AVALIAÇÃO DE CONDUTÂNCIA ESTOMÁTICA E TEMPERATURA FOLIAR EM VARIEDADES DE MAMÃO SUBMETIDAS A DÉFICIT HÍDRICO

Transcrição

1 AVALIAÇÃO DE CONDUTÂNCIA ESTOMÁTICA E TEMPERATURA FOLIAR EM VARIEDADES DE MAMÃO SUBMETIDAS A DÉFICIT HÍDRICO Vni Jesus dos Sntos de Oliveir 1 ; Antonio Hélder R. Smpio 1 ; Murício Antonio Coelho Filho 2 ; Eder Jorge de Oliveir 2, Jorge Luiz Loyol Dnts 2, An Cristin Vello Loyol Dnts 3 1 Doutorndos, UFRB, Bolsist Cpes / Emrp, Ru Emrp, s/n, Birro Chpdinh, Cix Postl 7. Cruz ds Alms - BA, CEP: E-mil: vni79@yhoo.com.r, heldergronomo@hotmil.com; 2 Co- Orientdores, Pesquisdor do CNPMF, s/n, Birro Chpdinh, Cix Postl 7. Cruz ds Alms - BA, CEP: E-mil: eder@cnpmf.emrp.r, loyol@cnmpf.emrp.r, mcoelho@cnpmf.emrp.r; Orientdor, 3 Docente d Universidde Federl do Recôncvo d Bhi, Cmpus de Cruz ds Alms, CEP E-mil: cloyol@ufr.edu.r. INTRODUÇÃO A má distriuição ds chuvs em lgums regiões torn origtório o uso d irrigção ns lvours comerciis do mmoeiro, pois pesr de ser de clim tropicl, ocorrênci de déficit hídrico em períodos de estigem pode provocr redução d produção e qulidde dos frutos. O déficit hídrico constitui ums ds miores limitções à produtividde vegetl e, dest mneir, o rendimento ds culturs de interesse gronômico. A compreensão dos mecnismos de tolerânci ds plnts à flt de águ é fundmentl pr um seleção criterios de genótipos tolerntes est limitção mientl, de form promover em regiões que presentm estresse hídrico, explorção economicmente viável e otenção de produtos limentres com crcterístics de qulidde e segurnç pr o consumidor (EVANS, 1998). Devido o cenário de mudnç climátic glol, o qul pode cusr um umento d escssez de águ, irrigção e o uso rcionl dest, ou ind, o uso de genótipos tolerntes o déficit hídrico, vêm sendo indicdos como importntes ojetos de pesquis no mundo (CHAVES & OLIVEIRA, 24). Pr recomendção de vrieddes tolerntes, que mximizem produção com mior economi de águ é de grnde importânci conhecer triutos fisiológicos relciondos com disponiilidde hídric no solo. De cordo com Mc Dermit (199), s plnts, o sorverem CO 2, inevitvelmente, perdem águ pels folhs. Ess perd de águ ocorre principlmente trvés dos estômtos, que presentm mecnismos pr controlr o seu gru de ertur. Esse controle é triuído à condutânci estomátic folir, que é frequentemente utilizd como indicdor d deficiênci hídric. A disponiilidde de águ fet o crescimento ds plnts, por controlr ertur dos estômtos e, consequentemente, produção de fitomss. A tempertur folir pode ser usd como indicdor do gru de déficit hídrico d plnt. Qundo o déficit de águ no solo provoc o fechmento dos estômtos, rdição interceptd pel folh tende promover um quecimento folir, podendo chegr níveis prejudiciis o metolismo d plnt (TAIZ & ZEIGER, 24). Por isso, este trlho teve o ojetivo de comprr o comportmento de genótipos de mmoeiro, so diferentes regimes hídricos, n eficiênci do controle ds trocs gsoss pr tolerânci à sec.

