Professor conteudista: Ricardo S. Takatori

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1 Análise de Balanços

2 Professor conteudista: Ricardo S. Takatori

3 Sumário Análise de Balanços Unidade I 1 INTRODUÇÃO ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBJETIVOS DA ANÁLISE... 4 TÉCNICAS DE ANÁLISES Procedimentos de análises...7 ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL Análise vertical Análise horizontal 12.3 Análise horizontal real...14 Unidade II 6 ANÁLISE POR MEIO DE ÍNDICES Índices de liquidez Índice de liquidez corrente Índice de liquidez seca Índice de liquidez geral Índice de liquidez imediata Índices de endividamento Participação de capitais de terceiros Garantia do capital próprio Composição do endividamento Índices de atividades Prazo Médio de Recebimento (PMR) Prazo Médio de Pagamento (PMP) Prazo Médio de Estoques (PME) ÍNDICES ECONÔMICOS Taxa de retorno sobre investimentos Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido Margem líquida Giro do Ativo EMISSÃO DE RELATÓRIO...26

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5 ANÁLISE DE BALANÇOS Unidade I 1 INTRODUÇÃO O Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado constituem as principais matérias-primas para o analista identificar e vislumbrar problemas e potencialidades empresariais. Cumpre ressaltar, no entanto, que a análise não deve nem pode restringir-se à mera observação das variações numéricas de série histórica. É preciso identificar, tanto quanto possível, as causas dos números, presente que são consequências de alguns fatos. Por detrás dos números de uma empresa existem pessoas, talentos e capacidades que devem ser conhecidos. Existe um sistema que produz bens e serviços e interage com o ambiente externo Nesse particular, destaque o bom senso, a argúcia e a sensibilidade do analista. A expressão Análise de Balanços é tecnicamente perfeita, e também a mais utilizada, embora a expressão mais adequada seja Análise das Demonstrações Contábeis, uma vez que todas as demonstrações contábeis são objeto de análise, não somente o Balanço Patrimonial. De acordo com Matarazzo (2008, p. 1): A Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações para a tomadas de decisões. 1

6 Unidade I As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Análise de Balanços transforma esses dados em informações e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. 1 Neste estudo, abordaremos a análise de apenas dois demonstrativos contábeis, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. 2 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS A legislação vigente, Lei nº 6.404/76, devidamente complementada com as Leis nº /07 e nº /09, e com os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), portarias dos órgãos fiscalizadores Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (Bacen), Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e outras entidades que definiram essa estrutura definem os seguintes relatórios ou demonstrativos para as empresas sociedades anônimas: Mensagem aos acionistas Balanço Patrimonial (BP) Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Demonstração dos Lucros/Prejuízos Acumulados (+) Demonstração da Mutação do Patrimônio Líquido (DMPL) Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (extinto) Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) Demonstração do Valor Agregado (DVA) Notas Explicativas Parecer da Auditoria Independente Parecer do Conselho Fiscal (+) Substituído pelo DMPL 2

7 ANÁLISE DE BALANÇOS Todos os relatórios e demonstrativos têm sua publicação obrigatória no Diário Oficial ou em dois jornais de grande circulação do país e o devido registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), anualmente. 1 A palavra estrutura significa forma de apresentação, ou seja, como o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício devem ser apresentados aos seus usuários. Para uniformizar essa forma de apresentação, a Lei nº 6.404/76, devidamente complementada com as Leis nº /07 e nº /09 e com os pareceres do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), portarias dos órgãos fiscalizadores Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (Bacen), Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e outras entidades definiram essa estrutura. Balanço Patrimonial é subdividido em três grandes grupos: 1. Ativo (bens e direitos); 2. Passivo (obrigações para com terceiros em geral); e 3. patrimônio líquido (obrigações para com os proprietários). 20 Exemplo de Balanço Patrimonial conforme legislação atual maio 2009: 2 No Ativo, encontramos as contas agrupadas nos seguintes subgrupos; as contas são classificadas de acordo com o grau de liquidez; temos como exemplo de plano de contas. No Passivo, encontramos as contas agrupadas nos seguintes subgrupos de acordo o grau de exigibilidade; são exemplos: 3

