Estrada de Rodagem SeçãoTransversal
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- Maria Viveiros Figueira
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1 Estrada de Rodagem SeçãoTransversal Prof. Dr. Rodrigo de Alvarenga Rosa (27) Introdução A planta e o perfil de uma estrada não identificam o tipo e o padrão da via projetada. Olhando em planta e em perfil não se pode identificar a qualidade da via, só a qualidade do traçado. A definição da seção transversal tipo é fator decisivo para estabelecer o padrão da via. 2 1
2 Introdução A seção transversal tipo tem reflexo ao longo de toda a rodovia, tanto em características técnicas e econômicas. Portanto, precisa ser muito bem especificada. As dimensões dos elementos da seção transversal tipo e a especificação da superfície de rolamento terão reflexos diretos na capacidade de tráfego, na segurança e nos quesitos estéticos/arquitetônicos da via. 3 Seção transversal tipo Introdução 4 2
3 Seção transversal tipo Introdução 5 Elementos Principais 6 3
4 Pista ou Faixa de Rolamento Os veículos se deslocam em fila, com movimento contínuo e em sentidos opostos Assim, a pista de rolamento deve conter no mínimo duas faixas de rolamento (ou tráfego). Neste caso, tem-se uma faixa para cada sentido, característica da pista simples. A faixa de rolamento deverá possuir a largura do veículo acrescida de folgas laterais para permitir a circulação segura dos mesmos. 7 Pista ou Faixa de Rolamento A folga lateral é definida em função do veículo tipo adotado e da velocidade diretriz. O mais usual é adotar 3,60m de largura por faixa de rolamento, podendo haver variações de 3,00m a 3,75m. Embora a velocidade diretriz possa variar ao longo da rodovia, não se deve ter larguras diferentes para faixas de rolamento de uma mesma rodovia. 8 4
5 Pista ou Faixa de Rolamento O número de faixas de rolamento é determinado pelo estudo de capacidade em função do volume de tráfego ao longo da vida útil da rodovia. No mínimo deve-se ter duas faixas de rolamento, ou pista simples. Após a pista simples passa-se diretamente para a pista dupla, com quatro faixas de rolamento. Pista com três faixas é muito perigosa e deve ser usada somente para rampas longas para permitir a ultrapassagem de veículos lentos em trechos bem definidos. 9 Pista ou Faixa de Rolamento Nas pistas simples não há separação entre as correntes de tráfego. Isto ocorre para permitir a ultrapassagem dos veículos mais rápidos sobre os mais lentos Nas pistas duplas é recomendado algum tipo de separação física entre as correntes de tráfego: Canteiro central Algum separador especial 10 5
6 Pista ou Faixa de Rolamento Visando uma direção mais confortável e segura, principalmente nas frenagens rápidas e nas ultrapassagens a pista de rolamento deveria ser transversalmente em nível. No entanto, isso poderia acarretar um acumulo de agua de chuva na pista o que afetaria muito mais a segurança da rodovia. Na pista simples, a partir de seu eixo ela tem transversalmente uma inclinação para cada lado de forma que o centro da pista fica mais alto que os lados. 11 Pista ou Faixa de Rolamento A forma da seção transversal pode ser transversalmente circular ou parabólica. Na prática, acaba-se adotando os dois lados planos por facilidades construtivas. Esta inclinação para ambos os lados é denominada abaulamento. 12 6
7 Pista ou Faixa de Rolamento O valor usual de se adotar para o abaulamento: Pavimento de concreto de cimento: 1% ou preferencialmente 1,5% Pavimento betuminoso de alta qualidade: 2% Pavimento betuminoso de grande rugosidade (macadame betuminoso, tratamento superficial, etc.): 2,5 a 3,0% Pistas de rolamento com revestimento primário: 3 a 4% 13 Pista ou Faixa de Rolamento Em alguns casos, como na pista dupla, é recomendado que as duas faixas tenham inclinação continua para somente uma direção. Partindo do elemento central para as bordas Entre 1 e 2% 14 7
8 Acostamentos São faixas que ficam paralelas e contiguas às pistas de rolamento. Possui várias finalidades: Proporcionar estacionamento para veículos com defeito ou acidentados; Proporcionar parada de ônibus para descida ou subida de passageiros; Proporcionar espaço para eventual descontrole na condução do carro; Proporcionar suporte lateral do pavimento; Tráfego de pedestres, de bicicletas ou mesmo de veículo de tração animal 15 Acostamentos 16 8
