UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS NÍVEL DOUTORADO ANGELA ESTER MALLMANN CENTENARO A INFLUÊNCIA DO CAPITAL SOCIAL NO FOMENTO DE PROJETOS DE FINANCIAMENTO COLETIVO NO BRASIL Sã Lepld 2013

2 Angela Ester Mallmann Centenar A INFLUÊNCIA DO CAPITAL SOCIAL NO FOMENTO DE PROJETOS DE FINANCIAMENTO COLETIVO NO BRASIL Tese apresentada cm requisit parcial para a btençã d títul de Dutr em Ciências Sciais, pel Prgrama de Pós- Graduaçã em Ciências Sciais da Universidade d Vale d Ri ds Sins - UNISINOS Orientadra: Dra. Adriane Ferrarini C-rientadr: Dr. Pal Ttar Sã Lepld 2013

3 As meus pais, que me deram a vida. Para Felipe e Jsué, razões desta vida.

4 AGRADECIMENTOS Dedic este trabalh as Mestres e Amigs Adriane e Pal, rientadra e crientadr. Quer expressar minha felicidade pr ter cnhecid vcês, excelentes prfissinais. Sem vcês, alcançar bjetiv de realizar esta tese teria sid muit mais difícil. Esper cntar cm vcês para nvas empreitadas num futur próxim. Sabem que pdem cntar cmig. As demais prfessres que me rientaram durante períd de estud, seja nas disciplinas, seja nas rientações que, cm suas maneiras diversas de refletir sbre as ciências sciais, me tiravam da zna de cnfrt. Assim agradeç as Prfª. Drª. Adriane Ferrarini, Prf. Dr. Alísi Rucheinsky, Prf. Dr. Carls Gadea, Prf. Dr. Eduard Prtanva, Prf. Dr. Ináci Gaiger, Prf. Dr. Jrge Verschre, Prf. Dr. Jsé Bica de Mel, Prf. Dr. Jsé Rgéri Lpes, Prfª. Drª. Marília Vernese, Prf. Dr. Nadir Lara Jr, Prf. Dr. Tiag Wickstrm Alves. À Maristela Simn, mais que secretária, uma amiga e um verdadeir exempl de slidariedade. A amig e cmpanheir de muits ans Odenir, pelas leituras ds texts e discussões prfícuas que estas geraram. As clegas e ex-clegas da Universidade d Estad de Mat Grss UNEMAT, nas pessas d Prf. Ms. Rdrig Zanin (Diretr d Campus de Sinp), Prf. Ms. Felician Azuaga (Ex-Crdenadr d Curs de Ecnmia), Prf. Ms. Paul Körbes (Crdenadr d Curs de Ecnmia), Prfª Ms. Fernanda Can (Diretra da Facisa), Prfª. Ms. Lenela Guimarães (UFMT), Prfª. Ms. Claudia Heck (UFMT), Prf. Ms. Jsé Gerald Machad (In Memriam). Clegas de trabalh Fábi Iser, Elisangela Meyer e Elaine Hffmann. Essas pessas fram impulsinadras e as maires respnsáveis pela tranquilidade prfissinal e financeira que tive durante curs. Pessal da platafrma Catarse, principalmente Luis Otávi Ribeir e Dieg Reeberg, pelas infrmações, pela dispnibilidade, pela amizade, pelas nvas ideias que surgiram n decrrer d trabalh e pelas parcerias que se desenharam. Pr fim, agradeç as realizadres da platafrma Catarse, sujeits da pesquisa. Sem estas pessas dispstas a clabrar, este estud simplesmente nã ter-se-ia se realizad.

5 Eu tentei 99 vezes e falhei, mas na centésima tentativa eu cnsegui. Nunca desista de seus bjetivs mesm que pareçam impssíveis. A próxima tentativa pde ser a vitrisa. Albert Einstein, físic alemã ( )

6 RESUMO A ecnmia adquire diferentes frmas e cnceits a lng da história. Em terms cnceituais, predmíni de uma abrdagem frmalista que define a ecnmia em sua dimensã mercantil capitalista vem send disputad cm a abrdagem substantivista, que precniza a integraçã entre as múltiplas dimensões da vida scietária. Essas cncepções fram aprpriadas para entendiment d capital scial para a geraçã de recurss através d financiament cletiv. N âmbit das práticas scietárias, emergem diversas frmas de prduzir fra da relaçã salarial, cm assciativism e a ecnmia slidária. O financiament cletiv é uma das nvas frmas de relações ecnômicas praticadas através de uma dinâmica cletiva pautada na reciprcidade, cnfiança e capital scial, as quais vêm representand alterações na frma racinal predminante. A pesquisa bjetivu investigar a imprtância d capital scial para êxit ds prjets apresentads na Catarse, platafrma criada para unir empreendedres sciculturais e apiadres dispsts a auxiliarem financeiramente a realizaçã ds prjets. A metdlgia de pesquisa cnsistiu na prduçã de dads quantitativs cletads através de questináris respndids pr 103 realizadres da platafrma Catarse e na psterir análise através d teste t de Student e da Regressã Lgística. Os resultads demnstraram que capital scial influencia resultad d financiament cletiv prque s sujeits que btiveram êxit pssuem cnfiança, redes sciais frtes, cmunidade ativa e reciprcidade. Entendeu-se também, que financiament cletiv é uma prática cm características da racinalidade ecnômica substantivista, pis rmpe cm alguns pressupsts da ecnmia de mercad, cm a busca d lucr máxim, prém está inserida na dimensã mercantil, privilegiada pela abrdagem frmalista. Palavras chave: Capital Scial. Redes. Cnfiança. Cmunidade. Financiament Cletiv.

7 ABSTRACT The ecnmy acquires different frms and cncepts, thrughut the histry. In cnceptual terms, the predminance f a frmalist apprach that dfines the ecnmy in its capitalist mercantile dimensin has been played with the substantivist apprach, which advcates the integratin between the multiple dimensins f crprate life. These cnceptins were apprpriate fr the understanding f scial capital t generate resurces thrugh cllective financing. Within the scpe f practices, emerge several frms t prduce utside the wage relatinship as the assciativism and the slidarity ecnmy. The cllective financing is ne f these new frms f ecnmic relatinships that has been practiced his changing the ratinal ecnmic frm apprpriating a cllective character f reciprcity, trust and scial capital. The research aimed t investigate the imprtance f scial capital t the success f the prjects presented in Catharsis platfrm created t unite scicultural entrepreneurs and supprters willing t apply financially t the prjects t be undertaken. The research methdlgy cnsisted f the prductin f quantitative data cllected frm 103 accmplishers f the Catharsis platfrm thrugh the analysis f Student s t Test and lgistic regressin. The results shwed that the scial capital influences the utcme f cllective financing because the subjects wh were successful have cnfidence, strng scial netwrks, active cmmunity and reciprcity. It is als understd that the cllecive financing is an ecnmy f substantivist frm, since it breaks with sme existing paradigms in the market ecnmy, in which the search f maximum prfit is the pririty, but is embedded in cmmercial scale, favred by the frmalist apprach. Keywrds: Scial Capital. Netwrks. Trust. Cmmunity. Cllective Financing.

8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Teste das variáveis independentes da pesquisa, Tabela 2 Análise das variáveis independentes de cnfiança cm significância menr que 0,05, Tabela 3 - Análise das variáveis independentes de redes cm significância menr que 0,05, Tabela 4 - Análise das variáveis independentes de cmunidade cm significância menr que 0,05, Tabela 5 - Análise das variáveis independentes de financiament cletiv cm significância menr que 0,05, Tabela 6 - Análise das variáveis independentes cm significância entre 0,05 e 0,10, Tabela 7 - Análise de regressã lgística pass a pass avançad Adiçã individual das variáveis significativas menres que 0,05, Tabela 8 Classificaçã pr númer de predições e prcentagem de êxit após a adiçã de cada variável significativa, Tabela 9 - Parâmetrs e testes de significância

9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Principais Autres d Capital Scial Figura 2 Evluçã e Aplicaçã ds Diverss Cnceits de Capital Scial Figura 3 - Padrões de integraçã ecnômica segund Planyi Figura 4 Idade d cnjunt de empreendedres d financiament cletiv entrevistads, Figura 5 Esclaridade d cnjunt de empreendedres d financiament cletiv entrevistads, Figura 6 Alpha de Crnbach d cnjunt das variáveis da pesquisa, Figura 7 Alpha de Crnbach das variáveis Cnfiança, Figura 8 Alpha de Crnbach das variáveis Redes, Figura 9 Alpha de Crnbach das variáveis Cmunidades, Figura 10 Alpha de Crnbach das variáveis Financiament Cletiv, Figura 11 Frequência de êxit e nã êxit d cnjunt ds respndentes da pesquisa,

10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfic 1 Ocupaçã d cnjunt de empreendedres d financiament cletiv entrevistads, Gráfic 2 Tips de prjets apresentads na platafrma Catarse para serem financiads cletivamente, Gráfic 3 Relaçã entre tips de prjets apresentads para financiament cletiv na platafrma Catarse e resultads finais, Gráfic 4 - Variáveis classificadas cm nã significativas em relaçã à cnfiança, Gráfic 5 Relaçã entre a cnfiança nas pessas que circulam pert ds empreendedres e resultad d financiament cletiv ds prjets estudads, Gráfic 6 - Se precisassem de ajuda de algum vizinh, teriam liberdade em pedir ajuda X resultad d financiament cletiv ds prjets estudads, Gráfic 7 Pde-se cnfiar na mairia das pessas X resultad d financiament cletiv ds prjets estudads, Gráfic 8 Cnfiança ns apiadres financeirs ds prjets X resultad d financiament cletiv ds prjets estudads, Gráfic 9 - Variáveis classificadas cm nã significativas em relaçã à redes, Gráfic 10 Análise da variável R3 (Os empreendedres pssuem cntat cm amigs virtuais diariamente?) entre s subcnjunts êxit e nã êxit, Gráfic 11 - Análise da variável R4 (Os empreendedres pssuem cntat cm amigs reais diariamente?) entre s subcnjunts êxit e nã êxit, Gráfic 12 - Variáveis relacinadas à cmunidade, classificadas cm nã significativas, Gráfic 13 É imprtante ter uma vida ativa na cmunidade para bter êxit n financiament cletiv, Gráfic 14 - Variáveis relacinadas a financiament cletiv, classificadas cm nã significativas,

11 LISTA DE QUADROS Quadr 1 Orçaments d prjet Brechó Ec Slidári apresentads na platafrma Catarse,

12 LISTA DE ABREVIATURAS BID Banc Interamerican de Desenvlviment MIP MIP é um acrônim para a expressã em língua inglesa mbile cmmunicatins ver Internet Prtcl, cmunicaçã móvel sbre prtcl de Internet, nde se utiliza cmunicaçã peer-t-peer, incluind chat e vz sbre IP em aparelhs celulares u telemóveis que pssuam 3G, GPRS e Wi-Fi. PayPal PayPal é uma empresa que permite a transferência de dinheir entre indivídus u negciantes usand um endereç de , assim, evitand métds tradicinais cm cheques e blet bancári. UNESCO Organizaçã das Nações Unidas para a Educaçã, Ciência e Cultura

13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ECONOMIA E SOCIEDADE ASPECTOS DA TRAJETÓRIA DA ECONOMIA E DA SOCIEDADE Ecnmia e Sciedade na Idade Média Ecnmia e Sciedade na Idade Mderna Sciedade Capitalista Sciedade Nã Capitalista Ecnmia e Sciedade na Cntempraneidade AS DEFINIÇÕES DO ECONÔMICO Uma Discussã sbre Debate Frmalista e Substantivista CAPITAL SOCIAL PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E CONCEITUAIS DO CAPITAL SOCIAL Ppularizadres d Capital Scial Capital Scial: Perspectivas Diferenciadas IMERSÃO SOCIAL - EMBEDDEDNESS CATEGORIAS EMPÍRICAS E ANALÍTICAS NO ESTUDO DO CAPITAL SOCIAL Redes Sciais Cmunidade Cnfiança Reciprcidade FINANCIAMENTO COLETIVO (CROWDFUNDING) HISTÓRICO DO FINANCIAMENTO COLETIVO MULTIDÃO: SUJEITOS DO FINANCIAMENTO COLETIVO CATARSE METODOLOGIA NATUREZA E TIPO DE ESTUDO COLETA E ANÁLISE DOS DADOS Análise Quantitativa Teste t para médias Regressã Lgística APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ANÁLISE DOS SUJEITOS E SEUS PROJETOS... 95

14 Exempls de Prjets de Sucess e Nã Êxit da Platafrma Catarse ANÁLISE ESTATÍSTICA Análise Quantitativa Análise quantitativa das variáveis nã significativas CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICE - INSTRUMENTO PARA AVALIAR O CAPITAL SOCIAL NOS PROJETOS DE FINANCIAMENTO COLETIVO

15 1 INTRODUÇÃO O ser human, dentre várias características, pssui a de viver em cmunidade para assegurar a sua sbrevivência. Durante a Idade Média e Períd Renascentista, a cmunidade 1 era um element básic para a rganizaçã ecnômica e scial. A Revluçã Industrial mudu a natureza da cmunidade. Ela, que era centr de cnvivência scial e ecnômica, perdeu a centralidade para as rganizações jurídicas cnstituídas. As cmunidades cntinuaram cntribuind para a ecnmia, rganizand-se em clubes u assciações. Atualmente, mudanças prfundas na tecnlgia, na demgrafia e na ecnmia glbal fazem surgir nvs mdels de prduçã baseads nas cmunidades, lócus de frmaçã de capital. Esses nvs mdels de prduçã ainda cexistem cm s tradicinais, prém capitalism mdern, centrad nas grandes massas de capital fix material, sfre mutações na realidade cntemprânea referentes à valrizaçã de um capital dit imaterial, qualificad também cm capital human, capital d cnheciment, capital da inteligência cmumente referid a particular -, u capital scial mais utilizad quand se refere a cletiv (GORZ, 2005). O capital, desde Marx n sécul XIX, é a matriz ecnômica e idelógica de uma épca da humanidade, a d capitalism. Remete-ns a mercad, prpriedade privada, trabalh assalariad, recurss ecnômics, riqueza e miséria (D ARAÚJO, 2010). A transfrmaçã d capital material para capital imaterial fi acmpanhada de nvas mutações d trabalh. O trabalh abstrat que, desde Adam Smith, era cnsiderad cm a fnte d valr é substituíd pel trabalh cmplex. O trabalh anterirmente smente utilizad para prduçã material, mensurável em unidades de prduts pr unidades de temp, na cntempraneidade fi substituíd pel 1 Para Putnam (2006, p. 102) a cmunidade se mantém unida pr relações hrizntais de reciprcidade e cperaçã e nã pr relações verticais de autridade e dependência. Os cidadãs interagem cm iguais e nã cm patrns e cliente u cm gvernantes e requerentes. A participaçã numa cmunidade cívica pressupõe espírit públic d que da atitude mais vltada para vantagens partilhadas. Os cidadãs nã sã sants abnegads, mas cnsideram dmíni públic alg mais que um camp de batalha para a afirmaçã d interesse pessal. Eles sã mais d que meramente atuantes, imbuíds de espírit públic e iguais. Eles sã prestativs respeitss e cnfiantes uns ns utrs, mesm quand divergem em relaçã a assunt imprtantes. Ela nã está livre de cnflits, pis seus cidadãs têm piniões firmes sbre as questões públicas, mas sã tlerantes cm seus cmpnentes.

16 16 trabalh imaterial, a qual s padrões clássics de medida nã mais se aplicam, e é mais acessível, a mens em princípi, graças à internet, que significa que cnheciment, principal frça prdutiva e principal fnte de valr, é, pela primeira vez, suscetível de ser substituíd pela aprpriaçã privada. Para Grz (2005), a separaçã d capital imaterial (fictíci) e d capital material (real), quand se situa num cntext financeir em que a massa de capitais fictícis se deslcu da ecnmia real e sbre mercad de derivads, pôs-se a fazer dinheir, cmprand e vendend dinheir fictíci centenas de vezes pr dia, chamand iss na ecnmia de efeit multiplicadr. A ficçã ultrapassa a realidade e se passa pr mais real d que própri real, até dia em que, imprevisível e inevitável, a blha estura, cm crreu cm a blha especulativa imbiliária em Entretant, capital scial, cm capital imaterial, muda cntext da realidade e se desenvlve entre familiares e amigs, fazend parte d bem-estar emcinal, cntribuind cm cresciment ecnômic. Ele cnsiste na cnfiança estabelecida entre cnhecids, através da frmaçã de redes. Essas redes sciais ligam grups de pessas cm cla e sã cmpnentes essenciais da ecnmia cntemprânea. O capital scial se cnstitui cm um tip de supercla scial, respnsável pela criaçã de um ambiente de lealdade e reciprcidade entre s membrs, send imprtante para api e a ajuda mútua na resluçã de prblemas cletivs (PUTNAM, 2006). Prém, a tese d familiarism amral, de Banfield (1958), mstra que que se encntra n Sul da Itália é francamente desfavrável a fenômen da cultura cívica. De certa frma, é um tip de capital scial, mbilizad para a prpriar a esfera pública. Cmumente, capital se apresenta em três abrdagens: a neinstitucinalista, a estruturalista e a d individualism metdlógic u instrumental. A abrdagem ne-institucinalista sbre capital scial tem seu debate revigrad a partir da década de 1980, a partir de estuds realizads sbre a experiência italiana de gestã d prcess de desenvlviment lcal e reginal, especialmente s realizads sb a crdenaçã de Rbert Putnam (2006). Putnam afirma que a cperaçã vluntária é mais fácil numa cmunidade que tenha herdad um bm estque de capital scial sb a frma de regras de

17 17 reciprcidade e sistemas de participaçã cívica. Assim, capital scial diz respeit a características da rganizaçã scial, cm cnfiança, nrmas e sistemas, que cntribuam para aumentar a eficiência da sciedade, facilitand as ações crdenadas. A cnfiança é um cmpnente básic d capital scial, cmpleta autr, assim quant mais elevad nível de cnfiança numa cmunidade, mair a pssibilidade de haver cperaçã. E a própria cperaçã gera cnfiança. Os estques de capital scial, cm cnfiança, nrmas e sistemas de participaçã, tendem a ser cumulativs e a refrçar-se mutuamente, prvcand círculs virtuss que resultam em elevads níveis de cperaçã, cnfiança, reciprcidade, civism e bem-estar cletiv, características que definem a cmunidade cívica. Da mesma frma, a inexistência destas características, também é alg que tende a refrçar-se. Assim, a deserçã, a descnfiança, a missã, a explraçã, islament, a desrdem e a estagnaçã intensificam-se reciprcamente num miasma sufcante de círculs viciss, cmpleta Putnam (2006). D pnt de vista estruturalista, cuj paradigma é dad pr Durkheim em sua bra "Suicídi" e é exemplificad, na França, quand Burdieu apresenta primeir delineament da sua teria, pela linguística saussuriana e pel estruturalism levi-straussian, está n fat de destruir a ilusã de transparência d mund scial. A ruptura cm as percepções cmuns permite expôr as relações definidas n sei das quais hmens e mulheres entram necessariamente de md a prduzirem a sua existência scial (MARX, 1938). Cm s recurss da estatística, da descriçã etngráfica u da mdelizaçã frmal, bservadr extern pde recnstituir a "espécie de pauta nã escrita segund a qual se rganizam as ações ds agentes que creem cada um imprvisar a sua meldia" (BOURDIEU, 2001, p. 54) e determinar as regularidades bjetivas às quais bedecem. Uma ciência da sciedade deve recnhecer que a visã e as interpretações ds agentes sã uma cmpnente incntrnável da realidade cmpleta d mund scial. É cert que a sciedade tem uma estrutura bjetiva, mas nã é mens verdade que ela seja também feita de representaçã. Os indivídus têm um cnheciment prátic d mund e investem esse cnheciment prátic nas suas atividades ctidianas.

18 18 Mas esta abrdagem da vida scial sfre, segund Burdieu (2001), de pel mens dis grandes males. Primeir, cncebend as estruturas sciais cm simples agregaçã de estratégias e ats de classificaçã individuais, este tip de marginalism scial príbe-se de dar razã à sua persistência tal cm à das cnfigurações bjetivas que estas estratégias perpetuam u desafiam. Para mais, nã cnsegue explicar prquê e a partir de que princípi trabalh de prduçã da própria realidade é prduzid. Já a prpsiçã scilógica fundamental da teria da esclha racinal tem cm característcas fundamentais d tecid scial a escassez de bens e a necessidade imperativa de estabeleciment de interações estratégicas. É uma estrutura na qual nada mais pde ser d que uma mera sma de ações individuais. Pr cnseguinte, tal estrutura é apenas um resultad de trcas pautadas pr interesses pessais e só tma alguma frma exclusivamente pel fat de s agentes nã terem cntrle diret sbre s bens que almejam. Se tds btivessem suas metas e bjets de md autmátic, e cntrlassem tdas as atividades que pudessem satisfazer seus desejs, nem mesm haveria que se pde denminar cm sistema scial (COLEMAN, 1990, p. 29). Cleman buscava, a que tud indica, estabelecer uma crreçã de curs na "teria da trca", baseada em pstulad central da teria ecnômica a respeit da tmada de decisã individual e racinal (1964, p. 166), que, n final ds 50, adquiria frça na teria scilógica, em especial na scilgia americana. Ele parece pretender entã dar mair cnsistência à teria da esclha racinal, tal cm vinha send passada para dentr da scilgia, limitada em sua capacidade de scializaçã. De acrd cm ele, impõe-se mstrar, através da nçã de capital scial, a articulaçã entre a esclha racinal e cntext scial em que ela se verifica. Assim, ele mstra cm a açã racinal está cntida numa estrutura scial que a cnstrange e cndicina (1988, p ). Em suma, as abrdagens sbre capital scial explicam as diferentes dinâmicas de desenvlviment lcal, reginal u territrial, segund capital scial presente ns diverss territóris, que resulta num mair u menr dinamism sciecnômic-cultural.

