PROTOCOLO DE MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR DE ORGÃOS
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- Thais Cipriano Quintanilha
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1 Data de 1. Definições: Procedimento que detalha o manejo de pacientes com morte encefálica, com potencial para doação de órgãos 2. Objetivos Traçar as diretrizes para manutenção do potencial doador de órgãos 3. Indicações 3.1 Todos os pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva do IC DF ( UDT, UCO e UTI Cirúrgica ) com morte encefálica que sejam potenciais doadores de órgãos ou pacientes transferidos já como doadores de órgãos. 4. Responsáveis Equipes médicas e de enfermagem das unidades de pacientes críticos ( UTI Cirúrgica, UDT e UCO ) 5. Passos do Processo: 5.1 Monitorização: Instalar: Acesso venoso central Pressão arterial invasiva Sonda vesical de demora Termômetro esofágico A monitorização com cateter de S. Ganz está indicada nos casos de choque refratário as medidas iniciais
2 Data de 5.2 Exames de rotina Tipagem sanguínea Hemograma 6/6h Coagulograma ( TP com INR e TTPa ) 6/6h Eletrólitos ( sódio, potássio, magnésio, cálcio, fósforo) 6/6h Função renal 24/24h Função hepática 24/24h Amilase 24/24h Troponina e/ou CK MB 24/24h Gasometria arterial 6/6h Lactato arterial 6/6h Sorologias Culturas de sangue ( 2 amostras) e Urina Ecocardiograma 5.3. Conduta em pacientes com hipotensão ou em uso de vasopressores: - Reposição volêmica inicial: Ringer aquecido a 43º: Dose: ml/kg - Fazer prova volêmica adicional com Ringer 500 a 1000 ml se PVC < 4 mmhg e persistência de choque - Iniciar vasopressores imediatamente, se PAM < 40 mmhg, enquanto se faz a reposição volêmica 5.4. Uso de vasopressores Em pacientes com PAM < 65 mmhg que não respondam a reposição volêmica, iniciar noradrenalina ou dopamina na diluição padrão do IC DF.
3 Data de - Em todos os pacientes em que se iniciar um vasopressor, iniciar concomitantemente vasopressina, na diluição padrão do IC DF com bolus inicial de 1u seguido de infusão contínua de 0,5 a 2,4u/h - Associar dobutamina, de preferência em doses < 10 mcg/kg/min, em pacientes que não respondam as medidas iniciais, principalmente se ecocardiograma com FE < 40% ou S. Ganz com IC < 2,5 L/min/m 2 - Metas hemodinâmicas: PAM > 65 mmhg, PAS > 90 mmhg, Diurese > 0,5 ml/kg/h 5.5. Tratamento da Hipertensão - Cuidado ao tratar a hipertensão, devido ao risco de evolução para hipotensão e choque - Tratar somente se PAS > 180 mmhg, PAD > 120 mmhg ou PAM > 95 mmhg, mantidas por 30 min - Droga de escolha: Nitroprussiato de sódio 5.6 Tratamento de Taquiarritmias - Com instabilidade hemodinâmica Cardioversão elétrica - Sem instabilidade hemodinâmica: Supraventriculares: Utilizar adenosina,verapamil, diltiazem ou amiodarona Ventriculares: Utilizar amiodarona ou lidocaína 5.7 Tratamento das bradiarritmias - São refratárias a Atropina! - Com instabilidade hemodinâmica Marcapasso transcutâneo seguido da instalação de marcapasso transvenoso - Sem instabilidade hemodinâmica adrenalina ( 2 10 mcg/min), dopamina ( 5 10 mcg/kg/min) ou isoproterenol ( 2 10 mcg/kg/min) 5.8 Tratamento da hipotermia - Objetivo: Temperatura entre 36 e 37,5º - Cobrir o paciente com mantas e cobertores e ligar o aquecedor
