PROGRAMA DE GERENCIAMENTO ENERGÉTICO PARA A COMPANHIA CATARINENSE DE ÁGUAS E SANEAMENTO - CASAN
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- Ana Luiza Campelo Barreto
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1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO ENERGÉTICO PARA A COMPANHIA CATARINENSE DE ÁGUAS E SANEAMENTO - CASAN Mauri Fernandes Guedes 1 ; Graziela Regina Pelepenko 1 Resumo No atual contexto mundial, onde a globalização forçou empresas de todas as áreas a se tornarem mais eficazes, as empresas de saneamento não podiam ficar excluídas. E uma das maneiras mais significativas para se melhorar a eficiência de uma empresa de saneamento é através da gestão do seu consumo de energia elétrica. Assim, a elaboração de um Programa de Gerenciamento Energético, abrangendo aspectos humanos e tecnológicos, devidamente estruturado formalmente na empresa, se torna uma ferramenta muito valiosa para uma gestão mais eficiente da empresa e conseqüentemente para a melhoria da qualidade de vida da população. Abstract - In the current world context, where the globalization process forces companies of all areas to become more effective, the sanitation companies could not be excluded. And one of the most significant ways to improve the efficiency of these companies is through the administration of its electric energy consumption. Thus, the elaboration of a Energy Management Program, embracing human and technological aspects, properly formally structured in the company, becomes into a very valuable tool for a more efficient administration of the company and consequently for the improvement of the quality of life of the population. Palavras-Chave: Eficiência Energética no Saneamento, Gestão Energética no Saneamento, Desperdício de Energia. 1 CASAN Companhia Catarinense de Águas e Saneamento - Gerência de Desenvolvimento Operacional End. Rua XV de Novembro, 230 Estreito Florianópolis/SC CEP Tel Fax: mguedes@casan.com.br ; graziela@casan.com.br
2 INTRODUÇÃO A busca premente e incessante da melhoria da qualidade na prestação de serviços públicos com custos menores tem sido tecnicamente a forma mais viável para o aumento da capacidade de investimento e desenvolvimento dos sistemas abrangidos pela CASAN - Companhia Catarinense de Águas e Saneamento, resultando na maior satisfação da população, com a utilização mais racional dos recursos naturais e contribuindo de forma significativa para o desenvolvimento econômico e social dos municípios atendidos. A CASAN é uma sociedade de economia mista, criada em 31 de dezembro de 1970 através da Lei Estadual n.º e constituída em 02 de julho de 1971 com o objetivo de coordenar o planejamento e executar, operar e explorar os serviços públicos de esgotos e abastecimento de água potável, bem como realizar obras de saneamento básico, em convênio com municípios do Estado. Uma das maneiras mais concretas para a melhoria dos serviços das empresas de saneamento consiste na implantação de um Programa de Gestão Energética que vise, sobretudo, a mudança cultural em termos de consumo de energia, consciente e inconsciente de cada funcionário, aliado à utilização de métodos operacionais e equipamentos mais eficientes, o qual permitirá reduzir os custos operacionais da empresa, fazendo com que os excedentes sejam aplicados na expansão dos sistemas ou a melhoria na manutenção dos atuais sistemas, aumentando sua confiabilidade, propiciando resultados positivos para a sociedade como um todo. A importância da Gestão Energética no saneamento pode ser facilmente visualizada em função de ser o consumo de energia o segundo item mais dispendioso nas despesas abaixo apenas da despesa com pessoal. Além disso, de acordo com o PROCEL SANEAR (2005) mais de 2% do consumo total de energia elétrica do Brasil, 7 bilhões de KWh/ano, são consumidos por empresas de saneamento básico, em sistemas de abastecimento de água e esgoto sanitário, sendo que 90% desse consumo corresponde a utilização de motores elétricos. Na CASAN as ações relacionadas à eficiência energética sempre foram tratadas juntamente com os demais assuntos operacionais da Gerência de Desenvolvimento Operacional, com algumas realizações pontuais a medida que a oportunidade ou a conveniência surgiam. Entre essas ações podemos citar: Desenvolvimento, em conjunto com a Gerência de Informática, de um software específico para o gerenciamento do consumo de energia através dos dados das faturas de energia, enviados por meio eletrônico pela concessionária; A implantação de uma nova adutora de água bruta, captando-se água por gravidade, propiciando o desligamento de uma ERAB com 2 conjuntos de 1300 CV cada, que funcionavam tanto na ponta quanto fora de ponta. Obra realizada com recursos do PROCEL EFICIÊNCIA da CELESC Centrais Elétricas de Santa Catarina; Elaboração de um Acordo de Cooperação com a CELESC, para agilização na tramitação de processos assim como prestar apoio técnico para a tomada de decisões pertinentes à eficiência energética. Este Programa foi concebido para ser gerido por um Grupo de Gestão que coordene a execução das ações voltadas à eficiência energética em cada um dos sistemas atendidos pela CASAN.
