DIREITO NO BRASIL AULA DE DIREITO ADMINISTRATIVO II Profª Lúcia Luz Meyer atualizada em

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "DIREITO NO BRASIL AULA DE DIREITO ADMINISTRATIVO II Profª Lúcia Luz Meyer atualizada em"

Transcrição

1 DIREITO NO BRASIL AULA DE DIREITO ADMINISTRATIVO II Profª Lúcia Luz Meyer atualizada em PONTO 32 BENS PÚBLICOS Roteiro de Aula (19 fls) SUMÁRIO: Conceito Classificação no Direito Brasileiro Regime jurídico Forma de utilização de bens públicos por particulares Afetação e desafetação Bens públicos em espécie Terras públicas Águas públicas Minas e jazidas Espaço aéreo. Para realizar as múltiplas atividades que desempenha, a Administração necessita não só de poderes e meios jurídicos de expressá-los, mas também de um conjunto variado de coisas, de bens. Os bens têm importância pelo que representam em termos de riqueza pública, integrando o patrimônio do Estado, por serem meios de que dispõe a Administração para atendimento de seus fins e por serem elementos fundamentais na vida dos indivíduos em coletividade. (ODETE MEDAUAR, Direito Administrativo Moderno, 11ª ed, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 234) CONCEITO: De início mister se faz não confundir bens públicos com bens da Administração Pública. Os bens públicos são os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, com característica especiais decorrentes do jus imperium do Estado; já os bens da Administração Pública, englobam os bens públicos e mais os bens das empresas estatais de direito privado (Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista), sendo que os bens destas pessoas são considerados bens particulares. Senão vejamos. Diz DIÓGENES GASPARINI (Direito Administrativo, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2006, p grifo original) que: Para nós, bens públicos são todas as coisas materiais ou imateriais pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Público e as pertencentes a terceiros quando vinculadas à prestação de serviços públicos. São pessoas jurídicas de Direito Público a União, cada um dos Estados-Membros, 1

2 o Distrito Federal, cada um dos Municípios, as autarquias e as fundações públicas. Assim, os bens pertencentes a essas pessoas públicas são bens públicos. Também são bens públicos, consoante essa definição, os de propriedade de terceiros quando vinculados à prestação de serviço público. Destarte, os bens de certa empresa privada, concessionária do serviço funerário municipal, vinculados à prestação desses serviços são públicos. Desse modo, não são, salvo em sentido amplíssimo, bens públicos os que integram o patrimônio das empresas governamentais (sociedades de economia mista, empresa pública, subsidiárias), exploradoras de atividade econômica, porque pessoas privadas (CF, art. 173, 1º, II). Ademais, ditos bens não estão vinculados à execução de qualquer serviço público. O mesmo ocorre com a fundação privada cujo objeto não seja a prestação de serviço público. Essa assertiva encontra respaldo na segunda parte do que prescreve o art. 98 do Código Civil. Para HELY LOPES MEIRELLES (Direito Administrativo Brasileiro, 29ª ed, São Paulo: Malheiros, , p. 493 grifo original): Bens públicos, em sentido amplo, são todas as coisas, corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações, que pertençam, a qualquer título, às entidades estatais, autárquicas, fundacionais e empresas governamentais. Conceituando os bens em geral, o Código Civil os reparte inicialmente em públicos e particulares, esclarecendo que são públicos os do domínio nacional, das pessoas jurídicas de Direito Público interno, e particulares todos os outros, seja qual for a pessoa a que pertencerem (art. 98). ODETE MEDAUAR (2007:236 grifo original) considera que: Bens públicos é a expressão que designa os bens pertencentes a entes estatais, para que sirvam de meios ao atendimento imediato e mediato do interesse público e sobre os quais incidem normas especiais, diferentes das normas que regem os bens privados. Segundo leciona EDMIR NETTO DE ARAÚJO (Curso de Direito Administrativo, São Paulo: Saraiva, 2005, pp e 1057 grifo original): O Estado, como vimos, tem personalidade jurídica própria, o que significa, entre outras coisas, que é dotado de capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. Mas uma das características da personalidade é a possibilidade da pessoa possuir patrimônio próprio. Modernamente (mas nem tanto, pois já anteriormente focalizado por Proudhom) fala-se em domínio. (...). Domínio púbico e domínio privado do Estado que, no critério jurídico, designam bens de categoria e regime jurídicos diferentes; os primeiros compreendendo os bens de uso comum do povo e de uso especial, e os últimos o patrimônio disponível (bens dominicais) do Estado. De acordo com MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (Direito Administrativo, 21ª ed, São Paulo: Atlas, 2008, pp ): A expressão domínio público é equívoca, no sentido de que admite vários significados: 1. em sentido muito amplo, é utilizado para designar o conjunto de bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, políticas e administrativas (União, Estados, Municípios, Distrito Federal, Territórios e Autarquias); 2. em sentido menos amplo, utilizado na referida classificação do direito francês, designa os bens afetados a um fim público, os quais, no direito brasileiro, compreendem os de uso comum do povo e os de uso especial; 3. em sentido restrito, fala-se em bens do domínio público para designar apenas os destinados ao uso comum do povo, correspondendo ao demanio do direito italiano; como não eram considerados, por alguns autores, como pertencentes ao domínio público, dizia-se que estavam no domínio público; o seu titular seria, na realidade, o povo. E JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (Manual de Direito Administrativo, 17ª ed, Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2007, p. 965) afirma que: Com base no vigente dispositivo do novo Código, podemos, então, conceituar os bens públicos como todos aqueles que, de qualquer natureza e a qualquer título, pertençam às pessoas jurídicas de direito 2

3 público, sejam elas federativas como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sejam da Administração descentralizada, como as autarquias, nestas incluindo-se as fundações públicas de direito público e as associações públicas. Legislação aplicável: Sobre as leis que tratam do assunto, leciona MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2008:671) que: A especificação dos bens públicos, no direito brasileiro, encontra-se em legislação esparsa. A Constituição Federal indica, no art. 20, os bens da União e, no art. 26, os do Estado. Por sua vez, o Decreto-lei nº 9.760, de , enumera os bens imóveis da União. O Código de Águas (Decreto nº , de ) classifica as águas públicas em de uso comum e dominicais (art. 1º). O Estatuto da Terra (Lei nº 4.504, de ), contém normas sobre as terras públicas situadas na zona rural. E ainda se encontram subsídios sobre bens públicos no Código de Contabilidade Pública da União, aprovado pelo Decreto nº 4.536, de , além do Código Florestal, Código de Minas, Código de Águas Minerais etc. Mais recentemente saiu a Lei nº 9.636, de , estabelecendo normas sobre bens públicos. Vale ainda pesquisar os arts. 20, 26 e 225 da CF/88, os arts. 98 usque 103 do CC, bem como: o Decreto nº , de 10/07/1934 (Águas Públicas) o Decreto-Lei nº 9.760, de 05/09/1946 (Bens Imóveis da União), a Lei nº 4.504, de 30/11/1964 (Estatuto da Terra), o Ato Complementar 45, de 30/11/1964, sobre a Aquisição de Propriedade Rural por Estrangeiros, regulamentado pelo Decreto-lei nº 494, alterado pelo Decreto-lei nº 924, de , sendo complementado pela Lei nº 5.079, de ; a Lei nº 4.947, de 06/04/1966, sobre a Reforma Agrária; o Decreto-lei nº 554, de 25/04/1966, sobre a Desapropriação de Imóveis Rurais por Interesse Social; o Decreto-Lei nº 32, de 18/11/1966 (Código Brasileiro do Ar), o Decreto-Lei nº 227, de 28/02/1967 (Código de Mineração), o Decreto nº /68 (Regulamento do Código de Minas), o Decreto-lei nº 582, de 15/05/1969, estabelecendo outras Medidas sobre a Reforma Agrária; o Decreto-lei nº 1.416, de 18/08/1975, que dispõe sobre a Ratificação das Concessões e Alienações de Terras Devolutas na Faixa de Fronteira; a Lei n 6.383, de 07/12/1976, que dispõe sobre o Processo Discriminatório de Terras Devolutas da União e dá outras providências; o Decreto-lei nº 1.561, de 13/07/1977, que dispõe sobre a Ocupação de Terrenos da União; a Lei nº 6.634, de 02/05/1979, sobre a Faixa de Fronteira; a Lei nº 6.634, de 02/05/1979 (faixas de fronteira), o Decreto-lei nº 2.375, de 24/11/1987, que dispõe sobre Terras Públicas, a Lei nº 8.617, de 04/01/1993, (Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências), a Lei 9.636, de 15/05/1998, (Dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União), a Lei nº 7.661/98, a Lei nº /2001 (Estatuto da Cidade), dentre outros dispositivos. 3

4 32.2. CLASSIFICAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO: A classificação dos bens públicos no direito brasileiro vem expressa no art. 99 do Código Civil-CC: Art. 99 São bens públicos: a) os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; (são destinados ao uso comum e geral da comunidade) b) os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviços ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; (são destinados a serviço ou estabelecimento da Administração Pública) c) os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. (constituem o patrimônio disponível, considerados bens não afetados ) Parágrafo único Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. ODETE MEDAUAR apresenta a seguinte classificação (2007: ): a) quanto ao critério da natureza: a.1) bens corpóreos e incorpóreos; a.2) bens móveis, imóveis e semoventes; a.3) bens fungíveis e infungíveis. b) quanto ao critério dos aspectos geográficos: b.1) bens terrestres (ex: ruas, edifícios, estradas); b.2) bens hídricos: - marítimos (mar territorial); - fluviais (rios); - lacustres (lagos); b.3) bens que incluem terra e água (ex: portos). c) quanto ao critério dos titulares: c.1) bens públicos federais bens da União. Ver arts. 20 e 176 da CF/88 e Decreto Lei nº 9.760, de 05/09/1946, alterado pela Lei nº 9.636, de 15/05/1998; c.2) bens públicos estaduais bens do Estado. Ver art. 26 da CF/88; 4

