NOTAS DO AUTOR. O Autor

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "NOTAS DO AUTOR. O Autor"

Transcrição

1

2 NOTAS DO AUTOR 1. O índice de criminalidade e suas espécies fisionomicamente alteradas pela sofisticação tecnológica, bem como a rejeição social dos apenados e seus reflexos no incremento da reincidência, são alguns dos fatores que exigem o aprimoramento dos instrumentos jurídicos de contenção do crime. Neste sentido, sem perder a clareza e precisão, procuramos nesta obra trazer conhecimentos sólidos para os acadêmicos e profissionais que es tarão inseridos em um ambiente social, onde a legislação penal continua inadequada às exigências da sociedade brasileira. 2. A obra foi cuidadosamente elaborada para oferecer ao leitor uma visão moderna do direito penal, além de se apresentar tecnicamente de forma bem estruturada e organizada, e com a metodologia dos estudos devidamente padronizada para facilitar sobremaneira a assimilação e o devido entendimento no âmbito prático desses tipos penais. 3. Procuramos desenvolver cada assunto de forma mais simples possível (mas não superficial), utilizan do preferencialmente os exemplos clássicos da doutrina. Quando a ideia é de outros autores, citamos a fonte com todos os dados bibliográficos, evitando a utilização do sistema da op. cit. (obra citada) que acaba gerando sérias dificuldades de pesquisa ao leitor quando o autor tem várias obras, e principalmente quando mais de uma é editada no mesmo ano. 4. Alguns poderão enganar a muitos por algum tempo, mas ninguém jamais conseguirá enganar a todos por todo o tempo (Abraham Lincoln). 5. O analfabeto do ano 2000 não será o que não sabe ler e escrever, mas o que não conseguir aprender, desaprender e reaprender (Alvin Tofler). 6. Chegará o dia em que os homens conhecerão a alma dos animais e nesse dia um crime contra um animal será um crime contra a humanidade (Leonardo da Vinci). 7. "Há homens que lutam um dia e estes são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida. Esses são os imprescindíveis" (Berlolt Brecht). 8. Agradeço e acolho com humildade as críticas sobre eventuais falhas, como também as sugestões para o aperfeiçoamento deste trabalho. O Autor 27

3 28

4 O LIVRO E SUA ATUALIZAÇÃO O livro aborda detalhadamente os Títulos VI a IX da Parte Especial do Código Penal (arts. 213 a 288-A), de forma didaticamente padronizada, técnica e completa. Atualizado de acordo com os diplomas legais que implicam alterações do Direito Penal objetivo material e com as mais recentes decisões dos Tribunais. Especialmente dirigido aos graduandos de Direito, bem como aos profissionais no que diz respeito à solução dos problemas surgidos na aplicação da lei penal. Sua finalidade é clara: fornecer conteúdo suficiente e atualizado para os profissionais e àqueles que precisam conhecer ou recordar, de forma rápida, organizada e padronizada, a matéria em questão, em função de provas e concursos públicos. Nosso esforço foi no sentido de alcançar clareza, concisão, simplicidade (não superficialidade) no estudo, de analisar sistematicamente os delitos objeto deste volume 3, em consonância com os temas penais que os envolvem, facilitando sobremaneira a pesquisa do leitor. Trata-se, portanto, de uma preciosa fonte de consulta para profissionais da área penal e candidatos a concursos públicos de ingresso em carreiras jurídicas. Ainda, uma última novidade: o livro é atualizado constantemente, inclusive com participações ao vivo, permitindo interatividade entre autor e leitores. Acreditamos que essa é uma nova forma de ser autor: um autor que quer abrir diálogo com o leitor do livro, que pretende manter-se atualizado e alcançar mais conhecimento. Esperamos (re)encontrá-lo em breve, para que possamos prosseguir o diálogo, agora, contando com sua presença mais próxima. Veja as atualizações deste livro: direitopenal.atualidadesdodireito.com.br 29

5 30

6 Parte I Dos crimes contra a dignidade sexual 31

7 32

8 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Título VI do Código Penal, com a nova redação dada pela Lei /2009 (em consonância com a evolução social e como desdobramento dos trabalhos da CPI da Pedofilia ), passou a prever os Crimes contra a dignidade sexual, alterando a respectiva redação anterior que previa os Crimes contra os costumes, pois tal expressão já não traduzia a realidade do bem juridicamente protegido. Ao eleger a dignidade sexual como bem jurídico protegido, o Código Penal estabelece a devida sintonia com o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III). Toda pessoa humana tem o direito de exigir respeito em relação à sua vida sexual, como também tem a obrigação de respeitar as opções sexuais alheias e para tanto deve o Estado assegurar os devidos meios. Embora a dignidade ou não de certo ato sexual é algo subjetivo e incerto, pois o que é digno para um pode não ser para outro, e vice-versa 1, verifica-se que é penalmente relevante, em matéria de sexualidade, somente conduta que se relaciona à relação sexual não consentida (seja por força de coação ou fraude), à exploração por terceiros e à cometida contra vítimas que a lei considera vulneráveis. Em outros casos, deve prevalecer o direito à liberdade e à intimidade das pessoas. 2 O quadro abaixo demonstra a estrutura do Código Penal em relação aos crimes contra a dignidade sexual: PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL TITULO VI DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL CAPÍTULO CRIMES ARTIGOS I Dos crimes contra a liberdade sexual 213 a 216-A II Dos crimes sexuais contra vulnerável 217-A a 218-B III Do rapto revogado pela Lei / a 222 IV Disposições gerais crimes contra a liberdade sexual e crimes sexuais contra vulnerável 225 e 226 V Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fim de prostituição ou outra forma de exploração sexual 227 a 231-A VI Do ultraje público ao pudor 233 e 234 VII Disposições gerais crimes contra a dignidade sexual 234-A e 234-B 1. DELMANTO, Celso, Roberto, Roberto Júnior e Fábio. Código Penal Comentado. São Paulo: Saraiva, 8ª ed., 2011, p JESUS, Damásio E. de. Direito Penal Parte Geral Volume 3. São Paulo: Saraiva, 20ª ed., 2011, p

9 34

10 01 CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Sumário: 1. Estupro 2. Atentado violento ao pudor 3. Violação sexual mediante fraude 4. Atentado ao pudor mediante fraude 5. Assédio Sexual ESTUPRO Introdução O crime de estupro consiste no fato de o agente constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso (CP, art. 213, caput). São quatro os elementos que integram o delito: (1) constrangimento decorrente da violência física (vis corporalis) ou da grave ameaça (vis compulsiva); (2) dirigido a qualquer pessoa, seja do sexo feminino ou masculino; (3) para ter conjunção carnal; (4) ou, ainda, para fazer com que a vítima pratique ou permita que com ela se pratique qualquer ato libidinoso. O estupro, consumado ou tentado, em qualquer de suas figuras (simples ou qualificadas), é crime hediondo (Lei 8.072/90, art. 1º, V) Classificação doutrinária Trata-se de crime comum (aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa), plurissubsistente (costuma se realizar por meio de vários atos), comissivo (decorre de uma atividade positiva do agente constranger ) e, excepcionalmente, comissivo por omissão (quando o resultado deveria ser impedido pelos garantes art. 13, 2º, do CP), de forma vinculada (somente pode ser cometido pelos meios de execução previstos no tipo penal: violência ou grave ameaça), material (só se consuma com a produção do resultado conjunção carnal ou outro ato libidinoso), de dano (só se consuma com a efetiva lesão ao bem jurídico protegido, a liberdade sexual da vítima), instantâneo (uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga), monossubjetivo (pode ser praticado por um único agente), doloso (não há previsão de modalidade culposa), não transeunte (quando praticado de forma que deixa vestígios), ou transeunte (quando praticado de forma que não deixa vestígios) Objetos jurídico e material O objeto jurídico do crime de estupro é a liberdade sexual. As pessoas têm o direito de dispor do próprio corpo como também a plena liberdade de escolha do parceiro 35

