total; A energia eólica também está presente com uma capacidade instalada acumulada de MW ao final de Em 17 de janeiro de 2008, 25,8% da energia consumida na Espanha foi produzida pelas usinas eólicas espanholas. Estados Unidos Nos Estados Unidos, o programa californiano de utilização de energias renováveis está ganhando força. A Califórnia pretende instalar 1 milhão de placas de energia solar fotovoltaica nas residências nos próximos dez anos. Se o plano for seguido à risca, em 2017 a Califórnia contará com uma capacidade de MW de geração de eletricidade a partir do sol, quase o equivalente à capacidade de geração da usina de Ilha Solteira, no interior de São Paulo, a terceira maior hidrelétrica do Brasil. O esforço começa a se disseminar por outros 20 estados americanos, que criaram leis com metas de ampliação de renováveis na matriz elétrica (Fonte: Revista Exame, 26 de março de 2008). 14

15 Energia Solar Fotovoltaica Em 2006, o mercado mundial de energia fotovoltaica foi de 1,744 MW, um aumento de 19% comparado com Nos últimos cinco anos, o crescimento anual foi de mais de 42% Mercado Mundial fotovoltaico (MW) Fonte: Solarbuzz LLC Off-grid On-grid Fonte: Solarbuzz Mercado fotovoltaico por região Alemanha Japão Europa EUA Mundo Atualmente, a tecnologia de aquecimento termossolar é uma realidade que gera, além de energia, milhões de empregos no mundo. Além do simples aquecimento de água para o banho e para uso na cozinha, vários países começam a usar essa fonte de energia na indústria para a obtenção de altas temperaturas, através da tecnologia de concentração. Dados do aquecimento do mercado mundial de energia solar: 141 milhões de metros quadrados de coletores solares instalados; 98,4 GWth de potência nominal térmica instalada; GWh ( TJ) de produção anual de energia; 25,4 milhões de toneladas de CO 2 evitadas (9,3 bilhões de litros de óleo equivalente). 15

16 Fonte: Revisão 2006 do Renewables Global Status Report Fonte: Revisão 2006 do Renewables Global Status Report Modestamente, a Petrobras vem contribuindo com este desenvolvimento, contando hoje com cerca de m 2 de aquecedores solares instalados em suas unidades no Brasil. Energia Geotérmica Por definição, a geotermia é a energia armazenada sob a forma de calor abaixo da superfície terrestre. A terra está cheia de energia: praticamente qualquer nível de temperatura no subterrâneo pode ser usado diretamente, e a energia geotérmica tem sido utilizada para o aquecimento, desde a antiguidade.. A energia geotérmica para produção de eletricidade foi utilizada, pela primeira vez, em Larderello, Itália, em Através de poços profundos, quase MWth já estão instalados na Europa. Islândia, Itália, Turquia e França são os países líderes na Europa. No entanto, essa é apenas uma pequena fração dos recursos que poderiam ser explorados. (Fonte: European Renewable Energy Concil) 16

