Comércio Externo: Manutenção do ritmo de exportação. Entrevista ao Administrador da General Cable CelCat
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- Pedro Lucas Lucas Ávila Van Der Vinne
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1 316 - NOVEMBRO DEZEMBRO 2011 Periodicidade: Bimestral Preço de capa: 1,50 Conjuntura: Desaceleração económica Comércio Externo: Manutenção do ritmo de exportação Entrevista ao Administrador da General Cable CelCat IEP: 30 Anos CINEL: Criar vantagens competitivas na inovação ENDIEL 2011: Decorreu em Outubro, na Exponor Análise ao orçamento de Estado para 2012
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3 ficha técnica Revista Bimestral (6 números por ano) Propriedade e Edição: ANIMEE Associação Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico Av. Guerra Junqueiro, 11, 2. o Esq LISBOA Telef.: Fax: animee@mail.telepac.pt Contribuinte n. o : Director: J. Marques de Sousa Redacção, Administração e Distribuição ANIMEE - Delegação Norte Edifício do Instituto Electrotécnico Português Rua de S. Gens, SENHORA DA HORA Telef. / Fax: marsousa@animee.pt NOVEMBRO DEZEMBRO 2011 Periodicidade: Bimestral Preço de capa: 1,50 Execução Gráfica: Gráfica Maiadouro Rua Padre Luís Campos, 686 Vermoim Apartado MAIA sede@maiadouro.pt Conjuntura: Desaceleração económica N. o de Depósito Legal: 93844/2002 NROCS N. o Tiragem: 2000 exemplares Comércio Externo: Manutenção do ritmo de exportação Entrevista ao Administrador da General Cable CelCat IEP: 30 Anos CINEL: Criar vantagens competitivas na inovação ENDIEL 2011: Decorreu em Outubro, na Exponor Análise ao orçamento de Estado para 2012 sumário 02 Conjuntura 3. o trimestre de Comércio externo Janeiro Setembro Economia Análise ao Orçamento de Estado Entrevista A Revista ANIMEE entrevista Carlos Carreira, Administrador da General Cable CelCat 30 ENDIEL ENDIEL IEP IEP 30 Anos de compromisso com a excelência IEP esteve presente no ENDIEL CINEL Perspectivas Verdes: Criar vantagens competitivas na inovação CINEL esteve presente no ENDIEL ANREEE É tempo de uma entidade única para o registo ambiental ANREEE esteve presente no endiel Empresas Notícias sobre várias empresas 52 Estatística Comércio Novembro Dezembro Calendário Fiscal Janeiro e Fevereiro Cotações Câmbios e cotações de metais (Setembro / Outubro de 2011)
4 c o n j u n t u r a Síntese da Conjuntura Sector Eléctrico e Electrónico 3. o trimestre de 2011 Desaceleração económica 1. Conjuntura Sectorial 1.1 Volume de Negócios VOLUME DE NEGÓCIOS 3. o TRIM o TRIM Mercado Português 2,3 2,4 Mercado Externo 2,4 2,4 Abaixamento generalizado do Volume de Negócios no 3. o trimestre, em que a realidade ficou abaixo das previsões. Note-se que no trimestre anterior, sobretudo para o Mercado Externo, as previsões eram superiores. A estabilização do nível de actividade parece irá ser a regra no 4. o trimestre, mas a nível entre o Medíocre e o Razoável (2,5 a 3). 1.2 Carteira de Encomendas Situação análoga à do Volume de Negócios : os níveis do 3. o trimestre são inferiores às perspectivas, mas prevê-se melhoria da Carteira de Encomendas, no 4. o trimestre, no mercado externo. CARTEIRA DE ENCOMENDAS 3. o TRIM o TRIM Mercado Português 2,4 2,4 Mercado Externo 2,3 2,5 1.3 Emprego EMPREGO 3. o TRIM o TRIM Qualificado 3,0 3,1 Não Qualificado 2,9 3,0 Melhoria nos índices de Emprego, pode parecer surpreendente, mas acontece, quer no emprego qualificado, quer no não qualificado. Subentende-se, pelos indicadores de Volume de Negócios e Carteira de Encomendas, que existe desaceleração económica, com maior incidência no 3. o trimestre, mas, pelo indicador Emprego, a intensidade dessa desaceleração parece menor. 1.4 Propensão ao Investimento INVESTIMENTO 2. o TRIM o TRIM Propensão a investir 2,4 2,4 A Propensão a Investir estabiliza no 2. o semestre do ano, mas a nível inferior ao do 1. o semestre (2,5-2,7), em consonância com a quebra do dinamismo económico ao longo de Situação Financeira INDICADORES 3. o TRIM o TRIM Tesouraria/Liquidez 2,8 2,7 Dívidas de Clientes privados 2,6 2,5 Dívidas Estado e Sector Público 2,6 2,6 Acesso ao crédito 2,7 2,7 Custo do crédito 2,7 2,7 Seguro Crédito à Exportação 2,3 2,3 O único indicador financeiro que apresenta deterioração é a Tesouraria/Liquidez, mas não por maiores dificuldades no Acesso ao Crédito (que melhorou o respectivo índice), nem por atrasos nos pagamentos de Clientes ou do Estado e do Sector Público, cujos índices também melhoraram. O próprio Custo do Crédito registou melhoria. Refira-se ainda que o Seguro de Crédito à Exportação experimentou também ligeira melhoria, embora seja pouco utilizado pelas empresas do Sector. O nível médio dos Indicadores Financeiros pode ser considerado de Razoável. 2 n. o Novembro / Dezembro 2011
