Lipoproteínas plasmáticas

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Lipoproteínas plasmáticas"

Transcrição

1 Lipoproteínas plasmáticas 1- No plasma sanguíneo, excetuando os ácidos gordos livres que viajam ligados à albumina, os lipídeos são transportados em estruturas micelares esféricas denominadas lipoproteínas. Embora à temperatura corporal, estejam no estado líquido, estas micelas também são, por vezes, denominadas de partículas lipoproteicas. As lipoproteínas plasmáticas contêm, no seu miolo, lipídeos hidrofóbicos (triacilgliceróis e ésteres de colesterol) e, no exterior, em monocamada, lipídeos anfipáticos (fosfolipídeos e colesterol) associados a proteínas (apolipoproteínas). O grupo hidroxilo do colesterol não esterificado e os grupos fosfo-base dos fosfolipídeos estão voltados para o exterior das lipoproteínas enquanto as partes hidrofóbicas destas moléculas mergulham no miolo. As apolipoproteínas podem ser integrais (como as de tipo B) ou periféricas (como as dos tipos A, C e E). As apolipoproteínas periféricas, ao contrário das integrais, são trocadas entre diferentes lipoproteínas plasmáticas e podem existir livres no plasma. As apolipoproteínas participam no metabolismo dos lipídeos contidos nas lipoproteínas de diferentes maneiras: (i) podem ser ligandos de recetores das membranas celulares permitindo a interação das lipoproteínas com as células como no caso das apo E, da apo B100 e da apo AI ou (ii) podem ser reguladores de enzimas como no caso da apo CII e da apo CIII (ativação e inibição da lípase de lipoproteínas, respetivamente), assim como da apo AI (ativação da lecitina-colesterol-acil-transférase). 2- As lipoproteínas plasmáticas costumam ser classificadas de acordo com a sua densidade: por ordem decrescente temos as HDL (lipoproteínas de alta densidade; 30-60% proteínas; 1,06-1,13 de densidade), as LDL (lipoproteínas de baixa densidade), as IDL (lipoproteínas de densidade intermédia; também são designadas por VLDL remanescentes), as VLDL (lipoproteínas de muito baixa densidade) e os quilomicra (1-2% proteínas; 85% de triacilgliceróis; <0,95 de densidade;). Esta ordem também reflete o seu tamanho relativo: as partículas lipoproteicas mais pequenas são as HDL e as maiores são os quilomicra. Quanto maior é a percentagem de proteínas e menor a de triacilgliceróis maior é a sua densidade e menor o seu tamanho. As lipoproteínas mais ricas em triacilgliceróis são os quilomicra e, logo a seguir, as VLDL. As LDL e as HDL são muito pobres em triacilgliceróis e ricas em colesterol e ésteres de colesterol. A técnica da ultracentrifugação permite separar as lipoproteínas de acordo com a sua densidade e pode ser usada em investigação. Na prática clínica do dia a dia doseiam-se os triacilgliceróis (em jejum, são uma medida das VLDL e IDL), o colesterol total e o colesterol ligado às HDL. O colesterol ligado às LDL é habitualmente estimado usando uma equação (colesterol das LDL = colesterol total - colesterol das HDL - estimativa do colesterol das VLDL e IDL). Na verdade o contributo das IDL para o colesterol total do plasma é muitíssimo menor que o das LDL, HDL e VLDL; as IDL são uma classe intermédia (de limites mal definidos) entre as VLDL e as LDL. Quer as IDL, quer os quilomicra remanescentes são, no metabolismo, lipoproteínas de transição e, na ausência de patologia, as suas concentrações plasmáticas são muito baixas. 3- No processo digestivo dos lipídeos, após hidrólise no lume intestinal e a absorção dos produtos dessa hidrólise, ocorre re-esterificação parcial no retículo endoplasmático dos enterócitos. No caso dos triacilgliceróis a esterificação envolve a transferência de grupos acilo do acil-coa primeiro para o 2- monoacilglicerol e de seguida para o 1,2-diacilglicerol (ver Equação 1 e Equação 2). No caso do colesterol a acil-colesterol-acil-transférase (ACAT) catalisa a transferência de um grupo acilo do acil- CoA para o colesterol (ver Equação 3). Por ação de uma proteína do retículo endoplasmático denominada proteína microssomática de transferência, os lipídeos formados são de seguida combinados com apolipoproteínas (apo B48 e apo A) dando origem a quilomicra imaturos (ou nascentes) que, via aparelho de Golgi, sofrem exocitose no polo basal dos enterócitos. Depois são transportados nos vasos linfáticas que se reúnem no canal torácico que drena para uma veia central (tronco braquicefálico esquerdo). Assim, após uma refeição que contenha lipídeos, os quilomicra imaturos acabam vertidos na corrente sanguínea. Já no plasma sanguíneo, os quilomicra imaturos interagem com as HDL recebendo destas lipoproteínas componentes proteicos essenciais ao seu posterior metabolismo (apo C e apo E). Desta maneira, formam-se no plasma os quilomicra maduros. Com exceção dos ácidos gordos de cadeia curta (que são raros) e que, como os glicídeos e os aminoácidos entram para o meio interno via veia porta, a maior parte dos lipídeos da dieta têm um processo de absorção complexo e lento surgindo primeiro no sistema linfático e depois na circulação sistémica. Página 1 de 5