5 c.3) bens públicos do Distrito Federal = art. 16, 1º do ADCT; c.4) bens públicos municipais os que não pertencerem à União ou ao Estado e estiverem dentro dos limites do Município, pertencem a este, por exemplo, as ruas, praças, jardins, e etc. d) critério da destinação: o critério de destinação é o de maior relevo no ordenamento pátrio (art. 99/CC): d.1) bens públicos de uso comum do povo - (art. 99, I/CC - Lei nº 7.661/98, art. 225 da CF/88); há uma destinação específica ao uso coletivo, sendo afetados a uma finalidade. Pode ser exercido de modo: - ordinário não precisa de autorização antes, durante ou depois para que se possa utilizar o bem. Exemplo: caminhar em praça pública, nas ruas, etc; - extraordinário é necessário autorização para utilizar. Exemplo: pagar pedágio para usar a estrada, autorização para passeata que pode prejudicar o trânsito, etc. São bens fora do comércio, inalienáveis, imprescritíves, impenhoráveis e não oneráveis, desde que continuem afetados. d.2) bens públicos de uso especial - (art. 99, II/CC); destinam-se à prestação de serviço administrativo, vale dizer, estão vinculados a alguma atividade administrativa ou ao uso da Administração para realização de seus objetivos, ou especial coletivo; ex: prédios públicos, veículos oficiais, hospitais públicos, estádios de futebol públicos; São também bens fora do comércio, inalienáveis, imprescritíveis, impenhoráveis e não oneráveis, desde que continuem afetados; d.3) - bens públicos dominicais - (art. 99, III/CC); são também chamados de bens dominiais; não tem destinação pública alguma, vale dizer, nem se destinam à utilização imediata do povo, nem a usuários de serviços; são bens meios, ou bens de domínio privado do Estado ou bens do patrimônio disponível ou bens do patrimônio fiscal ; ex: dinheiro dos cofres públicos, terras devolutas, terreno de marinha. Considera MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2008:632 grifo original) que: Pelos termos do artigo 99, já se nota um ponto em comum destinação pública nas duas primeiras modalidades (bens de uso comum e bens de uso especial), e que as diferencia da terceira, sem destinação pública. Por essa razao, sob o aspecto jurídico, pode-se dizer que há duas modalidades de bens públicos: 1. os do domínio público do Estado, abrangendo os de uso comum do povo e os de uso especial; 2. os do domínio privado do Estado, abrangendo os bens dominicais. Muitos autores classificam os bens públicos a partir de três critérios: a) quanto à titularidade: 5

6 a.1) federais (art. 20 da CF/88 e Decreto-lei n 9.760/46); a.2) estaduais/distritais (art. 26 da CF/88); a.3) municipais. b) quanto à destinação - essa classificação dos bens públicos quanto a sua destinação é intercambiante, havendo uma maleabilidade na classificação. Os bens podem se reverter de uma para outra modalidade de classificação de acordo com o caso concreto. Podem ser: b.1) bens de uso comum do povo; b.2) bens de uso especial são utilizados pela Administração Pública para realização de suas atividades e consecução de seus fins; b.3) bens dominicais ou dominicais. c) quanto à disponibilidade: c.1) bens indisponíveis - aqueles de que não se pode dispor, a fim de preservarem a finalidade a que foram destinados; são bens não-patrimoniais, que não podem ser alienados ou onerados; c.2) bens patrimoniais indisponíveis - têm o caráter de patrimonialidade, mas não podem ser alienados, tendo em vista que estão sendo utilizados na consecução de algum fim estatal; c.3) bens patrimoniais disponíveis - têm a característica da patrimonialidade, mas podem ser alienados dentro dos parâmetros estabelecidos pela lei. Exemplo: bens dominicais. Ainda, uma outra classificação: a) bens de domínio público do Estado - são os bens de uso comum e os de uso especial, sujeitam-se ao regime jurídico de direito público e estão fora do comércio jurídico de direito privado; b) bens de domínio privado do Estado - são os bens dominicais, ou dominiais, sujeitam-se ao regime jurídico de direito privado derrogado por normas do direito público e participam do comércio jurídico de direito privado REGIME JURÍDICO: Em regra, os bens públicos submetem-se ao regime jurídico de direito público, como os de 6

7 uso comum e os de uso especial; mas também podem sujeitar-se ao regime jurídico de direito privado - neste caso, com derrogações do direito público -, como os bens dominicais. Preceitos básicos: a) inalienabilidade - segundo PAULO MAGALHÃES DA COSTA COELHO (Manual de Direito Administrativo, São Paulo: Saraiva, 2004, p. 446): A inalienabilidade é, em princípio, a regra que impede a transferência dos bens públicos a terceiros. (...). A inalienabilidade, todavia, poderá ser relativa. Isso porque os bens dominicais podem ser alienados, desde que haja prévia autorização legislativa e prévia licitação (art. 17 da Lei nº 8.666/93). Demais disso, hão de estar presentes imperiosas razões de interesse público, que devem, à evidência, ser satisfatoriamente motivadas. DIRLEY DA CUNHA JÚNIOR (Direito Administrativo, 5ª ed, Salvador: Jus PODIUM, 2007, p. 333 grifo original) considera que: Os bem públicos são inalienáveis. Esta característica, todavia, não é absoluta, uma vez que é possível alienar-se bens públicos, desde que obedecidas certas formalidades legais. Assim, tratando-se de bem afetado, ele precisa ser, previamente, desafetado, para que possa ser alienado. Isso significa que, enquanto afetados, os bens públicos são absolutamente inalienáveis. Mesmo não afetados, a alienação de bens públicos carece de certas formalidades legais. Em qualquer hipótese, a alienação dependerá da existência de interesse público devidamente justificada. Logo, a inalienabilidade é uma característica não absoluta, vez que os bens públicos podem ser alienados desde que observadas algumas formalidades legais. Se for bem imóvel, dependerá de autorização legislativa, além de avaliação prévia e licitação (concorrência ou leilão); excetuam-se os bens das estatais privadas (que não precisam de lei autorizativa, mas dependem de avaliação prévia e licitação); se for bem móvel, dependerá, em qualquer hipótese, de avaliação prévia e de licitação (leilão ou pregão). Ver o art. 17, I, alíneas a a f da Lei nº 8.666/93, e o art. 23 da Lei nº 9.636/98 (se for bem imóvel da União será necessário a autorização do Presidente da República). b) imprescritibilidade - PAULO MAGALHÃES DA COSTA COELHO (2004:445) entende que: A imprescritibilidade dos bens públicos é conseqüência lógica de sua inalienabilidade originária. Se os bens públicos são inalienáveis, ninguém poderá adquiri-los enquanto guardarem essa condição. Daí porque é rigorosamente impossível usucapir bens públicos (arts. 191, parágrafo único, e 183, 3º, da CF). Cuida-se, portanto, de regra absoluta, que não admite exceções. Ver os arts. 183, 3º, e 191, PU/CF bens públicos não podem ser objeto de usucapião. O art. 102 do novo CC prescreve ser vedada a aquisição de bens públicos mediante usucapião. Ver a Súmula nº 340/STF: Desde a vigência do Código Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião. 7

8 Ou seja, em se tratando de bens públicos, o transcurso de tempo não poderá resultar em benefício (apropriação) por terceiros. c) impenhorabilidade - ainda citando PAULO MAGALHÃES DA COSTA COELHO (2004:445), assevera ele que: A impenhorabilidade dos bens públicos decorre de preceito constitucional que disciplina de maneira especial a execução das sentenças em face da Fazenda Pública, sem permitir a penhora de bens e sujeitando o crédito ao regime dos precatórios (art. 100 da CF). Decorre também da inalienabilidade originária dos bens públicos. Se os bens públicos são inalienáveis, de que adiantaria penhorá-los? Daí o processo de execução ser especial, via precatórios (art. 100 da CF/88); excepcionalmente, podem, ser objeto de seqüestro (preterimento da ordem de precedência nos precatórios). Ver art. 100 (execução especial, via precatórios), art. 183, 3º e art. 191 da CF/88. d) impossibilidade de oneração - continuando na esteira de PAULO MAGALHÃES DA COSTA COELHO (2004: ) declara o mesmo que: Os bens públicos também não podem sofrer oneração por direitos reais de garantia (penhor, hipoteca, anticrese). Dispõe o art. 756 do Código Civil que só aquele que pode alienar poderá hipotecar, dar anticrese ou empenhar. Como decorrência, ficam afastados os bens de uso comum e de uso especial, que são, por natureza, inalienáveis. E em relação aos bens dominicais? (...). Há divergências doutrinárias. Logo, não são os bens públicos suscetíveis de hipoteca, penhor, anticrese, (direitos reais de garantia). Ver art do CC. e) imunidade de impostos - Ver o art. 150, VI, a, da CF/88: é vedado aos entes federativos instituir impostos sobre o patrimonio uns dos outros, inclusive sobre suas autarquias e fundações mantidas pelo Poder público. f) polícia de bens públicos - ODETE MEDAUAR acresce esse preceito de polícia de bens públicos que também norteia a gestão de bens públicos. Diz a autora que (2007:243 grifo original): O regime jurídico dos bens públicos e a necessidade de preservá-los para que o interesse público não seja prejudicado acarretam para a Administração prerrogativas e ônus nessa matéria. Na doutrina, o conjunto de tais prerrogativas e ônus vem recebendo a denominação de polícia dos bens públicos ou polícia do domínio público. O termo polícia aqui deve ser entendido com o seu sentido de fiscalização, vigilância, adoção de medidas fortes para preservar tais bens FORMA DE UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS POR PARTICULARES: Os bens públicos podem ter uso por particulares: a) uso privativo ou especial somente o particular utilizará. Ex: banca de revista em praça pública. Se forem bens afetados, dependerão de: 8

