Conselheiro Wanderley Ávila
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- Amanda Clementino Ventura
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1 Palavra do presidente Conselheiro Wanderley Ávila ASSCOM TCEMG À frente da Presidência do Tribunal de Contas, posso dizer da experiência ímpar que Deus me permitiu viver e que me suscita um sentimento de inquietude, que instiga ao enfrentamento de desafios e à abertura de caminhos. Grande é a vontade de contribuir para que esta Casa siga a sua trajetória rumo à excelência. Bem sei que esse é o desejo de todos nós. A sensação é de que o tempo está passando cada vez mais rápido. Isso porque nos dedicamos a inúmeros projetos que preenchem nossa vida a ponto de não possuirmos mais pausas e espaços em nossas agendas. Assim, em meio à velocidade do tempo, as mudanças são inevitáveis; ou as instituições acompanham o seu curso ou correm o risco de serem desconsideradas pela sociedade. Temos nos empenhado em acompanhar esse curso. E, nesse ritmo, mais um ano se passou, repleto de expectativas, mas também de realizações. Neste momento, permito-me uma reflexão sobre as principais tendências que apontam para uma mudança de paradigma nas atividades do controle externo. A visão atual sobre o papel do Estado leva a um novo modelo de gestão. A discussão em torno desse papel e de seus limites foi a base da chamada Nova Gestão Pública, empreendida a partir dos movimentos gerencialistas, decididos a superar a burocracia tradicional. Ao longo dos últimos anos, a introdução de inovações complexas na Administração Pública, o fomento ao controle social e a demanda por transparência alteraram a configuração das ações de controle. A ênfase passou a ser na qualidade da gestão, condição para a produção efetiva de resultados. Para isso, as instituições que exercem o controle dos gastos públicos buscaram novas formas de atuação no ambiente das políticas e dos programas públicos. O resultado foi a sua organização em redes que se consolidaram como um importante instrumento no intercâmbio de experiências e de metodologias voltadas para a modernização do sistema de fiscalização. 15
2 Nesses 75 anos de existência, o Tribunal evoluiu em termos de inovação e conhecimento, e esse processo evolutivo norteia-se pelas principais tendências do controle, quais sejam: (1) controle como instrumento garantidor de gestão pública eficiente, eficaz e efetiva e de garantia dos direitos fundamentais; (2) priorização de instrumentos de controle preventivo e concomitante da gestão pública; (3) combate à corrupção; (4) fomento à participação social no controle governamental; (5) multidisciplinaridade do controle e, por fim, (6) aquela que pode ser considerada a mais abrangente, que é a integração com órgãos de controle da gestão pública, tanto para atuação conjunta quanto para o fortalecimento do controle indireto, que implica ações promovidas por outros órgãos, originadas na atuação do Tribunal de Contas. Sabe-se, hoje, que o salto inovador só foi possível a partir da tomada de consciência de que não se exerce o controle sozinho. E foi a constatação da necessidade de se enfrentar um arrojado processo de mudanças, destinado a atender tanto aos jurisdicionados quanto à sociedade em geral, que tornou realidade a implantação de uma ampla rede, a exemplo daquela formada pelos Tribunais de Contas e suas associações, Ministérios do Executivo Federal e Ministério Público Federal, Advocacia-Geral da União, Controladoria-Geral da União, Senado Federal, Câmara dos Deputados e Banco Central, entre outros, para a fiscalização do Projeto Copa do Mundo de Sob a perspectiva da transversalidade com as demais instituições, sete convênios foram assinados, neste ano, com diferentes segmentos da Administração Pública, visando à cooperação técnico-científica e cultural, com o intercâmbio de informações e tecnologia na área de fiscalização e controle, além da edição da Resolução n. 05/2010 que dispõe sobre a implementação e regulamentação da Ouvidoria deste Tribunal. São inúmeras