11 sexual, para com ele, de forma consensual, praticar a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Objeto material é a pessoa constrangida, sobre a qual recai a conduta criminosa do agente Sujeitos do delito A Lei /2009 transformou o delito de estupro em crime comum, assim, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (homem ou mulher), uma vez que o tipo penal não mais exige nenhuma qualidade especial do agente. Assim, é possível que haja estupro cometido por homem contra mulher, homem contra homem, mulher contra homem e mulher contra mulher. 1 Durante muito tempo entendeu-se que, com o casamento, o homem teria o direito de exigir da mulher a prática de relação sexual pelo chamado débito conjugal valendo-se inclusive da violência ou grave ameaça, sob o manto da excludente de ilicitude do exercício regular de direito. Hoje em dia esse posicionamento se modificou na doutrina e na jurisprudência, entendendo-se que, embora com o casamento surja para os cônjuges o direito de manterem relações sexuais um com o outro, indistintamente, verifica-se, porém, que esse direito não pode ser exercido mediante o constrangimento com o emprego de violência ou grave ameaça. Em suma: esse direito apenas garante aos cônjuges o direito de postular o término da sociedade conjugal, em razão de violação dos deveres do casamento, nos termos da legislação civil (CC, art ). Sujeito passivo é qualquer pessoa (homem ou mulher), independentemente de suas qualidades (honesta ou desonesta, recatada ou promíscua, virgem ou não, casada ou solteira, velha ou jovem). Entretanto, tratando-se de vítimas vulneráveis, o crime será o de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A) Conduta típica O núcleo do tipo penal está representado pelo verbo constranger (compelir, coagir, obrigar, forçar), tendo como objeto material qualquer pessoa (alguém), e as seguintes finalidades: (1) ter conjunção carnal; (2) praticar outro ato libidinoso; (3) permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Para constranger a vítima, pode o sujeito se valer da violência ou grave ameaça, que são os meios de execução do crime de estupro, legalmente previstos no dispositivo legal em estudo. A fraude não é meio de execução do crime de estupro, caso em que o delito será o de violação sexual mediante fraude (CP, art. 215). 1. Antes da Lei /2009, o crime de estupro era bipróprio, exigindo condição especial dos sujeitos ativo e passivo. Assim, somente o homem poderia ser sujeito ativo e somente a mulher sujeito passivo. Com essa lei, o atual crime de estupro, previsto no art. 213 do Código Penal, representa a junção dos antigos delitos de estupro (art. 213) e atentado violento ao pudor (art. 214). Assim, o crime de estupro passou a ser bicomum, ou seja, qualquer pessoa pode figurar tanto como sujeito ativo quanto como sujeito passivo. 36

12 Violência é o emprego de força física (vis absoluta) capaz de dificultar, paralisar ou impossibilitar a real ou suposta capacidade de resistência da vítima, resultando em vias de fato ou lesão corporal. Pode ser direta ou imediata quando empregada contra o titular do bem jurídico tutelado, ou indireta ou mediata quando empregada a terceiros ligados à vítima por relações de amizade e parentesco. Grave ameaça também denominada de violência moral (vis compulsiva) é a promessa da prática de um mal a alguém, de acordo com a vontade do agente, consistente na ação ou omissão, capaz de perturbar a liberdade psíquica e a tranqüilidade da vítima. O mal grave (material, moral, econômico, profissional, familiar etc.) prometido na ameaça deve ser certo (não vago), verossímil (passível de ocorrer), iminente (que está para ocorrer e não previsto para um futuro longínquo) e inevitável (que o ameaçado não possa evitar). Não é necessário que o agente tenha intenção ou efetiva condição para concretizar a ameaça (praticar o mal prometido), basta que a ameaça seja séria, capaz de intimidar. A ameaça também pode ser direta ou imediata quando dirigida contra a vítima, titular do bem jurídico tutelado, ou indireta ou mediata quando dirigida a terceiros ligados à vítima por relações de amizade e parentesco. Com o emprego da violência ou grave ameaça, o sujeito constrange alguém a ter conjunção carnal ou praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Conjunção carnal é a cópula vagínica, ou seja, o relacionamento sexual normal entre homem e mulher, com a penetração completa ou incompleta do pênis na vagina, com ou sem ejaculação. Ato libidinoso é aquele que visa ao prazer sexual, com exceção da conjunção carnal, tais como a masturbação, os toques íntimos, a introdução de dedos ou objetos na vagina, o sexo oral, o sexo anal etc. Entendemos que o beijo na boca, ainda que roubado, jamais poderá caracterizar ato libidinoso. Nesse caso, o crime poderá ser de constrangimento ilegal (CP, art. 146), ou a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor (LCP, art. 61), sob pena de ferir o princípio da proporcionalidade ao entender que o ato de tomar à força um beijo na boca de outrem possa ser considerado e punido severamente como crime hediondo. Para configurar o estupro é necessário o dissenso (não consentimento) sincero e positivo da vítima durante todo o ato sexual, ou seja, uma reação efetiva à vontade do agente de com ele ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ela se pratique outro ato libidinoso. Assim, não há falar-se em estupro quando a negativa não é sincera, ou se a vítima de início resistiu, mas, iniciada a conduta, consentiu o contato sexual. Para comprovar o dissenso não se exige que a vítima pratique atos heróicos. Na lição de Cesar Roberto Bitencourt, não é necessário que se esgote toda a capacidade de resistência da vítima, a ponto de colocar em risco a própria vida, para reconhecer a violência ou grave ameaça. 2 Tratando-se de vítimas vulneráveis, com ou sem o seu consentimento, o crime será o de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A). 2. BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direto Penal Parte Especial Volume 4. São Paulo: Saraiva, 6ª ed., 2012, p

13 São duas as formas, por parte da vítima, de cometer o estupro: (1) praticar é o caso em que a vítima tem participação ativa, ou seja, é ela quem pratica o ato libidinoso; (2) permitir que se pratique sugere atitude passiva da vítima, a qual é obrigada a suportar a conduta do agente. Não é necessário que haja contato físico entre o autor do constrangimento e a vítima. O agente pode, por exemplo, obrigá-la a se masturbar diante dele, sem tocá-la em momento algum. 3 Essas duas formas de cometer o delito resultam em três condutas típicas: (a) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal a vítima é obrigada a ter conjunção carnal com o agente em uma relação exclusivamente heterossexual (entre vítima mulher e agente homem ou vítima homem e agente mulher); (b) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar outro ato libidinoso nessa hipótese a relação pode ser heterossexual ou homossexual, onde a vítima (homem ou mulher) desempenha um papel ativo, pois ela pratica algum ato libidinoso diverso da conjunção carnal nela própria (exemplo: automasturbação) ou em terceiro (exemplo: felação 4 ); (c) Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso nessa hipótese a relação pode também ser heterossexual ou homossexual, mas o papel da vítima é exclusivamente passivo, pois permite que nela se pratique um ato libidinoso diverso da conjunção carnal (exemplos: sexo anal e cunnilingus 5 ). Na prática de atos libidinosos a vítima pode desempenhar, simultaneamente, papéis ativo e passivo. É o que ocorre, por exemplo, na conjunção entre a felação e o cunnilingus, onde a mulher simultaneamente realiza sexo oral no homem e dele suporta em seu corpo ato de igual natureza. 6 Não há estupro, em razão da ausência de tipicidade, o fato de o agente constranger alguém a presenciar ou assistir a uma conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Nesse caso, se a vítima tem idade igual ou superior a 14 anos, o crime é de constrangimento ilegal (CP, art. 146). Tratando-se de vítima menor de 14 anos, o crime poderá ser o de satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (CP, art. 218-A). O crime de estupro, em regra, é praticado de forma comissiva (decorrente de uma ação positiva do agente), mas, excepcionalmente, pode ser praticado de forma comissiva por omissão (quando o resultado deveria ser impedido pelos garantes art. 13, 2º, do 3. ESTEFAM, André. Direito Penal Parte Especial Volume 3. São Paulo: Saraiva, 2011, p FELAÇÃO vem do termo latim felactio, que significa sexo oral feito no órgão genital masculino, independentemente do sexo do praticante ativo (masculino ou feminino). 5. Cunnilingus tem origem no latim (cunnus = vulva e lingus = língua) que é uma forma de sexo oral que consiste em estimular os genitais femininos fazendo uso da língua e dos lábios, podendo o praticante ativo ser do sexo masculino ou feminino. 6. MASSON, Cleber Rogério. Direito Penal Parte Especial Volume 3. São Paulo: Método, 2ª ed., 2012, p

