Teoria e crise. Marcelo Vasques Vendroni

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1 Anais do IV Simpósio Lutas Sociais na América Latina ISSN: Imperialismo, nacionalismo e militarismo no Século XXI 14 a 17 de setembro de 2010, Londrina, UEL GT 6. Socialismo no Século XXI e problemas da transição Teoria e crise Marcelo Vasques Vendroni Apresentação No segundo semestre de 2008 a economia mundial foi acometida por uma crise de proporções tamanhas que prontamente surgiram comparações com a famigerada crise O financiamento sem controle nos mercados imobiliários norte americanos seguidos da alta nas taxas de juros impulsionaram uma avalanche de insolvência que fez falir em alguns dias imensas fortalezas de capital financeiro acumulado. Tão logo a crise foi se desenrolando, surgiram inúmeros estudos sobre as causas, conseqüências e características de tamanho abalo na economia capitalista. Neste ímpeto de se compreender o que estava havendo, as análises de Marx sobre o modo de produção capitalista submergiram demonstrando sua atualidade e importância para o entendimento da realidade atual. Nesta ocasião, o célebre historiador inglês Eric Hobsbawm afirmou que: Há um indiscutível renascimento do interesse público por Marx no mundo capitalista, com exceção, provavelmente, dos novos membros da União Européia, do leste europeu. Este renascimento foi provavelmente acelerado pelo fato de que o 150 aniversário da publicação do Manifesto Comunista coincidiu com uma crise econômica internacional particularmente dramática em um período de uma ultra-rápida globalização do livre-mercado 1. Tendo em vista estes pontos destacados, nosso objetivo é retomar a análise teórica de Marx concernente ao entendimento das crises no modo de Mestrando em Ciências Sociais (UEL). End. eletrônico: marcelojpgr@yahoo.com.br 1 GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 25

2 produção capitalista. Julgamos necessário debruçarmos sobre esta temática não pela discussão teórica em si, mas pelos indispensáveis instrumentos que ela nos fornece para a compreensão sobre o movimento do capital em seu processo de produção e reprodução e para o entendimento do atual momento pelo qual passa a economia capitalista. 1. As leis de movimento do capital Grande parte dos estudos de Marx tem como objetivo desvendar e compreender as leis imanentes do modo de produção capitalista, as quais determinam o movimento do capital. Nesse contexto, Marx ao fazer a crítica à economia política clássica, discute as fontes e as formas do valor e aceita a teoria do valor-trabalho de Ricardo 2. Assim, é a lei do valor que vai determinar o movimento do capital em geral, porém, a seu modo, reconfigurada, na forma de lei de valorização a partir do momento em que há subsunção real do trabalho ao capital com a utilização da mais-valia relativa. É neste momento que a produção se torna especificamente capitalista. A subsunção real do trabalho no capital desenvolve-se em todas aquelas formas que produzem mais-valia relativa, ao contrário de absoluta. (MARX, 2004:104). A utilização da máquina e a aplicação da ciência e da técnica permitem que se alcance um ritmo acelerado de produção. Neste nível o capital é valor que valoriza a si mesmo, se tornando sujeito de um processo de produção cuja finalidade é a própria produção. É a idéia de produzir por produzir. Mas este fato só faz sentido se o valor adiantado produzir um valor acrescentado ao valor adiantado no início do processo. Por isso, o objetivo fundamental e implícito na produção capitalista é a valorização. Produtividade do trabalho, em suma = máximo de produtos com mínimo de trabalho; daqui o maior embaratecimento possível das mercadorias. Independentemente da vontade deste ou daquele capitalista, isto convertese na lei do modo de produção capitalista. E esta lei só se realiza implicando outra, a saber: a de que não são as necessidades existentes que determinam o nível da produção mas de que é a escala de produção sempre crescente e imposta, por sua vez pelo próprio modo de produção que determina a massa do produto. O seu objetivo (é) que cada produto etc. contenha o máximo possível de trabalho não pago, e isso só se alcança mediante a produção para a própria produção. (MARX, 2004:107-8) 2 Em Miséria da Filosofia Marx assinala o passo decisivo que é a aceitação da teoria do valor-trabalho e, em especial, do enfoque de Ricardo, diverso do de Smith no referente à determinação do valor pelo tempo de trabalho e não pelo valor do trabalho (MARX, 1982: IX). GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 26

