REFORMA DA PREVIDÊNCIA: O QUE SE PODE NEGOCIAR?
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- João Vítor Bandeira Marques
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1 1 REFORMA DA PREVIDÊNCIA: O QUE SE PODE NEGOCIAR? Fabio Giambiagi Fundação Getúlio Vargas/RJ 20 fevereiro 2017
2 Sumário 2 1. O sentido geral da reforma 2. A vedação da acumulação 3. A regra da pensão 4. A taxa de reposição 5. O que não se deveria negociar: a idade mínima 6. O que não se deveria negociar: a igualdade de gênero 7. O que não se deveria negociar: a igualdade de acesso (urbanos x rurais)
3 1. O SENTIDO GERAL DA REFORMA 3
4 Despesa primária Governo Central, excluindo transferências a Estados e Municípios (% PIB) 4 Composição Pessoal 3,80 4,09 INSS 3,36 8,06 Outros 3,91 7,57 Total 11,07 19,72 Fonte: SPE/STN.
5 Taxa de variação real das despesas discricionárias do Poder Executivo por Ministério: deflator IPCA (%) 5 Órgão Min. Saúde -7,1 7,2 Min. Educação -17,7-2,7 Min. Des Social -10,8-3,0 Soma 3 ministérios -10,4 2,9 Fonte: STN.
6 6 Idade aposentadoria: 2015 (anos) Regime Homens Mulheres Total Urbanos Rurais Idade TC Idade + TC Fonte: Boletim Estatístico da Previdência Social.
7 Projeções IBGE: Revisão 2013 (milhões de pessoas) Relação 8,2/1 131 Relação 2,3/ Fonte: IBGE.
8 2. A VEDAÇÃO DA ACUMULAÇÃO 8
9 9 Justificativas para mudar regra de pensão Impacto fiscal relevante Brasil: ponto fora da curva no contexto mundial Princípio bismarckiano vs. Melhora bem-estar econômico Redução despesas familiares: saúde, transporte, alimentação, lazer, despesas gerais
10 10 Razões da vida em comum: benefício econômico Exemplo: casal com renda pessoal R$2.000 cada membro Renda familiar: R$4.000 Hipótese: Aposentadoria = Salário prévio Falecimento cônjuge: queda 50% renda vs. Gastos fixos Aluguel Condomínio TV Energia Elétrica Ajuda doméstica Plano Saúde
11 11 Alternativa a considerar (acumulação) a. Ausência aposentadoria 50% benefício + 10% por dependente b. Se pensão < 100% aposentadoria 40% benefício + 10% por dependente c. Se pensão 100% aposentadoria 30% benefício + 10% por dependente
12 3. A REGRA DA PENSÃO 12
13 Sentido do benefício por dependente 13 Ajuda a famílias devastadas por drama pessoal Pequeno efeito fiscal do benefício (casos limitados)
14 Problema da regra proposta 14 1 filho: 70% benefício 2 filhos: 80% benefício 3 filhos: 90% benefício 4 filhos: 100% benefício
15 Alternativa 15 10% primeiro dependente + 20% restantes 1 filho: 80% benefício (regra proposta: 70%) 2 filhos: 100% benefício (regra proposta: 80%) Fim Plus benefício na maioridade
16 4. A TAXA DE REPOSIÇÃO 16
17 Críticas à base de reposição (51%) 17 Necessidade de trabalhar 49 anos para aposentadoria integral Reposição 86% com 35 anos de contribuição Aposentadoria aos 69 anos de quem tiver contribuído desde os 20 anos.