2 MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido so condições de cs de vegetção n Emrp Mndioc e Fruticultur, em Cruz ds Alms BA, situd de Ltitude Sul e de Longitude Oeste, 22 m de ltitude. O delinemento experimentl foi inteirmente csulizdo em esquem ftoril 4X2, com seis repetições, sendo prcel experimentl constituíd por um plnt. Form utilizds dus cultivres comerciis (Sunrise Solo e Climos) e dois cessos de mmoeiro (CMF-4 e CMF-234), oriundos do progrm de melhormento genético de mmão, e dois regimes hídricos: trtmento 1 (Controle) plnts mntids n cpcidde de cmpo (CC), trtmento 2 (Estresse hídrico) plnts mntids sem irrigção té o limite de umidde do solo correspondente o potencil mtricil - 4 Kp, com redução de 5% d águ disponível. As plnts form cultivds em vsos de 1L e o potencil de águ no solo foi determindo medinte utilizção de tensiômetros. As medições d condutânci estomátic (gs) e d tempertur folir form relizds dirimente durnte os 45 dis, utilizndo-se um porômetro modelo AP4 (Delt T Devices) e pr tempertur folir utilizou-se Higro-Thermometer + Infrred Thermometer. As medids form relizds em folhs completmente expndids, loclizds n prte picl d plnt, exposts à rdição solr, nos horários entre 1 e 12h. Os ddos form sumetidos à nálise de vriânci utilizndo o progrm Sisvr e s médis dos trtmentos form grupds pelo teste de Tukey 5% de proilidde. RESULTADOS E DISCUSSÃO A vrição do potencil mtricil do solo, entre 6 e 4 Kp, fix de redução de 5% d águ disponível pr s plnts, foi suficiente pr o mmoeiro presentr mecnismos de controle estomático, reduzindo condutânci de águ entre os estômtos e tmosfer (Figur 1). De cordo com Emus & Cole (1997) e Prior et l. (1997), condutânci dos estômtos em espécies vegetis está relciond com s condições de déficit de pressão de vpor (DPV), tempertur do r e principlmente umidde do solo. O genótipo CMF 4 presentou mior condutânci estomátic pr potenciis de águ menos negtivo (-6-1 KP), justndo-se prtir do potencil mtricil - 2 KP. Este resultdo indic que pr condição de o disponiilidde de águ no solo, mior condutânci estomátic do genótipo CMF 4 pode resultr em miores trocs gsoss, consequentemente mior incorporção de CO 2 d tmosfer e mior produção de fotossimildos pr s plnts. A nálise de prâmetros fisiológicos, tis como condutânci estomátic e ssimilção de CO 2, são fundmentis pr melhor compreensão dos ftores que limitm produtividde e/ou crescimento ds plnts (DAVIES & ALBRIGO, 1994). Entretnto, deve-se slientr importânci de investigções em relção o crescimento d

3 plnt so condição de déficit hídrico, pois, segundo Jones (1992), um pequen redução n ertur estomátic pode reduzir sustncilmente perd de águ com um mínimo de efeito sore sorção de CO 2 e de fotossíntese. De cordo com Comstock (22), o uso desse conhecimento n prátic pode resultr em diminuição significtiv d utilizção de águ, pois trnspirção consome mis de 95% d águ sorvid pel plnt, ficndo pens o menor percentul pr produção de frutos e crescimento vegettivo. Avlindo o período de plicção dos trtmentos (45 dis), foi detectd diferenç significtiv (P<,5) entre os genótipos pr condutânci estomátic e tempertur. O CMF 4 oteve condutânci estomátic superior os demis, tnto pr condição irrigd (trtmento controle), qunto pr condição de déficit hídrico. Em relção à tempertur folir, os genótipos CMF 4 e CMF 234 presentrm menores vlores, enqunto que os genótipos Sunrise e Climos, os mis elevdos (Figur 2). O umento d tempertur folir pode ser um forte indictivo de déficit hídrico no solo, um vez que este sinliz o fechmento dos estômtos, sendo, ssim, um tenttiv d plnt em evitr miores perds de águ por trnspirção (CAIRO, 1995; STEPPUHN, 21). Houve correlção liner entre os vlores médios de condutânci estomátic e tempertur folir, exceto pr o genótipo Climos. Este resultdo explic que s ixs temperturs folires detectds nos genótipos CMF 4 e CMF 234 são influencids em prte por miores condutâncis estomátics (Figur 3) CMF - 4 y = 877,76e,814x R 2 =, CMF y = 269,12e,35x R 2 =, Potencil mtricil (KP) Potencil mtricil (KP) Sunrise y = 375,78e,629x R 2 =, Potencil mtricil (KP) Climos y = 181,26e,438x R 2 =, Potencil mtricil (KP) -5-6 Figur 1. Relção entre condutânci estomátic e potencil mtricil do solo pr qutro genótipos de mmoeiro, Cruz ds Alms, 211.