14 CP), como, por exemplo, no caso do carcereiro que, ciente da intenção dos demais detentos, nada faz para impedir que estes estuprem um companheiro de sela Elemento subjetivo O elemento subjetivo do crime de estupro é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Não se exige nenhum fim especial de agir (satisfação da lascívia ou outra qualquer). Assim, também estará configurado o estupro se a intenção do agente era humilhar a vítima, ganhar uma aposta de amigos, contar vantagem a terceiros etc. Com efeito, o que importa é que, em todos os casos, a liberdade sexual da vítima foi atingida pelo emprego da violência ou grave ameaça, sendo irrelevante a motivação do agente. 7 O tipo penal não admite a modalidade culposa Consumação e tentativa O estupro é crime material, que só se consuma com a produção do resultado naturalístico, consistente na conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Consuma-se, portanto, após o constrangimento da vítima, mediante violência ou grave ameaça: (1) na hipótese de conjunção carnal no momento da penetração completa ou incompleta do pênis na vagina, com ou sem ejaculação; (2) na hipótese de outro ato libidinoso no momento em que a vítima pratica em si mesma, no agente ou em terceira pessoa algum ato libidinoso (exemplos: masturbação, sexo oral etc.), ou no instante em que alguém atua libidinosamente sobre seu corpo (exemplos: toques íntimos, sexo anal etc.). A prática de mais de um ato libidinoso, no mesmo contexto fático e com a mesma vítima, importará em crime único, mas deverá ser levado em conta pelo juiz na dosimetria da pena. A tentativa é possível por se tratar de crime plurissubsistente (costuma se realizar por meio de vários atos), permitindo o fracionamento do iter criminis. Entretanto, diante do caso concreto, é necessário que o intérprete da lei penal faça a seguinte distinção pela análise do dolo do agente: (a) Tentativa de estupro, quando o agente visa à conjunção carnal, mas não alcança o resultado por circunstâncias alheias à sua vontade. Ocorre quando, iniciada a execução com o constrangimento da vítima, mediante violência ou grave ameaça, mesmo depois de realizar outros atos libidinosos que configurem prelúdio da cópula vagínica, ficando, porém, caracterizada a tentativa de estupro porque o agente não alcançou o resultado desejado (conjunção carnal); (b) Tentativa de estupro, quando o agente visa apenas outro ato libidinoso, mas não o alcança por circunstâncias alheias à sua vontade. Ocorre quando, iniciada a execução com o constrangimento da vítima, mediante violência ou grave ameaça, mesmo sem 7. GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado Parte Especial. São Paulo: Saraiva, 2ª ed., 2012, p

15 a realização de qualquer ato libidinoso, caracterizando a tentativa de estupro porque o agente não alcançou o resultado desejado (outro ato libidinoso). Entendemos que essa é a melhor solução em relação à tentativa do delito, mesmo reconhecendo o seguinte contrassenso: se o agente realiza qualquer ato libidinoso como prelúdio da conjunção carnal não alcançada, responde por tentativa de estupro; mas, se realiza qualquer outro ato libidinoso, quando não visa à conjunção carnal, responde por estupro consumado Figuras típicas qualificadas Os 1º e 2º, do art. 213, do Código Penal, elencam as formas qualificadas do estupro, alterando o mínimo e o máximo das penas previstas em abstrato. São três as qualificadoras (circunstâncias específicas), a saber: (a) Estupro qualificado pela lesão corporal de natureza grave ( 1º, primeira parte) Enquanto o estupro simples (tipo básico) tem pena de reclusão de 6 a 10 anos, o estupro qualificado pela lesão corporal de natureza grave tem pena de reclusão de 8 a 12 anos. A expressão lesão corporal de natureza grave foi utilizada em sentido amplo, ou seja, abrange as lesões corporais graves e gravíssimas (CP, art. 129, 1º e 2º). Eventuais lesões corporais leves, ou mera contravenção de vias de fato, decorrentes da violência empregada pelo agente ficam absorvidas pelo crime-fim (estupro). Essa qualificadora é exclusivamente preterdolosa, ou seja, pressupõe que haja dolo no estupro e culpa em relação ao resultado lesão grave. Assim, se ficar demonstrado que houve dolo (direito ou eventual) também em relação à lesão corporal, o agente responde por estupro simples em concurso material com a lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, conforme o caso. (b) Estupro qualificado pela idade da vítima ( 1º, última parte) Com a mesma pena prevista para a qualificadora anterior, o estupro é qualificado se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos. Se a vítima for menor de 14 anos, o crime é de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), independentemente do emprego da violência ou grave ameaça. Existe uma injustificável lacuna no texto legal em relação à vítima que é estuprada no dia do seu 14º aniversário, isto porque no estupro de vulnerável a vítima é menor de 14 anos, e no estupro qualificado pela idade, a vítima é maior de 14 e menor de 18 anos. Então, nesse caso, qual seria a melhor solução? Entendemos que se o estupro é cometido no dia do 14º aniversário da vítima, o agente deve responder por estupro qualificado pela idade da vítima (CP, art. 213, 1º, última parte) pelos seguintes motivos: (1) a caracterização de estupro simples deve, desde logo, ser afastada, caso contrário, o agente seria punido menos severamente do que se o crime ocorresse no dia seguinte; (2) não seria também estupro de vulnerável, visto que a lei exige que a vítima seja menor de 14 anos; (3) o aniversário é comemorado no mesmo dia e mês em que a vítima nasceu, porém, matematicamente, a vítima completa a quantidade de anos exatamente no dia anterior ao seu aniversário, como, por exemplo, quem nasce em 1º de janeiro completa a quantidade de anos no dia 31 de dezembro, embora o aniversário seja comemorado no dia seguinte. 40

16 (c) Estupro qualificado pela morte ( 2º) Enquanto o estupro simples (tipo básico) tem pena de reclusão de 6 a 10 anos, o estupro qualificado pela morte tem pena de reclusão de 12 a 30 anos. Essa qualificadora também é exclusivamente preterdolosa, ou seja, pressupõe que haja dolo no estupro e culpa em relação ao resultado morte. Assim, se houver dolo (direto ou eventual) também em relação à morte, o agente responde por estupro simples em concurso material com o homicídio qualificado. Se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos, e falecer em decorrência do estupro, incidirá somente a qualificadora em estudo (CP, art. 213, 2º), que importa na absorção da qualificadora em razão da idade da vítima (CP, art. 213, 1º, última parte), devendo, porém, essa circunstância ser levada em conta pelo juiz na dosimetria da pena Tentativa de estupro e superveniência de resultado agravador É possível que o estupro não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente, como, por exemplo, quando a vítima consegue se desvencilhar do estuprador e, ao fugir, sofre lesão corporal de natureza grave ou vem a falecer. Então, qual seria a melhor solução para o caso de estupro tentado e superveniência de resultado agravador (lesão grave ou morte)? Entendemos que o agente responde pelo crime de estupro qualificado pela lesão corporal de natureza grave ou pela morte (CP, art. 213, 1º ou 2º), conforme o caso, pelos seguintes motivos: (1) as qualificadoras são exclusivamente preterdolosas, portando incompatíveis com a figura do crime tentado; (2) o tipo penal utiliza a expressão se da conduta resulta, ou seja, se do ato de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, resulta lesão corporal de natureza grave ou morte, independentemente da consumação do delito Causas de aumento de pena Com o advento da Lei /2009, por equívoco do legislador, passaram a existir dois Capítulos com mesma denominação Disposições Gerais no Título dos crimes contra a dignidade sexual. São os Capítulos IV e VII que contém causas de aumento de pena aplicáveis ao estupro e aos demais crimes de natureza sexual, respectivamente nos arts. 226 e 234-A, do Código Penal, a saber: (a) Aumento de quarta parte, se o crime é cometido em concurso de duas ou mais pessoas (CP, art. 226, I) Esse aumento de pena tem fundamento na maior facilidade obtida pelo agente no emprego dos meios de execução do deleito. Como bem observa André Estefam, a coparticipação de duas ou mais pessoas no proceder dirigido à violação da dignidade sexual, sem dúvida, facilita a subjugação do ofendido. 8 (b) Aumento de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor (aquele que ministra educação 8. ESTEFAM, André. Direito Penal Parte Especial Volume 3. São Paulo: Saraiva, 2011, p