9 - autorização; ou - permissão; ou - concessão. Sendo bens desafetados, podem ser utilizados mediante: - locação - se for bem da União, estará sujeito ao Decreto-lei nº 9.760/46; - arrendamento Decreto Lei nº 9.760/46 - em regra, não será superior ao dez anos; - comodato; - enfiteuse arts /Dec Lei nº 9.760/46 - o domínio útil (uso, gozo e disposição) fica com o enfiteuta ou foreiro, e o domínio direto fica com a Administração Pública. Ver foro e laudêmio - Lei nº 9.636/98; - cessão de uso contato de natureza pessoal - Lei nº 9.636/98; - concessão de direito real de uso - Decreto Lei nº 271, de 28/02/67. b) uso comum todos podem utilizar o bem. Em outra classificacao de uso: a) uso normal o bem é utilizado de acordo com sua destinação principal; b) uso anormal seu uso não está de acordo com sua destinação principal. Ex: banca de revista no passeio público. Uso especial (segundo HELY LOPES MEIRELLES : ): a) autorização de uso - é o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração consente na prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público. Exemplos: ocupação de terrenos baldios, retirada de água em fontes não abertas ao uso comum do povo, etc. A autorização de uso pode ser gratuita ou onerosa, não exige licitação e pode também ser revogável unilateralmente; b) permissão de uso é o ato negocial, unilateral, discricionário e precário através do qual a Administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bem público para fins de interesse predominantemente público. Exemplo: utilização de área pública para instalação de bancas de jornal. Não confundir com permissão de serviço público, que tem a natureza jurídica contratual. O art. 22 da Lei 9.636/98 conceitua a permissão de uso como a utilização, a título precário, de bens da União para a realização de eventos de curta duração, de natureza recreativa, esportiva, cultural, religiosa ou educacional. Não exige licitação e também é revogável unilateralmente, mas pode ensejar indenização se tal revogação resultar em danos para o particular; c) cessão de uso é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado. É ato de colaboração entre repartições públicas; (assemelha-se ao comodato); é, em regra, 9

10 gratuito. É disciplinada pela Lei nº 9.636/98; d) concessão de uso - é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo sua destinação específica; o que caracteriza a concessão de uso e a distingue dos demais institutos assemelhados autorização e permissão de uso é o caráter contratual e estável da outorga do uso do bem público ao particular, gerando direito à indenização. A concessão depende de licitação na modalidade de concorrência; é contrato de natureza pessoal. HELY LOPES MEIRELLES ( : ver nota 14, cap. VIII, pág. 489) faz a distinção entre a concessão de uso e o contrato de locação: Na concessão de uso, como de resto, em todo contrato administrativo, prevalece o interesse público sobre o particular, razão pela qual é admitida a alteração de cláusulas regulamentares do ajuste e até mesmo sua rescisão antecipada, mediante composição dos prejuízos, quando houver motivo relevante para tanto. Essas características o distinguem do contrato de locação, regido pelo Direito Privado, uma vez que a concessão de uso é um ajuste administrativo típico, sujeito unicamente às normas do Direito Público. Erroneamente, as Administrações têm feito concessões remuneradas de uso de seus bens sob a imprópria denominação de locação, pretendendo submetê-las ao Código Civil ou às leis do inquilinato e até mesmo à lei de locações para fins comerciais, o que é inadmissível tratando-se de uso especial de bem público. e) concessão especial de uso é uma figura jurídica criada pela MP nº 2.220, de 04/09/2001, para regularizar a ocupação ilegal de terrenos públicos pela população de baixa renda sem moradia Lei nº /2001 Estatuto da Cidade; f) concessão de direito real de uso é o contrato pelo qual a Administração transfere o uso remunerado ou gratuito de terreno público a particular, como direito real resolúvel, para que dele se utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo ou qualquer outra exploração de interesse social. É o conceito que se extrai do art. 7º do Dec Lei nº 271, de 28/02/1967. Tem fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo de terra ou uma outra utilização que seja de interesse social. Depende de prévia autorização legislativa e de licitação na modalidade de concorrência, sendo contrato de natureza real. Ver a Lei n /07; g) enfiteuse ou aforamento - é o instituto civil que permite ao proprietário atribuir a outrem o domínio útil de imóvel, pagando a pessoa que o adquire (enfiteuta) uma pensão ou foro, anual, certo e invariável (arts 99 a 123 do Decreto lei nº 9.760/46); ver também os arts. 18 e 19 da Lei n 9.636, de 15/05/98, alterada pela Lei n , de 31/05/07; h) arrendamento é modalidade de locação, na forma do Decreto lei nº 9.760/46, objetivando a exploração de frutos ou prestação de serviço; em geral não ultrapassa o prazo de 10 anos, sendo o máximo de 20 anos; ver também a Lei n , de 03/07/06; i) locação os bens imóveis da União, para serem locados, sujeitam-se ao Decretolei nº 9.760/46. 10

11 Finalmente, nas palavras de JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, em artigo intitulado Os bens públicos no novo Código Civil (TEXTO Nº 0017, p. 02), (...) continuam válidos e eficazes os instrumentos adotados para o uso de bens públicos por particulares, quer os de direito público, como a autorização, a permissão e a concessão de uso, a cessão de uso, a concessão de direito real de uso, e os novos instrumentos urbanísticos, como a concessão especial de uso para fins de moradia e a autorização de natureza urbanística (Medida Provisória nº 2.220, de ), quer de os de direito privado, como a locação, o comodato e a enfiteuse. Observamos que a Lei 9.636, de 15/5/98, alterada pela Lei n , de 31/05/07, dispõe sobre a regularização, administração, aforamento e alienação de bens imóveis de domínio da União AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO: Consideram-se bens afetados os que têm alguma destinação, por exemplo, os bens de uso comum e bens de uso especial. Os bens desafetados são bens sem destinação, como por exemplo, os bens dominicais. Assim, ocorre a afetação quando um bem não vinculado, ou não afetado, passa a ter uma destinação; a desafetação dá-se quando um bem afetado perde sua destinação, sem adquirir nova. Para MÁRCIO FERNANDO ELIAS ROSA (Direito Administrativo, 5ª ed, São Paulo: Saraiva, 2003, p. 136 grifamos): Exceção para os dominicais, todos os bens públicos (de uso comum e de uso especial) são adquiridos e incorporados ao patrimônio público para uma destinação específica. A essa destinação específica é que podemos chamar de afetação. A retirada dessa destinação, com a inclusão do bem dentre os dominicais (que compõem o patrimônio disponível), corresponde à desafetação. Sobre o assunto diz JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (2007:974 grifo original) que: Afetação e desafetação são os fatos administrativos dinâmicos que indicam a alteração das finalidades do bem público. Se o bem está afetado e passa a ser desafetado do fim público, ocorre a desafetação; se, ao revés, um bem desativado passar a ter alguma utilização pública, poderá dizer-se que ocorreu a afetação. A afetação e a desafetação podem ser: a) expressas decorre de lei ou de ato administrativo; b) tácitas resultam da atuação do Poder Público, sem sua manifestação expressa, ou resultam de fato da natureza BENS PÚBLICOS EM ESPÉCIE: Entre os bens públicos podemos citar: as terras públicas, as águas públicas, as minas e 11

12 jazidas e o espaço aéreo, conforme a seguir apresentado TERRAS PÚBLICAS: São terras públicas as: a) Terras Devolutas: Terra devoluta, no entender de ODETE MEDAUAR (2007: ) é também conhecida como terra devolvida, que retornou ao domínio público por estar sem dono; não se acham aplicadas a algum uso público e nem se encontram no domínio particular por qualquer título legítimo. É espécie de terra pública lato sensu (art. 188 da CF/88). A Lei Imperial nº 60, de 1850, definiu as terras devolutas por exclusão; em regra, elas pertencem aos Estados-membros, desde a Constituição de 1946 (art. 64), excetuando as previstas no art. 20, II da CF/88; são reguladas pelo Decreto-lei nº 9.760/46. A Lei nº 6.383, de 07/12/1976 dispõe sobre o processo de discriminação de terras devolutas da União e dá outras providências. Diz LUIZ CARLOS DUARTE MENDES em artigo de sua autoria intitulado Bens Públicos (TEXTO Nº 0051) que: As terras devolutas são bens públicos dominicais, ensina Celso Antônio Bandeira de Melo. Com exceção das terras devolutas sitas na faixa de fronteira e que pertencem à União, por força do art. 20, II, da Constituição, as demais, que não hajam sido trespassadas aos Municípios, são de propriedade dos Estados. A ação discriminatória, regulada pela Lei 6.383, de 07/12/76, é o instrumento utilizado para separar as terras públicas das particulares, mediante verificação dos títulos de domínio particulares, apurando, por exclusão, as terras do domínio público. b) mar territorial: Ver a Lei nº 8.617, de 14/01/1993, que dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências. Seu artigo 1 dispõe que: Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil. Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recorte profundos e reentrâncias ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata, será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o traçado da linha de base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial. Portanto, o mar territorial corresponde a uma faixa de 12 milhas marítimas de 12

