O CORTIÇO (1890) Professor Kássio
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- Rafael Castanho Brunelli
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1 O CORTIÇO (1890) Professor Kássio
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3 ALUÍSIO AZEVEDO Era pintor, desenhista, o que influenciou a sua obra. Com O mulato inaugurou o Naturalismo no Brasil, discutindo as questões raciais, de um ponto de vista já abolicionista. Bosi diz que na obra de Azevedo: "a natureza humana afigura-se-lhe uma certa selvageria onde os fortes comem os fracos. Eis a reprodução dos elementos naturalistas que já se fizeram presentes nas obras de Zola, na França.
4 Brasil, segunda metade do século XIX 1850 Lei de terrras 1888 abolição da escravidão 1890 Incentivo e efeitos da imigração 1897 Revoltas do período regencial (Guerra de Canudos) O Brasil se reconfigura
5 Lá vérité, toute la vérité, rien que lá vérité. (Droit Criminel) a verdade, toda a verdade, nada além da verdade. (direito criminal)
6 ESTRUTURA DO ROMANCE Romance documental (ou de tese) A história do Rio (e do Brasil) se reproduz de maneira fictícia na obra. Uma alegoria do Brasil do século XIX. Elaborado com uma linguagem típica do naturalismo, com elementos científicos.
7 TEMPO Linear. Segue a ideia de algo crescente ( o desenvolvimento do cortiço e a ascensão de João Romão) até o desfecho trágico.
8 ESPAÇO Rio de Janeiro, século XIX. Cortiço Taverna do João Romão Pedreira Sobrado do Miranda (aristocracia)
9 NARRADOR Seguindo a ideia do Naturalismo, possui um narrador onisciente que interfere no pensamento das personagens. O distanciamento é um recurso da ciência. Apesar do distanciamento, a narrativa é tendenciosa (politicamente).
10 ENREDO Como já dito, a obra é uma alegoria da realidade brasileira do século XIX, partindo dos elementos da estética naturalista. É mostrada a ascensão de João Romão; ascensão do Cortiço; a disputa e constante inveja da elite (João Romão e Miranda); a constituição plural do Cortiço; Temas novos e polêmicos...
11 EXPLORAÇÃO CAPITALISTA É criado um ciclo de exploração O explorador, burguês, está sempre próximo ao explorado, como é o caso do João Romão. O próprio Miranda observa de perto e tem medo da expansão do cortiço.
12 DETERMINISMO Passaram-se semanas. Jerônimo tomava agora, todas as manhãs, uma xícara de café bem grosso, à moda da Ritinha, e tragava dois dedos de parati "pra cortar a friagem". Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de ambição; para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar; adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso resignando-se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito eternamente revoltado do último tamoio entrincheirou a pátria contra os conquistadores aventureiros. E assim, pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se.
13 A Baiana A figura da mulher brasileira. Sensualidade A diferença da mulher romântica Há também semelhanças (vide Iracema)
14 Temática nova e polêmica (choque) Homossexualidade (um homem gay e um caso de lesbianismo). Amas de leite Menstruação Prostituição
15 E o protagonista? Essa obra de Aluísio de Azevedo tem como influência maior o romance "L Assommoir" do escritor francês Émile Zola, que prescreve um rigor científico na representação da realidade. A intenção do método naturalista era fazer uma crítica contundente e coerente de uma realidade corrompida. Zola e, neste caso, Aluísio combatem, como princípio teórico, a degradação causada pela mistura de raças. Por isso, os romances naturalistas são constituídos de espaços nos quais convivem desvalidos de várias etnias. Esses espaços se tornam personagens do romance. A degradação está na desigualdade social. Nas péssimas condições às quais os homens se veem obrigados a se inserirem.
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18 A situação do escravo no Brasil, representado na figura da escrava negra. O pobre, miserável e marginal, com um fim trágico garantido. O DESFECHO DA OBRA
19 Um novo cortiço e a verossimilhança E a mísera, sem chorar, foi refugiar-se, junto com a filha, no Cabeça-de-Gato, que, à proporção que o São Romão se engrandecia, mais e mais ia-se rebaixando acanalhado, fazendo-se cada vez mais torpe, mais abjeto, mais cortiço, vivendo satisfeito do lixo e da salsugem que o outro rejeitava, como se todo o seu ideal fosse conservar inalterável, para sempre, o verdadeiro tipo da estalagem fluminense, a legítima, a legendária; aquela em que há um samba e um rolo por noite; aquela em que se matam homens sem a polícia descobrir os assassinos; viveiro de larvas sensuais em que irmãos dormem misturados com as irmãs na mesma cama; paraíso de vermes; brejo de lodo quente e fumegante, donde brota a vida brutalmente, como de uma podridão.
20 DOS CORTIÇOS ÀS FAVELAS Destruição dos cortiços pelo prefeito Barata Ribeiro em ESPECULAÇÃO X OCUPAÇÃO (LUTA POR TERRA) Simbolizado pelo Cabeça-de-porco Desejo de higienização e distância dos pobres, pelos republicanos. Ocupação dos morros. A favela (assim como os cortiços) é um problema social...
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