17 individualizada) ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela (CP, art. 226, II) A pena maior se justifica em razão de o agente ter algum tipo de parentesco, de relação próxima, de ser empregador, ou exercer por qualquer outro título autoridade sobre a vítima. Exemplo: professor particular de natação que constrange sua aluna, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ato libidinoso. Aplicando a causa de aumento em estudo, evidentemente não pode ser aplicada a agravante genérica que se refere a crime cometido contra descendente, irmão ou cônjuge (CP, art. 61, II, e), para não incidir no bis in idem (incidência duas vezes sobre a mesma coisa), pois o fato já é considerado como a causa especial de aumento de pena, em estudo. (c) Aumento de metade, se o crime resultar gravidez (CP, art. 234-A, III) Esse aumento de pena se justifica pelo fato do crime ofender a dignidade sexual e ainda resultar em uma gravidez indesejada. Entretanto, observa-se que não se pune o aborto praticado por médico, quando precedido do consentimento da gestante, e se a gravidez resulta de estupro (CP, art. 128, II). (d) Aumento de um sexto até metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador (CP, art. 234-A, IV) Esse aumento de pena incide quando o sujeito, agindo com dolo direto (sabe) ou eventual (deve saber), contamina a vítima por meio do contato sexual. A exasperante exige o efetivo contágio, diversamente dos crimes de perigo (CP, arts. 130 e 131) que se consumam independentemente da transmissão da moléstia. É possível que no mesmo caso concreto incida mais de uma causa de aumento de pena. O estupro, por exemplo, pode ser cometido por duas ou mais pessoas e também resultar em gravidez e transmissão de moléstia venérea. Nesse caso, pode o juiz limitar-se a uma só causa de aumento de pena, desde que opte pela maior (CP, art. 68, parágrafo único) Concurso de crimes Antes do advento da Lei /2009, que fez a fusão dos crimes de estupro e atentado violento ao pudor (arts. 213 e 214), não havia dúvida alguma de que esses crimes podiam ser praticados em concurso material, desde que os atos libidinosos praticados não fossem prelúdio da conjunção carnal. Assim, por exemplo, o sexo oral ou anal, praticado com a mesma vítima, antes ou depois da cópula vagínica, constituía-se em crime autônomo de atentado violento ao pudor, em concurso material (soma da penas) com o estupro, visto que predominava o entendimento no sentido de que, por não se tratarem de delitos da mesma espécie (estavam previstos em tipos penais distintos), não havia possibilidade de aplicação do benefício do crime continuado (CP, art. 71), em que o juiz aplica a pena de um único crime, aumentando-a (sistema da exasperação), em vez de somá-las. A lei vigente fez surgir uma polêmica doutrinária a respeito da natureza jurídica do crime de estupro (CP, art. 213), ou seja, o crime passou a ser um tipo misto alternativo (existem vários verbos que definem as hipóteses de realização do mesmo fato delituoso, ou seja, há crime único), ou trata-se de tipo misto cumulativo (existem vários verbos que 42

18 definem unidades distintas do delito, ou seja, são crimes praticados em concurso), que têm conseqüências jurídicas distintas. Na realidade, verifica-se um equívoco técnico, pois, os tipos penais podem ser simples (quando o núcleo está representado por um único verbo), ou mistos (quando o núcleo está representado por mais de um verbo) e esses se dividem em alternativos ou cumulativos. O estupro tem o núcleo do tipo penal representado por um único verbo constranger, ou seja, trata-se de um tipo simples. Quanto à conduta, é crime de forma vinculada (somente pode ser cometido pelos meios de execução previstos no tipo penal: violência ou grave ameaça) e de duas formas, por parte da vítima (praticando ou permitindo que se pratique), que resultam em três condutas típicas: (1) ter conjunção carnal; (2) praticar outro ato libidinoso; (3) permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Assim, entendemos que o estupro é um tipo penal simples, que pode se dividir em crime de condutas alternativas ou crime de condutas cumulativas, de acordo com o caso concreto. De qualquer forma, entendemos que a prática da conjunção carnal e de outros atos libidinosos (exemplos: sexo oral ou anal) praticados no mesmo contexto fático contra a mesma vítima, caracterizam crime único de estupro (e não mais concurso material). Trata-se de uma inovação benéfica ao réu, cujo alcance é retroativo, atingindo inclusive a coisa julgada. 9 Se o agente pratica vários estupros contra a mesma vítima em ocasiões distintas, se preenchidos os demais requisitos legais, é possível reconhecer a continuidade delitiva (sistema da exasperação). Ausentes esses requisitos, o agente deverá responder pelos crimes de estupro em concurso material (soma da penas) Pena e ação penal PENA DO CRIME DE ESTUPRO Artigo 213 do Código Penal FIGURA TÍPICA FUNDAMENTO ESPÉCIE DE PENA QUANTIDADE SIMPLES (caput) Reclusão De 6 a 10 anos QUALIFICADAS Pela lesão corporal de natureza grave Pela idade da vítima entre 14 e 18 anos 1º, 1ª parte 1º, última parte Reclusão De 8 a 12 anos Pelo resultado morte 2º De 12 a 30 anos 9. Nesse sentido, verifica-se que a Súmula 611 do STF autoriza o juiz das execuções penais a aplicar as inovações legislativas benéficas ao condenado, independentemente de revisão criminal. 10. CAPEZ, Fernando. Direito Penal Simplificado Parte Especial. São Paulo: Saraiva, 16ª ed., 2012, p

19 PENA DO CRIME DE ESTUPRO Artigo 213 do Código Penal FIGURA TÍPICA FUNDAMENTO ESPÉCIE DE PENA QUANTIDADE AUMENTO DE PENA Cometido em concurso de duas ou mais pessoas Se o agente é ascendente, padrasto, tio, irmão etc. Se o crime resultar gravidez Se o agente transmite doença à vítima Art. 226, I Art. 226, II Art. 234-A, III Art. 234-A, IV Aumento de quarta parte Aumento de metade Aumento de um sexto até metade Com o advento da Lei /2009, a ação penal no crime de estupro passou a ser, em regra, de iniciativa pública condicionada à representação do ofendido, e não mais de ação penal privada, com exceção do estupro de vítima menor de 18 anos ou pessoa vulnerável (menor de 14 anos, portador de deficiência ou doença mental incapacitante ou pessoa que por qualquer outra causa não possa ofertar resistência), cuja ação é publica incondicionada (CP, art. 225 e parágrafo único). Ocorre que o legislador foi omisso em relação ao estupro qualificado pela lesão corporal de natureza grave e pelo resultado morte. Em razão disso, parte da doutrina defende que nesses casos a ação penal também depende de representação. A nosso ver, esse entendimento não é correto, pelos seguintes motivos: (1) não faz nenhum sentido no crime menos grave (estupro contra menor de 18 anos) a ação ser pública incondicionada e, no mais grave (estupro qualificado pela lesão grave ou morte), a ação depender de representação; (2) uma lei que aboliu a ação penal privada visando maior rigor na apuração desses crimes, não poderia tratar de forma mais branda justamente os autores dos delitos mais graves (com resultado lesão grave ou morte); (3) no caso de morte, diante de eventual ausência de quem poderia representar a vítima, um crime hediondo ficaria totalmente impune; (4) na sistemática anterior, o estupro qualificado pelo resultado lesão grave ou morte já era de ação penal pública incondicionada. Assim, com base nesses motivos bem como na interpretação teleológica (objetivando descobrir a finalidade com que a lei foi editada), entendemos perfeitamente aplicável a disposição legal no sentido de que se num crime complexo houver uma fato apurável por ação pública e outro por ação privada, caberá nas duas hipóteses ação pública (CP, art. 101). Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal tem o seguinte entendimento sumulado: No crime de estupro, praticado mediante violência real, a ação penal é pública incondicionada (STF, Súmula 608) e, desta forma, no crime de estupro qualificado pela lesão grave ou morte, a ação penal é pública incondicionada, porque tanto a lesão grave quanto o homicídio são crimes de ação pública incondicionada. Nos termos do disposto no art. 234-B, do Código Penal, os processos em que se apuram os crimes definidos no Título VI (crimes contra a dignidade sexual) correrão em segredo de justiça. Em segredo, evidentemente, não alcança o acusado e seu defensor e o 44

Direito Penal. Introdução aos Crimes Contra a Dignidade Sexual e Delito de Estupro

Direito Penal. Introdução aos Crimes Contra a Dignidade Sexual e Delito de Estupro Direito Penal Introdução aos Crimes Contra a Dignidade Sexual e Delito de Estupro Crimes Contra a Dignidade Sexual Nomenclatura Título VI do Código Penal: antes Crimes Contra os Costumes, atualmente Crimes

Leia mais

Direito Penal. Crimes Contra a Dignidade Sexual III

Direito Penal. Crimes Contra a Dignidade Sexual III Direito Penal Crimes Contra a Dignidade Sexual III Estupro de Vulnerável Art. 217-A do CP: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos: Pena reclusão, de oito a quinze anos.