17 Além da produção de energia elétrica, a energia geotérmica é hoje utilizada para o aquecimento (e refrigeração) de edifícios, incluindo escritórios, lojas, pequenas casas residenciais, etc. O maior sistema geotérmico de aquecimento urbano na Europa pode ser encontrado em Paris, na França. Áustria, Alemanha, Hungria, Itália, Polônia, Eslováquia e outros países mostram uma quantidade substancial de sistemas geotérmicos de aquecimento urbano. Suécia, Suíça, Alemanha e Áustria são os países líderes no que se refere ao mercado para bombas de calor geotérmicas na Europa. Já existem centrais de energia geotérmica em todos os continentes. Reservatórios de vapor ou água quente podem ser encontrados em muitos lugares. Eles produzem, com tecnologia convencional, 820 MW de energia elétrica na União Européia. Os recursos relevantes estão longe de ser plenamente desenvolvidos, mesmo na Europa. 8- BIOCOMBUSTÍVEIS O uso de biocombustíveis vem se consolidando como a alternativa mais fácil e com tecnologia mais dominada para a substituição de combustíveis fósseis. A produção de biocombustíveis no Brasil contribui amplamente para esses objetivos. Os biocombustíveis têm papel importante também na redução das emissões de gases de efeito estufa. Essa condição, associada à oportunidade de diversificação energética e redução da dependência de petróleo, constituem diretrizes para o aumento do seu uso em todo o mundo. Observa-se, globalmente, uma corrida de países e empresas para assumirem uma posição importante em relação aos biocombustíveis. Nesse cenário, grandes interesses entram em conflito na definição das condicionantes que determinarão o tamanho e as oportunidades nesse mercado. As empresas de petróleo também procuram um posicionamento que permita explorar as sinergias com as cadeias logísticas da indústria, com os mercados de combustíveis fósseis e com a capacitação tecnológica dessas empresas. A produção global de etanol em 2007 foi de 69,1 bilhões de litros, sendo que 70% (48,5 bilhões de litros) foi de etanol combustível. Essa produção é amplamente concentrada nos Estados Unidos e no Brasil. A América do Norte, junto com a América Central, respondem por 43% da produção global, enquanto a América do Sul é responsável por 38% da produção (31% dos quais produzidos pelo Brasil). Dessa forma, apenas o continente americano responde por 81% da produção global, o que estabelece um quadro geopolítico diferente daquele que encontramos na produção de petróleo e gás. O continente asiático contribui com 9,7% e a Europa com 5,2% da produção global. As principais matérias-primas são a cana-de-açúcar (Brasil, Colômbia, índia), milho (Estados Unidos, China) e beterraba (Europa). Os balanços energéticos e de emissões de gases de efeito estufa variam significativamente em cada modelo produtivo. Contudo, ainda que a produção de etanol combustível seja expressiva, ela representa somente 3,7% do mercado global de gasolina. Essa constatação serve para afirmar o potencial existente para a produção de etanol. Se considerarmos uma mistura obrigatória de 10% em toda a gasolina comercializada no mundo, isto representaria um mercado de 187 bilhões de litros de etanol combustível, ou seja, uma produção 285% maior que a atual. Novas tecnologias de produção, como a rota lignocelulósica, podem permitir rápidos avanços na produção, sem pressões sobre novas áreas de produção agrícola. Estima-se que essas tecnologias estejam viáveis economicamente por volta de Por sua vez, a produção global de biodiesel é mais modesta. Em 2007, a produção mundial foi de aproximadamente 14 bilhões de litros. Predomina a produção da Alemanha, em torno de 5 bilhões de litros. A produção brasileira em 2007 foi de 402 milhões de litros. 17

18 Este ano, com a meta de 2% no primeiro semestre e 3% no segundo, o volume total a ser produzido será de cerca de 1,1 bilhão de litros. Produção de biocombustíveis no mundo O Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel foi aprovado pelo Congresso Nacional e é, portanto, um programa de interesse do Brasil, na medida em que gera emprego e renda para milhares de trabalhadores rurais através do plantio de oleaginosas, contribui para o meio ambiente, por ser um combustível renovável e sem enxofre, e beneficia a balança comercial brasileira com a redução da importação de diesel. Bristish Petroleum Ações de algumas empresas de petróleo em biocombustíveis Aquisição de 50% da Tropical Bioenergia, produtora de etanol no Estado de Goiás. Criação do Energy Biosciences Institute para pesquisas em biocombustíveis. Projeto de produção de biocombustíveis com hidrogenação de sebo em refinaria na Austrália. Projeto para produção de biodiesel com pinhão manso (Jatropha curcas) na Índia. Parceria com DuPont para desenvolver bioocombustíveis de segunda geração. Shell Aquisição da Iogen Energy Corporation para viabilizar a produção de bioetanol lignocelulósico. Pesquisas na produção de BTL (biomass-to-liquids), Aquisição da Choren, empresa alemã com processo patenteado de gaseificação de biomassa. Parceria com Codexis (EUA), empresa de biotecnologia, para pesquisas com biocombustíveis. Repsol-YPF Adaptação de unidades de produção de MTBE para produção de ETBE. Utilização de biodiesel produzido com óleo de fritura no blend de diesel comercializado. Construção do Centro de Pesquisas de Biocombustíveis na Argentina. Projetos de produção de biodiesel na Espanha, em parceria com a Acciona. Chevron-Texaco Aquisição de 22% da Galveston Bay Biodiesel, empresa produtora de biodiesel no Texas. Parceria com General Motors e Pacific Ethanol para testes com E85 na Califórnia. Parcerias com Instituto de Tecnologia da Geórgia, Universidade da Califórnia e o National Renewable Energy Laboratory para pesquisas com biomassa, biocombustíveis e hidrogênio. Fonte: Resumo Estratégico Petrobras, Abril/

