REDUZINDO AS INCERTEZAS EM RELAÇÃO AOS BANCOS ESTRANGEIROS

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1 REDUZINDO AS INCERTEZAS EM RELAÇÃO AOS BANCOS ESTRANGEIROS ÁREA 6 (Globalização e Competitividade Regional) A liberalização financeira que ocorreu nas décadas de 1970 e 1980 permitiu um maior influxo de bancos estrangeiros para países outrora com restrições a esse tipo de capital, entretanto, foi somente nos anos 90 que os países em desenvolvimento experimentaram uma maciça entrada dessas instituições em seus territórios. Com o passar dos anos vários estudos analisaram os efeitos desses bancos na economia doméstica, e embora tenham reduzido o grau de incerteza em relação a algumas consequências decorrentes dessa incursão, restam questões para serem debatidas. Esse artigo concentra nessas questões e defende que maior transparência, regulação e entendimento das características da economia receptora e do banco entrante são fatores cruciais para o país doméstico conseguir receber os possíveis benefícios que podem advir desse tipo de influxo. Palavras-chave: Bancos; Crédito; Crises Financeiras. JEL: G21, E02, G01. The financial liberalization that occurred in the 1970s and 1980s allowed a greater inflow of foreign banks to once countries with restrictions on this type of capital, however, was only in the 90s that developing countries experienced a massive entrance of these institutions in their territories. Over the years several studies examined the effects of these banks in the domestic economy, and although they have reduced the degree of uncertainty about some consequences of this incursion, remain issues to be discussed. This article focuses on these issues and defends for greater transparency, regulation and understanding of the characteristics of the receiving economy and of the incoming bank are crucial factors for the home country can receive the possible benefits that can accrue from of this type of inflow. Keywords: Banks; Credit; Financial Crises. JEL: G21, E02, G01. 1 INTRODUÇÃO A liberalização financeira que ocorreu nas décadas de 1970 e 1980 representou a redução do papel do governo na economia local, o aumento dos fluxos de capitais e maior integração econômica mundial. Os capitais passaram a serem vistos desprovidos de pátria, buscando oportunidades de lucros em mercados recentemente abertos a influxos estrangeiros, pouco se importando com a nacionalidade desse novo mercado. Pode-se inferir que com a globalização financeira que tem estado em vigor desde então, as fronteiras nacionais como delimitadores da influência externa sobre Estados têm perdido um pouco dos seus significados, embora ainda possuam uma dose dele. 1

2 Conquanto a liberalização financeira tenha ocorrido décadas anteriores, foi somente nos anos 90 que o fluxo de bancos estrangeiros ganhou importância nos países em desenvolvimento, adentrando em seus mercados e, em muitos casos, passando a deterem a maior parte dos ativos bancários, isto é, se tornaram os principais agentes do sistema bancário local. Fatores como custos de reestruturação dos bancos domésticos após crises econômicas, ensejo de incrementar a robustez do sistema bancário, aumentar a eficiência da economia e a influência de órgãos proeminentes globalmente como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), bem como o Consenso de Washington, ajudam a entender esse forte influxo de bancos estrangeiros nos anos 90. Ademais, características intrínsecas a alguns países em desenvolvimento, quais sejam, oportunidades de lucros, bancos domésticos ineficientes, segmentos do mercado bancário pouco explorados, grupos da população excluídos do sistema financeiro e crescente número de multinacionais nesses países são outros fatores que derramam luz para compreender esse processo. Entretanto, ainda que a entrada dos bancos estrangeiros tenha sido defendida, existiam muitas dúvidas quanto aos efeitos causados por estes nos países receptores. Deste modo, além de argumentos nacionalistas e de indústria nascente, a incerteza dos possíveis benefícios e malefícios advindos da incursão desses bancos era outro fator a prejudicar esse tipo de influxo de investimento direto estrangeiro (IDE). Todavia, com inúmeros estudos tendo sido realizados, juntamente com o benefício da análise retrospectiva de países que reduziram suas restrições e aceitaram a entrada desses bancos, se tornou mais claro o papel desses bancos nos mercados domésticos. Com o avanço da literatura sobre bancos estrangeiros desde os anos 90, esse artigo procura precisar o debate sobre algumas consequências da entrada desses bancos, bem como consensos e divergências na literatura, não deixando de fazer uma análise crítica sobre cada tema. Não obstante algumas controvérsias tenham sido resolvidas, outras ainda permanecem e mais estudos são necessários para mitigar essas dúvidas, entretanto, conforme será mostrado ao longo do trabalho, a entrada de bancos estrangeiros tem se mostrado favorável ao crescimento e desenvolvimento econômico e social de muitas nações, ainda que existam casos que desmintam essa relação, como será elucidado posteriormente. Para esse intuito o artigo está divido em 3 seções, além dessa breve introdução. A próxima seção trata da tendência dos bancos estrangeiros de se espalharem em volta do globo; a terceira seção tece análises sobre várias consequências da entrada dessas instituições, focalizando nos países em desenvolvimento; por fim, a seção 4 faz algumas considerações finais. 2 ENTRADA DOS BANCOS ESTRANGEIROS O sistema financeiro mundial fora regido pelo regime de repressão financeira desde o final da segunda guerra mundial até os anos de Esse regime colapsou devido à situação econômica caótica de várias economias nessa época com inflação persistente, baixo crescimento do produto e aumento do nível de desemprego. Os choques petrolíferos de 1973 e 1979 foram o golpe final para sacramentar o fim desse regime. O regime de repressão financeira pode ser entendido com base em 6 características, quais sejam, controle do crédito, regulação da taxa de juros, barreiras para a entrada no setor bancário e na indústria de serviços financeiros para firmas externas, reduzida autonomia dos bancos, bancos de propriedade estatal e regulação dos fluxos de capitais. Os bancos possuíam pouca liberdade para operarem no mercado bancário, era o governo quem ditava suas ações e a maneira de executá-las. O sistema bancário contava com 2