19 19 O capital scial pde ser usad cm uma ferramenta para aliviar a pbreza e as desigualdades. O Banc Mundial cnsidera capital scial cm uma plítica explicitamente pública, e a mairia ds prjets de desenvlviment lcal que sã financiads pr ele é largamente baseada n refrç das rganizações de vluntariad, cm frma de aprimrar a gestã ds serviçs públics (BANCO MUNDIAL 2 ). Prtant, cnceit de capital scial indica que desempenh da ecnmia depende das relações sciais, u seja, que as relações mercantis nã sã independentes, mas inseridas nas relações sciais. A imprtância ds laçs pessais e d cmpartilhament de valres explica real funcinament d mercad de trabalh, as desigualdades reginais em terms de desenvlviment ecnômic, assim cm êxit ecnômic de certas cmunidades imigrantes u de certs agrupaments de pequenas empresas, pr exempl. Assim cm a glbalizaçã, que, após ser apresentada cm um nv cred de que mund seria uma aldeia glbal, sem prtecinism ecnômic, se mstru ser um nv mantra ecnômic, capital scial também revela acepções múltiplas cm uss cntraditóris. O term capital scial nã incrpra nenhuma ideia nva para s sciólgs, pis eles sabem que envlviment e a participaçã em grups pdem ter cnsequências psitivas para indivídu e para a cmunidade. É uma nçã que remnta a Durkheim - ênfase na vida d grup cm um antídt para a anmia e a autdestruiçã de Marx. A disseminaçã ds cmputadres pessais e da internet tem mudad a rtina da vida cívica pel fat de individualizar as pessas à frente de suas máquinas. Mas nvs grups surgiram e cntinuam surgind cm frmas diferenciadas de trabalh, buscand a elabraçã e transcriçã em linguagem binária, digital de prgramas, a um cust frequentemente elevad, prém pdem ser reprduzids em númer praticamente ilimitad a um cust desprezível. Além diss, frmam cmunidades virtuais de trabalh, entreteniment, negócis, entre utrs. À medida que estas cmunidades se reúnem virtualmente, surge uma nva frma de capital scial sustentad pr dis pilares, a cnfiança e a reciprcidade. 2 BANCO MUNDIAL. Dispnível em: < Cidadania/Questin%C3%A1ri%20Integrad%20para%20Medir%20Capital%20Scial.pdf>. Acess em: 20 fev

20 20 Na área cultural, s bens imateriais estã se reprduzind em grande velcidade através da internet, na qual também se encntra capital scial n mdel de financiament cletiv u clabrativ, crwdfunding. O financiament cletiv aglmera uma multidã para financiar prjets culturais u de entreteniment, principalmente. Os financiaments cletivs cm fnte na multidã utilizam a mbilizaçã cletiva na internet para viabilizar bjetivs. O financiament cletiv mtiva a cperaçã e a cnfiança pr parte das pessas ligadas na rede para arrecadar dinheir a fim de apiar s esfrçs iniciads pr utras pessas u rganizações. Ele substitui a necessidade de captaçã de recurss de frma tradicinal, tend uma abrdagem mais ampla, baseada na participaçã da multidã vinculada às cmunidades virtuais e redes sciais. A multidã pde existir cm uma cmunidade, mas também pde ser cnectada em tdas as partes d mund pr pessas cm interesse em cmpartilhar financiament de um prjet, uma pessa u um event. Assim, indivídus dispsts a financiar um prjet se rganizam em trn dele através d financiament cletiv, entretant eles também se dispersam, pdend participar de nvs grups financiadres u nã. Este tip de financiament utiliza recmpensas cm uma maneira de mtivar as pessas a cmpartilharem suas relações sciais diretas para apiar um prjet, prtant nã se trata de daçã. Nas platafrmas de financiament cletiv, um prjet só é alavancad se bjetiv prpst (arrecadaçã d valr mínim necessári) fr alcançad dentr d praz. Se iss nã acntecer, s apiadres recebem sua pretensa clabraçã financeira de vlta, que diminui s riscs. Dessa frma, nã há expectativas de que um prjet seja executad cm um dinheir insuficiente que dificultaria também a distribuiçã das recmpensas. Assim, ns prjets de financiament cletiv nã se espera que s clabradres apliquem seu dinheir sem critéri. Nrmalmente, recebem agradeciments até em frma de retrn financeir, dependend ds prjets e ds valres envlvids cm frma de reciprcidade, mas mais imprtante é que há interesse cmum entre financiadres e empreendedres, para que prjet btenha êxit.

21 21 Uma das iniciativas de destaque n financiament cletiv n Brasil é a platafrma Catarse, lançada em 17 de janeir de 2011, a partir da sciedade de três acadêmics. Essa platafrma trabalha n sentid da arrecadaçã de capital financeir através das relações sciais e d papel da cperaçã, cnfiança e reciprcidade para viabilizar prjets culturais cletivs e ecnômics. Ele estimula financiament cletiv ds prjets de pessas físicas u jurídicas 3. O cnceit de capital scial que direcina esta pesquisa é cmpartilhad cm Putnam (2006) e explicad cm características da vida scial, redes, nrmas e cnfiança, que permitem as participantes agir em cnjunt de frma mais eficaz e buscar bjetivs cmpartilhads. Cm premissa desta tese, há a cnvicçã de que a utilizaçã d capital scial é inerente a ser human scial. Putnam (2006) refere-se a capital scial cm a natureza e extensã d envlviment de um indivídu em uma u em várias cmunidades e rganizações cívicas lcais e suas relações sciais. Desde a cnversa cm s vizinhs u engajament em atividades recreativas, até a filiaçã a rganizações ambientais e partids plítics, capital scial n financiament cletiv, é usad cm um term cnceitual para caracterizar as variadas maneiras pelas quais s membrs da cmunidade interagem. Assim entendid, é pssível afirmar que a multidã cnectada nas platafrmas de financiament cletiv pssui capital scial. Send assim, engajament d indivídu cm seus semelhantes deve crrbrar para sucess das ações cletivas, send cntrári também verdadeir. Assim, surgiram alguns questinaments que instigaram e cnduziram à reflexã sbre a imprtância d capital scial para financiament cletiv: Quais sã s interesses e aspirações das pessas que participam d financiament cletiv? Quais as características ds crdenadres/empreendedres de prjets? Existe hierarquia n crwdfunding? Se existe, a hierarquia ajuda u atrapalha financiament cletiv? Qual papel das redes sciais n financiament cletiv? A cnfiança é imprtante para sucess d financiament cletiv? A vida em cmunidade pssui alguma influência sbre sucess n financiament cletiv? Qual a imprtância da reciprcidade para s prjets? Pr que alguns prjets 3 Estas infrmações fram frnecidas pels administradres da platafrma Catarse.

22 22 btêm êxit e utrs nã? Para respnder a este cnjunt de questinaments, esta tese está apiada na seguinte questã central: Os prjets de financiament cletiv sã cnduzids a êxit pel capital scial? Cm bjetiv geral, prpôs-se: Investigar a imprtância d capital scial para êxit ds prjets apresentads na platafrma Catarse para serem financiads cletivamente. Esse bjetiv é prpst pr partes sucessivas, desenvlvidas uma a uma, durante a cnstruçã da tese. Iniciu-se estud pela cmpreensã da mbilizaçã para a açã cletiva cm a finalidade de financiar prjets cletivamente na platafrma Catarse. Sabend cm s sujeits se mbilizam, prcuru-se saber se as relações entre eles sã permeadas pela cnfiança, uma das características mais imprtantes d capital scial. Vist que capital scial, pels estuds as quais se teve acess, fi desenvlvid em cmunidades reais na relaçã entre pessas próximas (familiares, amigs e vizinhs) e cnstruída sbre fundament da ajuda mútua (cnfiança e reciprcidade), prpôs-se apntar as características d capital scial que estã relacinadas cm financiament cletiv nas redes primárias e secundárias. Entendeu-se também que seria imprtante identificar quais s tips de prjets da platafrma Catarse que pssuem mair índice de êxit, pis, a partir desses dads, pderiam surgir pistas sbre capital scial ds empreendedres de sucess. Para trilhar td esse caminh, fram desenvlvidas ferramentas, quantitativas e qualitativas, para cmpreender td esse prcess que se desenhu entre capital scial e financiament cletiv. Além d interesse pessal e da imprtância científica sbre tema, decidiuse pr este assunt devid à sua imprtância scial. A partir da ideia de capital scial e financiament diferenciad pr ser cletiv e clabrativ, é pssível refletir sbre nvas frmas de alcaçã de crédit que encrajem um mair diálg entre pesquisadres, frmuladres de plíticas públicas, gerenciadres de prjets, empreendedres e a própria cmunidade. Pr mei desse diálg, espera-se que cnheciment das dimensões sciais d desenvlviment ecnômic seja ampliad e, cm iss, a capacidade cnjunta para desenvlver e prgramar estratégias de financiaments sciais u cletivs vltads à sluçã de prblemas sciais.

23 23 A tese está estruturada em sete capítuls, send primeir a Intrduçã, n qual se apresenta prblema investigad e s bjetivs que nrtearam a pesquisa. N capítul 2 se esbçu um apanhad geral sbre ecnmia e sciedade desde a Idade Média até a cntempraneidade. O capítul 3 versa sbre capital scial, seus cnceits, autres, crrentes e aplicações. O próxim capítul apresenta financiament cletiv e da platafrma Catarse, bjet deste estud. N quint capítul, abrda-se a metdlgia, n qual se descreve a caminhada para se chegar as dads, sua análise e suas particularidades. N sext capítul, apresenta-se s dads cletads e desenvlveu-se a sua análise quantitativa. Pr fim, sétim capítul apresenta as cnsiderações finais, limitações, além de mstrar nvas pesquisas que pderã ser desenvlvidas a partir desta pesquisa.

24 24 2 ECONOMIA E SOCIEDADE A ecnmia e a sciedade, a lng da história, tiveram ligações frtes de parcerias e de subsunçã. Neste capítul apresenta-se aspects da trajetória da ecnmia e sciedade durante a História recente. Smith, em A Riqueza das Nações (1996, p. 69), escreveu sbre certa prpensã da natureza humana [...] a de permutar e trcar uma cisa pr utra. Que tal tendência exista cm uma característica universal da humanidade é, talvez, mens prvável d que ele acreditava, embra nã estivesse errad a clcar at de trcar n centr de seus estuds ecnômics. Nã há dúvidas de que cmprar e vender é a essência de uma sciedade de mercad cm a descrita pr Smith. Prtant, para chegar a surgiment da sciedade de mercad, sente-se a necessidade da busca pela sua antecedência. As relações ecnômicas e sciais se transfrmaram cm passar d temp, expressand características distintas n decrrer da linha d temp. Atualmente, a sciedade de mercad pssui cm característica principal que é a acumulaçã d lucr, nã imprtand a distribuiçã igualitária da riqueza. Prém, mviments dentr da sciedade indicam que essa característica pde se transfrmar quand há dispnibilidade e desej de mudança pr parte ds atres envlvids. Este capítul mstra algumas características da ecnmia e da sciedade num períd históric que abrange a Idade Média, períd que antecede a ecnmia atual até a cntempraneidade, apresentand a evluçã dessas relações, seus rmpiments e envlviments. Apesar de haver mercad em períds anterires, iniciand-se cm a Idade Média, se quer mstrar as rupturas que dã sentid as princípis d mdel capitalista e passam hje a ser questinads u alterads em funçã de emergentes práticas ecnômicas, cm financiament cletiv.

25 ASPECTOS DA TRAJETÓRIA DA ECONOMIA E DA SOCIEDADE Ecnmia e sciedade, durante a História mais recente, chegaram a se cnfundir, cm também a se distanciar uma da utra. Neste capítul, apresenta-se uma breve retrspectiva histórica destes cnceits, situand as rupturas crridas na transiçã da Idade Média para a Mderna e suas transfrmações mais recentes, seguidas pr uma ecnmia e sciedade ainda nã cnhecidas na História. A História, cm gêner específic dentr da tradiçã literária eurpeia, u cm disciplina científica, pssui uma lnga trajetória que seria impssível tentar sintetizar neste espaç. Em terms gerais, pde-se cnsiderar que, cm frma de memória, sempre exerceu algum efeit tranquilizadr para s mments de incerteza e instabilidade das relações humanas e sciais cm temp, pssibilitand entendiment ds acnteciments de uma frma crítica. D iníci da civilizaçã às primeiras sciedades rganizadas, evidências de cmérci e mercads aumentam cm rapidez. Assim escreve Miriam Beard: Milênis antes ds cants de Hmer, u de Rômul e Rem serem amamentads pela lba, s ativs damkars (negciantes) de Uruk e Nippur... dedicavam-se as negócis. Atidum, mercadr, precisand de instalações maires para seu escritóri, cncrdara em alugar lcal adequad de Ribatum, Sacerdtisa de Shamash, pr um e 1/6 de shekels de prata pr an um preç baix, cm as demais parcelas facilitadas. Abuwakar, ric mercadr, regziju-se cm a filha pel fat de ter se trnad Sacerdtisa de Shamash, pdend abrir uma imbiliária pert d templ. Ilabras escrevia a Ibi: Que Shamash e Marduk te guardem! Cm sabes, expedi um avis de que queria uma escrava. É chegada a hra d pagament (BEARD, 1938, p.12). 4 Mesm parecend um achad de uma sciedade de mercad, é necessári ter cautela. Se s mercads (cmpra e venda) e até mesm as estruturas de cmérci altamente rganizadas fram aspects quase nipresentes nas sciedades antigas, nã devem ser cnfundids cm a presença de uma sciedade de mercad cnhecid atualmente. Prtant, entre a atmsfera engansamente cntemprânea de muits mercads d passad e a realidade de nssa atual ecnmia de mercad, encntrase uma enrme distância que a sciedade levu séculs para percrrer. 4 Traduçã da pesquisadra.

26 Ecnmia e Sciedade na Idade Média Cm a queda de Rma e à medida que sucessivs ataques e invasões d nrte, leste e sul retalharam interir da Eurpa, a grande estrutura administrativa da lei e da rdem fi substituída pr uma clcha de retalhs de entidades plíticas de pequena escala. N Impéri de Carls Magn, sb uma fina camada de um Estad unificad, existia, na verdade, cas plític. Essa parte da História é imprtante para enfatizar as cnsequências ecnômicas advindas cm a dissluçã plítica. Durante séculs, islament da vida ecnômica, esta extrema autssuficiência seria marc ecnômic da Idade Média, e essa mdalidade generalizada de rdenament scial e plític seria chamada de feudalism (HEILBRONER e MILBERG, 2001, p. 44). Na Idade Média, a ecnmia ainda era ruralizada, a sciedade era hierarquizada e a Igreja Católica era a supremacia. Os pderes jurídic, ecnômic e plític cncentravam-se nas mãs ds senhres feudais, dns das terras. A sciedade feudal era rigidamente estratificada e dificilmente havia mbilidade, pis a psiçã ds grups era determinada pela sua relaçã cm a terra. Segund a mentalidade da épca, a sciedade estava dividida prque Deus determinava diferentes funções para cada camada. A Igreja Católica a principal instituiçã plítica, scial e ecnômica d períd - suspeitava das atividades de cmpra e venda. Em parte, iss refletia uma reprimenda às práticas de explraçã da épca; pr utr lad, era uma cnsequência d repúdi a enriqueciment e, em especial, a at de emprestar dinheir (usura). Os líderes religiss na épca precupavamse cm s preçs justs, nã aceitand que cmprar e vender sem regras pudesse dar margem a preçs justs (HEILBRONER e MILBERG, 2001). As relações sciais nesse períd também eram peculiares. O feudalism fi cnstituíd pela articulaçã entre dis eixs de relações feud-vassálicas e as relações servis de prduçã. As relações feud-vassálicas estabeleciam-se entre membrs da aristcracia militar e territrial e baseavam-se n feud, na fidelidade e na reciprcidade. As relações servis de prduçã estabeleciam-se entre senhr da terra e trabalhadr e estavam baseadas na desigualdade de cndições e na explraçã d trabalh.

27 27 A sciedade feudal permaneceu nesses mldes até sécul X. O senhri rganizava a prduçã e extrsã d sbretrabalh quand a Eurpa passu pr um períd de paz e segurança. Além diss, estavam crrend alguns avançs na ecnmia e na sciedade feudais. A ppulaçã crescia a mesm temp em que a ecnmia se dinamizava. A substituiçã de antigas técnicas e instruments de trabalh agríclas, pr utras um puc mais mdernas, desbravament de terras incultas de flrestas e pântans, bem cm us da adubaçã, melhravam a prdutividade agrícla. Essas invações prprcinaram a prduçã de excedente destinad à trca. Entretant, a ecnmia era um aspect subrdinad à vida scial e nã um aspect dminante. Para Silva e Luiz (1982), nesse períd, pdersas frças de mudança estavam em açã n feudalism eurpeu, agind lentamente para intrduzir a estrutura de mercad. Entre essas frças estava papel d mercad itinerante, cm intrdutr d cmérci d dinheir e d espírit cnsumista na vida feudal; prcess de urbanizaçã, cm uma fnte de atividade ecnômica e cm lugar de uma nva psiçã de pder, centrada n cmérci; as Cruzadas, cm uma frça de ruptura da vida feudal e da intrduçã de nvas ideias; apareciment de Estads Nacinais unificadres e apiadres d cmérci; estímul da Era das Explrações e d ur; surgiment de nvas ideias religisas mais favráveis à atividade cmercial que as d catlicism e, enfim, a mnetizaçã das dívidas n âmbit d sistema senhrial. Tais mudanças influenciaram prcess de derrcada d feudalism (SILVA e LUIZ, 1982). É nessa desagregaçã da rdem feudal que se enraizu a frmaçã d capitalism mercantil, qual se slidificu na chamada Idade Mderna Ecnmia e Sciedade na Idade Mderna Durante s séculs XV e XVI, s eurpeus expandiram s seus dmínis plítics, exterminaram pvs e culturas muit antigas e recriaram utras. Criaram, também, cm a clnizaçã, um sistema ecnômic que interligu s cntinentes. Esse sistema clnial permitiu a Velh Mund (Eurpa) explrar as riquezas d

28 28 Nv Mund (Américas) em seu prveit. Da expansã ds séculs XV e XVI e das crises d sécul XVII nasceu mund cntemprâne, cuja maiêutica fram as revluções eurpeias ds séculs XVIII e XIX, que firmaram capitalism cm md de prduçã dminante (BEAUD, 1989). Durante a Idade Mderna, predminu denminad capitalism cmercial. Nesta fase d capitalism, fram acumulads s capitais necessáris para a Revluçã Industrial, que transfrmu prfundamente md de prduzir da Eurpa Ocidental. Sem dúvida, a épca era marcada pr sfriment scial. A Revluçã Industrial fi um lng e decisiv períd da história, durante qual as atividades manufatureira e industrial trnaram-se as principais frmas de prduçã scial. Essa Revluçã iniciu na segunda metade d sécul XVIII, embra suas raízes estejam mais lnge, e teve várias razões de crrência, entre elas: a Inglaterra era uma rica naçã cmercial, cm uma classe média bem desenvlvida; a aristcracia inglesa estava muit mais precupada cm cmérci d que as aristcracias d cntinente; a Inglaterra abrigu uma mda difundida de investigaçã científica e de fazendeirs nbres, interessads nas nvidades da agricultura; a relativamente aberta estrutura scial inglesa permitind surgiment de nvas energias sciais através da manufatura (AQUINO et al., 1988). Prtant, antig regime ecnômic e scial fi sepultad de vez pela Revluçã Industrial, além da Revluçã Francesa e da independência das clônias americanas (VASCONCELLOS e GARCIA, 2005). Cm nv regime surgiram também dis mdels distints de sciedades: a capitalista e a nã capitalista Sciedade Capitalista O capitalism surge cm uma erupçã vulcânica das rtinas da vida cnsagradas pel temp. Cmeça-se a entender a imensa inércia que impediu seu desenvlviment na mairia das sciedades anterires. É evidente que, em cada uma dessas sciedades, havia diverss bstáculs e barreiras que dificultavam a criaçã de um md de vida ecnômica fundad em princípis cmpletamente diferentes ds existentes. Cntud, em tdas essas sciedades talvez nã huvesse barreira mais difícil de rmper, cm em qualquer cultura, que dmíni da tradiçã

29 29 e da rganizaçã da vida ecnômica, além da necessidade de substituí-l pr um sistema de mercad. Para Aquin et al. (1988), pr sistema de mercad entende-se aquele em que as atividades ecnômicas estã nas mãs de hmens e mulheres que reagem livremente às prtunidades e dificuldades d mercad, e nã às rtinas estabelecidas pela tradiçã u as ditames de algum senhr. Entretant, ficam press a mercad e, quand querem se desligar deste, sã marginalizads da própria sciedade, além da ecnmia. Finalmente, um mercad de capital significa que há um flux regular de riqueza para a prduçã um flux de pupança e de investiments rganizad pr bancs e utras empresas financeiras nde s que tmam empréstims pagam jurs para pderem usar a riqueza de quem empresta. Nada diss existia antes d capitalism, a nã ser ns minúsculs e mal-afamads mercads de capital persnificads pel desprezad agita (AQUINO et al., 1988). O trabalh, a terra e capital cntratads u dispensads em uma sciedade de mercad sã chamads de fatres de prduçã, e grande parte da ecnmia tem a ver cm md cm mercad cmbina as cntribuições essenciais desses fatres à prduçã. Esses fatres de prduçã, antes d sistema de mercad, nã eram utilizads pel simples fat de nã existirem. Decert, a mã de bra humana, a terra e s recurss naturais prprcinads pela natureza e as ferramentas da sciedade sempre existiram. Mas a mã de bra, a terra e capital nã eram mercadrias à venda. Os fatres prdutivs fram respnsáveis pela prduçã capitalista em grande escala. Assim, capital nã pde ser usad cm capital cm fins lucrativs, enquant nã huver trabalh necessári para prprcinar esse lucr. Prtant, a ferta de trabalh se trna necessária. Smente quand s trabalhadres nã sã dns da terra e das ferramentas smente quand fram separads desses meis de prduçã é que prcuram trabalhar para utra pessa. Nã fazem pr gst, mas prque sã brigads, a fim de cnseguir recurss para cmprar aliments, rupa e abrigs de que necessitam para viver. Destituíds ds meis de prduçã, nã têm esclha. Devem vender a única cisa que lhes resta sua capacidade de trabalh, sua frça de trabalh. (HUBERMAN, 1982, p. 174).

30 30 A acumulaçã de capital, que vei d cmérci primitiv, mais a existência de uma classe de trabalhadres sem prpriedades prenunciavam iníci das sciedades capitalistas. O sistema fabril prprcinu a acumulaçã de riqueza, cujs dns, educads na crença de que Rein ds Céus era deles se ecnmizassem e reinvestissem suas ecnmias, empregavam nvamente seu capital em fábricas. Esta crença de que quem tinha dinheir pdiam cmprar céu, fi cntrária à dutrina da predestinaçã que serviu de impuls a calvinism que prmvia a humildade, segurança, respnsabilidade, santidade e missã. Assim, td sistema d mercad de capital surgiu e se expandiu Sciedade Nã Capitalista Nem tdas as sciedades da épca fram adeptas a capitalism. O que trnava uma sciedade nã capitalista nã era alguma cisa que tivesse em cmum cm utras nã capitalistas, pis eram tã diferentes entre si quant as civilizações pdem ser, mas alguns elements de que elas careciam em cmum. Tdas essas sciedades careciam da instituiçã da prpriedade privada, característica principal d capitalism. A final da década de 1930, junt à mair depressã ecnômica da história, e puc antes da Guerra Mundial que arruinu s impéris clniais capitalistas, a ecnmia mundial parecia tmar rum da mudança na ecnmia mundial, muit diferente d que parece hje: capitalism mundial praticad até entã parecia estar se despedind, e scialism de uma vertente u utra cmeçand a aparecer, iniciand uma era de benefícis scialistas n âmbit dméstic (HEILBRONER & MILBERG, 2001). Enquant iss, sucess d scialism surgia de frma tã emblemática quant desaparecia d capitalism. A Revluçã Russa embalara a imaginaçã de grande parte d mund, em especial nas antigas regiões clniais, nde partids e líderes scialistas já preparavam a rerganizaçã das terras asiáticas e africanas sb a bandeira d planejament nacinal, cuja frça galvanizadra ficara evidente através d exempl sviétic. A guerra que se avizinhava parecia a Terceir Mund (países mais pbres) um mment decisiv, sinalizand final da antiga rdem.

