DIREITO PROCESSUAL PENAL
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- João Barreto Fraga
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1 1 DIREITO PROCESSUAL PENAL PONTO 1: Introdução PONTO 2: Teoria Geral dos recursos PONTO 3: Histórico PONTO 4: Fundamentos PONTO 5: Classificações PONTO 6: Natureza Jurídica PONTO 7: Pressupostos processuais 1. Introdução: - Princípio da insignificância no crime de receptação - Informativo: STJ 475, HC julgado em 2/6/11. - Princípio da Insignificância nos Atos Infracionais - Informativo: STJ 477, HC julgado em 14/6/ Teoria Geral dos recursos: Recurso significa retomar o curso, voltar ao momento inicial do processo para oportunizar a parte uma nova decisão previsto no capítulo das garantias fundamentais. 3. Histórico: Há dois momentos históricos importantes que precisa ser destacado: - Antiguidade: Provocatio ad populum conferia ao cidadão que se sentia lesado o poder de reunir uma assembléia popular para desconstituir a decisão do pretor. - Idade Moderna: Revolução Francesa foi o marco do que hoje se conhece como recurso, ligado ao duplo grau de jurisdição. 4. Fundamentos: - Psicológico: Fundamento psicológico, porque é da natureza buscar novas decisões. Além da falibilidade da decisão, podendo ocorrer a falha na decisão.
2 2 O duplo grau de jurisdição faz com que fuja do erro, má-fé, descuido e irresponsabilidade do Juiz. Um dos argumentos que não possibilitam a pena de morte é o erro judiciário. - Político: O interesse público no controle dos atos estatais (a sentença nada mais é que um ato estatal). Se voltarmos no momento histórico do Pacto de San Jose da Costa Rica e Declaração Universal dos direitos Humanos, ambos no artigo 8º, os Recursos estão previstos como uma garantia fundamentais. fundamental. CF, art. 5º, LV 1, primeira previsão escrita dos recursos, sendo uma garantia A outra previsão explicita decorre do artigo pertinente a organização do poderes do estado, capítulo do judiciário, o qual refere os quatro graus de jurisdição. 5. Classificações: a) Quanto à obrigatoriedade: - Recurso voluntário: É a regra no sistema processual penal no direito brasileiro. A interposição se condiciona exclusivamente a vontade da parte. - Recurso de oficio (ex officio): Há necessidade de um reexame necessário. Já que a própria lei obriga a revisão da decisão para que haja o trânsito em julgado. Súmula 423 do STF: Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso "ex-oficio", que se considera interposto "ex-lege". Há posição doutrinária no país sustentando a inconstitucionalidade do recurso de ofício sob argumento por ser uma violação ao ne procedat iudex ex ofício, mas a manutenção do 1 Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
3 3 recurso de ofício é a majoritária, sob argumento de que não há um juiz parcial e sim uma maior segurança do Estado em determinadas decisões, cautela redobrada do próprio Estado assegurando uma revisão de casos considerados importante A posição majoritária é a manutenção do recurso de ofício, sob o argumento que não há um Juiz parcial, há uma segurança de um estado maior em determinadas situações. Uma cautela redobrada apresentada pelo judiciário. Art. 574 do CPP: Art Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: I - da sentença que conceder habeas corpus; II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art Hipóteses de recurso de ofício: 1) sentença que concede H.C 2) o problema no inciso II é que houve mudança do art. 411 (revogado) que era antes a absolvição sumária (atualmente no art. 415, CPP). art Atualmente há um forte entendimento doutrinário da revogação tácita do inciso II do 3) art. 746 do CPP: Art Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício. 4) Lei 1.521/51, art. 7º: neste artigo há duas hipóteses de recurso de ofício. Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o arquivamento dos autos do respectivo inquérito policial. saúde pública. - absolver os acusados em processo por crime contra a economia popular ou contra a - quando determinar o arquivamento dos autos no IP.