3 Aqui Marx chama atenção para o objetivo do capital de produzir valor, acrescentar valor ao valor inicial investido. Deve-se entender por isso também que a demanda por mercadorias para consumo não determina o ritmo e a escala de produção. Não é o consumo que determina a produção, mas sim, o objetivo em si, de valorização. Em Teorias da Mais-Valia Marx enfatiza que (...) o objetivo direto da produção capitalista não é o valor de uso, mas o valor de troca e em especial incremento da mais-valia. Este é o motivo que impulsiona a produção capitalista, e é um primor de concepção a que, para escamotear as contradições da produção capitalista, omite-lhe a base e faz dela uma produção dirigida para o consumo imediato dos produtores. (MARX, 1980:931) 3. Nesse nível da produção, onde há subsunção real do trabalho perante o capital, este pôde adquirir uma autonomia tal que se desvencilhou de quaisquer limites externos à sua reprodução continuada. Grespan vê nesse fato a idéia de desmedida e infinitude do movimento do capital. Afirma que o capital não encontra Fora de si mais nenhum limite permanente, nenhum elemento exterior que lhe possa conter indefinidamente a expansão, já que esta se baseia no domínio da fonte de valor mesma. (...) O primeiro significado de desmedida, específica do movimento de acumulação do capital portanto, vem da infinitude deste movimento (...) Não há, por princípio, uma referência externa ao capital para determinar a magnitude de sua acumulação. Ele tem essencialmente em si a sua medida (...). É claro que Marx considera também os obstáculos e as condições existentes para a acumulação. Mas lhe interessa enfatizar que da natureza do capital surge o impulso para a superação destes obstáculos, impulso, assim, inerente e necessário àquela natureza. (GRESPAN, 1998:129-30) Nesse sentido, ao mesmo tempo em que o capital se livra de limites externos permanentes à sua reprodução e expansão, ele, contraditoriamente põe a si mesmo entraves e dificuldades a este movimento. 2. As condições para a valorização Para poder atingir seu principal objetivo a valorização o capital tem necessariamente que criar uma base técnica adequada para se reproduzir constantemente. Desse modo, o capital tende a desenvolver ao máximo as forças produtivas sociais, sugando cada vez mais trabalho vivo e aumentando a apropriação de trabalho não-pago. Nesse sentido, Marx chega a afirmar que O desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social é a tarefa e justificativa histórica do capital. (MARX, 1988:186) 3 (...) o objetivo da produção capitalista não é apossar-se de outros bens, e sim apropriar-se de valor, de dinheiro, de riqueza abstrata. (MARX, 1980: 939). GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 27

4 Neste modo de ser do capital, Mazzuchelli afirma se tratar de uma lei imanente ao modo de produção capitalista, pois, (...) a valorização máxima, supõe a apropriação máxima de trabalho nãopago, que implica o desenvolvimento máximo das forças produtivas e, portanto, a acumulação máxima. A produção pela produção, a tendência ao desenvolvimento absoluto das forças produtivas, a acumulação progressiva constituem, assim, uma lei imanente do regime de produção capitalista, no sentido de que se deduzem e se adéquam ao conceito mesmo de capital, enquanto valor que se valoriza através da apropriação de trabalho não-pago. (MAZZUCHELLI, 1985:20) Mas este processo, implícito no próprio conceito de capital, não é infinito ou ilimitado. O fato de o capital não encontrar limites externos a seu movimento expansivo é contraditoriamente suprimido pelo fato de que o limite à produção passa a ser o próprio capital. O capital põe a si mesmo barreiras que devem ser superadas se se quiser manter seu ritmo de exploração do trabalho e de acumulação. O capital, ao desenvolver as forças produtivas sociais, cria uma base técnica específica na qual o aumento da apropriação de trabalho não-pago, ou seja, o aumento da produtividade do trabalho se torna possível e viável. Para tanto, o capital utiliza-se da exploração do trabalho na forma de maisvalia relativa. Com isso, o quanto de capital constante (meios de produção) em cada capital individual tende a aumentar em relação ao capital variável (trabalhadores produtivos). Nesse momento há uma elevação da composição orgânica do capital e esta elevação se reflete na negação do trabalho vivo. Neste caso, há uma contradição, pois, o capital, negando trabalho vivo e, sendo esta, a única fonte de valor, nega seu objetivo principal que é a ampliação do valor, a valorização. Como afirma Mazzuchelli, o capital é uma contradição em processo já que coloca constantemente a si mesmo, contradições que devem ser superadas a todo o momento. Assim, o capital nega o trabalho vivo, fonte de valor, pois, (...) a valorização do valor pressuposto, ao redundar na autonomização da produção pela produção, implica, contraditoriamente, a tendência recorrente do capital a se abstrair das determinações de sua valorização e, portanto, das determinações da própria produção de valores. (...) é neste sentido que o capital contém em si mesmo a tendência à superprodução e à negação do trabalho imediato. (MAZZUCHELLI, 1985:22) Tendo isto em vista, deve-se ter em mente que o objetivo principal do capital, o da valorização, ocorre numa estreita base, na qual se nega trabalho vivo e tende à superprodução. A conseqüência disto é nada mais que a possibilidade de crise. GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 28

