Aprenda Como Escolher um Grupo Gerador de Energia para Condomínios Residenciais
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- Raíssa Sintra Araújo
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1 Aprenda Como Escolher um Grupo Gerador de Energia para Condomínios Residenciais
2 1. Objetivo deste E-book 2. Trifásico X Bifásico X Monofásico V X 220V X 127V 4. Definição das Cargas 5. Gerador para Todos Apartamentos? 6. Regime de Operação 7. Regime de Operação Stand-By 8. Local de Instalação 9. Definição de Potência do Grupo Gerador 10.Custo de Operação 11. Estética 12.Nível de Ruído 13.Combustíveis 14.Fumaça e Particulados 15.Automatismos 16.Cabinado X Aberto 17.Disposição Horizontal X Vertical 18.Software de Supervisão 19.Considerações Finais Conteúdo
3 Objetivo deste E-book A instalação de um grupo gerador de energia elétrica atualmente é um item fundamental em condomínios residenciais, tanto para serviços de emergência como para itens de segurança e conforto. O objetivo deste e-book é ajudar os envolvidos a entender todos os aspectos relacionados a definição de um equipamento de forma a encontrar a melhor solução para cada caso. Tentaremos usar uma linguagem mais simples para facilitar o entendimento, deixando de lado alguns termos técnicos. Grupo Gerador = Motor a Combustão + Alternador
4 Trifásico X Bifásico X Monofásico É muito importante saber se a energia que chega a seu prédio é trifásica. Isso porque os grupos geradores deste porte são normalmente trifásicos e o tipo de instalação do gerador e do prédio deve ser o mesmo. Temos três tipos de instalação: Trifásica, Bifásica e Monofásica. Na Trifásica a energia é fornecida a 4 fios: 3 fios Fase e 1 fio Neutro. Normalmente a energia chega ao seu prédio desta forma. Na Monofásica, a energia é fornecida a 2 fios: 1 fio Fase e 1 fio Neutro. A Bifásica é um meio termo com 3 fios: 2 fios Fase e 1 Fio Neutro. Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase A Fase B Fase Neutro Trifásico Neutro Bifásico Neutro Monofásico
5 A tensão da energia (popularmente conhecida como voltagem) também precisa ser a mesma do gerador. Aqui normalmente leigos fazem uma certa confusão. Existe duas formas de medir: Fase-Neutro Fase-Fase 380V X 220V X 127V A tensão fase-neutro é aquela que você está acostumado a mencionar. Em Santa Catarina é 220V, em São Paulo e Paraná é 127V(110V), etc. Note que muitos ainda falam 110V, mas isto não existe mais no Brasil. O correto é 127V. A tensão fase-fase é sempre maior. Onde a tensão fase-neutro é 127V, a tensão fase-fase é 220V. Nos locais onde temos a tensão fase-neutro de 220V, a tensão fase-fase é de 380V. Desta forma é comum ver a especificação do gerador como 380/220 ou então 220/127. Isto indica a tensão fase-fase e a tensão fase-neutro do equipamento. Caso apenas um número for indicado, este será a tensão fase-fase do mesmo.
6 Definição das Cargas É importante definir o que será ligado ao gerador. Normalmente liga-se toda a área comum do prédio. Elevadores, portões, iluminação, câmeras e sistema de segurança, bombas, salão de festas, etc. Para se fazer uma estimativa, é necessário somar a potência de todos os equipamentos existentes, levando em conta a corrente de partida dos equipamentos e fator de simultaneidade. Veremos isto mais a frente. Outra forma, mais garantida é fazer a medição do circuito com todos os equipamentos ligados. Esta é a forma mais segura e garantida de definir a energia necessária para funcionamento dos equipamentos. Atenção aos Motores! No momento que equipamentos com motor elétrico são ligados, existe um pico de consumo de energia, chamado de corrente de partida, que pode chegar a 8 vezes o consumo regular. Isto precisa ser levado em consideração, caso contrário o gerador pode não ter potência para ligá-los Alguns equipamentos com motor: Elevadores, portões, ar condicionados, ventiladores, bombas d'água, etc.