4 4 5) Lei /09, art. 14, 1º: Art. 14, 1 o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. b) Quanto à fonte informativa: - Recursos Constitucionais: Se a previsão é constitucional o recurso é constitucional. São três: Recurso Extraordinário, Recurso Especial e o Recurso Ordinário, previstos nos artigos 102 e 105 da CF. - Recursos Legais: se a previsão é legal o recurso é legal. São os dispostos no CPP ou na legislação extravagante. Ex: Lei 9.503/97, art , caput, parágrafo único. trata de uma hipótese de previsão do R.S.E fora do CPP. Decreto lei 201/67, art. 2º, III 3 outra hipótese de R.S.E. fora do CPP. c) Quanto à motivação: - Recursos Ordinários: as razões admitem qualquer tipo de argumentação, ou seja, questões de fato ou de direito. - Recursos Extraordinários: a argumentação nas razões é restrita, não podendo discutir provas - restrita a discussão de matéria que envolva violação da constituição. Inadmissível reexame de prova. STF. É inadmissível do exame da prova no REXT e RESP: Súmula 7 4 do STJ e Súmula Art Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. 3 Art. 2º O processo dos crimes definidos no artigo anterior é o comum do juízo singular, estabelecido pelo Código de Processo Penal, com as seguintes modificações: III - Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo do acusado, caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal competente, no prazo de cinco dias, em autos apartados. O recurso do despacho que decreta a prisão preventiva ou o afastamento do cargo terá efeito suspensivo.
5 5 d) Quanto aos pressupostos de admissão: - Recursos genéricos: quando os pressupostos de admissibilidade são os comuns a todos e quaisquer recursos. Por exemplo: o cabimento, a tempestividade, a forma, preparo, entre outros. - Recursos Específicos: além dos pressupostos comuns (genéricos) de admissibilidade, exigem requisitos específicos. Como por exemplo: num recurso especial precisa-se de prequestionamento. No Recurso extraordinário além dos pressupostos comuns, precisa-se de prequestionamento e repercussão geral da matéria ventilada (Art. 102, 3º 6, CF). 6. Natureza Jurídica: - Nova ação? ou - Desdobramento do direito de ação? Há duas posições: - posição clássica (minoritária atualmente) Tornoghi: menciona que o recurso é uma nova ação, sob dois argumentos principais: ação nova. 1) o autor do recurso não é necessariamente o mesmo autor da ação, por isso é uma 2) se muda o próprio objeto, a causa petendi, enquanto na ação o objeto é o crime, no recurso o objeto é a analise da sentença. - Posição moderna (majoritária): é um desdobramento de direito de ação. 4 Súmula 7 do STJ: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial. 5 Súmula 279 STF: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. 6 Art. 102, 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.
6 6 7. Pressupostos processuais: - Juízo de admissão ou Juiz de prelibação. Obs: juízo de mera prelibação o STJ menciona em suas decisões. Não se refere a pressuposto processual e sim de análise rasa da prova. Ou seja, não aprofundar a prova. Ocorre na decisão de pronúncia. O recurso só será admitido se presentes todos os pressupostos de admissibilidade. Em regra, existem duas verificações dos recursos uma realizada no juízo a quo (origem) e outra realizada no juízo ad quem. Nada impede que o juízo ad quem não receba o recurso que foi recebido no juízo a quo, pois são duas verificações autônomas. Ex: apelação. R.S.E., agravo em execução. Excepcionalmente há recursos que não possuem duas verificações, sendo só decididos em uma das instancias. Ex: carta testemunhável, cujo juízo de prelibação é feito apenas em segundo grau. O primeiro grau apenas faz a remessa, mesmo que totalmente incabível. Ex2: embarguinhos do art , CPP são opostos contra a sentença, havendo um juízo só de admissibilidade que o Juiz de primeiro grau, não subindo para o segundo grau. Ex3: embargos do art do CPP que são contra acórdãos, só se submetem a prelibação em segundo grau, sendo decididos pelo prolator da sentença. Pressupostos processuais: - Objetivos: 1) cabimento; 2) tempestividade; 3) forma; 4) preparo. 7 Art Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 8 Art Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
7 7 - Subjetivos: 1) Legitimidade 2) Interesse Pressupostos processuais objetivos: 1) Cabimento: Recorribilidade + adequação. Recorribilidade: a decisão recorrida deve estar sujeita a impugnação prevista em lei. Porém, há decisões que são não cabem recursos. Ex: art , CPP decisão irrecorrível. Art , CPP. Art. 93, 2º 11, CPP. Adequação: necessidade de que o recorrente utilize a via impugnativa adequada para atacar a decisão. outro. Art. 579, CPP Princípio da fungibilidade recursal. Art Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por Observações: 1. Haverá má-fé em duas hipóteses: se o recurso interposto é intempestivo e se houve erro grosseiro da parte. 2. Fungibilidade convolação. Convolação: hipótese em que a impugnação deduzida em juízo está correta, no entanto é conhecida como se fosse outra impugnação. 9 Art Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão. 10 Art As partes poderão também argüir de suspeitos os peritos, os intérpretes e os serventuários ou funcionários de justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da matéria alegada e prova imediata. 11 Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente. 2 o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.