2 Equação 1 Equação 2 Equação 3 2-monoacilglicerol + acil-coa 1,2-diacilglicerol + CoA 1,2-diacilglicerol + acil-coa triacilglicerol + CoA colesterol + acil-coa acil-colesterol + CoA 4- Os quilomicra só começam a aparecer no plasma cerca de 1 hora após uma refeição e só atingem o pico máximo de concentração cerca de 3-4 horas depois. O seu metabolismo ocorre sobretudo nos capilares do tecido adiposo (e, em menor grau, também nos capilares do tecido muscular) onde vão ser convertidos em quilomicra remanescentes. Nesta transformação está envolvida uma ectohidrólase (a lípase de lipoproteínas) que, ancorada na face luminal da membrana das células endoteliais dos capilares, catalisa a hidrólise dos triacilgliceróis presentes no miolo dos quilomicra. Um cofactor essencial na atividade desta lípase é a apo CII. O esvaziamento em triacilgliceróis do miolo (por ação hidrolítica da lípase de lipoproteínas) acompanha-se de esvaziamento noutros componentes situados na superfície como os fosfolipídeos, o colesterol, a apo A e a apo C (incluindo a apo CII) por transferência para as HDL. (Se a hidrólise dos triacilgliceróis do miolo dos quilomicra não fosse acompanhado deste processo de transferência os quilomicra deixariam de ter forma esférica.) Os quilomicra remanescentes contêm apo B48 e apo E e é através das apo E que vão poder ligar-se com recetores hepáticos (os recetores das LDL e as LRP; da expressão inglesa LDL receptor related protein ). É esta ligação que vai permitir a sua endocitose para dentro dos hepatócitos. As apo B48 (existe uma molécula por micela) nascem com os quilomicra imaturos e são captadas no fígado aquando da captação dos quilomicra remanescentes. 5- As VLDL são, embora menos que os quilomicra, muito ricas em triacilgliceróis (55% da sua massa). Porque as micelas de VLDL são sempre mais abundantes no plasma que as dos quilomicra, a maior parte dos triacilgliceróis plasmáticos é, mesmo após refeições ricas em lipídeos, transportado nas VLDL [1]. As VLDL formam-se no fígado num processo semelhante ao da síntese dos quilomicra no intestino incluindo a ação da proteína microssomática de transferência na formação das micelas no retículo endoplasmático. No entanto, neste caso, os componentes lipídicos não têm origem direta na dieta; as VLDL transportam para o plasma sanguíneo triacilgliceróis (e outros lipídeos) formados no fígado e contêm apo B100, apo E e apo C. Tal como a síntese, também o metabolismo das VLDL é semelhante ao dos quilomicra: (i) parte das apo C e das apo E das VLDL também têm, já no plasma, origem nas HDL, (ii) os triacilgliceróis das VLDL também sofrem a ação da lípase de lipoproteínas dos capilares e (iii) também as apo C e componentes lipídicos da superfície das VLDL (colesterol e fosfolipídeos) se transferem para as HDL no decurso desta lipólise. As micelas lipoproteicas resultantes do processo hidrolítico designam-se, neste caso, por IDL (ou VLDL remanescentes) e tal como os quilomicra remanescentes contém apo E. Para além de apo E, as IDL contém apo B100 (existe uma molécula de apo B100 por micela) e é através, quer da apo B100, quer das apo E que se vão ligar aos mesmos recetores hepáticos que ligam os quilomicra remanescentes e sofrer endocitose. 6- A maioria dos ácidos gordos formados por ação da lípase de lipoproteínas do endotélio dos capilares é captada pelas células dos tecidos onde ocorre a hidrólise. Dentro das células, após ativação (formação de acis-coa), os ácidos gordos podem ser usados como combustíveis (oxidação em β) ou servir de substratos para a síntese de triacilgliceróis (esterificação), fosfolipídeos, glicolipídeos ou colesterídeos. No tecido adiposo, a síntese da lípase de lipoproteínas e a sua migração para o endotélio dos capilares é induzida pela insulina e, por isso, neste tecido, a sua atividade está muito aumentada após as refeições tendo um papel relevante na hidrólise dos triacilgliceróis dos quilomicra. O facto de a insulina também estimular a esterificação dentro dos adipócitos explica que os ácidos gordos libertados no plasma aquando da ação da lípase de lipoproteínas sejam captados pelos adipócitos e usados na síntese de triacilgliceróis. Nos capilares dos músculos, pelo contrário, a atividade da lípase de lipoproteínas é maior em jejum e após exercício físico; no músculo, o destino dos ácidos gordos aí libertados pode ser a sua oxidação ou serem substratos para a síntese de triacilgliceróis das próprias fibras musculares. A atividade muscular contráctil e o treino atlético estimulam a síntese da lípase lipoproteínas no tecido muscular o que explica que o exercício físico, sobretudo se feito de forma regular, provoque diminuição de concentração dos triacilgliceróis plasmáticos. 7- As apo E, presentes nas IDL e nos quilomicra remanescentes, são ligandos de recetores membranares hepáticos de dois tipos: o recetor das LDL e o LRP (LDL recetor related protein). (Ao Página 2 de 5

3 contrário das LRP que apenas se ligam às apo E, o recetor das LDL também se liga às apo B100 e, por isso, para além de participar na captação dos quilomicra remanescentes e das IDL, também irá participar na captação das LDL.) À medida que as IDL e os quilomicra remanescentes vão, por ação da lípase de lipoproteínas dos tecidos adiposo e muscular, diminuindo de tamanho aumenta a sua afinidade para os recetores hepáticos. A ligação das IDL e dos quilomicra remanescentes aos recetores das LDL ou às LRP permite a sua captação (endocitose) pelo fígado. Nos lisossomas dos hepatócitos, os diversos componentes destas lipoproteínas (as apolipoproteínas, os ésteres de colesterol, os fosfolipídeos e os triacilgliceróis sobrantes) são hidrolisados. Os produtos destes processos de hidrólise são libertados para o citoplasma e, entre outros destinos possíveis, podem contribuir para um novo ciclo originando novas micelas de VLDL. 8- Parte das IDL (formadas no plasma por ação da lípase de lipoproteínas nas VLDL) não sofrem endocitose mas são, no plasma, convertidas em LDL. As LDL têm como única apolipoproteína a apo B100 (uma molécula por micela) e contêm a maior parte do colesterol plasmático. Os mecanismos de conversão das IDL em LDL são mal conhecidos, mas envolverão a transferência de apolipoproteínas (com exceção das apo B100) para as HDL e a hidrólise de fosfolipídeos e triacilgliceróis ainda presentes nas IDL pela lípase de lipoproteínas hepática. A lípase de lipoproteínas hepática é também uma ectohidrólase dos capilares (neste caso, dos capilares do fígado), mas é diferente da dos outros tecidos: para além de, em acréscimo aos triacilgliceróis, poderem catalisar a hidrólise de fosfolipídeos, só atuam em micelas lipoproteicas que já diminuíram de tamanho por ação da lípase de lipoproteínas dos tecidos adiposo ou muscular. 9- Através da ligação das apo B100 aos recetores das LDL (liga apo E e apo B100) existente na membrana celular, as LDL plasmáticas são captadas (endocitose) pelas células do organismo com especial relevância para os hepatócitos. Após a captação das LDL ocorre a hidrólise dos seus componentes nos lisossomas. A atividade dos recetores das LDL é regulada negativamente pelo conteúdo de colesterol da célula: quanto maior a quantidade de colesterol dentro duma célula menor a atividade dos recetores. As LDL também podem ser captadas por mecanismos que não envolvem os recetores das LDL: nos macrófagos dos tecidos e em algumas células endoteliais existe um outro tipo diferente de recetores chamados recetores de limpeza. Estes recetores têm uma especial afinidade para as LDL que sofreram alterações (nomeadamente oxidação) nos seus componentes. Via ligação das LDL a estes recetores, os macrófagos, nomeadamente os macrófagos situados na íntima das artérias (camada subendotelial), podem acumular colesterol no seu interior. Porque a atividade dos recetores de limpeza não é regulado pelo conteúdo de colesterol na célula os macrófagos podem encher-se de colesterol. Na íntima das artérias os macrófagos cheios de colesterol, devido ao seu aspeto quando visualizados por microscopia, designam-se por células espumosas. 10- As HDL estão envolvidas no chamado transporte reverso (dos tecidos para o fígado) do colesterol. As HDL são lipoproteínas que têm origem no fígado e intestino e que, na sua forma imatura, são pequenos discos de tipo membranar (duplo folheto lipídico) contendo fosfolipídeos, colesterol e apolipoproteínas dos tipos A, C e E. As HDL nascentes captam colesterol dos tecidos extrahepáticos (incluindo macrófagos) e, nesta captação, participa um transportador membranar denominado ATP-binding cassete-a1 (ABC-A1) e o recetor de limpeza B1. (Um outro processo pelo qual as HDL captam colesterol já foi referido: aquando da hidrólise dos triacilgliceróis dos quilomicra e das VLDL parte do colesterol passa para as HDL.) O colesterol captado pelas HDL é subsequentemente esterificado e os ésteres de colesterol vão formando o seu miolo; as HDL deixam de ser estruturas discoides para passarem a ser esféricas. A formação destes ésteres de colesterol é catalisada pela lecitina-colesterol acil transférase (LCAT), uma enzima plasmática que é ativada pela apo AI das HDL. A lecitina (fosfatidilcolina) é um glicerofosfolipídeo presente nas HDL e a LCAT catalisa a transferência do resíduo de ácido gordo da posição 2 da lecitina para o colesterol (ver Equação 4). À medida que uma dada micela de HDL vai captando colesterol dos tecidos extrahepáticos e de outras lipoproteínas, este colesterol vai sendo esterificado. Este processo catalítico, para além de, permitindo a continuação do processo de captação, manter baixo o colesterol não esterificado da periferia das micelas de HDL, também faz com que estas micelas vão aumentando de diâmetro. Equação 4 lecitina (fosfatidilcolina) + colesterol ésteres de colesterol + lisolecitina Página 3 de 5