7 Gerador para Todos Apartamentos? Normalmente o gerador é utilizado somente para atender a área comum do condomínio. Existem 2 principais motivos para isso: 1. Potência Para atender todos apartamentos, o gerador precisa ter uma potência muito alta, o suficiente para alimentar todos os equipamentos de todos apartamentos. Isto normalmente fica inviável economicamente. 2. QTA Cada condômino tem seu medidor de energia separado. Por isso é necessário um quadro elétrico chamado QTA para cada um. O QTA é responsável por desconectar da concessionária o cabo elétrico que leva energia ao apartamento e conectar ao gerador quando este entra em funcionamento. O custo de ter inúmeros QTA's, somado a um grande gerador que alimente todos os apartamentos normalmente inviabiliza esta solução. Por fim tem-se ainda a dificuldade técnica de encontrar espaço físico para instalação de tantos quadros elétricos.
8 Regime de Operação Podemos enquadrar o uso de geradores em 5 regimes de operação: 1. Stand-By O gerador é usado somente quando há falta de energia. 2. Horário de Ponta Entra em funcionamento sempre em horários preestabelecidos onde a concessionária limita o fornecimento de energia. 3. Redução de Custo Quando o custo da energia gerada é menor que o da energia fornecida pela concessionária. 4. Fonte Primária Quando não existe outra opção de energia e todo fornecimento vem sempre do gerador. 5. Gerador de Backup Utilizado como substituto de outro gerador caso este tenha algum problema.
9 Regime de Operação Stand-By Nos condomínios normalmente utiliza-se geradores em regime Stand-By, ou seja, o gerador entra em funcionamento somente ao detectar a falta da energia elétrica da concessionária. Geradores mais completos também consideram falha no fornecimento de energia quando a tensão (voltagem) da rede está muito baixa ou muito alta e frequência fora dos limites em qualquer uma das fases. Isto porque a energia nestas condições pode provocar danos aos equipamentos elétricos. Nesta forma de operação, ao detectar uma falha no fornecimento de energia o gerador parte o motor e comuta o fornecimento de energia, desligando a rede da concessionaria e ligando a energia do gerador. Tanto equipamentos de emergência (sistemas de incêndio, pressurização de escada, etc) quanto equipamentos de conforto (elevadores, bombas da caixa d'água, portões, etc) são restabelecidos.
10 Local de Instalação O local de instalação é muito importante e pode ter um impacto significativo no custo total da instalação de um grupo gerador. Aspectos a serem levados em consideração: Proximidade com o Ponto de Conexão Representa uma economia significativa com cabos elétricos de potência e infraestrutura do cabeamento. Ventilação O grupo gerador aquece muito durante o funcionamento e precisa de um fluxo de ar fresco constante, bem como precisa eliminar o ar quente para fora do ambiente onde se encontra. Gases de Escapamento Os gases expelidos pelo escapamento devem ser canalizados para ambiente aberto, com boa ventilação. Espaço Físico Prever espaço para o equipamento e para manutenção. Transporte até o Local Altura e largura compatível durante todo o trajeto da rua até o local. Verificar também desníveis e tipo de piso do trajeto. Peso Verificar se o piso/lage suporta o peso do equipamento. Lage Em caso de instalação em laje, instalar coxins mola sob o mesmo.
