OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)
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- Cármen Viveiros Freire
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1 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE) Lucimar Aparecida Françoso Definições: Lactente ou bebê: menor de um ano de idade Criança: de um ano até antes do início da puberdade (detectado na urgência pela presença de broto mamário na menina e pelos axilares no menino) Responsiva: criança alerta ou que apresenta resposta ao estímulo verbal e tátil Não responsiva: criança que não apresenta resposta ao ser estimulada Causas de Obstrução das Vias Aéreas por Corpo Estranho: No bebê: principalmente líquidos Na criança: objetos sólidos (alimentos, pequenos objetos, peças de brinquedos, etc.) Como reconhecer a OVACE: Início súbito de angústia respiratória Tosse Restrição para falar Respiração ruidosa (estridor) Chiado Classificação da obstrução: Leve: vítima ainda consegue tossir e emitir alguns sons Grave: vítima não consegue tossir ou emitir qualquer som as manobras apresentadas a seguir são indicadas para os casos de obstrução das vias aéreas por objetos sólidos, pois esses objetos podem ocasionar obstrução completa das vias aéreas superiores. OBSTRUÇÃO LEVE NA CRIANÇA RESPONSIVA Perguntar: Você está engasgado? Não interferir Acalmar a vítima Incentivar tosse vigorosa Observar atenta e constantemente Se evoluir para obstrução grave: intervir OBSTRUÇÃO GRAVE NA CRIANÇA RESPONSIVA Sinais clínicos: Não consegue tossir (tosse silenciosa ou inefetiva) Não emite qualquer som Início súbito de grave dificuldade respiratória Sinal de angústia (sinal universal da asfixia: leva as mãos ao pescoço)
2 Abaixar-se, posicionando-se atrás da criança; Fechar uma das mãos em punho e posicioná-la no abdome da vítima, na linha média, entre o umbigo e o apêndice xifoide (sem tocá-lo), com o polegar voltado para o abdome, colocando a outra mão sobre esta; Aplicar compressões rápidas, pressionando essa região para dentro e para cima, simulando a letra jota; Realizar as manobras até a saída do objeto ou até a criança tornar-se não responsiva; Dosar a força aplicada; Após a saída do corpo estranho, oferecer oxigênio por máscara. OBSTRUÇÃO GRAVE NA CRIANÇA QUE SE TORNA NÃO RESPONSIVA Checar responsividade: não responsiva; Checar respiração: respiração ausente ou anormal (gasping: respiração lenta e irregular); Pedir ajuda: acionamento do serviço de emergência (192 ou 193); Iniciar RCP (ressuscitação cardiopulmonar), começando pelas compressões torácicas; Não checar pulso; Colocar a criança sobre superfície rígida; Realizar 30 compressões torácicas enquanto houver um profissional atuando (na metade inferior do esterno, com uma ou duas mãos, deprimindo pelo menos 1/3 do diâmetro ântero-posterior do tórax cerca de 5 cm);
3 A seguir, abrir as vias aéreas (com inclinação da cabeça e elevação do queixo); Antes de oferecer as ventilações, inspecionar a cavidade oral, retirando o objeto com os dedos em pinça, se visível e facilmente alcançável; Ventilar uma vez e se o ar não passar (ou seja, o tórax não expandir), reposicionar a cabeça, abrir as vias aéreas e ventilar novamente; Se o ar não passar, Realizar 30 compressões torácicas (com 1 profissional) ou 15 compressões (com 2 profissionais); Repetir ciclos de compressões e ventilações (30:2 se 1 profissional ou 15:2, se 2 profissionais) até que o objeto seja expelido; Trocar o profissional que realiza as compressões a cada 2 minutos (ou 5 ciclos de 30:2 ou 10 ciclos de 15:2); Caso o objeto seja expelido ou ocorra passagem do ar (expansão torácica) e respiração espontânea, oferecer oxigênio por máscara. OBSTRUÇÃO GRAVE NO BEBÊ RESPONSIVO Sinais clínicos: Início súbito de grave dificuldade respiratória; Choro fraco ou silencioso; Tosse silenciosa ou inefetiva. Realizar ciclos repetidos de 5 golpes no dorso (entre as escápulas) seguidos de 5 compressões torácicas (logo abaixo da linha intermamilar), até que o objeto seja expelido ou a vítima se torne não responsiva.
4 OBSTRUÇÃO GRAVE NO BEBÊ QUE SE TORNA NÃO RESPONSIVO Checar responsividade: não responsiva; Checar respiração: respiração ausente ou anormal (gasping: respiração lenta e irregular); Pedir ajuda: acionamento do serviço de emergência (192 ou 193); Iniciar RCP (ressuscitação cardiopulmonar), começando pelas compressões torácicas; Não checar pulso; Colocar o bebê sobre superfície rígida; Realizar 30 compressões torácicas (enquanto houver um profissional atuando) sobre o esterno, logo abaixo da linha intermamilar (comprimir com dois dedos); deprimir pelo menos 1/3 do diâmetro ântero-posterior do tórax (cerca de 4 cm);
5 A seguir, abrir as vias aéreas (com inclinação da cabeça e elevação do queixo); Antes de oferecer as ventilações, inspecionar a cavidade oral, retirando o objeto com os dedos em pinça, se visível e facilmente alcançável; Ventilar uma vez e se o ar não passar (ou seja, o tórax não expandir), reposicionar a cabeça, abrir as vias aéreas e ventilar novamente; Se o ar não passar, Realizar 30 compressões torácicas (1 profissional) ou 15 compressões (2 profissionais); Repetir ciclos de compressões e ventilações (30:2 se 1 profissional ou 15:2, se 2 profissionais) até que o objeto seja expelido; Trocar o profissional que realiza as compressões a cada 2 minutos (5 ciclos de 30:2 ou 10 ciclos de 15:2); Caso o objeto seja expelido ou ocorra passagem do ar (expansão torácica) e respiração espontânea, oferecer oxigênio por máscara. Os resultados da ressuscitação em bebês e crianças são melhores quando se combina compressão torácica e ventilação. Entretanto, se a pessoa que socorre não estiver treinada para realizar as ventilações ou for incapaz de fazê-lo, esse socorrista leigo deve continuar com compressões torácicas (Hands-Only) até que a ajuda chegue. Bibliografia: 1. AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cadiovascular Care. Part 11: Pediatric Basic Life Support. Circulation; 112 (Suppl I):IV156-66, AMERICAN HEART ASSOCIATION. AHA Guidelines for Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency Cadiovascular Care. Part 13: Pediatric Basic Life Support. Circulation; 122:S862-S875, AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCD e ACE. Disponível em: a%c3%a7%c3%a3o_urg_e_emerg.pdf. Acessado em
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