Green tea - catequinas

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1 Green tea - catequinas Antioxidante, anticarcinogênico e emagrecedor Fórmulas estruturais - catequinas: Imagens do vegetal: Nome científico: Camellia sinensis (L.) Kuntze Parte utilizada: Folhas Princípio ativo: catequinas Descrição: Arbusto perene bem adaptado em regiões úmidas e de grandes altitudes, a Camellia sinensis é originária do sudeste asiático, China e Índia, podendo ser encontrada no Sri-Lanka, Japão, Geórgia e até no Brasil.

2 No Brasil, o arbusto é cultivado principalmente na região do Vale do Ribeira no estado de São Paulo, onde é utilizado para fazer chá preto. Pode atingir até 15 metros de altura. Possui folhas simples, lanceoladas, coriáceas, quase glabras, de 4 a 7cm de comprimento. Suas flores são de cor branca, solitárias ou agrupadas de duas ou três nas axilas foliares. Os frutos são cápsulas deiscentes e oblongas apresentando de 1 a 3 sementes. Na China a primeira colheita das folhas e caules utilizados para a preparação de chás ocorre entre 3 e 5 anos após seu plantio. Com 20 anos de idade a produção alcança um alto nível de quantidade e qualidade. As colheitas são realizadas três vezes ao ano, iniciam-se pelo Chá da Primavera, logo após o Chá de Verão e para finalizar o Chá de Outono. As colheitas recebem esses nomes em virtude da época do ano que são realizadas. Sua vida útil dura por aproximadamente 50 anos. Cerca de vinte províncias cultivam a planta na China e as árvores são diferentes em cada uma. As diferenças nos sabores destes chás não são somente por causa dos processos específicos de preparo de cada um, mas também por causa dos diferentes tipos de árvores provenientes das diversas províncias da China. Atualmente existem cinco principais tipos diferentes de chás da Camellia sinensis (L.) Kuntze: Chá Verde (Green Tea), Chá Branco (White Tea), Banchá, Chá Vermelho (Red Tea / Dark Tea) e o Chá Preto (Black Tea). Uma das principais diferenças entre esses chás está no seu grau de fermentação. Seus principais constituintes químicos são: minerais, carboidratos, ácido ascórbico, ácido gálico, ácido quinico, betacaroteno, riboflavina, ácido folicoteanina, tiamina, piridoxina, flúor, cafeína, teogalina, metilxantinas, óleo essencial, flavonóides, taninos, alcalóides, catequinas. Popularmente a erva tem sido usada em dietas alimentares, pois seus componentes químicos majoritários, os flavonóides e catequinas apresentam uma série de atividades biológicas, como antioxidantes, quimioprotetora, antiinflamatória e anticarcinogênica. A classe das catequinas presentes na planta medicinal inclui: a epicatequina (EC), epigtalocatequina (EGC), galato-3-epicatequina (ECG) e galato-3-epigalocatequina (ECGC). Propriedades: Adstringente, analgésica, antiasmática, antidiabética, antibacteriana, antidiarréica, antiinflamatória, antioxidante, anticarcinogênica, anti-hipertensiva, antimutagênica, broncodilatadora, cardiotônica, digestiva, diurética, estimulante, hipocolesterolêmica, imunoestimulante, quimioprotetora, regeneradora, sudorífica, fotoprotetora (uso tópico). Indicações: - Diminuir a gordura corporal; - Retardar o envelhecimento; - Auxiliar no combate ao câncer de mama; - Ajudar a prevenir câncer de próstata e melhorar a eficácia de seu tratamento;