8 8 2) Tempestividade: A interposição do recurso deve respeitar o prazo previsto em lei. Prazo de direito processual - Art. 798, CPP c/c Súmula 310 do STF: Art Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 1 o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. Súmula 310 do STF: Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro dia útil que se seguir. Obs: prazo de direito material (penal), conta-se de acordo com o artigo 10 do CP. Nota-se que a prescrição e decadência são de direito material. A EC/45 acaba com as férias coletivas: Art. 93, XII, CF: Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Há no âmbito federal o recesso (dia 25 de dezembro ao dia 07 de janeiro). No âmbito estadual, por simetria, o CNJ editou uma resolução (08/2005) que possibilitou essa equiparação. Nesse período haverá suspensão das intimações durante os recessos, ou seja, não há interposição de recursos nesse período. Exceto nos casos urgentes ex: processos em que há réus presos. Ou seja, durante os recessos não se suspende prazos onde há réus presos, podendo ser interpostos recursos. Art. 577, CPP: Art O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. Há entendimento de que o réu e defensor devem ser intimados. O prazo, neste caso, é contado a partir da última intimação.
9 9 Ex: art. 392, II 12, CPP: dispositivo que apenas se refere a intimação de apenas um deles, alguns doutrinadores entendem que este dispositivo não foi recepcionado pela violação do princípio da ampla-defesa. Pois se precisa da intimação dos dois. Súmula 710 do STF: No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem. Art. 370, 1º e 4º, CPP: 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo anterior. 1 o A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 4 o A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal. Trata-se de causa de nulidade absoluta. O defensor constituído pode ser intimado por nota (art. 370, 1º), porém, o Defensor Dativo e o MP devem ser intimados pessoalmente (art. 370, 4º). O Defensor Público também deve ser intimado pessoalmente (art. 44, I 13, LC 80/94). Art. 575, CPP c/c Súmula 428 do STF: Art Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo. Súmula 428 STF: Não fica prejudicada a apelação entregue em cartório no prazo legal, embora despachada tardiamente. 3. Forma art. 578, CPP: Por petição ou por termo nos autos. Art O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. 1 o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas. 12 Art A intimação da sentença será feita: II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver prestado fiança. 13 Art. 44. São prerrogativas dos membros da Defensoria Pública da União: I receber, inclusive quando necessário, mediante entrega dos autos com vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa, contando-se-lhes em dobro todos os prazos.