31 31 Tericamente, cmunism e scialism, sistemas nã capitalistas, sã baseads em nções de igualdade, justiça e cperaçã. Karl Marx, n sécul XIX, acreditava que sistema funcinaria segund princípi de cada um cnfrme a capacidade, a cada um cnfrme a necessidade (MARX, 1938). As críticas a scialism real sã baseadas em evidências cm relaçã a excess de burcracia, repressã, falta de demcracia e partidarizaçã d gvern. O desafi das gerações futuras será de manter vivs s ideais de igualdade, justiça e cperaçã, sem a pressã, que fi parte de sua realidade mal cnstruída Ecnmia e Sciedade na Cntempraneidade A transfrmaçã geplítica crrida na primeira metade d sécul XX fi desmnte ds impéris eurpeus, cm cnsequente declíni d pder das ptências da Eurpa. As duas guerras mundiais cnslidaram esse declíni, definind n pós-guerra uma nva rdem plítica mundial já referida: denminad mund biplar, que tinha cm ptências antagônicas s Estads Unids e a Uniã Sviética e se caracterizava pel cnfrnt cnhecid cm Guerra Fria. Essa nva rdem se desmantelu cm a derrcada d scialism real n fim d sécul XX (HOBSBAWN, 1995). Pde-se cnsiderar que a história cntemprânea se refere à sciedade criada pela Revluçã Industrial e pelas revluções burguesas, principalmente a Revluçã Francesa. A Revluçã Industrial deu rigem a sucessivas ndas de prgress técnic e avanç ecnômic. N estud d impact dessas descbertas industriais, faz-se necessári ampliar as lentes sbre s efeits desse prgress, send que resultad mais imprtante tenha sid a prdutividade. A industrializaçã também truxe cnsig um aument na urbanizaçã; cresciment cumulativ n grau de interdependência ecnômica de cada pessa na sciedade; e uma nva atmsfera para trabalh e um nv caráter a ele, inclusive a alienaçã. A nva tecnlgia acarretu ainda mudança n caráter da prduçã e da cncrrência. A prduçã passu a ser cada vez mais um prcess de submntagens altamente integradas, que pssibilitu a prduçã em massa de

32 32 bens. As grandes quantidades de capital necessárias à prduçã em massa levaram a grandes ecnmias de escala (HEILBRONER & MILBERG, 2001). Cnsequentemente, a cmbinaçã de um empreendedrism agressiv e das ecnmias de escala, características da tecnlgia industrial, deu rigem a uma cncentraçã de pder ecnômic em muits mercads n final d sécul XIX e cmeç d sécul XX. A cntempraneidade crrespnde à fase avançada d capitalism e a predmíni plític e scial da burguesia. Mas também é períd em que esse predmíni cmeça a ser cntestad pel mviment perári e pelas ideias scialistas. Cmpreender mund cntemprâne d pnt de vista históric é uma tarefa bastante cmplexa. Nesse períd que se inicia n sécul XIX e vem até s dias atuais, interessad se depara cm um flux de acnteciments muit mais intens d que em qualquer utr mment da História. De fat, tem-se a nítida impressã de que a história cmeça a ficar mais acelerada e a funçã de refletir sbre tais acnteciments acaba ficand bastante cmplicada. Nã bstante, a ecnmia cntemprânea mundial está remdelada, send que uma palavra passu a fazer parte d dia a dia: glbalizaçã. D pnt de vista ecnômic, glbalizaçã significa uma nva era de mair mbilidade d capital, seja bens u dinheir. O claps d acrd de Brettn Wds (1944), que trnu dólar american a principal meda mundial, aparentemente assinalu fim de uma era de hegemnia nrte-americana e iníci de uma nva era de glbalizaçã; crprações transnacinais ganham imprtância central em tds s países desenvlvids; a aquisiçã e venda de medas estrangeiras trna-se uma atividade imprtante (DORNBUSH e FISCHER, 1991). Pr trás da glbalizaçã também estã s aperfeiçaments tecnlógics n transprte e na cmunicaçã, bem cm nas habilidades gerenciais. E é uma das causas d fenômen d aument da desigualdade scial, vist que a capacidade de prduçã e timizaçã ds recurss se amplificu sem que se instaurasse um crrespndente prcess de distribuiçã.

33 33 Assim, a sciedade cntemprânea vem sfrend mudanças a lng ds temps, as quais estã relacinadas cm s hábits n trabalh, cm a maneira de pensar, agir e até mesm na cultura. Tais mudanças representam, de um lad, uma perspectiva hmgeneizadra de desenvlviment pautada na sciedade de cnsum e n individualism; e, de utr lad, a tentativa de reverter as cnsequências negativas da dita glbalizaçã neliberal, através d cletiv e da sustentabilidade (AQUINO et al., 1990), cm n cas d financiament cletiv. Enfim, há váris debates crrend sbre as transfrmações recentes. A tentativa de superar a reciprcidade verticalizada entre diferentes estrats sciais (senhr e vassal, na Idade Média), trnand-a uma reciprcidade hrizntalizada, além da tentativa de demcratizar as trcas ecnômicas, na prática nã crreu cnfrme idealizad n prjet civilizatóri da mdernidade. A cncentraçã de pder e de riqueza e, cnsequentemente, as desigualdades perpetuaram-se e até aprfundaram-se. Crises ecldem ns países desenvlvids, nde capitalism encntra dificuldades de manter a regulaçã, emergem nvas ptências ecnômicas e prcesss de questinament à dita glbalizaçã neliberal em nível glbal, seja pr causas ambientais u sciais. Além diss, surgem frmas alternativas e embrinárias de demcratizaçã das práticas ecnômicas, tant inscritas n camp da ecnmia scial e slidária (sb princípis nã capitalistas de autgestã e cperaçã envlvend também questões plíticas e idelógicas), quant dentr ds própris princípis e práticas capitalistas, mas cm diferenciais invadres na gestã da ecnmia e finanças graças às metamrfses d mund d trabalh e a avanç tecnlógic (que aprxima pessas de qualquer lugar d mund). O financiament cletiv, dentre utras práticas, é uma dessas frmas invadras que visam amenizar as dificuldades de acess à prduçã e a trabalh através da ajuda financeira entre amigs, cnhecids u simplesmente pessas que apiem uma ideia, utilizand-se d aparat tecnlógic e de redes sciais glbais.

34 AS DEFINIÇÕES DO ECONÔMICO Nenhuma discussã sbre desenvlviment ecnômic das sciedades em seu percurs históric seria incmpleta sem entendiment da dimensã cnceitual de ecnmia que se funde a essa história. O advent d capitalism vei acmpanhad de uma mudança epistemlógica significativa n camp das práticas científicas e scietárias. O cmprtament aquisitiv passa pr um prcess de racinalizaçã através d desenvlviment da Ecnmia cm uma ciência da aquisiçã baseada em regras e riunda na classe dirigente. Lcke mstra que um acumuladr que cerca seu terren e aumenta a prduçã cria mais riqueza u, se guarda ur, nã deterira [...]. A avareza (u amr a lucr) deixu de ser interpretada cm paixã desintegradra e sbre ela passu a pairar interesse estabilizadr (FERRARINI, 2008, p. 18). Para Planyi (1980), pela primeira vez, a regulaçã era derivada d lucr e fervr em trn d lucr pdia ser cmparad a fervr religis na história. A partir de entã, ecnômic passa a ser sinônim de mercantil. A definiçã frmalista dminante acerca d ecnômic, iniciada pr Linel Rbbins e seguida pels ecnmistas neclássics, é a administraçã de recurss escasss para fins alternativs Uma Discussã sbre Debate Frmalista e Substantivista Embra sem uma resluçã teórica, as características epistemlógicas d debate estimularam interesse ds teórics marxistas. Inicialmente, Planyi (2000) em 1968 publicu artig "The Ecnmy as an Instituted Prcess, n qual afirma que as técnicas frmais utilizadas para estudar as ecnmias capitalistas nã sã aplicáveis a estud das ecnmias nã capitalistas, valend-se da cncepçã substantivista de ecnmia para avançar em suas elabrações teóricas. De acrd cm s substantivistas, mdel frmal parece gerar um métd universal cm muitas limitações. Eles preferiram uma abrdagem alternativa, nde "significad da ecnmia decrre da dependência d hmem para a vida na natureza" de tal frma que "seu ambiente natural e scial" cumpre "s meis de satisfaçã material"

35 35 (POLANYI, 2000, p.122). Os mercads sã muitas vezes a exceçã à regra, exigind que teóric cmpreenda a natureza das instituições "ecnômicas" e nã ecnômicas (POLANYI, 2000, p. 123). Em algumas circunstâncias, a ecnmia pde ser incrprada em relações de parentesc u utras relações sciais cm religisas. As abrdagens frmalistas e substantivistas na teria ecnômica estudam a ecnmia cm parte das sciedades humanas. Dentr deste enfque, s frmalistas sã s que cnsideram indivídu cm a unidade básica na tmada das decisões ecnômicas cm base ns benefícis ecnômics. Para eles, a lógica racinal e as nções de maximizaçã sã s mtivadres ds cmprtaments humans. Já a abrdagem substantivista clca indivídu n cntext de sua sciedade e de sua cultura e sustenta a ideia de as decisões nã se basearem em um benefíci puramente ecnômic, mas em utrs benefícis imateriais, pis sugerem que s cmprtaments sã mtivads pr questões sciais e culturais, uma vez que as pessas estã submetidas a quadrs de valres e experiências históricas distintas. Em 1965, cm artig Trade and Market in the Early Empires (Cmerci y Mercad en ls Impéris Antigus) Planyi intrduz substantivism cm cntrapnt a frmalism ds estuds relacinads cm a antrplgia ecnômica até entã realizads. Este é grande debate acirrad entre duas crrentes n cntext da antrplgia ecnômica n qual se discutem as suas próprias bases metdlógicas (MACHADO, 2009). O ecnômic substantiv está ligad a uma ecnmia diferenciada d mercad capitalista u ecnmia de mercad, afirmand que este nã cnstitui únic sistema ecnômic viável e legítim cm impst na atualidade. Cm escreve Planyi (2000, p. 35), ecnômic designa um prcess institucinalizad de interaçã entre hmem e natureza, que permite um abasteciment regular em meis materiais para satisfazer as necessidades. Essa ideia remete à cncepçã aristtélica e à etimlgia da palavra ecnmia (dméstica ba gestã d dmíni iks autssuficiente, que nã tem que buscar dinheir

36 36 num mercad atividade nã natural, mas cntentar-se cm livelihd f man ( pã de td dia) (FRANÇA FILHO 5 ). O frmalism prpõe que indivídu tem uma essência eminentemente egísta, agind pr interesse própri, independentemente d lugar, cultura e sistema de valres em que se insere. Esse argument é basead na teria utilitarista, segund a qual td cmprtament human segue uma linha estratégica de maximizaçã ds ganhs e minimizaçã ds custs. Segue, assim, mit da racinalidade e a defesa da busca incessante d lucr (REIS, In: Neves e Caldas, 2010). O própri significad frmal rigina-se d caráter lógic da relaçã meisfins, evidente em terms cm ecnmizante u ecnmizaçã. Refere-se à esclha entre s diferentes uss ds meis, ist é, implica uma série de nrmas que regem a esclha entre s uss alternativs de meis escasss. Tal significad fundamenta verb maximizar (aumentar) (POLANYI 6 ). Deste md, a interesse pessal e egísm ds frmalistas, s substantivistas cntrapõem as ideias de altruísm, genersidade e slidariedade. As duas abrdagens sã próximas quand se trata de ecnmia baseada n mercad. Já que s bens sã trcads cm base n preç, se estabelece que indivídu tme decisões de cmpra baseadas ns benefícis esperads para decidir mntante acrdad. Para s substantivistas, essa análise ecnômica é válida, prém intrduz uma dualidade: afirmand que a teria ecnômica frmal pssui um temp limitad, uma abrdagem mais ampla deve incluir a maneira em que indivídu está envlvid cm sua cultura e sciedade. A abrdagem frmalista afirma que mesm quand um indivídu está brigad a tmar suas decisões, pr exempl, nas ecnmias planejadas de maneira centralizada, ainda assim existem custs e benefícis para as decisões ecnômicas a serem cnsiderads. Os substantivistas sustentam que, em especial nas ecnmias planejadas, as decisões sã tmadas mesm quand nível 5 FRANÇA FILHO, G. C. de. Teria e prática em ecnmia slidária: prblemática, desafis e vcaçã. Dispnível em: < php/civitas/article/viewfile/2041/1542>. Acess em: 19 nv POLANYI, K. Cmerci y Mercads en ls impéris antigus. Dispnível em: < Antigus>. Acess em: 12 dez

37 37 individual nã seja puramente ecnômic. Intrduzem s fatres relacinads cm a natureza da sciedade e estabelece cm resultad que nã existe uma abrdagem válida universalmente. A ecnmia frmal teve que se ajustar a aplicar a abrdagem universal às culturas primitivas. Prque as ppulações pré-agríclas tiveram algumas atividades que puderam ser classificadas cm cmérci, s ecnmistas frmalistas expandiram suas definições para incluir s benefícis culturais e sciais, cm base para as decisões; assim há aprximaçã cm s substantivistas. N entant, afirmam que s fatres sciais e culturais sã exclusivs para sciedades primitivas em particular e devem ser cnsiderads separadamente, uma vez que nã se aplicam cm parte d quadr das ecnmias universais falsas. Essas cntrvérsias geram uma discussã muit rica em trn das bases epistemlógicas da ecnmia e da antrplgia, ds seus métds, assim cm se prendem cm a definiçã d ecnômic e d seu papel nas sciedades capitalistas e pré-capitalistas (REIS, 2010). Quand Planyi se dedicu a estud de sciedades pré-capitalistas, recnheceu três tips de atividade ecnômica, às quais deu nme de reciprcidade, redistribuiçã e de intercâmbi, cncluind assim que mercad nã era uma instituiçã universal. Essa cnclusã era cntrária à ideia ds ecnmistas e utrs estudiss liberais que afirmavam que [...] s seres humans haviam sempre sid, e eram-n pr natureza, negciantes e regateadres, que mercad lcal era, prtant, a primeira instituiçã ecnômica e que, finalmente, capitalism de mercad mdern nã era mais que culminar evlutiv da mais simples frma de vida ecnômica (GOMES, 2008, p. 43). Enfim, é imprtante assinalar que grande debate entre estudiss da ecnmia nã tem vencedres, uma vez que, de ambs s lads, há autres plenamente cnvicts de que têm razã e que se recusam sequer a testar as suas hipóteses e muit mens as ds utrs: um artig de Hdgsn explica que questinar, ns círculs da ecnmia, a ideia de que s agentes sã racinais é arriscar-se a ser alv de desaprvaçã, exíli u pir ainda (REIS, 2010). Prém, s dis significads de ecnmia que surgem deste debate nã pssuem nada em

38 38 cmum. Enquant frmal resulta da lógica, substantiv resulta ds fats; as regras d primeir sã as da mente, as d segund sã as da natureza (MACHADO, 2009, p. 27). Entretant, cntra a ecnmia neclássica, u de seus defensres, s defensres da ecnmia substantivista deram cntribuições insistind em negar a separaçã da açã ecnômica de seus marcs histórics, culturais e institucinais. Nesta mesma linha, pdem-se incluir s estuds mais recentes da ecnmia infrmal, ecnmias étnicas, incluind chamad capital scial, que reclama em definitiv que as rigens étnicas, as estruturas de parentesc, s valres culturais e as relações sciais sã imprtantes para explicar s fenômens ecnômics. Nesse sentid, um ds sciólgs mais influentes d final d sécul XX, Granvetter (1985), retmu debate entre substantivistas e frmalistas para explicar cnceit de embeddnedess cm bjetiv de incluí-l em sua teria ds laçs fracs, uma das rigens d cnceit de capital scial.

39 39 3 CAPITAL SOCIAL Os relacinaments se frmam através de redes mais simples, cm a de uma cmunidade pequena nde as pessas se encntram diariamente para cnversarem, se entreterem, trabalharem, u pr uma rede mais cmplexa, cm as redes sciais da internet, nde cnhecids e descnhecids mantêm relações de amizade, cmpartilhand alegrias, cnquistas, aflições e até prblemas financeirs, cm n cas d crwdfunding. O presente capítul apresenta cnceit de capital scial e s autres principais citads na literatura. Também é discutida a teria de inserçã (embeddedness), na qual se abrda a relaçã entre ecnmia e sciedade. Pr fim, apresentam-se cnfiança e reciprcidade, elements d capital scial que influenciaram estud d financiament cletiv, bjet deste estud. 3.1 PERSPECTIVAS HISTÓRICAS E CONCEITUAIS DO CAPITAL SOCIAL Quand ser human se reúne em grup, surgem nvas ideias e se criam as tecnlgias da inteligência, a linguagem, a arte, a plítica, um acerv de cnheciment acumulad. Arendt (2000, p. 31) afirma que "tdas as atividades humanas sã cndicinadas pel fat de que s hmens vivem junts". Smente em grup ser human cnseguiu sbreviver a um ambiente inóspit e cnstruir as grandes civilizações, as instituições sciais e as rganizações e, cm efeit, cm afirmava Durkheim (2002), hmem só é hmem prque vive em sciedade (p. 84). Viver em sciedade pssibilita a ser human a retmada da sua cndiçã humana, pis [...] mesm que s hmens nã necessitem de assistência mútua, mesm assim eles desejam viver unids (ARISTÓTELES, 1988, p. 89). N entant, a existência humana perpassa estabeleciment de relações de cnfiança, de

40 40 redes de relacinament e de cnstruçã d capital scial (ALMEIDA, MATOS & CORREIA 7 ). A palavra capital na atualidade vem acmpanhada de adjetivs que definem as várias frmas em que é capaz de se transfrmar, cm capital natural, capital financeir, capital human, capital scial, entre utras. Para as autras, a expressã capital scial refere-se à criaçã de riquezas, nã através de relações cmerciais u ecnômicas, mas através da tessitura scial, ds relacinaments que acumulam cnheciments. Capital scial expressa, basicamente, a capacidade de uma sciedade de estabelecer laçs de cnfiança interpessal e redes de cperaçã cm vistas à prduçã de bens cletivs (D ARAUJO, 2010, p. 10). Prtant, para a autra, sã as instituições, as relações e as nrmas sciais que dã qualidade às relações interpessais em uma sciedade e sã cnsideradas pel Banc Mundial cm capital scial. A premissa central d capital scial é de que as redes sciais, que sã prcesss de interaçã mbilizam recurss. O capital scial refere-se a valr cletiv de tdas as "redes sciais" (que as pessas cnhecem) e às inclinações que surgem a partir dessas redes para fazer cisas para s utrs (nrmas de reciprcidade). Prém, de uma perspectiva histórica, quer-se argumentar que capital scial nã é apenas um cnceit, mas também uma práxis - a açã de um sujeit que nã prduz nada fra de si mesm (VÁSQUEZ, 1977), uma expressã usada para assciar diferentes interesses de investigaçã inter-relacinads e para facilitar a fertilizaçã de ideias. O capital scial é essencialmente uma abrdagem nva, sem um crp teóric definid e cerente, mas cuja tarefa básica é frnecer uma análise que insira s atres sciais e/u as ações cletivas cm catalizadres de prjets de desenvlviment. Essa imprecisã cnceitual tem prmvid um empecilh para a pesquisa teórica e empírica ds fenômens sciais em que capital pde ter um papel imprtante, bem cm afirma Prtes (2000), a ppularidade d cnceit 7 ALMEIDA, A. M. B.; MATOS, F. R.; CORREIA, M. A. A Cnfiança cm Alicerce para a Cnstruçã d Capital Scial. Dispnível em: < Acess em: 15 mai

41 41 ( parcialmente exagerada, segund suas palavras) justifica-se pr sua capacidade de acentuar fenômens reais e imprtantes. O exager prvém d fat de que nã sã fenômens nvs, tend já sid estudads: [...] denminá-ls capital scial é, em mair medida, apenas uma frma de apresentá-ls cm uma embalagem cnceitual mais atraente (HINTZE, In: CATTANI et al, 2009, p. 50). A frma cm term é usad hje data de mais de 90 ans, quand Hanifan, em 1916, usu capital scial para explicar a imprtância da participaçã da cmunidade na melhria d desempenh esclar. Depis d trabalh de Hanifan, a ideia de capital scial desapareceu d debate das ciências sciais, tend ressurgid cm uma equipe de sciólgs canadenses. Mais tarde, retrnu numa investigaçã sbre cultura das cmunidades urbanas, pr Hmans e pr Lury -1977, num estud sbre a distribuiçã de renda (WOOLCOCK e NARAYAN, 2000). Curisamente, nenhum desses escritres pssuía trabalhs anterires sbre assunt, mas tds usaram term para evidenciar a vitalidade e a imprtância ds laçs cmunitáris, s quais unificam s seres humans segund mdalidades que nã cnhecem barreiras. A enfrentar essa questã, deve-se especificar que a lógica cmunitária nã exclui a justiça nem se justapõe a ela e que desenvlviment ecnômic, scial e plític precisa dar espaç à ideia d scialmente just. Pensadres pineirs cm Alexis de Tcqueville, David Hume e Marcel Mauss usaram exempls cncrets para explicar capital scial, prém nã utilizavam essa nmenclatura. Para Tcqueville (1987), a cnsciência de que relações slidárias permitem ganhs pessais acaba refreand egísm existente em uma sciedade cm frte presença de cmprtaments individualistas. O autr recnhece que, além d interesse privad, existem utras frças que atuam sbre a trajetória das sciedades. Seria injust acreditar que patritism ds americans e zel que cada um deles demnstra pel bem-estar de seus cncidadãs nada tem de real. Embra, interesse privad dirija, ns Estads Unids tant cm fra deles, a mair parte das ações humanas, nem tdas sã gvernadas pr ele. Dev dizer que muitas vezes vi americans fazerem grandes e verdadeirs sacrifícis à cisa pública, e bservei cem vezes que, quand necessári, quase nunca se furtavam de prestar fiel api uns as utrs (TOCQUEVILLE, 1987, p. 391).