5 3. Possibilidade formal da crise A crise - objeto de nossa análise - se apresenta primeiramente como uma possibilidade formal, como crise em potência, a qual se encontra implícita no próprio conceito de capital como valor que se valoriza e que, para tanto, percorre um movimento, um processo de metamorfose contínua em fases diferenciadas. Assim, Marx em suas Teorias da mais-valia trata da crise, primeiramente, como esta possibilidade que acaba se tornando realidade. Afirma que a dissociação entre o processo de produção (imediato) e o processo de circulação evidencia e desenvolve mais a possibilidade da crise. 4 Isto ocorre, pois, no movimento de valorização do capital a mercadoria tem de necessariamente se converter em dinheiro. Porém, nesse processo de metamorfose do valor em mercadoria e em dinheiro (D M D`) deve-se percorrer fases que se complementam e que (...) apesar dessa unidade intrínseca necessária, são por igual partes e formas independentes do processo, contrapostas em sua existência, discrepantes no tempo e no espaço, separáveis e separadas uma da outra. A possibilidade da crise reside apenas na dissociação entre compra e venda. (...) se compra e venda coincidissem, deixaria de haver, de acordo com as suposições feitas, a possibilidade de crise. (MARX,1980:944) Com isso, Marx quer demonstrar que a possibilidade de crise se encerra na própria metamorfose da mercadoria, a qual pode sofrer rupturas em seu processo, dissociar fases complementares e romper com o movimento de valorização do capital. Este processo, quando da erupção de uma crise, e nisto, ter seu movimento paralisado além de dissociado fases as quais deveriam permanecer em uma unidade que é complementar, tem esta mesma unidade violentamente refeita. Nesse sentido, a crise vem a ser apenas a imposição violenta da unidade das fases do processo de produção, as quais se tornaram independentes uma da outra O dinheiro A possibilidade geral das crises se estabelece no próprio processo de metamorfose do capital e de dois modos: no tocante ao dinheiro na função de meio de circulação, compra e venda podem dissociar-se; no tocante ao dinheiro na função de meio de pagamento, em dois papéis distintos, o de medida dos valores e o de realização do valor, esses dois papéis podem romper a conjunção que os liga.(marx,1980:949) 4 Teorias, p Teorias, p.945 GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 29

6 Esta análise de Marx é obtida ao se ter em vista que os momentos de compra e venda podem ser, com a utilização do dinheiro, 6 separados no espaço e no tempo. Compra e venda são duas fases de um processo unívoco e complementar, mas que pode ser separado no tempo. Isto é possível, pois o movimento do capital em seu processo de valorização torna necessária a transformação de mercadoria em dinheiro, a metamorfose da mercadoria. Assim, no ato de compra e venda, A dificuldade de transformar a mercadoria em dinheiro, de vender, provém apenas de a mercadoria ter de se transformar em dinheiro, sem o dinheiro ter de imediato de se converter em mercadoria, e de compra e venda poderem dissociar-se. (MARX, 1980:945) Mas toda esta análise deve ter por complemento compreender o movimento real do capital, aquele que se dá no processo de produção capitalista, em contraposição à análise meramente formal da crise, pois, o movimento real é o que se faz na base da produção capitalista desenvolvida. (MARX, 1980:948). Assim Marx enfatiza que Assim, a forma mais abstrata da crise (e por isso a possibilidade formal da crise) é a metamorfose da própria mercadoria, a qual, como movimento desenvolvido, contém a contradição encerrada na unidade da mercadoria entre valor de troca e valor de uso e ainda entre dinheiro e mercadoria. Mas o meio por que essa possibilidade de crise se torna a crise não se contém nessa própria forma; esta implica apenas em que existe a forma para uma crise. (...) Podemos portanto dizer: em sua primeira forma, a crise é a metamorfose da própria mercadoria, a dissociação da compra e venda. Em sua segunda forma, a crise é a função do dinheiro como meio de pagamento (...). As duas formas ainda são de todo abstratas, embora a segunda seja mais concreta que a primeira. (MARX, 1980:945) Até aqui a investigação se concentrou no movimento de metamorfose do capital, nas formas pelo qual este se percorre. Ocorre que estas formas não são vazias, mas na realidade, manifestam um conteúdo. Assim, deve-se passar para a análise do processo real de produção capitalista, no qual há exploração do trabalho por meio de mais-valia relativa e por assim dizer, subsunção real do trabalho ao capital, no qual as formas adquirem substância que se manifesta na realidade 7. 6 Aqui cabe enfatizar que a existência do dinheiro como meio de pagamento possibilita a paralisação do movimento, algo que não acontecia na troca direta. 7 Assim, ao observarmos o processo de reprodução do capital (o qual coincide com a circulação dele) cabe, antes de mais nada, demonstrar que aquelas formas apenas se repetem ou antes só aí adquirem um conteúdo, um fundamento que lhes permite se manifestarem. Teorias, p GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 30