8 Unidade I Balanço Patrimonial Ativo Circulante Passivo Circulante Estoques Fornecedores Clientes Impostos a recolher Contas a receber Provisão férias e 13º Duplicatas a receber Encargos a recolher Não circulante Não circulante Investimento Financiamento longo prazo Permanente Resultado de exercício futuro Imobilizado Intangível Capital Patrimônio líquido Reservas de capital Reservas de lucros Prejuízos acumulados Fundamental é o acompanhamento das notas explicativas para o bom entendimento das contas e operações das demonstrações contábeis. Para Demonstração de Resultado do Exercício, a estrutura legal é definida como sendo: Demonstração do Resultado do Exercício Receita bruta (-) Deduções vendas (Tributos/Devoluções) = Receita líquida (-) Custo mercadorias ou Custo produtos vendidos = Lucro bruto Despesas operacionais (-) Despesas de comerciais e de vendas (-) Despesas administrativas (+/-) Receitas / Despesas financeiras = Resultado antes de imposto de renda (-) Provisão p/ imposto renda e contribuição social (-) Participações nos lucros = Resultado líquido do exercício 4

9 ANÁLISE DE BALANÇOS 3 OBJETIVOS DA ANÁLISE A análise de balanços baseia-se no raciocínio científico. Matarazzo (2008) Procedimentos das atividades no setor contábil Setor de contabilidade Balanço patrimonial Demonstração de Resultado do Exercício Exame e padronização Coleta de dados Setor de análise balanços Análises vertical e horizontal Cálculos dos indicadores Interpretações dos quocientes Comparação com padrões Emissão de relatório Processo de tomada de decisão análise de balanço Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Escolha de indicadores Comparações com padrões Análise Diagnósticos ou conclusões Decisões Fonte: Matarazzo (2008, p. 19). Marion (2009, p. 9) recomenda aos analistas que o ideal, para utilizar as demonstrações contábeis, seria: 1. demonstrações contábeis publicadas em jornais que atendam aos requisitos legais; 2. devidamente assinados, com os relatórios da diretoria e as notas explicativas completas;

10 Unidade I 3. parecer da auditoria de pessoa jurídica que não tenha empresa cliente que represente mais de 2% do seu faturamento e que não esteja aditando a empresa analisada por mais de quatro anos. 4 TÉCNICAS DE ANÁLISES As atuais técnicas de análises de balanços possibilitam grande número de informações sobre a empresa. Matarazzo (2008) Conforme Marion (2009), somente devem ser estudados alguns indicadores básicos, tais como: Análises horizontal e vertical Além desses grupos, deve ocorrer o estudo das tendências por meio das análises vertical e horizontal do Balanço Patrimonial e das Demonstrações de Resultado do Exercício. E os grupos de índices: Índice de liquidez 1 Avalia a capacidade que a empresa tem, em determinado momento, de atender os seus compromissos, através da realização de seus ativos. 20 Índice de estrutura de capitais Avalia a política de obtenção de recursos, e sua alocação nos diversos itens do Ativo. Índice de rentabilidade Avalia os resultados obtidos pela empresa em relação às vendas. 6

11 ANÁLISE DE BALANÇOS Índice de atividades ou Rotação das atividades Avalia o ciclo financeiro e econômico das atividades da empresa. Normalmente, as análises são efetuadas através de índices ou quocientes que significam o resultado de uma divisão entre duas contas. 4.1 Procedimentos de análises Exame e padronização das demonstrações contábeis 1 20 Análise das demonstrações contábeis conforme a legislação das Sociedades Anônimas: Balanço Patrimonial Demonstração de Resultado do Exercício Determinadas contas podem ser apresentadas com nomenclaturas diferentes pelas empresas, como Disponível ou Caixas e Bancos; outro exemplo, Clientes ou Duplicatas a receber ou Contas a receber, todas as contas com o mesmo objetivo. Outros exemplos são os casos de Tributos a recolher ou IPI e ICMS a recolher, INSS a recolher e Encargos previdenciários a recolher; somente analistas experientes e/ou de acordo com as notas explicativas poderão elucidar tais dúvidas. Outro exemplo: na conta Clientes, muitas empresas já subtraem a provisão de devedores duvidosos, enquanto outras preferem apresentá-la junto ao Ativo circulante. 2 Exame e padronização das demonstrações contábeis Matarazzo (2008, p. 13) recomenda: Antes de iniciar a análise, devem-se examinar detalhadamente as demonstrações financeiras. 7