42 42 Prtant, as ligações cmunitárias e a participaçã d pv em assciações permanentes, a livre circulaçã de ideias e piniões e a tmada de decisões pautadas pr princípis que vã além d mer interesse individual significam, para Tcqueville, um mecanism que ajuda a cnslidar a demcracia e, mais d que iss, preservar a liberdade frente à tirania da mairia. Nesse sentid, é capital scial que cria as cndições para que a vida em sciedade seja pssível nas sciedades mdernas. N ensai intitulad "A Cmunidade Próspera", Putnam (1993) cita filósf David Hume sbre as cnsequências da vida sem capital scial O seu milh está madur hje e meu estará assim amanhã. 'Seria rentável para nós dis que eu devesse trabalhar cm vcê hje e que vcê devesse me ajudar amanhã. Eu nã tenh nenhuma simpatia pr vcê e sei que vcê tem tã puc pr mim. Nã vu, prtant, tmar as dres sbre a sua cnta, e que eu deveria trabalhar cm vcê sbre a minha própria cnta, na expectativa de um retrn, eu sei que eu deveria estar desapntad e que eu deveria esperar em vã pela sua gratidã. Entã, deix vcê trabalhand szinh, vcê me trata da mesma maneira. As estações mudam e nós dis perdems nssas clheitas pr falta de cnfiança mútua e segurança. O capital scial pde ser express pel sentiment de reciprcidade que sentims um pel utr pdend ser resultad da cnfiança e cuidad. O bem-estar vinculad pr relações de amizade, cperaçã e reciprcidade. Para Putnam, ele prvém d temp que as pessas passam juntas em ligas de bliche, clubes de futebl, reuniões e até mesm na barbearia lcal. O antrpólg Marcel Mauss argumentu que nenhuma sciedade jamais fi baseada na trca. A prática dminante pr milhares de ans fi a da reciprcidade, que criu um sentid de cnfiança e brigaçã de ligaçã entre grups. Essa cnfiança e sens de brigaçã de retribuir uma açã criaram nrmas éticas que atualmente crrespndem a capital scial. Prtant, Mauss (2001) cnseguiu demnstrar cm a trca ritualizada de presentes cntribuía para a manutençã da slidariedade scial nas sciedades pré-industriais. Apesar de capital scial ter sid explrad pels pineirs da expressã, a nmenclatura que hje cnhecems fi ppularizada devid a estuds de Burdieu (1980, 1986), Cleman (1988, 1994) e Putnam (2000, 2006), que tiveram discípuls na cntinuaçã destes estuds, cm demnstrad na Figura 1.

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44 44 Figura 1 - Principais Autres d Capital Scial 8 Fnte: Adaptad pela pesquisadra, N final ds ans 1980 e iníci ds ans 90, cnceit de capital scial trnu-se um tema relevante n debate das ciências sciais, tend algumas visões distintas, send as principais as que se baseiam ns trabalhs de Burdieu (1980, 1986), chamada de estruturalista, a que se estrutura em trn das ideias de Cleman (1988) - instrumental e a riginária ds trabalhs de Putnam (2006) neinstitucinalista. D Araúj (2010), a realizar seus estuds sbre capital scial, apresentu a evluçã d cnceit e suas diversas aplicações a tema, cm mstra a Figura 2. 8 As datas apresentadas na Figura 1 indicam an da primeira publicaçã sbre Capital Scial de cada autr.

45 45 Figura 2 Evluçã e Aplicaçã ds Diverss Cnceits de Capital Scial Referência Períd Aplicaçã d cnceit Lyda Judsn Hanifan 1916 Segund a autra, a cmunidade se beneficiaria da cperaçã de tds e quand as pessas criam hábit de se relacinar, pr razões sciais, de lazer u ecnômicas, essa rede de relações (u capital scial) pde ser dirigida para bem-estar da cmunidade. Hanifan, em 1916, usu capital scial para explicar a imprtância da participaçã da cmunidade na melhria d desempenh esclar. Jane Jacbs Glenn Lury e Ivan Light Pierre Burdieu James Cleman Rbert Putnam Banc Mundial, Banc Interamerican de Desenvlviment e UNESCO Década 1960 Década 1970 Década 1980 Final Década 1980 Década 1990 Segunda metade de 1990 Fnte: Adaptad de D Araúj, Para a autra, cnceit de capital scial enfatizava a imprtância de redes infrmais de sciabilidade nas grandes metróples e para demnstrar cm sólidas redes sciais em áreas urbanas de us mist cnstituíam uma frma de capital scial que encrajava a segurança pública. Us da expressã na análise d prblema de desenvlviment ecnômic em áreas centrais das grandes cidades americanas. Neste estud, s autres descbriram a ausência de laçs de cnfiança, cperaçã e cnexã scial na cmunidade aframericana, send que esta característica se cnstituía em um ds legads mais perverss da escravidã. Burdieu definiu capital scial cm agregadr de recurss ptenciais, que pssibilitavam pertenciment duradur a determinads grups e instituições. Mstru que capital scial nã pde ser desvinculad d capital ecnômic muit mens adquirir autnmia, a cuja reprduçã cntribui. O autr destaca capital scial cm um mecanism de satisfaçã e cmpletude para a vida scial. Além diss, Cleman afirma que este tip de capital permite a criaçã de certs bens que, sem a sua presença, seriam impssíveis. Debate sbre papel d capital scial e da sciedade civil na Itália e ns Estads Unids. Afirma que estud d capital scial trata d desempenh das instituições demcráticas. Usam cnceit cm um ativ ds setres pbres, qual pderia agir cm mecanism para superar u, pel mens, aliviar tal cndiçã. Tds esses estuds fram imprtantes para que tema capital scial fsse desenvlvid, prém, através ds estuds de Burdieu, Cleman e Putnam tema fi ppularizad, cm registrad em seguida.

46 Ppularizadres d Capital Scial Burdieu (1980), apesar de nã ter se aprfundad n cnceit de capital scial, identificu três dimensões de capital, cada um cm sua própria relaçã cm cnceit de classe: capital ecnômic, cultural e scial. Para autr, capital pde ser cnsiderad em sua frma ecnômica, sem que iss implique descnhecer as frmas culturais u sciais de sua aplicaçã. A ideia de Burdieu fi fcada cm ênfase ns cnflits de classe, ns quais as relações sciais sã utilizadas para aumentar a capacidade de um sujeit para avançar ns seus interesses, e própri capital scial se trna um recurs nas lutas sciais. Burdieu e Wacquant (1992) definem capital scial cm: [...] cnjunt ds recurss reais u ptenciais que estã ligads à psse de uma rede durável de relações mais u mens institucinalizadas de intercnheciment e de inter-recnheciment mútus, u, em utrs terms, à vinculaçã a um grup, cm cnjunt de agentes que nã smente sã dtads de prpriedades cmuns (passíveis de serem percebidas pel bservadr, pels utrs e pr eles mesms), mas também que sã unids pr ligações permanentes e úteis (p. 119). Cm s própris autres assinalam, essas ligações sã fundadas em trcas materiais e simbólicas cuja prática supõe recnheciment dessa prximidade, nã se reduzind smente as espaçs gegráfics u mesm a espaç ecnômic e scial, pis a quantidade de capital scial depende da extensã da rede de relações. Sã essas relações que permitem explicar a reprduçã d capital scial a lng d temp e cm ela dar cnta, em terms glbais, de uma ecnmia geral das práticas sciais. Para Burdieu (1980), cada membr encntrase instituíd cm guardiã ds limites d grup, já que a definiçã ds critéris de ingress vê-se em jg a cada nva inclusã de um nv membr. O capital scial pde demnstrar benefícis u malefícis, dependend da situaçã. Cm exempl maléfic existe a tese d familism amral, de Banfield (1958) mstrand que que se encntra n sul da Itália é desfavrável a fenômen da cultura cívica. De certa frma, é um tip de capital scial mbilizad para aprpriar a esfera pública. O lad benéfic d capital scial fi frmulada pr James Cleman e Rbert Putnam. Essa frmulaçã se cnstitui sbre a autcnfiança, que

47 47 gera a cnfiança scial, as nrmas de reciprcidade e as redes de cmprmiss cívic. Ainda n final da década de 1980, Cleman atribuiu nva perspectiva a cnceit de capital scial de Burdieu. Segund ele, O capital scial é definid pela sua funçã. Nã é uma entidade única, mas uma variedade de diferentes entidades, cm duas características em cmum: tdas elas cnsistem em algum aspect da estrutura scial e facilitam certas ações ds atres n âmbit da estrutura (COLEMAN, 1988, p. 98). Cm utras frmas de capital, capital scial também é prdutiv, trnand pssível a realizaçã de fins determinads, s quais, na sua ausência, nã seriam pssíveis. Nas palavras de Cleman, "a cntrári de utras frmas de capital, capital scial está inerente à estrutura de relações entre atres. Nã se apresenta ns atres isladamente u implementada fisicamente na prduçã" (COLEMAN, 1988, p. 98). Para Cleman (1988), capital scial inclui brigações e expectativas, ptencial de infrmações, nrmas e sansões efetivas, relações de autridade e rganizaçã scial adequada, prtant, ele [...] é altamente intangível, só existe n espaç relacinal pr mei e entre as pessas, está mais assciad cm mudanças nas crenças e piniões das pessas (HIGGINGS, 2005, p. 32). Ainda na visã de Cleman (1988), é na teria das redes que se encntram s fundaments que sustentam a frmulaçã d capital scial. Para ele, capital scial nã se cnstitui simplesmente n civism u n cletiv, também é um recurs que pde ser utilizad pel indivídu e que se encntra nas redes de relacinament, send alg necessári à estrutura das relações sciais, sustentad pr expectativas e brigações de reciprcidade. Pssui característica de um bem cmum, u seja, tds que participam da rede pdem se utilizar dele, mas nã é aprpriável individualmente. Assim, a funçã d capital scial cnsiste em facilitar intercâmbi e alcance ds bjetivs prpsts pel indivídu u pela cmunidade que talvez nã pudessem ser alcançads individualmente (COLEMAN, 1988). Assim, várias situações sã facilitadas pel fat de fazerem parte de uma rede cmpartilhada cmpacta, nde que define sucess sã a participaçã e a interdependência ds seus participantes.

48 48 O cnceit desenvlvid pr Cleman é de us recrrente na scilgia ecnômica, em que váris estuds trabalham cm a hipótese de que relações de cnfiança e reciprcidade melhram a eficiência ds agentes ecnômics (HIGGINS, 2005). O mtiv mair é que capital scial, cmprvad em pesquisas cm na de Hildebrand (2007), funcina cm um redutr ds custs de transaçã. Putnam, em 1993, prcuru explicar as diferentes instituições e desempenh ecnômic das regiões italianas cm resultad da influência exercida pr alguns aspects da estrutura scial, resumida n cnceit multidimensinal de capital scial. Este estud recebeu grandes críticas nas ciências sciais n iníci da década de N entant, representu um marc para a teria d capital scial, que registru desenvlviment na década seguinte e rapidamente envlveu a atençã ds ecnmistas. O trabalh de Putnam (2006) sbre a Itália fi anunciada pel editr d Quarterly Jurnal f Ecnmics cm a cntribuiçã sbre capital scial mais citada em tdas as ciências sciais na década de 1990 (FINE, 2001, p. 83), pela abrdagem pineira centrada na quantidade e qualidade na participaçã da atividade assciativa. Putnam (2006) publicu sua pesquisa sbre gvern lcal, na Itália, cncluind que desempenh de instituições sciais e plíticas é frtemente influenciad pel envlviment ds cidadãs ns assunts da cmunidade, u que, na sequência de Cleman, pesquisadr chamu de "capital scial". Assim, capital scial é referid cm características da vida scial, redes, nrmas e cnfiança, que permitem as participantes agir em cnjunt de frma mais eficaz e buscar bjetivs cmpartilhads. Prtant, Putnam (2006) cnsidera capital scial nã só através de redes de cnfiança entre iguais, mas também entre desiguais. Ainda, para autr, as nrmas e s valres da cmunidade cívica sã refrçads pr estruturas e/u práticas específicas, cm pnderad pr Tcqueville, Hume 9 e Mauss 10. Os elements básics das rganizações sciais seriam, além das redes, 9 HUME, David. Tratad da Natureza Humana: uma tentativa de intrduzir métd experimental de racicíni ns assunts mrais. Sã Paul: UNESP, Mauss, Marcel. Scilgia e Antrplgia. Sã Paul: Csac & Naify, 2003.

49 49 as atitudes de cnfiança, a reciprcidade e as nrmas frmais u nã - que facilitam a açã e a cperaçã para benefíci mútu Capital Scial: Perspectivas Diferenciadas A nmenclatura capital scial é pr si mesma um mtiv de discussões entre s váris pesquisadres e estudiss d assunt: Se capital, cm Marx apresenta, já é uma relaçã scial, que sentid faz adicinar adjetiv scial? A partir deste questinament e de utrs, surgiram numerss trabalhs sbre capital scial, apntand algumas reflexões. Para Milani (2003), as definições de capital scial sã tautlógicas e circulares, send ele situad numa relaçã de causa e efeit, cm efeits ecnômics e sciais que retralimentam sua própria criaçã. Sabe-se que é essencialmente relacinal e que tem aplicabilidade as níveis individual, scial e institucinal, apresentand-se cm uma categria analítica em diferentes camps disciplinares das ciências sciais e humanas (ALMEIDA, MATOS & CORREIA 11 ). Capital scial expressa recnheciment e a valrizaçã ds recurss embutids em estruturas e redes sciais, até entã nã cntabilizads pr utras frmas de capital (ALBAGLI; MACIEL, 2003, p. 423). Ainda, para as autras, cntrariamente à visã da ecnmia neclássica, que supõe uma racinalidade estritamente ecnômica e individual, entendem-se dessa perspectiva que s atres ecnômics nã sã átms islads, mas encntram-se imerss em relações e estruturas sciais (ALBAGLI; MACIEL, ). Slw (2000) cnsidera que a expressã capital scial nã é uma ba analgia em relaçã a utras frmas de capital, entendend que as utras frmas de capital nã pssuem relaçã cm esta. Seria usada apenas cm uma metáfra, prém recnhece que debate em trn d tema cntribui para evidenciar 11 ALMEIDA, A. M. B.; MATOS, F. R.; CORREIA, M. A. A Cnfiança cm Alicerce para a Cnstruçã d Capital Scial. Dispnível em: < Acess em: 15 mai REDESIST. Rede de Sistemas e Arranjs prdutivs e invativs lcais. Dispnível em: < Acess em: 10 ut

50 50 prcesss e situações até entã descnsiderads na análise ecnômica. O autr assim demnstra, Se dig que a taxa de retrn de capital scial tem caíd de 10% anuais para 6% anuais desde 1975, ist lhe dará algum panrama? [...] Duvid que capital scial seja cnceit crret para discutir que seja que estams discutind (SOLOW, 2000). 13 Arrw (2000) entende que cnceit de capital scial é apenas um cnceit sensibilizadr, embra entenda que tema ajuda a evidenciar a imprtância da dinâmica ecnômic-scial. Para ele, ainda, capital implica um sacrifíci deliberad n presente para bter um benefíci futur (que pde ser um malefíci para scial) e que smente algumas redes sciais se cnstituem dessa maneira, pis a interaçã humana pssui recmpensas intrínsecas, cm n cas da ajuda mútua. Assim, Arrw (2000) descreve. A essência das redes sciais é que se cnstrói pr razões distintas a valr ecnômic que seus participantes lhes adjudicam. Ist é que lhes dá seu valr n mnitrament. Certamente nã encntr cnsens [...] para agregar alg chamad capital scial às utras frmas de capital (ARROW, 2000, p.4). 14 A reprduçã d capital scial, prém, pde ser tratada cm afluente de instituições que favrecem as trcas legítimas, gerand reuniões, lugares u práticas, s quais reúnem sujeits hmgênes que pertencem a um mesm grup. Também é afluente pel trabalh de slidariedade, pr mei d qual se reafirma recnheciment, pressupnd investiment de temp, esfrç e capital ecnômic. Esses debates nã sã cncluintes, prém fazem vltar as debates das racinalidades frmalista e substantivista. A primeira, cuja centralidade das ideias é visualizar capital scial cm instrumental a capital ecnômic, e a segunda, cuj discurs gira em trn d questinament das premissas teóricas da ecnmia neclássica, u seja, a crítica à naturalizaçã ds princípis que regem a sciedade capitalista cidental, nde capital scial seria um cnstitutiv da vida, trnaram-se um marc fundamental n debate ecnômic, pis nem tud na ecnmia é mensurável, entã nem tud é parte da ecnmia de mercad. 13 Traduçã da pesquisadra. 14 Traduçã da pesquisadra.

51 51 Frer (2002), em seu artig intitulad Hacia una Tería del Capital Scial, inicia cm a indagaçã se capital scial se trata de uma mda passageira u é um cnceit que vei para ficar. Assim, ele indica que, além de cnceit ser vag, u puc clar, ainda há duas funções para capital scial: as funções benignas 15 e as funções perversas 16, identificand-se também cm utilitarism, cm a dictmia de prazer e dr. Em seu aspect benign, capital scial tem efeit psitiv n bem-estar: aumenta a eficiência, melhra desempenh ecnômic, trna gvern mais eficaz e reduz a pbreza. Já as funções perversas reduzem bemestar de várias maneiras: aprfundand a desigualdade, facilitand a açã ds grups de interesses, impedind a igualdade de prtunidades n mercad de trabalh, restringind a liberdade individual e a iniciativa, premiand fracass e facilitand a peraçã de máfias, guerrilhas e rganizações de delinquentes, gerand acumulaçã subótima ds recurss (FORERO, 2002, n line). Nã é difícil identificar frmas de capital scial benéficas e perversas na sciedade, prém seria necessári utilizar-se d valr agregad de bem-estar e avaliar impact das instituições e rganizações sbre esse valr. Na falta dessa medida, é aplicad critéri d Ótim de Paret, assim as frmas de capital scial que permitem utilizar de maneira eficiente s recurss sciais sem pirar a situaçã da ppulaçã individualmente sã julgadas benéficas pels ecnmistas. Ainda, para Frer (2002), a nçã de capital é uma das mais prblemáticas e emblemáticas da ecnmia, nã send, prtant, estranh que nã haja cnsens entre s autres sbre seu cnceit. O term [capital scial] é usad de diferentes frmas, dependend d camp de estuds [...]. A nível micrecnômic, [s ecnmistas] veem n capital scial principalmente s bjetivs de sua habilidade para melhrar funcinament d mercad. A nível macrecnômic, estudam cm as instituições, as leis e papel d gvern na rganizaçã da prduçã afetam desempenh macrecnômic (FORERO, 2002, n line). Para autr, também a analisar s fundaments da teria scial de Cleman (1988), fica evidente que ele nã pretendia que este cnceit fsse a base para a explicaçã da rganizaçã scial. Simplesmente queria mstrar que, em 15 As funções benignas u círculs virtuss d capital scial têm sid bjet de análise e diverss estuds têm prcurad estabelecer crrelações psitivas entre a sua existência e êxit demcrátic, cresciment ecnômic (HIGGINS, 2006, NARAYAN; PRITCHETT, 1999), entre utrs. 16 Em relaçã às funções perversas u círculs viciss d capital scial, pde-se citar estud de Edelman et al (2002), The darker side f scial capital, e de Rubi (1997), sbre a delinquência juvenil na Clômbia, embra autres cm D Araúj (2010), Frer (2002) e Kliksberg (2001) façam referência à sua existência.

52 52 certas circunstâncias, alguns aspects da estrutura scial adquirem caráter ds recurss, u seja, capital scial é uma frma de arrecadar recurss necessáris à estrutura das relações sciais, através das redes de relacinament, sustentad pr expectativas e brigações de reciprcidade. Estuds d Banc Mundial sbre a pbreza vinculam cnceit cm prjets de desenvlviment e distinguem capital em quatr frmas distintas: capital natural (recurss naturais de que é dtad um país); capital financeir (prduzid pela sciedade e que se expressa em infraestrutura, bens de capital, entre utrs); capital human (definid pels graus de saúde, educaçã e nutriçã de um pv) e capital scial (capacidade de uma sciedade de estabelecer laçs de cnfiança interpessal e redes de cperaçã cm vistas à prduçã de bens cletivs) (D ARAÚJO, 2010). Para Banc Mundial, capital scial refere-se às instituições, relações e nrmas sciais que dã qualidade às relações interpessais em uma dada sciedade (D ARAÚJO, 2010, p. 10). Assim, separa capital scial em cinc categrias: Grups e Redes, Cnfiança e Slidariedade, Açã Cletiva e Cperaçã, Infrmaçã e Cmunicaçã, Cesã e Inclusã Scial. 17 Essas categrias incluem as frmas estruturais e cgnitivas d capital scial. Entretant, ele nã traduz, especificamente, numa frma de ser e trabalhar anticapitalista, pdend, também, ser recnhecid cm um aliad da visã ecnmicista. Para Fine (2001), A nçã de capital scial d Banc Mundial tem demnstrad a capacidade analítica de prpr a sua agenda sem ter que referir-se séria e substantivamente as terms relacinads cm a literatura crítica d velh cnsens [e] permite que nv cnsens selecine nde e cm abrdar papel ds fatres nã ecnômics d desempenh ecnômic (FINE, 2001, p. 54). 18 Para autr, essa tendência tem cnsequências indesejáveis. D lad psitiv, cnvida- para ver as relações sciais apenas cm instruments de eficiência e cresciment, sem tcar em questões cm cnflit, pder e papel ds mviments sciais. A partir de uma perspectiva plítica, leva a plíticas de rganizações multilaterais e a gverns que buscam prmver frmas de 17 THE WORLD BANK GROUP. Dispnível em: < Acess em: 19 jul Traduçã da pesquisadra.

53 53 rganizaçã scial que aumentem a eficiência glbal e lcal, sem gerar pressões redistributivas, que pde enfraquecer as rganizações que buscam legitimamente buscar a igualdade scial, além de fazer desaparecer mecanisms de slidariedade infrmais existentes na rganizaçã scial. Fine (2001) ainda apnta que nessa visã reduzida das relações sciais é desejável incrprar seletivamente as relações sciais em algumas agendas de plítica ecnômica, mesm que essa tendência pareça ser deliberada e estar ligada a uma visã particular de funçã da ecnmia cm ciência scial, que tem cm bjet de estud a alcaçã de recurss escasss frente às necessidades ilimitadas. Desta frma, afirma autr, essa tendência nã é exclusiva das publicações sbre capital scial. Entã, nã se pde definir, a princípi, que qualquer element seja capital scial, a nã ser que existam estratégias educativas de acumulaçã ptencial de capital scial. Para tant, na segunda metade ds ans de 1990, s rganisms internacinais (BANCO MUNDIAL, BID e UNESCO) ressignificaram cnceit para incrprá-l à sua estratégia de desenvlviment scial para s ans iniciais d sécul XXI, cm já apntad anterirmente. O capital scial adquire nesse cntext imprtância fundamental na redefiniçã d papel ecnômic e de legitimaçã scial d Estad cntemprâne. Nesse nv cntext, capital scial é cnjunt de elements da rganizaçã scial, encarnads em nrmas e redes de cmprmiss cívic, que cnstitui um pré-requisit para desenvlviment ecnômic assim cm para um gvern efetiv. Sã elements básics d capital scial a autcnfiança, que gera a cnfiança scial, as nrmas de reciprcidade (assciativism) e as redes de cmprmiss cívic (respnsabilidade scial) (NEVES, PRONKO & MENDONÇA 19 ). Prtant, para a perspectiva ecnômica, capital scial pde ser capaz de melhrar as capacidades ds agentes, cnsumidres e prdutres, frmand uma rede sólida. Um ambiente scial ric de prtunidades, de participaçã, permitind que as pessas se encntrem cm frequência, é um terren fértil para cultivar valres e nrmas sciais de cnfiança e reciprcidade. A prbabilidade de repetidas 19 NEVES, L. M. W.; PRONKO, M. A.; MENDONÇA, S. R. Capital Scial. Dispnível em: < Acess em: 12 abr

54 54 interações entre s agentes cresce, aumentand a relevância da reputaçã. Pr iss, um aument de relações de cnfiança reduz cust médi das perações, assim cm um aument de capital físic reduz cust médi de prduçã. De acrd cm essa vertente da literatura, capital scial cnstitui um insum ns prcesss de prduçã. Seu efeit sbre a capacidade das empresas prdutivas pde ser mdelad de frma similar a de utrs fatres, reduzir perações u custs, cm a prximidade espacial u nvas tecnlgias de transprte. Cleman, em Fundatins f Scial Thery, afirma que cm utras frmas de capital, capital scial é prdutiv, trnand pssível a realizaçã de certs fins que nã seriam alcançáveis na sua ausência (COLEMAN, 1988, p. 302). À medida que crre uma remdelaçã da prduçã pensand n aprveitament d capital scial, passa-se a entender melhr as necessidades ds utrs. Numa parceria verdadeira, cnfiante, tds aprendem e mudam (CAPRA, 1997). A rede penetra numa dimensã mais prfunda, send interpretativa de tendências cntemprâneas. Pr esta direçã, vem send apntada a expansã das redes n sentid de que s prcesss dminantes estã cada vez mais rganizads em trn delas (CASTELLS, 1999). Assim, a diversidade só pde se manter cerente em uma rede. E diferentemente de cadeias lineares, as relações entre s cmpnentes de uma rede envlvem múltipls laçs de alimentaçã e realimentaçã (CAPRA, 1997). Prtant, as definições de capital scial apntam para ações cletivas, sciais e ecnômicas integradas, baseadas na clabraçã, pdend ser smente psitivas para alguns autres e, para utrs, psitivas e negativas. Assim, term capital scial tem sid articulad cm várias dimensões da vida scial para explicar prquê de algumas redes acessarem, cm mair facilidade d que utras, recurss necessáris à vida scial e plítica. As redes de relacinaments que prduzem e reprduzem capital scial sã s pnts de partida para entender uma das razões da nã unifrmidade da psse de certs bens materiais u simbólics. Na abrdagem da teria ecnômica, capital scial tem apresentad diversas interpretações. Granvetter (1985) nã emprega explicitamente term capital scial, mas destaca a imprtância de redes de relacinament para que s indivídus se aprpriem de meis para alcance de certs fins, que, de utra frma, nã pderiam ser alcançads livres de maires custs.

