ANA CRISTINA MENDONÇA GEOVANE MORAES PENAL PRÁTICA 2ª FASE

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1 ANA CRISTINA MENDONÇA GEOVANE MORAES PENAL PRÁTICA 2ª FASE 2017

2 2 QUEIXA-CRIME 1. INTRODUÇÃO O presente assunto tem muita importância para a prática penal. Em virtude disso, inicialmente, será abordado a ação penal de forma ampla, adotando a classificação das ações penais quanto à titularidade do direito de ação para, posteriormente, ser ingressado na peça inicial acusatória da ação penal privada, que é a queixa-crime. 2. AÇÃO PENAL PÚBLICA 2.1. Ação penal pública incondicionada A ação penal é o meio pelo qual se provoca o ente estatal através do exercício da jurisdição para solucionar uma lide composta por um conflito de interesses. Ou seja, o Estado NÃO vai atrás das lides, sendo a jurisdição penal inerte por natureza. A ação penal pública incondicionada é aquela em que o Ministério Público é o titular do direito de ação e não necessita da manifestação de vontade de quem quer que seja para oferecer a denúncia, bastando, no caso concreto, a existência da justa causa, ou seja, prova da materialidade do crime e indícios suficientes de autoria ou participação, e das demais condições da ação. As provas nos dão certeza de que um fato ocorreu, já os indícios são indicativos acerca dos fatos. A regra geral é a de que os crimes sejam motivadores de ação penal pública incondicionada, e quando a lei silenciar sobre o tipo de ação penal que o crime motiva a ação penal será pública incondicionada. Já para o crime ser motivador de ação penal pública condicionada ou ação penal privada deve haver expressa disposição legal, como bem elucida o art. 100 do Código Penal.

3 100 OAB (2ª fase) PRÁTICA PENAL Ana Cristina Mendonça Geovane Moraes A denúncia é a peça inicial da ação penal pública incondicionada, procedida pelo MP, na regra geral (art. 46 do CPP), no prazo de 5 dias estando o réu preso e 15 dias estando o réu solto, porém o prazo é impróprio, não existindo preclusão para o oferecimento da denúncia. Da mesma forma, o MP NÃO sofre decadência do direito de ação. Ex: Imagine um homicídio simples, no qual o MP tem prazo de 5 dias ou 15 dias para oferecer denúncia e não a oferece no prazo legal, mesmo após o prazo, ainda que 10 anos depois (desde que o crime não esteja prescrito), poderá ainda o MP oferecer a denúncia, pois o prazo não preclui e o MP não sofre decadência. OBS.: Juiz não pode iniciar um processo de OFÍCIO, valendo salientar que o processo criminal instaura-se com o RECEBIMENTO da denúncia. Assim, não é o simples oferecimento da peça acusatória que faz surgir o processo, pois o juiz pode rejeitar a denúncia ou queixa ou recebê-la. DICA MUITO IMPORTANTE: O entendimento dominante estabelece que não mais existe a obrigação do Ministério Público em denunciar, mas sim em manifestar-se. Ou seja, ao ser comunicado formalmente da ocorrência de um delito, como por exemplo, pelo recebimento dos autos do inquérito policial, o Ministério Público deverá manifestar-se, formando o que chamamos de opinio delicti. Assim, recebidos os autos de inquérito ou outras peças de informação, o MP DEVERÁ oferecer denúncia OU devolver os autos à delegacia para a continuidade das investigações OU requerer o arquivamento Ação penal pública condicionada A ação penal pública será condicionada nas hipóteses expressamente previstas em lei, existindo duas modalidades, quais sejam, ação penal condicionada à requisição do Ministro da Justiça ou à representação do ofendido. Elas serão devidamente analisadas a seguir. a) Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. Hoje as hipóteses desta ação são muito poucas e se restringem às seguintes situações: Crimes praticados contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro (art. 141, I, c/c, art. 145, parágrafo único, CP) Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. (art. 7º, 3º, b, CP)