3 - Reduzir o risco de doenças cardiovasculares; - Auxiliar no tratamento de infecções virais; - Melhorar processos inflamatórios; - Facilitar a digestão; - Proporcionar melhor respiração em pacientes asmáticos; - Diminuir a hipercolesterolemia; - Atuar como hipoglicemiante; - Protetor cutâneo (uso tópico). Mecanismos de ação: Antioxidante: As estruturas químicas das catequinas possuem alto poder antioxidante devido a presença de radicais ligados aos anéis e também de grupos hidroxilas nos anéis A, B e D. Essas características permitem que elas consigam capturar grupos reativos como peróxidos (O 2 - ), peróxidos de hidrogênio (H 2 O 2 ) e hidroxilas (OH - ), altamente danosos aos lipídios, proteínas e DNA. Isso é possível por transferirem elétrons para as espécies reativas causando sua estabilização e formando compostos bem menos reativos. Por combater os radicais livres e quelar metais de transição como ferro e cobre impedem a formação de espécies reativas de oxigênio e inibem a lipoperoxidação evitando a citotoxicidade induzida pelo estresse oxidativo em diferentes tecidos. A propriedade antioxidante das catequinas do chá verde tem sido apontada como o principal fator contribuinte na prevenção e/ou no tratamento de diversas doenças crônico-degenerativas incluindo o câncer, doenças cardiovasculares e diabetes mellitus. Controle do peso: As catequinas desempenham um papel importante no controle do tecido adiposo, principalmente pela regulação que o galato de epigalocatequina (EGCG) exerce sobre algumas enzimas relacionadas ao anabolismo e catabolismo lipídico, como a acetil CoA carboxilase, Ag sintetase, lípase pancreática, lípase gástrica e lipooxigenase. Alguns estudos sugerem que a EGCG modula a mitogênese, a estimulação endócrina e a função metabólica nas células de gordura, além de estar associada com a má absorção de carboidratos e gorduras no trato intestinal, por inibição enzimática e do sódio transportador de glicose. Os mecanismos pelos quais a EGCG atua na redução e manutenção do peso corporal podem ser, entre outros: diminuição da emulsificação e do transporte lipídico reduzindo sua absorção, minimização da deposição de gordura no fígado, causar menor absorção de carboidratos, elevar a captação de glicose

4 no músculo (GLUT4), aumentar a termogênese e a colecistoquinina, gerar maior excreção fecal de lipídios. Um estudo in vitro indicou que a EGCG inibe a adipogênese e causa apoptose em células adiposas maduras. As catequinas e a cafeína desencadeiam efeito sinérgico na termogênese do tecido adiposo marrom. Antiinflamatório: Estudos com as catequinas e teoflavinas observaram o efeito antiinflamatório pela pré-inibição das enzimas ciclooxigenase 2 (COX2) e lipooxigenase do metabolismo do ácido aracdônico. Pesquisas demonstraram que os polifenóis podem diminuir processos inflamatórios de artrite asséptica em modelos murinos, podendo ser profilático em casos de artrite reumatóide. Cardioprotetor: As catequinas também são importantes na prevenção de problemas vasculares além de atenuarem o desenvolvimento de hipertensão arterial, fato atribuído ao seu poder antioxidante. O galato de epigalocatequina, que é a catequina mais abundante na Camellia sinensis, ativa a enzima óxido nítrico sintase via fosfatidil-inositol-quinase realizando vasodilação. As catequinas inibem a hiperplasia neointimal e suprimem a proliferação de células musculares lisas dos vasos sanguíneos. Tal capacidade é importante porque a proliferação destas células é um dos principais mecanismos para o reaparecimento de estenose após intervenção coronária percutânea. Também é importante ressaltar que as disfunções endoteliais podem levar a aterosclerose. Antitumoral: Com relação às neoplasias, sua prevenção possivelmente ocorre devido a proteção do DNA das células normais e também pela indução de apoptoses nas células tumorais. São diversos os benefícios causados pelas catequinas evidenciados por estudos como a capacidade de reduzir a proliferação de células de câncer de mama in vitro e diminuir o crescimento de tumor de mama em roedores; a combinação de galato de epigalocatequina e tamoxifeno apresentar sinergismo citotóxico para células cancerosas indicando seu grande potencial para o tratamento de câncer de mama; a capacidade reduzir a viabilidade de células mamárias cancerígenas receptoras de estrogênio positivas (MCF-7) sem efeito sobre crescimento de células mamárias normais; prevenir contra o câncer de próstata, diminuindo as possibilidades de seu surgimento e também minimizando o crescimento das células do adenoma induzindo a apoptose. Controle lipídico:

5 Há estudos que indicam que quantidades moderadas a elevadas de catequinas reduzem níveis de triglicérides pós-prandiais, provalvemente por diminuir a capacidade ou velocidade de absorção dos triglicerídeos no intestino pela inibição direta da lípase pancreática. A hipertrigliceridemia pósprandial é um fator de risco para a doença coronariana e os resultados obtidos sugerem que as catequinas que apresentam os grupamentos galoil podem prevenir tal doença. Fotoproteção: Alguns estudos demonstraram que a EGCG pode ser utilizada como um protetor de uso tópico contra alguns tipos de radiação, diminuindo o risco de câncer de pele e prevenindo contra o fotoenvelhecimento. As catequinas são poderosas antioxidantes inibindo os danos causados ao DNA pelas espécies reativas de oxigênio, a imunossupressão e a inflamação cutânea induzida pelos raios UV. Um estudo investigou os efeitos tópicos da aplicação de EGCG na pele humana antes da irradiação de raios UV, através de experimento imunohistoquímico, da avaliação de marcadores do estresse oxidativo e enzimas antioxidantes. Os resultados indicam que a aplicação de EGCG (em mg por cm 2 de pele) antes da exposição à radiação UV, diminuiu em quatro vezes a dose mínima de eritema, inibiu a infiltração de leucócitos inflamatórios e diminuiu a produção de H 2 O 2 e óxido nítrico, tanto na derme quanto na epiderme, de forma tempo-dependente. Dosagem / Posologia: Embora ainda não exista um consenso quanto a dosagem a ser utilizada, estudos indicam que 110mg de catequinas divididos em duas ou três administrações ao dia apresentam os resultados esperados. As administrações devem ser realizadas entre as refeições para não interferir na biodisponibilidade de nutrientes provenientes das grandes refeições. A dosagem de ser ajustada conforme a concentração do extrato adquirido. Contra indicações: Devido sua ação estimulante não é recomendado para crianças menores de 12 anos. Não deve ser utilizado por mulheres grávidas, pacientes que possuam problemas cardiovasculares e pessoas intolerantes a cafeína. Pacientes com úlceras estomacais, gastrites, refluxo gastroesofágico, doenças renais, hepáticas e hipertireoidismo. Indivíduos que possuem sensibilidade a erva ou qualquer um de seus constituintes. Pessoas que tenham glaucoma só podem fazer uso com acompanhamento médico e muita cautela.

6 Efeitos colaterais: A presença de cafeína pode causar insônia. Pode ocorrer disfunção hepática, nervosismo, hipertensão, aumento dos batimentos cardíacos, palpitações, dor de cabeça, vertigem, hiperacidez gástrica, redução do apetite, prisão de ventre, diarréia e irritação do aparelho digestivo. Através de estatísticas realizadas no Oriente, foi estabelecida uma ligação entre a ingestão de Camellia sinensis (L.) Kuntze o câncer de esôfago. Em primeira instancia essa ligação foi atribuída às altas temperaturas em que os chás são consumidos e, em segundo lugar, pela presença de taninos condensados. Interações medicamentosas: A presença de taninos pode influenciar no sistema digestivo, na absorção de nutrientes, minerais (ferro) e com a atividade de enzimas digestivas. Pode reduzir a absorção de drogas alcalinas pela ligação dessas com taninos. Referência: Fabricante / fornecedor; Lamarão, R. C.; Fialho, E.; Aspectos funcionais das catequinas do chá verde no metabolismo celular e sua relação com a redução da gordura corporal; Revista de Nutrição; Campinas, SP; ed.22; v.2; p ; Março/Abril; Lorenzi, H.; Matos F. J. A.; Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto Plantarum; Sá, R. S. de; Turella, T. K.; Bettega, J. M. P. R.; Os efeitos dos polifenóis: catequinas e flavonóides da Camellia sinensis no envelhecimento cutâneo e no metabolismo dos lipídeos. Senger, A. E. V.; Schwanke, C. H. A.; Gottlieb, M. G. V.; Chá verde (Camellia sinensis) e suas propriedades funcionais nas doenças crônicas não transmissíveis; Scientia Medica; Porto Alegre, RS; v.20; n.4; p ; 2010.