Seminário> Família: realidades e desafios. Instituto de Defesa Nacional / Lisboa - Dias 18 e 19 de Novembro de 2004

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1 Instituto de Defesa Nacional / Lisboa - Dias 18 e 19 de Novembro de 24 1

2 Família(s) - o olhar de dentro, através dos números Piedade Lalanda 2

3 Objectivos Partindo do pressuposto teórico que a família é uma unidade relacional e considerando os números, publicados pelas estatísticas (censos e estatísticas demográficas), como janelas que nos permitem olhar/observar o lado de dentro da(s) família(s); Pretendemos: Identificar alguns aspectos da dinâmica familiar, nomeadamente as relações conjugal e parental e Abordar, do lado de dentro dessa dinâmica familiar, as alterações que os números revelam e que a investigação sociológica tem registado. 3

4 Família unidade relacional A família não é apenas um conjunto de pessoas que partilham um espaço doméstico comum, vinculadas por laços de sangue ou de aliança; nem tampouco é apenas um sistema, legitimado, de estatutos. (o lado de fora) A família é uma unidade relacional, estruturada e dinâmica, que se constrói ao longo de um percurso, assumindo significados diferenciados, em função de cada um dos seus membros, de acordo com as relações que a definem, em cada momento desse percurso (Lalanda,23) (o lado de dentro) 4

5 Olhar a família do lado de fora Se tivermos em conta os dados estatísticos publicados sobre as famílias portuguesas, com base no critério morfológico, verificamos: uma diminuição progressiva do número médio de indivíduos*. uma diminuição, significativa, do número de famílias com 5 ou mais elementos* ,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1,5 4,2 Evolução das famílias com mais de 5 indivíduos Portugal (%) 22,18 17,13 15,87 1, Dimensão média da família Portugal ,7 3, ,6 3,27 3,4 3,1 2,8 *Fonte: INE uma redução do número médio de filhos por casal, consequência directa da diminuição do índice sintético de fecundidade* 3,5 3 2,5 2 1,5 1,5 3,1 Índice sintético de fecundidade Portugal (índice) 2,8 2,1 1,57 1,56 1,

6 Olhar a dinâmica das famílias, espreitar o lado de dentro A história das famílias não se conta apenas através da sucessão de núcleos de pais/filhos. Outras estruturas ou relações familiares podem fazer parte de uma narrativa: famílias sem núcleo/pessoas sós* Evolução das famílias s/núcleo - uma pessoa continente (%) 12,5 13,3 14,8 14, , Evolução das famílias monoparentais continente port (%) famílias de um núcleo sem filhos e famílias monoparentais (pai/mãe com filhos)* ,3 6,8 7, ,6 Evolução da taxa de divorcialidade Portugal ,9 Indivíduos casados sem registo ; Indivíduos divorciados (taxa divorcialidade) *Fonte: INE 3 2,7 2,5 2 1,9 1,5 1,9,5,6,1,

7 O início da vida conjugal é mais tardio e menos formal, como revelam... Idade média, do homem e da mulher, no primeiro casamento - Portugal (número) O aumento da idade média, do homem e da mulher no primeiro casamento* , id.média no casamento Homem id.média no casamento Mulher A diminuição do número de casamentos/taxa de nupcialidade* ,8 Evolução da taxa de nupcialidade Portugal (% ) 9,7 7,8 7,3 6,9 5, Ou o peso, cada vez menos significativo, dos casamentos religiosos*. *Fonte: INE ,8 Evolução dos casamentos religiosos Portugal (%) 86, ,1 68, ,5 7