3 OBJETIVO GERAL Instituir o Programa de Gestão Energética na CASAN, gerenciado por um Grupo de Gestão, para a aplicação e difusão de todas as ações referentes à eficiência energética entre todas as unidades da empresa. ASPECTOS DO PROGRAMA A etapa de implantação do Programa é, sem dúvida, o fator mais crítico dentro do processo de gestão energética. Isto porque, caso a idéia da eficientização energética não seja, desde seu início, vista como uma das prioridades da empresa, cairá em descrédito e não mais merecerá a devida atenção por parte dos funcionários. Já a definição das ações a serem tomadas são, de certo modo, comuns e replicadas entre as empresas do setor. Este Programa deve abordar aspectos tanto humanos quanto tecnológicos da Gestão Energética. A vertente humana deve visar a difusão de informações relevantes ao tema, que auxiliem cada funcionário a se inserir no contexto da nova situação, induzindo-o à mudança de hábitos, atitudes e comportamento, isto significa, muitas vezes mudanças culturais de hábitos fortemente arraigados, como concepções ultrapassadas de rotinas operacionais e projetos. Importante ressaltar que esse envolvimento das pessoas, dedicando-se a essa causa, deve ser hierarquicamente assumido e difundido diretamente de cima para baixo, com a participação ativa da diretoria, gerência e divisões agindo como promotores e incentivadores de ações visando a eficiência energética, chegando assim até ao nível mais operacional. A eficiência energética deve ser assumida como uma política da empresa em parceria com cada funcionário. A instituição desse Programa de Gestão Energética deve ser devidamente estruturada, a nível gerencial, dentro do organograma formal da empresa, com designação por parte da diretoria de um responsável direto por sua gestão, de forma que responsabilidades e resultados possam ser devidamente cobrados e ainda sob pena de, caso não seja devidamente formalizado, seus objetivos serem sempre relegados a segundo plano frente aos problemas cotidianos da área operacional. Assim, este Grupo deve ser enquadrado como uma Coordenação ou mesmo uma Gerência, que pode tratar também das perdas de água. A vertente tecnológica deve fundamentalmente estar ligada ao Programa PROCEL, abordando Legislação, Regulamentação, Pesquisa, Desenvolvimento, Informação, Treinamento, Tarifas e Incentivos. A partir desta base o funcionário deve ser inserido nas questões de eficiência energética, entrosando-o a novas tecnologias, tanto relacionadas a equipamentos como a processos, executando o devido controle de cada parâmetro pré-determinado, reduzindo significativamente o consumo de energia de cada sistema sem, contudo, afetar a qualidade do serviço prestado à população, isto significa que qualquer ação relacionada à eficiência energética não deve comprometer a qualidade ou a quantidade de água para o abastecimento do sistema, bem como a coleta e tratamento do esgoto, não afetando a qualidade de vida da população atendida. O desenvolvimento do Programa deve ser realizado tendo-se sempre em vista a parceria e o apoio técnico prestado pela CELESC, concessionária de energia elétrica também estadual, com a centralização de todas as suas relações sendo mantidas através do Grupo de Gestão. O GRUPO DE GESTÃO O Grupo de Gestão deve ser composto por profissionais da área operacional da Matriz, Superintendências e suas Agências Regionais, sob a coordenação dos primeiros. Porém, não devem