as ações a serem empreendidas por esta Casa. O caminho que percorremos tem o seu alicerce na capacitação, na intensificação do uso da Tecnologia da Informação e o mais importante nas pessoas. Somente conseguiremos o resultado que almejamos se a alavanca, a mola mestra do processo de modernização, estiver centrada nas pessoas, na equipe; são os talentos somados e multiplicados e não mais distribuídos e divididos, que tornarão qualquer iniciativa vitoriosa. Assim, com essa visão, procurei com o auxílio de meus pares, orientando-me pelas metas definidas no Planejamento Estratégico, realizar ações sustentadas naquele alicerce. Realizamos eventos de capacitação voltados para os jurisdicionados, como o I Encontro Técnico: o Tribunal de Contas e os Municípios, em oito regiões do Estado, promovendo a capacitação de mais de 2 mil servidores públicos municipais, abrangendo 545 municípios, bem como a Semana Orçamentária, realizada em parceria com a Escola de Administração Fazendária (Esaf), que contou com a presença de pessoas, 16
3 além do Seminário Concursos Públicos, organizado pela Comissão de Jurisprudência e Súmula, que reuniu 400 pessoas no auditório Vivaldi Moreira. O ano de 2010 mostrou-se fecundo quanto às ações empreendidas na adequação física e operacional desta Corte. As instalações do prédio sede e anexo foram reformadas, com a troca de forro e luminárias, a racionalização de espaço foi aprimorada para receber o novo layout do desenho organizacional e já está prevista a pintura externa de todo o prédio do Tribunal. Novas instalações para a Escola de Contas e Capacitação Prof. Pedro Aleixo, mais modernas e adequadas ao seu funcionamento, estão sendo construídas em virtude da intensificação de suas atividades, já no próximo ano. A infraestrutura de todo o Tribunal está passando por uma modernização, contemplando a ampliação do espaço físico destinado às diretorias técnicas, à estrutura do Ministério Público de Contas e às instalações da Auditoria. Estão previstas a aquisição de estações de trabalho e a melhoria das instalações para adequar cada área a sua real demanda. Palavra do Presidente Os necessários investimentos na infraestrutura do controle também nos tornarão aptos a responder tempestivamente aos anseios da sociedade, como, por exemplo, a contratação de consultoria para desenvolver a matriz de risco, que permitirá a realização de ações de fiscalização segundo critérios de materialidade, risco e relevância, que nortearão a elaboração do próximo Plano Anual de Fiscalização. Mais ainda, merecem destaque a contratação da consultoria e capacitação em análise econômica de Parcerias Público-Privadas, a consultoria e capacitação em auditoria operacional na área do saneamento básico, além da consultoria para redesenho e capacitação nos métodos e técnicas de auditoria. Na área de pessoal, a Resolução n. 09/2010 instituiu a Política de Gestão de Pessoas do Tribunal de Contas que tem por objetivo assegurar a disponibilidade das competências, os saberes e as inovações de que a instituição necessita, pois somente assim poderemos contar com pessoas qualificadas, motivadas, colaboradoras e seguras na realização de práticas e procedimentos. Como se vê, a maioria dos processos de trabalho do Tribunal estão sendo revistos, o que implica o redesenho de métodos e técnicas e ações de capacitação envolvendo todo o corpo técnico desta Casa. Quanto a isso, podemos mencionar o curso de formação de gestores, realizado em setembro, que promoveu o treinamento de diretores, coordenadores, assessores e chefes de gabinete, tendo como principais objetivos conscientizar os participantes sobre a importância do seu papel, sensibilizar a equipe sobre sua postura como geradores de soluções e estimular o processo de autoconhecimento. 17