12 Unidade I Este trabalho é chamado Padronização e consiste numa crítica às contas das demonstrações financeiras, bem como na transcrição delas para um modelo previamente definido. A padronização é feita pelos seguintes motivos: 1 20 Simplificação: cada empresa tem seu plano de contas, e na apresentação do balanço, não há uma padronização. A utilização de um modelo simplificado auxilia muito a análise. Comparabilidade: havendo divergências na composição das contas, a comparação se torna muito difícil. Enquadrando-se os valores em um modelo, a comparabilidade se torna viável. Adequação aos objetivos da análise: a reclassificação de algumas contas de ocorrer na demonstração contábil de acordo com o objetivo da análise. Precisão na classificação de contas: há empresas que maquiam contas a fim de embelezar o Balanço patrimonial; diante deste fato, ao utilizar a padronização, evita-se a maquiagem. Descoberta de erros: na utilização de modelos padronizados, torna-se fácil verificar a existência de erros intencionais ou não; a padronização facilita a análise das demonstrações contábeis, criando para o analista facilidades na compreensão e na análise. 2 ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL Para melhor entendimento da matéria, será utilizada, a título de exemplo, Demonstração Contábil Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício da Souza Cruz S/A do exercício 2008, devidamente adaptados consoante a legislação atual Lei nº /09. 8

13 ANÁLISE DE BALANÇOS A Souza Cruz S/A é uma tradicional empresa da área de tabacos desde o século XX, de capital inglês. Seus dados foram obtidos no site < em 30/04/2009. Ativo circulante Souza Cruz S/A CNPJ / Balanço patrimonial - 31 de dezembro - em milhões de reais Ativo 2007 AV % 2008 AV % AH% Disponibilidades 619,40 19,19% 969,30 26,82% 6,49% Contas a receber 486,80 1,08% 478,20 13,23% -1,77% Estoques 874,90 27,11% 833,90 23,08% -4,69% Tributos a recuperar 18,0 0,7% 23, 0,64% 24,86% Despesas antecipadas 64,40 2,00% 71,0 1,98% 11,02% Outros 29,80 0,92% 32,60 0,90% 9,40% Total do ativo circulante 2.093,80 64,88% 2.408,60 66,6% 1,03% Ativo não circulante: Contas a receber 13,80 0,43% 13,80 0,38% 0,00% Estoques 16,40 0,1% 3,30 0,09% -79,88% Tributos a recuperar 12,80 0,40% 16,20 0,4% 26,6% Imp. renda e Cont. Social diferidos 184,00,70% 177,70 4,92% -3,42% Empréstimos a receber 20, 0,62% 27,70 0,77% 37,81% Depósitos judiciais 70,00 2,17% 81,30 2,2% 16,14% Despesas antecipadas 49,20 1,2% 4,00 1,2% -8,4% Invest. Soc. Cont. coligadas 3,60 0,11% 4,20 0,12% 16,67% Imobilizado 676, 20,9% 74,80 20,64%,31% Intangível 76, 2,36% 83,0 2,31% 9,72% Outros 11,30 0,3% 6,60 0,18% -41,9% Total Ativo não circulante 1.133,40 3,12% 1.20, 33,3% 6,33% Total do Ativo 3.227,20 0,00% 3.613,70 0,00% 11,98% 9