3 pequena participação de bancos estrangeiros e era amplamente estatizado. Ademais, não eram as forças de mercado que conduziam suas ações. O funcionamento do sistema bancário fora considerado um dos responsáveis pelo baixo dinamismo da atividade econômica nos anos de 1970 e, portanto, foi alvo de inúmeras críticas neoliberais. Na essência dessas críticas, pode-se resumi-las na defesa pela retirada do governo da órbita da economia e o desejo de que as forças de mercado voltassem a coordenar o funcionamento econômico (Demirguc-Kunt e Levine, 1996; King e Levine, 1993; Levine, 1997; Levine e Zervos, 1998; Mishkin, 2003; Mishkin, 2009; Williamson e Mahar, 1998). Para os propósitos desse trabalho, em relação ao setor bancário argumentou-se pela retirada das barreiras que impediam a entrada dos bancos estrangeiros. Embora a liberalização financeira tenha se iniciado nos anos 70, somente nos anos de 1990 que a entrada dos bancos estrangeiros nos países em desenvolvimento ganhou ímpeto. De 1994 a 1999 os ativos bancários mantidos por bancos estrangeiros subiram de 20% para mais de 50% em países como a Argentina, Chile, República Tcheca, Hungria e Polônia (Clarke et al, 2003). Além de elucidar esse salto na participação dos bancos estrangeiros em outros países, esses números mostram que essa incursão foi desigual no espaço, em particular, ela foi concentrada na América Latina (Argentina e Chile) e Europa Oriental (República Tcheca, Hungria e Polônia). Aumentando o escopo do período dos dados, de 1995 a 2009 a participação dos bancos estrangeiros nos países emergentes passou de 18% em 1995 para 36% em 2009, nos países em desenvolvimento que era de 24% subiu para 45%, na Europa Oriental e Ásia Central se elevou de 15% para 47%, de 28% para 42% na América Latina e Caribe, de 7% para 13% no sul da Ásia e de 31% para 53% na África Subsaariana (Claessens e Van Horen, 2014). Os bancos estrangeiros aumentaram a sua participação mundial e passaram a exercer um importante papel em vários países, entretanto, em algumas regiões, como o sul da Ásia, ainda é nítido a baixa penetração dessas instituições. No caso da Europa Oriental, o anseio para efetuar de maneira rápida a transição econômica e a pequena tradição com o setor bancário ajuda a entender o salto dos bancos estrangeiros nessa região. Além disso, existiu o fator OCDE, que exerceu o incentivo para a retirada das barreiras como condição para os países aderirem a ela e, talvez futuramente, na União Europeia (Mathieson e Roldós, 2004). No sul da Ásia a pequena participação de bancos estrangeiros pode ser entendida pela insatisfação das autoridades locais com o comportamento desses bancos na crise asiática de que será explanada no decorrer do artigo. A globalização da indústria dos serviços financeiros tem acarretado em bancos enfrentando uma competição advinda de uma variedade de fontes não bancárias de crédito e serviços financeiros que têm pressionado para baixo as margens das taxas de juros e de lucros. Acoplado a isso, os custos de fazer operações bancárias têm se reduzido exponencialmente, o que gerou economias de escala e escopo para essas instituições. No intuito de captar esses efeitos, os bancos têm lutado para aumentar suas participações nos mercados globais, se aventurando em diferentes continentes (Mathieson e Roldós, 2004). Crises financeiras têm sido catalisadores nesse processo de incursão dos bancos estrangeiros, como é retratado por Mathieson e Roldós (2004), todavia, outras condições podem agir de forma a sustentar esse movimento, como estabilidade macroeconômica, perspectiva de crescimento do produto e oportunidades de lucros nos países receptores, sem deixar de mencionar os custos de reestruturação do setor bancário após crises econômicas, que são amenizados com a entrada dos bancos estrangeiros. Não obstante a conclusão desses autores, Claessens e Van Horen (2014) denotam que na crise de 2008 não se observou um movimento de maior participação dos bancos estrangeiros, pelo contrário, a crise reduziu essa tendência. Aliado a isso, dúvidas quanto aos efeitos desses bancos no país doméstico e 3

4 resistência política são empecilhos para essas instituições recrudescerem suas participações em outras nações. Apesar da perda de ímpeto recente na entrada dos bancos estrangeiros, os países em desenvolvimento ainda possuem fatores que no passado acarretaram incentivos para esses bancos explorarem os seus mercados, a saber: brandas restrições às suas entradas ou aos seus comportamentos; maior integração econômica entre os países; oportunidades de lucros; clientes do banco matriz que se estabelecem em outros territórios e que, devido a isso, subsidiárias e filiais são estabelecidas nesse novo território para servir de apoio e suporte financeiro, ou seja, é a prática de seguir velhos clientes; incentivos fiscais; existência de bancos domésticos ineficientes; fundos domésticos disponíveis; e retirada de restrições para a saída de capitais do país doméstico. Com isso, pode-se inferir que a tendência de aumento na participação dos bancos estrangeiros seja mantida, embora com momentos erráticos. Argumentos nacionalistas e de indústria nascente ainda existem e desempenham forças contrárias aos bancos estrangeiros (Grahan, 2004). A visão nacionalista é a de que os bancos estrangeiros reduziriam a influência do país doméstico em ditar o ritmo do desenvolvimento econômico e que estas instituições seguiriam objetivos que beneficiassem a si próprias, em detrimento do bem nacional. Ao longo desse artigo serão citados vários casos de bancos estrangeiros adentrando em outros países e desencadeando melhoras nacionais, como aumento da produtividade da economia, eficiência, crescimento econômico e inclusão social, portanto, a visão nacionalista vem perdendo legitimidade. A indústria nascente defende medidas protecionistas para jovens bancos domésticos até que estes se tornem mais competitivos e consigam rivalizar com os bancos estrangeiros. À luz de experiências de liberalizações financeiras que ocorreram de forma abrupta e sem maiores preocupações com o mercado doméstico, esse argumento é legítimo e deve ser levado em consideração pelos formuladores de política, todavia, a ameaça de que no futuro a entrada dos bancos estrangeiros realmente ocorra deve ser crível, de modo que esses subsídios não se tornem vitalícios. Contemporaneamente a tendência é a de que esses argumentos se desvaneçam, uma vez que vários países em desenvolvimento têm fortalecido os seus sistemas bancários e, consequentemente, a necessidade de subsídio seja extinta. E a visão nacionalista tem sido confrontada com resultados empíricos. A respeito dessa ascensão dos países mais pobres, a desconcentração bancária mundial que tem ocorrido é uma marca desse quadro; se em 1995 os 5 maiores investidores (França, Alemanha, Estados Unidos da América, Reino Unido e Holanda) controlavam 45% dos bancos, hoje esse percentual decresceu para 38%. Ademais, de 1995 a 2009 a exportação de bancos para o globo aumentou em 84% pelos países emergentes e em 102% pelos países em desenvolvimento, a despeito do aumento de 58% pelos países da OCDE e de 125% pelos países de alta renda (Claessens e Van Horen, 2014). Conquanto a exportação de bancos pelos países de alta renda seja alta, países menos afortunados economicamente vêm ganhando força gradualmente, como é retratado no crescimento superior do volume de exportação em comparação aos países integrantes da OCDE. Outra tendência digna de nota é que quando um banco sai de um país ele tem procurado países com características similares à do país de origem, por exemplo, bancos localizados na América Latina tendem a procurar países da América Latina ou países em desenvolvimento para se estabelecerem. Esse processo pode refletir uma maior integração regional econômica, fenômeno que tem ganhado força nos últimos anos, principalmente com o surgimento do Banco do BRICS e a aproximação diplomática, econômica e política de várias nações, como é retratado por alguns autores (Biancareli, 2011; Grabel, 2012; Griffith- Jones, 2014; Ocampo, 2006; Ocampo; 2011). 4

5 Destarte, essa onda de bancos estrangeiros pode representar a busca de países para fortalecerem suas economias, principalmente no tocante ao sistema financeiro e bancário. Essa cooperação é importante para superar vicissitudes que eventualmente surgem no cenário mundial. E quem sabe a cooperação entre países pode atingir o sistema bancário doméstico, formando alianças entre bancos estrangeiros e locais, trocando informações, técnicas, modos de funcionamento e, por fim, incrementando a robustez da economia. Como será visto mais adiante, algumas alianças já existem, o que pode ser um prelúdio para essa maior integração no sistema bancário. 3 ANÁLISE DA INCURSÃO DE BANCOS ESTRANGEIROS O objetivo dessa seção é precisar sobre os possíveis efeitos da entrada de bancos estrangeiros, efeitos estes principalmente sobre os países em desenvolvimento. Como ficará claro ao longo do debate, muitas incertezas pairam a respeito desse tipo de influxo de investimento direto estrangeiro (IDE). Entretanto, desde que esse fluxo de instituições bancárias se iniciou - nos anos de 1970, porém, ganhando maior ímpeto nos anos de muitos estudos foram realizados, o que amenizou o grau de dúvidas quanto aos seus efeitos na economia. 3.1 Concentração Bancária e Controle Externo Conforme explanado na seção anterior, alguns sistemas bancários passaram a serem majoritariamente controlados por bancos estrangeiros, como é o caso dos países da Europa Central e de alguns da América Latina. Ainda, há outras nações em que o sistema bancário é precipuamente regido por propriedades estrangeiras (Nova Zelândia, Irlanda e Hong Kong). E em forte contraste, pode-se citar a Islândia como país em que bancos de propriedade pública são a regra. Há o risco dos formuladores de política econômica do país doméstico perderem poder para influenciar no funcionamento do sistema bancário. Se com bancos públicos o governo possuía margem para aumentar ou reduzir o volume de créditos, direcionamento do crédito para determinado setor, redução da taxa de juros e outras manobras, a aglomeração de bancos estrangeiros tende a extirpar essa intervenção pública. Por outro lado, regulamentações podem mitigar esse efeito. O risco de transmissão de choques do país em que o banco matriz está localizado é incrementado. Caso o banco matriz sofra perdas econômicas e necessite de ajustar o seu balanço, mesmo que suas filiais estejam com bom funcionamento financeiro e gerando receitas, o risco de encerrar suas atividades não é nulo. De forma análoga, os empréstimos de suas subsidiárias e filiais podem ser arrefecidos como medida para superar o atual momento adverso, novamente, gerando consequências recessivas para o país que as hospeda. Um exemplo desse risco foi a política de expansão monetária dos Estados Unidos da América (EUA), o Quantitative Easing, para superar a crise financeira de , na qual afetou vários mercados financeiros do globo, em especial os mercados dos países em desenvolvimento (PED). Embora os efeitos dessa política não tenham ocorrido somente por causa dos bancos estrangeiros localizados em outros pontos do planeta, certamente uma estrutura bancária extremamente concentrada com bancos estrangeiros auxilia de modo a exacerbar esse choque no país doméstico, porém, caso esses bancos sejam de diferentes países, o risco de transmissão pode ser diluído com essa diversidade. Uma estrutura bancária caracterizada por oligopólios e monopólios estrangeiros poderia emergir. Os possíveis problemas que poderiam advir desse quadro são semelhantes com os traços criticados pelos neoliberais em relação à estrutura bancária concentrada de 5