5 c o n j u n t u r a 1.6 QREN QREN 2. o TRIM o TRIM Aprovação de projectos 3,6 3,3 Pagamento de comparticipações 3,4 3,3 Um ligeiro abaixamento nos índices deste indicador, não lhe fazem baixar o estatuto de Razoável desempenho. Ou seja não são os atrasos na Aprovação de projectos e no Pagamento de comparticipações do QREN que estarão a travar as possibilidades de recuperação. Talvez seja reduzido o número de projectos de investimento que se candidatam a este programa, por causa duma medíocre Propensão a Investir. Resumindo: o Sector Eléctrico e Electrónico, depois de um ano de recuperação (parcial) dos níveis de actividade em 2010, enfrentou em 2011 um 1. o semestre de abrandamento económico, mas ainda com razoável actividade das empresas exportadoras. No 2. o semestre parece desenhar-se o abrandamento, que agora começa a afectar, também, algumas empresas exportadoras. Os números do INE para o Cap. 85 da NC no período Janeiro Agosto de 2011, mostram um crescimento (em valor) da Exportação de 14%. Ora, no 1. o trimestre do ano, a Exportação tinha crescido 20%, e no 1. o semestre 15%. O abrandamento existe mas ainda não é significativo. Terá de se aguardar pelo comportamento das vendas ao exterior no último trimestre. Mesmo assim, admitimos, em termos anuais, um comportamento positivo da Exportação. As vendas no mercado português continuarão a deteriorar-se. 2. Conjuntura Portuguesa O Governo apresentou o OE 2012 em que inclui medidas restritivas da Procura, de que salientamos: suspensão de Subsº s de Férias e de Natal para os trabalhadores do Sector Público e Pensionistas; aumento do IVA, com a passagem de bens e serviços da taxa reduzida (6%) e da intermédia (13%) para a taxa normal (23%), a que se adicionam cortes nos orçamentos da Saúde, Educação e Segurança Social. Também o investimento público registará uma quebra significativa. Perante o conjunto de medidas anunciadas no OE 2012, que conduzirão a uma quebra pronunciada da actividade económica, existem duas correntes de opinião: a que defende que o Governo deveria em simultâneo introduzir medidas de estímulo à Economia. Se essas medidas de estímulo são pela via orçamental, traduzir-se-ão em aumento da Despesa Pública; a que defende que o Governo deve actuar prioritariamente sobre o crédito à economia, injectando a liquidez necessária que impeça a redução do crédito concedido às empresas. A Banca foi obrigada, por força do acordo com a Troika, a reduzir o rácio de transformação de Depósitos em Crédito, o que tem procurado fazer atraindo mais depósitos (pelo aumento da remuneração dos mesmos), e reduzindo o crédito concedido. E é desta redução do crédito que os agentes económicos se queixam. O Banco de Portugal voltou a rever em baixa a evolução da Economia Portuguesa no seu Boletim Económico de Outono: Consumo Privado -3,8% -3,6% Consumo Público -3,3% -4,1% Investimento -11,4% -10,8% Exportação 6,7% 4,8% Importação -4,1% -2,8% PIB -1,9% -2,2% 3. Conjuntura Internacional A cimeira dos países da Zona Euro, trouxe alguns acordos relativamente à Grécia, Banca Europeia e Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF): a Grécia viu ser-lhe perdoada a sua Dívida em metade; os Bancos europeus mais expostos a essa Dívida poderão recapitalizar-se. Para tal será criado um Fundo no valor de 106 mil milhões de Euros. Relativamente ao FEEF, não haverá reforço das verbas dos países da Zona Euro, mas serão utilizados processos de engenharia financeira na tentativa de atrair financiamento de 3. os países. Revista Animee 3
6 c o n j u n t u r a Nos EU América o crescimento dos preços no consumidor foi de 3,9%, e registou-se uma criação líquida de postos de trabalho em Setembro. Notícias positivas vêm do mercado da Habitação: em Julho o índice de preços das casas aumentou 0,9% face ao mês anterior, embora o nível de preços seja inferior em 4,1% ao de Julho de O crescimento económico na China foi, até Setembro, de 9,1%, e o Governo prevê abrandamento em 2012, por força da crise europeia. No Japão, a indústria lentamente, enceta a recuperação, com um crescimento da Produção Industrial de 0,6% em Agosto. Eis as previsões mais recentes (Outubro 2011) de evolução económica no mundo: EU América 1,6% 1,9% U E Zona Euro 1,6% 0,6% Alemanha 2,8% 1,0% Espanha 0,7% 0,3% Portugal -1,9% -2,8% China 9,0% 8,6% Japão -0,4% 2,2% As previsões, todas elas, estão abaixo das elaboradas há 3 meses atrás. Há já quem afirme que o período foi apenas de recuperação parcial, provocado fundamentalmente pela reconstituição de stocks. A Europa Zona Euro, para além dos problemas do abrandamento económico mundial, defronta-se com a crise financeira dos países mais endividados, com reflexos negativos em toda a região. Os EU América apesar de uma reacção mais forte aos efeitos da crise, com a injecção maciça de Dólares na economia e taxa de juro perto do zero, continuam com um nível global da Procura insuficiente; na China, o principal problema é a contenção da inflação (acima dos 6%), o que originou a introdução de restrições ao crédito, com o previsível abrandamento económico em Allegro de Magalhães ANIMEE Serviço de Economia 4 n. o Novembro / Dezembro 2011
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8 Vamos carregar a Natureza de energia. Registe os seus Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, Pilhas e Acumuladores. É obrigatório. A ANREEE - Associação Nacional para o Registo de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, é a partir de agora igualmente responsável pela gestão e manutenção do registo obrigatório das Pilhas e Acumuladores. Assim, se é produtor, importador ou revendedor sob marca própria de EEE e/ou P&A, contacte-nos. O registo destes produtos é o primeiro passo para que possamos acompanhar e garantir a sua adequada gestão, valorização e tratamento. Tudo, para que o Ambiente se mantenha positivo.