19 A Petrobras não consta dessa lista, mas foi a pioneira, ajudando a viabilizar o Proálcool no Brasil. É, portanto, a empresa de petróleo com maior experiência e atuação concreta no mercado de biocombustíveis. Com o início da operação, em breve, de suas três unidades de produção de biodiesel, mais um salto será dado na consolidação desta liderança. Implicações para o Refino O crescente uso de biocombustíveis e os novos padrões de consumo poderão levar a novos desafios para o refino. Esse mercado está preparado para relações de demandas mais ou menos estabelecidas para os diferentes derivados. No entanto, essas relações poderão se alterar de forma acelerada em curto prazo, sobretudo no sentido da redução relativa do consumo de gasolina. Alguns elementos evidenciam essa tendência: Na Europa e em alguns outros países cresce a preferência por carros a diesel. Entre as vantagens destaca-se a maior durabilidade dos motores e a maior eficiência em relação à gasolina; Os carros híbridos e outras soluções de veículos mais eficientes energeticamente reduzirão significativamente o consumo de gasolina no transporte individual; Os altos preços de petróleo impõem a países importadores a adoção de programas de redução de consumo de derivados, o que passa pelo incentivo ao uso de transportes coletivos e inibindo o uso de transportes individuais, consumidores de gasolina. A perspectiva de desenvolvimento do mercado internacional de biocombustíveis - sobretudo de álcool - e a disponibilidade de carros bicombustíveis deverão conquistar outros mercados em breve. 9- USO DO SOLO: PARA A PRODUÇÃO DE ALIMENTO OU ENERGIA? Nos últimos anos vários países lançaram programas de produção de biocombustíveis dentro dos seus programas de uso de fontes de energias renováveis. Recentemente, no entanto, a partir do posicionamento de alguns países um grande debate internacional foi iniciado sobre os conflitos de usos do solo. Produzir alimento ou energia? O debate se instaurou basicamente por duas razões: Os estoques mundiais de alimentos estão baixos; Os Estados Unidos vêm utilizando milho em grande escala para produzir etanol combustível. Os preços dos alimentos estão altos por várias razões já conhecidas: Aumento do consumo, em função do desenvolvimento econômico de países populosos como a China, a Índia e o Brasil; Quebra da safra de algumas culturas; Aumento do preço do petróleo, que influi nos custos de produção dos alimentos (transporte, fertilizantes, etc.); Protecionismo dos países desenvolvidos. 19

20 Evolução dos Preços do Petróleo, Farelo de Soja e Óleo de Soja 1.400,00 EVOLUÇÃO DE PREÇOS (US$/t) VALORES NOMINAIS 1.200, ,00 BRENT FARELO DE SOJA ÓLEO DE SOJA 800,00 600,00 400,00 200,00 - mar/80 mar/81 mar/82 Gráfico elaborado pela GE-DEN, a partir de dados de mercado. mar/83 mar/84 mar/85 mar/86 mar/87 mar/88 mar/89 mar/90 mar/91 mar/92 mar/93 mar/94 mar/95 mar/96 mar/97 mar/98 mar/99 mar/00 A polêmica já levou, por exemplo, a China a proibir o uso de milho para a produção de etanol. Isto pode ser explicado pela perigosa redução de seus estoques nos últimos anos, que a transformou de exportadora em importadora desse cereal. Entretanto, manteve a utilização de mandioca, batata e sorgo para a produção de etanol. Importação e Exportação de milho pela China mar/01 mar/02 mar/03 mar/04 mar/05 mar/06 mar/07 mar/08 Fonte: ERS/USDA. Do artigo de Décio Luiz Gazzoni. Fatos como esse apontam para a tendência de que o debate continuará por longo tempo. É possível até que se torne permanente, aumentando de intensidade em momentos de escassez de alimentos. 20