4 ser incluídas pessoas que não estejam intimamente comprometidas com a idéia da eficientização, isto é, todos os participantes do Grupo devem estar dispostos e motivados a prestar sua contribuição com a crença na obtenção dos resultados. Assim, não deve ser especificada uma quantidade exata de pessoas no Grupo, uma vez que, se determinada Agência não dispuser de um profissional habilitado a participar, o representante da Superintendência assumirá também a atribuição de operacionalizar as medidas naquela Agência. A perenidade da composição do Grupo deve ser sempre perseguida, uma vez que toda a experiência e as informações adquiridas e trabalhadas para a gestão eficiente de energia dificilmente conseguirão ser totalmente repassadas a cada novo participante. Outro fator importante também é o comprometimento com o prosseguimento das ações e a obtenção dos resultados, uma vez que o novo membro não teria participado de suas definições. As reuniões devem ocorrer ordinariamente uma vez ao mês, porém não necessariamente com todo o grupo. Reuniões com os componentes de cada Superintendência e suas Agências regionais podem e devem ocorrer, no mínimo, mensalmente, principalmente para o acompanhamento da execução das ações em andamento e verificação dos resultados. A presença dos componentes da Matriz nas reuniões das superintendências, além das necessárias à implantação do modelo, deve ocorrer sempre que requisitado previamente pela Superintendência. Anualmente deve ser realizado um Workshop, alternadamente em cada Superintendência, com a participação de todos os integrantes do Grupo, além do Diretor de Operação, onde será apresentado o trabalho desenvolvido em cada Agência e os resultados obtidos, além de servir como Fórum para a discussão de novas idéias e proposições. AS AÇÕES O Grupo de Gestão deve, a partir de uma visão macro do problema, perseguir soluções partindo do geral para o específico, buscando o maior resultado possível através de ações com o menor custo e tempo despendidos. Assim, com uma abordagem sustentável das ações a serem implantadas, as mesmas devem ser devidamente institucionalizadas, de forma a se evitar que os resultados de curto prazo se percam no médio e longo prazos, independentemente das pessoas que estejam envolvidas nas atividades ou da troca da diretoria. As ações a serem implantadas pelo Grupo de Gestão podem ser divididas em administrativas, normalmente sem custo financeiro, e operacionais, que podem necessitar de investimentos irrisórios ou de grande monta, visando também um retorno vultoso. Assim, tendo em vista a comum dificuldade de obtenção de recursos para o investimento neste tipo de ações, caberá ao Grupo, além da especificação do responsável pela sua aplicação (Diretoria, Matriz - GDO, Superintendência ou Agência), do acompanhamento e candidatura à elegibilidade de obtenção de recursos destinados à eficientização energética, apresentar uma avaliação econômica da ação pretendida, com custos e prazo de retorno de cada uma, priorizando-as. Deverá, imprescindivelmente, ainda ser considerada nesta priorização, além dos aspectos objetivos (retorno financeiro), aspectos subjetivos, como segurança do fornecimento, risco de multas, possibilidade de futuras ampliações etc, garantido uma abordagem multicritério para a tomada de decisão. Para o início da implantação do Programa algumas medidas devem ser tomadas prioritariamente, conforme relacionadas abaixo, porém deverão ser realizadas avaliações periódicas para a adaptação e/ou incremento de mais ações. Essas medidas serão encaminhadas e coordenadas pelo Grupo de Gestão, para a execução por parte da Diretoria, Superintendências/Agências ou do próprio Grupo. A adoção dessas medidas não exclui a implantação concomitante de outros Programas igualmente