10 2 o A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega. 3 o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo. 10 Regra geral: todos os recursos podem ser interpostos por petição. Exceção: nem todos os recursos podem ser interpostos por termo. Só podem ser interpostos por termo: apelação, R.S.E., agravo em execução e a carta testemunhável. Nota-se que o art. 578 só se refere da interposição e não da possibilidade de apresentação de razões, porque as razões exigem capacidade postulatória. Obs: Lei 9099/95, art Nota-se que a infração de menor potencial ofensivo (art ) são todas as contravenções e os crimes com pena máxima não superior a 2 anos. Nas infrações de médio potencial ofensivo (art ) a pena mínima não superior a 1 ano. E as infrações de máximo ou maior potencial ofensivo são as que não aceitam transação do processo, ou seja, a pena mínima é superior a 1 ano. Questões polêmicas: - Ausência de razões do MP - existem duas posições: 1) existe nulidade, devendo os autos retornarem a origem para que o MP ofereça as respectivas razões. Há nulidade por ofensa ao princípio da indisponibilidade recursal. Art. 576, CPP. Posição majoritária. Art O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. 14 Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida. 15 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 16 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
11 2) Fundamenta no art. 601 do CPP. Entendimento de que poderá ser contrarrazoado na Câmara. Art Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias Ausência de razões do Recurso Defensivo: 1) Se devolve toda a matéria de fato para o Tribunal, estando legitimado a enfrentar tudo o que está nos autos em prol do réu. Posição minoritária. 2) Há nulidade absoluta por ofensa ao princípio da ampla defesa. Deve o Tribunal baixar o processo para que ofereça as razões (Defensor ou réu). Posição majoritária. (STJ, HC Julgado 18/08/09). 4. Preparo art. 806, 2º, CPP: Pagamento antecipado das custas. Art. 806, 2º. A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto. A falta de preparo significa a deserção do recurso. em 21/09/10). Preparo só é exigível para ação penal exclusivamente privada (STJ. HC 98065, julgado Pressupostos processuais subjetivos: 1) Legitimidade art. 577, caput, CPP: Art O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. A legitimidade do assistente da acusação é restrita e subsidiária, são poucas as hipóteses em que o assistente de acusação pode interpor recurso. O assistente somente recorrer nos casos:
12 12 - Art do CPP (apelação do Júri); - Art. 584, 1º 18, CPP (impronúncia e extinção punibilidade). - Absolvição sumária tem duas posições. Com relação a absolvição sumária há discussão porque não há expressa previsão legal. - Carta testemunhável não há previsão expressa, mas entende que é possível a fim de que não haja arbitrariedade do Juiz. -Súmula 210 do STF refere recurso extraordinário, mas amplia-se para o recurso especial também. A legitimidade é subsidiária porque o assistente só poderá recorrer quando o MP não o tenha feito. Há duas hipóteses: - Caso o MP só recorre de parte da decisão e não de tudo, assim, tudo o que não foi impugnado pelo MP pode ser objeto de recurso próprio do assistente. - Caso o MP recorra de tudo, sobra para o assistente apenas arrazoar. Pode haver recurso com duas peças de razões - Art. 271, CPP. Art Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, 1 o, e 598. O prazo para o assistente correrá a partir do dia em que terminar o prazo do MP art. 598, caput, CPP. 17 Art Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo. 18 Art. 584, 1 o. Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do n o VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.
13 13 O prazo de 15 dias do art. 598, parágrafo único, CPP, só vale para o assistente não habilitado. Porque se já estava habilitado o prazo será igual (5 dias). O assistente não pode trabalhar no processo sem habilitação prévia, ou seja, sem deferimento da habilitação. A única exceção em que o assistente pode atuar sem habilitação prévia é no caso de recurso. Neste caso, a interposição do recurso vale como requerimento implícito de habilitação. 2. Interesse em recorrer art. 577, parágrafo único, CPP: Art Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. admitido): O réu absolvido pode apelar em duas situações (fora destas o recurso não será - Se houver absolvição imprópria. - Para modificar o fundamento da absolvição e evitar eventual responsabilidade civil (art do CC). - Art , CPP causas de exclusão da ilicitude. - Art. 385, I, IV e VI 21 do CPP não poderá entrar com reparação no cível, havendo interesse em recorrer para buscar um destes fundamentos a fim de que não responda no cível. moral. O assistente da acusação pode recorrer de sentença condenatória, em face do dano 19 Art A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal. 20 Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 21 Art O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: II - não haver prova da existência do fato; IV estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; VI existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e 1 o do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência
14 14 Questão do MP em recorrer de sentença absolutória que ele pediu absolvição. Se é o mesmo membro do MP que pediu absolvição e recorreu não há interesse. Se é outro membro do MP há duas posições: - minoritária: não há interesse me face do princípio da unidade; - majoritária: sim, pelo princípio da independência funcional.
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