Conselho da União Europeia Bruxelas, 1 de março de 2016 (OR. pt)

Transcrição

1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 1 de março de 2016 (OR. pt) Dossiê interinstitucional: 2016/0026 (NLE) 6641/16 SCH-EVAL 38 FRONT 98 COMIX 157 RESULTADOS DOS TRABALHOS de: para: Secretariado-Geral do Conselho Delegações n.º doc. ant.: 6205/16 Assunto: Decisão de Execução do Conselho que estabelece uma recomendação para suprir as deficiências identificadas na avaliação de 2015 relativa à aplicação pela Bélgica do acervo de Schengen no domínio da gestão da fronteira externa Envia-se em anexo, à atenção das delegações, a Decisão de Execução do Conselho que estabelece uma recomendação para suprir as deficiências identificadas na avaliação de 2015 relativa à aplicação pela Bélgica do acervo de Schengen no domínio da gestão da fronteira externa, adotada pelo Conselho na sua 3451.ª reunião realizada em 29 de fevereiro de Em conformidade com o artigo 15.º, n.º 3, do Regulamento (UE) n.º 1053/2013 do Conselho, de 7 de outubro de 2013, a presente recomendação será transmitida ao Parlamento Europeu e aos parlamentos nacionais. 6641/16 jv/gd/jv 1

2 ANEXO Decisão de Execução do Conselho que estabelece uma RECOMENDAÇÃO para suprir as deficiências identificadas na avaliação de 2015 relativa à aplicação pela Bélgica do acervo de Schengen no domínio da gestão da fronteira externa O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1053/2013 do Conselho, de 7 de outubro de 2013, que cria um mecanismo de avaliação e de monitorização para verificar a aplicação do acervo de Schengen e que revoga a Decisão do Comité Executivo, de 16 de setembro de 1998, relativa à criação de uma comissão permanente de avaliação e de aplicação de Schengen 1, nomeadamente o artigo 15.º, Tendo em conta a proposta da Comissão Europeia, Considerando o seguinte: (1) O objetivo da presente recomendação é indicar à Bélgica medidas corretivas para suprir as deficiências identificadas durante a avaliação de Schengen de 2015 no domínio da gestão das fronteiras externas. Na sequência da avaliação, foi adotado pela Decisão de Execução [C(2016) 23] da Comissão um relatório que inclui os resultados e as avaliações, bem como uma lista das boas práticas e deficiências identificadas durante a avaliação. (2) A Bélgica dispõe de um sólido sistema de formação em línguas estrangeiras. Os guardas de fronteira são incentivados a seguir uma formação linguística que seja útil para as funções que exercem, mediante o reembolso de despesas e a compensação pelas horas. Os guardas de fronteira aproveitam esta oportunidade para melhorar os seus conhecimentos linguísticos, o que aumenta o seu profissionalismo. 1 JO L 295 de , p /16 jv/gd/jv 2

3 (3) Atendendo à importância de dar cumprimento ao acervo de Schengen, nomeadamente a atribuição de recursos suficientes, a formação e os procedimentos de controlo de pessoas à entrada, deve dar-se prioridade à execução das recomendações 1, 6, 7, 9, 12, 13, 21, 25, 27 e 28. (4) A presente recomendação deve ser transmitida ao Parlamento Europeu e aos parlamentos dos Estados-Membros. No prazo de três meses a contar da sua adoção, o Estado-Membro avaliado deve, nos termos do artigo 16.º do Regulamento (UE) n.º 1053/2013, elaborar um plano de ação para suprir as deficiências referidas no relatório de avaliação e enviá-lo à Comissão e ao Conselho. RECOMENDA: A Bélgica deverá: Gestão integrada das fronteiras Estratégia de gestão integrada das fronteiras 1. Definir o conceito nacional de GIF e preparar a estratégia nacional de GIF com base no conceito de GIF da UE. Esta estratégia deverá ser apoiada por um plano de ação plurianual concreto. Análise de riscos 2. Desenvolver uma análise estratégica nacional dos riscos, que ainda não existe, seguindo as orientações do CIRAM. A análise estratégica do nível de risco deverá dar especial atenção à avaliação das capacidades e vulnerabilidades de todo o sistema de controlo das fronteiras. 3. Aumentar a capacidade para proceder à análise dos riscos a nível nacional, com mais analistas especialmente formados e com o desenvolvimento de formação em análise estratégica para o pessoal responsável pelas atividades ligadas à análise dos riscos a nível nacional, regional e local. Deve ser dada mais ênfase à colocação de recursos humanos com formação suficiente em todos os níveis da organização, a fim de harmonizar as informações recolhidas e aumentar a qualidade do trabalho. 6641/16 jv/gd/jv 3