9 comércio externo Análise ao Comércio Externo de Equipamento Eléctrico e Electrónico Janeiro Setembro 2011 Surpreendente manutenção do ritmo de exportação do 1. o semestre 1. Análise global Sector Eléctrico e Electrónico Esperava-se no segundo semestre do ano um abrandamento da exportação, em linha com o abrandamento económico europeu. Com alguma surpresa, a Exportação de equipamento eléctrico e electrónico, nos primeiros nove meses de 2011, apresenta crescimento idêntico ao do 1. o semestre: 15%. Curiosamente, o mercado de quem se esperava o abrandamento (União Europeia) cresceu ao ritmo médio da exportação do Sector (+15%), enquanto o Sudeste Asiático (+50%) registou melhoria significativa. A Importação registou, até à data, um decréscimo de 6% relativamente a Janeiro Setembro de Há uma quebra significativa no Consumo, e no Investimento, mais acentuada neste último. A taxa de cobertura da Importação pela Exportação revela-se também, por isso, superior à do semestre passado, passando de 70% a 73%. Esta é talvez a taxa de cobertura mais elevada de que temos memória, em que se conjuga um forte impulso exportador, com uma quebra da importação. 2. Balança Comercial Portuguesa O valor da Exportação Portuguesa de Mercadorias (+16,0%) apresenta uma taxa de crescimento ligeiramente superior à do Sector eléctrico e electrónico (+15%); em contrapartida, a Importação mantêm um reduzido ritmo de crescimento (+5,0%), distribuído desigualmente pela EU (1,7%) e Países 3. os (15,3%), face a uma quebra da Importação eléctrica e electrónica portuguesa. Jan-Set Jan-Set % Total Exportação (Saídas) ,0% Importação (Entradas) ,0% UE Exportação ,6% Importação ,7% 3. os Países Exportação ,5% Importação ,3% Nota valores em milhões de Euros Fonte: INE Instituto Nacional de Estatística IP (N. os preliminares de Com. o Ext. o ) No momento actual, a Exportação Eléctrica e Electrónica representa 9,4% da Exportação Portuguesa de Mercadorias, enquanto a Importação Eléctrica e Electrónica representa parcela semelhante da Importação Portuguesa. Se analisarmos as trocas externas pelos principais Grupos de Produtos (3. o trimestre 2011/3. o trimestre 2010) temos: Três Grupos de Produtos com melhor comportamento: Grupos de Produtos Automóveis de Passageiros Combust. e Lubrif. Pr. Transf. Partes e Peças de Máquinas Export. Import. Grupos de Produtos % % + 29,3 Comb. Lubr - Primár. + 42,0 + 22,6 Fornec. Indust. Prim. + 23,0 + 21,3 Comb. Lubr. Pr. Transf + 12,9 Um dos principais factores para o crescimento da Exportação em 2011, tem sido o comporta- Revista Animee 7
10 comércio externo mento das vendas externas de Automóveis de Passageiros. Outro, é o excelente andamento (há vários anos) da exportação de Refinados do Petróleo, numa estratégia da empresa petrolífera de utilização de Sines como plataforma de (re) exportação de Refinados para o continente americano. Óbviamente, esta exportação acrescida de Refinados implica um acréscimo substancial da importação de Petróleo, num período em que se tem assistido em Portugal a quebras no consumo de Refinados. A importação de Fornecimentos Industriais Produtos Primários também se processa a nível elevado, indicador que a Indústria Transformadora (sobretudo, segmentos exportadores) continua a manter razoável nível de actividade. Eis os três Grupos de Produtos com pior comportamento: Grupos de Produtos Prod. Alimentares Prod. Prim. Out. Material Transporte Fornec. Indust. Prod. Prim. Export. Import. Grupos de Produtos % % - 2,5 Automóv. Passageiros - 31,7 + 2,7 + 4,5 Bens Consº Duradouros Out. Material Transporte - 20,0-16,6 Positiva a conjuntura exportadora, em que, dentro dos três Grupos de Produtos com pior comportamento, dois conseguem ter evolução positiva. Na Importação, ao contrário da Exportação, são as importações de automóveis a registar forte queda, demonstrando à evidência que em cenários recessivos são os bens de consumo duradouro os que sofrem o maior impacto. 3. Exportação de Equipamento Eléctrico e Electrónico Esperava-se no 3. o trimestre o começo do abrandamento da Exportação Eléctrica e Electrónica, em consonância com o abrandamento previsto para a actividade económica europeia. Com alguma surpresa, verifica-se que se manteve o ritmo de crescimento do primeiro semestre. Razão principal: uma diversificação de produtos exportados. Regista-se em alguns produtos nos ramos de Fios e Cabos, Telecomunicações, Componentes Electrónicos e Aparelhagem Eléctrica de Instalação, razoável e constante ritmo de crescimento. Por outro lado, Máquinas, Equipamentos e Aparelhagem Industrial, muito dependente do mercado energético, sofreu reduções sensíveis em alguns produtos, que tinham apresentado bons desempenhos em 2009 e 2010), reduções essas compensadas parcialmente pelo crescimento acentuado noutros produtos - Partes de Motores e Geradores no que julgamos englobar fundamentalmente, Partes de Geradores Eólicos Vejamos a evolução dos principais produtos nos subsectores com crescimento superior à média do Sector: Fios e Cabos Isolados (+38%) Bom nível de crescimento, liderado por Outros Condutores Eléctricos < 80 Volts (+65,14% %), Outros Condutores Eléctricos para tensão > 1000 Volts, com outros condutores (+60,21 %) e Outros Condutores Eléctricos > 80 V < 1000 V (+39,43 %). Aparelhagem e Sistemas de Medida Controle e Automatismo (+108%) Os Armários de Comando Numérico exibem crescimento acima dos 100%, bem como os Contadores de Electricidade para corrente alterna polifásica (110,95%). Trata-se como já tem sido dito de subsector com ainda reduzido peso na exportação total. Telecomunicações, Electrónica Profissional e Informática (+32%) Continua a manifestar-se dinamismo neste segmento de actividade, com boa performance dos produtos de maior peso: Receptores de Rádio Navegação e O. Painéis Indicadores c/ dispositivo LED ou LCD. Componentes Electrónicos (19%) Volta a destacar-se por um crescimento acima da média do Sector, em que Outros Processadores e Controladores representam cerca de 38,8% das vendas. Recorda-se que, nesta actividade, a uma grande empresa exportadora de Semicondutores de Memória, sucedeu outra empresa, de menor dimensão, exportadora principalmente de Sensores, Controladores e Processadores. Mas é a exportação destes dois últimos produtos que está agora a registar recuperação, contráriamente ao que sucede em componentes passivos e electromecânicos. 8 n. o Novembro / Dezembro 2011