9 Acostamentos 17 Acostamentos O acostamento, pelas inúmeras funções vistas, é um elemento da seção transversal fundamental para a segurança do tráfego A inexistência ou a largura inadequada dos acostamentos pode comprometer em muito a capacidade do fluxo de veículos na via A largura do acostamento é função da velocidade diretriz, dos veículos tipo que usam a via e do volume de tráfego. 18 9
10 Acostamentos A largura ideal do acostamento seria aquela que proporcionasse o estacionamento do veículo de projeto e comportasse também um homem ao seu lado. Isso é inviável economicamente e pode levar às pessoas a usarem o acostamento como mais uma pista de rolamento. A largura do acostamento é definida por tabela do DNIT. Deve apresentar aspecto contrastante com a pista de rolamento Textura, coloração, etc. 19 Acostamentos A declividade transversal dos acostamentos deve ser de 5%, pois eles não tem finalidade de circulação de veículos Por dificuldade construtiva, muitas das vezes é usada a mesma declividade da pista de rolamento. Ao contrário da pista de rolamento, o acostamento pode ter sua largura reduzida em função da mudança da velocidade diretriz. Mas tem que ser bem sinalizada Realizada de forma gradual 20 10
11 Acostamentos Em rodovias de pistas duplas ou em pistas de mão única deve ser deixada uma área reservada entre o bordo esquerdo e o elemento separador da via denominado acostamento interno ou faixa de segurança. Funciona como elemento de segurança para o usuário da faixa esquerda e permite ainda aguardar oportunidade para se dirigir para o acostamento externo. Nos casos de rodovias de classe superior, os viadutos e pontes são projetados com largura idêntica aos trechos adjacentes visando manter a mesma capacidade volumétrica de tráfego. 21 Acostamentos 22 11
12 Sarjeta As águas das chuvas, uma vez que tenham sido escoadas lateralmente, necessitam ser conduzidas no sentido longitudinal para serem lançadas no terreno natural. Para tanto são construídas canaletas ao longo da rodovia denominas sarjetas. O projeto das sarjetas está incluso no projeto de drenagem. Podem ter seção triangular,, semi-circular, trapezoidal ou retangular 23 Sarjeta Pelo ponto de vista do projeto rodoviário, no entanto, ocorre o risco, conforme for a forma geométrica da sarjeta, do veículo ficar com as rodas presas quando escapara da pista e do acostamento. Assim, quando possível que a sarjeta seja uma continuidade do próprio acostamento com inclinação maior
13 Taludes Os taludes formam o contorno lateral do corpo da estrada. É primordial a estabilidade dos taludes para a segurança do tráfego. Faz parte do Projeto de Obras de Terra O talude com menor inclinação oferece um melhor aspecto estético arquitetônico que faz parte do Projeto Paisagístico 25 Taludes Um talude suave (1V:4H) evita tombamentos para veículos desgovernados. Taludes em rocha podem ter inclinação de 12V:1H ou 5V:1H. Os taludes em rocha não devem ser verticais pela sensação que passam de estreitamento da pista para o condutor 26 13
14 Taludes O ponto mais alto do talude é denomina crista. O ponto mais baixo é denominado pé. Taludes muito elevados devem ser compartimentados a fim de reduzir o risco de dos efeitos da erosão ocasionado pela velocidade que a água chega no pé do talude Projeto de drenagem que deve definir a compartimentação do talude em bancadas 27 Separador de pistas Nas pistas duplas deve haver a preocupação em usar o separador de fluxo das correntes de tráfego de sentidos contrários Pode se usar: Um canteiro central Separador físico continuo Tenta-se evitar com isso a colisão frontal de veículos. Funciona como elemento de redução de ofuscamento
15 Separador de pistas 29 Separador de pistas 30 15
16 Separador de pistas 31 Separador de pistas O melhor seria o uso de um canteiro central amplo. Nestes casos, o canteiro deveria ser rebaixado com os taludes contíguos à plataforma e com arbustos de caule fino Pode ajudar no caso de fuga de um carro de uma corrente de fluxo para outro, reduzindo sua velocidade e até mesmo o retendo, não o deixando invadir a outra pista. Essa solução só adequada para rodovias de alto padrão em face do seu custo muito elevado. Aumento de terraplanagem, extensão de obras de arte e área a ser desapropriada