4 11- Quando as HDL atingem maiores diâmetros acabam por verter o seu conteúdo de ésteres de colesterol no fígado. Na membrana dos hepatócitos existe um recetor para as apo AI (denominado recetor de limpeza B1) que permite a ligação das HDL; após a ligação das HDL ao recetor de limpeza B1 os ésteres de colesterol das HDL são vertidos no hepatócito. Ao contrário do que acontece no caso das LDL, a captação dos ésteres de colesterol das HDL pelos hepatócitos não é um processo endocítico: como resultado da interação entre as HDL e os recetores de limpeza B1 hepáticos regeram-se micelas de HDL discoides (desprovida de ésteres de colesterol) que se mantêm no plasma sanguíneo. Os ésteres de colesterol captados pelos hepatócitos podem sofrer hidrólise nos lisossomas e o colesterol libertado pode voltar ao plasma incorporado nas VLDL ou pode ser excretado (não transformado ou transformado em sais biliares) pelas vias biliares e, parcialmente, perder-se nas fezes. As HDL discoides que perderam o seu colesterol são recicladas: captam colesterol dos tecidos, armazenam no seu miolo o colesterol esterificado que se vai formando (ação da LCAT) e, via recetor de limpeza B1, vertem o colesterol no fígado. 12- Um outro mecanismo que também poderá contribuir para o transporte reverso do colesterol envolve a atividade da proteína de transferência de ésteres de colesterol (CETP; da expressão inglesa Cholesteryl ester transfer protein ). Esta proteína plasmática catalisa a transferência dos ésteres de colesterol das HDL para as VLDL, para os quilomicra e para as LDL ao mesmo tempo que transfere triacilgliceróis no sentido oposto (ver Equação 5). A subsequente conversão das VLDL em IDL e dos quilomicra em quilomicra remanescentes (por ação da lípase de lipoproteínas) e a subsequente captação pelo fígado das IDL e dos quilomicra remanescentes permite compreender que o colesterol dos tecidos que foi captado pelas HDL possa ser, depois de esterificado pela LCAT, vertido no fígado. Porque as LDL são predominantemente captadas no fígado também os ésteres de colesterol transferidos para as LDL podem acabar no fígado. As HDL enriquecidas em triacilgliceróis (após ação da CETP) interagem com a lípase de lipoproteínas hepática onde estes triacilgliceróis e os fosfolipídeos das HDL sofrem hidrólise; neste processo as HDL diminuem de tamanho. Equação 5 ésteres de colesterol nas HDL + triacilgliceróis nos quilomicra, VLDL e LDL triacilgliceróis nas HDL + ésteres de colesterol nos quilomicra, VLDL e LDL 13- A aterosclerose é uma doença caracterizada pela deposição de colesterol e ésteres de colesterol nos macrófagos da íntima das artérias (camada subendotelial) levando, em fases mais avançadas, ao estreitamento do lúmen (isquemia). Nesta fase, se as artérias em questão forem as coronárias, o indivíduo pode sentir dor no peito (angina) aquando do esforço muscular. Numa fase incipiente do processo (que de facto começa logo na infância) há apenas agregados de células espumosas, ou seja, macrófagos com colesterol no citoplasma. Estes agregados de células espumosas são visíveis na parede interior das artérias e designam-se por estrias gordas. A subsequente inflamação, proliferação das fibras musculares lisas e a deposição de colagénio contribuem para o processo patológico levando à formação das chamadas placas de ateroma. A eventual rotura duma dessas placas pode levar à formação de um coágulo sanguíneo com obstrução aguda da artéria. Se a artéria onde ocorreu essa obstrução for uma artéria coronária estamos numa situação designada por enfarte do miocárdio. Sabese que indivíduos com concentrações elevadas de colesterol ligado às LDL ( 130 mg/dl) têm maior probabilidade de desenvolver aterosclerose e sofrer enfarte de miocárdio precoce e outros processos isquémicos. Um aumento do colesterol ligado às HDL ( 60 mg/dl) tem, pelo contrário, um efeito protetor. São ainda mal conhecidos os mecanismos metabólicos que possam explicar estas associações epidemiologicamente bem definidas. (Na etiologia da aterosclerose podem estar envolvidos múltiplos fatores: as alterações na concentração de lipoproteínas plasmáticas (dislipidemias) são apenas fatores etiológicos entre outros de que se poderia apontar o tabagismo e a hipertensão arterial, por exemplo.) Uma das possíveis causas de aumento da concentração de colesterol associado às LDL é a deficiência de recetores de LDL por mutações no gene que os codifica. Quando há aumento das LDL ou quando há alterações oxidativas nas LDL aumenta a atividade dos recetores de limpeza dos macrófagos e, consequentemente, aumento da formação das células espumosas. O risco de aterosclerose também está aumentado quando há deficit na captação hepática de IDL e quilomicra remanescentes. Tal como as LDL, também as IDL e os quilomicra remanescentes podem ser captados pelos macrófagos da íntima das artérias e o seu aumento no plasma estimula este processo. Página 4 de 5

5 14- O aumento da concentração plasmática do colesterol ligado às HDL está associado a um risco diminuído no desenvolvimento da aterosclerose, mas as razões desta associação são mal conhecidas. É possível que a observação de aumento do colesterol ligado às HDL seja apenas um indicador de aumento do transporte reverso do colesterol e, portanto, da capacidade do organismo para retirar colesterol das células incluindo os macrófagos. No entanto, para além de participarem no transporte reverso do colesterol, as HDL também podem ter outros papéis biológicos que ajudam a explicar o seu papel antiaterogénico. As HDL teriam um papel anti-inflamatório e protetor da função do endotélio inibindo a adesão e a migração de monócitos (precursores dos macrófagos) para as lesões ateroscleróticas. Além disto teriam uma ação antioxidante impedindo a oxidação das LDL [2]. A proteína de transferência de ésteres de colesterol (CETP) participa, como referido, no transporte reverso do colesterol, mas também pode ter um papel na génese da aterosclerose. Na verdade, a atividade da proteína de transferência de ésteres de colesterol está anormalmente aumentada em dislipidemias (aterogénicas) em que há alta concentração de VLDL e diminuição da atividade da lípase de lipoproteínas. São exemplos comuns deste tipo de situações a diminuição da sensibilidade à insulina e a diabetes. Como já referido, a insulina estimula a lípase de lipoproteínas do tecido adiposo; assim, quando há diminuição da sensibilidade à insulina ou diabetes, há diminuição da atividade da lípase de lipoproteínas o que resulta em aumento da concentração plasmática dos triacilgliceróis (maioritariamente ligados às VLDL). Nestas condições, há aumento da atividade de transferência de triacilgliceróis das VLDL para as HDL e de colesterol no sentido inverso (ver Equação 5). Uma das consequências é a diminuição do colesterol das HDL mas, uma outra consequência, que ajudaria a explicar a associação entre aterosclerose e diminuição do colesterol associado às HDL, seria o aumento da concentração plasmática de IDL. Uma lentificação do processo de hidrólise dos triacilgliceróis das IDL (consequência de diminuição da síntese da lípase de lipoproteínas no tecido adiposo, mas também da competição das VLDL em excesso) provocaria aumento na concentração plasmática destas lipoproteínas de pequeno tamanho e, consequentemente, da sua capacidade para promover a aterosclerose [3]. Uma outra condição frequentemente associada é também a diminuição de tamanho das partículas de LDL. Esta diminuição resultaria da diminuição da atividade de transferência de ésteres de colesterol das HDL para as LDL. Esta é uma das atividades da proteína de transferência de ésteres de colesterol que seria inibida (inibição competitiva) na presença de altas concentrações de VLDL ricas em triacilgliceróis (ver Equação 5). Na presença de altas concentrações de VLDL, a transferência de ésteres de colesterol para as LDL seria preterida em favor das VLDL. As partículas de LDL de pequeno tamanho têm, relativamente às de maior tamanho, maior capacidade para penetrar na íntima das artérias e provocar aterosclerose [4, 5]. 1. Griffiths, A. J., Humphreys, S. M., Clark, M. L., Fielding, B. A. & Frayn, K. N. (1994) Immediate metabolic availability of dietary fat in combination with carbohydrate, Am J Clin Nutr. 59, Chapman, M. J. (2006) Therapeutic elevation of HDL-cholesterol to prevent atherosclerosis and coronary heart disease, Pharmacol Ther. 111, Frayn, K. N. (2010) Metabolic regulation. A human perspective., 3rd edn, John Willey And Sons, Oxford. 4. Chapman, J. M. & Guerin, M. (2004) CETP, a key player in atherogenic dyslipidemia of type II diabetes, International Congress Series. 1262, Chapman, M. J., Guerin, M. & Bruckert, E. (1998) Atherogenic, dense low-density lipoproteins. Pathophysiology and new therapeutic approaches, Eur Heart J. 19 Suppl A, A Página 5 de 5