11 Definição de Potência do Grupo Gerador Uma vez definidas as cargas que serão alimentadas e qual o regime de operação, é possível definir qual a potência de gerador será necessário. Alguns pontos a serem observados: Não trabalhar no limite Normalmente define-se o gerador de forma que a carga máxima atinja apenas 80% da potência nominal do mesmo. Assim o equipamento não trabalha no limite e aumenta a vida útil. Potência Reserva Com o passar dos anos outros equipamentos podem ser instalados e o gerador deve ser capaz de suportá-los também. Alguma potência extra, sem exageros, pode ser indicada. Gerador Superdimensionado Evite superdimensionar o grupo gerador. Motores que trabalham constantemente com cargas muito baixas, menores que 30%, em geral acabam tendo problemas mecânicos. Medição na Prática Por mais que as cargas possam ser calculadas, nada melhor que a medição real do consumo de energia. Vários fatores mecânicos podem aumentar significativamente o consumo de energia, tais como desgaste ou deformação de eixos, rolamentos, trilhos e outras partes móveis.
12 Custo de Operação Os custos a serem levados em consideração: Combustível Em equipamentos que operam em regime Stand-By, o custo do combustível consumido costuma ser desprezível, pois o grupo gerador opera poucas horas anuais. Contudo os combustíveis diesel e gasolina estragam e por isso precisam ser drenados e substituídos periodicamente, ao contrário dos movidos a etanol e a gás natural que não tem esta necessidade e custo. Manutenção Periódica Mesmo que o gerarador funcione muito pouco, é necessário efetuar a troca de óleo do motor a cada 6 meses. Fora isso considere fazer uma revisão completa no equipamento anualmente. Verifique se as peças necessárias são encontradas facilmente no mercado ou se são exclusivas do fabricante do gerador.
13 Estética A estética do equipamento deve ser levada em consideração, principalmente se o equipamento ficar em local visível, tal como garagens, entradas do prédio ou qualquer outra área comum. Equipamentos com gabinete fechado e cores que não destoem muito do ambiente normalmente são preferíveis.
14 Nível de Ruído Grupo Gerador é um equipamento barulhento. Possui um motor que trabalha acelerado e fazendo força. Não há como fugir disto. Entretanto algumas coisas podem ser feitas para minimizar os ruídos: Cabine acústica Também conhecida por carenagem, trata-se de invólucro instalado no grupo gerador com o objetivo de reduzir seu ruído. Sala acústica Ambiente construído de alvenaria para instalar um grupo gerador no seu interior. Utiliza-se de portas e venezianas acústicas para reduzir o ruído externamente. Veneziana Acústica Abertura para passagem de ar que reduz a passagem de ruídos. Duto do escapamento Prolongar o escapamento para outro ambiente de forma que não possa ser ouvido simultaneamente ao ruído do motor. Silencioso Hospitalar Silencioso do escapamento com maior poder de redução de ruído se comparado ao modelo Industrial.
15 Combustíveis O funcionamento de um grupo gerador depende de um motor a combustão e por isso depende de combustível. As opções disponíveis no mercado são: Diesel Disponível em geradores de todos os tamanhos, é um combustivel barato, porém tem problemas quando fica sem uso por longos períodos. Isso acontece porque absorve agua e desenvolve microorganismos que entopem os filtros e corroem as peças. Por isso precisa ser drenado e substituído periodicamente. Gasolina Normalmente disponível somente em grupos geradores de baixa potencia e baixa qualidade. Também degrada com o tempo, formando borra que entope e prejudica o funcionamento do motor. Etanol Mais indicado para equipamentos que operam em regime standby, pois pode ficar longos períodos sem uso. É um dos menos poluentes, com menos fumaça e cheiro. Gás Natural Combustível também bem limpo, normalmente usado apenas em locais que possuem o gás encanado. Isto limita os locais de uso, porém elimina a necessidade de abastecimento. Em algumas regiões a energia gerada acaba sendo mais barata que a da concessionária.
16 Fumaça e Particulados Considerando que o motor do equipamento esteja em perfeito funcionamento, o nível e fumaça emitido dependerá do combustível utilizado. Geradores movidos a diesel são os que emitem o maior nível de poluentes, fumaça escura e partículas nos gases de escapamento. Atualmente a OMS - Organização Mundial da Saúde classifica a fumaça deste combustível como cancerígena no mesmo grau do cigarro. Depois temos os da gasolina que, embora muito menos poluente que o diesel ainda está em nível bem alto, principalmente em motores pequenos e com carburador. Os menores níveis estão nos motores a etanol e gás natural, onde praticamente não há fumaça ou particulados.