13 largura. c) zona contígua: A mesma Lei nº 8.617/93, dispõe sobre no art. 4 : Art. 4º A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às vinte e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. d) zona econômica exclusiva: Os artigos 6 a 8 da Lei nº 8.617/93 assim dispõem: Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins econômicos. Art. 8º Na zona econômica exclusiva, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marítimo, bem como a construção, operação e uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. Parágrafo único. A investigação científica marinha na zona econômica exclusiva só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. e) plataforma continental: A Lei nº 8.617/93 prescreve nos arts. 11 ao 13: Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de conformidade com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos de exploração dos recursos naturais. Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e outros não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes a espécies sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito do mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse leito ou subsolo. Art. 13. Na plataforma continental, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marinho, bem como a construção, operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas. 13

14 1º A investigação científica marinha, na plataforma continental, só poderá ser conduzida por outros Estados com o consentimento prévio do Governo brasileiro, nos termos da legislação em vigor que regula a matéria. 2º O Governo brasileiro tem o direito exclusivo de autorizar e regulamentar as perfurações na plataforma continental, quaisquer que sejam os seus fins. Logo, a plataforma continental é uma extensão das áreas continentais sob o mar até a profundidade de cerca de 200 metros, compreendendo o leito e o subsolo das águas submarinas que se estendem além de seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir da qual se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da margem continental não atinja essa distância. Ver também o art. 20, V da CF/88: Art. 20. São bens da União: [ ]; V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; [ ]. f) terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: Essas terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se à posse permanente pelos índios, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos; pertencem ao patrimonio da União e são bens de uso especial (arts. 20, XI e 231 da CF/88 e o art. 67 dos ADCT): Art. 20. São bens da União: [ ]; XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. [ ]. Art São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. 1º - São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. 2º - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. 3º - O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei. 4º - As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis. ( ). Art. 67. A União concluirá a demarcação das terras indígenas no prazo de cinco anos a partir da promulgação da Constituição. Repita-se que o aproveitamento de recursos hídricos, pesquisa, lavra de riquezas 14

15 minerais, dependem de autorização do Congresso; são terras inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas são imprescritíveis. g) terrenos de marinha: Terrrenos de marinha são terrenos banhados pelas águas do mar ou de rios navegáveis, que vão até a distância de 33 metros para a parte das terras, desde o ponto do preamar médio; são de domínio da União e são considerados bens dominicais. Em < terrenos.htm > tem-se que: OS TERRENOS DE MARINHA E AS ATIVIDADES IMOBILIÁRIAS DA SPU - Informações de interesse do cidadão - Parcela considerável do patrimônio imobiliário da União encontra-se localizada nos terrenos que em regra se limitam com as praias brasileiras. Tais áreas são conhecidas como terrenos de marinha, e correspondem à faixa de 33 metros a contar da linha de preamar média do ano de Portanto, os terrenos da União são identificados a partir da média das marés altas do ano de 1831, tomando como referência o estado de situação da costa brasileira naquele ano. Os terrenos que se formaram a partir da linha de preamar média do referido ano, em direção ao mar, tanto os aterros como aqueles resultantes do recuo do mar no tempo, são denominados acrescidos de marinha, que também são áreas de domínio da União. Parte da linha de preamar média do ano de 1831 ainda não se encontra demarcada no litoral brasileiro, resultando dessa circunstância muitas ocorrências de títulos outorgados por terceiros com superposição de áreas, atingindo eventualmente área de domínio da União. Por isso, todo o cidadão deve e pode consultar a Gerência Regional de seu Estado, para verificar a situação dominial de imóvel que pretende adquirir, sempre que localizado próximo às praias. As Gerências Regionais dispõem de mapas e materiais cartográficos que indicam a área de domínio da União. Os terrenos de marinha e acrescidos, quando ocupados, sujeitam o ocupante ao pagamento de taxa de ocupação equivalente a 5% do valor do terreno ao ano. A Lei nº 9.636, de 15 de maio de 1998, veda expressamente a ocupação de imóvel da União a partir de 15 de fevereiro de Portanto, toda a pessoa que ocupa imóvel da União e obedeça as condições estabelecidas em lei devem requerer sua inscrição como ocupante de imóvel da União. A inscrição de ocupação, embora seja regime precário de ocupação de bem da União, é a forma do cidadão promover a regularização da posse sobre o imóvel da União, e será deferida sempre que não houver interesse público na utilização do imóvel, e quando forem observadas as normas ambientais e posturas municipais aplicáveis. Além da inscrição de ocupação, os terrenos de marinha, caso alienados, são submetidos ao regime enfitêutico, quando então a União mantém consigo o domínio direto de tais bens, atribuindo ao adquirente o direito real de uso do imóvel, também conhecido como domínio útil. O titular do domínio útil é conhecido como foreiro de imóvel da União e deve recolher à União a receita anual denominada foro, correspondente a 0,6% do valor do terreno. Tanto o ocupante do imóvel da União, como o foreiro, quando alienam os seus direitos sobre imóveis da União, devem requerer previamente a certidão autorizativa de transferência, emitida pela Gerência Regional, desde que o transmitente esteja em dia com suas obrigações patrimoniais (pagamento de foros ou taxas de ocupação) e recolha o laudêmio, correspondente a importância equivalente a 5% do valor do terreno e das benfeitorias existentes. A Constituição tornou obrigatório o regime enfitêutico nos terrenos de marinha e acrescidos, situados na faixa de segurança, a partir da orla marítima (art. 49, 3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). Portanto, quando submetidos ao regime enfitêutico e não constituídos por terrenos de marinha e seus acrescidos, aos imóveis da União pode ser imposta a extinção do regime enfitêutico ou foreiro. Tal ocorrência denomina-se remição e dar-se-á pela importância equivalente a 17% do valor de avaliação do terreno da União. A partir de tanto, o cidadão deixará de recolher à União os foros e laudêmios, não mais necessitando de obtenção de certidões ou documentos junto às Gerências Regionais. Os imóveis da União não utilizados no serviço público devem ser alienados. Por isso, possuindo interesse na aquisição de imóveis da União, consulte nosso site para verificar as concorrências públicas em andamento nos Estados, tendo por objeto a alienação de imóveis. 15

16 Ainda sobre o assunto, em artigo de ROBERTO SANTANA DE MENEZES intitulado Regime Patrimonial dos terrenos de marinha, (TEXTO N 0186), entende o mesmo que: h) terrenos acrescidos: Terreno de marinha, bem da União, é a faixa de terra com 33 metros de largura, contada a partir da linha da preamar média de 1831, adjacente ao mar, rios e lagoas, no continente ou em ilhas, desde que no local se observe o fenômeno das marés, com oscilação de pelo menos cinco centímetros. Quando situado na faixa de segurança da orla marítima, a qual tem a largura de cem metros, fica obrigatoriamente sujeito ao regime enfitêutico. Por conta de seus acrescidos, que são os aterros naturais ou artificiais, os terrenos de marinha situados na orla podem estar fora da faixa de segurança, excluídos, portanto, da obrigatoriedade do regime enfitêutico. Dentre os bens da União é o único que, mesmo sendo dominial, encontra impedimento constitucional para sua alienação plena. A enfiteuse, instituto de direito real, de longa origem, possibilita a transferência do domínio útil a terceiros mantendo-se a propriedade direta. Embora vedado no âmbito do novo Código Civil, tal instituto permanece em nosso ordenamento para aplicação em sede de direito administrativo. A falta de controle da posse dos terrenos de marinha ao longo de nossa história, a realização de registros públicos deficientes, a legislação oscilante, e o difícil critério de demarcação possibilitaram que se formassem direitos conflitantes sobre tais bens públicos, gerando a insegurança jurídica. Lei de 1998 vem imprimindo rapidez aos trabalhos de cadastramento e regularização de tais bens públicos, ao passo que tramitam no Congresso Nacional propostas de emenda constitucional tendentes a abolir o domínio da União sobre os terrenos de marinha. Terrenos acrescidos são todos os que se formam com a terra carreada pela caudal (art /CC). i) terrenos reservados (ou marginais): Terrenos reservados são as faixas de terras particulares, marginais dos rios, lagos e canais públicos, de 15 metros, onerados com a servidão de trânsito em benefício do Poder Público (art. 12/Código de Águas). Ver também o art. 39 da Lei nº 1.507/67. Pertencem, em regra, aos Estados membros; são bens dominicais. Segundo LUIZ CARLOS DUARTE MENDES, em Bens Públicos (TEXTO Nº 0051): j) ilhas: Terrenos marginais, também chamados de reservados ou ribeirinhos, são bens públicos constituídos pelas faixas de terra à margem dos rios públicos livres da influência das marés, numa extensão de 15 m, contados da linha média das enchentes médias ordinárias. Celso Antônio Bandeira de Melo observa que o tema já foi objeto de divergência: em tempos houve quem, erroneamente, sustentasse que sobre eles não havia propriedade pública, mas apenas servidão pública. Hoje a matéria está resolvida com a Súmula 479 do STF e com o disposto no art. 20, III, da Constituição. Para Hely Lopes Meirelles (2000:512), porém, os terrenos reservados constituem servidão pública ou administrativa, destinada a possibilitar a realização de obras ou serviços públicos pela Administração. Ilha é toda porção de terra cercada de águas por todos os lados, podendo constituir bens de uso comum ou dominicais; podem ser fluviais, lacustres, oceânicas e costeiras (arts. 20, IV e 26, II/CF). 16