Lipoproteínas plasmáticas

Lipoproteínas plasmáticas Lipoproteínas plasmáticas 1- No plasma sanguíneo, excetuando os ácidos gordos livres que viajam ligados à albumina, os lipídeos são transportados em estruturas micelares esféricas denominadas lipoproteínas.

Leia mais

Lipoproteínas plasmáticas

Lipoproteínas plasmáticas Lipoproteínas plasmáticas Índice 1- Estrutura das lipoproteínas plasmáticas... 1 2- Localização e papéis biológicos das apolipoproteínas integrais e periféricas... 1 3- Classes de lipoproteínas plasmáticas...

Leia mais

Lipoproteínas plasmáticas

Lipoproteínas plasmáticas Lipoproteínas plasmáticas Índice 1- Estrutura das lipoproteínas plasmáticas... 1 2- Localização e papéis biológicos das apolipoproteínas integrais e periféricas... 1 3- Classes de lipoproteínas plasmáticas...

Leia mais

Lipoproteínas plasmáticas

Lipoproteínas plasmáticas Lipoproteínas plasmáticas 1- No plasma sanguíneo, exceptuando os ácidos gordos livres que viajam ligados à albumina, os lipídeos são transportados em estruturas micelares esféricas denominadas lipoproteínas.

Leia mais

6.2. Composição das Lipoproteínas 6.3 Metabolismo do quilomícra 6.4/ 6.5/ 6.6 Metabolismo das lipoproteínas de densidade alta, baixa e muito baixa

6.2. Composição das Lipoproteínas 6.3 Metabolismo do quilomícra 6.4/ 6.5/ 6.6 Metabolismo das lipoproteínas de densidade alta, baixa e muito baixa 6.2. Composição das Lipoproteínas 6.3 Metabolismo do quilomícra 6.4/ 6.5/ 6.6 Metabolismo das lipoproteínas de densidade alta, baixa e muito baixa Lipoproteínas: São associações entre Proteínas e Lipídios

Leia mais

Digestão, absorção e transporte plasmático dos lipídeos -lipoproteínas- Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes

Digestão, absorção e transporte plasmático dos lipídeos -lipoproteínas- Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes Digestão, absorção e transporte plasmático dos lipídeos -lipoproteínas- Bioquímica Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes LIPÍDEOS DIGESTÃO, ABSORÇÃO, TRANSPORTE PLASMÁTICO DIGESTÃO DE TRIGLICERÍDEOS,

Leia mais

Lipoproteínas Plasmáticas e Colesterol

Lipoproteínas Plasmáticas e Colesterol Lipoproteínas Plasmáticas e Colesterol Lipoproteínas: São associações entre Proteínas e Lipídios encontradas na corrente sanguínea, e que têm como função transportar os Lipídios no plasma e regular o seu

Leia mais

DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS

DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS - A maior parte das gorduras da dieta são predominantemente triacilglicerois 80% Função da bile: Sais biliares Quebra a gordura, aumentando a área total disponível à ação enzimática

Leia mais

Metabolismo do colesterol e das lipoproteínas

Metabolismo do colesterol e das lipoproteínas Metabolismo do colesterol e das lipoproteínas COLESTEROL Estabiliza o arranjo linear dos ácidos graxos saturados das membranas. Origem do colesterol ENDÓGENA EXÓGENA Como ocorre a síntese do colesterol?

Leia mais

06/2008. Lipidemia. Metabolismo e Endocrinologia. Grupo 2 André Zamith, nº58556 Eduardo Bicacro, nº58615 Pedro Teixeira, nº58482

06/2008. Lipidemia. Metabolismo e Endocrinologia. Grupo 2 André Zamith, nº58556 Eduardo Bicacro, nº58615 Pedro Teixeira, nº58482 06/2008 Lipidemia Metabolismo e Endocrinologia Grupo 2 André Zamith, nº58556 Eduardo Bicacro, nº58615 Pedro Teixeira, nº58482 Lipidemia define-se como a concentração de lípidos no plasma sanguíneo. Neste

Leia mais

Mecanismo de transporte de colesterol pelas Lipoproteínas

Mecanismo de transporte de colesterol pelas Lipoproteínas Mecanismo de transporte de colesterol pelas Lipoproteínas Prof. Wbio Os lipídeos são moléculas de natureza apolar e imprescindíveis para a manutenção da fisiologia celular, o transporte dessas moléculas

Leia mais

Classes de Lipídeos. I. Ácidos Graxos: Estrutura

Classes de Lipídeos. I. Ácidos Graxos: Estrutura Lipídeos Lipídeos (grego lipos, gordura) são moléculas apolares, solúveis em solventes orgânicos (metanol, clorofórmio, etc) e essencialmente insolúveis em água Lipídeos I. Classes de lipídeos II. Funções

Leia mais

LIPOPROTEÍNAS LIPOPROTEÍNAS SANGUÍNEAS COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS

LIPOPROTEÍNAS LIPOPROTEÍNAS SANGUÍNEAS COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS LIPOPROTEÍNAS LIPOPROTEÍNAS SANGUÍNEAS COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS LIPOPROTEÍNAS RELACIONADAS AO METABOLIS- MO DE TRIGICERÍDEOS E COLESTEROL SANGUÍNEO SISTEMAS LIPOPROTÉICOS - O termo lipoproteína é empregado

Leia mais

Fontes de Ácidos Graxos. Dieta Estoque de gorduras Síntese de outras fontes

Fontes de Ácidos Graxos. Dieta Estoque de gorduras Síntese de outras fontes Acetil CoA ATP Fontes de Ácidos Graxos Dieta Estoque de gorduras Síntese de outras fontes Lipídios ingeridos da dieta L i Emulsificação Sais biliares Lipases intestinais degradam TCG Mucosa intestinal

Leia mais

Bioquímica Nutrição Estrutura, propriedades, digestão, transporte, absorção e oxidação de lipídeos. Prof. Sérgio Henrique