4 Tempertur (ºC) 33, 32,5 32, 31,5 31, 3,5 3, 29,5 29, 28,5 28, CMF 4 - y = -,64x + 32,678 R 2 =,8217 CMF y = -,43x + 31,257 R 2 =,6115 Sunrise - y = -,47x + 31,628 R 2 =,2772 Climos - y = -,73x + 32,726 R 2 =, gs (mmol m -2 s -1 ) CMF - 4 CMF Sunrise Climos Figur 2. Médi d condutânci estomátic e tempertur folir de qutro genótipos de mmoeiro, pr condição irrigd e déficit hídrico. Cruz ds Alms, CMF-4 CMF-234 Sunrise Climos Controle Déficit hídrico Tempertur folir ( ºC ) 31,5 31, 3,5 3, 29,5 29, 28,5 28, c c CMF-4 CMF-234 Sunrise Climos Controle Déficit hídrico Figur 3. Relção entre condutânci estomátic e tempertur folir de qutro genótipos de mmoeiro, Cruz ds Alms, 211. CONCLUSÕES 1. Os genótipos de mmoeiro vlidos presentm sensiiliddes diferencids em relção o déficit hídrico qundo sumetidos à redução de 5% d águ disponível no solo. Pr potenciis menores que 1 KP, o genótipo CMF 4 presentou mior potencil de trocs gsoss. 2. A tempertur d folh possui relção com condutânci estomátic e pode ser indictivo de déficit hídrico d plnt. REFERÊNCIAS CAIRO, P. A. R. Curso ásico de relções híidrics de plnts. Vitóri d Conquist, BA: UESB, p. CHAVES, M. M., OLIVEIRA, M. M. Mechnisms underlying plnt resilience to wter deficits: prospects for wter-sving griculture. Journl of experimentl Botny v. 55, n. 47, p , 24. COMSTOCK, J. P. Hydrulic nd chemicl signlling in the control of stomtln conductnce nd trnspirtion. Journl of Experimentl Botny. v. 53, n. 367, p , 22.

5 DAVIES, F. S.; ALBRIGO, L. G. Citrus. Wllingford: CAB Interntionl, p EAMUS, D.; COLE, S. Diurnl nd sesonl comprisons of ssimiltion, phyllode conductnce nd wter potentil of three Acci nd one Euclyptus species in the wet-dry tropics of Austrli. Austrlin Journl of Botny, v. 45, p , GHOLZ,. H.L.; EWEL, K.C.; TESKEY, R.O. Wter nd forest productivity. Forest Ecologicl Mngement, Amsterdm, v.3, n.1, p.1-18, 199. JONES, H.G. Plnts nd microclimte: A quntittive pproch to environmentl plnt physiology, 2nd ed., Cmridge University Press, Cmridge, U.K., 428 p Mc DERMIT, D.K. Sources of error in the estimtion of stomtl conductnce nd trnspirtion from porometer dt. HortScience, Alexndri, v. 25, n.12, p , 199. PRIOR L.D.; EAMUS, D.; DUFF, G.A. Sesonl nd diurnl ptterns of cron ssimiltion, stomtl conductnce nd lef wter potentil in Euclyptus tetrodont smpling in wet-dry svnn in northern Austrli. Austrlin Journl of Botny, v. 45, p , STEPPUHHN, H. Pre-irrigtion of severely-sline soil weth in-situ wter to estlish drylnd forges. Trnsctions of the ASAE, St. Joseph, v. 44, n. 6, p , 21. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologi vegetl. 3. Ed. Porto Alegre: Artmed, p. 719, 24.