21 Porém, sem dúvida nenhuma, países que possuem amplos territórios ainda não cultivados como na América do Sul e na África - poderão ter na produção de biocombustíveis uma grande oportunidade para reduzir suas dependências energéticas e gerar empregos. O uso de biocombustíveis, a partir de matéria-prima adequada, é uma forma efetiva de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Em audiência pública sobre o tema biocombustíveis, realizado recentemente no Senado, o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, ressaltou que: O aumento dos preços agrícolas se justifica pelo longo crescimento mundial, aumento da renda, aumento da população, perda de produtividade pelas mudanças climáticas e aumento da produção de carne (1 kg de carne requer 7 kg de grão), além da produção de biocombustíveis a base de grãos; Demanda de alimentos está crescendo a 5 % ao ano; O estoque de alimentos, hoje, no mundo, é a metade de 5 anos atrás ( estamos comendo estoque ); O aumento da produção de álcool não está significando no Brasil redução da produção de alimentos, pois estamos tendo crescimento na produção de excedentes de grãos; Temos disponíveis 50,0 mm hectares para expansão de grãos e/ou cana-deaçúcar; A produção de cana está avançando sobre as pastagens, o que é considerado positivo; Está sendo realizado um zoneamento agrícola no Pais, indicando onde plantar grãos e cana-de-açúcar; Ao enfrentarmos essa discussão também devemos lembrar que, ao longo de sua história, o homem sempre cultivou a terra para produzir alimento, energia e vestuário, entre outras necessidades. É fato que a energia, em geral, era obtida pela simples extração de lenha ou da força animal, alimentada a partir de vegetações nativas. Afinal, desde que descobriu o fogo, o homem queima lenha. E o cavalo foi domesticado para ser utilizado como meio de transporte há cerca de cinco mil anos. Portanto, produzir energia renovável é coisa antiga. Novos são o tamanho da humanidade e a quantidade de energia que demanda para atender a sua grande mobilidade e todo tipo de aparatos elétricos disponíveis, hoje, no mercado. Nova é a preocupação com a sustentabilidade. Deve ser levado em consideração também, que, na medida em que países atrasados economicamente se desenvolvem o consumo de alimentos tende a crescer. E também crescem as demandas energéticas. Para ilustrar, ressaltamos que a maior parte das populações da Índia e da China ainda são rurais. Esses dois países são os mais populosos do mundo e suas economias estão em franco crescimento. É legítimo que seus governos tracem programas para melhorar o IDH de suas populações. Essa ação representará mais demanda de alimentos e energia. 21

22 País Situação dos cinco países mais populosos População (mil) IDH População Urbana (%) China ,755 39,6 Índia ,602 28,5 EUA ,944 80,4 Indonésia ,697 46,7 Brasil ,792 83,6 Fonte: BERTRAND, Badie. DIDIOT, Beatrice (dirs.). El Estado del Mundo 2007, Madrid, Espanha. Dados do ano de Essa é a situação apenas dos países com maiores populações. Nos países como os da Europa Ocidental, cujo IDH está acima de 0,9 e que vêm mostrando uma baixa taxa de fertilidade, a demanda por alimento cresce pouco. No entanto, a população cresce mais nos países em desenvolvimento, onde, em geral, o IDH também é baixo. Na maioria dos países africanos, por exemplo, o IDH está abaixo de 0,5. Dados da ONU indicam que há no mundo cerca de 800 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. E, nos anos de 2006 e 2007, 124 países do mundo tiveram crescimento do PIB acima de 4% ao ano (Fonte: Revista Época, n o 522, pág. 88). Mais crescimento significa mais demanda de alimentos e energia. Portanto, devemos estar preparados para uma longa discussão sobre o uso do solo. O mais provável é que surjam mais restrições no uso de alimentos - como o milho - para a produção de biocombustível. E que matérias-primas cuja análise de ciclo de vida demonstrem balanços energéticos plenamente favoráveis continuem sendo aceitas para esse fim. É o caso, por exemplo, da cana-de-açúcar para o álcool, plantas não alimentícias, algumas palmáceas e óleos e gorduras residuais (OGR) para a produção de biodiesel. Por outro lado, é possível que países com pouca disponibilidade de condições endafoclimáticas venham a restringir a produção de biocombustíveis em seus territórios. É o caso da Europa. Para o efetivo uso de biocombustível, outras matérias-primas serão cada vez mais demandadas. O processo de produção de etanol a partir de resíduos celulósicos será bem aceito e estará disponível dentro de poucos anos. E, para a produção de biodiesel é bem provável que avance rapidamente o desenvolvimento do cultivo de algas. Essa iniciativa poderá ser implementada, inclusive, em locais próximos a termelétricas, movidas a combustíveis fósseis. O recolhimento da fumaça emanada destas térmicas poderá se constituir em matéria-prima para a produção de algas. 10- AÇÕES PARA EVITAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Além dos cientistas articulados pelo IPCC, estudos de inúmeras outras instituições - até da NASA - estão chegando as mesmas conclusões sobre a correlação entre atividades humanas e mudanças climáticas. No entanto, as responsabilidades são diferenciadas. Europa, EUA e Japão, por exemplo, já destruíram quase todas as suas florestas. E há bastante tempo elevaram seu padrão de vida com a industrialização, queimando carvão, derivados de petróleo e gás natural. Enquanto isto, a economia de muitos países permanece bastante atrasada, e com baixo consumo energético. Em decorrência dessa situação desigual, vemos que há no planeta alguns países com emissões de carbono muito acima da média mundial e muitos com emissões significativamente baixas em relação à média. 22

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