Apresentação das Actividades com os Grupos Vulneráveis de São Luís e Matam
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- Salvador Rocha Abreu
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1 Encontros regionais de Médicos Del Mundo em África São Luís do Senegal de 20 a 24 de Abril de 2009 Conclusiones MEDICOS DEL MUNDO SENEGAL Apresentação das Actividades com os Grupos Vulneráveis de São Luís e Matam 20 de Abril de
2 PLANO 1. Apresentação do Senegal: dados gerais. 2. Situação epidemiológica de IST/VIH/SIDA no Senegal. 3. Projecto de prevenção de VIH/SIDA e cuidados prestados à população afectada no Senegal. - Contexto do programa: dados básicos - Zonas de intervenção - Actividades realizadas - Resultados - Exigências e perspectivas 2
3 I. SENEGAL 3
4 SENEGAL É limitado por: - República Islâmica da Mauritânia, - Mali, - República da Guiné, - Guiné-Bissau, - Oceano Atlântico. O Senegal subdivide-se em 14 regiões, entre as quais São Luís e Matam. 4
5 Conclusiones DADOS GERAIS Os principais grupos étnicos são: - os ulofes (43%), - os pulares (24%), - os sereres (15%), - os diolas (5%) - os mandingas (4%). A população do Senegal é essencialmente muçulmana (94%). Há 4% de cristãos e as outras religiões representam 2%. 64% da população tem menos de 25 anos. As mulheres representam 52% da totalidade da população. O índice sintético de fecundidade (ISF) é de 5,3 filhos por mulher. 5
6 II. Situação epidemiológica de VIH/SIDA no Senegal Conclusiones Epidemia de VIH/SIDA no Senegal: 0,7% A epidemia de VIH/SIDA no Senegal apresenta características originais: tem baixa prevalência e é de tipo concentrada. Quer isto dizer que, na população em geral, a prevalência é baixa mas existem grupos vulneráveis (trabalhadoras do sexo, homossexuais) para quem a prevalência é de 19% a 29% (CNLS). Entre estes grupos e a população em geral existem grupos de ligação (grupos que ligam os que apresentam alto risco de infecção aos que estão abertamente expostos) de pessoas emigradas e/ou móveis: transportadores de longa distância, militares de carreira, trabalhadores sazonais, pescadores e trabalhadores com antecedentes migratórios (sobretudo para a África Central e a Costa do Marfim). Particularidade geográfica das regiões meridionais: Ziguinchor e Kolda são especialmente afectadas pela epidemia. 6
7 Situação epidemiológica de VIH/SIDA no Senegal Conclusiones VIH e vulnerabilidade das mulheres. Os resultados do EDS-IV (Inquérito Demográfico e de Saúde) de 2005 revelam que 0,7 % dos adultos no Senegal com idade compreendida entre os 15 e os 49 anos são seropositivos ao VIH. A taxa de seroprevalência nas mulheres dos 15 aos 49 anos é superior à dos homens na mesma faixa etária: 0,9 % contra 0,4 %. Resulta daí uma proporção de infecção entre as mulheres e os homens de 2,25; por outras palavras, há 225 mulheres infectadas em cada 100 homens. Este número, comparável a outros índices resultantes de inquéritos similares efectuados na África subsariana, confirma a maior vulnerabilidade das mulheres em relação aos homens. Diferenças em função * do sexo * da região 7
8 Conclusiones RESPOSTA NACIONAL Porquê? O Senegal considera, de há longa data, a prevenção e os cuidados de saúde primária como uma prioridade nacional. Reacção rápida e precoce desde a ocorrência dos primeiros casos em Como? - Implementação de um programa nacional de luta contra a SIDA para evitar a propagação do vírus. - Desenvolvimento rápido de capacidades no domínio do diagnóstico e da prestação de cuidados. - Criação de um sistema de vigilância sentinela desde 1989 para seguir a evolução da prevalência do VIH e da sífilis nos grupos-alvo. - Direcção política, religiosa, comunitária. 8
9 Sistema de vigilância sentinela Conclusiones Sistema de vigilância sentinela: - Grávidas, - Trabalhadoras do sexo, - Tuberculosos, - Hospitalizados. Locais sentinela: Dacar, Ziguinchor, São Luís, Diourbel, Fatick, Kaolack, Kolda, Louga, Matam, Ourossogui, etc. 9
10 Evolução da prevalência média do VIH1 e do VIH2 nos locais Conclusiones sentinela no decurso dos 5 últimos anos No Senegal, encontram-se os dois tipos de vírus de imunodeficiência humana, o VIH-1 e o VIH-2, com predominância do VIH-1. VIH1 VIH2 P r é v a l e n c e d u V I H (% ) 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0, année 10