Leia mais

DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL. Prof. Hélio Ramos

DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL. Prof. Hélio Ramos DIREITO PENAL IV TÍTULO VI - CAPÍTULO II DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA O VULNERÁVEL Prof. Hélio Ramos DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL Sedução - Art. 217: REVOGADO lei 11.106/2005. Estupro de vulnerável

Leia mais

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL LEGALE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Com o advento da Lei 12.015 de 07 de agosto de 2009, o Título VI da parte especial do Código Penal deixou de ser nominado como Crimes contra os Costumes e passou

Leia mais

Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, em especial do seu Título VI. O Congresso Nacional decreta:

Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, em especial do seu Título VI. O Congresso Nacional decreta: Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Código Penal, em especial do seu Título VI. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º O Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940,

Leia mais

Sumário CAPÍTULO 1 BENS JURÍDICOS TUTELADOS: DIGNIDADE SEXUAL E LIBERDADE SEXUAL... 25

Sumário CAPÍTULO 1 BENS JURÍDICOS TUTELADOS: DIGNIDADE SEXUAL E LIBERDADE SEXUAL... 25 Sumário INTRODUÇÃO... 23 CAPÍTULO 1 BENS JURÍDICOS TUTELADOS: DIGNIDADE SEXUAL E LIBERDADE SEXUAL... 25 1.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES... 25 1.2. A DIGNIDADE SEXUAL COMO BEM JURÍDICO PENALMENTE TUTELADO...

Leia mais

LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2009

LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2009 LEI Nº 12.015, DE 7 DE AGOSTO DE 2009 Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, e o art. 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos 1 de 6 17/11/2010 16:05 Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 12.015, DE 7 DE AGOSTO DE 2009. Mensagem de veto Altera o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei

Leia mais

Faculdade Cathedral Curso de Direito 6º Semestre Direito Penal IV Prof. Vilmar A. Silva AULA 1 A 4 DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

Faculdade Cathedral Curso de Direito 6º Semestre Direito Penal IV Prof. Vilmar A. Silva AULA 1 A 4 DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Faculdade Cathedral Curso de Direito 6º Semestre Direito Penal IV Prof. Vilmar A. Silva AULA 1 A 4 DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL A Lei nº 12.015/2009, que entrou em vigor no dia 10/08/2009, reestruturou

Leia mais

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL LEGALE CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Com o advento da Lei 12.015 de 07 de agosto de 2009, o Título VI da parte especial do Código Penal deixou de ser nominado como Crimes contra os Costumes e passou

Leia mais

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL IMPORTUNAÇÃO SEXUAL E OUTROS DISPOSITIVOS (LEI DE 24/09/2018) Prof. Rodrigo Capobianco

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL IMPORTUNAÇÃO SEXUAL E OUTROS DISPOSITIVOS (LEI DE 24/09/2018) Prof. Rodrigo Capobianco SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL IMPORTUNAÇÃO SEXUAL E OUTROS DISPOSITIVOS (LEI 13.718 DE 24/09/2018) Prof. Rodrigo Capobianco Importunação Sexual Caso de ejaculação em ônibus não configura estupro,

Leia mais

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. A ANTEVISÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. A ANTEVISÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. A ANTEVISÃO DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 2.1 A dignidade da pessoa humana como princípio regente 2.2 Princípio da livre formação da personalidade 2.2.1 Personalidade 2.2.2 O

Leia mais

TÍTULO VI CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

TÍTULO VI CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL TÍTULO VI CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL MORAL PÚBLICA SEXUAL DIREITO PENAL IV Prof. Hélio Ramos Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar

Leia mais

EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE

EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE EU NÃO SONHEI COM O SUCESSO EU TRABALHEI PARA ELE São Paulo, novembro de 2017 1) CRIME NAO CONSUMADO: TENTATIVA, DESISTENCIA VOLUNTÁRIA, ARREPENDIMENTO EFICAZ, CRIME IMPOSSIVEL, ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Leia mais

SUMÁRIO INTRODUÇÃO Nova denominação do Título VI A Súmula 60S do STF Direito intertemporal.. 25

SUMÁRIO INTRODUÇÃO Nova denominação do Título VI A Súmula 60S do STF Direito intertemporal.. 25 SUMÁRIO INTRODUÇÃO. 15 1. Nova denominação do Título VI.... 15 2. Os capítulos do Título VI.. 21 3. Ação penal. 22 3.1 A Súmula 60S do STF.. 23 3.2 Direito intertemporal.. 25 4. Segredo de Justiça.. 27

Leia mais

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 475, DE 2009

SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 475, DE 2009 SENADO FEDERAL PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 475, DE 2009 Altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, para indicar hipóteses de ação penal pública incondicionada à representação. O CONGRESSO

Leia mais

Autor: Hamilton Borges da Silva Junior

Autor: Hamilton Borges da Silva Junior Artigos Jurídicos Autor: Hamilton Borges da Silva Junior ESTUPRO: LEI 12015/2009 ALTEROU O ARTIGO 213 DO CODIGO PENAL QUE TRATA SOBRE O ESTUPRO, ANÁLISE DE COMO FICOU E QUAIS AS DIFERENÇAS EM RELAÇÃO À

Leia mais

Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos. Pena

Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos. Pena Estupro (CP, art. 213) Caput Redação anterior Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. Reclusão de (04) quatro a (10) dez anos. Redação atual Constranger alguém, mediante

Leia mais

COMENTÁRIOS SOBRE O CRIME DE ESTUPRO APÓS O ADVENTO DA LEI /09 LUIZ CARLOS FURQUIM VIEIRA SEGUNDO

COMENTÁRIOS SOBRE O CRIME DE ESTUPRO APÓS O ADVENTO DA LEI /09 LUIZ CARLOS FURQUIM VIEIRA SEGUNDO COMENTÁRIOS SOBRE O CRIME DE ESTUPRO APÓS O ADVENTO DA LEI 12.015/09 LUIZ CARLOS FURQUIM VIEIRA SEGUNDO C O M E N T Á R I O S S O B R E O C R I M E D E E S T U P R O A P Ó S O A D V E N T O DA L E I 1

Leia mais

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s) Programa de DIREITO PENAL I 2º período: 80 h/a Aula: Teórica EMENTA Introdução ao direito penal. Aplicação da lei penal. Fato típico. Antijuridicidade. Culpabilidade. Concurso de pessoas. OBJETIVOS Habilitar

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam:

PLANO DE ENSINO. Promover o desenvolvimento das competências e habilidades definidas no perfil do egresso, quais sejam: PLANO DE ENSINO CURSO: Direito SÉRIE: 5º Semestre DISCIPLINA: Proteção Penal ao Indivíduo CARGA HORÁRIA SEMANAL: 02 horas/aula CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 40 horas/aula I EMENTA Crimes contra a pessoa. Homicídio.

Leia mais

Crimes contra o Patrimônio Receptação

Crimes contra o Patrimônio Receptação LEGALE RECEPTAÇÃO Crimes contra o Patrimônio Receptação Receptação Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para

Leia mais

Ponto 9 do plano de ensino

Ponto 9 do plano de ensino Ponto 9 do plano de ensino Concurso formal e material de crimes. Vedação ao concurso formal mais gravoso. Desígnios autônomos. Crime continuado: requisitos. Erro na execução. Resultado diverso do pretendido.