6 países sob o regime de repressão financeira, isto é, oligopólios e monopólios públicos (Fry, 1988; Mckinnon, 1973; Shaw, 1973). Reduzida transparência, taxas de juros altas, spreads bancários elevados e irrisória concorrência seriam traços perniciosos para o funcionamento do sistema bancário, entretanto, deve-se ter cautela para tomar conclusões, dado que essa estrutura concentrada pode ser capaz de acarretar adequada provisão de serviços financeiros. Para cada país, a maneira com a qual o sistema financeiro se encaixa e operacionaliza é bastante peculiar, podendo existir países com estruturas concentradas de bancos de propriedade estrangeira e com sistema financeiro funcionando adequadamente e o oposto, estruturas pouco concentradas e com o sistema financeiro pouco desenvolvido - e essa é uma das principais mensagens desse artigo em relação ao impacto dos bancos estrangeiros, as características econômicas, culturais e políticas de cada nação não podem ser negligenciadas para mensurar os efeitos da entrada de bancos em seus territórios, bem como a maneira em que irão operar. Grahan (2004) explana que sistemas bancários concentrados podem se deparar com gentlemen s rules. Nesse tipo de estrutura, bancos apoiariam o surgimento de firmas aceitando prejuízos em sua fase inicial, sabendo que anos mais tarde recuperariam o capital perdido com os ganhos provenientes de empréstimos com juros elevados por essas mesmas firmas. Um mesmo banco apoiaria o amadurecimento da firma e os outros não tentariam tomar o seu cliente, ou seja, não haveria o comportamento de free-rider. Por outro lado, em uma estrutura pouco concentrada é pouco verossímil que bancos aceitariam incorrerem em prejuízos no início do crescimento da empresa, pois quando essa estivesse apta a gerar receitas, ela poderia escolher bancos que oferecessem melhores empréstimos. Uma maneira de contornar esse problema seria o banco possuir posições de capital na empresa. Por fim, Levine (2000) afirma que concentrações bancárias não prejudicam o crescimento do produto interno bruto (PIB), enquanto Cetorelli e Gambera (2001) asseveram o contrário, o PIB se reduziria. O denominador comum desse embate é, como mencionado anteriormente, considerar as instituições de cada país para empreender a estrutura bancária almejada e obter os resultados desejados. 3.2 Choques Externos A subseção anterior explanou sobre a transmissão de choques econômicos, entretanto, somente em estruturas bancárias concentradas ou quando o setor bancário é majoritariamente controlado por estrangeiros. Agora o debate se concentrará em qualquer estrutura bancária possuindo bancos estrangeiros. O principal argumento era de que a entrada de bancos estrangeiros aumentaria a estabilidade financeira do país (Clarke et al, 2003; Demirguc-Kunt, Levine e Min, 1998; Detragiache e Gupta, 2006; Goldberg, 2009; Levine, 1999). Todavia, essa entrada poderia aumentar ou reduzir a transmissão de choques externos (Clarke et al, 2003; Goldberg, 2009). A estabilidade poderia ser recrudescida com a manutenção ou incremento do empréstimo feito por bancos estrangeiros em momentos de crise econômica no país doméstico. Conforme o nível da atividade produtiva se reduzisse, o nível de investimento e consumo poderiam ser sustentados por esses empréstimos, fazendo com que a demanda agregada não sofresse uma forte queda. Clarke et al (2003) realça que esses empréstimos não declinaram na crise asiática de 1997 e, por conseguinte, agiram como fatores estabilizadores. Por outro lado, Mathieson e Roldós (2004) denotam que nessa mesma crise as matrizes não auxiliaram suas subsidiárias e filiais, o que jogou um papel desfavorável para a estabilidade. Conquanto esse tema ainda não tenha atingido um consenso, alguns fatores ajudam a entender como a entrada de bancos estrangeiros aumentaria a estabilidade financeira. Esses bancos possuem maior acesso a fundos externos, podendo utilizar dessa fonte de capital para 6

7 aumentarem a liquidez da economia doméstica quando períodos recessivos se aproximassem, ao contrário dos bancos domésticos que primordialmente contam somente com fundos internos de capital. Dessa maneira, mesmo que fugas de capitais se desencadeassem no país, os bancos estrangeiros disporiam de fundos para efetuarem suas atividades e evitar uma queda abrupta no financiamento. Nesse contexto de crise financeira e fuga de capitais, os bancos estrangeiros poderiam servir de refúgio para os capitais. Ao invés de retirar as aplicações do país doméstico e colocá-las em outras nações, bastaria depositá-las nos bancos estrangeiros localizados nesse território. Deste modo, o risco que os investidores teriam por defaults dos bancos públicos ou do governo seria contornado. Outras consequências benéficas seriam a redução do risco de desvalorização cambial, de restrição de divisas e perda de credibilidade. Alguns países da América Latina possuem o setor bancário com bancos estrangeiros de um único país, como é o caso do Banco Santander, advindo da Espanha (Grahan, 2004). O risco dessa situação é que caso a Espanha esteja passando por alguma vicissitude econômica o choque poderia facilmente se propagar para o país que hospeda esse banco, e na ausência de diversidade de bancos estrangeiros, mecanismos que favoreceriam a estabilização financeira estariam ausentes. O ideal é o país possuir uma variedade de bancos estrangeiros provenientes de variados países, de modo que o risco de transmissão dos choques seja reduzido. A desvalorização do real em janeiro de 1999 e a subsequente crise que o Brasil enfrentou e o efeito contágio da crise russa de 1998 na Hungria são exemplos de subsidiárias e filiais estrangeiras que receberam fundos de suas matrizes para superarem o momento adverso, entretanto, essa não é a regra, como bem ilustrado pela crise asiática em 1997 (Mathieson e Roldós, 2004). Todavia, fatores como maior diversidade da origem dos bancos estrangeiros, acesso a fundos externos e porto seguro para capitais domésticos são peças que ajudam a tornar a estabilidade financeira mais robusta e reduzir a eclosão de crises financeiras. 3.3 Competição Bancária Um dos argumentos mais citados para incentivar a abertura do setor bancário doméstico para bancos estrangeiros é a competição bancária mais intensa que ocorreria. A ineficiência dos bancos domésticos deveria ser combatida para que o país lograsse maior crescimento econômico e permitisse que possuísse um sistema financeiro que auxiliasse no desenvolvimento econômico. No contexto do regime da repressão financeira, os neoliberais defendiam a desregulamentação do setor bancário, que se concretizaria na maior entrada para bancos estrangeiros e na redução das restrições impostas ao seu funcionamento (Demirguc- Kunt e Levine, 1996; King e Levine, 1993; Levine, 1997; Levine e Zervos, 1998; Mishkin, 2009; Williamson e Mahar, 1998). Com a entrada dos bancos estrangeiros acreditava-se que os custos operacionais dos bancos domésticos seriam reduzidos na medida em que estes teriam de se tornarem mais competitivos para poderem sobreviver no mercado bancário, agora mais estreito e com potenciais concorrentes. As elevadas margens de lucros e ganhos advindos pelas também altas taxas de juros observadas no sistema bancário doméstico foram considerados como sinais de ineficiência nesse setor e a entrada dos bancos era esperada para ajustar o mercado bancário. Claessens, Demirguc-Kunt e Huizinga (2001) com uma amostra de 80 países, contendo países desenvolvidos e em desenvolvimento, concluíram que a entrada dos bancos reduziram os lucros dos bancos domésticos, suas despesas gerais e a renda proveniente dos juros, corroborando as proposições teóricas das vantagens da entrada dessas instituições. Ademais, Crystal, Dages e Goldberg (2001) assinalam que a entrada dos bancos estrangeiros - com 7