4 Cap. 2 QUEIXA-CRIME 101 OBS.: Se o crime for de ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça, sem a referida requisição não será possível ao Ministério Público promover a ação penal, uma vez que aquela configura condição específica de procedibilidade. Porém, vale lembrar que a requisição do Ministro da Justiça não obriga a propositura da ação penal. Além disso, a requisição é irretratável, não sendo possível, de acordo com entendimento dominante, sua retratação. Vale ressaltar, também, que não existe prazo para o Ministro da Justiça apresentar a requisição, uma vez que a mesma, diferentemente da representação da vítima, não está sujeita a prazo decadencial. b) Ação penal pública condicionada à representação do ofendido. Neste tipo de ação penal, o promotor de justiça só poderá oferecer denúncia se houver a representação do ofendido, funcionando esta, também, como uma condição específica de procedibilidade. Esta representação, vale lembrar, é uma manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal, no sentido de que seja o fato objeto de processo. A representação é despida de maiores rigores formais, podendo ser feita oralmente ou por escrito perante a autoridade policial, o órgão do Ministério Público ou o juiz, nos termos do art. 39 do CPP. Porém, uma vez feita a representação, o Ministério Público não está obrigado a oferecer denúncia, pois devem estar presentes as demais condições e requisitos para a propositura da ação penal, dentre os quais a justa causa. O que obriga o MP ao oferecimento da denúncia é a presença de todas as condições da ação. Além disso, o ofendido não está obrigado a representar, porém se ele decidir fazê-lo, deverá apresentar sua manifestação de vontade dentro do prazo decadencial de 6 meses contados do conhecimento da autoria do delito, nos termos do art. 38 do Código de Processo Penal. Ou seja, a representação deverá ser apresentada no prazo de seis meses a contar do momento em que o ofendido souber quem foi o autor da prática delitiva. Não sendo oferecida a representação dentro do prazo de seis meses contados da data em que se soube quem era o autor do fato (regra geral), a decadência implicará na perda do direito de representação, e consequente extinção da punibilidade, na forma do art. 107, IV do Código Penal. ATENÇÃO! Se a vítima for menor de 18 anos, e o seu representante legal não oferecer a queixa crime ou a representação, é majoritário o entendimento de que a vítima poderá exercer tanto o direito de queixa, se for crime de ação penal privada, como o direito de representação, se for crime de ação pública a esta condicionada, ao completar 18 anos, momento a partir do qual, neste caso, serão contados os seis meses decadenciais. Cumpre ainda lembrar que se o ofendido for menor de 18 anos e não possuir representante legal, ou se os interesses do representado forem conflitantes com os

5 102 OAB (2ª fase) PRÁTICA PENAL Ana Cristina Mendonça Geovane Moraes interesses do representante, o juiz nomeará um curador especial para o menor (art. 33 do CPP). Neste caso, apesar da ausência de previsão expressa em lei, entende-se que o curador terá o prazo de 6 meses a contar de sua nomeação para exercer o direito de representação. O mesmo aplicar-se-á aos crimes de ação penal privada e o prazo para o exercício do direito de queixa pelo curador especial. OBS.: O prazo decadencial é prazo próprio, sofrendo preclusão temporal. Além disso, doutrina e jurisprudência entendem que ao prazo decadencial NÃO se aplicam quaisquer hipóteses de suspensão, interrupção ou prorrogação. O mesmo é ainda contado na forma do art. 10 do Código Penal, incluindo-se, portanto, o dia do início, e pouco importando se o dia do início ou o último caem em dias úteis ou não. Assim, se a vítima soube quem era o autor do fato no sábado, 10 de maio, este será o primeiro dia dos seis meses decadenciais, vencendo-se o prazo no dia 09 de novembro, independentemente deste dia possuir ou não expediente forense. Ou seja, o prazo decadencial para o exercício tanto do direito de queixa como do direito de representação não se prorroga, não se interrompe e não se suspende. Já o prazo de que dispõe o Ministério Público para a formação da opinio delicti e consequente exercício da ação penal configura prazo impróprio e, portanto, não preclui. Mesmo após o decurso do prazo indicado pelo art. 46 do CPP, poderá o MP oferecer a denúncia, requerer o arquivamento ou a devolução dos autos para a delegacia a fim de continuarem as investigações. O MP não sofre decadência. DICA! Deve-se estar atento à análise sobre se o prazo é PROCESSUAL PENAL ou PENAL, uma vez que a contagem dos mesmos se dá de forma distinta. Contagem de prazos PROCESSUAIS PENAIS, aos quais se aplica o art. 798 do CPP: Art Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr. 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. 4º Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela parte contrária. 5º Salvo os casos expressos, os prazos correrão:

6 Cap. 2 QUEIXA-CRIME 103 a) da intimação; b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte; c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho. Contagem de prazos PENAIS, com aplicação do art. 10 do CP: Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. OBS.: A contagem dos prazos de PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA, PRISÃO E CUMPRIMENTO DE PENA é feita na forma do art. 10 do CP, são, portanto, prazos penais! E devemos incluir o dia do início e excluir o dia do final. Da mesma forma, não importa se o primeiro e o último dia é ou não útil, isso não faz diferença. Exemplo: Imagine que, em um crime de ação penal privada, a vítima tenha tomado conhecimento da autoria do fato no dia 15 de novembro de 2016, feriado nacional por ser dia da Proclamação da República. O fato se ser feriado não importa, pois como o prazo decadencial é um prazo penal, o dia do início é incluído e não importa se é útil ou não. Assim, o primeiro dia é o próprio dia 15/11/2016. A queixa tem que ser oferecida dentro do prazo decadencial de seis meses (art. 38 do CPP). Contando-se 6 meses a partir de 15/11/2016 observamos o seguinte: dezembro = 1 mês janeiro = 2 meses fevereiro = 3 meses março = 4 meses abril = 5 meses maio = 6 meses Ou seja, o prazo decadencial vencerá em maio de Como a vítima conheceu da autoria em 15/11/2016, completam-se 6 meses em 14/05/2017 (porque devemos contar os seis meses e excluir o dia do final). O problema é que dia 14/05/2017 cai em um domingo, e o prazo decadencial não se prorroga, assim, a queixa terá que ser oferecida até a sexta-feira anterior, dia 12, pois se for oferecida na segunda já terá ocorrido a decadência do direito de queixa. DICA! Natureza jurídica da representação e da requisição nos crimes de ação penal pública condicionada: Nas infrações de ação penal pública condicionada, o Ministério Público somente poderá oferecer a denúncia se presente, além das condições genéricas para o exercício

7 104 OAB (2ª fase) PRÁTICA PENAL Ana Cristina Mendonça Geovane Moraes do direito de ação, mais um requisito, consistente na representação do ofendido (ação penal pública condicionada à representação) ou na requisição do Ministro da Justiça (ação penal pública condicionada à requisição). Assim, representação do ofendido e requisição do Ministro da Justiça são condições específicas de procedibilidade. A representação do ofendido nada mais é que uma manifestação inequívoca de vontade, que independe de maiores formalidades, podendo ser extraída, por exemplo de um simples depoimento da vítima em sede policial. A representação, da mesma forma que a queixa-crime nas infrações de ação penal privada, sujeita-se ao prazo decadencial de 6 meses previsto no art. 38 do CPP, que deve ser contado a partir da data em que a vítima vem a saber quem foi o autor do fato. A representação é retratável até o oferecimento da denúncia, sendo ainda possível a retratação da retratação, desde que dentro do prazo decadencial de 6 meses, ressalvadas as hipóteses de infrações de menor potencial ofensivo quando, por força do parágrafo único do art. 74 da Lei 9.099/95, a composição civil dos danos levaria à renúncia ao direito de representação e, para muitos, extinção da punibilidade. A requisição do Ministro da Justiça, no entanto, é irretratável e não se sujeita a prazo decadencial, conforme entendimento doutrinário dominante. Outrossim, devemos lembrar que nem a representação, nem a requisição do Ministro da Justiça, vinculam o Ministério Público, que formará a opinio delicti em razão da presença ou ausência das condições da ação. Outra característica da representação é a de que ela é retratável, ou seja, a pessoa pode representar e depois voltar atrás. A retratação da representação, na regra geral, não carece de fundamentação, inclusive, é possível a retratação da retratação. Entretanto, como bem elucida o art. 25 do CPP, pode haver a retratação até o oferecimento da denúncia. Logo, a representação do ofendido é irretratável depois do oferecimento da denúncia. A exceção à regra ocorre nos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher que sejam de ação penal pública condicionada, como se verifica, por exemplo, em caso de ameaça. Nestes casos, a Lei Maria da Penha (Lei /2006) estabelece que a retratação da representação somente será possível na presença do juiz, em audiência especialmente designada para tal fim, até o recebimento da denúncia (art. 16 da referida lei). Assim dispõe o artigo: Art. 16 da Lei /2006 Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Por fim, ainda em relação ao tema representação, vale elucidar que esta somente poderá ser oferecida pelo: Ofendido