11 comércio externo Aparelhagem Ligeira de Instalação (+21%) Outros Quadros de Tensão < 1000 V continuam a ser o produto com maior crescimento face ao período homólogo (+140%). 4. Importação de Equipamento Eléctrico e Electrónico A Importação continua a dar mostras de um comportamento negativo, evidenciando um decréscimo um pouco mais acentuado (-6%), do que o registado no 1. o semestre (-2%). A actividade de maior peso no total da Importação Telecomunicações, Electrónica Profissional e Informática, continua a apresentar uma variação de -13%, face ao período homólogo, sendo que os três produtos de maior peso (Computadores portáteis, Telefones Móveis, Descodificadores/ Conversores de sinal) são os que apresentam a maior quebra. A Electrónica de Consumo, o 2. o sub-sector de maior peso, acusa uma diminuição, agora mais acentuada, de 12%, a que se junta uma quebra de Electrodomésticos (-5%), reforçando a tónica de que os bens de consumo duradouros são os mais fortemente afectados pela quebra de poder de compra. Com peso não tão significativo, mas com comportamentos igualmente recessivos, temos Acumuladores e Pilhas (-18%) e Lâmpadas e Material de Iluminação (-19%). Continuam em crescimento, embora a ritmo cada vez menor, os subsectores: Aparelhagem e Sistemas de Medida Controle e Automatismo (+11%) Componentes Electrónicos (+14%) Fios e Cabos Isolados (+12%) Cablagens (+13%) Máquinas Equipamentos e Aparelhagem Industrial apresenta uma quase estagnação face ao período homólogo (+1%), contrariando os valores de crescimento (+19%) da primeira metade do ano. A retracção da Economia parece, assim, ter-se feito sentir mais nesta segunda metade do ano, contrariando alguns valores ainda positivos no final de Junho de Exportação por Zonas Económicas e Países Clientes da UE O aumento do peso da União Europeia (+15%) é de um ponto percentual, representando agora 71% do total da Exportação. O Sudeste Asiático (+50%) teve subida acentuada, e aumento em 1 ponto percentual do peso relativo, atingindo os 5%. Restantes Países (-6%), confirma quebra do seu peso relativo, situando-se nos 9%; os PALOPs (+12%) cresceram ligeiramente abaixo da média do Sector, mas mantiveram o peso relativo de 10%. Dentro dos principais Países da UE, a Espanha (-3%) perdeu peso relativo no conjunto das exportações, em detrimento da Alemanha (+17%), continuando no entanto estes dois países a representar 50% do mercado da UE. A França (+23%), Reino Unido (+28%), Itália (+15%) tiveram comportamento relevante, mantendo ou melhorando as suas partes no mercado da UE. Nos pequenos países/mercados, a República Checa (+34%), Polónia (+17%), tiveram comportamento acima da média do Sector. 6. Importação por Zonas Económicas e Países Fornecedores Confirma-se um aumento de 3 pontos percentuais do peso relativo da União Europeia (+3%), atingindo o nível dos 84% da Importação eléctrica e electrónica. O Sudeste Asiático (-16%) registou quebra significativa, bem como a baixa da sua quota de mercado de 12% para 10%. O decréscimo reparte-se pelos países de maior peso: China (-8%), Coreia do Sul (-34%) e Taiwan (-50%). EU América (-10%) e Japão (+37%) continuam países/ mercados fornecedores irrelevantes. O mesmo se diga para os Restantes Países (-6%). Por grandes Países fornecedores da UE, a Espanha (+6%) mantém a liderança com uma representatividade de 31% nos fornecimentos da UE, seguida da Alemanha (+8%), que aumentou o peso relativo em um ponto percentual. Estes dois países, somados, mantêm uma situação semelhante à que detêm como clientes: representam 53% do total importado da UE. França (-5%), Holanda (-7%), Reino Unido (-6%), com compor- Revista Animee 9
12 comércio externo tamentos negativos perderam ou mantiveram quota de mercado; Itália (+14%) foi, para além da Alemanha, o único dos restantes grandes países a aumentar o seu peso relativo. Dos pequenos países/mercados, o relevo deve ser dado à República Checa (+11%) e à Irlanda (+64%). 7. Perspectivas Já atrás referimos o comportamento algo surpreendente da Exportação (Portuguesa e Eléctrica e Electrónica) nos primeiros nove meses do ano em curso, contrariando vaticínios menos optimistas das instituições de previsão económica. Este comportamento provávelmente influirá no decréscimo previsto do PIB em 2011, atenuando-o. A pergunta que fica é: no futuro próximo, este comportamento vai-se manter? No 4. o trimestre de 2011, esperamos que o ritmo de crescimento das vendas ao exterior baixe, mas, em termos anuais, teremos 2011 como um ano de crescimento razoável; Em 2012 estamos em crer que se irá sentir uma redução significativa no ritmo de crescimento, por força de abrandamento pronunciado do mercado europeu. As últimas previsões (Novembro 2011) apontam nesse sentido: Países/Áreas económicas PIB E U América 1,6% 1,9%(2,1) U E Z. Euro 1,6% (1,7) 0,6%(1,0) Alemanha 2,9% (2,8) 0,9%(1,0) Espanha 0,6% (0,7) 0,1%(0,3) França 1,6% 0,6%(0,8) Portugal -1,7% -2,8% China 9,0% 8,6% Japão - 0,5% 2,2% Fontes: The Economist; Banco de Portugal. Entre parêntesis as previsões do mês anterior. As previsões para o próximo ano apontam para uma estagnação na Europa Zona Euro. Nos EU América, apesar das maciças injecções de dinheiro por parte do Banco Central, o crescimento económico não é de entusiasmar. A própria China irá ver o seu crescimento abrandar, por força de uma política monetária mais restritiva, com o objectivo de impedir a formação de bolhas imobiliárias. Só o Japão, fortemente afectado pelo tsunami, irá experimentar forte retoma económica devido ao enorme esforço de reconstrução necessário. Allegro de Magalhães ANIMEE Serviço de Economia SAÍDAS E ENTRADAS POR RAMOS DE ACTIVIDADE JANEIRO - SETEMBRO DE 2011 RAMOS DE ACTIVIDADE SAIDAS (EXPORTAÇÃO) % ENTRADAS (IMPORTAÇÃO) % Máquinas, Equipamentos e Aparelhagem Industrial % % Fios e Cabos Isolados % % Cablagens % % Aparelhagem e Sistemas de Medida, Controlo e Automatismo % % Telecomunicações, Electrónica Profissional e Informática % % Componentes Electrónicos % % Acumuladores e pilhas % % Lâmpadas e material p/iluminação % % Aparelhagem Ligeira de Instalação % % Electrónica de Consumo % % Electrodomésticos % % TOTAL % % Fonte: INE - N. os Provisórios 10 n. o Novembro / Dezembro 2011