55 IMERSÃO SOCIAL - EMBEDDEDNESS O pineir da ideia de embeddedness fi Karl Planyi (2000) cm sua bra A Grande Transfrmaçã lançada em 1944 cm The Great Transfrmatin. Psterirmente, Mark Granvetter, na linha da scilgia ecnômica, usu cnceit para argumentar que a açã ecnômica está incrustada (embedded) na estrutura scial e na cultura (ALBAGLI & MACIEL 20 ). Granvetter (1985) supõe que cmprtament ds indivídus nã é mvid apenas pela racinalidade ecnômica, mas também pela sciabilidade, a aprvaçã, status e pder. E que, n sentid invers, as relações sciais e a estrutura scial desempenham um papel central n cmprtament ecnômic. Atualmente, as redes de relações sciais ainda nã sã bjets de estuds cmuns nas ciências ecnômicas, apesar de Karl Planyi (2000), em meads da década de 1940, ter apresentad a ideia de que a atividade ecnômica está embutida (embedded) na teia scial e na cultura da sciedade cm frma substantiva. Entretant, a ecnmia de mercad tem cnseguid cercear a sciedade em seu favr. Granvetter (1985) crrbra a imprtância ds aspects sciais sbre a atividade ecnômica, enfatizand a influência das relações sciais na vida ecnômica, mais até d que s dispsitivs institucinais u a existência de uma mral generalizada. O autr estende seu racicíni para a questã da cnfiança e das práticas indevidas nas transações. Neste cas, pde-se relatar que Granvetter nã está szinh em suas reflexões. Jhn Lcke, em Dis Tratads sbre Gvern (2005), sustentu que a razã para que ser human abdicasse da sua liberdade natural e aceitasse as restrições inerentes a um gvern era para que, desta frma, cm regras, se evitasse crime e as práticas ncivas à prduçã e a desenvlviment. O Estad nascera para reprimir mal, nã para fazer bem. O bem é gerad pelas relações mrais e prdutivas entre hmens de bas intenções. Para autr, qualquer benefíci cncedid pel Estad é um at religis. Nã uma açã ecnômica. Assim, para Lcke, lucr, que em sua essência vem d excedente, passa a ser 20 REDESIST. Rede de Sistemas e Arranjs prdutivs e invativs lcais. Dispnível em: < Acess em: 10 ut

56 56 percebid cm necessári para a geraçã de cresciment, que, em utras palavras, pder-se-ia chamar de multiplicaçã d capital. Assim, A diminuiçã d impact mral da vida ecnômica, u seja, a desmralizaçã da atividade ecnômica avança de frma decisiva n final d sécul XIX cm a filsfia utilitarista de Bentham, a qual ferece sluçã as prblemas mrais de acumulaçã através da ideia de que que é bm para indivídu, é bm para a sciedade (FERRARINI, 2008, p.18). A cnstruçã d capital scial permite cnverter relações cntingentes (vizinhança, parentesc e utras) em relações necessárias e eletivas que subentendem brigações institucinais, cmunicativas e sentidas (cm respeit, amizade, gratidã). A reprduçã d capital é derivada das instituições que delimitam as trcas legítimas e excluem as ilegítimas, [...] favrecend prtunidades (reuniões, cruzeirs, caçadas, recepções, etc.), lugares (bairrs elegantes, esclas seletas, clubes, etc.) u práticas (esprtes para rics, jgs de sciedade, cerimônias culturais, etc.) (BOURDIEU, 2001), pr intermédi das quais um prprietári de capital cnvencinal aumenta seu capital privad (HINTZE, In: CATTANI et al, 2009, p. 49). Granvetter (1985) usa cnceit de embeddedness, que expressa md cm a açã ecnômica está imersa em relações sciais que cndicinam cmprtament ds atres ecnômics, trnand-as legítimas, e recnhece que as relações sciais desencrajam a má-fé entre s indivídus. Para ele, s indivídus guiam suas esclhas cm base em ações e relações passadas, perpetuand s laçs cnfiáveis e descartand s nã cnfiáveis. N entant, a teria de inserçã u embeddedness nã faz supsições de um sistema de autrregulaçã rdenada e recnhece que as redes sciais pr si só nã irã deter a má-fé, favrecend s laçs de cnfiança. Quand se perpetuam laçs de cnfiança, adicinand capital scial e uma frte cultura de clabraçã em rede, as chances de sucess das ações cletivas aumentam. Quand cnfiança e capital scial andam junts, maires sã as chances de que s bjetivs prpsts atinjam resultads psitivs. Assim, capital scial se cnstitui a partir da reuniã de um grup de pessas supnd uma açã cletiva, que aprxima d cnceit de assciaçã que, para Laville e Chanial, é [...] uma traduçã em ats d princípi de slidariedade que se expressa pela referência a um bem cmum, valrizand pertenças herdadas, n cas

57 57 da slidariedade tradicinal, u pertenças cnstruídas, n cas da slidariedade mderna filantrópica u demcrática. A criaçã assciativa é impulsinada pel sentiment de que a defesa de um bem cmum supõe a açã cletiva (LAVILLE e CHANIAL In: CATTANI et al, 2009, p. 21). Para s autres, a assciaçã pde ser abrdada scilgicamente cm um espaç que pera a um encntr interpessal entre redes. O víncul de assciaçã pde ser aliad a cálcul de interesse quant as jgs e relações de pder. Iss crre prque ele indica utra mdalidade d laç scial e plític, a slidariedade. As frmas assciativas delas resultantes (cperativas, sindicats, assciações civis, etc.) cnstituem uma plítica riginal que cnfere a agir assciativ sua especificidade. Entretant, capital scial nã se assenta smente sbre essa mdalidade; ele também nã descarta a slidariedade cm um laç imprtante nas redes. Na rigem d cnceit de redes sciais encntram-se diverss terms scilógics, tais cm, capital scial, ecnmia infrmal, nrmas cívicas de cperaçã. Estes têm significad, sbretud, na cnstruçã d espaç demcrátic e da açã cívica (CARVALHO 21 ). Apresentam-se duas terias imprtantes para cmpreender a perspectiva das redes sciais. A teria da frça ds laçs fracs, de Granvetter (1985), e a teria ds buracs estruturais, de Burt (1995). Essas duas terias cnvergem e se cntrastam, auxiliand na cmpreensã d cnceit das redes sciais. Em The Strength f Weak Ties (1973) A Frça ds Laçs Fracs, Granvetter afirma que s laçs fracs sã cnexões que se estruturam em ligações que nã sã familiares u amigáveis, mas elas agregam valr a cnectar cada atr a utrs atres que frnecem diferentes fntes de infrmaçã. Neste trabalh, Granvetter esclhe a interaçã em pequena escala a frça ds laçs interpessais e impessais para demnstrar cm a análise de redes permite relacinar estas cnexões as grandes fenômens. Em seu argument, autr destaca que a nçã intuitiva ds laçs interpessais cnduz a pensar que a frça destes laçs encntra-se na cmbinaçã (prvavelmente linear) de sma de temp, intensidade emcinal, cnfidência mútua e reciprcidade de serviçs prestads. A 21 CARVALHO, M. R. O. Redes Sciais: cnvergências e paradxs na açã estratégica. Dispnível em: < Acess em: 13 abr

58 58 presença de uma escala na intensidade e qualidade destes laçs define se tais laçs sã frtes, fracs u inexistentes (CARVALHO 22 ). Para Granvetter (1985), s laçs frtes existentes entre amigs próxims que se cnhecem muit bem, nã agregam muit valr quand indivídu está buscand recurss. Pel cntrári, s laçs frtes pssuem certa hmgeneidade de infrmaçã e recurss que cnduzem a insucess na busca de mais recurss e infrmações. Partind da rede egcêntrica d indivídu, autr questina se s laçs a serem cnsiderads cm parte desta rede se resumiriam as cntats direts u se seria cas de cnsiderar s cntats ds cntats. O argument de Granvetter vem n sentid de que, ns ampls setres da cmunidade e da sciedade em geral, s laçs frtes, ligads a eg, nã sã suficientes. Tal fat exigiria também cnexã cm s cntats distantes d indivídu, cnstruíds através de pntes. Assim, s laçs sciais teriam imprtância nã apenas na manipulaçã egcêntrica da rede, mas também cm canais através ds quais as ideias, as influências u infrmaçã scial distante d eg pderiam alcançá-l (CARVALHO 23 ). Na atualidade, existem váris mtivs ecnômics e sciais que s indivídus demandam enquant prduzem u cnsmem. A centralidade das redes sciais fi uma cncepçã de análise das trcas ecnômicas que nã se limitava à lógica da trca de incentivs. Para Granvetter (1985), a prpsta riginal da scilgia ecnômica distinguia-se ds mdels da ecnmia clássica prque juntava esses mtivs variads. O questinament d autr gira em trn d tratament mecânic dad às redes sciais que aprximam esta abrdagem ds mdels clássics da esclha racinal. Observa, pr exempl, que um md para entender a aplicaçã da técnica de redes sciais é justamente adaptá-la a argument instrumental de cm melhr administrar as redes. Nã só s ecnmistas, mas também s sciólgs, fizeram desta frma. Separar a esfera ecnômica e a esfera scial, cultural, plítica, entre utrs, nas redes sciais traz certa ambiguidade. A mistura de mtivs, segund 22 CARVALHO, M. R. O. Redes Sciais: cnvergências e paradxs na açã estratégica. Dispnível em: < Acess em: 13 abr CARVALHO, M. R. O. Redes Sciais: cnvergências e paradxs na açã estratégica. Dispnível em: < Acess em: 13 abr

59 59 Granvetter (1985), pderia parecer desnecessária a um argument puramente instrumental d tip feit na Teria da Esclha Racinal, que cncebe s indivídus cm tend smente bjetivs e necessidades ecnômicas, já que as necessidades sciais estã excluídas deste tip de análise. Entretant, nã traduz argument das redes sciais. Planyi também bserva que mercad está inserid na sciedade, assim, tdas as tentativas de remvê-l da sciedade (neliberalism) sã utópicas e fadadas a fracass. Para Granvetter (1985), existem pel mens duas frmas pelas quais a perspectiva teórica instrumental é reducinista e incmpleta. Primeir, a cncluir que tda interaçã humana pde ser explicada cm base ns interesses individuais, subtraind aspects fundamentais das relações prvenientes da açã ecnômica u de qualquer utra açã. Observa que relações hrizntais envlvem dimensões cm cnfiança e cperaçã e que relações verticais envlvem dimensões cm pder e subrdinaçã. Tais dimensões, segund autr, dificilmente pdem ser explicadas usand simplesmente a lógica de incentivs. Uma parte imprtante da análise d us estratégic das redes sciais sã s indivídus que dela fazem parte direta u indiretamente. A frça ds laçs pde ser um imprtante cmprmiss, prém se s cntats nã sã gerids cm cert grau de cnfiança, nunca serã capazes de criar uma base para cntrle scial, prtant nã se estabeleceram redes sciais. Tda cnfiança tem sua dimensã relacinal e sua dimensã abstrata. Para a dimensã relacinal nã existe cperaçã impessal. Tda cperaçã manifesta alguma relaçã entre s pares, pdend ser um laç familiar, amigável u simplesmente uma admiraçã pel trabalh. Mesm que a cnfiança pssa ser reduzida à perspectiva de custs transacinais da negciaçã, ainda assim ela é uma qualidade entre s pares. Já para a dimensã abstrata a cnfiança está relacinada à ausência n temp e n espaç. A cndiçã principal de requisits para a cnfiança nã é a falta de pder, mas falta de infrmaçã plena. Prtant, a cnfiança pde ser definida cm crença na credibilidade de uma pessa u sistema, tend em vista um dad cnjunt de resultads u events, em que essa crença expressa uma fé na prbidade u amr de um utr, u na

60 60 crreçã de princípis abstrats (cnheciment técnic) (GIDDENS, 1991, p. 36). O utr prblema abrdad pr Granvetter (1985) é que, aceitand que existam espaçs nde as relações sejam de interesse dirigid, estes espaçs seriam, tã lg a mtivaçã encerrasse, extints. Entã, a reduçã simples a fc da açã individual nã teria cm explicar a evluçã destes espaçs e cm fram capazes de cnstruir s cnstrangiments e s incentivs a que s indivídus reagem. Tais espaçs sciais raramente sã independentes de uma rede mair de tendências institucinais, culturais u históricas, que indica que a perspectiva de redes sciais, numa perspectiva direta, pde dificilmente encerrar-se em si mesma. Ainda mais quand se bjetiva cmpreender a dinâmica de arranjs que sã fruts de ações estratégicas cmplexas. Os arguments de Granvetter sã aplicáveis a estud d financiament cletiv, vist que este se aprpria ds laçs fracs, além ds frtes, fazend cm que s recurss sejam captads. Alguns aspects ligads a capital scial, cm a cnfiança, as redes sciais, a cmunidade e reciprcidade, sã explrads n decrrer desta pesquisa, pis se revelam imprtantes categrias empíricas e analíticas nesta pesquisa explratória sbre capital scial n financiament cletiv. 3.3 CATEGORIAS EMPÍRICAS E ANALÍTICAS NO ESTUDO DO CAPITAL SOCIAL O capital scial é revestid de muitas características que a ele sã dispensadas. Elementar que esteja ligad intrinsecamente às relações sciais. Cada autr, dependend de sua linha de reflexã, atribuiu uma cntaçã diferente a cnceit, aderind-lhe aspects diferenciads. Sem ir além ds limites da frmulaçã d prblema de pesquisa, deve-se reafirmar que a cnstruçã teórica d capital scial é uma espécie de elipse cm dis fcs. Em primeir lugar, algumas definições desvendam que existem assimetrias na btençã de recurss através das redes de relaçã scial, e este pde ser chamad, prvisriamente, cm fc plític. Outras partem d pressupst de que relações de trca simétricas permitem a btençã de recurss

61 61 presentes nas estruturas de relaçã scial, que pde ser chamad de fc utilitarista u ecnômic. Além das diferenças, as duas perspectivas sã cnvergentes na ideia de que as relações sciais cnstituem um patrimôni nã visível, mas altamente eficaz, a serviç ds sujeits sciais. Neste sentid, as relações estã baseadas na reciprcidade e na expectativa de cumpriment mútu, cujs mtres da açã cletiva serã a cnfiança e a cperaçã. As categrias abrdadas nesta pesquisa sã a cnfiança, a reciprcidade, a cmunidade e as redes sciais. Seguind s principais autres d capital scial, a cnfiança e a reciprcidade sã s pilares d capital scial. Além diss, as trcas e s laçs sã frmads através da cnstituiçã de redes sciais, que pdem ser virtuais, cm n cas da internet, u reais, n cas de cmunidades lcais, nde s indivídus interagem sb nrmas de cnfiança e reciprcidade Redes Sciais N camp teóric cnceit de cnfiança nas relações sciais surgiu juntamente cm cnceit de redes sciais, através de temas relacinads à capital scial, territóri e sbre a idéia de enraizament (embeddedness) de Granvetter (1985). As redes sã cnstituídas de pessas, que se relacinam e criam laçs entre si, e a qualidade, tiplgia e intensidade desses laçs sã s principais fatres de frmaçã das redes sciais. Os recentes estuds têm vinculad a mensuraçã da cnfiança cm critéri de análise das redes sciais, devid a essa interaçã interpessal u interrganizacinal, que crre cm característica das redes sciais. Nesse cntext, é natural que as Ciências Sciais tenham adtad cnceit de redes para a cmpreensã ds mecanisms de relacinaments existentes e estud da dinâmica da rede enquant sistema u de sua estrutura, a partir ds laçs u ligações entre s seus cmpnentes. Cm base ns cnceits e métds adtads pela Nva Scilgia Ecnômica, surgiram diverss estuds para a análise de redes frmais e infrmais, buscand identificar ptenciais vantagens

62 62 presentes nesses laçs de cnfiança interrganizacinal, parcerias e cperaçã entre rganizações. As redes sciais também pdem ser cnsideradas cm um difusr de infrmações e cnheciments, dispersand a incerteza. Os autres da nva scilgia ecnômica argumentam que a capacidade de as redes sciais prmverem desenvlviment ecnômic está intimamente relacinada cm prblema de cnfiança. A cnfiança n utr é integralmente relacinada cm a capacidade de prever situações e afeta seu cmprtament. Em seu ensai sbre a inserçã da açã ecnômica, Granvetter (1985) salienta papel cncret das relações pessais e das estruturas de tais relações (redes sciais), gerand cnfiança e desencrajand cmprtaments prtunistas, prtant, prmvem transações psitivas e um desempenh ecnômic favrável. A preferência generalizada pr transações cm indivídus de reputaçã cnhecida implica que pucs estã realmente dispsts a cnfiar na mralidade generalizada u institucinal para evitar prblemas (GRANOVETTER, 1985). Para Lin, Ck & Burt (2008), as cnexões ds atres em rede apresentam quatr fatres para explicar md cm s recurss dispníveis, pr mei das redes sciais, cndicinam s resultads das ações ds indivídus. Quand s laçs sciais estã clcads em psições estratégicas, frmam uma rede de infrmações úteis para maximizar as esclhas e prtunidades. Estes mesms laçs também influenciam s indivídus, que têm um papel imprtante nas decisões. Os laçs sciais pdem ser cncebids cm credenciais que garantam as pssibilidades individuais de acessar recurss dispníveis em suas redes. E, finalmente, as relações sciais refrçam recnheciment públic n que diz respeit a direit de determinads recurss serem acessads de frma individual u cletiva. A cnstruçã d cnceit de rede scial desenvlveu-se em trn de duas crrentes destacadas pr Prtugal (2007), segund qual, [...] uma emerge da Antrplgia Scial britânica d pós II Guerra Mundial, e se precupa fundamentalmente cm uma análise situacinal de grups restrits (Simmel); utra, sbretud americana, se prende cm desenvlviment de uma análise quantitativa, n quadr de uma abrdagem estrutural (Mertn) [...]. A perspectiva estrutural-funcinalista precupava-se fundamentalmente para a nrmatividade ds sistemas culturais, embra cnceit de rede fsse utilizad cm metáfra descritiva. A unidade de análise privilegiada era grup restrit [...]. Em cnsequência deste

63 63 psicinament, s autres tinham sérias dificuldades em lidar cm sistemas sciais em que laçs mais cmplexs atravessam a rganizaçã scial de grups u categrias institucinalizadas. Para estudar este tip de relações, muits antrpólgs, ns ans 1950, desviaram a sua atençã ds sistemas culturais para s sistemas de redes de relações sciais e desenvlveram cnceit de rede scial de frma sistemática (PORTUGAL, 2007, p.4). Para Fntes, há ainda um camp nv e quase inexplrad, de cnstruir um diálg interdisciplinar da ciência das redes, sugerind a cnstruçã de uma Teria da Cmplexidade (2012, p. 76). Prtant cnceit de redes se desdbra em várias vertentes, pdend até sugerir nvas perspectivas. Assim Castells cnceitua redes: Redes cnstituem a nva mrflgia de nssas sciedades e a difusã da lógica de redes mdifica de frma substancial a peraçã e s resultads ds prcesss prdutivs e de experiência, pder e cultura. Embra a frma de rganizaçã scial em redes tenha existid em utrs temps e espaçs, nv paradigma da tecnlgia da infrmaçã frnece a base material para sua expansã penetrante em tda a estrutura scial (1999, p. 497). Castells, em sua bra A Sciedade em Rede, esclarece que a nva rdem ecnômica e scial tem em sua centralidade a revluçã tecnlógica cncentrada nas tecnlgias da infrmaçã e cmunicações. Mudanças plíticas, ecnômicas e sciais imprtantes caracterizam um ambiente de mudanças cnfusas e incntrladas que tendem a reagrupar s indivídus em redes cnfrme suas identidades primárias: religisas, étnicas, territriais e nacinais. Em um mund de fluxs glbais de riqueza, pder e imagens, a busca pela identidade, cletiva u individual, atribuída u cnstruída, trna-se a fnte básica de significad scial (CASTELLS, 1999, p.23). Enquant as redes glbais cnectam e descnectam seus nós, seguind suas próprias decisões estratégicas, s indivídus se rganizam cm base n que sã u acreditam que sã. Prém, essa estrutura nã é tã simples de ser analisada, pis remete a estud da ecnmia ppular urbana, que, para Fntes [...] tem-se estruturad cm sluçã para a crise fiscal e a falência d estad de bem-estar scial, bem cm enquant imprtantes instruments de frmaçã de laçs de identidade e n estabeleciment de práticas assciativas (FONTES, 2011, p. 44). A rede tem implicaçã direta sbre acumulaçã de capital scial, uma vez que a tendência de desenvlviment de uma sciedade nã pde crrer se nã huver empderament ds indivídus. Pde-se afirmar entã que a criaçã de

