RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA CTI 1
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- Luiz Fernando Faro Figueiredo
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1 RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DA CTI 1 1. INTRODUÇÃO A discussão em torno do tema criminalidade e violência é um assunto recorrente e atual em nossa sociedade. Aliado também ao crescente tráfico e uso de drogas, estamos assistindo a um crescimento vertiginoso deste fenômeno, com conseqüências diversas e nefastas, especialmente para a nossa juventude e para a nossa instituição Família. Na tentativa de reagir a esta complexa situação, o Poder Legislativo em Minas Gerais, via a Assembléia Legislativa ALEMG, utilizando-se dos trabalhos e iniciativas dos Parlamentares da Comissão de Segurança Pública, propuseram a discussão do tema Drogas, criminalidade e violência, através da realização de um Fórum Técnico de Segurança Pública. Com a realização deste evento, permite-se que Instituições ligadas ou que interessem à Segurança Pública, bem como Entidades civis organizadas e representativas dos diversos segmentos de nossa sociedade possam participar democraticamente, discutindo o tema, sugerindo e propondo um conjunto de soluções que possam reduzir ou deixar em patamares suportáveis o quadro atual de violência e criminalidade em nosso Estado. Superada a primeira fase introdutória de montagem do Fórum Técnico, passamos à realização dos trabalhos das Câmaras Técnicas Interinstitucionais CTI, com vistas ao aprofundamento nas discussões de temas e subtemas específicos sugeridos, objetivando a construção de propostas que serão, finalmente, debatidas por ocasião da realização do Fórum. Assim, esta CTI 1 ficou com o tema Crime Organizado, Tráfico de Drogas e os desafios às Políticas de Segurança Pública. Os subtemas sugeridos para discussão foram: a) atuação do crime organizado e sua articulação em redes nacionais e internacionais: drogas, armas, pirataria e contrabando; b) criminalidade violenta; c) questão das fronteiras territoriais e o desafio da repressão à criminalidade; d) integração e melhoria das ações de Segurança Pública e de Justiça; e) Segurança Pública nas áreas rurais; f) financiamento da Segurança Pública: formação, capacitação e aparelhamento dos órgãos e entidades de combate e de prevenção à criminalidade; g) controle externo; h) gestão compartilhada de informações; i) pactuando responsabilidades: a atuação dos entes federados;
2 2. CREDENCIAMENTO DAS INSTITUIÇÕES E ENTIDADES A CTI-1 funcionou com o credenciamento de 09 (nove) representações, sendo: Associação dos Oficiais da PM e BM de Minas Gerais AOPMBM Associação dos Delegados de Polícia Civil de MG ADEPOLC Associação das Mulheres Profissionais de Segurança Pública de MG AMPROSEG Associação das Praças da PM e BM e MG ASPRA Associação Mineira de Comunidades Terapêuticas e Instituições Afins Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais DPMG Polícia Civil do Estado de Minas Gerais PCMG Polícia Militar do Estado de Minas Gerais MPMG Superintendência de Polícia Federal de Minas Gerais 3. DINÂMICA DOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS Para o desenvolvimento dos trabalhos da CTI 1, os seus integrantes deliberaram pela realização das reuniões semanais, todas as segundas-feiras, com início às 09 hs, num total de 06 encontros. Os primeiros encontros foram reservados para a exposição de palestrantes com notório conhecimento do tema e sub-temas em discussão, oportunizando um nivelando de conhecimentos em assuntos específicos, bem como atualizações. Logo após, realizou-se debates no âmbito do grupo para fins de elaboração de propostas a serem levadas para avaliação durante o Fórum. Reuniões realizadas: Dia 28 JUN ª feira, às 09:00 hs, na Escola do Legislativo (Avenida Sub-temas debatidos: (1) atuação do crime organizado e suas articulações em redes nacionais e internacionais: drogas, armas, pirataria e contrabando, (2) questão das fronteiras territoriais e o desafio da repressão à criminalidade e (3) pactuando responsabilidades: a atuação dos entes federados. Palestrante convidado: Delegado da Polícia Federal João Geraldo de Almeida, Chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da Superintendência Regional da Polícia Federal em Minas Gerais. Dia 05 JUL ª feira, às 09:00 hs, na Escola do Legislativo (Avenida Sub-temas debatidos: (1) integração e melhoria das ações de Segurança Pública e de Justiça ; (2) gestão compartilhada de informações.