17 k) álveos abandonados: O álveo abandonado corresponde a uma faixa de terra ocupada pelas águas de um rio ou mesmjo de um lago, vale dizer, como entendem alguns, é o leito das águas perenes. Uma vez considerado abandonado, passará ao Poder Público caso a mudança do primitivo leito do rio ou lago decorra de obra do Poder Público. l) faixa de fronteira: Faixa de fronteira é a área de 150 Km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional, indispensável à segurança nacional (art. 20, 2º/CF e Lei nº 6.634, de 02/05/1979 / prevista desde a Lei nº 601, de 1850); as propriedades particulares nela situadas sofrem restrições administrativas (Lei nº 6.634, de 02/05/79). m) vias e logradouros públicos: Ver HELY LOPES MEIRELLES, 2004: ÁGUAS PÚBLICAS: Considera-se águas os rios, lagos e mares internos e externos. Ver o Decreto nº /34 (Código das Águas). Esse Código classifica as águas em públicas, comuns, particulares e comuns de todos. Podem ser: a) públicas dominicais (art. 6º/Código das Águas); b) comuns (art. 7º/Código das Águas); c) particulares (art. 8º/Código das Águas); MINAS E JAZIDAS: Segundo MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2008:686 grifos originais): Jazida é toda massa individualizada de substancia mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou existente no interior da terra e que tenha valor economico ; esse conceito é dado pelo artigo 4 do Decreto-lei n 227, de (Código de Mineração), regulamentado pelo Decreto n , de Mina é a jazida em lavra. A Jazida é fenomeno geológico, da natureza, enquanto a mina é o resultado de exploração da jazida, traduzindo uma atividade economica e produtiva. Ver o art. 20, IX c/c art. 176 da CF/88 = pertencem à União. Também, o art. 20, 1º/CF assegura aos outros entes federativos participação no resultado da exploração. 17

18 Ver ainda o Decreto-Lei nº 227, de 28/02/1967 (Código de Mineração), bem como o Decreto nº , de 02/07/1968 (Aprova o Regulamento do Código de Mineração), que nos arts. 3, 4 e 6 prescreve: Art. 3º A jazida é bem imóvel, distinto do solo onde se encontra, não abrangendo a propriedade dêste o minério ou a substância mineral útil que a constitui. Art. 4º O limite subterrâneo da jazida ou mina será sempre a superfície vertical que passar pelo perímetro da área autorizada ou concedida. [ ]. Art. 6º Considera-se jazida tôda massa individualizada de substância mineral ou fóssil de valor econômico, aflorando à superfície ou existente no interior da terra; considera-se mina a jazida em lavra, ainda que suspensa ESPAÇO AÉREO: EDMIR NETTO DE ARAÚJO (2005:1080 grifos originais) diz que o: Espaço aéreo é, portanto, a parte do território na porção compreendida em linhas perpendiculares para o alto, indefinidamente, elevados sobre os limites do território, mas que não se confunde com o ar (que é seu conteúdo), este etéreo e sem limites, inapropriável. O espaço aéreo é suscetível de ser limitado e de ter regulado seu uso, como matéria de soberania dos Estados nos respectivos territórios. Ar). Ver os art. 79 e do CC e o Decreto-Lei nº 32, de 18/11/1966 (Código Brasileiro do Pela sua natureza, o espaço aéreo é insuscetível de ser de domínio privado e sua principal utilidade pública refere-se ao tráfego aéreo. A respeito, ver ainda HELY LOPES MEIRELLES (2004: pp ). TEXTOS RELACIONADOS: CARVALHO FILHO, José dos Santos - Os bens públicos no novo Código Civil, (em TEXTO Nº CARVALHO FILHO, José dos Santos - A autorização de uso de bem público de natureza urbanística, (em TEXTO Nº COCCARO FILHO, Celso Augusto - Usucapião especial de imóvel urbano: instrumento de política pública, (em - < id=5709>) - TEXTO Nº GUEIROS JR, Nehemias - Legislação espacial Advogados e estudiosos se debruçam sobre o tema, (em < >) - TEXTO Nº MENDES, Luiz Carlos Duarte - Bens Públicos, (em TEXTO Nº MENEZES, Roberto Santana de - Regime Patrimonial dos terrenos de marinha, (em TEXTO Nº

19 SANTIAGO, Leonardo Ayres - O regime jurídico dos bens públicos - características jurídicas específicas, (em - ) - TEXTO Nº DOUTRINA CITADA: ARAÚJO, Edmir Netto de Curso de Direito Administrativo, São Paulo: Saraiva, CARVALHO FILHO, José dos Santos - Manual de Direito Administrativo, 17ª ed, Rio de Janeiro: Lumen Iuris, COELHO, Paulo Magalhães da Costa - Manual de Direito Administrativo, São Paulo: Saraiva, CUNHA JR, Dirley da Direito Administrativo, 5ª ed, Salvador: Jus PODIUM, DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella - Direito Administrativo, 21ª ed, São Paulo: Atlas, GASPARINI, Diógenes Direito Administrativo, 11ª ed. São Paulo: Saraiva, MEDAUAR, Odete - Direito Administrativo Moderno, 11ª ed, São Paulo: Revista dos Tribunais, MEIRELLES, Hely Lopes - Direito Administrativo Brasileiro, 29ª ed, São Paulo: Malheiros, ROSA, Márcio Fernando Elias Direito Administrativo, 5ª ed, São Paulo: Saraiva, Osnabrück, Niedersachsen - Deutschland, revisto em 14 de agosto de 2010 Profª LUCIA (LUZ) MEYER meyer.lucia@gmail.com

DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Danilo Vieira Vilela

DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Danilo Vieira Vilela Direito Administrativo UNISO 1 DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Danilo Vieira Vilela Bens Públicos Bens públicos. Conceito. Classificação. Características. Uso dos bens públicos por particular. Bens públicos

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO. Previsão se encontra no art. 20 e no art. 26 todos da CF. Art. 20. São bens da União:

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO. Previsão se encontra no art. 20 e no art. 26 todos da CF. Art. 20. São bens da União: CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO IMOBILIÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Marcelino Fernandes. 1-) Bens Públicos: Previsão se encontra no art. 20 e no art. 26 todos da CF. Art. 20. São bens da União: I

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof. Denis França Classificação dos bens públicos em espécie de Celso Antônio Bandeira de Mello, excluindo-se os bens móveis: Bens do domínio hídrico: o Águas correntes.

Leia mais

Direito Administrativo

Direito Administrativo Direito Administrativo Bens Públicos Professora Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Administrativo BENS PÚBLICOS LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço

Leia mais

BENS PÚBLICOS. Roteiro de aula Direito Administrativo II DES0312 Diurno

BENS PÚBLICOS. Roteiro de aula Direito Administrativo II DES0312 Diurno BENS PÚBLICOS Roteiro de aula Direito Administrativo II DES0312 Diurno Introdução: noção e histórico Sumário Classificação Afetação e desafetação A moldura constitucional Características frequentes Uso

Leia mais

IUS RESUMOS. Bens públicos Parte I. Organizado por: Samille Lima Alves

IUS RESUMOS. Bens públicos Parte I. Organizado por: Samille Lima Alves Bens públicos Parte I Organizado por: Samille Lima Alves SUMÁRIO I. BENS PÚBLICOS PARTE 1... 3 1. Caracterizando os bens públicos... 3 1.1. Conceito... 3 1.2. Classificação dos bens públicos... 4 1.3 Características

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO BENS PÚBLICOS

DIREITO ADMINISTRATIVO BENS PÚBLICOS DIREITO ADMINISTRATIVO BENS PÚBLICOS Atualizado em 16/10/2015 BENS PÚBLICOS São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares,

Leia mais

Bens da União no litoral. Novembro 2015

Bens da União no litoral. Novembro 2015 Bens da União no litoral Novembro 2015 Histórico da propriedade no Brasil regime das sesmarias Lei de Terras (Lei nº 601/1850) Repartição Geral de Terras Públicas Bens Públicos Município, Estado, Distrito

Leia mais

DIREITO IMOBILIÁRIO. Prof. Marcelino Fernandes

DIREITO IMOBILIÁRIO. Prof. Marcelino Fernandes DIREITO IMOBILIÁRIO Prof. Marcelino Fernandes Youtube.com/MarcelinoFernandesCoronel Perfil: fb.com/profmarcelino88 Fanpage: fb.com/profmarcelino Twitter: @profmarcelino professormarcelino@hotmail.com BENS

Leia mais

BENS PÚBLICOS MSC RICARDO LOZANO

BENS PÚBLICOS MSC RICARDO LOZANO BENS PÚBLICOS MSC RICARDO LOZANO BEM PÚBLICO Segundo Samuelson (1954), um bem público pode ser definido quando o consumo de cada indivíduo de um determinado bem não leva a subtração do consumo de qualquer

Leia mais

2. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS I - E

2. CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS I - E 1. CONCEITO Para a Prof. MSZP são bens públicos especiais não só os bens das entidades de direito público, mas também os das entidades de direito privado prestadoras de serviço público, desde que afetados

Leia mais

MBA DIREITO IMOBILIÁRIO

MBA DIREITO IMOBILIÁRIO MBA DIREITO IMOBILIÁRIO BENS PÚBLICOS Bens Públicos Código Civil Art. 98: São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares,

Leia mais

BENS PÚBLICOS ARTIGO 20 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

BENS PÚBLICOS ARTIGO 20 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL BENS PÚBLICOS ARTIGO 20 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Bens Públicos são aqueles que fazem parte do domínio da União, dos Estados e dos Municípios (uso público) e divide-se em três grandes grupos: Os terrestres

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof. Gladstone Felippo 1. Terras Devolutas - Em sentido jurídico, terras devolutas são aquelas que não se acham aplicadas a algum uso público nem se encontram no domínio

Leia mais

Direito Administrativo

Direito Administrativo Direito Administrativo Bens Públicos Profª. Tatiana Marcello CONCEITO Código Civil - Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos

Leia mais

Estado Território terrestre

Estado Território terrestre Estado Território terrestre Profª Alice Rocha Domínio do Estado no território terrestre Limites x fronteira Demarcação x delimitação Elementos para o estabelecimento de limites territoriais: Artificiais

Leia mais

Profa. Renata Menezes

Profa. Renata Menezes DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Sujeitos de Direito Internacional Público: Estados. Estado e território delimitação territorial, aquisição e perda de território, jurisdição e competência - Parte 3 Profa.