17 Automatismos Nem todos geradores possuem os recursos que consideramos importantes para aplicação em condomínios residenciais. Abaixo listamos alguns processos que devem ser providos de forma automática, para um melhor aproveitamento do equipamento: Partida Automática Identifica uma falha no fornecimento de energia da concessionária e coloca o grupo gerador em funcionamento. Os melhores identificam não só a falta de energia mas também se alguma das fases apresenta frequência ou tensão tanto muito baixa quanto muito alta. Partida de Manutenção O gerador precisa entrar em funcionamento periodicamente para não danificar tanto o motor quanto o alternador. O ideal é que o equipamento permita agendar partidas semanais automáticas. Indicação de Manutenção Periódica Indicação de que é necessário fazer a manutenção periódica, não só por horas trabalhadas, mas principalmente por dias corridos, já que neste tipo de aplicação o gerador trabalha pouco. Proteções do Motor Desligamento automático com indicação do problema. Histórico de Eventos Registro de comandos e ocorrências do gerador.
18 Cabinado X Aberto O grupo gerador pode ser aberto ou cabinado. Veja as diferenças: Aberto Nesta versão o equipamento fica exposto, aparecendo o motor, alternador e demais componentes. Possui custo mais baixo que versões cabinadas, porém normalmente necessita de uma sala apropriada. Cabinado Trata-se do gerador com um invólucro, um gabinete fechando o equipamento. As cabines podem receber tratamento acústico, o que torna esta versão mais silenciosa que o gerador aberto. Algumas cabines também podem ser usadas ao tempo, sem necessidade de abrigo.
19 Disposição Horizontal X Vertical A proporção da dimensão física dos equipamentos pode facilitar a encontrar o espaço ideal para instalação do equipamento. A maioria dos geradores tem uma disposição horizontal, ou seja, são muito mais compridos do que altos. Isto faz com que ocupem uma área muito grande. Por outro lado são vantajosos se o local tem uma altura limitada. Geradores com disposição vertical embora sejam mais altos, ocupam pouco espaço no solo. Isto pode evitar a necessidade de se perder uma grande área util, tal como uma vaga de garagem para instalar o grupo gerador no condomínio.
20 Software de Supervisão Embora não seja um item essencial, softwares de supervisão do grupo gerador podem auxiliar muito e trazer comodidade na operação deste equipamento. O software é uma aplicação instalada em um computador e que comunica-se com o equipamento, trazendo todas as medições, alarmes e históricos do funcionamento para a tela do computador. Desta forma os responsáveis pelo equipamento não precisam se deslocar até o mesmo para por exemplo saber o nível de combustível do tanque, qual a potência que esta sendo consumida pelo condomínio ou se houve algum problema com o equipamento, entre outros. Existe a possibilidade também de a assistência técnica ou mesmo a fábrica fazerem o acesso a distância para identificação de eventual problema de forma mais rápida.
21 Considerações Finais Com estas informações, esperamos que o síndico ou equipe encarregada de definir a instalação de grupo gerador possa entender melhor esta tecnologia, seus termos e jargões. Com isso facilitar a comparação de propostas técnicas e comerciais de diferentes fornecedores. Esperamos também que este conhecimento possibilite ao condomínio encontrar a melhor opção para sua necessidade específica, pois cada caso pode ter uma ter uma solução diferente que melhor se adéque. Em caso de outras dúvidas ou comentários sobre este material, fique a vontade para enviá-los para ebook@geraflex.com.br e teremos o maior prazer em respondê-las.
22 Versão 1.0 Elaborado por Geraflex Ltda. Visite-nos em Permitida a redistribuição desde que na íntegra e exista link para nosso website. Última versão deste documento disponível em:
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