Bioquímica Nutrição Estrutura, propriedades, digestão, transporte, absorção e oxidação de lipídeos. Prof. Sérgio Henrique Bioquímica Nutrição Estrutura, propriedades, digestão, transporte, absorção e oxidação de lipídeos Prof. Sérgio Henrique Bioquímica - aula 7 Estrutura O que são lipídeos (gorduras)? São ácidos graxos ácidos

Leia mais

DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DOS LIPÍDEOS

DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DOS LIPÍDEOS CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA DISTÚRBIOS DO METABOLISMO DOS LIPÍDEOS PROF. DOUGLAS G. PEREIRA PARACATU/MG 2018 ORIGENS DO COLESTEROL ENDÓGENA Fígado. Intestinos. Placenta. Gônodas. Pele. EXÓGENA Fonte

Leia mais

Lípidos, Lipoproteínas, Apolipoproteínas e Outros Factores de Risco Cardiovascular

Lípidos, Lipoproteínas, Apolipoproteínas e Outros Factores de Risco Cardiovascular Lípidos, Lipoproteínas, Apolipoproteínas e Outros Factores de Risco Cardiovascular Carlos Alberto Pereira Vaz Técnico Superior de Laboratório carlosvaz@laboratoriopioledo.pt Os lípidos têm funções importantes

Leia mais

Membranas Biológicas

Membranas Biológicas UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DQMC BIOQUÍMICA BIO0001 Membranas Biológicas Prof Karine P. Naidek Outubro/2016 Membranas Biológicas Membranas

Leia mais

Lipídeos e ácidos graxos

Lipídeos e ácidos graxos Lipídeos e ácidos graxos Tópicos de Estudo Lipídeos Lipoproteínas Passos da -oxidação Regulação em estados absortivos, fome e exercício Lipídeos que contem ácidos graxos Ácidos graxos e triacilgliceróis

Leia mais

Metabolismo de Lipídeos

Metabolismo de Lipídeos Metabolismo de Lipídeos Profa. Sayuri Miyamoto miyamoto@iq.usp.br FUNÇÃO de lipídeos? Componentes de Membranas Precursor de hormônios, ácidos biliares e outros mediadores inflamatórios Reserva Energética

Leia mais

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes

METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários. Bioquímica. Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes METABOLISMO ENERGÉTICO integração e regulação alimentado jejum catabólitos urinários Bioquímica Profa. Dra. Celene Fernandes Bernardes REFERÊNCIA: Bioquímica Ilustrada - Champe ESTÁGIOS DO CATABOLISMO

Leia mais

DIGESTÃO & ABSORÇÃO DE NUTRIENTES

DIGESTÃO & ABSORÇÃO DE NUTRIENTES UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA DIGESTÃO & ABSORÇÃO DE NUTRIENTES Profa. Dra. Fernanda B. Lima MACRONUTRIENTES ORGÂNICOS Carboidratos Proteínas

Leia mais

METABOLISMO DOS ÁCIDOS GORDOS

METABOLISMO DOS ÁCIDOS GORDOS METABOLISMO DOS ÁCIDOS GORDOS A IMPORTÂNCA DOS ÁCIDOS GORDOS Do ponto de vista quantitativo, os triacilgliceróis representam 10 % de peso de um animal normal. Estão localizados ao nível do tecido adiposo

Leia mais

Metabolismo e produção de calor

Metabolismo e produção de calor Fisiologia 5 Metabolismo e produção de calor Iniciando a conversa Apenas comer não é suficiente: o alimento precisa ser transformado (metabolizado) para ser aproveitado por nosso organismo. Açúcares (carboidratos),

Leia mais

DISLIPIDEMIAS PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO FACULDADE DE NUTRIÇÃO - UFPEL

DISLIPIDEMIAS PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO FACULDADE DE NUTRIÇÃO - UFPEL DISLIPIDEMIAS PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO FACULDADE DE NUTRIÇÃO - UFPEL Roteiro da aula Bioquímica (lipídios) - recapitulação Dislipidemias Dietoterapia Atividade 2013 Bioquímica - lipídios Fosfolípides:

Leia mais

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol 1. O tecido adiposo contém cerca de 95% dos lipídeos do organismo e constitui a mais abundante reserva energética do organismo. Num indivíduo normal de 70 kg,

Leia mais

Digestão e metabolismo energético dos lipídeos. A oxidação do etanol.

Digestão e metabolismo energético dos lipídeos. A oxidação do etanol. Digestão e metabolismo energético dos lipídeos. A oxidação do etanol. Numa refeição normal a massa de glicídeos pode ser cerca de 10 vezes maior que a glicose livre, mas no caso dos lipídeos pode ser 30-40

Leia mais

Aula: 29 Temática: Metabolismo dos lipídeos parte I

Aula: 29 Temática: Metabolismo dos lipídeos parte I Aula: 29 Temática: Metabolismo dos lipídeos parte I Os lipídeos são armazenados em grandes quantidades como triglicerídeos neutros altamente insolúveis, tanto nos vegetais como nos animais. Eles podem

Leia mais

Anatomia & Fisiologia Humanas - Professora Ana Luisa Miranda Vilela

Anatomia & Fisiologia Humanas - Professora Ana Luisa Miranda Vilela Anatomia & Fisiologia Humanas - Professora Ana Luisa Miranda Vilela O COLESTEROL O colesterol é um membro da família dos lipídios esteróides e, na sua forma pura, é um sólido cristalino, branco, insípido

Leia mais

UFABC Bacharelado em Ciência & Tecnologia

UFABC Bacharelado em Ciência & Tecnologia UFABC Bacharelado em Ciência & Tecnologia Lipídeos e Membranas Biológicas (BC0308) Prof Luciano Puzer http://professor.ufabc.edu.br/~luciano.puzer/ Ácidos Graxos Mais da metade dos ácidos graxos existem

Leia mais

Definição: Lipídios são substâncias solúveis em solventes apolares. Classes de Lipídios mais abundantes no ser vivo

Definição: Lipídios são substâncias solúveis em solventes apolares. Classes de Lipídios mais abundantes no ser vivo LIPÍDIOS Definição: Lipídios são substâncias solúveis em solventes apolares Classes de Lipídios mais abundantes no ser vivo Ácidos Graxos Triacilgliceróis Fosfolipídios Esteróides Possuem estruturas e

Leia mais

Classificação LIPÍDIOS

Classificação LIPÍDIOS LIPÍDIOS DEFINIÇÃO Substâncias caracterizadas pela sua baixa solubilidade em água e alta solubilidade em solventes orgânicos. Suas propriedades físicas refletem a natureza hidrofóbica das suas estruturas

Leia mais

Definição: Lipídios são substâncias solúveis em solventes apolares. Classes de Lipídios mais abundantes no ser vivo

Definição: Lipídios são substâncias solúveis em solventes apolares. Classes de Lipídios mais abundantes no ser vivo LIPÍDIOS Definição: Lipídios são substâncias solúveis em solventes apolares Classes de Lipídios mais abundantes no ser vivo Ácidos Graxos Triacilgliceróis Fosfolipídios Esteróides Possuem estruturas e

Leia mais

Lipídios. Prof Karine P. Naidek Setembro/2016

Lipídios. Prof Karine P. Naidek Setembro/2016 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA DQMC BIOQUÍMICA BIO0001 Lipídios Prof Karine P. Naidek Setembro/2016 Lipídios Biomoléculas insolúveis em

Leia mais

Insulino-resistência e obesidade

Insulino-resistência e obesidade 62 Manual sobre Insulino-resistência Insulino-resistência e obesidade A associação de obesidade visceral com resistência à insulina, hipertrigliceridemia, aumento da apolipoproteína B, aumento das LDL