4 Data de - Infundir SF0,9% ou Ringer a 43º, em acesso venoso central, 150 a 200 ml/h. - Irrigação gástrica com SF 0,9% a 37º 5.9. Ventilação mecânica Modo volume ou pressão controlada Volume corrente 6 a 8 ml/kg de peso ideal FiO2 para obter PaO2 90 mm Hg PEEP 8 a 10 Pplatô < 30 cm H2O Em casos se lesão pulmonar aguda ou síndrome do desconforto respiratório: VC 5 a 8 ml/kg de peso ideal FiO2 para obter PaO2 60 mm Hg e/ou SatO2 > 90 Titular PEEP de acordo com hipoxemia e e comprometimento hemodinâmico Pplatô < 30 cm H2O Manobras de recrutamento podem ser consideradas. Realizar pelo menos uma manobra de recrutamento após a realização do teste de apnéia Suporte nutricional - Manter o suporte nutricional enteral ou parenteral, que deverá ser suspenso somente se instabilidade hemodinâmica grave 5.11 Controle glicêmico - Manter glicemia capilar de mg/dl, conforme protocolo de controle glicêmico do IC DF
5 Data de 5.12 Diabetes insipidus - Diagnóstico: Poliúria (> 4 ml/kg/h) + hipernatremia ( 145 meq/l) + hiperosmolaridade sérica ( 300 mosm/l). Ocorre em 80% dos casos - Tratamento: DDAVP 1-2 µg IV em bolus a cada 4 horas, ou em intervalos maiores Manter diurese entre 0,5 e 4 ml/kg/h Considerar uso de vasopressina (bolus de 1-U seguido da infusão continua de 0,5 a 2,4 U/h) Manter sódio sérico entre meq/l Corrigir a hipernatremia administrando água livre IV na forma de solução glicosada a 5% ou com solução salina a 0,45% 5.13 Equilíbrio ácido básico - Manter PH entre 7,35 a 7,45 - Em pacientes com PH < 7,2 considerar o uso de bicarbonato de sódio 5.14 Corticosteróide - Em todos os pacientes, administrar metilprednisolona 15mg/kg, de 24 em 24 horas, logo após o diagnóstico de morte encefálica e diariamente até a retirada dos órgãos 5.15 Hormônio Tireoidiano - Em todos os pacientes, iniciar levotiroxina 2mcg/kg/dia, por via enteral, logo após o diagnóstico de morte encefálica
6 Data de 5.16 Transfusões - Hemácias: - Hb < 7 g/dl: Transfundir sempre - Hb entre 7 e 10 g/d: Avaliar caso a caso - Hb > 10 g/dl: Não transfudir - Plaquetas: < /mm 3 associado a sangramento ativo: Transfundir < /mm 3, sem sangramento ativo mas em programação de procedimento invasivo: Transfundir - Plasma fresco INR > 1,5 com sangramento ativo ou programação de procedimento invasivo: Transfudir - Crioprecipitado Fibrinogênio < 100 mg/dl com sangramento ativo ou programação de procedimento invasivo: Transfudir 5.17 Infecções - Não contra-indicar a doação de órgãos devido à infecção suspeita ou confirmada - Coletar culturas, iniciar antibioticoterapia e comunicar central de captação 6. Considerações gerais: 6.1 Garantir a comunicação de todos os profissionais e unidades envolvidas com o paciente acerca do protocolo de manutenção do potencial doador
7 Data de 7. Padrões de prática: 7.1 O protocolo para controle glicêmico estará disponível nas UTIs ( UDT, UCO, UTI Cirúrgica) do IC DF 7.2 No sistema MV, está disponível uma prescrição padrão com o nome Manutenção do Doador que pode ser utilizada como orientação 8. Indicadores de qualidade: Maior aproveitamento de órgãos com aumento do índice de captação 9. Periodicidade de Treinamento: Anualmente ou quando for necessário. 10. Registro: Registro no prontuário médico e prescrição médica 11. Referências: Rev Bras Ter Intensiva ; 23(3): Dados do Documento: Data: Elaboração: Dr. Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Jr. Novembro / Anual Novembro / 2012 Aprovação:
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