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14 comércio externo Saídas Áreas Económicas - Jan./Set. 2011/2010 Exports EU Countries - Jan./Sep. 2011/2010 REST. PAISES JAPÃO U.S.A SUDASIA PALOPS EFTA UNIÃO EUROPEIA Valores em Milhões de Euros Values in Million Euros Saídas Áreas Económicas - Jan./Set Repartição % Exports Economic Areas - Jan./Sep % Breakdown UNIÃO EUROPEIA 71% EFTA 1% PALOPS 10% REST. PAÍSES 9% JAPÃO 1% U.S.A 3% SUDASIA 5% 12 n. o Novembro / Dezembro 2011
15 comércio externo Saídas Países UE - Jan./Set Repartição % Export EU Countries - Jan./Sep % Breakdown HUNGRIA 2% REP. CHECA 3% R.UNIDO 9% POLÓNIA 3% ALEMANHA 34% ITÁLIA 6% HOLANDA 3% FRANÇA 12% BÉLGICA 6% ESPANHA 23% Saídas Países UE - Jan./Set. 2011/2010 Exports UE Countries - Jan./Sep. 2011/2010 POLÓNIA HUNGRIA REP. CHECA R.UNIDO ITÁLIA HOLANDA FRANÇA ESPANHA BÉLGICA ALEMANHA Valores em Milhões de Euros Values in Million Euros Revista Animee 13
16 comércio externo Entradas Áreas Económicas - Jan./Set. 2011/2010 Imports Economic Areas - Jan./Sep. 2011/2010 REST. PAISES JAPÃO U.S.A SUDASIA PALOPS EFTA UNIÃO EUROPEIA Valores em Milhões de Euros Values in Million Euros Entradas Áreas Económicas - Jan./Set Repartição % Imports Economic Areas - Jan./Sep % Breakdown EFTA 0% SUDASIA 10% U.S.A. 1% JAPÃO 1% REST. PAISES 3% UNIÃO EUROPEIA 83% 14 n. o Novembro / Dezembro 2011
17 comércio externo Entradas Países UE - Jan./Set Repartição % Imports EU Countries - Jan./Sep % Breakdown HUNGRIA 3% REP. CHECA 2% R.UNIDO 6% POLÓNIA 2% ALEMANHA 24% ITÁLIA 7% IRLANDA 2% HOLANDA 11% FRANÇA 9% ESPANHA 34% Entradas Países UE - Jan./Set. 2011/2010 Imports UE Countries - Jan./Sep. 2011/2010 POLÓNIA HUNGRIA REP CHECA R.UNIDO ITÁLIA IRLANDA HOLANDA FRANÇA ESPANHA ALEMANHA Valores em Milhões de Euros Values in Million Euros Revista Animee 15
18 comércio externo SAÍDAS (Exportação) JANEIRO / SETEMBRO DE 2011 (por ramos de actividade e principais produtos) RAMOS DE ACTIVIDADE P. PAUTAL DESIGNAÇÃO VALOR EUROS %2011/10 Máquinas e Equipamentos e Aparelhagem Industrial O. Ptes das pos e 85.02, exc as de e ,80% Transformadores de Dieléctrico Líquido > KVA ,86% Distribuidores e bobinas de Ignição ,65% Quadros de comando eléct/distrib > 1000 V e < 72,5 KV ,05% Quadros de comando eléct/distrib > 72,5 KV ,66% Fios e Cabos Isolados Outros Condutores Eléctricos < 80 Volts P/ Telecomunicações ,70% Outros Condutores Eléctricos < 80 Volts ,14% Outros Condutores Eléctricos > 80 V < 1000 V ,43% Outros Condutores Eléctricos p/ tensão > 1000 V ,88% Outros Condutores > 1000 V c/ out. condutores ,21% Cablagens Conexões e Elementos de Contacto para Fios e Cabos ,10% Jogos de Fios p/ Velas de Ignição e para Veículos Automóveis ,77% Outros Condutores Eléctricos < 80 V c/peças de conexão ,64% Aparelhos de Medida, Controlo e Automatismo Armários Comando Numérico p/máq. Aut.Proc.Dados < 1000 V ,82% O. Armários de Comando Numérico ,41% Contadores de electricidade p/ Corrente Alterna Monofásica ,74% Contadores de electricidade p/ Corrente Alterna Polifásica ,95% O. Apar.p/ medida/controle de discos (Wafers) ,17% Telecomunicações, Electrónica Profissional e Informática Máq. A. Pr. D. Digit. Portát, < 10Kg, p. menos 1CPU,1 teclado, 1 ecrã ,80% Telefones p/ redes celulares e p/ o. redes sem fio ,59% Receptores de radionavegação ,17% O. Painéis Indicadores c/ disp. LCD ou LED ,77% O. Partes de máq. e apar. c/ função pp ,47% Componentes Electrónicos Condensadores Fixos de Tântalo ,59% Condensadores Fixos Dieléctricos de Papel ou de plástico ,91% Relés Tensão < 60 V p/ Intensidade > 2 Amperes ,45% O. Dispositivos Fotosensíveis Semicondutores ,29% O. Process e controladores, mm combin c/ mem,conv. ou o circuit ,19% 16 n. o Novembro / Dezembro 2011
19 comércio externo RAMOS DE ACTIVIDADE P. PAUTAL DESIGNAÇÃO VALOR EUROS %2011/10 Acumuladores e Pilhas Pilhas Cilíndricas de Biox. Manganês Alcalinas ,71% Acumuladores de Chumbo de Arranque c/ electrólito líquido ,58% O. Acumuladores de Chumbo que funcionem c/ electrólito líquido ,27% Outros Acumuladores de Chumbo Desperd, resíduos pilhas, baterias e acum elec. n cont.chumbo ,41% Lâmpadas e Material para Iluminação Apar.de Ilumin de o.mater.p/ lâmp. e tubos de incandescência ,99% Outros Aparelhos Iluminação p/ lâmpadas de descarga ,50% Outros Candeeiros de outras Matérias ,64% Projectores ,72% Outros Apar. Eléctricos de Iluminação de outras Matérias ,28% Aparelhagem Ligeira d,e Instalação O. Aparelhos p/ Protecção Circuitos Eléctricos >16 A e < 125 A ,15% Outros Interruptores, Seccionadores e Comutadores ,24% Outras Tomadas de Corrente ,07% Outros Quadros de Tensão < 1000 V ,41% Isoladores de Plástico ,80% Electrónica de Consumo Ap. emiss/transm p/ radiodifus/televis incorp ap receptor ,70% O. Câmaras de Televisão ,91% Ap. Recep/Radiodif, c/ fonte ext.energia, util. automóv., capaz descodificar sinais RDS e c/ sist. Leitura p/ raio laser ,19% Ap. Recep/Radiodif, c/ fonte ext.energia, util. em automóv, capaz descod.sinais RDS comb. c/ ap. reprod/grav. som ,06% Antenas Exteriores p/ Receptores de Rádio e TV via satélite ,81% Electrodomésticos Outros Congeladores Horizontais < 400 L ,59% Outros Congeladores Horizontais > 400 L < 800 L ,82% Fornos Micro-Ondas ,79% Aparelhos para Preparação de Café ou Chá ,43% Partes de Apar. Electrotérmicos ,40% Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística I.P. Dados Estatísticos de Comércio Externo (Jan-Set 11) Revista Animee 17