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Conceito, Classificação, Afetação e Desafetação Parte 2 Prof. Gladstone Felippo dos bens públicos Conceito, Classificação, Afetação e Desafetação A) Quanto a titularidade:

Leia mais

ADM PUBLICA IV -LOZANO

ADM PUBLICA IV -LOZANO BENS PÚBLICOS - PRIVATIZAÇÃO E DELEGAÇÂO Prof.MSc. José Ricardo Leal Lozano 1 A Privatização de Bens Públicos De forma abrangente o processo de privatização compreende a transferência da propriedade e

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Sujeitos de Direito Internacional Público:Estados.Estado e Território: delimitação territorial,aquisição e perda de território,jurisdição competência. Parte 4 Profa. Renata

Leia mais

Bens Públicos. RAD Profa. Dra. Emanuele Seicenti de Brito

Bens Públicos. RAD Profa. Dra. Emanuele Seicenti de Brito Bens Públicos Conceito Classificação Atributos Requisitos para alienação dos bens públicos Afetação e desafetação Uso privativo de bens públicos por particulares mediante autorização, permissão e concessão

Leia mais

Aula 16. Bens Públicos I. Prof. Wander Garcia

Aula 16. Bens Públicos I. Prof. Wander Garcia Aula 16 Bens Públicos I Prof. Wander Garcia 1. Conceito: são os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público (art. 98 do CC) - Bens pertencentes aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios),

Leia mais

Regime jurídico da mineração brasileira na vigência do decreto-lei 227/67

Regime jurídico da mineração brasileira na vigência do decreto-lei 227/67 Regime jurídico da mineração brasileira na vigência do decreto-lei 227/67 O estudo do regime jurídico do aproveitamento das riquezas minerais no Brasil pode ser dividido em três grupos distintos de normas:

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Prof. Denis França Classificação: Comum ou normal: independe de autorização estatal (como tomar banho de mas). Pode ser gratuito ou remunerado, de acordo com o CC/2002,

Leia mais

Direito Civil. Bens Públicos. Professora Tatiana Marcello.

Direito Civil. Bens Públicos. Professora Tatiana Marcello. Direito Civil Bens Públicos Professora Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Aula Civil XX LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 Institui o Código Civil. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Ordem Social Índios Profª. Fabiana Coutinho Índios - Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários

Leia mais

AULA 02: BENS PÚBLICOS

AULA 02: BENS PÚBLICOS AULA 02: BENS PÚBLICOS 1. CONTEXTUALIZAÇÃO ALICE DEVAUX, CAFETINA FRANCESA, DEIXA IMÓVEIS AVALIADOS EM 5 MILHÕES (O GLOBO) APARELHO DE RESSONÂNCIA DO HOSPITAL DE BASE QUEBRA APÓS "SUGAR" ENCERADEIRA. CABE

Leia mais

NOÇÕES GERAIS DE DIREITO CONCEITO. É um conjunto de normas de conduta impostas para regularizar a convivência humana em sociedade.

NOÇÕES GERAIS DE DIREITO CONCEITO. É um conjunto de normas de conduta impostas para regularizar a convivência humana em sociedade. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO CONCEITO É um conjunto de normas de conduta impostas para regularizar a convivência humana em sociedade. Sentido Subjetivo (Jus est Facultas Agendi) A possibilidade individual

Leia mais

CEM. Magistratura Estadual 10ª fase. Direito Administrativo

CEM. Magistratura Estadual 10ª fase. Direito Administrativo CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER Magistratura Estadual 10ª fase Período 2006-2016 1) VUNESP Juiz Estadual TJ/SP - 2006 O direito real de uso, concedido pela Administração Pública, a) corresponde a ato

Leia mais

Agora vamos analisar qual caminho que o Estado tem que percorrer para alienar um bem público, esse caminho está no art 17 da Lei 8666/93

Agora vamos analisar qual caminho que o Estado tem que percorrer para alienar um bem público, esse caminho está no art 17 da Lei 8666/93 Turma e Ano: Flex B Matéria / Aula: Administrativo aula 8 Monitora: Luiza Jungstedt Professor: Luíz Oliveira Castro Jungstedt Vamos dar sequência ao estudo dos bens públicos. Ficamos de analisar os requisitos

Leia mais

EDMIR NETTO DE ARAUJO Professor Associado de Direito Administrativo Faculdade de Direito da U.S.P.

EDMIR NETTO DE ARAUJO Professor Associado de Direito Administrativo Faculdade de Direito da U.S.P. EDMIR NETTO DE ARAUJO Professor Associado de Direito Administrativo Faculdade de Direito da U.S.P. Curso de Direito Administrativo Editora Saraiva, 2007 ESPAÇOS PÚBLICOS - PARA O DIREITO EM GERAL, E, EM

Leia mais

COMPETÊNCIA JURISDICIONAL AMBIENTAL

COMPETÊNCIA JURISDICIONAL AMBIENTAL Curso/Disciplina: Direito Ambiental Aula: Direito Ambiental - 10 Professor(a): Luiz Jungstedt Monitor(a): José Alisson Sousa dos Santos Aula 10 COMPETÊNCIA JURISDICIONAL AMBIENTAL Acontece um crime ambiental.

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO II: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA, SISTEMAS DE AVALIAÇÃO, REGRAS E INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO II. Prof.

DIREITO ADMINISTRATIVO II: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA, SISTEMAS DE AVALIAÇÃO, REGRAS E INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO II. Prof. : APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA, SISTEMAS DE AVALIAÇÃO, REGRAS E INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO II Prof. Thiago Gomes Apresentação da Disciplina 1. IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA Direito Administrativo

Leia mais

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995

LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995 LEI Nº 8.987, DE 13 DE FEVEREIRO DE 1995 Dispõe sobre o Regime de Concessão e Permissão da Prestação de Serviços Públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. O PRESIDENTE

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Organização Político-Administrativa do Estado Organização do Estado União Parte 2 Profª. Liz Rodrigues - Competências legislativas privativas da União: listadas no art. 22 da CF/88

Leia mais

Direitos fundamentais propriedade. João Miguel da Luz Rivero Fundamento constitucional

Direitos fundamentais propriedade. João Miguel da Luz Rivero Fundamento constitucional Direitos fundamentais propriedade João Miguel da Luz Rivero jmlrivero@gmail.com Fundamento constitucional O regime jurídico da propriedade tem seu fundamento na Constituição. Esta garante o direito de

Leia mais

É o ramo da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem, bem como suas recíprocas influências.

É o ramo da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem, bem como suas recíprocas influências. Da Ordem Social: do Meio Ambiente e dos Índios. Cretella Júnior e Cretella Neto Direito Ambiental Prof. Dr. João Miguel da Luz Rivero jmlrivero@gmail.com Do meio ambiente A CF de 1988 consagra o direito

Leia mais

BENS PÚBLICOS CONCEITO DE BEM PÚBLICO

BENS PÚBLICOS CONCEITO DE BEM PÚBLICO BENS PÚBLICOS CONCEITO DE BEM PÚBLICO - São todos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, isto é, Administração direta, autarquias e fundações públicas de direito público, bem como

Leia mais

DECRETO N.º 67/X. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

DECRETO N.º 67/X. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: DECRETO N.º 67/X DETERMINA A EXTENSÃO DAS ZONAS MARÍTIMAS SOB SOBERANIA OU JURISDIÇÃO NACIONAL E OS PODERES QUE O ESTADO PORTUGUÊS NELAS EXERCE BEM COMO OS PODERES EXERCIDOS NO ALTO MAR A Assembleia da

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Serviços Públicos Prof.ª Tatiana Marcello Conceito José dos Santos Carvalho Filho toda atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime jurídico de direito

Leia mais

LEGISLAÇÃO MINERÁRIA BRASILEIRA: Avaliação e Perspectivas. ANA SALETT MARQUES GULLI Procuradora-Chefe/DNPM

LEGISLAÇÃO MINERÁRIA BRASILEIRA: Avaliação e Perspectivas. ANA SALETT MARQUES GULLI Procuradora-Chefe/DNPM LEGISLAÇÃO MINERÁRIA BRASILEIRA: Avaliação e Perspectivas ANA SALETT MARQUES GULLI Procuradora-Chefe/DNPM Junho/2010 Relevância da atividade mineral A atividade mineral apresenta-se como uma atividade

Leia mais

Aula 99 BENS PÚBLICOS: DESESTATIZAÇÃO. O art. 6.º, da Lei 9.491, dispõe sobre a forma para fazer a desestatização.

Aula 99 BENS PÚBLICOS: DESESTATIZAÇÃO. O art. 6.º, da Lei 9.491, dispõe sobre a forma para fazer a desestatização. Página1 Curso/Disciplina: Direito Administrativo Aula: Bens públicos: desestatização 99 Professor (a): Luiz O. Jungstedt Monitor (a): Luis Renato Ribeiro Pereira de Almeida Aula 99 BENS PÚBLICOS: DESESTATIZAÇÃO

Leia mais

DIREITO IMOBILIÁRIO. Prof. Marcelino Fernandes

DIREITO IMOBILIÁRIO. Prof. Marcelino Fernandes DIREITO IMOBILIÁRIO Prof. Marcelino Fernandes Youtube.com/MarcelinoFernandesCoronel Perfil: fb.com/profmarcelino88 Fanpage: fb.com/profmarcelino Twitter: @profmarcelino professormarcelino@hotmail.com BENS

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Código da Disciplina: 2641 Vigência: 1 / 2004 Disciplina: DIREITO ADMINISTRATIVO II Código do Curso: 17 Curso: Direito Unidade: NÚCLEO UNIV BH Turno: NOITE Período: 7 Créditos: 4 Carga Horária TOTAL 60

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Conceito, classificação, afetação e desafetação Prof. Denis França Conceito Conceito de bens públicos: Conceito legal: dado pelo Código Civil Art. 98. São públicos

Leia mais

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais. Recursos Minerais e legislação correlata- Parte 1. Prof.