5 importantes para a empresa e sua eficiência operacional, como um Programa de Redução de Perdas de Água, o qual, devido a sua natureza estar intimamente interligada ao consumo de energia, poderá ser agregado ao Programa de Gestão Energética, e um Programa de Manutenção Preventiva, imputando maior confiabilidade aos sistemas, evitando-se, entre outros, a operação inadequada ou irregular de equipamentos, o que, por sua vez, também culmina em um maior consumo de energia. Medidas a serem executadas pelo Grupo de Gestão Energética: 1. Realizar palestras de conscientização sobre a importância da eficientização energética e sobre aspectos técnicos de um diagnóstico energético, para que o responsável em cada Agência multiplique o conhecimento para todos os outros funcionários; 2. Realizar estudos, juntamente com as Regionais, sobre a melhor tarifação a ser adotada em cada unidade com demanda maior ou igual a 30 KW; 3. Realizar estudos para a possível aquisição de geradores para a operação durante os horários de ponta nas unidades mais críticas, evitando-se também o desabastecimento, se elevatória de água, ou extravasamento, se elevatória de esgoto, no caso de falta de energia; 4. Implementar procedimento para a verificação do histórico de manutenção e grau de eficiência de cada equipamento antes da autorização para a recuperação do mesmo, avaliando a viabilidade da substituição do mesmo por outro de maior rendimento; 5. Elaborar estudos para a definição de pontos para a instalação de ventosas em adutoras, possibilitando a retirada do ar e sua conseqüente perda de carga; 6. Pesquisar fontes de financiamento para projetos de conservação de energia, elaborando e avaliando a viabilidade dos mesmos; 7. Relacionar alterações a serem implementadas no software CICE, agilizando a análise e acompanhamento dos dados de consumo de energia constantes nas faturas de energia, propiciando um gerenciamento mais eficiente; 8. Relacionar os sistemas de abastecimento de água e esgoto onde deverão ser implantados Sistemas de Supervisão e Controle (Automatização), de modo a possibilitar a otimização do controle e operacionalização dos sistemas, reduzindo-se as perdas, extravasamentos ou faltas de água em qualquer região; 9. Elaborar estudos para a substituição de quadros de comando convencionais por inversores de freqüência nas elevatórias de esgoto, com a possível implantação de reservatórios maiores, propiciando redução na demanda contratada para o horário de ponta; 10. Definir indicadores para o acompanhamento e comparação da eficiência de todos os sistemas, o que demonstrará as oportunidades de melhoria em cada um. Medidas a serem executadas pelas Superintendências e Agências Regionais: 1. Nas unidades com tarifação horo-sazonal, instalar controlador tipo timer para desativar total ou parcialmente as cargas no horário de ponta (conforme contratado), não permitindo sua ativação. Deverá ser especificado um responsável, preferencialmente o gerente ou chefe do setor operacional, pelo cumprimento do contrato. Deverão ser descontadas do Fundo de Pronto Pagamento as multas por ultrapassagem da demanda contratada que por ventura vierem a ocorrer; 2. Nas unidades com fator de carga menor ou igual a 0,85 e demanda maior ou igual a 30 KW, testar a implantação da tarifação horo-sazonal com o desligamento total ou parcial dos motores no horário de ponta, avaliando, para isso, a possibilidade de implantação de reservatórios; 3. Verificar, no relatório de consumo de energia, as unidades que estão com fator de potência abaixo de 0,92 e providenciar, com o auxílio da GDO, sua imediata correção. Deverá ser dado um prazo máximo de 2 meses para tal correção, após este prazo deverá ser descontado do Fundo de Pronto Pagamento da Regional as multas provenientes do baixo fator de potência que por ventura ainda ocorram;