20 comércio externo ENTRADAS (Importação) JANEIRO / SETEMBRO DE 2011 (por ramos de actividade e principais produtos) RAMOS DE ACTIVIDADE P. PAUTAL DESIGNAÇÃO VALOR EUROS %2011/10 Máquinas e Equipamentos e Aparelhagem Industrial Elevadores e monta-cargas eléctricos ,23% Motores de Potência CC <37,5 V e > 750 W e Geradores CC < 750 W ,26% O. Partes das Pos e 85.02, excepto a da e ,53% Apar. de Iluminação / Sinaliz. Visual eléctr. utilizados em automóveis ,13% Quadros, Painéis, consolas e o. Suportes da pp ,85% Fios e Cabos Isolados Fios p/ bobinar de cobre envernizados/esmaltados ,69% O. Condut. Eléctricos > 80 V < 1000 V, c/ diâmetro de fio > 0,51mm ,13% Outros Condutores Eléctricos > 80 V < 1000 V ,37% Outros Condutores Eléctricos p/ tensão de 1000 V ,46% O. Cabos de Fibras Ópticas ,18% Cablagens Conexões Elementos de Contacto p/ Fios e Cabos ,18% Jogos de Fios p/ Velas de Ignição p/ Aeronaves Civis ,07% Out.Condutores Eléctricos < 80 V c/ Peças de Conexão ,61% Aparelhos de Medida, Controlo e Automatismo Aparelhos de Comando Numérico c/ Máq. Aut. P. Dados < 1000V ,31% Aparelhos de Comando Memória Programável ,83% Outros Armários de Comando Numérico ,95% Contadores de Electricidade p/ Corrente Alterna Polifásica ,22% O. Termóstatos não electrónicos ,68% Telecomunicações, Electrónica Profissional e Informática Máq. Aut. Process.Dados Digitais Portáteis Peso < 10K, Contendo Pelo Menos 1 CPU, 1 Teclado e 1 Écran (Tela) ,98% Telefones para redes celulares e outras redes sem fio ,23% Apar. p/ recepção, conversão e transmissão ou regeneração de voz, imagens e dados, incluindo aparelhos de comutação e encaminhamento ,48% O. Painéis indicadores c/ dispos. LCD/LED ,22% O. Ptes quadros, painéis, consolas e o. suportes pos ,06% Componentes Electrónicos Circuitos Impressos de camada múltipla ,49% Outros Relés O. Disp. Fotosensíveis semicondutores ,21% O. process. e controladores, mm comb. c/ memór, conv ou o.circ ,28% Outros circuitos integrados electrónicos ,69% 18 n. o Novembro / Dezembro 2011
21 comércio externo RAMOS DE ACTIVIDADE P. PAUTAL DESIGNAÇÃO VALOR EUROS %2011/10 Acumuladores e Pilhas Carregadores de Acumuladores Pilhas Cilíndricas Biox.Manganês Alcalinas ,69% Acumuladores Chumbo Arranque c/electrólito Líquido ,16% O. Acumuladores Chumbo Arranque ,76% O. Acumuladores Chumbo que funcionem c/ Electrólito Líquido Lâmpadas e Material para Iluminação O. Balastros p/ lâmpadas ou Tubos de Descarga ,13% O. Lâmpadas Fluorescentes ,93% O. Ap. de Iluminação p/ lâmpadas de descarga ,86% Candeeiros Out. Mat. p/ Lâmpadas e Tubos Incandescência ,44% Out. Ap. Eléctricos de ilumin. de out. matérias ,20% Aparelhagem Ligeira de Instalação Out. Aparelhos protecção de Circuitos Eléctricos ,00% Out. Interruptores Seccionadores e Comutadores ,98% O. Tomadas de Corrente ,67% O. Quadros de Tensão < 1000 V ,95% Quadros, painéis, consolas desprovidos dos seus elementos ,85% Electrónica de Consumo Partes e Acess. p/ Apar. reprodução e gravação de som ,86% O. Discos p/ sistemas de Leitura p/ Laser ,21% Ap. TV c/ ecrã de cristais líquidos O. Ptes Câmaras TV das subposições , e apar. das subposições 8527 e ,95% O. Ptes ,93% Electrodomésticos Frigoríficos Congeladores (Freezers) c/ Porta Ext. Separadas > 340 L ,49% Máq.de Lavar Louça Tipo Doméstico ,04% Máq.de Lavar Roupa automáticas >6 kg e < 10kg Apar. p/ Preparação de Café ou Chá ,13% Partes de Apar. Electrotérmicos ,16% Fonte: INE - Instituto Nacional de Estatística I.P. Dados Estatísticos de Comércio Externo (Jan-Set 11) Revista Animee 19
22 CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA INDÚSTRIA ELECTRÓNICA, ENERGIA, TELECOMUNICAÇÕES E TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO TECNOLÓGICA (*) NÍVEL 5 UE Automação, Robótica e Controlo Industrial Telecomunicações e Redes Gestão de redes e Sistemas Informáticos Desenvolvimento de Produtos Multimédia Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação (*) Protocolo de Prosseguimento de Estudos com Universidades e Instituições do Ensino Superior CURSOS Para Empresas O CINEL desenvolve acções de formação segundo as necessidades específicas de cada empresa ou organização. FORMAÇÃO CONTÍNUA ITED Instalador 100 H 600 Juntista Fibra Óptica 50 H 300 Automação e Controlo Industrial 50 H 250 EPLAN Iniciação 25 H 125 AutoCAD 2 D 50 H 400 AutoCAD 3 D 25 H 250 Microcontroladores PIC s 50 H 250 Microssoldadura 50 H 400 LabView b-learning 140 H KNX _Domótica 50 H 600 Curso Geral de Electrónica 150 H 500 Curso Geral de Telecomunicações 150 H 500 Curso Geral de Redes 175 H Curso Geral de Informática 100 H 350 Curso Geral de Gestão (Comercial) 175 H 600 CCNA Exploration (CISCO) b-learning 400 H CURSOS EM SEMINÁRIOS Negociação 7 H 250 Gestão de Stocks 7 H 250 Gestão de Compras 7 H 250 Gestão de Armazéns 14 H 500 Gestão de Transportes 7 H 250 Logística - Stocks/Arm./Transportes 21 H 750 Segur. em Trabalhos de Manutenção 14 H 500 Merchandising 7H 250 Avaliação e Controlo em Marketing 7 H 250 Finanças P/ Não Financeiros 14 H 500 Gestão de Projectos 14 H 500 Gestão de Processos 14 H 500 Relação c/ Cliente e Postura de Venda 14 H 500 Atendimento e Venda 7 H 250 Laboratórios Virtuais 7 H 250 LabView 7 H 250 INFORMAÇÕES SEDE Pólo de Educação e Formação D. João de Castro Rua Jau (Alto de Santo Amaro) Lisboa Autocarros da Carris: 738, 742 e 60 Eléctrico: 18 Tels. / Fax cinel@cinel.pt DELEGAÇÃO DO PORTO Rua de S. Rosendo PORTO Tels Fax cinel@cinel.org