DIREITO AMBIENTAL. Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais. Recursos Minerais e legislação correlata- Parte 1. Prof. DIREITO AMBIENTAL Proteção do meio ambiente em normas infraconstitucionais Recursos Minerais e legislação correlata- Parte 1 Prof. Rodrigo Mesquita . CF/88. Decreto-Lei 227/67. Decreto 97.632/89. Lei nº

Leia mais

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA Curso/Disciplina: Direito Urbanístico Aula: Direito Urbanístico - 13 Professor(a): Luiz Jungstedt Monitor(a): José Alisson Sousa dos Santos Aula 13 REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA URBANA Em regra, o princípio

Leia mais

Nº da aula 05 MINERAÇÃO:

Nº da aula 05 MINERAÇÃO: Página1 MINERAÇÃO Curso/Disciplina: Direito Econômico Aula: Mineração art. 176. Professor (a): Luiz Jungstedt Monitor (a): Felipe Ignacio Loyola Nº da aula 05 MINERAÇÃO: Esse tema é recorrente nas provas

Leia mais

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DO PATRIMÔNIO DA UNIÃO Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Alagoas

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DO PATRIMÔNIO DA UNIÃO Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Alagoas Julho 2013 MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETARIA DO PATRIMÔNIO DA UNIÃO Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Alagoas BENS PÚBLICOS São Bens os que Pertecem á União,

Leia mais

Parte Geral: domicílio e bens

Parte Geral: domicílio e bens Parte Geral: domicílio e bens Domicílio O domicílio pode ser voluntário, legal (ou necessário) e convencional. O domicílio voluntário da pessoa natural é o lugar onde ela fixa sua residência (elemento

Leia mais

AULA DE DIREITO ADMINISTRATIVO I Profª Lúcia Luz Meyer revisto e atualizado em

AULA DE DIREITO ADMINISTRATIVO I Profª Lúcia Luz Meyer revisto e atualizado em AULA DE DIREITO ADMINISTRATIVO I Profª Lúcia Luz Meyer revisto e atualizado em 02.2010 PONTO 04 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO Roteiro de Aula (05 fls) SUMÁRIO: 4.1. Conteúdo do regime jurídico administrativo.

Leia mais

Parecer sobre a Proposta de Emenda Constitucional - PEC nº 39-A/2011

Parecer sobre a Proposta de Emenda Constitucional - PEC nº 39-A/2011 Audiência Pública Comissão Especial da Câmara dos Deputados Parecer sobre a Proposta de Emenda Constitucional - PEC nº 39-A/2011 Dulce Bentes dubentes@gmail.com Fernando Costa (*) fernando.costa@abea.org.br

Leia mais

MBA DIREITO IMOBILIÁRIO LEGALE

MBA DIREITO IMOBILIÁRIO LEGALE MBA DIREITO IMOBILIÁRIO LEGALE Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade

Leia mais

Curso/Disciplina: Direito Ambiental Aula: 37 Professor(a): Luiz Jungstedt Monitor(a): Cristiane Gregory Klafke. Aula nº. 37

Curso/Disciplina: Direito Ambiental Aula: 37 Professor(a): Luiz Jungstedt Monitor(a): Cristiane Gregory Klafke. Aula nº. 37 Página1 Curso/Disciplina: Direito Ambiental Aula: 37 Professor(a): Luiz Jungstedt Monitor(a): Cristiane Gregory Klafke Aula nº. 37 Resíduos Perigosos. Resíduos Radioativos. A lei dedica um capítulo a matéria,

Leia mais

BENS PÚBLICOS. I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças;

BENS PÚBLICOS. I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; BENS PÚBLICOS 1. Código Civil arts. 98 a 103: 1.1 Conceito: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares,

Leia mais

Uso Privativo de Bem Público por Particular

Uso Privativo de Bem Público por Particular Maria Sylvia Zanella Di Pietro Uso Privativo de Bem Público por Particular 3ª Edição SÃO PAULO EDITORA ATLAS S.A. - 2014 2IQ STJ00098230 2010 by Editora Atlas SA 1. ed. (Revista dos Tribunais) 1983; 2.

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO LEGALE

PÓS GRADUAÇÃO LEGALE PÓS GRADUAÇÃO LEGALE Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente comprador do imóvel;

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA O Brasil constitui uma República Federativa integrada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios que, de acordo com o Código Civil, são considerados pessoas jurídicas

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Elementos de conexão Território Professora Raquel Perrota O território é elemento constitutivo do Estado, representado pela porção da superfície do globo terrestre sobre a

Leia mais

Bens são todos aqueles objetos materiais ou imateriais que sirvam de utilidade física ou ideal para o indivíduo.

Bens são todos aqueles objetos materiais ou imateriais que sirvam de utilidade física ou ideal para o indivíduo. Bens são todos aqueles objetos materiais ou imateriais que sirvam de utilidade física ou ideal para o indivíduo. Para a economia política, bens são aquelas coisas que, sendo úteis aos homens, provocam

Leia mais

SUMÁRIO. Capítulo 1 - Teoria Geral do Direito Agrário... 17

SUMÁRIO. Capítulo 1 - Teoria Geral do Direito Agrário... 17 SUMÁRIO Introdução... 13 Capítulo 1 - Teoria Geral do Direito Agrário... 17 1. Aspectos históricos do direito agrário no Brasil... 17 1.1. Regime Sesmarial (1500 a 17/07/1822)... 18 1.2. Período Extralegal

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Segunda Fase Prof. José Aras BENS PÚBLICOS 1. Generalidades: - Constitui os bens das pessoas de direito público; - Domínio Eminente é DIFERENTE de Bens Públicos; - Domínio Eminente

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direito à Propriedade Parte 2 Profª. Liz Rodrigues - Observe os detalhes da desapropriação prevista no art. 185 da CF/88: a. A indenização, neste caso, será

Leia mais

DIVISÃO DA AULA ORIGEM DO FEDERALISMO FEDERALISMO NO BRASIL CARACTERISTICAS DO FEDERALISMO CONCEITOS INICIAIS FEDERALISMO COMPETÊNCIA UNIÃO BENS

DIVISÃO DA AULA ORIGEM DO FEDERALISMO FEDERALISMO NO BRASIL CARACTERISTICAS DO FEDERALISMO CONCEITOS INICIAIS FEDERALISMO COMPETÊNCIA UNIÃO BENS DIVISÃO DA AULA CONCEITOS INICIAIS FEDERALISMO ENTES DA FEDERAÇÃO ORIGEM DO FEDERALISMO FEDERALISMO NO BRASIL CARACTERISTICAS DO FEDERALISMO UNIÃO ESTADOS MUNICÍPIOS COMPETÊNCIA BENS DF E TERRITÓRIOS SISTEMA

Leia mais

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N 26/2009 Cria a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro CDURP e dá outras providências. Autor : Poder Executivo A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO AULA 2/4 Ato Administrativo, Responsabilidade Civil do Estado E Bens Públicos 2 ATO ADMINISTRATIVO 3 Requisitos( Art. 2º da Lei 4.717/65): Elementos constitutivos do Ato Administrativo.

Leia mais

Direito Administrativo

Direito Administrativo Direito Administrativo facebook.com/professoratatianamarcello facebook.com/tatianamarcello @tatianamarcello INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE Modalidades de Intervenção do Estado na Propriedade: Servidão

Leia mais

COMISSÃO PERMANENTE DA ASSEMBLEIA DO POVO. Resolução n," 18/90 de 6 de Outubro ARTIGO 1.0

COMISSÃO PERMANENTE DA ASSEMBLEIA DO POVO. Resolução n, 18/90 de 6 de Outubro ARTIGO 1.0 COMISSÃO PERMANENTE DA ASSEMBLEIA DO POVO Resolução n," 18/90 de 6 de Outubro Recordando que a Convenção sobre o Direito do Mar foi adoptada em Abril de 1982 e assinada por 119 Estados e que nela estão

Leia mais

Ratificação de Títulos Incidentes em Faixa de Fronteira Agosto de 2014

Ratificação de Títulos Incidentes em Faixa de Fronteira Agosto de 2014 Ratificação de Títulos Incidentes em Faixa de Fronteira Agosto de 2014 Índice 1 Aspectos Históricos e Constitucionais 2 Faixa de Fronteira x Faixa de Segurança Nacional 3 Ratificação de Títulos incidentes

Leia mais

Aula 44 LICITAÇÃO. Conclusão: o que está fora do Capítulo VI é norma geral.

Aula 44 LICITAÇÃO. Conclusão: o que está fora do Capítulo VI é norma geral. Página1 Curso/Disciplina: Direito Administrativo. Aula: Licitação: obrigação de licitar e objeto. Professor (a): Luiz Jungstedt Monitor (a): Lívia Cardoso Leite Aula 44 LICITAÇÃO Lei da PPP Lei nº 11079/2004.