14 Unidade I Passivo 2007 AV % 2008 AV % AH% Passivo circulante Empréstimos e financiamentos 20,60 6,37% 1,70 1,43% -74,8% Fornecedores 91,70 2,84% 81,0 2,26% -11,12% Imposto de Renda e Contribuição Social 71,90 2,23% 8,90 1,63% -18,08% Tributos a recolher sobre vendas 298,70 9,26% 376,60,42% 26,08% Remuneração dos acionistas 32,60 1,01% 36, 1,00%,74% Salários e encargos sociais 137,20 4,2% 173,60 4,80% 26,3% Adiantamentos de clientes 86, 2,67% 60,30 1,67% -29,97% Provisões para contingências 8,20 0,2% 0,30 0,01% -96,34% Provisões operacionais 73, 2,27% 66,80 1,8% -8,62% Outras contas a pagar 96,30 2,98% 81,70 2,26% -1,16% Total do Passivo circulante 1.1,40 34,13% 987,0 27,33% -,34% Passivo não circulante: Sociedade ligada Provisões para contingências 7,90 3,34% 140,90 3,90% 30,8% Provisões operacionais 47,00 1,46% 48, 1,33% 2,34% Tributos a recolher e Outras contas a pagar 2,00 0,77% 12,20 0,34% -1,20% Imp. renda e Contribuição Social diferidos 0, 0,00% 0, 0,00% 0,00% Incentivos fiscais 281,90 8,74% 296,60 8,21%,21% Total do passivo não circulante 461,90 14,31% 497,90 13,78% 7,79% Patrimônio líquido Capital social realizado 62,30 19,38% 62,30 17,30% 0,00% Reservas de capital 1,90 0,06% 1,90 0,0% 0,00% Reservas de lucros 341,70,9% 342,30 9,47% 0,18% Ajustes de avaliação patrimonial (82,90) -2,7% 6,30 1,6% -167,91% Lucros acumulados 777,90 24,% 1.2,0 30,1% 41,73% Total patrimônio líquido 1.663,90 1,6% 2.128,30 8,90% 27,91% Total do Passivo e patrimônio líquido 3.227,20 0,00% 3.613,70 0,00% 11,98%

15 ANÁLISE DE BALANÇOS Souza Cruz S/A CNPJ / de dezembro - em milhões de reais Demonstração de Resultado do Exercício 2007 AV % 2008 AV % AH% Receita líquida das vendas 4.846,70 0,00%.300,60 0,00% 9,37% Custo dos produtos vendidos 2.166,60 44,70% 2.287, 43,1%,6% Lucro bruto 2.680,,30% 3.013,0 6,8% 12,44% Despesas (Receitas) operacionais: com vendas 641,20 13,23% 722, 13,62% 12,62% gerais e administrativas 826,40 17,0% 770, 14,3% -6,81% outras receitas operacionais, líquidas (96,60) -1,99% (82,20) -1,% -14,91% Lucro operacional 1.309, 27,01% 1.603,0 30,2% 22,49% Resultado financeiro receitas financeiras 111,70 2,30% 84,40 1,9% -24,44% despesas financeiras (1,70) -1,07% (40,80) -0,77% -21,08% receitas com variações cambiais, líquidas 21, 0,44% 40,0 0,76% 91,94% resultado de equivalência patrimonial 3,0 0,07% 8,60 0,16% 14,71% Lucro a/ imposto de renda e da cont.social 1.393,70 28,76% 1.696,20 32,00% 21,70% Imposto de renda e contribuição social Corrente 390,00 8,0% 442,0 8,3% 13,46% Diferido (29,90) -0,62% 4, 0,08% -113,71% Lucro líquido do exercício 1.033,60 21,33% 1.249,60 23,7% 20,90%.1 Análise vertical Fórmula do cálculo na Análise vertical: Para o caso do Balanço Patrimonial: Valor da conta x 0 = Análise vertical % Total do Ativo ou Passivo Exemplo: Disponível , x 0 = AV % x 0 = 26,82 % Total do Ativo ,70 11