7 5. As condições gerais da crise: da possibilidade para a realidade A possibilidade geral das crises é a metamorfose formal do próprio capital, a dissociação da compra e venda no tempo e no espaço. Mas esse processo nunca é a causa da crise, pois é apenas a forma mais geral da crise, isto é, a própria crise em sua expressão mais geral. Não se pode dizer que a forma abstrata da crise é a causa da crise. Quem pergunta por sua causa, quer saber precisamente porque sua forma abstrata, a forma de sua possibilidade, passa da possibilidade para a realidade. (MARX, 1980:950) Nesta passagem, Marx chama a atenção para o fato de que, não obstante a crise estar implícita no próprio conceito de capital, a investigação deve avançar além das formas para apreender o conteúdo mesmo. Cabe então compreender como a possibilidade geral das crises se efetiva na realidade e se realiza no modo de produção capitalista. Neste ponto deve-se ressaltar que o capital como valor que se valoriza e, para tanto, tende necessariamente a desenvolver ao máximo as forças produtivas a ponto de chegar a produzir por produzir, ultrapassa constantemente seus limites, sua base estreita de valorização a qual está condicionado. O afã desmedido de apropriação da mais-valia relativa se choca, assim, com a tendência à supressão do trabalho necessário (...). Mas não é apenas o trabalho necessário que tende a ser suprimido: na medida em que a finalidade do capital é a de dar à produção um caráter científico, reduzindo o trabalho a um mero momento desse processo, é o próprio trabalho que se torna progressivamente redundante para os fins da produção capitalista. E isto envolve uma abrupta contradição, já que o capital tende a negar a base sobre a qual se apóia a produção de valores e, portanto, a própria valorização. (MAZZUCHELLI, 1985:33) Ao suprimir o trabalho necessário na produção o capital faz aumentar a produtividade do trabalho. Agora, mais produto é produzido com o mesmo quanto ou uma quantidade menor de trabalho necessário do que era necessário anteriormente. Isto é possível, como já dito antes, com a utilização da técnica e da ciência na produção, as quais permitem a utilização de máquinas cada vez mais produtivas e poupadoras de trabalho vivo. Com isso, a extração de mais-valia relativa e a acumulação se tornam potencializadas e aceleradas. Porém, ao dispensar trabalho vivo, imediato, o capital acaba por elevar relativamente a sua composição técnica (meios de produção) e este fato, por conseqüência, acaba por elevar a composição orgânica do capital (elevação no valor do capital constante). Mesmo que haja uma diminuição no valor do trabalho vivo empregado (capital variável), há uma elevação GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 31