8 custos operacionais inferiores aos bancos domésticos - arrefeceu o custo bancário dos bancos domésticos. Os novos produtos e serviços financeiros que corriqueiramente são introduzidos após a entrada dos bancos atingem partes do mercado antes não cobertas por esses serviços. A vantagem dessa penetração bancária é que às vezes ela não representa de fato uma concorrência com o setor doméstico, apenas aumenta o escopo do mercado bancário. Além disso, os bancos domésticos ganham mais tempo para se ajustarem e melhorarem o seu funcionamento para competirem com os novos bancos. Classes de renda outrora excluídas do sistema financeiro agora se veem na possibilidade de participarem desse mercado e possivelmente incrementarem os seus consumos ou padrões de vida. Essa incorporação de novas pessoas no sistema financeiro ilustra o fenômeno que tem ocorrido desde os anos de 1970, que é a crescente financeirização das economias. As técnicas de funcionamento desses bancos, como os modelos de avaliação do risco do crédito, podem ser absorvidas pelas instituições domésticas. Esse argumento é costumeiramente utilizado para a entrada de investimento direto estrangeiro, principalmente na forma de greenfield, que é o investimento na construção da instituição no país destinatário, não o IDE na forma de fusão e aquisição. Entretanto, alguns autores rechaçam esse argumento, como é o caso de Goldberg (2009), que afirma que a transferência de tecnologia posteriormente à entrada de bancos estrangeiros é limitada, portanto, o aumento da eficiência ocorre por outros canais. Fatores institucionais e culturais do país receptor são importantes para avaliar a efetividade da entrada dos bancos estrangeiros na concorrência doméstica (Claessens e Van Horen, 2013). Aparatos regulatórios, linguagem e modo de relacionamento dos agentes com as instituições bancárias são elementos que influem no desempenho do banco estrangeiro e, portanto, no mercado bancário doméstico. Como será explanado mais adiante, bancos que consideram esses fatores antes de adentrarem nos mercados auferem melhor performance. Para finalizar, nem todos os bancos estrangeiros são mais eficientes que os bancos domésticos, todavia, por vezes a entrada daqueles altera o modo de funcionamento do mercado bancário doméstico. Bancos domésticos que se preocupavam pouco com a concorrência, em manter clientes, produzir novos produtos e serviços, são retirados dessa inércia e passam a tomar medidas para manterem a parte do mercado possuída e quem sabe até aumentá-la (Grahan, 2004). 3.4 Desempenhos dos Bancos Estrangeiros em Diferentes Nações Estudos como os de Berger et al (2000), De Young e Nolle (1996) e Chang et al (1998) denotam que bancos estrangeiros são menos eficientes que os bancos domésticos nos países desenvolvidos, por outro lado, Kiraly et al (2000) e Bhattacharya, Lovell e Sahay (1997) assinalam que os bancos estrangeiros são mais eficientes do que os bancos domésticos nos países em desenvolvimento. Nessa mesma linha de raciocínio, Demirguc-Kunt e Huizinga (2000) demonstram que a lucratividade dos bancos estrangeiros é superior à dos bancos domésticos em países em desenvolvimento, ocorrendo o inverso no caso dos países desenvolvidos. Mathieson e Roldós (2004) fornecem a explicação para essa disparidade de desempenho. Os países desenvolvidos liberalizaram os seus sistemas bancários com maior antecedência que as nações mais pobres, assim, oportunidades de lucros foram reduzidas, bem como margens de ganhos provenientes de taxas de juros altas. Segmentos do mercado bancário não explorados anteriormente foram cobertos pelos novos bancos que adentraram nessas economias e os possíveis benefícios advindos dessa entrada ocorreram muito antes das economias em desenvolvimento aderirem em massa à liberalização do sistema bancário. 8

9 Quando os PEDs retiraram grande parte das restrições aos bancos estrangeiros, essas instituições vislumbraram, em geral, grandes prospectos de lucros, baixa concorrência e bancos domésticos pouco desenvolvidos. Os autores argumentam que o período delimitado nos estudos sobre a eficiência dos bancos em países desenvolvidos e PEDs incorpora apenas o período em que as nações mais pobres abriram os seus mercados e não capta os efeitos dos bancos estrangeiros nos países desenvolvidos, efeitos estes que ocorreram nas décadas de 1970 e 1980, não em 1990, como é a regra para a maioria dos países em desenvolvimento. Conquanto exista essa disparidade na eficiência dos bancos estrangeiros dependendo das características do país destinatário, o aumento do PIB é um resultado comum para os países que recebem esse tipo de influxo de capital (Demirguc-Kunt, Levine e Min, 1998; Grahan, 2004; Levine, 1999). Ademais, Claessens e Van Horen (2014) demonstram que o PIB per capita é incrementado com o desenvolvimento do sistema financeiro, e considerando que, segundo os autores, a entrada de bancos estrangeiros representa um aprofundamento no sistema financeiro, indiretamente afirmam que bancos estrangeiros são relacionados com recrudescimento do PIB per capita. Esse maior dinamismo na economia pode ser entendido pelo efeito explanado na subseção anterior, que é o chacoalhar do modo de funcionamento do sistema bancário doméstico, porque embora em alguns países os bancos estrangeiros não sejam mais eficientes que suas contrapartes domésticas, eles retiram os bancos domésticos da inércia em que podem se encontrar. Todavia, há riscos de longo prazo com a entrada desses bancos, como o receio de que empresas de pequeno e médio porte fiquem sendo atendidas pelos bancos domésticos enquanto as grandes empresas contem com o suporte dos bancos estrangeiros. Se considerar essa situação em um país em desenvolvimento, no qual não obstante suas empresas de pequeno escalão sejam menos produtivas do que as firmas maiores, os bancos estrangeiros são mais eficientes do que os bancos domésticos, o entrelaçamento de firmas mais produtivas com bancos mais eficientes pode exacerbar o gap econômico entre essas empresas e bancos, aumentar a desigualdade de renda do país e comprometer o crescimento do produto de longo prazo. 3.5 Sistemas Bancários e Bancos Domésticos Muito se debateu sobre as consequências da entrada dos bancos estrangeiros em relação aos bancos domésticos nos anos de 1990, em especial, muitos bancos domésticos se viram em condições delicadas quando muitos dos seus empréstimos foram realizados com taxa de juros fixa durante o regime de repressão financeira e, com a liberalização financeira, essa taxa geralmente aumentava no tocante a empréstimos bancários devido ao fim do teto para os juros que impedia que o mesmo subisse (Fry, 1988). Consequentemente os bancos estrangeiros auferiram maiores lucros financeiros e os bancos domésticos tomavam posições mais arriscadas no mercado financeiro para tentar compensar o baixo rendimento. Essa situação facilmente poderia deixar o sistema bancário mais frágil e se transformar em crise bancária, como de fato se observou em alguns países (Brownbridge e Kirkpatrick, 2000). Outra consequência perniciosa era que após a entrada dos bancos estrangeiros, muitos bancos domésticos reduziram os seus empréstimos para os clientes de primeira linha (Pomerleano e Vojta, 2004). Fatores como o prestígio dos bancos estrangeiros e técnicas mais modernas utilizadas por eles ajudam a explicar esse deslocamento do crédito, entretanto, muitas instituições domésticas passaram a mirar outros segmentos do mercado como empresas de tamanho pequeno e médio. Essa tentativa de compensar os rendimentos pode ser entendida pela proximidade do banco local com a cultura do país, maiores informações sobre os clientes e menor custo envolvido nesse tipo de operação. Ademais, como denota Clarke et 9