8 Cap. 2 QUEIXA-CRIME 105 Representante legal age em nome da vítima que é viva, porém incapaz. Sucessor processual se o ofendido for falecido ou declarado ausente por decisão judicial, a substituição ou sucessão processual segue a regra do CADI (Cônjuge, Ascendente, Descendente e Irmão), conforme art. 24, 1º, do CPP. Oferecida a representação, para que o MP ofereça denúncia deverão estar presentes todas as condições da ação, dentre as quais destaca-se a justa causa para a ação penal, consistente na prova da existência do crime e nos indícios suficientes de autoria. Justa Causa é a existência de lastro ou suporte probatório mínimo (prova da existência do crime e indícios suficientes de autoria) extraído de peças de informação, de forma a evitar uma acusação temerária. Sobre a justa causa: Não nos parece correta a afirmação de que para a sua admissibilidade basta que a denúncia esteja lastreada em prova da autoria e materialidade. Se examinarmos tais elementos ao nível da dogmática Penal, vamos constatar que autoria e materialidade não chegam sequer a configurar um juízo de tipicidade, na medida em que as normas Penais incriminadoras têm outros elementos essenciais, quer subjetivos, descritivos ou normativos. ( ) Não basta que, formalmente, a denúncia ( ) impute ao réu uma conduta típica, ilícita e culpável. Isto satisfaz o aspecto formal da peça acusatória, mas para o regular exercício da ação pública se exige que os fatos ali narrados tenham alguma ressonância na prova do inquérito ou constante das peças de informação. Em outras palavras, a acusação não pode resultar de um ato de fé ou de adivinhação do autor da ação penal. Tudo que de essencial ele descrever na denúncia deve estar respaldado na prova do inquérito, ainda que de forma frágil ou incompleta. (JARDIM, Afrânio Silva. Direito Processual Penal. Estudos e Pareceres. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense, pp. 97-8) 3. AÇÃO PENAL PRIVADA 3.1. Queixa-crime Em certos casos previstos em lei, a publicidade inerente aos atos processuais de alguns crimes seria mais prejudicial do que o próprio fato ou ainda que a própria impunidade do agressor, por esta razão, por critérios de política criminal, existe a ação penal privada, tendo como titular o particular ofendido. A queixa-crime é a peça inicial da ação penal privada, promovida pelo ofendido ou por quem tenha qualidade para representá-lo. Caso o ofendido venha a falecer,

9 106 OAB (2ª fase) PRÁTICA PENAL Ana Cristina Mendonça Geovane Moraes ou seja declarado ausente por decisão judicial, o direito de queixa será transmitido a seus sucessores processuais, seguindo a sequência do CADI (cônjuge, ascendente, descendente e irmão), nos termos do art. 31 do Código de Processo Penal. Por se tratar de uma petição inicial em matéria criminal, deve conter todos os requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, também exigidos no oferecimento da denúncia, ou seja, imputação do crime, pedido de condenação, qualificação do acusado e, quando necessário, rol de testemunhas. No que se refere ao prazo da queixa-crime, salvo expressa previsão legal em contrário, a queixa deverá ser oferecida no prazo de seis meses a contar do momento que o ofendido tomou ciência da autoria do delito, sob pena de decadência (art. 38 do CPP). Ou seja, a queixa-crime possui prazo próprio para ser oferecida, existindo o prazo decadencial de 6 meses a contar do momento em que a vítima toma ciência da autoria do delito. Os crimes que preveem ação penal privada estão expressamente previstos em lei. Quando o Código for silente, o crime será de ação penal pública incondicionada. A queixa-crime é peça privativa de advogado e tem 2 características elementares: Não obrigatoriedade ou discricionariedade a vítima move a queixa-crime se quiser, pode haver, inclusive, a renúncia ao direito de queixa de forma expressa ou tácita contra todos os ofensores. A isto se dá o nome de oportunidade ou conveniência, princípio regente da ação penal privada. Indivisibilidade a queixa é indivisível, ou seja, a queixa contra qualquer um dos autores do crime obrigará o processo contra todos. Caso exista renúncia ao direito de queixa em relação a um dos autores do delito, esta renúncia se estenderá a todos (arts. 48 e 49 do CPP). OBS.: A ação penal privada é discricionária na propositura e também discricionária durante o processo. Por isso, após oferecida a queixa-crime, a vítima poderá desistir da pretensão deduzida, ou seja, poderá desistir do processo, e poderá fazê-lo através do perdão ou através da perempção. É importante lembrar que o perdão do ofendido também goza de indivisibilidade, pois o perdão oferecido a um dos autores do delito, a todos se estenderá. Todavia o perdão configura-se como ato bilateral, pois o acusado deve aceitá-lo. Existindo uma pluralidade de acusados, caso um ou alguns deles não aceitem o perdão ofertado, o processo seguirá contra estes, mas será extinto em favor dos que acataram o perdão. O perdão do ofendido, da mesma forma que a perempção, funciona como causa extintiva de punibilidade Modalidades de ação penal privada Existem as seguintes modalidades de ação penal privada:

10 Cap. 2 QUEIXA-CRIME 107 a) Propriamente dita ou exclusiva é aquela que, desde o início, o crime procede-se mediante queixa e está previsto expressamente no tipo penal. Este tipo de ação penal privada pode ser proposta pela vítima, representante legal ou sucessor processual. b) Personalíssima é aquela que não admite representação legal, nem substituição processual. Só quem pode mover a ação privada é a vítima. Só existe um crime motivador de ação penal personalíssima que é o induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento para o casamento (art. 236 do Código Penal). Este crime ocorre nos casos em que um dos cônjuges casa com outrem sem prestar uma informação essencial, havendo o induzimento a um erro essencial. Neste caso, SOMENTE o cônjuge que tenha sido ofendido é que pode propor a ação. Para esta ação penal, há uma condição específica, a anulação do referido casamento. c) Alternativa ou Secundária manifesta-se nos crimes contra a honra de servidor público em razão das funções que estes exercem. Nestes crimes existem duas ações penais possíveis, ação penal pública condicionada à representação ou ação penal privada. OBS.: A ação penal alternativa ou secundária possui, inclusive, expressão na jurisprudência do STF, haja vista a Súmula 714 que prevê a legitimidade concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções. d) Privada subsidiária da pública inicialmente deve-se estar diante de uma hipótese em que originalmente o crime era de ação penal pública, podendo ser incondicionada ou condicionada, no qual o Ministério Público nada fez, quedou-se inerte. Sabemos que o MP é regido pelo princípio da obrigatoriedade, o que significa que deverá, recebendo os autos de inquérito ou outras peças de informação, manifestar-se, formando a opinio delicti, decidindo pelo oferecimento da denúncia, devolução dos autos à delegacia ou requerer o arquivamento. A inércia do MP não é compatível com o princípio da obrigatoriedade que rege a ação penal pública e, por isso, ficando ele inerte, ou seja, quando não apresenta nenhum tipo de manifestação no prazo legal (art. 46 do CPP), será possível o oferecimento, por parte da vítima, da queixa subsidiária. LEMBRE-SE: não será cabível a ação penal privada subsidiária da pública caso o MP se manifeste, assim, se o MP oferecer denúncia, requerer o arquivamento ou devolver os autos do inquérito para a delegacia não será possível o oferecimento da queixa subsidiária.