64 64 capital scial é uma cndiçã fundamental para seu sucess, pis ele está relacinad ns aspects estruturais, relacinais e cgnitivs (BÖHE e SILVA, 2004). A dimensã estrutural d capital scial descreve a cnfiguraçã das ligações entre as pessas dentr de uma rganizaçã u grup. A dimensã relacinal d capital scial descreve tip de relações que as pessas têm desenvlvid umas cm as utras através de ações cletivas, e a dimensã cgnitiva refere-se àqueles recurss que frnecem representações cmpartilhadas, interpretações e sistemas de significad. É esta dimensã que ajuda a prmver a integraçã e criar um sens de respnsabilidade cmpartilhada além da açã cletiva (NAHAPIET E GHOSHAL, 1998). Prtant, as mudanças ecnômicas, sciais e plíticas na cntempraneidade parecem indicar que nvas frmas de slidariedade estã send redefinidas (FONTES, 2011) Cmunidade Histricamente, ser human sempre fi um animal gregári. Para sbreviver e cnseguir reprduzir-se, trabalhava em grups, que mais tarde, evluíram para as primeiras cmunidades. O cnceit, n entant, nunca fi uma unanimidade. Max Weber, quand prcuru traçar algumas premissas sbre assunt, ressaltu que " cnceit de cmunidade é mantid aqui deliberadamente vag e cnseqüentemente inclui um grup muit hetergêne de fenômens" (1987, p. 79), pis também cnsiderava que a idéia de cmunidade cmpreendia relações muit abrangentes. Os autres clássics, cm Ferdinand Tönies, prcuravam cnceituar a cmunidade em psiçã à sciedade. Tönies era inspirad n métd galilaic, que era fundad em duas invenções da cultura grega, a teria das idéias de Platã e a gemetria de Euclides. "O métd cnsistia em esclher smente um cas e livrá-l das impurezas d mund bservável, a fim de encntrar princípi de acrd cm qual cas em questã `funcinaria' em circunstâncias ideais" (Tött 1995:49). Pr iss, Tönies prcuru criar um cnceit de cmunidade "pura", idealizada, psta a cnceit de sciedade, criad pela vida mderna. Para Tönies, Gemeinschaft (cmunidade) representava passad, a aldeia, a família, calr. Tinha mtivaçã afetiva, era rgânica, lidava cm relações lcais e cm

65 65 interaçã. As nrmas e cntrle davam-se através da uniã, d hábit, d cstume e da religiã. Seu círcul abrangia família, aldeia e cidade. Já Gesellschaft (sciedade) era a frieza, egísm, frut da calculista mdernidade. Sua mtivaçã era bjetiva, era mecânica, bservava relações supralcais e cmplexas. As nrmas e cntrle davam-se através de cnvençã, lei e piniã pública. Seu círcul abrangia metróple, naçã, Estad e Mund. Para Tönies, a cmunidade seria estad ideal ds grups humans. A sciedade, pr utr lad, seria a sua crrupçã. A mudança scial, de acrd cm Tönies, seria frut de dis princípis aparentemente cnflitantes: aristtélic de que hmem é um ser scial e hbbesian, n qual hmem é de natureza anti-scial. Estes dis princípis cnstituiriam a natureza cntraditória d hmem. O ser human, prtant, aspiraria à uniã e a mesm temp, seria cntra ela, scilaria entre a cnexã e a separaçã, cletiv e individual. Embra trabalh de Tönies cnstitua-se em uma referência, própri autr recnhecia que sua bra baseava-se em tips "nrmais", de inspiraçã platônica: "Nã cnheç nenhum estad de cultura u sciedade em que elements de Gemeinschaft e de Gesellschaft nã estejam simultaneamente presentes, ist é, misturads" (Töt, 1995, p.50). Cm cnceit de cmunidade fi discutid exaustivamente pr muit temp, há autres que estudam este fenômen individualmente, utrs usam cncmitante cm cnceit de sciedade. O estud defrnta-se cm cnceits frjads e difundids pel sens cmum. Graças às tradições grec-rmana e judaic-cristã, as tendências criadas pr laçs de slidariedade étnica u nacinal e a certs ferments de universalism, de fundament religis, ecnômic u plític, mund cultural eurpeu imprimiu às nções de cmunidade e sciedade sentids abstrats e racinais específics (FERNANDES, 1973). A leitura biplar ds dis cnceits tem sua rigem na filsfia e n direit natural, em que autres cm Mntesquieu, Russeau, Hegel, Cmte, Marx, Simmel, Durkheim, Tönnies e Max Weber buscavam inspiraçã. Assim, s autres mais interessads na estruturaçã e dinâmica da vida scial u que pretendiam intrduzir a sistematizaçã ds cnceits fram levads a explrar legad cnceitual da linguagem de sens cmum da filsfia e d direit natural. Outrs

66 66 mais interessads pela scigrafia nã revelaram tamanh rigr terminlógic, mas demnstraram mair engenhsidade na reelabraçã de cnceits scilógics, aprximand s dis cnceits. Bauman (2003, p.7) aprega que [...] cmunidade é um lugar cálid, um lugar cnfrtável e acnchegante. É cm um tet sb qual ns abrigams da chuva pesada, cm uma lareira diante da qual esquentams as mãs num dia gelad. Lá fra, na rua, tda srte de perig está à espreita; tems que estar alertas quand saíms, prestar atençã cm quem falams e a quem ns fala, estar de prntidã a cada minut. Aqui na cmunidade, pdems relaxar estams segurs, nã há perigs cults em cants escurs. O autr entende que numa cmunidade pde-se cnfiar n que se uve, está-se segur a mair parte d temp e raramente se é surpreendid. E cntinua afirmand, [...] numa cmunidade pdems cntar cm a ba vntade ds utrs. [...] s utrs ns ajudam a ficar de pé utra vez [...]. Quand passarms pr dificuldades e pr necessidades sérias, as pessas nã pedirã fiança antes de decidirem se ns ajudarã; nã perguntarã cm e quand retribuirems, mas sim d que precisams. E raramente dirã que nã é seu dever ns ajudar, nem recusarã seu api só prque nã há um cntrat que as brigue a fazê-l, u prque tenhams deixad de ler as entrelinhas (BAUMAN, 2003, p.8). Seguind racicíni de Bauman, pde-se dizer que cmunidade é lcal imaginári, regad de cnfiança, laçs frtes, reciprcidade, que ainda nã está, lamentavelmente, a alcance ds indivídus. Williams (1973) bservu que ntável sbre a cmunidade é saudsism usad para referenciá-la, cm se fsse mais um paraís perdid. Na Web, a nçã de cmunidade é talvez a mair aspiraçã ds internautas, cm afirma Dean em seu ensai Cmmunity (2000). Pde-se bservar que há ambiguidade na nçã de que s cmputadres em rede acarretam a reuniã de pessas em cmunidades, até mesm pela reflexã de Williams acima citada. O filósf Zizek (1997) asscia essa ambiguidade a duas ideias antagônicas. A primeira é a de um ppulism que levaria s indivídus a re-cnstruir das raízes um nv sistema plític. A utra é a nçã de que usar cmputadres para criar cmunidades significa frmar cmunidades dentr d cmputadr, nas quais cada indivídu seria uma célula islada e, prtant, estaria szinha.

67 67 Rheingld (2000) define a ideia de cmunidade na internet cm uma agregaçã scial que surge quand uma quantidade suficiente de indivídus tma parte em discussões públicas pr um períd suficiente para que se desenvlvam redes de relacinaments pessais. A ideia de relacinament é fundamental, cm já discutid em redes, principalmente em uma cmunidade real, nde tds se cnhecem pel nme. Entretant, que Dean (2000) argumenta é que a ideia de cmunidade virtual embute uma prmessa de prximidade e camaradagem, de relações mais simples e recnfrtantes, diferentemente da cmunidade real. Prém, acredita-se, através de relats, que algumas pessas já tenham vivenciad este cnceit na prática. Iss permite separar e aprfundar a bservaçã, a descriçã e interpretaçã de fenômens que alguns põem cm a rdem biótica à rdem mral, utrs cm substrat material à estrutura prpriamente scial, e utrs ainda, cm a infraestrutura à superestrutura da sciedade. Cntud, cm lembrava Marx em seu temp, e Mauss psterirmente, cnvém ter sempre em mente que tais separações cnstituem artifícis da razã. Pr seu espírit e inspiraçã, as investigações macrsscilógicas nunca devem ignrar s elements cmunitáris da sciedade, nem s elements scietáris da cmunidade. Assim, cnceit de cmunidade nã é apenas um mdel, mas uma cnstruçã scilógica. É um cnjunt de interações, cmprtaments humans cm significad e expectativas entre s membrs. Nã se trata apenas de uma açã islada, mas de um cnjunt de ações que têm cm base a partilha de expectativas, valres, crenças e significads entre s indivídus Cnfiança Cnfiar vem d latim cum fides, ist é, cm fé. A cnfiança, prtant, é uma questã de fé. A fé nã pertence smente a univers religis, apartad da vida scial. É ela que mtiva quand acntece a plena entrega a um prjet u a um relacinament, u ainda a um bjetiv.

68 68 A cnfiança permeia a vida de um sujeit em diverss mments e relações, cm cnsequências que afetam de maneira imprtante tant a sua trajetória quant a daqueles cm s quais interage (LEWIS, J. e WEIGERT, A, 1985). Desde sua raiz etimlógica, seu significad remete a cred em alg u em alguém. Para Paul Singer (2003), Cnfiança é alg que se depsita em alguma pessa u cnjunt de pessas: direçã partidária, gvern, time de futebl etc.. A cnfiança em alguém se desenvlve à medida que cnhecems utr bastante para pder prever suas atitudes em diferentes circunstâncias. Cnfiar vem de fiar, crer, e tem, sem dúvida, sentid psitiv. Depsitams cnfiança em certs indivídus prque achams que sabems que agirã de frma favrável a nós, quand a casiã u a necessidade crrer (SINGER, 2003, p. 35). O autr desenvlve a raiz etimlógica quand se refere às relações entre sujeits, vist que as relações sciais acntecem em relaçã a utr. As manifestações ds sujeits crrem cnfrme utr d seu lad, assim, sã relações fundamentadas nas relações de cnfiança. Cnsante, na ecnmia de mercad, a cnfiança é um ingrediente essencial às relações de trca. Só se trca dinheir quand se cnfia n que se vai cmprar e n prdut ferecid (ns sujeits envlvids na prduçã e venda) e a recíprca também é verdadeira, pis vendedr só entregará prdut se suber que dinheir nã é falsificad, que cartã pssui sald, que cmpradr é de ba índle u cheque tiver funds. Na vida em sciedade, a cnfiança n pder públic, n sistema mnetári e nas instituições de uma maneira geral se mstra necessária, inclusive, para a manutençã da rdem. Na atualidade, as relações de cnfiança nã se desenvlvem smente pr relações diretas entre s sujeits, inclusive estas relações estã cada vez mais escassas, perdend lugar às relações virtuais, nas quais se desenvlve cnheciment d utr, sem na realidade cnhecê-l pessalmente, mas pela relaçã de cnfiança extremamente imprtante. Há, prtant, um vast alargament das relações de cnfiança, à medida que as interações ecnômicas e sciais se estendem n espaç, atravessam frnteiras, ceans até abranger quase literalmente glb inteir. Esta vasta expansã das interações ecnômicas seria ttalmente impssibilitada se relações de cnfiança nas instituições nã se tivessem desenvlvid cncmitantemente (SINGER, 2003, n line).

69 69 O autr expressa que, através d mund virtual, nã se mantém mais relações diretas de sujeit para sujeit, mas de sujeit para instituições. Assim, acredita-se nas universidades, ns hspitais, ns prjets, nas administradras de cartões de crédit, sem necessariamente cnhecer s prfessres, s médics, s empreendedres, u seja, praticamente nã há a necessidade de cnhecer sujeit que atende u faz as transações. Se a instituiçã é cnfiável, parte-se da premissa de que s sujeits que trabalham nela também sã. Para Singer (2003), quand a cnfiança nas instituições se reduz, s indivídus retrnam à clássica cnfiança smente em sujeits e instituições que cnhecem pessalmente, cm a família, amigs, vizinhs, clegas de trabalh, entre utrs. Prtant, s laçs de cnfiança entre s sujeits se frtalecem pela ajuda mútua que se desenvlve entre elas, quand crre algum prblema de descnfiança em instituições, pdend crrer uma acumulaçã de causas e efeits: a prximidade permite desenvlviment de laçs de cnfiança, que pssibilitam e induzem ações de ajuda mútua e estas, pr sua vez, refrçam s laçs de cnfiança. A partir de cert pnt neste prcess, as pessas passam a agir cletivamente. Partind-se d princípi de que, entã, a cnfiança é imprtante para as relações sciais, ela é encarada cm uma maneira de reduzir a cmplexidade, mesm prque nã há utra alternativa a nã ser cnfiar. A familiaridade, neste sentid, permite relativa segurança para absrver um risc remanescente, cm pssibilidades de uma cndiçã favrável u desfavrável. A familiaridade, num ambiente particular u nã, é pré-requisit para a cnfiança e para a descnfiança. Prém, a familiaridade, scialmente cnstituída, se traduz em um viver cnfiante. Para Lewis e Weigert (1985), a cnfiança u descnfiança numa relaçã é influenciada pel julgament racinal d indivídu, cm base n que ele julga de bas razões, acumuladas através de infrmações clhidas. Esta base é frmada pel cnheciment prévi d indivídu bservad, bem cm de infrmações que pdem incluir a identificaçã de valres, s quais indivídu bservadr cnsidera cm característics de um sujeit bservad cnfiável, cm respeit u a hnestidade. Estas bas razões nã sã mtiv suficiente para que um indivídu cnfie em utr. A cnfiança também é influenciada pela percepçã pr parte d indivídu

70 70 bservadr de que s demais indivídus também cnsideram bservad cnfiável. Quand um indivídu acredita que utr nã é cnfiável, partind de bservações, entã prcess de cnstruçã da cnfiança pde ser dificultad pr essas influências. Assumir que a cnfiança é cnstituída apenas pr elements cgnitivs demnstra ingenuidade. As emções e sentiments existentes entre as pessas se cnstituem em parte imprtante das relações entre elas e, cnsequentemente, influem diretamente na cnstruçã da cnfiança, vist que investiments emcinais sã feits pr ambas as partes, ist é, sã recíprcs. Entã, quand uma relaçã de cnfiança é quebrada, gera sfriment tant para traíd cm para traidr, pis ambs perdem cm essa ruptura. Uma das principais ameaças às relações de cnfiança é a prpsital cultaçã de infrmações entre s envlvids, um cmprtament pst à transparência. Além das dimensões cgnitiva e emcinal, a cnfiança também pssui aspects cmprtamentais, u seja, quand indivídu bservad demnstra que cnfia n bservadr, a tendência é de que a cnfiança cresça entre s dis lads reciprcamente. É imprtante salientar que a cnfiança é a representaçã, u seja, um cmprtament prpsital pr parte d indivídu bservad, cm intuit de parecer ser cnfiável para seu bservadr, pdend este cmprtament influenciar sua piniã se bservadr cnsiderar cm verdadeir, e nã cm uma representaçã, aquele cmprtament manipulad. As dimensões da cnfiança nã pdem e nem devem ser cnsideradas de maneira islada, vist que tda frma se relacina cm a questã da reciprcidade e uma serve de suprte para a utra, estand ligadas Reciprcidade Trabalhs de Karl Planyi ( ) estã send utilizads, na atualidade, cm fnte de cmpreensã d lugar das práticas ecnômicas n cnjunt das práticas sciais. A mair cntribuiçã d autr para sciólgs e ecnmistas fi distinguir s sentids substantiv e frmal da ecnmia, que já fram apresentads

71 71 anterirmente. O que merece mair destaque neste estud é a ideia de que a ecnmia, em sentid substantiv, é um prcess instituíd de interaçã entre ser human e seu entrn natural e scial. Para tant, é imprtante salientar que Planyi distingue três padrões de integraçã ecnômica:

72 72 Figura 3 - Padrões de integraçã ecnômica segund Planyi RECIPROCIDADE REDISTRIBUIÇÃO Cnceit Simetria: Cnsiste em mviments entre pnts crrelativs de grups que nã sã simétrics. Centralidade: Designa mviments aprpriativs em direçã a um centr e para fra dele de nv. Exempl Acntece em grups humans nde sistema de parentesc fixa brigações de scrr mútu. Nas sciedades mdernas, ficam marcas da reciprcidade, quand direit civil briga, de frma mútua, pais e filhs a scrrer-se cm aliments. Em sciedades de caçadres nômades, nde existe uma divisã scial d trabalh de caça, quem mata a presa está brigad a reparti-la. Nas sciedades cmplexas (sciedade ds faraós,...), acntece quand Estad briga s agentes privads a pagarem tributs para lg situá-ls nde as necessidades cletivas demandem. INTERCÂMBIO Mercad: Cnsiste em mviments de tma lá dá cá entre mãs diferentes num sistema de mercad. Fnte: Elabraçã a partir de Planyi (apud HIGGINS, 2005). Acntece n cmérci, nde de frma relativamente pacífica se pdem adquirir bens que nã se encntram dispníveis na lcalidade imediata. O mei indiret de intercâmbi é dinheir. Levand em cnta s cnceits de Planyi, analisam-se as diferentes perspectivas d capital scial. Para Cleman, as estruturas sciais de interaçã sã crrespndências entre padrã de intercâmbi e padrã da reciprcidade, ist é, as interações sã tdas geridas pr brigações recíprcas, de trca de infrmações e de nrmas que inibem s cmprtaments que afetam a cnfiança e a reciprcidade, cm afirma Planyi. Assim, assume as seguintes premissas discutíveis: - só existem n mund scial as regras d jg (instituições) que implantam a reciprcidade e intercâmbi; - vende a ideia de que a simetria ds grups humans, nde estã instituídas nrmas de reciprcidade, faz-se extensiva às relações de intercâmbi na frma de um marc nrmativ (HIGGINS, 2005, p. 37).

73 73 O que se fundamenta neste cas é a ideia de que a sciabilidade pde melhrar desempenh das atividades ecnômicas lucrativas em ppulações pbres e vulneráveis. Esta ideia, afirma Higgins (2005), se trata de uma suspeita de nva versã d liberalism ecnômic. Burdieu ns permite entender que capital scial, em sentid utilitári, é um ativ repartid de frma desigual, u seja, as redes sciais às quais estã vinculads s sujeits nã ferecem as mesmas ptencialidades para bter recurss da mesma quantidade e qualidade. Assim, remete a discussã d capital scial para padrã da redistribuiçã, n qual entram em jg as relações entre pder scial e pder plític para a alcaçã de recurss excedentes prduzids pela sciedade. Para Eschenburg, tda cperaçã requer uma reciprcidade, principalmente quand se trata da scilgia ecnômica, e afirma que [...] indivídu tma uma decisã a favr da cperaçã smente quand a cperaçã lhe favrece a pssibilidade de uma mair satisfaçã de suas necessidades, cmparand-as cm as utras pssibilidades, u seja, um grup de indivídus se une em cperaçã quand, e smente quand, cada um deles acredita pder antecipar um prveit da cperaçã (ESCHENBURG, 1983, p. 7). Para autr, na ecnmia, nã há cperaçã pel simples fat de clabrar, iss é explicad pela dádiva, mas sempre há um mtiv intrínsec na açã. Cmplementad cm a ideia de Marcel Mauss (2001), a brigaçã de dar, receber e devlver, que se apresenta cm uma regra scial em várias sciedades, nada mais é d que a traduçã cncreta d princípi de reciprcidade prpst pr Lévi-Strauss, qual mstru que a sciedade humana emerge, mantém-se e reprduz-se graças a prcess de recnheciment recíprc (CATTANI et al., 2009). Além diss, as relações que se realizam através d binômi favr-gratidã, em geral, sã de muit cnflit prque se estabelecem através da renúncia. A reciprcidade generalizada é um item prdutiv d capital scial; ambientes nde ela está presente pssuem melhres cndições de cibir prtunism e slucinar s prblemas de açã cletiva (PUTNAM, 2000). A ideia de reciprcidade cm element da ecnmia é resgatada pr Quijan (2002, p.491), a cnsiderar que,

74 74 [...] n lugar d desapareciment d setr tradicinal em funçã d prcess de hmgeneizaçã da lógica d capital, assistims à recnstituiçã de relações sciais de reciprcidade, cm a afirmaçã de padrões hetergênes, ns quais mercad existe em vinculaçã cm a reciprcidade. Para autr, que deveria imprtar para s indivídus na ecnmia capitalista é trabalh, a distribuiçã d prdut e ds recurss, visand a uma reciprcidade equitativa, trnand a vida cmunitária mais slidária, pis a slidariedade estabelece víncul de reciprcidade cm fundament das relações de cperaçã, prém, identifica-se uma reciprcidade diferente entre s pequens e grandes empreendiments. Enquant s grandes empreendiments passam a percepçã de que se incrpram à dminaçã capitalista, ns micrempreendiments cm características mais assciativas, a reciprcidade está latente ns relacinaments que vã além da mera realizaçã d interesse própri e d seu pragmatism peculiar, cuja funçã é impedir, precisamente, que as transações ecnômicas sejam geradras de vínculs sciais (GODBOUT, 1998). Reciprcidade vem acmpanhada da respnsabilidade, e as semelhanças surgem desde a rigem das palavras. Respnsabilidade deriva d latim respnsus u respndere que significa respnder, prmeter em trca de, quer dizer, é uma atitude ligada a uma açã, u entã, a qualidade daquil que é recíprc. Pela própria natureza humana, nã é cnfrtável cnviver cm sentiment de dívida, de pendência. Inúmeras vezes esse sentiment é negligenciad, prém a situaçã se agrava quand nem a pssibilidade de reflexã sbre assunt é cnsiderada. E, se ainda nã fsse suficiente, prblema causad a dar alg sem cbrar seu retrn é que se arranca à frça alg que quem recebe talvez nem cnsidere: seu mérit. A meritcracia é um cnceit que vem transfrmand realidades, pis indivídu inserid num ambiente meritcrátic respnsabiliza-se pel que faz, pis entende que, se nã age, nã pssui mérits para receber. A cntrári, quem recebe de graça, sem esfrçar-se, sem dar a cntrapartida, nã pde nunca atribuir a si uma vitória. Para Burdieu (1980), capital scial, em sentid utilitári, é um ativ repartid de frma desigual, refrçad em Higgins (2005, p. 38) [...] as redes sciais às quais estã vinculads s indivídus nã ferecem as mesmas ptencialidades para bter recurss da mesma quantidade e qualidade. Entã, as redes sciais

75 75 estã submissas a sentid utilitarista d capital scial. Seguind a reflexã, se explram as redes sciais cm frmas de reprduçã d capital scial, da cnfiança e, segund alguns autres, da ecnmia de mercad instalad. Esses aspects apresentads sã úteis a estud desenvlvid, pis se articulam cm prcess de financiament cletiv mtivad pel capital scial, mas nã significa necessariamente que este seja prpulsr d desenvlviment d prcess cm ns estuds de cmunidades de Burdieu (1986), Putnam (2001), Cleman (1988), Onix & Bullen (2000), entre utrs. A cnsciência de que nã há, nem haverá, uma medida única d capital scial é um pass necessári para que s pesquisadres criem indicadres adaptads a seu bjet e à dispnibilidade de dads. De qualquer frma, a recmpensa d esfrç empíric é um melhr entendiment ds prcesss envlvids, a mesm temp em que se reveem s pressupsts teórics que fundamentam a linha de pesquisa sb escp.