4 4. Continuar a desenvolver o sistema "Aqua task" já em funcionamento, para permitir a análise correta dos dados recolhidos a nível estratégico. Cooperação entre serviços 5. Reforçar a cooperação entre os analistas da Direção de Operações da Polícia Administrativa (DAO/MIG) e os analistas do Serviço de Imigração, para obter análises nacionais dos riscos mais completas. 6. Executar as ações referidas no acordo-quadro nacional para a cooperação interserviços e desenvolver estruturas de cooperação funcionais e unificadas para a cooperação operacional, promover reuniões de cooperação periódicas a nível regional e local para troca de informações e ações conjuntas. Recursos humanos e formação 7. Aplicar planos de desenvolvimento relacionados com um sistema de formação geral e contínua para guardas de fronteira. Aumentar a capacidade para detetar documentos falsos e fraudulentos, mediante a criação de um sistema nacional de formação de peritos em documentos. 8. Organizar formação secundária sobre gestão de fronteiras a nível nacional para os quadros médios e superiores responsáveis pela gestão das fronteiras na Bélgica. 9. Atribuir recursos humanos e/ou técnicos suplementares para a realização de controlos fronteiriços nos portos e no aeroporto de Zaventem, para garantir a qualidade contínua dos controlos fronteiriços, aumentar os controlos nas portas de embarque e introduzir a possibilidade de formação local, bem como otimizar as condições de trabalho do pessoal em serviço. Centro de Coordenação Nacional (CCN Eurosur) 10. Melhorar as atuais funcionalidades do Centro de Coordenação Nacional, mediante a inclusão do quadro da situação da costa belga e do subnível relativo aos meios próprios. 6641/16 jv/gd/jv 4

5 Controlos nas fronteiras 11. Rever o atual processo de tomada de decisões em casos de recusa da entrada, para permitir que a decisão seja tomada de forma direta e rápida nos pontos de passagem da fronteira. 12. Aplicar um sistema API (informações antecipadas sobre passageiros) para a recolha de dados sobre passageiros no quadro nacional a fim de aumentar o conhecimento da situação em todos os aeroportos e reforçar o combate à migração irregular, bem como ao fenómeno dos combatentes estrangeiros. 13. Intensificar as consultas de bases de dados para detetar indicações sobre documentos e pessoas, tendo por base perfis de risco, no caso das pessoas que beneficiam do direito de circulação nos termos do direito da União. Aeroporto de Bruxelas (Zaventem) Análise de riscos 14. Aumentar a qualidade dos produtos de análise de riscos, garantindo que as informações prestadas a nível nacional são adaptadas às necessidades específicas aos níveis operacional ou tático. Procedimentos de controlo nas fronteiras 15. Exigir antecipadamente as declarações gerais que incluam, entre outros, o plano de voo e informações sobre a identidade dos passageiros, antes da chegada, em voos privados provenientes de países terceiros, nos termos do disposto no Anexo 6, ponto 2.3.1, do Código das Fronteiras Schengen. Formação 16. Desenvolver o atual sistema de formação local contínua do pessoal durante o horário de trabalho, aumentando o número de sessões de formação periódica e garantindo a participação de todos os guardas de fronteira. Integrar plenamente todos as fontes de informação sobre os anexos dos manuais do Código das Fronteiras Schengen e do Código de Vistos no sistema de formação local contínua do pessoal. 6641/16 jv/gd/jv 5

6 Infraestruturas e equipamentos 17. Garantir a total separação da zona Schengen e Não Schengen do Terminal T, estendendo a separação até ao teto na zona que os guardas de fronteira não veem, instalando por exemplo uma rede metálica por cima da parede de vidro. 18. Garantir a proteção das informações do ecrã, mudando a posição do monitor ou securizando a parede lateral envidraçada da cabina de controlo. 19. Prever um espaço para instalações de segunda linha perto da primeira linha de controlo na zona T. 20. Garantir um processo de atualização contínua dos programas informáticos de leitura de documentos disponíveis na primeira linha de controlo. 21. Ligar o sistema local de emissão de vistos ao sistema nacional, para atualização imediata dos vistos emitidos na fronteira. 22. Garantir a segurança das vinhetas de visto em branco, conservando todas as vinhetas em branco na caixa de metal disponível fechada com cadeado. Aeroporto de Bruxelas Sul-Charleroi Análise de riscos 23. Garantir a transmissão diária de informações no início de cada turno e a atualização dos acontecimentos das últimas 24 horas ou qualquer nova ocorrência, modus operandi que é importante para a atividade de controlo da fronteira no aeroporto. Procedimentos de controlo nas fronteiras 24. Exigir antecipadamente as declarações gerais que incluam, entre outros, o plano de voo e informações sobre a identidade dos passageiros, antes da chegada, em voos privados provenientes de países terceiros, nos termos do disposto no Anexo 6, ponto 2.3.1, do Código das Fronteiras Schengen. 6641/16 jv/gd/jv 6