18 Contra-argumentos 18 Princípio básico: quem contribuiu mais tempo, receberá aposentadoria maior Ninguém trabalhará mais de 65 anos, se tiver 25 anos de contribuição (irracionalidade de contribuições adicionais para ganhos 1%) Há muitos países nos quais taxa de reposição < 100%
19 19 Alternativa Elevação piso para 55% Caso típico: início contribuição aos 20 anos Taxas de reposição: 90% com 35 anos 95% com 40 anos 100% com 45 anos
20 5. O QUE NÃO SE DEVERIA NEGOCIAR: A IDADE MÍNIMA 20
21 Proporção do fluxo das novas aposentadorias urbanas por tempo de contribuição concedidas pelo INSS, por idade na data de benefício, em relação ao total do fluxo de novas aposentadorias urbanas por tempo de contribuição concedidas pelo INSS 2015 (%) 21 Idade (anos) Homens Mulheres Total Até 44 1,2 2,6 2,3 Até 49 12,6 22,6 16,1 Até 54 44,5 63,0 51,0 Fonte: Anuário Estatístico da Previdência, Tabela 1.7.
22 Idade de aposentadoria em países selecionados (anos) 22 Países Homens Mulheres Dinamarca Espanha EUA/a Islândia Itália Noruega Portugal Argentina Chile Coreia do Sul/b Costa Rica El Salvador México Peru /a Em /b Em Fonte: Comparative Tables on Private Pensions Systems, OECD Secretariat, State Pension Models, Pensions Policy Institute, Citado em Cechin, J. e Cechin, A., "Desequilíbrios: causas e soluções"; in Tafner, P. e Giambiagi, F. (org), "Previdência no Brasil - Debates, dilemas e escolhas", IPEA, 2007, Tabela 7.
23 Argumentos para defesa idade 65 anos 23 Comparações internacionais (paralelismo) Transição 20 anos Realidade demográfica Expectativa sobrevida aos 65 anos: 20 anos (mulheres), 17 anos (homens)
24 6. O QUE NÃO SE DEVERIA NEGOCIAR: A IGUALDADE DE GÊNERO 24
25 Diferença expectativa de vida, por faixa etária (anos) 25 Idade ,7 7,6 7,6 7,2 10 7,2 7,2 7,1 7,1 50 3,8 4,0 4,2 4,4 60 2,9 3,1 3,4 3,6 Fonte: IBGE
26 Participação feminina, por grupos etários: 2020 (%) 26 Grupo etário (anos) % Fonte: IBGE (REVISÃO 2013).
27 27 Aposentadorias urbanas ativas por tempo de contribuição (mulheres) Número em milhares Fonte: Anuário Estatístico da Previdência Social.
28 Aposentadorias urbanas ativas por tempo de contribuição (mulheres) Taxa de crescimento anual (%) : 5,8% 2015: 5,7% Fonte: Anuário Estatístico da Previdência Social.
29 Argumentos para defesa igualdade de gênero 29 Benefício diferenciado (justificativa + relevância escassa; exemplo: mineiros carvão) vs. Diferença de gênero Transição 20 anos Efeito fiscal Maior expectativa de vida mulheres
30 7. O QUE NÃO SE DEVERIA NEGOCIAR: A IGUALDADE DE ACESSO (URBANOS X RURAIS) 30
31 Aposentadorias rurais ativas por idade: estoque (milhões) , , ,8 (Crescimento triênio: 25,8%a.a.) , , ,2 Fonte: Anuário Estatístico da Previdência Social.
32 Total benefícios emitidos 2016 (milhões) 32 Total (inclui assistenciais) 33,8 Previdenciários (total) 28,3 Urbanos 18,9 Rurais 9,4 Fonte: Anuário Estatístico da Previdência Social
33 Efeitos Constituição + Salário mínimo : Duplicação piso 1991/1994: Duplicação número benefícios 1994/...: Duplicação valor real salário mínimo 2³ = 8
34 Despesa com benefícios rurais (%PIB) 34 1,8 1,7 1,6 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1 0,9 1997: 0,67% 2016: 1,70% 0,8 0,7 0,6 Fonte: Elaboração própria.
35 Argumentos para defesa igualdade de acesso 35 Transição 20 anos Efeito fiscal Diferenciação regra contributiva rural
36 Ok, entendi: a Previdência vai quebrar. Só quero saber o seguinte: ela vai quebrar neste Governo ou não? (líder do Governo na Câmara dos Deputados, a um assessor do Ministro do Planejamento...em 1982!) 36
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