Leia mais

Condição patológica em que o excesso de gordura corpórea altera o estado de saúde do indivíduo. IMC Circunferência abdominal DCNT: obesidade

Condição patológica em que o excesso de gordura corpórea altera o estado de saúde do indivíduo. IMC Circunferência abdominal DCNT: obesidade 1 2 3 4 DCNT e alimentação Renato Heidor rheidor@usp.br A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Carboidratos: 4Kcal/g. Estoques na forma de glicogênio hepático

Leia mais

Os Triglicerídios na Prática Médica

Os Triglicerídios na Prática Médica Os Triglicerídios na Prática Médica 1 Metabolismo dos Triglicerídios os glicerídeos são ésteres de ácidos graxos e glicerol e de acordo com o número de funções esterificadas do propanotriol, são diferenciados

Leia mais

Deficiência de ácido graxo essencial pós-natal em camundongos afeta lipoproteínas, lipídios hepáticos, ácidos graxos e expressão de RNAm

Deficiência de ácido graxo essencial pós-natal em camundongos afeta lipoproteínas, lipídios hepáticos, ácidos graxos e expressão de RNAm Universidade Federal de Pelotas Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária Deficiência de ácido graxo essencial pós-natal em camundongos afeta lipoproteínas, lipídios hepáticos, ácidos graxos e

Leia mais

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares; Rui Fontes Índice 1- A estrutura do colesterol, a sua distribuição no organismo e os seus papéis biológicos...1

Leia mais

30/05/2017. Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas

30/05/2017. Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas Metabolismo: soma de todas as transformações químicas que ocorrem em uma célula ou organismo por meio de reações catalisadas por enzimas Metabolismo energético: vias metabólicas de fornecimento de energia

Leia mais

Universidade Salgado de Oliveira Disciplina de Bioquímica Básica Lipídios e metabolismo

Universidade Salgado de Oliveira Disciplina de Bioquímica Básica Lipídios e metabolismo Universidade Salgado de Oliveira Disciplina de Bioquímica Básica Lipídios e metabolismo Profª Larissa dos Santos Lipídios Os lipídios são moléculas com uma característica comum: são moléculas hidrofóbicas,

Leia mais

Dosagem de Colesterol em Massas. 1.Introdução

Dosagem de Colesterol em Massas. 1.Introdução Dosagem de Colesterol em Massas 1.Introdução Colesterol é um lipídeo encontrado nas células de todos os tecidos. Existe uma crença, inclusive entre os químicos, que plantas não contém colesterol. Este

Leia mais

MEMBRANAS BIOLÓGICAS E TRANSPORTE

MEMBRANAS BIOLÓGICAS E TRANSPORTE MEMBRANAS BIOLÓGICAS E TRANSPORTE Funções das membranas celulares Definem limites externos das células Dividem compartimentos Regulam o trânsito das moléculas Manutenção do equilíbrio com o meio Participam

Leia mais

LIPÍDEOS, LIPÍDIOS OU LÍPEDOS AULA 3

LIPÍDEOS, LIPÍDIOS OU LÍPEDOS AULA 3 LIPÍDEOS, LIPÍDIOS OU LÍPEDOS AULA 3 Bioquímica de LIPÍDEOS LIPÍDEOS Moléculas apolares. Insolúveis em água. Solúveis em solventes orgânicos (álcool, éter e clorofórmio). Não formam polímeros. 4 PRINCIPAIS

Leia mais

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares; Rui Fontes 1- O colesterol é uma substância cuja estrutura contém um núcleo ciclo-pentano-peridro-fenantreno hidroxilado

Leia mais

Outros terpenos. q Cada grama de gordura è 9 kcal. q Fonte de ácidos graxos essenciais q Maior reserva energética

Outros terpenos. q Cada grama de gordura è 9 kcal. q Fonte de ácidos graxos essenciais q Maior reserva energética 23/02/17 DEFINIÇÃO Substâncias caracterizadas pela sua baixa solubilidade em água e alta solubilidade em solventes orgânicos (éter, álcool e clorofórmio). HIDROFÓBICAS (APOLARES) LIPÍDIOS LIPÍDIOS Ácidos

Leia mais

Cardiologia. Prof. Claudia Witzel

Cardiologia. Prof. Claudia Witzel Cardiologia Introdução Disfunções circulatórias levam as pessoas a adoecerem. Origem congênita ( já nasce com a doença, como a deficiência na formação de válvulas cardíacas) Origem infecciosa ( bactérias

Leia mais

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol; Rui Fontes Índice 1- A esmagadora maioria dos triacilgliceróis do organismo está no tecido adiposo...1 2- Os triacilgliceróis

Leia mais

Terapia Ocupacional. Fisilogia

Terapia Ocupacional. Fisilogia Curso: Terapia Ocupacional Disciplina: Fisilogia Aula: Membrana Plasmática Profº. Ms. Rafael Palhano Fedato rafapalha@gmail.com Membrana Plasmática ou Membrana celular É uma dupla camada de lipídios com

Leia mais

O 2 CO 2 + H 2 O. Absorção da glicose, glicólise e desidrogénase do piruvato. ADP + Pi. nutrientes ATP

O 2 CO 2 + H 2 O. Absorção da glicose, glicólise e desidrogénase do piruvato. ADP + Pi. nutrientes ATP Absorção da glicose, glicólise e desidrogénase do piruvato Em todas as células ocorre continuamente a hidrólise do ATP (formando ADP + a uma velocidade tal que, mesmo em repouso, todo o stock de ATP se

Leia mais

Lipídeos de importância fisiológica. Visão geral do metabolismo dos lipídeos. Fundamentos de Bioquímica em Peixes

Lipídeos de importância fisiológica. Visão geral do metabolismo dos lipídeos. Fundamentos de Bioquímica em Peixes Lipídeos de importância fisiológica Visão geral do metabolismo dos lipídeos Fundamentos de Bioquímica em Peixes 2018 Lipídeos de importância fisiológica Grupo heterogêneo de compostos gorduras, óleos,

Leia mais

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON 1) O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui função endócrina e exócrina. Na porção endócrina, o pâncreas produz dois hormônios: a insulina e o Esses hormônios

Leia mais

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares; Rui Fontes 1- O colesterol é uma substância cuja estrutura contém um núcleo ciclo-pentano-peridro-fenantreno hidroxilado

Leia mais

MEMBRANA PLASMÁTICA: CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES

MEMBRANA PLASMÁTICA: CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES MEMBRANA PLASMÁTICA: CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES (PLASMALEMA OU MEMBRANA CITOPLASMÁTICA OU MEMBRANA CELULAR) Estrutura A estrutura predominante da membrana plasmática é lipoproteica, ou seja, a maior parte

Leia mais

Membranas biológicas

Membranas biológicas Membranas biológicas Membrana celular Estrutura, organização e função Exemplos da importância no funcionamento de um organismo animal Biofísica Vet. 2019 - FCAV/UNESP Membrana celular (estrutura) Células

Leia mais

Lípidos. Fonte de energia (ligações C-H) Forma eficiente de armazenar calorias em excesso

Lípidos. Fonte de energia (ligações C-H) Forma eficiente de armazenar calorias em excesso Lípidos Funções Fonte de energia (ligações C-H) Forma eficiente de armazenar calorias em excesso Integram as membranas celulares papel importante na estrutura celular 1 Ácidos gordos Saturados Não saturados