4 Nas ações de fiscalização realizadas, cabe destacar que já existem, em andamento no Tribunal, cinco auditorias de obras da Copa, bem como o acompanhamento de duas concessões; a auditoria do contrato de empréstimo celebrado entre o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) e o Governo do Estado, que envolvem recursos da ordem de um bilhão e meio de dólares; auditoria-piloto para credenciamento do Tribunal como órgão de auditoria do Programa de Gestão Fiscal do Estado (Profisco/Proforte) da Secretaria de Estado da Fazenda, cujos recursos somam quarenta e quatro milhões de dólares. Além dessas, há, ainda, previsão para realização de auditoria dos Programas Proacesso, Promg e Proseg, com recursos do BID, cuja operação de crédito totaliza cerca de cento e trinta e sete milhões de dólares. Importante registrar que a fiscalização de obras está sendo realizada a partir do edital de licitação. Nesse sentido, fiscalizamos 33 contratos do Proacesso, 19 trechos de rodovias, correspondentes a 463 quilômetros. Certo é que a forma de controle vem sendo, paulatinamente, adequada às exigências atuais. As ações que pretendemos realizar, visando ao controle prévio e concomitante, partem do acompanhamento e monitoramento da gestão pública mediante informações disponíveis no ambiente virtual, em substituição às fiscalizações tradicionais. Exemplo disso é o desenvolvimento do Sistema de Controle de Contas Municipais (Sicom), cuja tecnologia permite a remessa de dados ao Tribunal, a sua disponibilização ao cidadão, bem como a captura dos dados contidos nos sistemas dos órgãos municipais. Além disso, o próprio programa permite a emissão de certidões eletrônicas sobre os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e sobre operações de crédito, o que faz do Sicom uma ferramenta importante para uma fiscalização virtual segura e inteligente. Outros sistemas, como o Sistema de Apoio à Fiscalização Estadual (Safe), estão sendo desenvolvidos e serão implantados em curto espaço de tempo. Entre eles, o sistema para monitoramento e fiscalização de obras públicas, o sistema de apoio à fiscalização, o sistema de controle de parcerias público-privadas. Dessa forma, os investimentos em Tecnologia da Informação possibilitaram a ampliação do parque computacional do Tribunal, a atualização da rede e a ampliação do banco de dados, com a mais moderna tecnologia destinada ao desenvolvimento e segurança de sistemas de grande porte. Cabe ressaltar a implementação do Diário Oficial de Contas (DOC) que publica os atos administrativos, processuais e de comunicação em geral, substituindo a versão impressa. Além da economia resultante para os cofres públicos, o DOC é uma medida de sustentabilidade ambiental por reduzir o uso de recursos naturais. No que se refere às ações voltadas para diminuição do passivo processual, quero ressaltar o projeto empreendido para otimizar a emissão dos pareceres prévios sobre as contas 18
5 dos prefeitos municipais. Conseguimos, num esforço conjunto de toda a Casa, cumprir a meta de emitir, em 18 meses, pareceres prévios. Ou seja, do total de processos de prestação de contas de município, restam apenas 20% a serem examinados. Já com relação aos processos de atos de pessoal, foram deliberados, até a segunda quinzena de outubro, processos, o que representa cerca de 50% do passivo total. Também analisamos cerca de 70% dos processos relativos a recursos, denúncias e representações, existentes na Diretoria de Controle Externo de Municípios. Nada disso seria possível sem o comprometimento dos servidores. As pessoas representam o nosso capital; é a soma dos talentos e da inteligência de cada um que nos permite avançar e conduzir esta Casa, com a certeza de cumprirmos o nosso compromisso. Sob esses aspectos, parece-me razoável afirmar que, diante desses avanços, o Tribunal consolida o seu papel de órgão de controle em uma sociedade marcada por mudanças. Grande é a nossa determinação, fôlego e vontade para novas conquistas. Palavra do Presidente E, por fim, consciente de que esta gestão, autorizada por um colegiado justo e atento às exigências da sociedade, pôde inovar nas atividades de controle. Acredito que posso também afirmar, como o apóstolo Paulo: Combati o bom combate. 19
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