10 al (2003), os bancos domésticos passaram a adotar algumas técnicas usadas pelos bancos estrangeiros. Clarke et al (2000) cita a Argentina como um exemplo dessa segmentação do mercado bancário. Afirma que os bancos estrangeiros que entraram nesse país visaram primordialmente o setor manufatureiro e, por conseguinte, os bancos domésticos que operavam nesse setor tiveram os seus lucros reduzidos, ao contrário do setor de empréstimo para o consumidor, que não sofreu uma maior concorrência dos bancos estrangeiros e, portanto, os bancos domésticos continuaram a obter significativas margens de lucros. Não obstante, Grahan (2004) assinala que o fato do setor bancário doméstico ser ineficiente pode não ser culpa das instituições que o mesmo engloba, mas tão somente por causa do regime financeiro seguido pelo país. Entrando no mérito do setor bancário doméstico ser considerado ineficiente, esperavase que a incursão de bancos estrangeiros aumentasse a escala e o escopo desse mercado como um todo. Esse efeito pode ser observado pelos novos segmentos do mercado que passaram a ser atendidos pelos bancos domésticos, o que representou um aumente do escopo do sistema bancário. De forma similar, a maior eficiência dos bancos estrangeiros era aguardada para causar ganhos de escala nesse sistema. Todavia, havia riscos nessa política, como a redução da habilidade dos reguladores em supervisionar um sistema bancário mais complexo e com operações transfronteiriças, bem como na perda de autonomia das autoridades monetárias para influenciar nas políticas bancárias. No entanto, Daves, Goldberg e Kinney (2000) assinalam que a entrada dos bancos estrangeiros não prejudica os bancos domésticos em bom funcionamento e Claessens et al (2000) asseveram que a eficiência do sistema bancário é recrudescida. Fatores como maior conhecimento local e relação de longo prazo com clientes ajudaram os bancos domésticos a sobreviverem à maior concorrência imposta pelas instituições estrangeiras. Além disso, algumas instituições domésticas se viram beneficiadas com o acesso indireto ao emprestador de última instância do país de origem do banco estrangeiro. Por exemplo, um banco estrangeiro em problemas em um país em desenvolvimento poderia receber influxos de capitais do banco central de sua matriz e esse fluxo poderia ser dirigido para a subsidiária ou filial, consequentemente, os bancos domésticos poderiam usufruir desse capital ao negociarem com esses bancos (Mathieson e Roldós, 2004). Entretanto, os bancos domésticos se deparavam com alguns empecilhos como a necessidade do colateral ao realizarem empréstimos, baixa transparência de suas operações e práticas corruptas (Pomerleano e Vojta, 2004). Em particular, a falta de transparência prejudicava a credibilidade do país, e no contexto da liberalização financeiro onde os capitais circulam com maior velocidade e respondem às percepções que os investidores possuem dos países, esse traço poderia deflagrar crises bancárias rápidas e profundas, como foi o caso da crise asiática em A cultura do funcionamento dos bancos domésticos em alguns países, por exemplo, Japão e Coreia, se baseia em remunerar os seus trabalhadores não pela iniciativa ou desempenho, mas sim pelo tempo de trabalho que o agente possuía no banco e sua relação com os donos do banco ou com o governo. Ademais, o setor público desses países não presava pelo dinamismo de suas instituições bancárias, o que aumentava os custos de funcionamento desses bancos e prejudicava possíveis ganhos de produtividade. Sindicatos bancários se mostravam como outro empecilho para o ajuste desses bancos em momentos financeiros complicados, que se posicionavam contra demissões e reduções salariais (Pomerleano e Vojta, 2004). Muitos bancos domésticos possuíam em suas carteiras empréstimos improdutivos com alta taxa de juros embutida. Essa situação ocorria principalmente por causa do clientelismo 10

11 capitalista entre o governo e alguns empresários, que fazia com que empréstimos duvidosos fossem realizados para empresas pouco produtivas. Embora com a entrada de bancos estrangeiros essa tendência tenha sido reduzida, muitos políticos se colocam contra esse ajuste estrutural do setor bancário, uma vez que os custos de curto prazo (maior desemprego, queda da atividade produtiva e reduções salariais) são fardos difíceis de serem carregados, ainda que os benefícios de longo prazo sejam uma economia mais dinâmica, com sistema bancário evoluído e melhor intermediação financeira propiciando crescimento do produto (Grahan, 2004). Por fim, o temor de que o valor da franquia dos bancos domésticos caísse vertiginosamente após a entrada de bancos estrangeiros mais eficientes, com credibilidade e reconhecimento internacional fez com que restrições fossem impostas ao funcionamento dessas instituições estrangeiras ou que se adiasse a retirada das barreiras às suas entradas em alguns casos. À luz das últimas décadas, seria prudente não expor abruptamente o setor bancário doméstico à entrada dos bancos estrangeiros, pois muitos dos traços citados nessa subseção caracterizam diversos países em desenvolvimento e, portanto, fortalecer os bancos domésticos antes de um choque de concorrência seria uma medida salutar para a economia doméstica, entretanto, deve-se ter cautela ao gerenciar esse tipo de política, uma vez que um subsídio feito para ser temporário corre o risco de se transformar em regalia por tempo indeterminado. 3.6 Entrada e Restrições Os bancos estrangeiros podem entrar em novos países com o intuito de simplesmente seguirem os seus clientes. Nesse caso, multinacionais corriqueiramente são o tipo de cliente que recebem esse suporte dos bancos através de financiamentos e produtos financeiros. Cabe ressaltar que esse tipo de entrada não representa uma rivalidade no mercado bancário para os bancos domésticos, dado que o objetivo precípuo dos bancos estrangeiros é a manutenção e apoio de velhos clientes. Entretanto, essa entrada pode representar maior eficiência para o país receptor, uma vez que o crescimento da empresa multinacional pode representar aumento no emprego, variedade de produtos ofertados e melhores salários, não obstante o fato de que a incursão de bancos estrangeiros pode carregar benefícios intrínsecos ao sistema financeiro do país, como ressaltado nas subseções anteriores. Outro tipo de entrada é por meio da fusão e aquisição de bancos domésticos, na qual a propriedade doméstica passa a ser possuída por estrangeiros, portanto, esse tipo de IDE não cria novas instituições físicas no mercado local. Essa entrada apresenta alguns riscos como a prática de transfer pricing, que é caracterizada pela transferência de dívidas no ato de adquirir outra propriedade e a redução de empréstimos para pequenas empresas, como de fato se observou em alguns países em desenvolvimento (Chang e Grabel, 2004; Clarke et al, 2003). Por outro lado, o investimento direto estrangeiro na forma de greenfield pode trazer benefícios para a nação receptora, quais sejam, aumento do emprego, do crédito e da eficiência do mercado bancário (Clarke et al, 2003; De Young, Goldberg e White, 1999; Goldberg e White, 1998). E subjacente às duas formas de entrada, existe o risco de o banco estrangeiro visar somente o segmento de renda superior nos países em desenvolvimento, o que pode causar o agravamento da disparidade de renda nesses países. Destarte, independentemente do tipo de entrada, deve-se proceder a uma atenta análise relacionada às características do país receptor e do banco estrangeiro para empreender a melhor política bancária. Saindo do tema sobre a entrada desses bancos e seguindo para as restrições que essas instituições enfrentam, segue que de acordo com alguns estudos que serão citados se pode depreender que, de forma análoga ao raciocínio elaborado sobre a entrada de bancos, maiores 11