76 76 4 FINANCIAMENTO COLETIVO (CROWDFUNDING) Este capítul apresenta bjet de estud, que é financiament cletiv e a metdlgia da pesquisa realizada. O financiament cletiv é um mdel de arrecadaçã de dinheir para prjets em fase inicial. Os empreendedres sã independentes e buscam capital para realizar seus bjetivs. A mairia é jvem e parece ter mínim de recurss. As platafrmas de financiament cletiv nline frnecem um ambiente cncebid prpsitadamente para s empreendedres em estági inicial, nde eles pdem mstrar prtótips de seus empreendiments, apresentar plan de negócis descrevend cm eles vã gastar valr arrecadad e lançar diretamente seu prjet para uma cmunidade de investidres nline. Desta frma, permitem que as pessas superem as barreiras das transações de mercad. 4.1 HISTÓRICO DO FINANCIAMENTO COLETIVO O surgiment de um grup de pessas que estivesse a fim de usar temp cis na prduçã de bens imateriais e serviçs, acmpanhads pela criaçã ds sftwares de códig abert, que frnecem inspiraçã e direcinament prátic criu terren fértil para que surgissem fntes de financiament e prduçã cletivas. A prliferaçã da internet e de ferramentas mais acessíveis a cnsumidr deu as demandantes um pder mair d que pssuíam anterirmente. Prém, fi a evluçã das cmunidades n-line, cm a capacidade de rganizar as pessas de md eficiente em unidades ecnmicamente prdutivas, que transfrmu esses fenômens em frça realizadra, cm n cas d financiament cletiv u crwdfunding. Essas características sã diretamente ligadas à cntempraneidade, nã send pssível encntrar nenhuma destas ns períds histórics anterires. O prblema da canalizaçã d cnheciment e ds talents disperss talvez tenha cm respsta que Putnam (2000) afirma quand demnstra cm a participaçã das cmunidades alcançu seu ápice n fim da grande expansã

77 77 ecnômica ds ans 1950 e 60. Depis deste períd, a cmunidade, principalmente americana, entru num lng e irreversível declíni. O autr ferece uma série de causas para essa dissluçã cívica cletiva, cm a entrada das mulheres n mercad de trabalh, a substituiçã d armazém da esquina pels shppings centers, a expansã ds bairrs, a desagregaçã e, que para ele fi grande vilã, a televisã. Talvez essa visã de Putnam seja um puc pessimista u deturpada, pis para Hwe (2009) a cmunidade nunca entru em declíni, apenas assumiu nvas frmas. Muits desses grups que se islaram civicamente, cm há décadas, vltaram a se unir em utrs espaçs cm a internet, e essa multidã está causand uma revluçã n mund ds negócis e na ecnmia em geral. O tip arquétip ds sites de relacinament incentiva a cnexã entre amigs e grups de amigs. Assim, funcinam cm mecanisms para acumular um grande vlume de capital scial extrínsec, que cnsiste na cnfiança frmada entre cnhecids. Apenas está-se cmeçand a entender impact d rápid cresciment que as cmunidades n-line têm sbre a ecnmia e cultura. Estuds recentes mstram frte ligaçã entre sites de relacinament e capital scial. Iss tem relevância especial para as platafrmas de financiament pela multidã (crwdsurcing), que requer a clabraçã entre pessas descnhecidas, dispersas n mund td, unidas apenas pr interesses cmuns (HOWE, 2009). Em tds s cass de crwdsurcing é aprveitada a capacidade criativa excedente das pessas. O financiament cletiv, em cntrapartida, nã depende da criatividade, da capacidade e nem da piniã das pessas, mas aprveita capital financeir de que as pessas dispõem. Prém, as duas mdalidades pssuem características cmuns, cm mudar a rganizaçã de um determinad setr, ligand diretamente necessitad a seu clabradr. Financiament cletiv descreve a cperaçã cletiva, atençã e cnfiança através de pessas cnectadas em rede para juntar dinheir, através da internet, para dar andament as esfrçs iniciads pr utras pessas u rganizações, desenvlvend ações ecnômicas. O verdadeir cnceit scial d financiament cletiv é difícil de capturar em uma definiçã, prém pde-se afirmar que crwdfunding financiament cletiv - é a btençã de capital para iniciativas de

78 78 interesse cletiv através da agregaçã de múltiplas fntes de financiament, em geral pessas físicas chamadas de apiadres. O term tem sid utilizad para descrever ações especificamente pela internet para arrecadar dinheir para diferentes tips de prjets. O espaç apreendid pel financiament cletiv é diversificad, cmpst pr muits nichs e cmpartilha grande quantidade de energia gerada pelas redes sciais. Existe alguma frma de financiament cletiv para qualquer tip de prjet, prém nem tdas as platafrmas trabalham cm tds s tips de prjets. O financiament cletiv teve seu iníci basead n setr de micrcrédit, mais especificamente na ideia de Yunus, detentr d Prêmi Nbel de Ecnmia de A experiência cm micrcrédit surgiu em 1976, através de um prfessr de ecnmia de Bangladesh, Muhammad Yunus. A emprestar pequenas quantias a pessas extremamente pbres, mas cnfiáveis, que de utr md talvez nã cnseguissem levantar crédit, Yunus cnstatu que pderia alavancar a ecnmia lcal. Sete ans depis, ele fundu Grameen Bank, cm base n mesm princípi. Essa ideia trnu-se uma das mais influentes da atualidade, e, em 2006, Yunus e seu Grameen Bank dividiram Prêmi Nbel da Paz pr seus esfrçs para criar desenvlviment ecnômic e scial das camadas mais desprvidas da ppulaçã (YUNUS, 2012). Na internet, nasceu, através de seu principal representante, Kiva, primeir site de micrcrédit de pessa a pessa. Apesar d sucess, enfrenta um prblema rar: excess de dadres, que resulta em frequentes aviss de verifique mais tarde, nas páginas d site. A experiência d Kiva fi aplicada à internet para acessar capital excedente cm mair abrangência e encaminhá-l para s necessitads. Assim, cm utras frmas de financiar através da multidã, capitalizam a capacidade excedente para fins prdutivs de rganizações u empresas; financiament cletiv mbiliza bls de grups, permitind que as pessas financiem prjets em que acreditam, cm pequenas dações (HOWE, 2009). Atualmente, mais de 1,3 bilhã de dólares fram captads pela internet através d financiament cletiv, pel mund. Essa é a sma apenas ds sites que publicam seus númers e atuam especificamente para financiar prjets relacinads a causas sciais. A mairia deles cnsta na cluna dnatins da lista

79 79 de sites de crwdfunding d site Smarter Mney 24. Prtant, as platafrmas de financiament cletiv já se trnaram imprtantes e cm grande impact scial, afirma Tanya Urschel, Engagement Manager (Respnsável pel Engajament) sem fins lucrativs para PayPal, administradra de cartões de crédit, respnsável pr segurar débit ds valres dads até que valr pretendid pels empreendedres seja atingid 25. Apesar de financiament cletiv já ter captad uma quantia expressiva e de existirem platafrmas de crwdfunding n exterir desde 2002, de esses prcesss existirem desde e terem sid usads até para terminar de pagar a Estátua da Liberdade 26. O Brasil ainda está dand seus primeirs passs nesta mdalidade de financiament. Entretant, já existem mais de trinta platafrmas brasileiras de crwdfunding cm a prpsta de financiar diferentes tips de prjets. A platafrma brasileira que vem se destacand de frma mais acentuada até mment é a Catarse que atua smente cm prjets criativs. Exclusivamente para Terceir Setr, existe a Impuls a qual trabalha cm empréstims a micrempreendedres de baixa renda, e as mais recentes LET S e Vams Agir! dentre utrs. Tds pssuem cm princípi fundamental angariar funds através da mbilizaçã da multidã via internet, que pde vluntariamente cntribuir para desenvlviment de uma ideia u prjet. Tend em vista que [...] precisamente, ideal mbilizadr da infrmática nã é mais a inteligência artificial, mas sim a inteligência cletiva, a saber, a valrizaçã, a utilizaçã timizada e a criaçã de sinergia entre as cmpetências, as imaginações e as energias intelectuais, qualquer que seja sua diversidade qualitativa e nde quer que se situe (LEVY, 1999, p.167). Utilizand-se da inteligência cletiva, ainda é difícil ter um cnceit precis de financiament cletiv. Sabe-se que ele pssui ptencial de impact ecnômic e 24 SMARTER Mney. Weblg. Dispnível em: < Acess em: 15 dez CROWDFUNDING STORIES. Dispnível em: < >. Acess em: 12 mai LINKEDIN. Rede Prfissinal. Dispnível em: < &trk=eml-anet_dig-b_nd-pst_ttle-cn&ut= 2vtcRSydFZnlM1>. Acess em: 14 mar

80 80 scial, e, da mesma frma que as redes sciais reais e virtuais mudaram a frma de alcar temp, financiament cletiv deve mudar a frma de alcar capital (LEVY, 1999). Na história ecnômica, pucas vezes a alcaçã de recurss fi realizada e integrada pela sabedria cletiva cm crre hje cm a multidã que acessa a internet, pis que crria até entã era acúmul de capital pr uma minria. Mas cm a explsã d cresciment da cnectividade, prcess de pessa a pessa fi substituíd pr redes sciais. O vlume de infrmações e ideias é pnt frte deste nv mdel de financiament, que tem um ptencial e uma inteligência cletiva para prcessar a cmplexidade d tradicinal mdel de financiament. Para as gerações mais recentes, praticamente nã existe a pssibilidade de pensar s dias sem as redes sciais. Da mesma frma, as gerações futuras prvavelmente vã querer saber cm funcinava financiament de risc e de jurs e vã crescer cm cnheciment sbre financiament cletiv, utilizand- para agrupar recurss capazes de gerar prtunidades e geraçã de renda para as cmunidades. 4.2 MULTIDÃO: SUJEITOS DO FINANCIAMENTO COLETIVO Nesta tese, term multidã limita-se a que na scilgia se chama de grup de cntat diret, seja pessal u virtual. Pde-se cnceituar multidã na scilgia cm um agregad pacífic u tumultus de pessas que cupam determinad espaç físic u virtual. A interaçã d grup pde manifestar-se em terms de emções generalizadas, nas quais s participantes adquirem segurança e pder. As multidões pdem ser casuais, quand pssuem existência mmentânea, rganizaçã fraca e raramente apresentam unidade, u cnvencinais, quand cmprtament se expressa de md preestabelecid e regularizad, pssuind duraçã limitada (GALLINO, 2005). Para Tarde (1986) a multidã é um espaç de cesã perante interesses materiais, étnics e de nacinalidade entre indivídus unids. Para autr, a multidã apresenta alg de animal (p. 43), ist é, enquant cletividade

81 81 hetergênea e emcinal encntra-se dminada pr interesses materiais (intlerância, egísm, irrespnsabilidade, perda de sentiment d bm sens), que impedem a intercmpreensã discursiva (TARDE, 1986, p. 64). Já para Canetti (1986), multidã é móvel, se rganiza em diverss mviments e é primeir estad em que a sciedade se apresenta, depis da família. Excluem-se das cnsiderações sbre multidã, nesta pesquisa, as que se frmam casualmente, cm s excursinistas; multidões que se reúnem em cerimônias; u que participam de events religiss u desfiles acadêmics. Prém, utiliza-se term multidã para pessas que se reúnem em cmunidades virtuais cm um bjetiv específic (financiament clabrativ) e depis se desfazem, u nã, para assumir nvs grups u cmunidades virtuais. Para Barry Wellman (2001), as cmunidades virtuais sã cm redes de laçs interpessais que prprcinam sciabilidade, api, infrmaçã e um sens de integraçã e identidade cultural. O autr ainda defende que as cmunidades virtuais nã se põem às cmunidades físicas sã frmas diferentes de cmunidades, cm lei e dinâmicas específicas que interagem e criam mdels de cmunicaçã diferentes cm utras frmas de cmunidades. O autr define que, cm nas redes físicas pessais, as redes n line trnam-se frmas de cmunidades especializadas, ist é, frmas de sciabilidade cnstruídas em trn de interesses específics. Enfatiza uma distinçã na análise da interaçã scial na internet é que ela cria laçs fracs e múltipls cm descnhecids), imerss em um mdel igualitári de interaçã n qual as características sciais sã mens influentes na estruturaçã da cmunicaçã (Wellman, 2001). Em Bwling Alne: The Cllapse and Revival f American Cmmunity, Putnam (2000) alega que, à medida que as cmunidades se desintegram, mesm crre cm estque de capital scial um bem difícil de ser quantificad, prém de grande valr ecnômic derivad d empréstim de uma xícara de açúcar a vizinh u da ajuda que se dá a um amig para arrumar um empreg. Nesse cntext, a disseminaçã ds cmputadres pessais pareceu ser tir de misericórdia na rbusta vida cívica. Entretant, nvas cmunidades renasceram e cntinuam surgind. N fim da década de 1990, a internet cmeçu a prmver a rganizaçã de grups ttalmente nvs em trn de afinidades cmuns.

82 82 A internet é uma metáfra daquil que se entende cm uma sciedade em rede (CASTELLS, 1999) cnectada. Grande parte desses sistemas cnectads atua na manutençã das frças e na perpetuaçã d pder d capital glbalizad, perad dentr da lógica d capitalism imperial cuja lógica era a busca pels mercads prdutres e mã de bra barata ns países periférics e tda renda gerada era enviada as países imperialistas, que manipulavam pliticamente s dminads. N entant, pequens grups na internet se desprendem dessa lógica, cnstituind um ambiente de cmpartilhament de infrmações e catalisaçã d cnheciment. O Estad necessita d pder para se manter, assim, a sciedade d cntrle smente serve a ele. A resistência através da era digital pssui uma característica nã gegráfica, nã necessariamente se pnd a sistema capitalista, mas preza que, através d diálg, é pssível cupar s espaçs deixads pel pder e se aprpriar deles (DULLEY, 2004). As cmunidades virtuais frmadas cm espaç de resistência sã nômades, nde as pessas pdem estar participand de uma cmunidade num instante e n utr estar em utra cmunidade, u ainda, participar de várias num mesm mment. Esse nmadism característic destas cmunidades é uma frma de liberdade. Canetti (1986) define nmadism cm um mdel de resistência a pder, send que a multidã pde entender que deve enfrentar imperialism através da intervençã direta na micrfísica d pder. Este tip de intervençã crre pel diálg e pela reaprpriaçã d cnheciment pela multidã cm agente de transfrmaçã. Entã, a perspectiva de rede, se prpõe um bjet nv cujas dimensões cnvêm calcular. A rede, n financiament cletiv, só acntece quand as pessas se engajam em um prjet cmum. Prjet, n cntext da pesquisa, pde ser entendid cm expressã d trabalh material u imaterial. Dessa frma, as pessas, unidas, frmam a multidã, e essa multidã cnectada surge da cnexã e da clabraçã entre elas. O sftware livre fez a diferença neste pnt n mment em que expôs códig abert para ser mdificad da maneira que melhr cnvier. Este é pnt-chave da multidã clabrativa. Exempls desses prcesss sã [...] s criads, cm base na mídia scial, sempre cnectads à internet, celulares cm câmeras, Machinima e a Yu Tube, a geraçã digital vive n mesm planeta ds imigrantes digitais, mas habitam um univers bem diferente. Pdem se cnectar em váris prjets a mesm temp,

83 83 clabram tranquila e espntaneamente cm pessas que nunca viram na vida e, mais imprtante, criam mídias cm a mesma avidez cm que as gerações anterires as cnsumiam. É uma ppulaçã perfeitamente adaptada a um futur em que as cmunidades n-line irã suplantar a crpraçã cnvencinal (HOWE, 2009, p. 229). A clabraçã é uma nvidade da sciedade cnectada em rede. O capitalism, tal cm se cnhece, cm sua lógica de acumulaçã e trabalh, e seus principais alicerces - a ecnmia, a burcracia e a cultura de massas estã em crise. A sciedade em rede é capaz de reunir indivídus de frma distribuída e participativa e nã da maneira hierárquica característica d períd imperial (UGARTE, 2008). A rede distribuída pssui muits caminhs pssíveis, crrespndend a númer máxim de cnexões para um dad númer de nds 27. A crise d capitalism industrial está dand lugar à sciedade infrmacinal, participativa e clabrativa, que remdela as bases materiais da sciedade. É uma verdadeira quebra de paradigma. A sciedade está se trnand mais aberta e mais clabrativa também através da internet, send a pçã pela descentralizaçã d pder através da sciedade em rede. A internet está send um mei que ferece inúmeras frmas de expressã à multidã primida, principalmente a partir da Revluçã Industrial, cm a prduçã em massa, tã criticada pr Marx (CANETTI, 1986). A multidã está prtagnizand uma revluçã silencisa que deverá prvcar prfundas mudanças na sciedade, principalmente na transfrmaçã das diferentes ações sciais através d capital scial em imprtante mdalidade de prduçã ecnômica. Crwdfunding é própri financiament pela multidã, prtant seu fc é n cletiv. Agregar frças através das redes, a fim de arrecadar recurss distribuíds na multidã para trnar prjet realidade, esse é bjetiv d financiament cletiv. Os própris prduts e serviçs financiads, de prjets de geraçã de renda, pdem ser ferecids, e geralmente sã, cm recmpensa (cntrapartida) as apiadres ds prjets via crwdfunding. 27 Nds: Um nd u nó representa cada pnt de intercnexã cm uma estrutura u rede, independente da funçã d equipament representad pr ele.

84 CATARSE Cm ns prjets de financiament cletiv mais imprtante é que haja interesse cmum entre financiadres e empreendedres, para que prjet alcance sucess, há uma cnvergência de frças atuand para que a ideia saia d papel e seja financiada. Para que iss crra, é necessári que exista uma platafrma instalada na internet que faça a aprximaçã entre estes sujeits. É uma das iniciativas de destaque n Brasil, lançada em 17 de janeir de 2011, a partir da sciedade de estudantes de Sã Paul e de Prt Alegre. A cnstruçã da platafrma surgiu de uma cnfluência de ideias entre estudantes de Administraçã da Fundaçã Getúli Vargas (FGV). Após um primeir cntat, pesquisaram na internet experiências de financiament cletiv n exterir, nde encntraram Kickstarter, ds Estads Unids. Aquela experiência s mtivu a participarem de events de empreendedrism. Também naquele períd cnheceram utr estudante de Prt Alegre pela internet. Um deles pssuía experiência cm prgramadr de sftware pen surce (códig abert) - uma ramificaçã d sftware livre, que se caracteriza pr ser desenvlvid pela multidã, - além de trabalhar cm prjets culturais. Os três empreendedres participaram de um blg sbre crwdfunding, n qual repassavam as seus leitres e clabradres detalhes de cm funcina financiament cletiv, além de gerar váris cnteúds sbre tema. Também participaram de um Ggle grups, em que até hje discutem assunts relacinads a crwdfunding. Em 17 de janeir de 2011, se encntraram pela primeira vez pessalmente em Sã Paul, nde lançaram a platafrma Catarse cm cinc prjets. Destes, quatr nasceram através d blg, e utr, Pulp Dance, fi criad pr uma amiga d grup. Cm passar d temp, que, aliás, fi rápid, característica da internet e das tecnlgias infrmacinais, crreu a junçã cm utra empresa de tecnlgia,

85 85 a platafrma Multidã, n Ri de Janeir. Em 2013, a platafrma está cnstituída de dze pessas, send seis respnsáveis pela tecnlgia e seis atendentes 28. Atualmente, site é a principal platafrma brasileira de financiament cletiv. Esta platafrma trabalha n sentid da arrecadaçã de capital financeir através das relações sciais e d papel da cperaçã, cnfiança e reciprcidade para viabilizar prjets cletivs, culturais e/u ecnômics. Ela estimula financiament cletiv de prjets de pessas físicas u jurídicas. O autr d prjet se cadastra na platafrma, lança sua ideia (prjet) e valr de que necessita. Este valr deve ser arrecadad em 60 dias. Se valr slicitad fr atingid, autr recebe dinheir e paga 13% (incluind s custs de transaçã cbrads pels meis de pagament Paypal e MOIP) para a platafrma Catarse. Os direits de prpriedade intelectual/autral sã integralmente d criadr d prjet. Quand valr arrecadad nã atinge a cta esperada, s clabradres recebem dinheir de vlta e autr d prjet nã paga nada pela hspedagem n site. Dentre as infrmações imprtantes para que prjet seja cnsiderad interessante e adequad para financiament cletiv estã: Descriçã clara d prjet, apresentand bjetiv e a sua história, cntextualizand a pçã pel financiament cletiv; O prjet deve ser finit, cm temp determinad para ser realizad, u seja, s prjets de financiament cletiv devem ser pntuais; Os empreendedres devem pensar em recmpensas, pis financiament cletiv na platafrma Catarse nã implica dações, mas recmpensas, u seja, a reciprcidade característica imprtante d capital scial também se trna indispensável n prcess; Os prjets devem ser cnsistentes n que cncerne a rçament, u seja, a meta a ser alcançada deve ser realista, cmpatível cm as necessidades de execuçã; O financiament cletiv depende intrinsecamente das redes sciais. Na análise, verificu-se que, entre as 20 variáveis significativas, a variável R7 sbre 28 Infrmações frnecidas pel Luis Otávi via Skype em

86 86 rede fi a mais significativa estatisticamente para explicar êxit ns prjets clcads para ser financiada cletivamente, assim, alimentar sua rede virtual através d acúmul de capital scial cm nrmas, cnfiança e reciprcidade é vital neste prcess; Tds s itens anterires devem estar bem explicads através de um víde, n qual s empreendedres u realizadres apresentam prjet para s apiadres n financiament cletiv. O sistema é interessante até para empreendedres, prque pdem testar a aceitaçã d prdut n mercad mesm antes de ele ser lançad para cnsumidr. Prém, nã é qualquer prjet que é aceit na platafrma. As áreas priritárias incluem arte, música, design e prduts invadres em geral. N primeir mês de funcinament, a Catarse arrecadu R$ 14,5 mil para nve prjets. Até fim d an de 2011, clcaram n ar mais de 300 prjets prdutivs, send que 160 (53,33%) fram bem sucedids e estã send u já fram realizads 29. Atualmente, cnta cm 511 (48,12%) prjets bem sucedids, 463 (43,60%) prjets nã financiads e 88 (8,29%) prjets n ar. A platafrma Catarse, segund infrmações ds administradres, tentu cntat cm utras platafrmas criadas anterirmente e chegaram/chegam a trcar ideias sbre financiament cletiv, prém, até mment, nã cnseguiram retrn da platafrma mais cnhecida internacinalmente, a Kickstarter. Entã até pdems arriscar a dizer que a relaçã entre as platafrmas de financiament clabrativ está imersa na teria das esclhas racinais, u seja, permeiam a ecnmia de mercad, mesm utilizand ferramentas ainda nã cnvencinais na ecnmia. A seguir sã apresentads a metdlgia utras questões analisadas a partir d estud de interaçã entre capital scial e financiament cletiv. 29 Infrmações frnecidas pel administradr d site Dieg Reeberg em