8 Na conjugalidade, mulher e homem Distribuição dos casamentos segundo a condição perante o trabalho dos cônjuges - Portugal, (%) são mais semelhantes, na condição perante o trabalho* ,9 77,8 57,8 56,3 36,7 36,3 18,7 14, ambos activos (empregado/a) homem empregado e mulher inactiva outras combinações e, cada vez mais dessemelhantes no nível de escolaridade*, Tendência para o aumento do número de casais onde a mulher possui um nível de escolaridade mais elevado Distribuição dos casamentos segundo a conjugação do nível de escolaridade dos cônjuges, Portugal - ( ) (%) 77,4 1,4 81,7 1,8 76,6 13,8 56,5 29, , ,9 nível de escolaridade idêntico nível de escolaridade da mulher superior ao do homem nível de escolaridade do homem superior ao da mulher 8

9 A fecundidade é controlável e controlada; a procriação, acontece dentro ou fora do casamento. E isso constata-se, por exemplo: no aumento da % de nados-vivos fora do casamento* ,5 Nados-vivos fora do casamento Portugal (%) 7,3 9,2 14,7 22, ,5 e no adiamento do nascimento de um filho, como se depreende do aumento da idade média da mulher ao nascimento do primeiro filho** Fonte:*INE/EUROSTAT Fonte: **INE Evolução dos primeiros filhos por grupo-etário das mães (%) menos de 15 anos 21, anos 47, anos anos 33, anos 28, anos 4 e mais anos

10 Assim sendo: são as relações, que dão forma à família As famílias definem-se não a partir de uma tipologia de formas ou de estruturas mas através da construção e da manutenção de relações entre os seus membros. (Durkheim, 1921 cit in Singly,1993). A família é sinónimo de lar, um grupo e um lugar de troca de afectos, de intimidade e privacidade (Almeida A., 23) A família é cada vez menos um nome, uma etiqueta, mas o resultado de vontades e projectos individuais que se interrelacionam numa unidade. Apesar de, em Portugal, o modelo de vida familiar estar fortemente associado à coexistência dos laços conjugal e parental, são cada vez mais evidentes outros tipos de vivência familiar, nomeadamente: os casais sem filhos, as famílias monoparentais, as famílias de avós com netos, ou mesmo, as pessoas sós e os casais não coabitantes 1

11 A família, continua sendo um valor de referência A família, enquanto grupo, continua a manter um papel relevante no processo de inserção e identificação social. a vida conjugal e a coexistência dos pais e dos filhos mantêm um papel importante como garante da felicidade (Almeida A., 23). A família contribui para a felicidade e é um espaço onde se constrói a identidade e se aprende o sentido da autonomia individual, desde que a dimensão colectiva não anule/ abafe a expressão das individualidades. (Singly, F., 2). A família, ao construir a identidade individual e social, integra, com outros universos de identificação (escola, emprego, grupo de pares ), o mapa identitário de cada um dos seus membros de forma diferenciada. (Lalanda, P. 23,24). 11

12 Os significados da conjugalidade Há várias formas de iniciar e entender a conjugalidade. A relação conjugal não depende de, nem determina a : Nupcialidade a vida conjugal acontece sem vínculo formal (união de facto), apesar de Portugal ser um país de forte tradição nupcial (Almeida, Guerreiro, Torres, Wall, 1998; Torres, 21;Almeida, 23) Sacralidade do laço conjugal, menorizada face à relação parental, valorizada como ideal de felicidade (Almeida, A.23, Almeida e alter, 24). Sexualidade a actividade sexual não acontece, apenas, dentro de relações estáveis ou no casamento (Almeida, André, Lalanda, Vilar, 24). Fecundidade activa e legítima a contracepção introduz uma relação diferenciada do casal, e em particular da mulher, com a sexualidade e a capacidade procriativa (Almeida, André, Lalanda, Vilar, 24); os nascimentos fora do casamento aumentaram nos últimos anos de forma notória. 12

