Estágio Curricular no Hospital Prof. Dr. Fernando da Fonseca Pedopsiquiatria
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- Ísis Franca Quintão
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1 NOME: JN DATA DA SESSÃO:12/03/2015 Momento da sessão Diálogo inicial e Cumprimento Atividade 1 Descrição da Atividade Objetivos Específicos Objetivos Operacionais Estratégias Material Duração Conversa inicial entre a terapeuta e o adolescente, e realização do cumprimento combinado. Lançar bola um para o outro, frente a frente, com regras: - 30 Lançamentos: contar em voz alta e ocultar múltiplos de 5-30 Lançamentos: com em voz alta apenas os nºs 1,2,3,6,9,12,,27,30 sendo que quem tem a bola nesses nºs ditos tem de dar uma volta em torno de si próprio - 30 Lançamentos: quando calha múltiplo de 3 quem não tem a bola bate palmas; quando calha múltiplos de 5 quem não tem bola tem de saltar até o outro lhe passar novamente a bola Lançamentos: aos múltiplos de 3 - Promover comunicação interpessoal; - Estabelecer relação empática com o adolescente; -Recordar as atividades realizadas na sessão anterior. - Trabalhar pensamento associativo; - Aumentar atenção sustentada; - Aumentar contacto ocular; - Trabalhar raciocínio matemático; - Trabalhar dissociação de movimentos; - Aumentar criatividade. O adolescente deve ser capaz de verbalizar como se sente, como se sentiu ao longo da última semana, assim como de relembrar o que foi feito na sessão anterior. - Deve ser capaz de se manter frente a frente com a terapeuta com pouco ou nenhum auxílio do espelho para estabelecer contacto ocular; - Deve ser capaz de recordar e executar a ação correspondente a cada nº múltiplo; - Deve ser capaz de criar pelo menos uma variante/uma nova regra. Instrução verbal Demonstração
2 e de 5 com as mesmas regras que o anterior, acrescentando múltiplos de 10: quem não tem bola bate palmas e pés ao mesmo tempo. Atividade 2 Reflexão final - Variantes criadas pelo adolescente. - Representação topográfica da sala com estabelecimento de 8 pontos; - Fazer percurso a partir dos 8 pontos memorizados - Definir sons correspondentes a uma direção (esq., drt., frente, trás) que o adolescente deverá seguir e memorizar a ordem dos pontos a que foi direcionado pela terapeuta. Conversa entre a terapeuta e o adolescente acerca do que foi vivenciado na sessão. - Trabalhar noção espacial da sala e dos objetos; - Trabalhar memória visual e auditiva; - Aumentar discriminação auditiva; - Trabalhar pensamento associativo. - Trabalhar memória sequencial (curto prazo); - Promover capacidade de reflexão; - Promover comunicação interpessoal. - Deve ser capaz de representar a sala e os principais objetos presentes na sua disposição real; - Deve definir pontos do percurso e memorizá-los; - Deve ser capaz de criar e memorizar sons correspondentes às quatro direções; - Deve ser capaz de se orientar no espaço de acordo com os sons previamente definidos. O adolescente deve expressar como se sentiu na sessão, comentando aspetos que tenham sido abordados. Instrução verbal Demonstração Relatório da sessão:
3 O JN apareceu na sessão 35 minutos após a hora marcada, contudo com a explicação de que pela primeira vez veio sozinho de casa até ao hospital, tendo demorado mais tempo porque teve de ficar à espera de um táxi na paragem dos autocarros. Este facto revela uma grande evolução na postura do João que vem sempre acompanhado pela mãe ou pelo irmão, e que nunca costuma sair de casa sozinho. No início da sessão o JN revelou-se cansado e quando questionado sobre o que gostaria de fazer referiu uma coisa calma. Quando lhe foi sugerido que se fosse de sua vontade podia tirar o casaco por estar muito calor na sala, o João assentiu e tirou-o, algo que só tinha acontecido uma vez (notando-se menor inibição no espaço e na relação com a terapeuta). Começou-se por relembrar as atividades realizadas na sessão anterior, que o JN mostrou alguma dificuldade mas com algumas pistas foi recordando o que se tinha feito. Na primeira atividade verificou-se maior permanência do contacto ocular do JN com a terapeuta, assim como motivação ao longo de todo o jogo e atenção sobre os números que calhavam e as regras aplicadas a cada múltiplo. Por vezes o JN mostrava alguma hesitação na execução das ações previamente definidas, principalmente quando se juntaram duas ações para dois múltiplos diferentes. Apesar da hesitação por vezes demonstrada, o jovem manteve-se alerta para quando um de nós errava e anunciando quando acontecia uma situação que não compreendia o que tinha acontecido (e.g. quando saltávamos um nº na contagem, ou nos enganávamos a lançar para o outro sem fazer uma ação). Ainda na primeira atividade, quando sugerido ao JN que acrescentasse uma variante, o jovem mostrou-se imediatamente colaborante a criar uma nova regra que foi a seguinte: múltiplos de 3 bater pé direito; múltiplos de 4 bater palmas; múltiplos de 5 bater pé esquerdo. Nesta fase do jogo o JN mostrou dificuldade na compreensão da lateralidade em espelho, i.e., quando calhou um múltiplo de 3 à terapeuta e esta bateu com o seu pé direito no chão o jovem ficou a olhar atentamente para o pé da terapeuta e disse está errado, era com o pé direito. Foi necessário a terapeuta virar-se de costas para mostrar que era o seu pé direito que tinha batido no chão, pois apenas com explicação verbal o JN não conseguiu perceber. Verificou-se uma grande atenção e raciocínio rápido do João, e.g. quando calhou o nº 20 o jovem afirma de imediato este é nº múltiplo de 4 e de 5, temos de bater palmas e o pé esquerdo ao mesmo tempo.
4 Na segunda atividade o JN mostrou-se colaborante em representar o esquema da sala na folha do papel, tendo mostrado ser muito minucioso nesse desenho, representando pormenores da posição de objetos, no reflexo do quadro, nas transparências de objetos, etc. Enquanto desenhava mostrou-se inicialmente calmo, ao longo do tempo começou a tremer a perna direita, mantendo um traço rígido e uma pega a meio do marcador, o que por si só limita a realização precisa do traço. Nesta sessão não houve tempo para terminar a atividade planeada que consistia em dar continuidade e função ao desenho da sala, e portanto ficou combinado com o JN continuarmos na próxima sessão. Como comentário final, o João afirmou foi bom, cansativo mas foi diferente. NOTAS: - O JN apresentou uma postura mais desinibida, apesar de manter os movimentos hipertónicos e controlados de ambos os membros superiores e inferiores. - Nesta sessão foi possível observar ainda um maior contacto ocular do jovem com a terapeuta, assim como uma maior atenção no jogo e persistência na execução das tarefas predefinidas para cada nº. - O JN tem vindo a mostrar progressos significativos tendo em conta o pouco tempo da terapia e o facto de ser apenas de duas em duas semanas. Para além dos acima descritos, é de notar o esforço de ter vindo sozinho de casa para vir à consulta. - Na página seguinte é possível observar a representação topográfica do ginásio.
5 Ilustração 1. Representação topográfica JN
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