3 Palestrante convidada: Delegada da Polícia Civil Andrea Ferreira Silva Araujo, do Departamento de Investigação Anti-Drogas da Polícia Civil de Minas Gerais. Dia 12 JUL ª feira, às 09:00 hs na Escola do Legislativo (Avenida Sub-tema debatido: financiamento da segurança pública: formação, capacitação e aparelhamento dos órgãos e entidades de combate e de prevenção à criminalidade. Palestrante convidada: Senhora Luisa Cardoso Barreto (especialista em políticas públicas e gestão governamental da SEPLAG) Esta reunião conjunta ocorreu com a participação de integrantes da CTI 1 (Crime Organizado, Tráfico de Drogas e os desafios às Políticas de Segurança Pública) e da CTI 3 (Drogas: Tratamento e Reinserção do Dependente Químico), em função do sub-tema financiamento da segurança pública estar sendo debatido no âmbito das duas Câmaras Técnicas. Dia 14 JUL ª feira, às 09:00 hs, na Escola do Legislativo (Avenida Sub-temas debatidos: criminalidade violenta e questão da fronteiras territoriais e o desafio da repressão à criminalidade. Palestrante convidado: Sr. Ten Cel PM Armando Leonardo Linhares de Araújo Ferreira da Silva, Chefe da PM3 Dia 19 JUL ª feira, às 09:00 hs, na Escola do Legislativo (Avenida Pauta debatida: Recebimento e discussão das propostas do grupo, as quais foram enumeradas, dadas uma primeira redação e remetidas a todos os presentes para aperfeiçoamentos e complementações. Dia 26 JUL ª feira, às 09:00 hs, na Escola do Legislativo (Avenida Pauta debatida: Leitura final do relatório, contemplando as propostas com suas redações finais, visando a remessa deste trabalho concluído à GPI, em cumprimento ao cronograma definido. 4. PROPOSTAS FORMULADAS NO ÂMBITO DA CTI -1 Conforme restou deliberado por seus integrantes, seguem abaixo as propostas discutidas e democraticamente aprovadas pelos participantes presentes:
4 1) Gestão compartilhada de informações entre as agências de inteligência que compõem o sistema de defesa social - com a inclusão das agências federais (PF, PRF, ABIN) para o combate ao tráfico de drogas através de eventos que propiciem a integração e o desenvolvimento de relacionamentos, como cursos/seminários/eventos conjuntos, intercâmbio de professores entre as diferentes corporações, permanência de servidores em setores de informações e inteligência por períodos longos, etc. 2) Integração, capacitação e valorização de gestores e operadores da área de inteligência para fins de planejamento conjunto, visando o combate ao tráfico de drogas, através de grupos de trabalho permanentes nos moldes do GIE (Grupo de Intervenção Estratégica). 3) Divulgação, ampliação e financiamento do projeto de Patrulha Rural, para maior atuação na segurança pública na área rural, com capacitação do efetivo policial envolvido também voltado para o combate ao tráfico de drogas no campo; 4) Desenvolver um programa de caráter intersetorial de combate às drogas, envolvendo Órgãos e Instituições de interesse da segurança pública, bem como diversos segmentos relevantes da sociedade civil organizada, igreja, família, escolas públicas e particulares, faculdades e universidades, conselhos comunitários de segurança pública, dentre outros, para uma atuação preventiva e articulada, como repressiva mas qualificada; 5) Qualificação da repressão ao tráfico de drogas de modo a torná-la mais eficaz, potencializando os métodos de inteligência policial no tocante a descapitalização das células criminosas, com prisões cirúrgicas que possam evidenciar as lideranças negativas; 6) Como medida dissuasória, implementar maior rigor na aplicação da pena por parte do sistema de justiça criminal, incrementando o encarceramento de traficantes e seu devido isolamento celular enquanto durar o regime fechado de sua condenação; 7) Acompanhamento estratégico das visitas pessoais de traficantes encarcerados, com a disponibilização das informações no INFOPEN, para acesso das mesmas às investigações policiais. 8) Promover ações contundentes de repressão à entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar em estabelecimentos prisionais com a aquisição de aparelhos eficazes, dentre eles os de Raio-X para pessoas. 9) Visando melhorias para o levantamento de informações de inteligência, o Estado deverá estabelecer convênios com empresas, órgãos ou instituições, para tornar a obtenção de dados cadastrais de investigados mais ágil e eficiente; 10) Garantir a realização de leilões e a correta destinação dos percentuais devidos pela União aos Estados (recursos vão para a FUNAD que repassa ao MJ) e para ações anti-drogas; 11) Instrumentalizar e modernizar as forças policiais com equipamentos de última geração, recursos materiais e humanos aprimorados, observada a esfera de
5 competência de cada instituição, para nortear as ações de combate às organizações criminosas e crimes conexos; 12) Prover as forças policiais de recursos orçamentários específicos destinados a realização de ações e operações de "caráter reservado" para ações repressivas (verba secreta); 13) Atualização eficiente e segura do Sistema Infoseg, com compartilhamento em todos os Estados; 14) Buscar parceiras com outros Países visando o repasse das verbas oriundas de fundos internacionais para as Polícias Estaduais utilizarem em ações de combate ao tráfico de drogas; 15) Buscar junto ao Congresso Nacional, a regulamentação do parágrafo 7º do Art. 144 da CF, buscando a necessária deliberação para definição clara da competência dos Órgãos que compõem o sistema de Segurança Pública no País. Da mesma forma, buscar a aprovação dos Projetos de Leis que contêm a Organização Básica das Polícias. 16) Criação de uma força policial específica para atuação nas fronteiras terrestres do Brasil com outros países, com vistas ao combate ao tráfico ilegal de drogas e outros crimes conexos, com reforço, maior participação e presença da Polícia Federal e Rodoviária Federal, bem como das Forças Armadas nesta área de atuação. 5. CONCLUSÃO Mais uma relevante etapa do Fórum Técnico de Segurança Pública está sendo concluída. Ao reunir Instituições e Sociedade para a busca de soluções de problemas que afetam a nossa sociedade, como é o caso da violência e criminalidade decorrentes das drogas, verifica-se, com muito otimismo, que há idéias, sugestões e encaminhamentos propositivos que nos permitem interferir no tema em discussão e superar muitos dos atuais desafios. O que se espera ao final de mais este esforço e participação é que nossas autoridades, distribuídas em todas as esferas de poder, tenham a coragem de superar mais este desafio, tomando as atitudes responsáveis e oportunas que toda a sociedade espera, na busca de um ambiente de paz, de ordem de progresso. Membros da CTI 1 Coordenador Márcio Ronaldo de Assis Secretária Luciana Saldanha
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