11 108 OAB (2ª fase) PRÁTICA PENAL Ana Cristina Mendonça Geovane Moraes A queixa subsidiária pode ser intentada por representante legal (no caso de vítima menor ou incapaz a qualquer título) ou pelo sucessor processual (em caso de morte da vítima), valendo ressaltar que a figura do sucessor deve respeitar a ordem prevista no art. 31 do CPP (CADI: cônjuge, ascendente, descendente, irmão). Ressalte-se que qualquer dos agentes tem legitimidade para propor a referida a ação e, comparecendo mais de uma pessoa com direito de queixa, aplica-se o constante no art. 36 do Código de Processo Penal, sendo a ordem de preferência, mas não uma ordem de vontades. Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. Sobre a sucessão processual: ( ) caso o ofendido morra ou seja considerado ausente por decisão judicial, autoriza a lei que familiares (parentesco biológico ou civil) prossigam no intuito de ajuizar ação penal contra o agressor ou dar continuidade, caso ela já tenha sido proposta. O rol deste artigo é taxativo e segue exatamente a ordem dada: em primeiro lugar, o cônjuge, passando, em seguida, ao ascendente, descendente e irmão. Em caso de omissão de um ou recusa, o legitimado seguinte pode optar pela propositura da ação. Havendo discordância, prevalece o intuito daquele que pretende ingressar em juízo. (NUCCI, Guilherme de Souza. Código de processo penal comentado. 13ª ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, p. 123) OBS.: Na ação penal privada subsidiária da pública, o MP intervirá em todos os termos do processo, podendo ainda, na forma do art. 29 do CPP, propor prova, recorrer de decisões interlocutórias, repudiar a queixa e oferecer denúncia substitutiva, aditar a queixa (hipótese na qual se formará um litisconsórcio ativo, no qual o MP atuará como assistente litisconsorcial), ou ainda, em caso de negligência do ofendido, retomar a ação como parte principal. Mas o que seria a negligência que autorizaria o MP a retomar a ação? Em crimes de ação penal pública não existe possibilidade de perdão ou de perempção, portanto, negligência seria tentar dar margem a qualquer um destes institutos, incompatíveis com crimes de ação penal pública. Nestes casos, o MP reassume o polo ativo da ação e a vítima é excluída da relação processual. DICAS!!! Vale ressaltar que não existe perempção nas ações penais privadas subsidiárias da pública, já que esta hipótese de causa extintiva de punibilidade é exclusiva para as ações penais que são essencialmente privadas.

12 Cap. 2 QUEIXA-CRIME 109 A queixa subsidiária possui prazo de 6 meses a partir do momento que findar o prazo de manifestação do Ministério Público e houver inércia deste. Oferecida a queixa subsidiária, o Ministério Público poderá aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal, tudo em conformidade com o art. 29 do Código de Processo Penal. OBS.: Cuidado com o instituto do perdão do ofendido, o mesmo acarreta extinção da punibilidade, mas não gera responsabilidade penal do agente. É uma decisão de mérito, mas não com mérito. Significa dizer que a decisão, embora faça coisa julgada material, não reconhece a responsabilidade penal do indivíduo, pois o juiz não está condenando nem absolvendo. O juiz não chegou a apreciar o pedido. O processo apenas é extinto e é também extinta a punibilidade, na forma do art. 107, V, CP. Em relação ao perdão, lembre-se: Não cabe perdão na ação penal privada subsidiária da pública. O perdão é indivisível o perdão oferecido para um estende-se aos demais, com fundamento no art. 51 do Código de Processo Penal. É ato bilateral o perdão só vai existir se houver anuência do querelado, portanto, ele tem que ser aceito. Por isso, quando o perdão é oferecido a um dos querelados, a oferta se estenderá a todos, mas somente produzirá efeitos em relação aos que o aceitarem. Havendo pluralidade de querelados e um deles não aceitar o perdão, o processo se extingue para aqueles que o aceitaram, mas continuará para os demais, com fundamento no art. 51 do Código de Processo Penal. OBS.: Perempção. O art. 60 do CPP é um artigo importantíssimo no assunto relacionado à ação penal privada, e traz as hipóteses de perempção (que também acarreta a extinção do processo e da punibilidade sem que se caracterize qualquer análise da responsabilidade do agente). Da mesma forma que no caso do perdão, não cabe perempção em hipótese de ação penal privada subsidiária da pública, tendo em vista que o crime é de ação penal pública. Na ação penal privada o querelante é que tem que adotar as diligências para o andamento processual, caso não adote, pode haver a perempção. Vale salientar que a perempção deve ser decretada pelo juiz, e pode ocorrer nas seguintes hipóteses, todas trazidas pelo art. 60 do CPP: 1ª) Se o querelante deixar de dar andamento aos atos processuais por 30 dias seguidos. 2ª) Se o querelante morrer e não aparecer quem tenha qualidade para sucedê-lo em 60 dias.

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