Leia mais

Dê-se ao projeto a seguinte redação:

Dê-se ao projeto a seguinte redação: SCD 2/2018 00002 Substitutivo da Câmara dos Deputados ao Projeto de Lei nº 5.452-B de 2016 do Senado Federal (PLS Nº 618/2015 na Casa de origem), que acrescenta os arts. 218-C e 225-A ao Decreto-Lei nº

Leia mais

Direito Penal. Roubo e Extorsão

Direito Penal. Roubo e Extorsão Direito Penal Roubo e Extorsão Roubo Impróprio Art. 157, 1, do CP Na mesma pena (do caput - reclusão de 4 a 8 anos, e multa) incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa

Leia mais

A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime.

A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico. criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA A pessoa que possui apenas o desejo de praticar um fato típico não pode ser considerada criminosa, motivo pelo qual não são punidos os atos preparatórios do crime. Excepcionalmente,

Leia mais

PARTE ESPECIAL crimes contra a pessoa integridade corporal

PARTE ESPECIAL crimes contra a pessoa integridade corporal LEGALE Lesões corporais as lesões corporais não atacam a vida da pessoa e sim a sua integridade corporal. É por isso que as lesões corporais seguidas de morte não são julgadas pelo Júri. As lesões podem

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Da dosimetria da pena Marcelo Augusto Paiva Pereira Como citar este comentário: PEREIRA, Marcelo Augusto Paiva. Da dosimetria da pena. Disponível em http://www.iuspedia.com.br01

Leia mais

VIOLÊNCIA SEXUAL E TIPOS PENAIS QUADRO-RESUMO ABUSO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL - CP

VIOLÊNCIA SEXUAL E TIPOS PENAIS QUADRO-RESUMO ABUSO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL - CP VIOLÊNCIA SEXUAL E TIPOS PENAIS QUADRO-RESUMO Artigo Tipo Penal Descrição ABUSO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL - CP 213 Estupro Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou

Leia mais

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM XXII EXAME DE ORDEM DIREITO PENAL PROF. ALEXANDRE SALIM Atualização legislativa (Lei 13.344/2016) TRÁFICO DE PESSOAS Revogação dos arts. 231 e 231-A do CP Criação do art. 149-A do CP Alteração do art.

Leia mais

É qualquer pessoa. - homem ou mulher. Antes era um crime próprio, somente cometido pelos homens. Hoje, entretanto, é um crime comum.

É qualquer pessoa. - homem ou mulher. Antes era um crime próprio, somente cometido pelos homens. Hoje, entretanto, é um crime comum. DIREITO PENAL IV Prof. Marcos Marcílio DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ESTUPRO ART. 213, CP Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou praticar ou permitir que

Leia mais

Direito Penal. Art. 130 e Seguintes II

Direito Penal. Art. 130 e Seguintes II Direito Penal Art. 130 e Seguintes II Constrangimento Ilegal Art. 146 do CP: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade

Leia mais

Direito Penal. Consumação e Tentativa

Direito Penal. Consumação e Tentativa Direito Penal Consumação e Tentativa Crime Consumado Quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art. 14, I, CP); Realização plena dos elementos constantes do tipo legal; Crime Consumado

Leia mais

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL NOÇÕES GERAIS DE PARTE GERAL DO CP E CPP ESSENCIAIS PARA O ENTENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL 1. ITER CRIMINIS CAMINHO DO CRIME FASE INTERNA COGITAÇÃO ( irrelevante para direito penal) 2. FASE EXTERNA

Leia mais

LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOAS

LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOAS LENOCÍNIO E TRÁFICO DE PESSOAS DIREITO PENAL IV Prof. Hélio Ramos DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOAS (Derrogado pelo Art. 3º da Lei n. 11.106/05) LENOCÍNIO PRINCIPAL Mediação para servir a lascívia de

Leia mais

REFORMA NO CÓDIGO PENAL

REFORMA NO CÓDIGO PENAL REFORMA NO CÓDIGO PENAL Guilherme Frederico Lima Nomura * RESUMO: Por meio deste, deseja mostrar alguns aspectos sobre a nova lei que reformou o código penal no aspecto sobre os crimes sexuais, alguns

Leia mais

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes

Legislação Penal Especial Lei de Tortura Liana Ximenes Lei de Tortura Liana Ximenes 2014 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Lei de Tortura -A Lei não define o que é Tortura, mas explicita o que constitui tortura. -Equiparação

Leia mais

Crimes Sexuais. Reflexões sobre a Nova Lei nº /2005. Editora JH MIZUNO (81)(094) S586c

Crimes Sexuais. Reflexões sobre a Nova Lei nº /2005. Editora JH MIZUNO (81)(094) S586c TADEU ANTÔNIO DIX SILVA Professor de Direito Penal na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG. Mestre em Direito Penal pela Universidade Metodista de Piracicaba. Doutorando em História

Leia mais

Bianca, Brenda, Cleison, Débora, Peterson, Rafael

Bianca, Brenda, Cleison, Débora, Peterson, Rafael Bianca, Brenda, Cleison, Débora, Peterson, Rafael ECA Lei nº 8.069 de 13 de julho de 1990 Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente

Leia mais

07/09/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal III

07/09/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal III DIREITO PENAL III LEGISLAÇÃO ESPECIAL 11ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal III 2 1 Art 129 Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a

Leia mais

Direito Penal. Lei de crimes hediondos. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei de crimes hediondos. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei de crimes hediondos. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina CF. Art. 5º. (...) XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico

Leia mais

Direito Penal. Lesão Corporal

Direito Penal. Lesão Corporal Direito Penal Lesão Corporal Lesão Corporal Art. 129 do CP Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. Lesão Corporal Noção Geral: todo e qualquer dano

Leia mais

A Exploração Sexual Contra Criança e Adolescente a partir do Código Penal, A Constituição Federal de 1988 e Estatuto da Criança e do Adolescente

A Exploração Sexual Contra Criança e Adolescente a partir do Código Penal, A Constituição Federal de 1988 e Estatuto da Criança e do Adolescente A Exploração Sexual Contra Criança e Adolescente a partir do Código Penal, A Constituição Federal de 1988 e Estatuto da Criança e do Adolescente O combate a exploração sexual contra criança e adolescente

Leia mais

Faculdade Cathedral Curso de Direito 6º Semestre Direito Penal IV Prof. Vilmar A. Silva. AULA 5 A 8 Parte 2 DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 1

Faculdade Cathedral Curso de Direito 6º Semestre Direito Penal IV Prof. Vilmar A. Silva. AULA 5 A 8 Parte 2 DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 1 Faculdade Cathedral Curso de Direito 6º Semestre Direito Penal IV Prof. Vilmar A. Silva AULA 5 A 8 Parte 2 DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 1 Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou

Leia mais

Constrangimento Ilegal

Constrangimento Ilegal Constrangimento Ilegal Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei

Leia mais

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública:

Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA (PARTE II) (...) Art Usurpar o exercício de função pública: Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal - Parte Especial Aula: 62 - Usurpação de Função Pública (Parte II) e Resistência. Professor(a): Marcelo Uzêda Monitor(a): Leonardo Lima Aula nº. 62 USURPAÇÃO DE

Leia mais

PROGRAMA DE DISCIPLINA

PROGRAMA DE DISCIPLINA PROGRAMA DE DISCIPLINA Disciplina: DIREITO PENAL III Código da Disciplina: JUR 219 Curso: Direito Semestre de oferta da disciplina: 5º Faculdade responsável: Direito Programa em vigência a partir de: 2015

Leia mais

Direito Penal. Concurso de Crimes

Direito Penal. Concurso de Crimes Direito Penal Concurso de Crimes Distinções Preliminares Concurso de crimes ou delitos X Concurso de pessoas ou agentes X Concurso de normas ou conflito aparente de normas penais - Concurso de crimes ou

Leia mais

26/08/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal IV

26/08/2012 DIREITO PENAL III. Direito penal IV DIREITO PENAL III LEGISLAÇÃO ESPECIAL 8ª - Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 1 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se

Leia mais

CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS

CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS Material inspirado nas obras do Prof. Ms. Roger Moko Yabiku, de Fernando Capez e de Victor Eduardo Gonçalves CLASSIFICAÇÃO DAS INFRAÇÕES PENAIS Para entender infração penal é necessário compreender que

Leia mais

07/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

07/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV DIREITO PENAL IV LEGISLAÇÃO ESPECIAL 10ª -Parte Professor: Rubens Correia Junior 1 Direito penal IV 2 1 EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,

Leia mais

Curso Resultado. Mapeamento das provas do MP-SP 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015 Versão com gabaritos DEMONSTRAÇÃO. Trabalho atualizado em julho/2017.