7 25. Instruir os guardas de fronteira para que intensifiquem as consultas de bases de dados a fim de detetar indicações sobre documentos e pessoas que beneficiam do direito de livre circulação nos termos do direito da União que viajem para ou a partir de zonas de risco, tendo por base perfis de risco, apor corretamente os carimbos e proceder à análise aprofundada dos perfis dos passageiros enquanto aguardam a passagem pela cabina de controlo. Recursos humanos e formação 26. Desenvolver planos de contratação de pessoal, a fim de responder ao constante aumento do fluxo de passageiros, e abandonar o atual destacamento temporário de pessoal para garantir um nível contínuo de profissionalismo no aeroporto. 27. Aplicar um sistema de formação local contínua durante o horário de trabalho e organizar sessões de formação periódicas a que todos os guardas de fronteira devem assistir. Integrar plenamente todos as fontes de informação sobre os anexos dos manuais do Código das Fronteiras Schengen e do Código de Vistos no sistema de formação local contínua do pessoal. 28. Garantir que só os guardas que tiverem seguido a formação de base são destacados para os controlos fronteiriços de primeira linha. Infraestruturas e equipamentos 29. Ligar o sistema local de emissão de vistos ao sistema nacional, para atualização imediata dos vistos emitidos na fronteira. 30. Incentivar os guardas de fronteira a seguirem cursos de línguas de forma a poderem dar resposta ao crescente afluxo de nacionais de países terceiros provenientes de zonas de risco. 31. Rever o atual sistema de carimbos de registo, para garantir que os carimbos são distribuídos corretamente pelo chefe de turno e que todos os carimbos distribuídos são devolvidos no fim do turno. 32. Recolocar o vídeo-comparador espetral VISPEC 2 na sala da segunda linha de controlo na zona das chegadas. 6641/16 jv/gd/jv 7

8 Estação ferroviária de Bruxelas (Gare du Midi) Procedimentos de controlo nas fronteiras 33. Melhorar a aplicação prática dos procedimentos de controlo nas fronteiras, facultando aos passageiros sujeitos a controlo de segunda linha o formulário de informações a que se refere o artigo 7.º, n.º 5, do Código das Fronteiras Schengen. Infraestruturas e equipamentos 34. Melhorar a capacidade das TI e comunicações dos equipamentos utilizados para o controlo das fronteiras, de modo a reduzir o tempo de resposta das consultas de bases de dados. 35. Melhorar a qualidade do equipamento na primeira linha para que incluam todas as capacidades técnicas exigidas no catálogo Schengen. 36. Rever o sistema de filas para garantir que os guardas da primeira linha possam proceder à análise correta dos perfis dos passageiros. 37. Estabelecer o acesso direto ao perímetro de vigilância das câmaras CCTV nas instalações da Polícia Federal e garantir que o pessoal colocado na sala CCTV para visualizar o sistema das câmaras de vigilância faz turnos inferiores a 8 horas. 38. Reorganizar o atual fluxo de pessoal de bordo para permitir que os guardas de fronteira tenham contacto direto com as pessoas e documentos, ao procederem ao controlo das fronteiras. Zeebrugge Infraestruturas e equipamentos 39. Equipar a primeira e a segunda linha de controlo segundo as normas de Schengen definidas no respetivo catálogo. 6641/16 jv/gd/jv 8

9 Formação 40. Garantir que todos os guardas de fronteira destacados recebem formação básica neste domínio antes de procederem a controlos fronteiriços de primeira linha. Todos os guardas de fronteira deverão igualmente receber formação sistemática e contínua sobre as formas de utilizar as bases de dados principais e aceder à legislação aplicável, às instruções e manuais. O número de guardas de fronteira com formação específica deve ser garantido em todas as condições. Procedimentos de controlo nas fronteiras 41. Ponderar a aplicação do confronto automático das listas de pessoal de bordo e de passageiros com as bases de dados ao aplicar a plataforma única nacional. Antuérpia Procedimentos de controlo nas fronteiras 42. Ponderar a aplicação do confronto automático das listas de pessoal de bordo e de passageiros com as bases de dados ao aplicar a plataforma única nacional. Marinas de Blankenberge e Nieuwpoort 43. Garantir que todas as embarcações de recreio são controladas de acordo com o Código das Fronteiras Schengen. Vigilância das fronteiras marítimas 44. Estabelecer um mecanismo claro de comando e controlo para os recursos e patrulhas que efetuam a vigilância das fronteiras, a fim de garantir a reação imediata em casos urgentes. 6641/16 jv/gd/jv 9

10 45. Aumentar a capacidade de identificação. Tal poderá ser conseguido utilizando por exemplo os meios já existentes de forma mais eficaz e/ou desenvolvendo um sistema integrado de vigilância técnica que inclua câmaras de visão térmica de longo alcance. 46. Equipar os navios de patrulha com aparelhos optoeletrónicos para luz diurna/térmicos que possam ser instalados a bordo e integrados nos sistemas dos navios. Feito em Bruxelas, em Pelo Conselho O Presidente 6641/16 jv/gd/jv 10