23 e c o n o m i a Análise ao Orçamento de Estado (OE) 2012 Introdução Todo o OE 2012 está condicionado pelo Programa de Auxílio Económico e Financeiro (PAEF), resultado do acordo entre o Governo Português e a Troika (CE + BCE + FMI). Recorda-se que este programa tem como objectivos fundamentais a redução do rácio Défice Público/PIB para 3% no final do ano de Sendo o Défice de 9,8% no final de 2010, atingir o objectivo acima é uma extremamente difícil tarefa que envolve cortes substanciais na Despesa Pública e aumentos significativos nos Impostos. 1. Principais medidas fiscais do OE 2012 Vejam-se as principais medidas que o Orçamento de Estado para 2012 nos apresenta: Redução da Despesa Pública Corte dos Subsídios de Férias e Natal na Administração Pública Corte dos Subsídios de Férias e Natal aos Pensionistas Redução nas despesas com a Saúde (comparticipações nos medicamentos, aumentos nas taxas moderadoras,..) Redução nas prestações sociais Redução nas despesas de capital (transferências) para os Serviços e Fundos Autónomos, Sector Empresarial do Estado, Administração Local e Regional. Aumento da Receita: Em sede de IRC: aumento da Derrama Estadual, com a parcela de lucro tributável superior a 1,5 milhões de Euros e inferior a 10 milhões a passar a estar sujeita a uma taxa adicional de 3%; enquanto a parcela de lucro superior a 10 milhões de Euros fica sujeita a uma taxa adicional de 5%; eliminação de todas as taxas reduzidas de IRC. Recorde-se que em 2011 se tinha criado uma taxa adicional de 2,5% sobre a parte do lucro superior a 2 milhões de Euros. Em sede de IRS: limitação nas deduções à colecta (despesas com: saúde, educação, pensões de alimentos, imóveis); taxa adicional de solidariedade para os contribuintes de maior rendimento (último escalão); convergência da tributação entre rendimentos de Pensões e do Trabalho; aumento da taxa liberatória sobre as mais valias imobiliárias. Racionalização da estrutura de taxas do IVA (passagem de alguns bens e serviços das taxas Reduzida e Intermédia para a taxa Normal); Actualização de Impostos Especiais de Consumo (Automóveis, Bebidas Alcoólicas e Tabaco); Redução das isenções temporárias de IMI, aumento das taxas em 0,1 pontos percentuais (pp), e prédios pertencentes a entidades sujeitas a regime fiscal privilegiado passam a pagar uma taxa de 7,5%; Acrescente-se que o Governo prevê, com as economias resultantes do aumento de Receita e redução da Despesa, realizar em 2012 uma poupança adicional de milhões de Euros. 2. Receita e Despesa Pública na óptica da Contabilidade Nacional Veja-se como se apresenta o quadro da Receita e Despesa Pública na óptica da Contabilidade Nacional. Estabelece-se o quadro para o período : Este quadro permite ver que os cortes na Despesa Total (-5,8%) são importantes, mas a grande quebra é nas Despesas de Capital Revista Animee 21
24 e c o n o m i a %12/11 Receita Fiscal ,8 Contr. Seg Soc ,4 Out Rec. Corr ,6 Receita Capital ,6 Receita Total ,2 Despesa Corr ,2 Despesa Capit ,7 Despesa Total ,8 Saldo Global ,6 PIB Saldo Global/PIB -9,8% -5,9% -4,5% Nota Valores em milhões de Euros, neste quadro e seguintes. (basicamente, reduções significativas nas Transferências de Capital para Autarquias e Regiões). Parece-nos a quebra na Despesa Corrente (-4,2%) pouco significativa, tendo em conta a elevada redução nas Despesas com Pessoal derivada dos cortes dos Subsídios de Férias e Natal a pensionistas e funcionários públicos. A Receita Total (-3,2%), prevê-se que baixe. Esta baixa será fundamentalmente devida a dois factores: quebra substancial das Receitas de Capital e em menor grau das Contribuições para a Segurança Social (aumento do desemprego e quebra de contribuições devido a cortes nos Subsídios de Natal e de Férias de funcionários públicos e pensionistas). O Saldo Global (Défice), prevê-se, que baixe cerca de milhões de Euros para os 4,5% do PIB, mas é preciso ter em conta que o défice previsto para 2011 ( milhões de Euros) entra em linha de conta com a operação contabilística de incorporação, como Receita, de parte do Fundo de Pensões da Banca, num montante de cerca de 2,3 mil milhões de Euros. No entanto, será o montante total do Fundo de Pensões da Banca (cerca de 6 mil milhões de Euros) que será transferido para a Segurança Social. Parece que a parte excedente a 2,3 mil milhões será reinjectada na Economia, via devolução aos Bancos, para pagamento de parte da dívida das empresas públicas à Banca. Sem tal incorporação, o Défice seria da ordem dos milhões de Euros, e então a redução prevista do Défice em 2012 será de cerca de milhões de Euros. De qualquer modo esta redução será menor do que a poupança de milhões de Euros que o Governo conta fazer em 2012, com as reduções na Despesa e aumentos na Receita. Parece-nos que o Governo estará a criar uma almofada para fazer face a: despesas imprevistas que poderão vir à superfície em 2012 (como aconteceu este ano com a Defesa e as Forças de Segurança e Região Autónoma da Madeira); défices superiores aos previstos nos Sectores Público Empresarial e da Saúde; quebra sensível da actividade económica em 2012 que leve a eventual redução da Receita Fiscal prevista. 3. Receita Pública Veja-se agora o quadro da Receita Fiscal, ventilada pelos principais Impostos: %12/11 Impostos Directos dos quais: ,5 IRS ,1 IRC ,3 Impostos Indirectos dos quais: ,6 IVA ,6 ISPE (ex ISP) ,9 I: Tabaco ,0 I. Selo ,3 IS Veículos ,5 TOTAL ,9 O primeiro reparo é que o montante total de Receitas Fiscais que este quadro mostra (35159 m ) é diferente do que mostra o quadro da Receita e Despesa Pública segundo a óptica da Contabilidade Nacional (41215 m ] e o da Receita e Despesa Pública segundo a óptica da Contabilidade Pública (40756 m ). Julgamos que no IRS a quebra prevista tem a ver principalmente com dois factores: recessão prevista para 2012 que irá afectar negativamente o nível de Emprego e de Rendimentos; corte dos Subsídios de Natal para Funcionários Públicos e Pensionistas, que terá um efeito fortemente negativo no IRS pago por estes agentes económicos. No IRC a quebra terá a ver 22 n. o Novembro / Dezembro 2011