6 4. Nas unidades que estão com fator de potência maior ou igual a 0,92 e possuam capacitores instalados, seguir as Instruções para Instalação, Operação e Manutenção de Capacitores de Baixa Tensão; 5. Atualizar periodicamente os dados constantes no relatório de consumo de energia, principalmente no que se refere à unidade do sistema e endereço, informando quando do desligamento de alguma unidade, paralelamente com a execução do pedido de desligamento junto à CELESC; 6. Quando do pedido de ligação de energia para alguma unidade nova, deverá ser informado à CELESC o endereço completo e o nome da unidade do sistema (exemplo: CASAN ERAT32), para que conste na fatura, sendo solicitada também sua centralização para entrega na Matriz; 7. Sempre que solicitar novo pedido de ligação de energia informar ao Grupo de Gestão todos os dados da nova unidade, para pronto cadastramento; 8. Analisar mensalmente os relatórios de consumo de energia, verificando se os valores de KWh e KW consumidos em cada unidade estão de acordo com o esperado; 9. Elaborar um plano de limpeza de adutoras, com o auxílio de poly pig, de modo que as perdas de carga sejam reduzidas, necessitando-se de uma menor demanda para a mesma produção ou ainda o aumento da produção sem a troca de equipamentos, postergando-se uma possível ampliação do sistema com seu conseqüente aumento no consumo de energia. Medidas a serem ser executadas pela Diretoria: 1. Verificar junto ao Governo do Estado a possibilidade de isenção da CASAN no que se refere ao pagamento do ICMS nas faturas de energia. Esta medida representaria uma redução de aproximadamente 33% no valor das faturas da CELESC, podendo ser estendida também às cooperativas; 2. Designar que, no mínimo, 50 % dos recursos economizados com a despesa de energia elétrica sejam reinvestidos em outras ações para o gerenciamento de energia, criando-se uma previsão orçamentária para a utilização dos recursos; 3. Verificar junto às prefeituras a possibilidade de isenção da COSIP, uma vez que na maioria dos locais onde estão as unidades da CASAN não existe tal benefício (iluminação pública). Esta medida representaria uma redução de 2% da despesa total com energia; 4. Verificar a possibilidade da isenção da cobrança de correção monetária, juros de mora e multa por atraso de pagamento, comprometendo-se com a concessionária em estabelecer prazos exeqüíveis de pagamento; 5. Determinar quais as pessoas dentro da CASAN estão habilitadas a fazer novos pedidos de ligação e encaminhar a correspondência a cada Agência Regional da CELESC para que não aceite pedidos de pessoas não autorizadas pela CASAN; 6. Determinar à Gerência de Projetos que todos os novos projetos com demanda igual ou superior a 50 KW sejam elaborados de forma a permitir o desligamento, se possível total, da unidade no período de horário de ponta; 7. Determinar que sejam realizadas medições do nível de iluminamento em todas as áreas, adequando-o ao nível prescrito por norma e aproveitando ao máximo a iluminação natural; 8. Determinar que nos escritórios sejam trocadas as atuais luminárias com lâmpadas fluorescentes de 40W e reatores eletromagnéticos por luminárias reflexivas com lâmpadas de 35 W com reatores eletrônicos ou lâmpadas tipo PL. Nas áreas abertas e pátios, as lâmpadas devem ser substituídas por outras de vapor de sódio, reduzindo-se sua quantidade ou potência; 9. Determinar que seja realizada uma avaliação dos atuais sistemas de ar condicionado (central e pontual), para a possível substituição dos mesmos por outros mais eficientes; 10. Determinar que toda especificação de equipamentos priorize o uso eficiente de energia e venha acompanhada de um estudo do custo total de operação durante a vida útil do equipamento, envolvendo obrigatoriamente a soma de: custo inicial (aquisição), custo de manutenção (peças mais