Curso Resultado. Mapeamento das provas do MP-SP 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015 Versão com gabaritos DEMONSTRAÇÃO. Trabalho atualizado em julho/2017. Curso Resultado Mapeamento das provas do MP-SP 2010, 2011, 2012, 2013 e 2015 Versão com gabaritos DEMONSTRAÇÃO Trabalho atualizado em julho/2017. SUMÁRIO Parte 1 - Levantamento do que caiu e como caiu

Leia mais

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29 Sumário Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 1. Introdução... 1 2. Princípios... 4 2.1. Princípio da legalidade... 5 2.2. Princípio da anterioridade da lei penal... 5 2.3. Princípio da irretroatividade

Leia mais

Art. 148 Sequestro e cárcere privado

Art. 148 Sequestro e cárcere privado Art. 148 Sequestro e cárcere privado Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002) Pena - reclusão, de um a três anos. 1º - A pena é de

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática Professor: Rodrigo J. Capobianco LEGISLAÇÃO ESPECIAL LEI DOS CRIMES HEDIONDOS Lei 8072/90 Trata dos crimes hediondos e dos assemelhados (equiparados)

Leia mais

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2

NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO. QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 NOÇÕES DE DIREITO PENAL PROFESSOR: ERNESTIDES CAVALHEIRO QUESTÕES PARA FIXAÇÃO - AULAS 1 e 2 1) (Polícia Civil - Delegado\2013 Maranhão) Tem efeito retroativo a lei que: a) Elimina a circunstância atenuante

Leia mais

CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: UMA REFLEXÃO SOBRE O ESTUPRO MARITAL, FRENTE A UMA DIGNIDADE RESGUARDADA

CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: UMA REFLEXÃO SOBRE O ESTUPRO MARITAL, FRENTE A UMA DIGNIDADE RESGUARDADA 55 CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL: UMA REFLEXÃO SOBRE O ESTUPRO MARITAL, FRENTE A UMA DIGNIDADE RESGUARDADA RESUMO TOJEVICH, Marcel da Cunha. 1 CARDOSO, Hildevan Carlos. 2 SANCHES, Pedro Henrique. 3 O

Leia mais

PREPARATÓRIO PARA OAB DISCIPLINA: DIREITO PENAL

PREPARATÓRIO PARA OAB DISCIPLINA: DIREITO PENAL PREPARATÓRIO PARA OAB DISCIPLINA: DIREITO PENAL Capítulo 11 - Aula 2 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Professor: Dr. Ivan Francisco Pereira Agostinho Coordenação: Dr. Ivan Francisco Pereira Agostinho

Leia mais

Teorias da Conduta/Omissão

Teorias da Conduta/Omissão Teorias da Conduta/Omissão Teoria Normativa juizo post facto Teoria Finalista (Não) fazer com um fim a ser atingido (Johannes Welzel e Francisco Muñoz Conde) Dever/Poder de agir AUSÊNCIA DE CONDUTA - Movimentos

Leia mais

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 1. Usurpação de função pública O crime é, em regra, praticado por particular (aquele que não exerce função pública), mas parte da doutrina

Leia mais

Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase

Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Direito Penal Promotor de Justiça - 4ª fase Iter Criminis Período 2004-2016 1) FCC Técnico - MPE SE (2013) Por si própria, a conduta de premeditar um crime de homicídio

Leia mais

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d

Série Resumos. Direito Penal Parte Geral FORTIUM. Brasília, DF (81) G971d Série Resumos VYVYANY VIANA NASCIMENTO DE AZEVEDO GULART Promotora de Justiça do Distrito Federal; Professora universitária; Professora de cursos preparatórios para concursos; Ex-Delegada da Polícia Civil

Leia mais

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha)

Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha) TEORIA DO DELITO Espécies ou critérios classificadores de Infração penal (crimes, delitos e contravenções): a) Critério Tripartido ( França, Espanha) b) Critério Bipartido ( Alemanha, Itália) Espécies

Leia mais

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOVO CRIME DE ESTUPRO

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOVO CRIME DE ESTUPRO ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O NOVO CRIME DE ESTUPRO Magali Forato BRANQUINHO1 Marcus Vinicius Feltrim AQUOTTI2 RESUMO: Este texto tem como objetivo fazer uma análise das inovações que a Lei nº 12.015/2009

Leia mais

Cabe comentar que no tipo em apreço o significado de água potável está em sentido amplo, ou seja, não precisa ser quimicamente pura.

Cabe comentar que no tipo em apreço o significado de água potável está em sentido amplo, ou seja, não precisa ser quimicamente pura. Artigo 270, CP Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal Art. 270 Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:

Leia mais

A Reforma do Código Penal Brasileiro ACRIERGS 2012

A Reforma do Código Penal Brasileiro ACRIERGS 2012 A Reforma do Código Penal Brasileiro ACRIERGS 2012 Reforma e Consolidação de Leis Os Ganhos da Consolidação e Atualização das Leis Penais Os riscos do açodamento Omissão de Socorro Art. 394. Deixar de

Leia mais

STJ Guilherme de Souza Nucci. s.a edição. revista, atualizada e ampliada ** EL FORENSE ~ RIO DE JANEIRO

STJ Guilherme de Souza Nucci. s.a edição. revista, atualizada e ampliada ** EL FORENSE ~ RIO DE JANEIRO Guilherme de Souza Nucci s.a edição revista, atualizada e ampliada ** EL FORENSE ~ RIO DE JANEIRO A EDITORA FORENSE se responsabiliza pelos vicios do produto no que concerne à sua edição (impressão e apresentação

Leia mais

Classificação das Infrações Penais.

Classificação das Infrações Penais. Classificação das Infrações Penais Cynthiasuassuna@gmail.com Classificação das Infrações Penais Tripartida As infrações penais classificam-se, de acordo com sua gravidade em: CRIMES, DELITOS E CONTRAVENÇÕES

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 664/XII/4.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL

PROJETO DE LEI N.º 664/XII/4.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Grupo Parlamentar. PROJETO DE LEI N.º 664/XII/4.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Exposição de motivos O crime de violação atinge, sobretudo, mulheres e crianças.

Leia mais

1. CRIMES QUALIFICADOS OU AGRAVADOS PELO RESULTADO. Art. 19 do CP Agente deve causar pelo menos culposamente.

1. CRIMES QUALIFICADOS OU AGRAVADOS PELO RESULTADO. Art. 19 do CP Agente deve causar pelo menos culposamente. 1 DIREITO PENAL PONTO 1: Crimes Qualificados ou Agravados pelo Resultado PONTO 2: Erro de Tipo PONTO 3: Erro de Tipo Essencial PONTO 4: Erro determinado por Terceiro PONTO 5: Discriminantes Putativas PONTO

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Ação penal Parte 2 Prof. Thiago Almeida . Cenário atual (Lei 12.015/09): - Ação penal de iniciativa privada: não subsiste (salvo a subsidiária da pública) - Ação pública condicionada:

Leia mais

Tempo do Crime. Lugar do Crime

Tempo do Crime. Lugar do Crime DIREITO PENAL GERAL Professores: Arnaldo Quaresma e Nidal Ahmad TEORIA GERAL DA NORMA Tempo do Crime Lugar do Crime Art. 4º, CP: teoria da atividade. Considerado praticado o crime no momento da ação ou

Leia mais

JURISPRUDÊNCIA DO STJ

JURISPRUDÊNCIA DO STJ JURISPRUDÊNCIA DO STJ REsp 751782 / RS ; RECURSO ESPECIAL 2005/0082927-4 Ministra LAURITA VAZ (1120) 06/09/2005 DJ 03.10.2005 p. 328 RECURSO ESPECIAL. PENAL. ESTUPRO. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. CONCURSO

Leia mais

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS UNIFESO DIREITO PENAL IV. Prof. Renato Meirelles Guerra Neto

CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS UNIFESO DIREITO PENAL IV. Prof. Renato Meirelles Guerra Neto 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS UNIFESO DIREITO PENAL IV Prof. Renato Meirelles Guerra Neto TÍTULO VI Dos crimes contra a dignidade sexual (artigos 213 a 234-B do CP) Crimes contra a dignidade

Leia mais

Direito Penal. Crime Doloso

Direito Penal. Crime Doloso Direito Penal Crime Doloso Conceito Doutrinário: dolo como a vontade livre e consciente de realizar a conduta objetiva descrita no tipo penal, desejando ou assumindo o risco de produzir certo resultado.