11 Situação epidemiológica de IST no Senegal Conclusiones Os dados relativos às IST clássicas ressaltam que a prevalência média da sífilis nas grávidas era de 2,7% em 2004 e de 1,2% em 2007 para o conjunto das regiões sentinela (boletim epidemiológico n 13 de Novembro de 2008). Nas TS (trabalhadoras do sexo), a prevalência da sífilis é de 8,7% na região de Thiès e de 5% na região de Ziguinchor (boletim seroepidemiológico nº 12 de vigilância do VIH). 11
12 Evolução da prevalência média do VIH e da sífilis Conclusiones nos locais sentinela no decurso dos 5 últimos anos VIH SYPHILIS 3,5 3,0 P ré v a le n c e (% ) 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0, année 12
13 PH III. PROGRAMA DE LUTA CONTRA AS IST-VIH/SIDA NAS Conclusiones REGIÕES MÉDICAS DE SÃO LUÍS & MATAM PHOTO EQUIPE BURO 13
14 REGIÃO MÉDICA DE SÃO LUÍS Conclusiones 14
15 REGIÃO MÉDICA DE MATAM Conclusiones 15
16 regiões médicas de São Luís e Matam SÃO LUÍS MATAM Superfície: km² ou seja 10% do território nacional. População total: (DSP) Divisão sanitária: 5 distritos sanitários. Baixa prevalência do VIH: 0,4 % nas pessoas de 15 a 49 anos (EDS IV). Prevalência do VIH nas grávidas: 1,3% (boletim epidemiológico n 13) Superfície : km² ou seja 14,3% do território nacional População total: habitantes (PRIM MATAM) (4,5% da população total): 52,4% de mulheres contra 47,6% de homens Divisão sanitária: 3 distritos sanitários Prevalência do VIH: 0,6 % nas pessoas de 15 à 49 anos (EDS IV) Prevalência do VIH nas grávidas: 1,5% (boletim epidemiológico nº 13) 16
17 regiões médicas de São Luís e Matam SÃO LUÍS MATAM Zonas de risco: Fouta (Aéré Lao), Richard Toll, tráfego fronteiriço de alta densidade com a Mauritânia (Rosso) Existência de pontos quentes durante os eventos culturais: (Festival de Jazz, 15 de Agosto, 02 Rakkas ) Factores de vulnerabilidade: - Forte emigração na zona, actividade intensa ligada à pesca, forte mobilidade urbana (Guet Ndar,Goxu Mbath, Richard Toll) - Desenvolvimento do turismo - Práticas socioculturais Zonas de risco: - Aldeias de pescadores, - Aldeias encravadas de Dandé Mayo, - Zona de transumância de Ferlo, - Zonas de trânsito, - Zonas de forte emigração, - Mercados semanais (loumas), - Terminais rodoviários. Factores de vulnerabilidade: emigração intensa sobretudo nos países com forte prevalência. Mercados semanais. Porosidade da fronteira. Sobrevivência de práticas socioculturais (levirato, sorocracia, excisão, casamentos precoces, 17 etc.).
18 FACTORES COMPORTAMENTAIS Conclusiones Débil conhecimento do VIH e dos meios de prevenção. Persistência de práticas socioculturais de risco: Excisão e tatuagem nas zonas rurais, nomeadamente em Fouta. Precocidade das relações sexuais nos jovens. Relações sexuais com parceiros mais velhos. Insuficiência da utilização do preservativo pelos jovens sobretudo pelos não escolarizados, camionistas e pequenos comerciantes. 18
19 CONCEITO DE VULNERABILIDADE Conclusiones Definição: Nível de risco para um indivíduo ou um grupo ligado a um comportamento, perante uma exposição e suas consequências. Factores de vulnerabilidade: - Pobreza - Zonas de vulnerabilidade (pólos turísticos, pólos industriais, locais de grande concentração de viajantes, pólos religiosos, pólos urbanos) Factores comportamentais: Débil conhecimento do VIH e dos meios de prevenção, comportamentos sexuais (idade precoce da primeira relação, relações não protegidas com um(a) parceiro(a) irregular) 19
20 GRUPOS VULNERÁVEIS (Plano Estratégico de Luta contra a SIDA) Conclusiones - Trabalhadoras do sexo (TS) - MSM (homens homossexuais), - Mulheres, - Jovens, - Órfãos e crianças vulneráveis (OEV), - Grupos móveis, - Pequenos ofícios urbanos, - Presos, - PVVIH (pessoas que vivem com o VIH). 20
21 Conclusiones CONTEXTO DO PROGRAMA GRUPOS VULNERÁVEIS Senegal: país de epidemia concentrada MSM: homens homossexuais TS: trabalhadoras do sexo Parceiros sexuais masculinos de trabalhadoras do sexo 0,7% Parceira sexual feminina de MSM TS: de 19,4% a 29% consoante as regiões (PSN) MSM: 21,5% (EDS IV) Grupos móveis sazonais, militares, pescadores, etc. Profissões ligadas à estrada, ao comércio 21
22 JUSTIFICAÇÃO DA INTERVENÇÃO Conclusiones Vulnerabilidade múltipla destes grupos (discriminação e isolamento, pobreza, parceiros múltiplos, conhecimento mal assimilado do VIH/SIDA, mobilidade, promiscuidade) Aumento do número de pessoas vulneráveis. Por isso, Médicos del Mundo, no seu programa nas regiões do Norte do Senegal (São Luís e Matam), realiza actividades para estes grupos-alvo com o triplo objectivo de sensibilização, despistagem e 22 prestação de cuidados VIH/SIDA a grupos vulneráveis.