12 generalizações dos efeitos de restrições devem ser feitas com cautela, dada a variedade dos resultados observados, entretanto, a literatura tem convergido para o apoio à redução de fortes barreiras, embora regulações e limitadas restrições sejam defendidas concomitantemente. Restringir o acesso dos bancos estrangeiros ao uso dos fundos públicos acarreta a redução dos seus empréstimos para o mercado doméstico, segundo Pomerleano e Vojta (2004). Esse fato representa uma vantagem comparativa para os bancos domésticos e não permite que os novos entrantes exerçam suas economias de escala e auxiliem o país a aumentar o escopo do mercado bancário. Ademais, esse tipo de restrição exacerba o caráter pró-cíclico típico de economias em desenvolvimento (Epstein e Grabel, 2007). Mais traços prejudiciais que podem emergir com a restrição tanto da entrada como na atuação dos bancos estrangeiros são: aumento da fragilidade do setor bancário, redução da eficiência dos bancos estrangeiros, aumento dos custos operacionais do sistema como um todo e limitados spillovers (Barth, Caprio e Levine, 2004; Hao, Hunter e Yang, 2001). No estudo de Hao, Hunter e Yang (2001) é citado a Coreia como exemplo de país que limitou a ação dos bancos estrangeiros e, por isso, recebeu irrisórios ganhos de eficiência no setor bancário. Como é comumente observado na elaboração de políticas econômicas, por vezes fatores econômicos se misturam com políticos. Essa característica foi bem ilustrada no caso sul coreano, que segundo Grahan (2004), forneceu subsídios para a eclosão de sua crise financeira em A Coreia nos anos de 1990 almejava entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e para lograr êxito nesse intuito empreendeu a liberalização de sua conta de capital, entretanto, essa liberalização segundo Grahan foi mal sequenciada, pois ocorreu a retirada de restrições para o fluxo de capitais de curto prazo, em detrimento aos de longo prazo. Investimentos na forma greenfield sofreram, deste modo, restrições para o seu influxo no país, o que era de interesse dos bancos domésticos e de grandes indústrias - os chaebols -, porque esse IDE representaria maior concorrência doméstica e redução dos lucros auferidos. Além disso, empréstimos improdutivos e com parca transparência foram empreendidos nos anos de 1970 e 1980 entre os chaebols e os bancos domésticos. Pouco antes de a crise estourar a Coreia possuía também outras deficiências como ineficiente aparato regulatório e amplas informações assimétricas no sistema bancário. O autor enfatiza que são essas características que devem ser entendidas como fatores que propiciaram o surgimento da crise e que a entrada de bancos estrangeiros tem pouca influência nesse quadro, pelo contrário, caso tivesse sido liberalizado esse tipo de influxo de capital, o país poderia se ver mais protegido e preparado para o surgimento dessa crise, se é que ela teria ocorrido. A experiência coreana elucida o risco acoplado nesse tipo de política, todavia, como dito durante essa subseção, uma análise rigorosa deve ser realizada para medir os custos e benefícios da entrada dos bancos estrangeiros, bem como possíveis restrições impostas a eles, e assim mitigar possíveis efeitos deletérios que podem surgir. 3.7 Bancos Estrangeiros Os bancos estrangeiros são caracterizados por possuírem uma plataforma global de funcionamento, isto é, são agentes que aprofundam o fenômeno da globalização financeira e colocam o país receptor em maior contato com outras nações. Gerenciam fundos de capitais globais, o que permite que realizem diversas tarefas de difícil manuseio pelos bancos domésticos como operações de câmbio, derivativos, empréstimos transfronteiriços e gestão de caixa com múltiplas moedas. É um novo canal pelo qual o capital estrangeiro pode adentrar no país, bem como novas técnicas e serviços financeiros, propiciando maior liquidez na economia, o que por sua vez pode incrementar o dinamismo da atividade produtiva ao 12

13 permitir o florescimento de diversos empreendimentos que careciam do suporte de uma instituição mais moderna e eficiente. Em especial, muitos desses bancos são peritos em fusões e aquisições e o contato deles com os bancos domésticos pode ocasionar o aprendizado dessa perícia por esses bancos, tornando o objetivo de se internacionalizarem menos hercúleo ou ajudando-os a se protegerem de possíveis aquisições estrangeiras hostis. O maior nível de habilidade e experiência dos trabalhadores dos bancos estrangeiros representa um acréscimo no nível do capital humano do país receptor. Ademais, a remuneração desses empregos ocorre primordialmente com base no mérito pelos objetivos atingidos e em geral os salários são mais altos para tarefas que exigem maior competência. Deste modo, a entrada desses bancos pode acarretar maior nível de emprego e de salários. Programas para o aperfeiçoamento da mão de obra através de treinamentos também ocorrem, como o fazem o Citibank e o J. P. Morgan (Pomerleano e Vojta, 2004). De forma parecida, os deslocamentos que os seus trabalhadores fazem entre as subsidiárias e filiais terminam em deixar essas pessoas com maior qualificação e preparo para os seus cargos, além de permitir um ajustamento mais fácil de ser realizado para essas instituições em momentos de crises, dada a maior flexibilidade dos seus empregados com a mobilidade entre países. Esse processo pode desencadear melhores governanças, contabilidade, divulgação e transparência para os bancos domésticos localizados no país. Esses bancos trazem consigo novos contatos estrangeiros; são contatos que podem futuramente render acordos com os agentes domésticos, como novos canais de exportação. O contato dos bancos entrantes com a cultura local pode influenciar no curso das instituições domésticas no sentido defendido por North (1989; 1990). Países em que as mulheres sofrem preconceitos para obterem um lugar no mercado de trabalho podem perceber uma reversão nesse quadro na medida em que os bancos estrangeiros, como dito anteriormente, trabalham com base na meritocracia, sem distinção de gênero, portanto, a produtividade de cada trabalhador é o que importaria para a sua contratação. Conforme essa característica se aprofundasse, ela poderia alterar o paradigma social do país, no caso explicitado, a desigualdade social entre os sexos e, assim, as instituições vigentes. A crise financeira de pode ter representado um novo marco para os bancos estrangeiros, pois estes não fugiram do país quando ela eclodiu (Claessens e Van Horen, 2014). Essa é uma possibilidade amplamente questionada, se com uma crise local o banco estrangeiro ficaria ou sairia. Prospectos de lucros futuros podem ter ajudado nessa decisão pelos bancos, em detrimento das perdas que certamente ocorreriam no curto prazo, deste modo, objetivos de longo prazo se sobrepuseram sobre os de curto prazo. Alianças com os bancos domésticos podem ocorrer, pois se um tem melhores técnicas de funcionamento, o outro possui maior conhecimento local, e essa união certamente fortalece ambas as partes. Nesse mérito, reformas domésticas podem ser aceleradas, uma vez que a união entre os bancos cria uma convergência no tocante a possíveis melhoramentos no sistema bancário doméstico (Levine, 1996; Pomerleano e Vojta, 2004). Outras vantagens seriam o incentivo que investidores domésticos teriam para engajarem em atividades internacionais, dada a experiência internacional dos bancos estrangeiros, bem como sua plataforma global de funcionamento; redução do favoritismo político entre o governo e bancos domésticos - e todas as práticas corruptas que podem emergir desse conluio -; e melhora no padrão de vida da população, com maior acesso aos serviços financeiros, como cartões de crédito e hipotecas diferenciadas de acordo com a classe de renda, possuindo prazos mais longos e maior cobertura (Pomerleano e Vojta, 2004). Os bancos estrangeiros podem se deparar com algumas desvantagens, como escassas informações sobre os agentes domésticos em países em desenvolvimento, comprometendo o método de avaliarem o risco do crédito (Garber e Weisbrod, 1994). Esse traço pode deflagrar severas crises financeiras, uma vez que empréstimos seriam feitos sem a contrapartida do 13