17 Plataforma É o espaço criado na rodovia compreendido entre os limites externos dos passeios ou entre os pés dos cortes e cristas dos aterros. Destinado ao deslocamento dos veículos com acréscimo das áreas destinadas ao estacionamento, incluindo todos os dispositivos destinados ao escoamento superficial das águas pluviais. A plataforma é de fato a materialização da seção transversal. 33 Plataforma Seção transversal tipo 34 17
18 Plataforma Seção transversal tipo 35 Defensas e barreiras 36 18
19 Defensas e barreiras São estruturas acessórias colocadas próximas dos bordos das plataformas de pistas simples Tem a função de conter veículos desgovernados que podem: Cruzar o canteiro central e chocar-se com veículos da outra pista Chocar-se com obstáculos fixos próximos à pista (postes, pilares, etc.) Sair da plataforma e cair em taludes (ribanceiras) ou atingir os muros de arrimo ou outra estrutura 37 Existem dois tipos principais: Rígidas Deformáveis Defensas e barreiras Elas devem ser implantadas de maneira que os veículos possam nelas resvalar, porém que possam continuar a se mover, sem haver uma parada repentina do movimento. As defensas e barreiras não devem ser instalados quando provocarem uma parada repentina, abrupta, do veículo
20 Defensas e barreiras Elas não evitam danos materiais ou pessoais, somente minimizam o impacto do acidente. Deve ser verificada, então, outros recursos para substituí-la. É importante que a implantação das barreiras e defensas não seja pior do que a ausência delas. Suavização taludes Alargamento canteiro central Afastamento ou eliminação de obstáculos fixos (postes, construções, etc.) 39 Defensas As defensas metálicas, deformáveis com o choque dos veículos, são muito empregadas. Têm altura de 0,6 a 0,75m, largura de 0,5m quando estão na lateral da via e 0,6m quando separam o tráfego entre duas vias
21 Defensas 41 Defensas 42 21
22 Barreiras As barreiras geralmente são muros contínuos de concreto usados como separadores centrais em pista dupla. Usado para locais que não possuam espaço para o canteiro central Recomendado para situações onde a distância entre os acostamentos internos for inferior a 1,80m A base deve ter entre 0,6 a 0,8m, altura de 0,8m e largura na crista de 0,15m. 43 Barreiras 44 22
23 Defensas e barreiras As barreiras e defensas devem ser iniciadas numa cota 0,0m e ir aumentando gradativamente até chegar a altura desejada. Para obstáculos fixos como postes, pilares, etc. as defensas devem ficar afastada pelo menos 1,0 a 1,5m. Dos gráficos a seguir é possível definir se haverá ou não a necessidade de barreira e defensas. 45 Barreiras 46 23
24 Defensas e barreiras Necessidade de defensas ou barreiras rígidas em aterro 47 Defensas e barreiras Necessidade de defensa ou barreira rígida em canteiro central 48 24
25 Gabaritos 49 Gabaritos Na rodovia não deve haver nenhum impedimento ao deslocamento dos veículos com dimensões dentro dos limites legais. Assim, tem-se que garantir espaço lateral e altura para que o veículo circule livremente. Obstáculos laterais altos próximos a pista causam efeito restritivo no comportamento dos motoristas. Obstáculos laterais baixos próximos a pista causam efeito menor
26 Gabaritos Sempre os acostamentos devem ficar livres de qualquer obstáculo e qualquer obstáculo na lateral da pista devem ficar afastados. Deve ser dada especial atenção aos obstáculos aéreos, viadutos, passarelas, passagem superior, etc. Também deve ser dada atenção especial à fiação de telefonia, transmissão de energia entre outros. Nas tabelas a seguir são apresentados os limites mínimos de altura para os gabaritos horizontal e vertical. 51 Gabaritos 52 26
27 Gabaritos Afastamento mínimo de obstáculos fixos (trecho em tangente) 53 Gabaritos Gabarito vertical 54 27
28 Faixa de Domínio 55 Faixa de domínio Define a área pertencente à rodovia e é estabelecida prevendo-se futura duplicação, com implantação de faixas laterais para tráfego local. A faixa de domínio é demarcada de forma excêntrica da rodovia, prevendo para qual lado deverá ocorrer a duplicação. É estabelecida em lei para cada rodovia
29 Faixa de domínio A largura estabelecida prevê uma folga de 10,0m além da crista dos cortes e pés dos aterros para atender obras de drenagem e a segurança da via. Esta folga deve ser acrescida aos valores da tabela abaixo. Faixa de domínio (m) Terreno Classe I II III e IV Plano Ondulado Montanhoso
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