23 NEFICIÁRIOS DE MEDICOS DEL MUNDO EM SÃO LUIS E MATA PVVIH Trabalhadoras do sexo oficialmente registadas Jovens vulneráveis Presos Homens homossexuais (MSM) Operários Pescadores Transportadores Militares Cabeleireiros Alunos de estudos corânicos (talibés) 23
24 Conclusiones MSM Os primeiros dados epidemiológicos sobre a prevalência do VIH nos MSM datam de 2005 e resultam de um estudo realizado em 2004 junto de 463 homens homossexuais em Dacar e nas 4 grandes cidades do país: Kaolack, Mbour, São Luís e Thies (Wade et al, 2005). A prevalência global do VIH é de 21,5% nos MSM com uma forte predominância do tipo VIH1. No que se refere aos MSM foi com o apoio da ANCS (Aliança Nacional de Luta contra a SIDA) e de outros parceiros MSM de Dacar que os Médicos del Mundo puderam lançar actividades neste domínio em São Luís. 24
25 Actividades realizadas com os MSM Conclusiones Para os MSM desde 2007 MDM uma convenção Enda Santé beneficiário do Fundo Mundial de Luta contra a SIDA nas 4 regiões do Senegal. - Formação de parceiros educadores em IST-VIH/SIDA e em gestão de projectos. - Grupos de diálogo ou de auto-apoio. - Palestras. - Projecções de filmes. - Testes de despistagem. - Prestação de cuidados às IST. - Prestação de cuidados médicos aos MSM que vivem com SIDA - Visitas ao domicílio e mediação social. 25
26 Conclusiones TSO A prevalência de VIH nas trabalhadoras do sexo (TS) é de 20% em média com valores que podem ascender a 29% em Ziguinchor (PSN). As actividades começaram com a associação AWA que já trabalhava com trabalhadoras do sexo no posto de saúde do Norte de São Luís. Nesta data, prosseguem as actividades não só em São Luís mas também em Richard Toll. O problema principal das trabalhadoras do sexo oficialmente registadas (TSO) é o pagamento das análises para detecção de VIH/SIDA, sífilis e as culturas anuais ou bienais, obrigatórias para continuaram inscritas no ficheiro sanitário nacional. 26
27 Conclusiones Actividades realizadas com as TSO - Palestras mensais. - Sessões de sensibilização e educação. - Apoio aos exames de despistagem de VIH/SIDA, sífilis (TPHA, PRP). - Apoio aos medicamentos de primeira linha das IST. 27
28 ConclusionesJOVENS VULNERÁVEIS Trata-se do conjunto das jovens que são vulneráveis ou que são mães solteiras. As actividades levadas a cabo junto delas têm a ver com a prevenção e a prestação de cuidados médicos às IST incluindo a gratuitidade dos medicamentos de primeira linha para estas infecções. - Formação em IST/VIH/SIDA. - Palestras. - Prestação de cuidados médicos. 28
29 Conclusiones PVVIH Os Médicos del Mundo prestam assistência às associações e às pessoas que vivem com o VIH nas duas regiões: - Formação em IST/VIH/SIDA - Formação em aconselhamento - Palestras - Grupos de diálogo - Refeições comunitárias - VAD e VIH - Procura de membros da família deslocados - Apoio institucional - Apoio aos medicamentos receitados - Apoio aos exames terapêuticos 29
30 DETIDOS NAS PRISÕES DE Conclusiones SÃO LUÍS, DAGANA, PODOR, MATAM Um inquérito realizado em 2005 por ENDA Santé revelou que em 70 presos inquiridos (10 mulheres e 60 homens) do Estabelecimento Prisional de São Luís e Dagana: - 63% tinham um nível de conhecimento muito reduzido sobre as IST e o VIH/SIDA, - 85,4% não tinham feito o teste de despistagem, - 37% confirmavam a existência de práticas homossexuais na prisão. 30
