Aula 4 Saúde Reprodutiva II: Métodos Comportamentais. Prof. Ricardo Mattos UNIG,

Transcrição

1 Saúde Integral da Mulher Aula 4 Saúde Reprodutiva II: Planejamento Familiar e os Métodos Comportamentais Prof. Ricardo Mattos UNIG,

2 Planejamento Familiar A Constituição Federal, de 1988, prevê em seu Título VII da Ordem Social, Capítulo VII, art. 226, 7º, que o Estado se responsabilize pelo Planejamento Familiar, sendo: Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas

3 Planejamento Familiar A assistência clínica e educativa em anticoncepção pressupõe: 1) Oferta de todas as alternativas possíveis de métodos anticoncepcionais; 2) Conhecimento de suas indicações, contra indicações e implicações de uso; 3) Garantia da mulher ou ao casal dos elementos necessários para a opção do método que a eles melhor se adapte.

4 Por que planejar a família? Atualmente, entre as mulheres mais pobres, a fecundidade é de 4,0 filhos, em contraste com a taxa referente àquelas em melhores condições socioeconômicas, de 1,6. Entretanto, foi justamente nas classes menos favorecidas que a fecundidade exibiu declínio mais acentuado na última década, da ordem de 20,5%¹ (Brasil, 2005, p.8) Mas, planejamento familiar é sinônimo de redução de natalidade? ¹BRASIL. Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos: uma prioridade do governo.brasília: Ministério da Saúde, 2005.

5 Planejamento Familiar na adolescência Adolescência é definido pela OMS como um grupo heterogêneo construído historicamente e marcado pelo complexo desenvolvimento biopsicossocial, na faixa etária entre 10 e 19 anos. Na adolescência, a sexualidade tem dimensão especial, pela reestruturação do psiquismo e pelo aparecimento e descoberta de sua capacidade reprodutiva e sexual.

6 Planejamento Familiar na adolescência: um pouco de reflexão O adolescente pode freqüentar consultas médicas e de enfermagem sem acompanhante? Ele tem capacidade/autonomia de escolha dos métodos contraceptivos do planejamento familiar? A legislação respalda este tipo de assistência? Gravidez na adolescência é sempre uma gravidez indesejada?

7 Métodos Contraceptivos

8 Bases da contracepção Infertilidade temporária ou permanente Fertilidade Feminina Desenvolvimento e Liberação gametas viáveis Ciclo Ovariano Fertilidade Masculina Produção espermatozóides viáveis Fecundação: fusão de gametas viáveis: União Ovócito e espermatozóide

9 Classificação dos Métodos de Contracepção

10 Métodos Comportamentais ou Naturais

11 Método de Ogino-Knaus ou Ritmico Consiste na determinação do período fértil, durante 6 a 12 meses de acompanhamento, determinando o maior e o menor ciclo menstrual do período observado; Atenção! A diferença entre o maior e o menor ciclo devem ser inferior a 10 para que o método seja confiável; Após a determinação dos ciclos, subtrair 18 do ciclo mais curto (1 dia fértil) e 11 do mais longo (último dia fértil). Neste período, o casal deverá manter abstinência sexual.

12 Método de Ogino-Knaus ou Ritmico Maior ciclo: 32 dias. Menor ciclo: 28 dias. Diferença entre os ciclos: = 4. Determinando período fértil: = 10º = 21º o O Período Fértil vai do 10º ao 21º dia dos próximos ciclos.

13 Método de Ogino-Knaus Knaus: exercício de fixação JUNHO D S T Q Q S S Uma mulher de 22 anos dá entrada na unidade de saúde buscando conhecer seu período fértil. Apresenta um período observacional de 12 meses em um calendário onde o maior ciclo é de 34 dias e menor ciclo de 27 dias. Desta forma, determine o período fértil da paciente e Destaque os dias férteis do próximo mês apresentado.

14 Método de Temperatura Basal Após a ovulação, ocorre um aumento da temperatura basal emtre 0,3 e 0,8ºC, devido a ação da progesterona no centro termorregulador do hipotálamo. A partir do primeiro dia do ciclo, pela manhã, antes de qualquer atividade, realizar registro da temperatura para determinar o período de alteração da temperatura. Deverá evitar as relações sexuais na primeira fase do ciclo e até o quarto dia após a elevação da temperatura.

15 Método de Temperatura Basal

16 Método de Billings ou do Muco Cervical No período fértil, aumenta a umidade e a lubrificação da vagina devido à ação estrogênica; Esse muco torna-se transparente, elástico, escorregadio, fluído, semelhante à clara de ovo, devendo-se, nesse período, evitar o coito; O período de abstinência deverá estender-se até 3 dias depois do aparecimento do sintoma, podendo reiniciar a prática sexual a partir do 4º dia.

17 Método Sintotérmico

18 Exemplo Escala (MS) para Método Sintotérmico

19 Ejaculação Extra-Vaginal ( Coito Interrompido ) Requer autocontrole por parte do homem; Antes o homem deve urinar e retirar resíduos de esperma de uma eventual relação anterior; Atenção! O líquido pré-ejaculatório pode conter espermatozóides vivos; Não oferece proteção contra DST/ AIDS; É comum a insatisfação sexual de um ou de ambos os parceiros.

20 Balanço Geral Método Amenorréia de lactação Coito interrompido Outros Métodos comportamentais Gravidez por 100 mulheres nos 12 primeiros meses de uso Uso no dia-a-dia (Uso real) Usado Corretamente (Uso ideal) 2,0 0,5 19,0 4,0 20,0 1,0 9,0 Selective Practice Recommendations for Contraceptive Use. WHO 2002.

21 Fiquem com Deus! Próxima aula. Saúde Reprodutiva III: métodos contraceptivos de barreira e DIU