25 e c o n o m i a fundamentalmente com os efeitos negativos da Recessão nos Lucros das empresas. Nos Impostos Indirectos, o agravamento das taxas do IVA para um razoável número de bens e serviços, com especial incidência na Electricidade e Gás, terá levado a uma previsão que nos parece algo optimista, por não entrar em linha de conta com economias/ maior eficiência na utilização desses bens e serviços. O mesmo se diga para o ISV (antigo IA), em que se regista um acréscimo nas taxas de imposto, mas que deverá ter como contraponto uma continuada quebra na venda de Veículos Automóveis. 4. Despesa Pública Dos quadros de Despesa Pública que figuram no OE 2012, escolhemos o quadro da Despesa do Estado, segundo a Classificação Funcional, por ser aquele que melhor exprime os pesos relativos das principais componentes da Despesa Pública. Pode-se ver no quadro abaixo que, em 2012, as funções sociais do Estado Educação, Saúde, Segurança e Acção Social mais os Juros da Dívida Pública representam 72% da Despesa do Estado. Podemos também ver que todas as componentes da Despesa registam quebras em 2012, de maior ou menor intensidade. Só uma experimenta crescimento acentuado: os Juros da Dívida Pública, por razões óbvias. Acrescenta-se que também o valor total da Despesa não coincide com o do quadro inicial de Receita e Despesa, mas aqui há uma explicação: não estão incluídas as Despesas da Administração Regional e Local, dos Fundos e Serviços Autónomos e da Segurança Social %12/11 Funç. Soberan Funç Sociais das quais: Educação Saúde Seg. Social Funç. Económ Outr. funções, das quais: Juros Dív. Púb Transfªs. Adm TOTAL Sistema Fiscal IRC Eis as principais alterações ao Código do IRC: Art. o 29 Elementos depreciáveis ou amortizáveis No n. o 1 passam a ser aceites como gastos as depreciações e amortizações de activos biológicos que não sejam consumíveis. Art. o 52 Dedução de prejuízos fiscais No n. o 1 aumenta-se de quatro para cinco o número de períodos de tributação futuros em que se podem deduzir aos Lucros (se os houver) os Prejuízos apurados num determinado período de tributação. No entanto, no n. o 2 limita-se o montante dessa dedução, em cada período, a 75% do respectivo Lucro tributável. Art. os 65 e 66 Pagamentos a entidades não residentes sujeitas a um regime fiscal privilegiado e Imputação de lucros de sociedades não residentes sujeitas a um regime fiscal privilegiado Restringe-se nestes dois artigos o espaço de manobra existente no relacionamento entre sujeito passivo de IRC e entidades residentes em territórios de regime claramente mais favorável, em que esse sujeito passivo detém participação social. Art. o 71 Regime específico de dedução de prejuízos fiscais (Regime especial de tributação de Grupos de sociedades) Aqui registam-se alterações ao n. o 1 a) e b), estabelecendo-se que os prejuízos de cada sociedade do grupo, verificados em períodos anteriores, só podem ser deduzidos até ao limite de 75% do lucro tributável dessa sociedade (n. o 2 do art. o 52); o mesmo regime se passa a aplicar aos lucros tributáveis do Grupo: só podem ser deduzidos até 75% do seu lucro tributável. Revista Animee 23
26 e c o n o m i a Art. o 87 Taxas Aqui a grande alteração consiste na fixação, novamente, de uma taxa única sobre toda a matéria colectável: 25% (foi revogado o regime anterior que estabelecia duas taxas: uma, de 12,5% sobre a matéria colectável até , a outra, de 25% sobre a matéria colectável superior a ). Cria-se também no n. o 4 uma alínea i) que estabelece uma taxa de IRC de 30% para os rendimentos de capitais pagos a entidades não residentes, sediadas em país ou território sujeito a regime fiscal claramente mais favorável. Art. o 87 A Derrama Estadual Estabelecimento de novo regime desta Derrama, criada em 30 Junho de 2011: sobre a parcela de Lucro tributável superior a e inferior a incide uma taxa adicional de3%; sobre a parcela superior a a taxa de 5%. No regime especial de tributação de grupos de sociedades estas taxas incidem sobre o lucro tributável de cada sociedade do grupo e sobre a sociedade dominante. (O regime anterior deste artº. estabelecia uma derrama (taxa adicional) de 2,5% sobre a parcela de lucro tributável superior a ). Art. o 105 A Cálculo do pagamento adicional por conta Sendo o pagamento do IRC feito em três pagamentos por conta com posterior acerto de contas aquando da entrega da declaração anual de rendimentos, o pagamento da Derrama Estadual segue o mesmo regime. Criou-se assim o pagamento adicional por conta, que significa o pagamento da Derrama Estadual em três prestações, em termos semelhantes aos do pagamento do IRC. O que o OE 2012 vem estabelecer para os pagamentos adicionais por conta, com a alteração das taxas da Derrama Estadual, está expresso no quadro abaixo: LUCRO TRIBUTÁVEL TAXAS (PAGAM. ADIC.CONTA) Mais 1,5 < 10 milhões 2,5% Mais 10 milhões 4,5% O pagamento adicional por conta é feito nos moldes do art. o 87 A: sobre a parcela de lucro tributável acima de 1,5 milhões e abaixo de 10 milhões (8,5 milhões de Euros) incide a taxa de 2,5%; sobre a parcela acima de 10 milhões a taxa a aplicar é de 4,5%. Art. o 126 Representação de entidades não residentes As entidades que não têm sede nem direcção efectiva em território português, não possuem aí estabelecimento estável, mas nele obtêm rendimentos, são obrigadas a designar uma pessoa singular, ou colectiva, que os represente perante a Administração Fiscal, quanto às suas obrigações referentes a IRC (n. o 1 do art. o ). A alteração processa-se no n. o 2, em que se estabelece que tal não é aplicável, ou é meramente facultativo para as entidades residentes na UE ou no Espaço Económico Europeu, estas últimas desde que estejam obrigadas à cooperação administrativa no domínio da fiscalidade, nos mesmos moldes da existente na UE. *** Allegro de Magalhães ANIMEE Serviço de Economia 24 n. o Novembro / Dezembro 2011
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