8 absoluta da composição orgânica do capita puxada pelo aumento do capital constante. Desse modo, Cai a taxa de lucro, porque o valor do capital constante subiu em relação ao do variável e se emprega menos capital variável. (MARX, 1980:951) Esta é em realidade a condição para a crise. Mas aqui se trata da crise no nível da produção capitalista e não mais no nível das formas do capital, na sua metamorfose processual. Deste raciocínio então, depreende-se uma das leis imanentes da produção capitalista, lei esta que caracteriza uma tendência no movimento da produção qual seja, a chamada: lei da queda tendencial da taxa de lucro. 6. A Lei da Queda Tendencial da Taxa de Lucro A questão da lei da queda tendencial da taxa de lucro envolve tanto controvérsias sobre a validade da lei, suas causa contrariantes nas quais o capital encontra subterfúgios para livrar-se de seus efeitos, mesmo que momentaneamente e ainda, envolve o dilema sobre os fatores que levariam à falência o modo de produção capitalista. Nosso objetivo aqui é analisar as crises capitalistas de um ponto de vista teórico. Isto seria verificado na dificuldade que o capitalista tem para manter sua taxa média de lucro na produção. Mas, esta dificuldade não surge através de fatores exteriores ao capital, não é nenhum fato ou acidente externo à produção capitalista. É sim, proveniente das contradições que se encontra na natureza mesma do modo de produção capitalista. Este fato explica-se ao se ter em mente que, como afirmado, o desenvolvimento das forças produtivas sociais faz com que no interior da produção o valor do capital constante se eleve proporcionalmente mais que o valor do capital variável. Desse modo, após ter-se estabelecido a taxa média de lucro pela concorrência é possível apreender este movimento como uma verdadeira lei de tendência do modo de produção capitalista. Assim, (...) ocorre um decréscimo relativo do capital variável em relação ao capital constante e, com isso, em relação ao capital global posto em movimento. Isso só quer dizer que o mesmo número de trabalhadores (...) põe em movimento, processa e consome produtivamente ao mesmo tempo uma massa sempre crescente de meios de trabalho (...) portanto, também um capital constante de volume de valor sempre crescente. (MARX, 1988:154-55) GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 32

9 Nesta passagem pode-se perceber que o movimento de valorização, objetivo central do capital, leva o conjunto dos capitalistas a elevarem a composição orgânica do capital. Sendo assim, verifica-se uma tendência que se expressa numa verdadeira lei de movimento da produção sendo que, Esta, com o progressivo decréscimo relativo do capital variável em relação ao capital constante, gera uma composição orgânica crescentemente superior do capital global, cuja conseqüência imediata é que a taxa de maisvalia, com grau constante e até mesmo crescente de exploração do trabalho, se expressa numa taxa geral de lucro em queda contínua. (MARX, 1988:155) A lei tendencial da queda da taxa de lucro reflete assim o quão contraditório é o movimento do capital. Para lograr aumentar a exploração do trabalho via mais-valia relativa, e, desse modo, aumentar a taxa de lucro, o capital utiliza elementos que se transformam em verdadeira barreira a este objetivo. Como bem explica Mantega: Como a taxa de lucro é diretamente proporcional à taxa da mais-valia e inversamente proporcional à composição orgânica do capital, uma elevação da produtividade do trabalho excita ao mesmo tempo estas duas categorias expondo a taxa de lucro a duas forças contrapostas. Por um lado, a elevação da produtividade do trabalho deve-se à elevação da composição orgânica do capital que arrasta a taxa de lucro para baixo, por outro lado, a elevação da produtividade do trabalho (desde que relacionada com a reprodução da força de trabalho) induz ao aumento da taxa da maisvalia a qual impulsiona a taxa de lucro para cima. Essas duas forças que se digladiam geram uma tensão que se constitui numa contradição permanente no seio da taxa de lucro. (MANTEGA, 1976:41) Neste ponto, quando apesar de todo o esforço capitalista em ampliar e acelerar a produção, seu lucro não é mais satisfatório, o capital encontra seu algoz, que paradoxalmente, é ele mesmo, o próprio capital, o ser que impõe limites a si mesmo. O capital mesmo é seu próprio limite e traz consigo as barreiras as quais tem de suplantar. Traz em si mesmo os elementos que o leva à crise já que, Bibliografia (...) o desenvolvimento da força produtiva de trabalho gera, na queda da taxa de lucro, uma lei que em certo ponto se opõe com a maior hostilidade a seu próprio desenvolvimento, tendo de ser portanto constantemente superada por meio de crises. (MARX, 1988:185) GRESPAN, Jorge. O negativo do capital. São Paulo: Hucitec, MANTEGA, Guido. A lei da taxa de lucro: A tendência à queda ou a queda da tendência? In: Estudos CEBRAP 16 - Abril/Junho, 1976 GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 33

10 MARX, Karl. Para a crítica da economia política; Salário, preço e lucro; O rendimento e suas fontes: a economia vulgar São Paulo: Abril Cultural, 1982 (os economistas) Capítulo VI: Inédito de O Capital. Trad. Klaus Von Puchen. 2ª ed. São Paulo: Centauro, Teorias da mais-valia: história crítica do pensamento econômico: livro 4 de O capital; São Paulo: DIFEL, 1980 O capital: crítica da economia política; tradução de Regis Barbosa e Flávio R. Kothe. 3. Ed. São Paulo: Nova Cultural, (Os Economistas) MAZZUCHELLI, Frederico. A Contradição em Processo. São Paulo. Brasiliense, GT 6. Socialismo no século XXI e problemas da transição 34

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