87 87 5 METODOLOGIA Esta pesquisa fi iniciada em meads de 2011, a partir de várias leituras dirigidas sbre tema capital scial e desenvlvida de frma aprfundada n tema capital scial n financiament cletiv. Cntataram-se s administradres da platafrma Catarse em iníci de 2012, para que se tivesse acess as empreendedres u realizadres, cm sã cnhecids na linguagem d crwdfunding, e, através das respstas clhidas ds 103 empreendedres respndentes, em iníci de 2013, cnseguiram-se analisar alguns aspects inerentes a capital scial n financiament cletiv. Esses sujeits empreendedres, cm mstrad psterirmente, estã situads em váris estads brasileirs; nesta pesquisa sã descnhecids, prém sã as peças mais imprtantes para alcançar bjetiv geral prpst. Para que se cnseguisse atender bjetiv geral em sua ttalidade, fi necessári traçar s bjetivs específics identificads cm: Cmpreender cm crre a mbilizaçã para a açã cletiva ds sujeits cnectads em rede, pels empreendedres, cm a finalidade de financiar prjets cletivamente; Verificar se s empreendedres envlvids n prcess de financiament cletiv pssuem uma relaçã de cnfiança cm s apiadres; Identificar quais tips de prjets expsts na platafrma de financiament cletiv pssuem mair índice de sucess; Apntar características imprtantes d capital scial relacinadas a êxit ds prjets aspirantes a financiament cletiv; Desenvlver ferramentas, qualitativas e quantitativas, para cmpreender melhr a relaçã entre capital scial e financiament cletiv. A seguir, apresentam-se detalhadamente a natureza d estud, tip de pesquisa, a frma cm fram cletads e analisads s dads, além d métd de abrdagem que se caracteriza pel nível de abstraçã elevad, segund Lakats e

88 88 Marcni (1991). Prtant, esta pesquisa se utiliza d métd indutiv, ind das cnstatações particulares à geraçã de uma teria u lei geral. 5.1 NATUREZA E TIPO DE ESTUDO A caracterizaçã d estud cm pesquisa explratória nrmalmente crre quand há puc cnheciment sbre a temática abrdada. Pr mei d estud explratóri, busca-se cnhecer cm mair prfundidade assunt, de md a trná-l mais clar u cnstruir questões imprtantes para a cnduçã da pesquisa. Pesquisas explratórias sã desenvlvidas cm bjetiv de bter uma visã geral acerca destes temas. Este tip de pesquisa geralmente é utilizad quand tema fr puc explrad (GIL, 2011). Cm a pesquisa explratória tem cm bjetiv desenvlver, esclarecer e mdificar cnceits e ideias, esta fi esclhida para presente trabalh, send envlvid pel levantament bibligráfic e estud de cas. Babbie (1999) sugere três razões para a realizaçã de uma pesquisa explratória, send a primeira desej d pesquisadr de bter um cnheciment mais prfund n assunt; a segunda, avaliar a viabilidade de se prgramar um estud mais aprfundad, e a terceira, desenvlviment de métds a serem aplicads em um estud mais detalhad. O estud de cas explratóri é interpretativ, pis, além de cnter a descriçã d fenômen estudad, busca encntrar padrões ns dads e desenvlver categrias cnceituais que permitam ilustrar, cnfirmar u cnfrntar supsições teóricas (GIL, 2011). O métd a ser utilizad será estud de cas múltipl explratóri, entre s prjets exitss e nã exitss apresentads n site da Catarse para serem financiads pel cletiv, realizand um estud das experiências. Os estuds de cas múltipls destacam-se pr, cm afirma Yin (2010, p. 68), serem mais cnvincentes. O autr afirma ainda que, para se cnstruir um estud de cas múltipl bem sucedid, é necessári que bedeça a uma lógica de replicaçã e [...] exige cômput peracinal d univers u d grup inteir de respndentes em ptencial e, pr cnseguinte, prcediment estatístic

89 89 para se selecinar subcnjunt específic de respndentes que vã participar d levantament (YIN, 2010, p. 70). A análise deve seguir um experiment cruzad. Cada cas deve ser selecinad de md a prever resultads semelhantes u nã. Yin ainda ressalta que: a estrutura teórica trna-se mais tarde instrument para generalizar cass nvs (2010, p. 69). Tem-se, nessas cndições, a pssibilidade de cnstruçã de uma prvável teria a partir ds resultads cmuns as cass analisads. Pesquisadres geralmente utilizam estud de cas quand desejam cmpreender a situaçã em prfundidade, enfatizand seu significad para s envlvids (MERRIAM, 1998). Ainda para autr, é também uma característica d estud de cas a heurística, auxiliand pesquisadr na cmpreensã e descberta de nvs significads para aquil que está send estudad. A pesquisa deve entã estar aberta a surgiment de nvas definições que levem a repensar fenômen estudad. Quant à abrdagem d prblema esclheu-se a pesquisa quantitativa e adtu-se a análise multivariada ds dads, a qual, para HAIR et al. Os métds de análise multivariada predminarã n futur e resultarã em drásticas mudanças na maneira cm prfissinais de pesquisa pensam em prblemas e planejam suas pesquisas. Esses métds trnam pssível levantar questões específicas e precisas de cnsiderável cmplexidade em cenáris naturais. Iss viabiliza a cnduçã de pesquisas tericamente imprtantes e a avaliaçã ds efeits de variações paramétricas que naturalmente crrem n cntext em que elas nrmalmente aparecem. Dessa maneira, as crrelações naturais entre as múltiplas influências de cmprtament pdem ser preservadas e efeits separads dessas influências, estudads estatisticamente sem causar um islament cmum de qualquer indivídu u variável (1998, p. 12). Prtant, smente pr mei de técnicas multivariadas, as múltiplas relações sciais pdem ser adequadamente examinadas para se bter uma cmpreensã mais cmpleta e realista na tmada de decisões. Esta etapa culmina n tratament, nas interpretações e na análise reflexiva e crítica ds resultads.

90 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS A cleta e a análise ds dads cletads durante tda a pesquisa fram tratadas em duas fases: quantificaçã e interpretaçã. Os dads fram cletads de maneira aleatória, num primeir mment, ist é, usaram-se questináris sbre capital scial, aplicads em pesquisas de mestrad, sbre cm se estruturam as redes de relações entre s empresáris participantes de uma Rede de Cperaçã e as pessas pertencentes às suas redes relacinais, entre utrs. Esses questináris serviram para serem nrteadres das perguntas desta pesquisa. Primeiramente enviaram-se, através de , 170 questináris a empreendedres d financiament cletiv via Catarse. Obteve-se um númer pequen de retrns, mais especificamente 13 (treze), prém alguns ds que retrnaram fizeram sugestões d que cnsideravam imprtante pesquisar vist que já trabalhavam cm financiament cletiv há algum temp (questões imprtantes para prcess) e cm pesquisar (técnicas mais avançadas que ). O questinári fi reestruturad. Fram excluídas algumas perguntas d estud e utras fram inseridas. Neste mment, a escala Likert 30 era ainda de quatr pnts. Nvamente, fram cntatads utrs 150 empreendedres, e nesta etapa, bteve-se retrn de 32 questináris. Este númer ainda nã era suficiente para estud. Entã uma nva tentativa fi realizada. Mais uma vez, fram feits ajustes nas perguntas e usada escala Likert de cinc pnts, de frma que ela apresentasse um valr median. As perguntas que btiveram uma respsta significativa na análise de variáveis fram mantidas e as demais sfreram nvas mudanças para se trnarem mais entendíveis e a mesm temp úteis a trabalh. Para enviar as perguntas nvamente as empreendedres, usu-se recurs d Ggle Dcs, uma maneira rápida e segura de enviar s questináris, a mesm temp em que s respndentes nã necessitam baixar arquiv, 30 Uma escala tip Likert é uma técnica para medir uma atitude de um determinad assunt. Ela é dada pr uma escala, geralmente de 1 a 5 (mas pdem ser usadas também escalas de 1 a 7 u de 1 a 11), através de que se pede a sujeit que está a ser avaliad de manifestar grau de cncrdância cm uma dada afirmaçã, desde discrd ttalmente (nível 1) até cncrd ttalmente (nível 5).

91 91 respnder e enviar de vlta. Neste cas, s questináris caíram na caixa de entrada d , empreendedr respndia e devlvia. Este questinári fi enviad para a Catarse e disparad a tds s s cadastrads na platafrma. O resultad estava melhrand, 70 questináris fram respndids. Entretant, fram 57 s respndentes cm prjets que btiveram êxit e 23 cm prjets sem sucess n financiament. Cm uma amstra, para se ter um mínim de cnfiabilidade, precisa de um númer de cass nã menr que 30, s 23 estavam aquém deste númer e, prtant, precisu-se elabrar utra estratégia de increment de cass nã exitss, inclusive para equilibrar númer ds nã exitss cm aquele ds exitss. Assim, uma nva tentativa fi realizada, enviand s questináris smente para pessas sem sucess n financiament de seus empreendiments, explicand a necessidade de bterms suas respstas e também pedind para s que já tivessem respndid que nã fizessem a fim de nã haver respstas duplicadas. Assim, cnseguiram-se mais 33 retrns d questinári, uma grata surpresa. Na fase quantitativa de análise ds dads, analisaram-se s cnsiderads significativs estatisticamente. Aqueles que nã eram significativs estatisticamente fram utilizads na análise qualitativa Análise Quantitativa Cm s 103 questináris em mãs, pôde-se realizar teste de cnfiança das variáveis. Fi utilizad ceficiente Alpha de Crnbach para determinar a extensã em que as variáveis estã relacinadas cm as demais. O Alpha mstra sua utilidade em particular quand pesquisadr nã tem uma relaçã direta cm s entrevistads e entã nã tem a percepçã se as várias perguntas sã indicadres u nã de um determinad traç cultural. Em utras palavras, Alpha mede a cnsistência interna entre as variáveis, indicand cm iss se elas sã interligadas cm aquele traç. A interpretaçã d Alpha de Crnbach está relacinada à interpretaçã que é dada para as estimativas de cnfiabilidade, em geral, escalas cm valr d Alpha

92 92 menr d que 0,70 sã evitadas prém, HAIR et al. (1998) indica que pde se aceitar 0,6 para pesquisas explratórias), send que s valres de 0,60 a 0,70 sã cnsiderads limite inferir de validade. Pr utr lad, valr de α aumenta cm númer de questões da escala (STREINER, 1993). Para autr, valres de α alts, n entant, sã necessáris, mas nã suficientes, uma vez que é uma estimativa "timista" da cnfiabilidade. O questinári é cmpst de questões fechadas (Anex A). Este tip de questinári facilita tratament e análise quantitativa da infrmaçã, permitind a aplicaçã também de escalas métricas cm a de Likert, acima citada. A expectativa da escala é que entrevistad, tend a definiçã ds dis valres extrems (1 e 5) e tend a referência d valr intermediári três, cnsiga se clcar metricamente a lng da escala Teste t para médias Os testes paramétrics t servem para testar hipóteses de que dis subgrups de um cnjunt mstram valres diferentes a respeit de uma determinada variável que, em geral, é uma variável métrica u intervalar. Os dis subgrups sã identificads pels dis valres de uma variável dictômica, que desenvlve papel de variável independente. Para medir a influência que a variável dictômica independente tem sbre a variável métrica dependente, trata-se, entã, de ver até que pnt s dis subgrups apresentam valres diferentes da variável métrica. Exatamente, teste t avalia em que medida as médias desses dis subcnjunts diferem entre elas. Pelas palavras de Hair et al. (1998, p. 274), teste t avalia a significância estatística da diferença entre duas médias amstrais para uma única variável dependente. Num teste de inferência estatística, cm é t de Student, cnsideram-se sempre duas hipóteses. Uma é a chamada hipótese nula, que prevê que s dads se distribuam de frma casual. Iss acntece quand entre as variáveis cnsideradas nã há assciaçã. N cas d t de Student, que avalia se dis subgrups da ppulaçã apresentam médias significativamente diferentes, a hipótese nula indica que essas médias sã parecidas. A segunda é a hipótese experimental, que, pel cntrári, prevê que s dads nã se distribuem de frma

93 93 casual. N cas d t de Student, a hipótese experimental indica que s dis subgrups apresentam médias significativamente diferentes. Prtant, n cas desta pesquisa, para cada pergunta a hipótese nula (chamada de H 0 ) e a hipótese experimental chamada H 1 ) d t de Student serã as seguintes: H 0 : µ êxit = µ nã êxit e H 1 : µ êxit µ nã êxit Onde µ é a média ds valres das respstas à pergunta frnecidas pels entrevistads que tiveram êxit e µ é a média das respstas ds que nã tiveram êxit. O teste t é bilateral, iss significa que a diferença entre as médias ds cass exitss e ds nã exitss pde ser psitiva u negativa. O sinal psitiv d teste t mstra que s resultads ds respndentes cm êxit sã superires as ds que nã btiveram êxit. O sinal negativ cnsiste na média ds nã exitss ser mair. Cm se abrdu até mment, teste t de Student serve para avaliar a relaçã entre uma variável independente dictômica (que n cas fi aquela representada pels valres êxit/nã êxit) e uma u mais variáveis métricas dependentes (que n cas fram as várias atitudes indicadas pelas 43 perguntas d questinári). Mas fi de interesse também estudar a influência que, pel cntrári, as atitudes referentes às 43 perguntas pderiam ter sbre êxit u nã ds prjets. O teste que se usu para este escp fi da Regressã Lgística Regressã Lgística Pelas palavras de Hair et al. (1998, p. 34), a regressã lgística é a técnica multivariada adequada quand a única variável dependente é binária. Neste estud, a variável binária é representada pela variável êxit e nã êxit, cm valr 0 para nã êxit e 1 para êxit. O term lgística advém d fat de que a funçã que calcula s valres deste teste cntém lgaritms. Esta técnica representa um instrument para calcular cm que prbabilidade um determinad fenômen pde se apresentar (pr exempl, fenômen êxit n presente estud) na base ds valres das variáveis métricas (que n cas deste estud seriam as respstas às 43 perguntas). Mas permite também cnstruir

94 94 categrias, tiplgias de fenômens e de pessas. Fi mais nesse segund sentid que ela fi usada, embra s dis sentids nã sejam separáveis um d utr. Para Crrar, Paul e Dias Filh (2012, p. 283): [...] além de pssibilitar a classificaçã ds fenômens u indivídus em categrias específicas, a regressã lgística tem ainda pr bjetiv estimar a prbabilidade de crrência de determinad event u de que um fenômen venha a se enquadrar nessa u naquela categria. Em utras palavras, s resultads da variável dependente devem permitir interpretações em terms de prbabilidade e nã apenas classificações em categrias. Além das técnicas utilizadas para a análise ds dads quantitativs, utilizuse nesta pesquisa a análise qualitativa para prsseguir n aprfundament ds dads cletads. A seguir apresentam-se suas ferramentas de análise.

95 95 6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Este capítul apresenta s resultads reclhids através ds 103 questináris aplicads. Inicialmente, s dads fram digitads e cmpilads n prgrama SPSS, n qual fram realizads alguns testes para depis entrar na análise destes. Na primeira parte d capítul, descrevem-se algumas características ds sujeits da pesquisa. Send assim, há cm cnhecer melhr s participantes d financiament cletiv. Na segunda parte, seçã 6.2, btiveram-se respstas cnsideradas imprtantes para questinament inicial da pesquisa. Essas respstas estã expstas e descritas cm detalhes através da análise quantitativa. Na seçã 6.3 é feita uma análise ds resultads das questões nã significativas estatisticamente, mas que sã imprtantes na análise cnjuntural. 6.1 ANÁLISE DOS SUJEITOS E SEUS PROJETOS Nesta parte da pesquisa apresentam-se s sujeits da pesquisa. Algumas características pessais fram imprtantes para a análise d capital scial n financiament cletiv, indicand quem sã s indivídus que prcuram financiament para psterirmente analisar as razões para prcurar este tip de financiament de seus prjets. A primeira pergunta fi a idade ds respndentes, cuja mairia, 62%, ficu entre s 18 e 30 ans. Seguids pels jvens de 31 a 45 ans (28%) e, ds jvens entre 46 e 60 ans (10%). Nã huve entrevistads acima ds 60 ans. Na figura a seguir pde-se acmpanhar a evluçã das idades.

96 96 Figura 4 Idade d cnjunt de empreendedres d financiament cletiv entrevistads, % 28% 62% De 18 a 30 ans De 31 a 45 ans De 46 a 60 ans Fnte: Dads da Pesquisa, A figura mstra que a mairia ds sujeits que empreendem cm a auxíli d financiament cletiv na internet sã jvens de idade. Esse resultad é cnfirmadr, vist que pela própria experiência da pesquisadra e bservações, já se sabia que as pessas que mais empreendem e utilizam a tecnlgia da infrmaçã sã jvens, pis pssuem uma mair facilidade de se cnectarem e utilizarem as nvas frmas de relacinament e nvas frmas de viver scialmente. D ttal ds respndentes, utra tendência também se faz presente. Ds 103 empreendedres, 48 sã d sex masculin e 55 sã d sex feminin, ist é, 53,39% sã mulheres. Mesm nã send fc desta pesquisa, quer-se mencinar que desde a Segunda Guerra Mundial cmeçu-se a escrever mais regularmente sbre as mulheres, vist que elas deixaram dmíni privad, lar, para se inserirem em atividades industriais, ist é, cupand atividades de dmíni públic. A partir desse períd, a mulher ampliu seu direit à cidadania e à participaçã nas decisões da sciedade, e nessa passagem a dmíni públic, as mulheres acabaram despertand interesse científic (CENTENARO, 2004). Fat este que agra se está abrdand em uma nva perspectiva, na qual as mulheres, além de se mstrarem presentes n mercad de trabalh de uma frma mais cntundente, também estã na vanguarda das atividades ligadas à internet, neste cas, n financiament cletiv.

97 97 Outr aspect pesquisad é a esclaridade ds empreendedres. Esse aspect é interessante, pis send financiament cletiv um tema relativamente nv para a ciência, pde-se destacar que uma mair esclaridade faz parte ds respndentes. Figura 5 Esclaridade d cnjunt de empreendedres d financiament cletiv entrevistads, % 27% 11% 59% Ensin Médi Ensin Superir Pós-Graduaçã Outrs Fnte: Dads da Pesquisa, Pela figura, se pde afirmar que a mairia ds empreendedres n financiament cletiv pssui ensin superir cmplet. Este fat mstra que s jvens que frequentam centrs universitáris estã inserids num ambiente de nvas experiências, estand aberts a nvas frmas de gerir capital, seja ele físic, scial, ecnômic u financeir. Outr aspect imprtante é cmplement d curs superir, que é a pós-graduaçã, incluind especializaçã, mestrad e dutrad. Ds 103 respndentes, 28 pssuem uma pós-graduaçã e smente 11 pssuem ensin médi. A pergunta direcinada as empreendedres fi, se pssuíam a esclaridade cmpleta, send que, destes 11, váris u tds pdem estar inserids num curs superir. E cinc indivídus, 3% d ttal, respnderam que pssuíam utr tip de esclaridade, nã especificand qual.

98 98 Gráfic 1 Ocupaçã d cnjunt de empreendedres d financiament cletiv entrevistads, Fnte: Dads da Pesquisa, Pela figura, pde-se cncluir que 11 ds 103 empreendedres entrevistads sã cineastas, nve sã artistas de teatr e cinema, nve, prdutres culturais, cinc, prdutres de audivisuais e quatr, curadres de audivisuais, ttalizand 38 empreendedres, perfazend 36,89% respndentes ligads diretamente à cultura. Outras cupações que também chamam a atençã sã nve estudantes, 8,74%, cnfirmand que se afirmu acima que s respndentes que pssuem ensin médi, superir u pós-graduaçã cmplets pdem estar estudand. N univers ds 103 respndentes, há também nve jrnalistas (8,74%), it sujeits que trabalham cm design e prgramaçã (7,77%), seis publicitáris (5,83%), seis pesquisadres sciais (5,83%), cinc servidres públics (4,85%), três editres de livrs (2,91%), três empresáris (2,91%), três músics (2,91%), três educadres/prfessres (2,91%) e dis prfissinais ligads à cmunicaçã (1,94%). Incluíds na categria utrs existem prfissinais cm ftógraf, analista de arte, autônm e gerente de marketing, ttalizand 8 indivídus entrevistads (7,77%). Os empreendedres n financiament cletiv também sã rigináris de váris estads brasileirs, send que 27 sã rigináris d Ri de Janeir; 20 de Sã Paul; 12 d Ri Grande d Sul; 11 sã de Minas Gerais e 11 de Santa Catarina; Giás, Amapá e Ceará cm quatr empreendedres cada; Pernambuc e

99 99 Distrit Federal cm três empreendedres cada; Rraima cm dis empreendedres; Bahia e Mat Grss cm um empreendedr cada estad. Analisand s dads pel espaç gegráfic, pde-se afirmar que s sujeits que prcuram financiament cletiv se cncentram na regiã sudeste d país (56,31%), pdend ser um indicadr de que, pr ser espaç brasileir mais desenvlvid industrial e tecnlgicamente, também é habitad pr sujeits mais prpenss a serem arrjads, uma característica imprtante para aquela regiã. Esta análise é seguida pela regiã sul, cm 23 empreendedres (22,33%), mantend-se ritm de desenvlviment industrial e tecnlógic. Após, as regiões Centr-Oeste e Nrdeste, cm it empreendedres, perfazend 7,77% cada, e regiã Nrte cm seis realizadres, perfazend 5,82% d ttal de respndentes. Gráfic 2 Tips de prjets apresentads na platafrma Catarse para serem financiads cletivamente, Fnte: Dads da Pesquisa, Cm última análise relacinada diretamente as empreendedres, tems que ds 103 prjets apresentads para serem financiads cletivamente, 47 sã de teatr e cinema (45,63%); 14 de música (13,59%); 10 prjets de literatura (9,71%); 6 prjets de educaçã, seis de nvas mídias e seis de dança e música de carnaval, perfazend 17,48%; quatr prjets de design de nvs prduts (3,88%); dis prjets relacinads cm audivisuais, dis cm permacultura, dis cm grafite e

100 100 dis cm esprte, ttalizand 7,77% ds prjets analisads e ainda um prjet de jrnalism e um de ftgrafia (1,94%). Gráfic 3 Relaçã entre tips de prjets apresentads para financiament cletiv na platafrma Catarse e resultads finais, % 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Êxit Nã êxit Fnte: Dads da Pesquisa, O gráfic 3 apresenta a relaçã entre s tips de prjets e seus resultads de êxit e nã êxit. Iniciand cm s prjets de música, nta-se que 78,57% btiveram êxit enquant que 21,43% nã btiveram a mesma srte. Os prjets de teatr e cinema, que sã a mairia ds analisads, apresenta um resultad de 46,81% exitss e 53,19% nã exitss. Junt as prjets de educaçã, verificuse que nenhum ds seis prjets analisads para financiament cletiv bteve êxit. Ds seis prjets registrads cm Dança e Música carnaval, verificu-se 50% de bem sucedids e 50% mal sucedids. Os prjets de literatura pssuem uma análise diferenciada cm 90% ds prjets exitss e smente 10% nã financiads. Os prjets de Nvas Mídias também pssuíram mais sucess, send que 66,67% fram financiads cletivamente. Ds dis prjets de audivisuais apresentads, um fi financiad e utr nã. Os prjets de ftgrafia e de esprte nã btiveram êxit. Os prjets classificads cm Nvs Prduts design btiveram dis financiads e dis nã. Sbre permacultura, verificams um prjet

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