Leia mais

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira. Concurso de Pessoas

Direito Penal - Professor Sandro Caldeira. Concurso de Pessoas Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Concurso de Pessoas Art. 29 CP - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade Conceito: Configura-se

Leia mais

SUMÁRIO. Parte I Introdução

SUMÁRIO. Parte I Introdução SUMÁRIO Parte I Introdução 1 Parte geral e parte especial 1.1 Generalidades 1.1.1 Distinção 1.1.2 Teoria geral da Parte Especial 1.2 Classificação da parte especial 1.2.1 Critérios 1.2.2 Classificação

Leia mais

Direito Penal III. Os crimes pertencentes a este capítulo protegem a liberdade individual das pessoas. O capítulo é dividido em quatro seções:

Direito Penal III. Os crimes pertencentes a este capítulo protegem a liberdade individual das pessoas. O capítulo é dividido em quatro seções: Aula 11 25/04/2012 2.6 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL Os crimes pertencentes a este capítulo protegem a liberdade individual das pessoas. O capítulo é dividido em quatro seções: 1. Dos crimes

Leia mais

ART. 136 MAUS-TRATOS expor tipo misto alternativo crime de forma vinculada a) Privação de alimentos ou cuidados indispensáveis

ART. 136 MAUS-TRATOS expor tipo misto alternativo crime de forma vinculada a) Privação de alimentos ou cuidados indispensáveis ART. 136 MAUS-TRATOS Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação

Leia mais

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO. Projeto de Lei da Câmara nº 3131/2008 (Projeto de Lei do Senado nº 88/2007)

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO. Projeto de Lei da Câmara nº 3131/2008 (Projeto de Lei do Senado nº 88/2007) COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Projeto de Lei da Câmara nº 3131/2008 (Projeto de Lei do Senado nº 88/2007) (Apensos os Projetos de Lei nºs. 6132, de 2002; 3716, de 2004;

Leia mais

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública

ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL. Prof. Joerberth Pinto Nunes. Crimes contra a Administração Pública ROTEIRO DE ESTUDO DIREITO PENAL : PARTE ESPECIAL Prof. Joerberth Pinto Nunes Crimes contra a Administração Pública 01) art. 312, CP -Espécies : caput : peculato-apropriação e peculato-desvio -Parágrafo

Leia mais

PROJETO DE LEI N.º 522/XII/3.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL

PROJETO DE LEI N.º 522/XII/3.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Grupo Parlamentar PROJETO DE LEI N.º 522/XII/3.ª ALTERA A PREVISÃO LEGAL DOS CRIMES DE VIOLAÇÃO E COAÇÃO SEXUAL NO CÓDIGO PENAL Exposição de motivos O crime de violação atinge, sobretudo, mulheres e crianças.

Leia mais

Quadro Comparativo. CÓDIGO PENAL alterado pela Lei nº /2009

Quadro Comparativo. CÓDIGO PENAL alterado pela Lei nº /2009 Quadro Comparativo CÓDIGO PENAL alterado pela Lei nº 12.015/2009 NOVA REDAÇÃO TÍTULO VI DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Art. 213. Constranger alguém,

Leia mais

UMA INTERPRETAÇÃO DE DUVIDOSA DIGNIDADE

UMA INTERPRETAÇÃO DE DUVIDOSA DIGNIDADE UMA INTERPRETAÇÃO DE DUVIDOSA DIGNIDADE Vicente Greco Filho A Lei nº 12.015, de 7 de agosto de 2009, alterou o Título VI da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal Resultado O resultado naturalístico consiste na modificação do mundo exterior provocado pela conduta. Nem todo crime possui resultado naturalístico, uma vez que há infrações penais que não produzem qualquer

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal O Erro e suas espécies Erro sobre elementos do tipo (art. 20, CP) Há o erro de tipo evitável e inevitável. Caso se trate de erro de tipo inevitável, exclui-se o dolo e a culpa. No entanto, se o erro for

Leia mais

Direito Penal III. Aula 10 04/04/2012. Exercícios de Revisão para a prova 11/04/2012 1ª V.A. Aula 11 18/04/ Difamação art.

Direito Penal III. Aula 10 04/04/2012. Exercícios de Revisão para a prova 11/04/2012 1ª V.A. Aula 11 18/04/ Difamação art. Aula 10 04/04/2012 Exercícios de Revisão para a prova 11/04/2012 1ª V.A Aula 11 18/04/2012 2.5.2 Difamação art. 139 a) Objeto jurídico honra objetiva. b) Tipo Objetivo Difamar é o ato imputar a alguém

Leia mais

Homicídio (art. 121 do cp) Introdução...2 Classificação doutrinária...2 Sujeitos...3 Objeto material...3 Bem juridicamente protegido...

Homicídio (art. 121 do cp) Introdução...2 Classificação doutrinária...2 Sujeitos...3 Objeto material...3 Bem juridicamente protegido... Sumário Homicídio (art. 121 do cp) Introdução...2 Classificação doutrinária...2 Sujeitos...3 Objeto material...3 Bem juridicamente protegido...3 Exame de corpo de delito...3 Elemento subjetivo...3 Modalidades

Leia mais

CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS Em um concurso em que a banca dispõe no edital apenas a Lei n. 8.069/1990 e alterações, é possível que seja cobrada a parte penal, a parte processual penal, a parte do

Leia mais

NATUREZA JURÍDICA E A COMPLEXIDADE DO LATROCÍNIO (CP/40, art.157, 3º): A INCLUSÃO DO LATROCÍNIO NOS CRIMES CONTRA A VIDA.

NATUREZA JURÍDICA E A COMPLEXIDADE DO LATROCÍNIO (CP/40, art.157, 3º): A INCLUSÃO DO LATROCÍNIO NOS CRIMES CONTRA A VIDA. NATUREZA JURÍDICA E A COMPLEXIDADE DO LATROCÍNIO (CP/40, art.157, 3º): A INCLUSÃO DO LATROCÍNIO NOS CRIMES CONTRA A VIDA. Juliana de Souza Gonçalves j_jujuli@hotmail.com ANA CELUTA F. TAVEIRA Mestre em

Leia mais

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/1990)

LEI DOS CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/1990) LEI DOS CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/1990) Art. 5º XLIII CF - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

Leia mais

Conteúdo Edital PMGO

Conteúdo Edital PMGO Direito Penal Parte Geral Professor Samuel Silva Conteúdo Edital PMGO 1. Princípios constitucionais do Direito Penal. 2. A lei penal no tempo. A lei penal no espaço. Interpretação da lei penal. 3. Infração

Leia mais

Direito Penal. Da Ação Processual Penal

Direito Penal. Da Ação Processual Penal Direito Penal Da Ação Processual Penal Ação Processual Penal Conceito: - Poder ou direito de apresentar em juízo uma pretensão acusatória. Fundamento: - Princípio da inafastabilidade do poder jurisdicional

Leia mais

CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS

CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS CONFLITO APARENTE DE NORMAS PENAIS Diferença entre: CONFLITO APARENTE DE ILICITOS PENAIS e CONCURSO DE CRIMES: No CONFLITO APARENTE DE ILICITOS PENAIS: temos um crime, e aparentemente DUAS ou mais leis

Leia mais

Direito Penal. Estelionato e Receptação

Direito Penal. Estelionato e Receptação Direito Penal Estelionato e Receptação Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

Leia mais

Legislação atual nos crimes sexuais. Hugo Ricardo Valim de Castro Ginecologista e Obstetra Perito Médico-Legista

Legislação atual nos crimes sexuais. Hugo Ricardo Valim de Castro Ginecologista e Obstetra Perito Médico-Legista Legislação atual nos crimes sexuais Hugo Ricardo Valim de Castro Ginecologista e Obstetra Perito Médico-Legista Função da perícia médico-legal Atestar a materialidade: Identificar a presença (ou ausência)

Leia mais