14 surgimento de atividades produtivas, sendo estes créditos, portanto, improdutivos. Em particular, a crise asiática de 1997 sofreu pela assimetria das informações nos empréstimos, como explanado previamente no contexto da Coreia do Sul. Há riscos para o país receptor também, como o surgimento de oligopólios e monopólios estrangeiros; práticas como a cut and run, na qual o banco estrangeiro entra no país para auferir lucros e em momentos adversos, sobretudo durante crises financeiras, saem do país, embora essa tendência tenha sido alterada com a crise financeira de , entretanto, ela ocorreu na crise asiática (Mathieson e Roldós, 2004) e fall between the cracks, bancos estrangeiros se aproveitam da parca regulação ou complexidade de suas operações e tomam riscos excessivos, realizam atividades ilegais e criam produtos financeiros mal intencionados; dificuldade para regular empréstimos transfronteiriços, o que poderia gerar alto grau de alavancagem e promover empréstimos de viabilidade econômica dúbia; e o agravante de que o comportamento do banco matriz pode estar fora de sintonia com o de suas subsidiárias e filiais, com consequências no país que hospeda suas ramificações, além do fato de que muitas subsidiárias e filiais contam com pouca independência em relação ao banco matriz em seu funcionamento. A prática de too big to fail, que é caracterizada pela tentativa dos bancos aumentarem os seus tamanhos e importância no sistema financeiro de modo a serem considerados grandes o bastante para falirem, foi um dos motivos para o irromper da crise de nos EUA (Dymski, 2009; 2012). Essa política distorce o mercado financeiro, pois instituições que passam a ser consideradas too big to fail recebem melhor avaliação e, assim, se tornam mais bem valorizadas, sendo que não necessariamente realizam atividades produtivos, mas tão somente operações financeiras. Ademais, empresas que são realmente produtivas recebem menor valoração do mercado, deturpando o lado real da economia. Goldberg (2009) denota que bancos estrangeiros realizam pouca transferência de tecnologia e de produtividade para o sistema bancário doméstico. É concebível pensar dessa maneira, uma vez que o gap tecnológico entre países desenvolvidos e em desenvolvimento não se resolve simplesmente por transferindo instituições mais modernas para mercados mais atrasados, desconsiderando toda a dinâmica do aprendizado e absorção da tecnologia. Aliado a isso, a distância cultural entre os países é outro fator que prejudica os ganhos de eficiência do mercado doméstico, bem como os ganhos produtivos para os bancos estrangeiros. O governo pode melhorar o funcionamento do sistema bancário e, por conseguinte, aumentar a probabilidade de que os bancos estrangeiros transfiram suas técnicas para os bancos domésticos. Goldberg (2009) observa que os governos passaram a serem exigidos em buscar uma maior disciplina macroeconômica para que o país se tornasse atrativo para o influxo de capital externo. Inflação controlada, crescimento sustentado do PIB e ajustamento das contas internas e externas são meios pelos quais os Estados podem atingir credibilidade internacional e melhorar o ambiente bancário. Durante a repressão financeira fora comum o governo sustentar empréstimos bancários domésticos, ainda que estes fossem improdutivos. Ao proceder dessa forma, os investidores tinham poucos incentivos para fiscalizarem e acompanharem as operações desses bancos, dado que suas perdas eram subsidiadas pelo governo. Retirando esse apoio governamental, os investidores teriam esse incentivo de acompanhar os bancos, o que, por sua vez, limitaria comportamentos financeiros levianos por essas instituições. De forma análoga, o seguro de depósito é importante para estabelecer maior confiança nos bancos e evitar o risco de saques abruptos ao sinal de crise bancária, entretanto, ele carrega riscos (moral hazard) que podem se transformar em práticas perniciosas para o país doméstico. Deste modo, maior rigor com o comportamento desses bancos deve ser realizado. Entre as vantagens e desvantagens dos bancos estrangeiros, percebe-se que o governo pode ter um importante papel em reduzir possíveis efeitos indesejáveis e propiciar um melhor 14

15 funcionamento do sistema bancário, que ao auxiliar atividades produtivas e permitir maior acesso de pessoas de baixa renda em produtos financeiros que propiciam compras de bens que permitam desfrutar de um melhor padrão de vida, o bem estar é incrementado, além de acelerar o desenvolvimento econômico. 3.8 Crédito Essa é a última subseção dessa seção que analisa as consequências da entrada dos bancos estrangeiros. O comportamento do crédito no país que recebe as instituições estrangeiras pareceu obscuro de se entender nos anos de 1990, entretanto, atualmente a literatura tem defendido a relação de bancos estrangeiros com a melhora no crédito, principalmente quando se leva em conta as características do país destinatário. As pequenas e médias empresas foram analisadas por Clarke, Cull e Peria (2001) e os autores denotaram que as empresas maiores se beneficiaram mais do crédito, contudo, empresas menores vislumbraram maiores oportunidades de lucros no futuro. O aumento da eficiência que os bancos entrantes normalmente acarretam ajuda a entender esse horizonte de longo prazo promissor para empresas de tamanho menor, sem negligenciar outros possíveis efeitos benéficos para a economia que podem surgir - aos quais foram explanados em outras subseções - e auxiliar no melhor desempenho dessas firmas. De Haas e Van Lelyveld (2014) asseveram que após a crise financeira de os bancos estrangeiros reduziram em maior volume os seus empréstimos em comparação aos bancos domésticos, todavia, Claessens e Van Horen (2013) assinalam que esse comportamento do crédito somente ocorreu em países nos quais os bancos estrangeiros não possuíam um papel proeminente no sistema bancário, pois nos países em que esses bancos tinham funções vitais para o sistema financeiro o crédito não decresceu. Mathieson e Roldós (2004) narram que na crise asiática os empréstimos transfronteiriços e locais efetuados pelos bancos estrangeiros experimentaram uma contração durante a crise, o que aprofundou o grau da crise econômica. Por outro lado, Dages, Goldberg e Kinney (2000) ao analisarem a crise mexicana de denotam que não é a propriedade do banco que importa para compreender o comportamento do crédito, mas tão somente a sua saúde financeira. O denominar comum desses estudos é de que não há um comportamento padrão dos bancos estrangeiros durante crises, porém, compreender o funcionamento dessas instituições, as características do país local e a relação entre o sistema bancário doméstico e os bancos estrangeiros são peças fundamentais para prever o comportamento destes durante crises. A entrada desses bancos pode desencadear a inclusão de pessoas outrora excluídas do sistema financeiro, bem como aumentar a eficiência alocativa do crédito na medida em que suas condicionalidades para ser liberado se adequem às condições da população atendida (Detragiache, Tressel e Gupta, 2008). Essa lacuna no mercado bancário é uma característica de muitos países em desenvolvimento e a falta de liquidez em determinadas partes desses países paralisa atividades econômicas de caráter frágil ou mesmo inviabiliza o surgimento delas. Preencher essas partes ausentes do sistema bancário é um passo fundamental para a superação de mazelas sociais como a pobreza. Entretanto, transparência e regulação devem acompanhar todo o processo, vide a crise das hipotecas subprime dos EUA em 2008, em que empréstimos predatórios foram concedidos para segmentos desafortunados economicamente da população, isto é, créditos com altas taxas de juros e fortes colaterais. Gormley (2010) chama a atenção para o risco da prática denominada de cherry pick. Ao entrar em um novo país, alguns bancos estrangeiros costumam tomar os melhores clientes dos bancos domésticos. No longo prazo, essa situação pode causar o enfraquecimento dos bancos domésticos, dado que passaram a ficar com os clientes menos rentáveis; aumento da taxa de inadimplência no mercado bancário; a tomada de maiores riscos pelos bancos 15