Leia mais

AUTARQUIAS RESUMO PONTO 3 ESQUEMA

AUTARQUIAS RESUMO PONTO 3 ESQUEMA RESUMO PONTO 3 ESQUEMA AUTARQUIAS FORO PROCESSUAL Instituída diretamente pela lei, de iniciativa do chefe do Executivo (art. 37, XIX, c/c art. 61, 1.º, II, b e e, da CF). Exercer atividades típicas de

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Aquisição e alienação dos bens públicos Prof. Denis França Os bens públicos podem ser adquiridos por: Contratos de Direito Privado. Usucapião. Desapropriação (intervenção

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 20/02/2018

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 20/02/2018 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 03 Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 20/02/2018 E-mail: tributario@legale.com.br AULA 30 TRIBUTOS EM ESPÉCIE IMPOSTOS Os impostos diferem de outras

Leia mais

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Secretaria do Patrimônio da União TERRENOS DE MARINHA. PEC nº 39-A. Junho/2016

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO Secretaria do Patrimônio da União TERRENOS DE MARINHA. PEC nº 39-A. Junho/2016 Secretaria do Patrimônio da União TERRENOS DE MARINHA PEC nº 39-A Junho/2016 Sumário MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO O que são? Contraprestação pelo uso ( taxas ) A PEC 39-A - Substitutivo Principais consequências

Leia mais

MBA IMOBILIÁRIO LEGALE

MBA IMOBILIÁRIO LEGALE MBA IMOBILIÁRIO LEGALE MBA IMOBILIÁRIO Art. 1.225. São direitos reais: I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitação; VII - o direito do promitente

Leia mais

Aula 105 BENS PÚBLICOS

Aula 105 BENS PÚBLICOS Página1 Curso/Disciplina: Direito Administrativo Aula: Bens Públicos: Aforamento. Demarcação de terras indígenas. Domínio hídrico. Domínio aéreo. 105 Professor (a): Luiz O. Jungstedt Monitor (a): Luis

Leia mais

Turma e Ano: Turma Regular Master A. Matéria / Aula: Direito Civil Aula 09. Professor: Rafael da Mota Mendonça

Turma e Ano: Turma Regular Master A. Matéria / Aula: Direito Civil Aula 09. Professor: Rafael da Mota Mendonça Turma e Ano: Turma Regular Master A Matéria / Aula: Direito Civil Aula 09 Professor: Rafael da Mota Mendonça Monitora: Fernanda Manso de Carvalho Silva BENS O tema é tratado nos artigos 79 a 103 do Código

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI 8.666/93. Prof. Luís Gustavo. Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes

DIREITO ADMINISTRATIVO LEI 8.666/93. Prof. Luís Gustavo. Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes DIREITO ADMINISTRATIVO LEI 8.666/93 Prof. Luís Gustavo Fanpage: Luís Gustavo Bezerra de Menezes Periscope: @ProfLuisGustavo Serviços Públicos (Lei 8.987/95) 1) Conceito: Segundo Hely Lopes Meirelles serviço

Leia mais

Concessão, Permissão e Autorização de Serviço Público. Diana Pinto e Pinheiro da Silva

Concessão, Permissão e Autorização de Serviço Público. Diana Pinto e Pinheiro da Silva Concessão, Permissão e Autorização de Serviço Público Diana Pinto e Pinheiro da Silva 1. Execução de Serviço Público Execução de serviço público Dificuldade de definição [...] o conceito de serviço público

Leia mais

DOMÍNIO PÚBLICO. De acordo com o CC, são públicos os bens das Pessoas Jurídicas de Direito Público. Todos os demais são privados.

DOMÍNIO PÚBLICO. De acordo com o CC, são públicos os bens das Pessoas Jurídicas de Direito Público. Todos os demais são privados. DOMÍNIO PÚBLICO 1 INTRODUÇÃO Domínio Público Eminente - Natureza Patrimonial Não Patrimonial - Bens de propriedade das Pessoas Jurídicas de Direito - Todos os bens encontrados no território de um Estado

Leia mais

Direito Administrativo. Serviços Públicos. Professor Leandro Velloso

Direito Administrativo. Serviços Públicos. Professor Leandro Velloso Direito Administrativo Professor Leandro Velloso www.leandrovelloso.com.br www.colecaooab.com.br leovelloso@hotmail.com Conceituação Serviços Públicos Prestação estatal direta ou indireta dirigida à coletividade

Leia mais

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. EMENTA: 1. BENS JURÍDICOS. 1.1. Classificação. 1.1.1. Bem Imóvel. 1.1.1.1. Tipo de bens imóveis. 1.1.2. Bens móveis. 1.1.2.1. Tipo de bens imóveis. 1.1.3. Bens fungíveis e infungíveis. 1.1.4. Bens Consumíveis.

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL XI

DIREITO INTERNACIONAL XI XI DIREITO INTERNACIONAL Direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. Como

Leia mais

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO ADMINISTRATIVO

PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO ADMINISTRATIVO P á g i n a 1 PROVA DAS DISCIPLINAS CORRELATAS DIREITO ADMINISTRATIVO QUESTÃO 1 - Quanto aos princípios constitucionais da Administração Pública, assinale a alternativa correta. A. O princípio da supremacia

Leia mais

Direito das Coisas. VI - Direitos Reais em Coisa alheia

Direito das Coisas. VI - Direitos Reais em Coisa alheia Turma e Ano: 2016/2017 Matéria / Aula: Direito Civil Objetivo 46 Professor: Rafael da Mota Monitor: Paula Ferreira Aula 46 Direito das Coisas VI - Direitos Reais em Coisa alheia 2.1. Direito Real em coisa

Leia mais

LEI Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997

LEI Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997 LEI Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997 Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direito à Propriedade Parte 1 Profª. Liz Rodrigues - Art. 5º, XXII, CF/88: é garantido o direito de propriedade. - Art. 5º, XXIII, CF/88: a propriedade atenderá

Leia mais

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 700 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 700 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 700 DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015. Altera o Decreto-Lei nº 3.365, de 21 de junho de 1941, que dispõe sobre desapropriações por utilidade pública, e a Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de

Leia mais

Direito Administrativo

Direito Administrativo Direito Administrativo Serviços Públicos Professora Tatiana Marcello www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Administrativo SERVIÇOS PÚBLICOS Disposições Preliminares CF Art. 175. Incumbe ao Poder Público,

Leia mais

DIREITO CIVIL I. Dos Bens 3/3/2010

DIREITO CIVIL I. Dos Bens 3/3/2010 DIREITO CIVIL I Dos Bens Prof. Vilmar A Silva Bens: são valores materiais e imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. é tudo o que satisfaz uma necessidade humana. (Gonçalves) Corpóreos,

Leia mais

LEI DO PETRÓLEO - Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE Presidência da República - Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI DO PETRÓLEO - Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE Presidência da República - Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI DO PETRÓLEO - Nº 9.478, DE 6 DE AGOSTO DE 1997 Presidência da República - Subchefia para Assuntos Jurídicos Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo,

Leia mais

Novos Parâmetros para a Regularização Fundiária urbana e rural

Novos Parâmetros para a Regularização Fundiária urbana e rural Novos Parâmetros para a Regularização Fundiária urbana e rural A Lei nº 13.465/17 e suas PerverCidades Rosane Tierno - São Paulo - 10/10/17 PerverCidade 0 Cidade Mercado x Cidade Direito Cidade propriedade

Leia mais

CURSO CARREIRAS JURÍDICAS Nº 21

CURSO CARREIRAS JURÍDICAS Nº 21 CURSO CARREIRAS JURÍDICAS Nº 21 DATA 30/08/16 DISCIPLINA DIREITO ADMINISTRATIVO (MANHÃ) PROFESSOR BARNEY BICHARA MONITORA JAMILA SALOMÃO AULA 02/12 Ementa: Na aula de hoje serão abordados os seguintes

Leia mais

CONTABILIDADE PÚBLICA

CONTABILIDADE PÚBLICA CONTABILIDADE PÚBLICA Procedimentos Contábeis Patrimoniais Patrimônio Público Prof. Cláudio Alves De acordo com o que preconiza o Princípio de Contabilidade da Entidade, o objeto da Contabilidade é o patrimônio,

Leia mais

Aula 07. II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

Aula 07. II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação; Turma e Ano: Turma Regular Master B (2015) Matéria / Aula: Direito Administrativo Professor: Luiz Jungstedt Monitora: Fernanda Helena Aula 07 Bens públicos (continuação) Alienação de bem público imóvel

Leia mais

DIREITO ADMINISTRATIVO

DIREITO ADMINISTRATIVO DIREITO ADMINISTRATIVO Intervenção do Estado na propriedade Prof. Denis França Intervenções restritivas: enquanto a desapropriação é uma intervenção supressiva, há outras modalidades de intervenção do

Leia mais

pessoas jurídicas da administração pública

pessoas jurídicas da administração pública FUNÇÕES E ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA direito público Autarquias Agências Reguladoras Fundações Públicas Associações Públicas pessoas jurídicas da administração pública Empresas Públicas Fundações

Leia mais

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETÁRIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO SUPERINTENDENCIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO NA BAHIA

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETÁRIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO SUPERINTENDENCIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO NA BAHIA MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO SECRETÁRIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO SUPERINTENDENCIA DO PATRIMONIO DA UNIÃO NA BAHIA Instrução Operacional SPU/BA nº 01/2011 1 Introdução Dispõe sobre os procedimentos

Leia mais

Direito Administrativo

Direito Administrativo Direito Administrativo Autarquias Professor Cristiano de Souza www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Administrativo ADMINISTRAÇÃO INDIRETA Já estudamos que a Descentralização Administrativa ocorre quando

Leia mais

Direito Civil. Dos Bens. Professor Fidel Ribeiro.

Direito Civil. Dos Bens. Professor Fidel Ribeiro. Direito Civil Dos Bens Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Civil DOS BENS LIVRO II DOS BENS TÍTULO ÚNICO Das Diferentes Classes de Bens CAPÍTULO I DOS BENS CONSIDERADOS EM SI

Leia mais