7 comuns e mão de obra) e custo do consumo de energia previsto para a vida útil do equipamento. Esses custos devem fazer parte do critério de julgamento para aquisição de qualquer equipamento elétrico para a CASAN; 11. Determinar que sejam realizados estudos sobre a melhor opção para cada caso, entre utilização de variadores de freqüência ou equipamentos modulares (divindo-se a potência máxima requerida de acordo com a demanda necessária). RESULTADOS ESPERADOS A partir da completa implementação do programa, os resultados esperados devem refletir uma redução real em torno de 20% na despesa total com energia elétrica, o que deverá ser comprovada através das faturas de energia e do comparativo de indicadores, como KWh/m³ de água tratada produzida, pois qualquer ampliação de sistema, com o conseqüente aumento da potência consumida, deverá ser devidamente considerada frente ao aumento da produção e decorrente aumento do faturamento de forma eficiente. Aliado à redução das despesas, o aumento da confiabilidade dos sistemas com a conseqüente redução de períodos de desabastecimento, com a melhoria da imagem da empresa e por fim a melhoria da qualidade de vida da população, também são resultados esperados com a total implantação deste Programa. Apesar do caráter subjetivo dos mesmos, estes aspectos intangíveis são tão ou mais importantes que os facilmente mensuráveis, visto que o objetivo final da empresa é proporcionar uma melhor qualidade de vida à população, o que envolve, além da boa qualidade da água distribuída, a quantidade suficiente para o perfeito abastecimento da população. CONCLUSÃO A tendência atual é que a população urbana mundial dobre nos próximos 40 anos (ALLIANCE, 2002), e para que essa população seja atendida pelos serviços de água e esgoto haverá, proporcionalmente, um aumento do consumo de energia pelas empresas de saneamento, e caso levemos em consideração as demandas reprimidas por falta de atendimento adequado o consumo de energia elétrica pode dobrar em menos de 40 anos. Além disso, desde 2002 as tarifas de energia elétrica no Brasil vêm sofrendo profundas modificações. Há a tendência de que elas fiquem ainda mais caras para as unidades consumidoras do grupo A, em decorrência do chamado realinhamento tarifário, além do fim dos subsídios dados ao setor, que hoje são de 15% mas já chegaram a 80% em Esse realinhamento é contínuo e deve ser concluído até Deve-se lembrar que as unidades consumidoras mais significativas, acima de 75 KVA, possuem obrigatoriamente tarifação binômia (demanda e energia), sendo que a componente correspondente à demanda (R$/KW) é que vem sofrendo um aumento mais acentuado em relação à energia, única componente da tarifação monômia. Este cenário vem somente confirmar a importância que a Gestão de Energia Elétrica tem e ainda terá para a sociedade como um todo Neste contexto, uma das bases mais importantes deste Programa foi a visão da prioridade do combate ao desperdício de energia em uma empresa de saneamento, devendo ter uma estrutura formal institucionalizada na empresa, com o objetivo de tratar do assunto, planejando, desenvolvendo, controlando e avaliando medidas de combate ao desperdício de energia, além de efetuar todos os trâmites para a obtenção de financiamentos para a área. Assim, tendo em vista o vasto potencial de redução do consumo de energia e combate ao desperdício, a tarefa mais difícil se
8 torna realmente a gestão dessas ações e das pessoas envolvidas neste Programa tão importante para a eficiência de toda empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALLIANCE ALIANÇA PARA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA, Aproveitando as oportunidades de eficientização de água e energia não exploradas nos sistemas de água municipais.washington, DC. PROCEL SANEAR Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica no Setor de Saneamento. Disponível em: Acesso em : 15 de agosto de 2005.
Analisando graficamente o exemplo das lâmpadas coloridas de 100 W no período de três horas temos: Demanda (W) a 100 1 100 100.
Consumo Consumo refere-se à energia consumida num intervalo de tempo, ou seja, o produto da potência (kw) da carga pelo número de horas (h) em que a mesma esteve ligada. Analisando graficamente o exemplo
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