Leia mais

Transporte Intracelular Tráfego vesicular: secreção e endocitose

Transporte Intracelular Tráfego vesicular: secreção e endocitose Transporte Intracelular Tráfego vesicular: secreção e endocitose Prof. Dr. Luis Lamber0 Março 2017 O sistema de endomembranas RE, Complexo de Golgi, endossomos, lisossomos e membrana plasmá6ca compõem

Leia mais

Slide 1. Slide 2. Slide 3 TERAPIA NUTRICIONAL ESTADO NUTRICIONAL

Slide 1. Slide 2. Slide 3 TERAPIA NUTRICIONAL ESTADO NUTRICIONAL Slide 1 BIOQUÍMICA E METABOLISMO DOS MACRONUTRIENTES NA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL E PARENTERAL Profa. Dra. Maria Rosimar Teixeira Matos Docente do Curso de Nutrição da UECE Slide 2 TERAPIA NUTRICIONAL

Leia mais

EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE

EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE EXAMES LABORATORIAIS PROF. DR. CARLOS CEZAR I. S. OVALLE EXAMES LABORATORIAIS Coerências das solicitações; Associar a fisiopatologia; Correlacionar os diversos tipos de exames; A clínica é a observação

Leia mais

Lipídeos de armazenamento. (Gorduras e óleos) Substâncias que originam ácidos graxos e usadas como moléculas que armazenam energia nos seres vivos.

Lipídeos de armazenamento. (Gorduras e óleos) Substâncias que originam ácidos graxos e usadas como moléculas que armazenam energia nos seres vivos. Disciplina Bioquímica II FCAV/UNESP Cristiane Moretto Doutoranda em Microbiologia Agropecuária Lipídeos de armazenamento (Gorduras e óleos) Substâncias que originam ácidos graxos e usadas como moléculas

Leia mais

21/10/2014. Referências Bibliográficas. Produção de ATP. Substratos Energéticos. Lipídeos Características. Lipídeos Papel no Corpo

21/10/2014. Referências Bibliográficas. Produção de ATP. Substratos Energéticos. Lipídeos Características. Lipídeos Papel no Corpo Referências Bibliográficas Livro: McArdle & Katch & Katch. Fisiologia do Exercício: Metabolismo de Lipídeos Durante o Exercício Físico Aeróbico Prof. Dr. Paulo Rizzo Ramires Escola de Educação Física e

Leia mais

Compostos orgânicos Lipídios. Professor Thiago Scaquetti de Souza

Compostos orgânicos Lipídios. Professor Thiago Scaquetti de Souza Compostos orgânicos Lipídios Professor Thiago Scaquetti de Souza Lipídios Os lipídios são compostos orgânicos caracterizados por serem oleosos ou gordurosos, insolúveis em água e solúveis em solventes

Leia mais

Aterosclerose. Aterosclerose

Aterosclerose. Aterosclerose ATEROSCLEROSE TROMBOSE EMBOLIA Disciplinas ERM 0207/0212 Patologia Aplicada à Enfermagem Profa. Dra. Milena Flória-Santos Aterosclerose Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública Escola

Leia mais

Biossíntese de Lipídeos. Profa. Alana Cecília

Biossíntese de Lipídeos. Profa. Alana Cecília Biossíntese de Lipídeos Profa. Alana Cecília Biossíntese de Lipídeos Introdução Variedade de estruturas químicas: reserva de energia; componentes de membranas; vitaminas; detergentes (bile); transportadores

Leia mais

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares

Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares Metabolismo do colesterol e ácidos biliares; Rui Fontes 1- O colesterol é uma substância cuja estrutura contém um núcleo ciclo-pentano-peridro-fenantreno hidroxilado

Leia mais

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol 1- O tecido adiposo contém cerca de 95% dos lipídeos do organismo e constitui a mais abundante reserva energética do organismo. Num indivíduo normal de 70 kg,

Leia mais

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO E DE LIPÍDIOS

REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO E DE LIPÍDIOS REGULAÇÃO HORMONAL DO METABOLISMO DO GLICOGÊNIO E DE LIPÍDIOS Tiroxina Epinefrina (adrenalina) Glucagon Insulina Hormônios esteroides: Cortisol (Suprarenal) Progesterona Testosterona Estradiol Aldosterona

Leia mais

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO Solvente dos líquidos orgânicos (sangue, linfa, substâncias intracelulares e material intercelular dos tecidos). Veículo de substâncias que passam através da membrana plasmática entre o meio extracelular

Leia mais

Biologia. Alexandre Bandeira (Julio Junior) Membrana e Organelas

Biologia. Alexandre Bandeira (Julio Junior) Membrana e Organelas Membrana e Organelas Membrana e Organelas 1. As funções das células estão relacionadas com sua estrutura e com sua atividade metabólica. Apresenta-se abaixo uma tabela em que estão discriminadas, em porcentagens,

Leia mais

Membrana Plasmática. Dra. Maria Izabel Gallão

Membrana Plasmática. Dra. Maria Izabel Gallão Membrana Plasmática Composição química A composição química das membranas oscila em torno dos valores médios de 60% de proteínas e 40% de lipídios. Associados às proteínas e os lipídios encontram-se açúcares,

Leia mais

Lipídeos, Membranas e Transporte

Lipídeos, Membranas e Transporte Lipídeos, Membranas e Transporte Lipídeos Compostos insolúveis em água Estruturalmente diversos Diversas funções estoque de energia insulação impermeabilidade membranas cofatores de enzimas/vitaminas pigmentos

Leia mais

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol

Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol Metabolismo dos triacilgliceróis e do etanol 1- O tecido adiposo contém cerca de 95% dos lipídeos do organismo e constitui a mais abundante reserva energética do organismo. Num indivíduo normal de 70 kg,

Leia mais

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON

GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON GUIA DE ESTUDOS INSULINA E GLUCAGON 1) O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, possui função endócrina e exócrina. Na porção endócrina, o pâncreas produz dois hormônios: a insulina e o Esses hormônios

Leia mais

Membrana Celular: Bicamada Lipídica. Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Membrana Celular: Bicamada Lipídica. Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto Membrana Celular: Bicamada Lipídica Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto BICAMADA LIPÍDICA Bicamada Formada por 50% de lipídeos (latu senso); As moléculas das membranas são anfipáticas; Lipídeos

Leia mais

Fisiologia: Digestão, Respiração e Circulação

Fisiologia: Digestão, Respiração e Circulação Fisiologia: Digestão, Respiração e Circulação Fisiologia: Digestão, Respiração e Circulação 1. Um laboratório analisou algumas reações ocorridas durante o processo de digestão do amido em seres humanos.

Leia mais

O pâncreas é constituído por dois tipos principais de tecidos: (1) os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno, e (2) as ilhotas de

O pâncreas é constituído por dois tipos principais de tecidos: (1) os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno, e (2) as ilhotas de 1 2 3 O pâncreas é constituído por dois tipos principais de tecidos: (1) os ácinos, que secretam sucos digestivos no duodeno, e (2) as ilhotas de Langerhans, que secretam insulina, glucagon e somatostatina

Leia mais

Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Morfologia Biologia Celular BIOMEMBRANAS

Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Morfologia Biologia Celular BIOMEMBRANAS Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Morfologia 207024 - Biologia Celular Aula 1: Biomembranas Professora Marlúcia Bastos Aires BIOMEMBRANAS Envolvem

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA GLICÓLISE Dra. Flávia Cristina Goulart CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus de Marília flaviagoulart@marilia.unesp.br Glicose e glicólise Via Ebden-Meyerhof ou Glicólise A glicólise,

Leia mais

ATEROSCLEROSE E ANGINA PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO

ATEROSCLEROSE E ANGINA PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO ATEROSCLEROSE E ANGINA PROF. RENATA TORRES ABIB BERTACCO CONTEÚDO DA AULA: Fisiopatologia e Dietoterapia - Aterosclerose Fisiopatologia da Angina Vídeo - Aterosclerose Atividade V DIRETRIZ BRASILEIRA DE

Leia mais

Barriguinha Para que te quero?