13 A paridade na relação conjugal A existência de uma maior igualdade, da condição perante o trabalho da mulher e do homem no casamento/união conjugal, não significa uma paridade na definição dos papéis ou na partilha de tarefas domésticas (Guerreiro, M.D., 22; Torres A. e Silva F.,1998; Wall, K (ed.)21) As mulheres, em particular as mais escolarizadas que valorizam a actividade profissional como fonte de realização pessoal, adiam um compromisso conjugal (casamento) em função de outros projectos (Lalanda, 23) O divórcio é mais frequente, em parte porque as mulheres têm mais autonomia (financeira, afectiva ) dentro do casal. No entanto, os constrangimentos da vida doméstica, maternal e profissional sobre as mulheres são maiores; (Torres,A., 22); a este facto podemos associar o número significativamente superior de famílias monoparentais de mães com filhos. 13

14 A parentalidade vincula a família A maternidade e a paternidade continuam a ser determinantes na definição da identidade de género (Almeida A., 23). A parentalidade continua associada à conjugalidade e o nascimento do primeiro filho assume-se cada vez mais, como um acontecimento fundador do nós-família (Lalanda, P., 23); Almeida (org), 24). O investimento afectivo e material no nascimento de um filho é significativo; a criança ocupa um lugar central na vida familiar (Singly, 1993, 2). O projecto procriativo tende a definir um calendário mais curto (menos gravidezes, menos filhos) no percurso de vida, e o nascimento do primeiro filho é mais tardio. 14

15 Em síntese: para além dos números, importa olhar, não apenas: a forma ou a estrutura da família, mas antes as relações familiares, as famílias; o número reduzido de indivíduos por agregado, mas as relações intergeracionais, em particular o lugar do idoso na sociedade em estudo. o número reduzido de nados-vivos por família, mas a representação da maternidade e da paternidade na construção da identidade de género; a capacidade de controlo da fecundidade; o lugar da criança na família e na sociedade; a multiplicidade de relações parentais (biológicas e sociais); o casamento, mas a relação conjugal 15

16 Concluíndo, importa olhar, não apenas: o casal, mas o lugar da mulher e do homem na vida conjugal, de acordo com o contexto socio-cultural envolvente. a duração do casamento e o divórcio, mas o modo de construção das trajectórias ou dos percursos de vida, incluindo a importância de outras trajectórias (emprego, formação, participação cívica) que se cruzam com a vida familiar, ou seja, a diversidade de espaços e de acontecimentos que contribuem para a construção da identidade pessoal e social. a família como um grupo em crise, mas como estrutura relacional que se transforma e se adapta às grandes mudanças da sociedade. 16

17 Bibliografia consultada Almeida, A., Guerreiro, M.D, Lobo, Cristina e Wall, K. (1998), Relações familiares: mudança e diversidade, in Viegas, J.M.Leite e A.F. da Costa, Portugal, que Modernidade?, Oeiras, Celta Editora, pp Almeida, Ana Nunes de (23), Família, conjugalidade e procriação, valores e papéis, in, Vala, J., Cabral, M.Villaverde e Ramos, A.(org.), Atitudes Sociais dos Portugueses-5, Valores sociais: mudanças e contrastes em Portugal e na Europa, Lisboa, Ed.ICS/EVS, pp Almeida, Ana Nunes de e Isabel André ( Almeida, Ana, Isabel André,Piedade Lalanda e Duarte Vilar (24), Fecundidade e contracepção, percursos de saúde reprodutiva, Lisboa, Ed.ICS. Lalanda, Piedade (23), Transições familiares e construção da identidade das mulheres, Tese de doutoramento, Lisboa, ICS/Universidade de Lisboa. Singly, François de (1993), Sociologie de la famille contemporaine, Paris, Ed.Nathan. Singly, François de (2), Libres ensemble L individualisme dans la vie commune, Paris, Ed. Nathan. Torres, Anália e Francisco Silva (1998), Guarda das crianças e divisão do trabalho entre homens e mulheres, in Revista Sociologia, Problemas e Práticas, n.27. Torres, Anália (21), Sociologia do Casamento A família e a questão feminina, Oeiras, Ed.Celta. Wall, Karin (ed.) (21), Famílias no Portugal contemporâneo - Relatório Final, FCT(ed. no prelo ICS) 17

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