16 Unidade I Comentário da análise relativo à conta Disponível: A conta Disponibilidade representa 26% do total do Ativo, enquanto que em 2007 representava 19%. Para a Demonstração de Resultado do Exercício: Valor da conta x 0 = Análise vertical % Receita líquida Exemplo: Desp. gerais e adm , x 0 = Anál. vertical % x 0 = 17,0% Receita líquida ,70 Comentário da Análise vertical relativo a Despesas gerais e administrativas A conta Despesas gerais e administrativas da Souza Cruz, em 2007, representou 17% e diminuiu para 14% em 2008 em relação à receita líquida. 1.2 Análise horizontal A Análise horizontal ou de evolução também é conhecida como Análise de tendência. Esse tipo de análise mostra a variação (crescimento ou decréscimo) dos itens dos demonstrativos contábeis de um período para outro, objetivando caracterizar tendências. Sua sistematização de cálculo é bastante simples, consistindo em fixar um período contábil com 0% e dividir os itens patrimoniais e de resultado dos demais períodos por esse período-base. 12

17 ANÁLISE DE BALANÇOS O índice do ano-base é 0, e os anos subsequentes são expressos em relação ao ano-base. Vejamos um exemplo: X0 X1 X2 Duplicatas a receber Através da regra de três simples, encontramos a evolução, com base em 0, para X1 e X2 X1 X x 140 x X1 = (130 x 0) 120 = 8,33 X2 = (140 x 0) 120 = 116,66. Então, teremos: X0 X1 X2 Duplicatas a receber Evolução No exemplo da Souza Cruz, temos: A evolução da conta Disponibilidade: Conta 2007 AV% 2008 AV% AH% Disponibilidades 619,40 19,19% 969,30 26,82% 6,49% ,4 969,30 0,0 X X = 6,49% 13

18 Unidade I Este mesmo cálculo vale para a Demonstração de Resultado do Exercício..3 Análise horizontal real A empresa que utilizamos como exemplo, a Souza Cruz S/A, apresentou seus demonstrativos contábeis em moeda com a mesma capacidade aquisitiva. Imaginemos que esse fato não fosse verdade; representaria pouco ou nada em crescimento nominal das vendas brutas de 9% de 2007 para 2008, conforme constatado, tendo em vista que a inflação do período pode ter sido inferior, igual ou até superior a tal percentual. Assim sendo, quando é feita a Análise horizontal, devemos saber o crescimento real do item analisado, isto é, o crescimento quando se leva em conta a inflação. 1 Quando se leva em consideração a inflação do período, a análise horizontal real pode ser calculada utilizando-se: 20 a. índice inflacionário (o mais comum); b. índice deflacionário. a. Índice inflacionário: o objetivo é inflacionar o período antigo (2008 em nosso exemplo) e comparar com valores correntes ou nominais do período atual (2007 em nosso exemplo). Vamos supor um índice de inflação de 1%, com base, por exemplo, no Índice Geral de Preço do Mercado (IGPM) Variação Receita bruta % nominal Receita bruta inflacionada x % real 14

19 ANÁLISE DE BALANÇOS Na realidade, se considerarmos uma inflação de 1% no período, o crescimento real das vendas seria de 8%, e não de 24%, calculado da seguinte forma: x x= ( X 0) = 8%. Esse procedimento de atualização de valor, exemplificado para apenas uma conta, receita bruta, seria feito em todas as contas do balanço patrimonial e da DRE. b. Índice deflacionário: o objetivo é deflacionar o período atual (2008) e comparar com valores correntes ou nominais do período antigo (2007). Vamos supor um índice de deflação de %, com base, por exemplo, no Índice Geral de Preço de Mercado (IGPM) Variação Receita bruta % nominal x 0,90 1 Na realidade, se considerarmos uma deflação de % no período, o crescimento real das vendas seria de 11%, e não de 24%, calculado da seguinte forma: x 20 x= ( X 0) = 111%. 1