31 Actividades realizadas com os detidos Conclusiones - Visitas locais mensais a cada um dos estabelecimentos prisionais. - Acções de formação para os detidos e o pessoal de enquadramento sobre as IST/VIH/SIDA. - Palestras. - Projecção de filmes. - Lutas tradicionais. - Testes de despistagem. - Apoio em material de sensibilização (televisão e DVD/VHS, fichas de aconselhamento, cassetes de vídeo). - Oferta de tee-shirts e de material de apoio em jogos e concursos. - Elaboração de projectos para melhorar as condições de detenção. 31
32 Crianças abandonadas, talibés Conclusiones Em 2008, os MDM de São Luís integraram a associação Jardin d espoir que se ocupa de alunos de estudos corânicos (talibés). Os talibés têm relações sexuais precoces (aos 8 anos) e é indispensável trabalhar em colaboração com os marabus com vista a transmitir mensagens de sensibilização para as IST/VIH/SIDA. Além disso, importa dar atenção à melhoria das suas condições de vida. O CNLS integrou em 2009 os talibés como grupo vulnerável. 32
33 Grandes Domínios do Senegal (GDS) Conclusiones As actividades realizadas junto das empresas, sobretudo nos GDS, consistem em: - Sensibilização - Formação - Despistagem - Distribuição de preservativos 33
34 Em 2005 São Luís e Matam Em 2009 Zona de intervenção: 1 região médica e 4 distritos. Número de MSM: 5 (em 2006) Número de MAC: 1 e 150 detidos Número de associações de PVVIH: 2 Número de jovens vulneráveis: 0 Número de TS: 30 Zona de intervenção: 2 regiões de trabalho e 8 distritos. Número de MSM: 100 Número de MAC: 4 e detidos Número de associações de PVVIH: 6 e 400 pessoas apoiadas Número de jovens vulneráveis: 35 Número de TS: 90 (Richard Toll e São Luís) Empresas privadas: Mais de 2000 pessoas sensibilizadas e mais de pessoas despistadas.
35 Conclusiones AS EXIGÊNCIAS A legislação - MSM O Código Penal Senegalês reprime a "relação contranatura com um indivíduo do mesmo sexo" que é passível de um a cinco anos de pena de prisão e de a 1 milhão de francos CFA de coima. - Trabalhadoras do sexo - O Decreto nº , de 16 de Agosto de 1962, sobre a criação das forças policiais encarregadas da moral pública precisa as suas missões; - O decreto nº , de 16 de Agosto de 1962, organiza a luta contra as doenças venéreas (DV); - A Lei nº 66-21, de 1 de Fevereiro de 1966, relativa à luta contra as DV e a prostituição, ao controlo obrigatório e preventivo das pessoas que se dedicam publicamente à prostituição impõe a sua inscrição num ficheiro sanitário e social mantido pelas entidades sanitárias. - Os despachos ministeriais, de 28 de Agosto de 1969, relativos à luta contra as DV e a prostituição vieram completar os textos legislativos e regulamentares em 35 vigor.
36 Conclusiones AS EXIGÊNCIAS Desigualdade de acesso aos cuidados prestados aos grupos vulneráveis (socioeconómicos) Sensibilização para as IST/VIH SIDA e apoio aos exames terapêuticos e medicamentosos mas necessidade de apoio psicossocial incluindo uma proposta de AGR. 36
37 ENSINAMENTOS & RECOMENDAÇÕES Conclusiones As prevalências identificadas no decurso dos testes de despistagem dos grupos-alvo confirmam a pertinência deste tipo de actividade nos cenários com epidemia concentrada nos grupos vulneráveis. Trabalho em colaboração directa com as entidades sanitárias e outros parceiros. Envolvimento directo dos profissionais que trabalham em estruturas de saúde em grupos de diálogo e prestação de cuidados sanitários. Investigação operacional sobre a utilização do preservativo em locais públicos de divertimento (com o objectivo de aumentar a utilização do preservativo masculino pelas populações passarela) 37
38 Envolvimento dos dirigentes administrativos e político Conclusiones 38
39 Fotografias de actividades com os grupos-alvo Conclusiones 39
40 Fotografias de actividades com os grupos-alvo Conclusiones 40
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