16 prejudicados, de forma a voltarem a terem o rendimento anterior; e, portanto, o crédito da economia é prejudicado. Novamente, maior regulação e transparência devem ser estabelecidos para minar esse tipo de problema. Analisando o comportamento do crédito como um todo, Claessens e Van Horen (2014) com uma base de dados que contava com 5324 bancos distribuídos em mais de 100 países no período de 1995 a 2009, concluem que quando o crédito é avaliado com a inclusão de todos os países, a sua relação com a entrada dos bancos estrangeiros é negativa, porém, ao segmentar a amostra os autores observaram que o crédito somente decrescia em países de baixa renda que possuíam deficiências institucionais como alto custo de cumprimento dos contratos e parca informação disponível sobre os clientes domésticos - ou seja, países em desenvolvimento. Ademais, perceberam que em países nos quais os bancos estrangeiros contavam com menos de 50% dos ativos bancários o crédito também decrescia, a despeito de recrudescer quando o banco estrangeiro possuía mais da metade desses ativos. A distância fora outro fator importante para explicar essa relação, sendo que quanto mais distante o país receptor estiver do país que hospeda o banco matriz, pior é o comportamento do crédito; e ao controlar outros fatores na regressão, os autores descobriram que é a distância, e não o quadro institucional que exerce o efeito mais forte para entender o crédito. Sobre o comportamento do crédito dos bancos domésticos após a entrada dos bancos estrangeiros, Clarke et al (2003) assinalam que é o crédito das instituições domésticas que decresce, porque o crédito fornecido pelos bancos estrangeiros é incrementado. Deste modo, e similarmente com a conclusão de Claessens e Van Horen (2014), os autores dizem que o crédito como um todo melhora com a entrada dos bancos estrangeiros. Esses estudos ajudam a perceber os benefícios que os bancos estrangeiros podem gerar, tornando o crédito mais estável, incluindo pessoas de baixa renda, barateando-o através da queda da margem da taxa de juros e avanços tecnológicos e funcionando como uma fonte de estabilidade para o país em crises financeiras. A despeito dos riscos que podem surgir com a entrada das instituições estrangeiras, transparência e regulação devem ser intrínsecos ao processo, não deixando de mencionar uma estratégia que envolva o horizonte temporal de longo prazo para conseguir deixar o sistema bancário mais eficiente, demorando a retirar as restrições caso os bancos domésticos necessitem de um tempo de ajuste, por exemplo. 4 CONCLUSÃO Ao longo do artigo foi traçada a tendência de maior incursão dos bancos estrangeiros, principalmente em países em desenvolvimento, desde os anos de 1990, com momentos em que ocorreram picos nesse processo, como crises financeiras, todavia, como foi mostrado, a crise financeira de 2008 demonstrou um movimento contrário ao esperado historicamente. Ainda que muitas incertezas sobre as consequências da entrada dos bancos estrangeiros persistam, os inúmeros estudos dirigidos a essa questão têm reduzido essas dúvidas, embora algumas ainda permaneçam. Ademais, os efeitos benéficos advindos desse influxo têm incentivado várias nações a reduzirem suas restrições para essas instituições. Entretanto, questionamentos de se é realmente prudente deixar o setor bancário doméstico sendo controlado majoritariamente por bancos estrangeiros são realizados, bem como debates sobre efeitos ainda não muito bem claros desses bancos. Portanto, e como foi recomendado durante o trabalho, a entrada desses bancos deve vir acompanhada previamente por transparência, regulação e um estudo meticuloso sobre o funcionamento da instituição entrante e as características do país receptor, de modo a conseguir endereçar as necessidades e objetivos locais com o banco estrangeiro. Além de considerar que cada caso é um caso, ou 16

17 seja, o que funcionou para determinado país pode não engrenar em outro, o que, novamente, exige um estudo minucioso da economia em questão. Problemas sociais como 35 milhões de pessoas trabalhando em condições de escravidão (Carranca, 2014), violência contra a mulher (O Estado de São Paulo, 2014), discriminação contra pessoas homossexuais (Maciel, 2014), fome, pobreza e desigualdade de renda são questões que precisam de resolução urgente e não podem ser adiadas, portanto, a entrada dos bancos estrangeiros deve ser efetuada para incrementar o desenvolvimento econômico e social do país receptor. E a integração regional que vem ocorrendo mundialmente e que tem sido fortalecida pelos bancos estrangeiros pode ser outro traço que ajude a fortalecer o funcionamento desses bancos, criando uma maior cooperação entre agentes nacionais e internacionais. REFERÊNCIAS BARTH, J. R., CAPRIO, G. e LEVINE, R. Bank Regulation and Supervision: What Works Best? Journal of Financial Intermediation, v. 13, n. 2, p , BERGER, A. N. et al. Globalization of Financial Institutions: Evidence from Cross-Border Banking Performance. Brookings Papers on Financial Services, v. 3, BHATTACHARYA, A., LOVELL, C. A. e SAHAY, P. The Impact of Liberalization on the Productive Efficiency of Indian Commercial Banks. European Journal of Operational Research, v. 98, n. 2, p , BIANCARELI, A. M. Financial Cooperation within the Context of South American Integration: Current Balance and Future Challenges. Integration & Trade, v. 15, n. 33, p , BROWNBRIDGE, M. e KIRKPATRICK, C. Financial Regulation in Developing Countries. The Journal of Development Studies, v. 37, n. 1, p. 1-24, CARRANCA, A. Situação de Escravidão Atinge Mais de 35 Milhões de Pessoas no Mundo, diz Organização. Estadão, Disponível em: milhoes-de-pessoas-no-mundo-diz-organizacao, Acessado em: 17 de novembro de CETORELLI, N. e GAMBERA, M. Banking Market Structure, Financial Dependence and Growth: International Evidence from Industry Data. The Journal of Finance, v. 56, n. 2, p , CHANG, C. E. et al. Efficiency of Multinational Banks: An Empirical Investigation. Applied Financial Economics, v. 8, n. 6, p. 1-8, CHANG, H. J. e GRABEL, I. Reclaiming Development: An Alternative Economic Policy Manual. London: Zed Books, CLAESSENS, S. e VAN HOREN, N. Impact of Foreign Banks. Journal of Financial Perspectives, v. 1, n. 1, p , ; VAN HOREN, N. Foreign Banks: Impact and Trends. Journal of Money, Credit and Banking, v. 46, n. 1, p , ; DEMIRGUC-KUNT, A. e HUIZINGA, H. How Does Foreign Entry Affect the Domestic Banking Market? Journal of Banking and Finance, v. 25, n. 5, p , CLARKE, G. et al. On The Kindness of Strangers? The Impact of Foreign Entry on Domestic Banks in Argentina. In: CLAESSENS, S. e JANSEN, M. (eds.) The Internationalization of Financial Services: Issues and Lessons for Developing Countries. Boston: Kluwer Academic,

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