Barriguinha Para que te quero? Barriguinha Para que te quero? Em tempos idos dizia-se que gordura é formosura, mas hoje sabe-se os perigos que se escondem atrás de uma grande barriguinha. Para além do impacto na autoestima, se a gordura

Leia mais

Estrutura, digestão e absorção de lipídeos

Estrutura, digestão e absorção de lipídeos Estrutura, digestão e absorção de lipídeos Índice 1- Os triacilgliceróis contêm três resíduos de ácidos gordos e um resíduo de glicerol... 1 2- Estrutura e nomemclatura dos ácidos gordos saturados, monoinsaturados

Leia mais

Bio. Monitor: Carolina Matucci

Bio. Monitor: Carolina Matucci Bio. Professor: Nelson Paes Monitor: Carolina Matucci Exercícios Lipídios 20 mar EXERCÍCIOS DE AULA 1. O colesterol é um esteroide, que constitui um dos principais grupos de lipídios. Com relação a esse

Leia mais

A Diabetes É uma doença metabólica Caracteriza-se por um aumento dos níveis de açúcar no sangue hiperglicemia. Vários factores contribuem para o apare

A Diabetes É uma doença metabólica Caracteriza-se por um aumento dos níveis de açúcar no sangue hiperglicemia. Vários factores contribuem para o apare Diabetes Mellitus Tipo I Licenciatura em Bioquímica 1º ano 2005/2006 Duarte Nuno Amorim dos Santos A Diabetes É uma doença metabólica Caracteriza-se por um aumento dos níveis de açúcar no sangue hiperglicemia.

Leia mais

Membrana Plasmática Estrutura e Função

Membrana Plasmática Estrutura e Função Universidade Federal do Amazonas ICB Dep. Morfologia Disciplina: Biologia Celular Aulas Teóricas Membrana Plasmática Estrutura e Função Prof: Dr. Cleverson Agner Ramos Visão Geral das Membranas Biológicas

Leia mais

Fisiologia do Sistema Endócrino. Pâncreas Endócrino. Anatomia Microscópica. Anatomia Microscópica

Fisiologia do Sistema Endócrino. Pâncreas Endócrino. Anatomia Microscópica. Anatomia Microscópica Fisiologia do Sistema Endócrino Pâncreas Endócrino Prof. Dr. Leonardo Rigoldi Bonjardim Profa. Adjunto do Depto. De Fisiologia-CCBS-UFS Material disponível em: http://www.fisiologiaufs.xpg.com.br 2006

Leia mais

fluxo sanguineo colesterol HDL colesterol LDL

fluxo sanguineo colesterol HDL colesterol LDL colesterol 1 2 3 fluxo sanguineo colesterol HDL colesterol LDL O que é o colesterol? O colesterol é uma gordura (designada por lípido ) que existe no sangue, em todas as células do corpo humano. É um componente

Leia mais

Por não serem solúveis na água, os lípidos circulam no plasma sob a forma de lipoproteínas. Os ácidos gordos livres circulam ligados à albumina.

Por não serem solúveis na água, os lípidos circulam no plasma sob a forma de lipoproteínas. Os ácidos gordos livres circulam ligados à albumina. LIPOPROTEÍNAS E DISLIPIDÉMIAS Por não serem solúveis na água, os lípidos circulam no plasma sob a forma de lipoproteínas. Os ácidos gordos livres circulam ligados à albumina. Transporte dos lípidos Classificação

Leia mais

Epinefrina, glucagon e insulina. Hormônios com papéis fundamentais na regulação do metabolismo

Epinefrina, glucagon e insulina. Hormônios com papéis fundamentais na regulação do metabolismo Epinefrina, glucagon e insulina Hormônios com papéis fundamentais na regulação do metabolismo Epinefrina ou adrenalina Estímulos para a secreção de epinefrina: Perigos reais ou imaginários Exercício físico

Leia mais

LITERATURA CIPROFIBRATO ANTIHIPERTRIGLICERIDÊMICO

LITERATURA CIPROFIBRATO ANTIHIPERTRIGLICERIDÊMICO CIPROFIBRATO ANTIHIPERTRIGLICERIDÊMICO Uso: Interno Fator de Correção: Não se aplica Fator de Equivalência: Não se aplica As complicações da aterosclerose, tais como infarto do miocárdio, AVC e doença

Leia mais

SISTEMA DIGESTIVO. Vera Campos. Disciplina: Anatomia e Fisiologia. Programa Nacional de Formação em Radioterapia

SISTEMA DIGESTIVO. Vera Campos. Disciplina: Anatomia e Fisiologia. Programa Nacional de Formação em Radioterapia Disciplina: Anatomia e Fisiologia SISTEMA DIGESTIVO Vera Campos Programa Nacional de Formação em Radioterapia Sistema Digestivo O sistema digestivo é formado pelo tubo digestivo: Cavidade oral, Esôfago,

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS

Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Biologia Bioquímica Metabólica ENZIMAS Origem das proteínas e de suas estruturas Níveis de Estrutura Protéica Estrutura das proteínas Conformação

Leia mais

BIOLOGIA. Moléculas, células e tecidos. Estrutura e fisiologia da Membrana Plasmática - Parte 1. Professor: Alex Santos

BIOLOGIA. Moléculas, células e tecidos. Estrutura e fisiologia da Membrana Plasmática - Parte 1. Professor: Alex Santos BIOLOGIA Moléculas, células e tecidos Estrutura e fisiologia da Membrana Plasmática - Parte 1 Professor: Alex Santos Tópicos em abordagem: Estrutura e fisiologia da Membrana Plasmática - Parte 1 Parte

Leia mais

Biologia. Alexandre Bandeira (Rebeca Khouri) Citologia

Biologia. Alexandre Bandeira (Rebeca Khouri) Citologia Citologia Citologia 1. pois é um componente importante ao organismo. Porém, o aumento das partículas LDL (lipoproteína de baixa densidade), que transportam o colesterol no plasma sanguíneo, leva à formação

Leia mais

Introdução à Bioquímica. Lipídeos. Dra. Fernanda Canduri Laboratório de Sistemas BioMoleculares. Departamento de Física.. UNESP. www.

Introdução à Bioquímica. Lipídeos. Dra. Fernanda Canduri Laboratório de Sistemas BioMoleculares. Departamento de Física.. UNESP. www. Introdução à Bioquímica Lipídeos Dra. Fernanda Canduri Laboratório de Sistemas BioMoleculares. Departamento de Física.. UNESP São José do Rio Preto - SP. Tópicos! Classificação dos lipídeos! Ácidos graxos!

Leia mais

Metabolismo de Lipídeos: β-oxidação de ácidos graxos

Metabolismo de Lipídeos: β-oxidação de ácidos graxos Metabolismo de Lipídeos: β-oxidação de ácidos graxos Metabolismo de Lipídeos A partir de triglicerídeos Digestão ação da enzima lipase Ativação formação de Acil-Coenzima A Transporte para o interior da

Leia mais

Digestão e Absorção de Proteínas

Digestão e Absorção de Proteínas Digestão e Absorção de Proteínas ruifonte@med.up.pt Departamento de Bioquímica da Faculdade de Medicina do Porto 1 As proteínas são formadas por resíduos de aminoácidos ligados entre si (numa cadeia linear)

Leia mais