A CRIANÇA E AS RELAÇÕES ESPACIAIS: (RE)DESCOBRINDO SEUS ESPAÇOS 1

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1 A CRIANÇA E AS RELAÇÕES ESPACIAIS: (RE)DESCOBRINDO SEUS ESPAÇOS 1 FERNANDES, Vera Lucia de Lima 2 RESUMO PEREIRA, Jefferson witter 3 O presente artigo foi elaborado com intuito de relatar as práticas pedagógicas vivenciada pela turma do 6º semestre do curso de pedagogia da Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT, na extensão de uma escola municipal na cidade de Sinop-MT, e também fazer um breve estudo sobre geografia e a relação da criança com o espaço que ela ocupa, sendo que o objetivo primordial do projeto é de melhorar o ambiente da escola tornando o mais agradável possível para que as crianças possam desfrutar melhor o espaço escolar. Sensibilizar a crianças em relação ao cuidado e zelo pelo local. O desenvolvimento do projeto começou com visitação no local, após, aconteceu \ reunião com os grupos para discussão da idéias e por último a execução, portanto conclui-se que o objetivo foi alcançado, porque percebe-se que já houve mudanças no local, o ambiente ficou mais atraente. Esse trabalho foi gratificante para os grupos envolvidos porque, como se trata de um órgão público sabe-se que não são só as crianças as beneficiadas e sim toda a comunidade que de uma maneira ou outra utiliza, ou venha usar o local. INTRODUÇÃO O presente artigo visa fazer um recorte sobre o que se entende por geografia dentro do contexto social e natural, correlacionando com a geografia enquanto disciplina escolar. Tem como perspectiva contextualizar em poucas palavras como a geografia foi introduzida no currículo das escolas francesas e como era entendida e por qual motivo era estudada, e tentar compreender o significado de tempo espaço, e a relação do homem enquanto sujeito social com esse meio. 1 Trabalho apresentado na disciplina de Geografia para inicio da Escolarização, orientado pela professora Ms. Edneuza Alves Trugillo. 2 Acadêmica do 6º Semestre do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Estado de Mato Grosso- UNEMAT- Campus de Sinop- vera_fernandes42@hotmail.com 3 Acadêmico do 6º Semestre do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Mato Grosso UNEMAT- Campus de Sinop.

2 Em outro momento do estudo busca-se analisar como a criança, em idade escolar, compreende e analisa o espaço aonde vive. Para melhor compreensão deste estudo aproveitaremos a vivencia que fizemos enquanto acadêmicos do 6º semestre do curso de pedagogia da Universidade do estado de Mato Grosso- UNEMAT, junto à extensão da escola Rodrigo Damasceno, cujo projeto tinha como objetivo melhorar o ambiente da escola, tornando o mais agradável e saudável, além de despertar e sensibilizar nas crianças o interesse de cuidar e zelar pelo ambiente da escola. DESENVOLVIMENTO: A geografia foi introduzida nos currículos escolares com a finalidade de abordar as relações do homem com a natureza de maneira objetiva, para formulação de leis gerais de interpretação PCNs (2001, p.103).. Era essa geografia que evidenciava a explicação objetiva e quantitativa da realidade que fundamentava a escola francesa, que introduziu ao pensamento geográfico o imaginário da ciência, não politizada, com o argumento da neutralidade do discurso Cientifico. Nesse sentido o PCNs (2001, p. 103) diz que: Essa geografia era marcada pela explicação objetiva e quantitativa da realidade que fundamentava a escola francesa de então. Foi essa escola que imprimiu ao pensamento geográfico o mito da ciência asséptica, não politizada com argumento da neutralidade do discurso cientifico. [...[. Foram essas tendências da geografia, juntamente com as correntes de pensamentos que delas se abriram, que ficou conhecida como Geografia Tradicional, a qual valorizava o papel do homem como sujeito, sugeria-se a analise da produção do espaço geográfico, estudar a relação/natureza sem priorizar as relações sociais. Neste contexto buscava se estudar a população, mas não a sociedade a qual essa população estava inserida, tentava compreender os estabelecimentos humanos, mas não estudava as relações sociais; preocupava-se com as técnicas e instrumentos de trabalho, mas não com a produção obtida desses esforços (trabalho).conforme nos diz os PCNs (2001, p. 103)

3 Essa tendência da Geografia e as correntes que dela se desdobraram foram chamadas de Geografia Tradicional. Apesar de valorizar o papel do homem como sujeito histórico, propunha-se, na análise da produção do espaço geográfico, estudar a relação homem natureza sem priorizar as relações sociais [...[. Segundo os PCNs, em se tratando de geografia no ensino desde de seu ingresso nos currículos escolares, até os dias atuais ela é na maioria das vezes entendida como somente estudo descritivo das paisagens naturais e humanizadas, entendendo-se que deve ser separada do espaço vivido pela sociedade e das relações incoerentes de produção e organização do espaço. No ensino, essa geografia se traduziu, e muitas vezes ainda se traduz, pelo estudo descritivo das paisagens naturais e humanizadas, de forma dissociada do espaço vivido pela sociedade e das relações contraditórias de produção e organização do espaço. (PCNs,2001, p. 104) O homem pode produzir seu espaço geográfico baseado na sua necessidade histórico-social, levando em consideração a sua organização econômica e social. Neste sentido compreende-se que a percepção espacial de cada indivíduo ou sociedade é notada por laços afetivos e referencias sócios culturais. Nesse sentido os PCNs (2001, p. 110) nos trazem que: [...] nessa perspectiva, a historicidade enfoca o homem como sujeito construtor do espaço geográfico, um homem social e cultural, situado para além e através da perspectiva econômica e política[...[ Entende-se que o homem tem necessidade de adquirir condições materiais para sua existência, o mesmo intervém no mundo natural para buscar esses recursos e com essa necessidade acaba interferindo na natureza modificando-a, neste contexto Antonini (2008) descreve que: O homem tem necessidade de adquirir as condições materiais para a existência. Para tanto intervém no mundo natural para dele se apropriar. Antonini (2008) Diz que: o homem e a natureza se relacionam. Essa relação depende do estágio de domínio técnico e do tipo de conhecimento sobre a natureza que ele acumulou

4 baseando-se na fala da autora é que podemos relatar a idéia do projeto desenvolvido pelos alunos do Curso de Pedagogia UNEMAT e a extensão da EMEB Rodrigo Damasceno onde a escola aqui citada foi o local escolhidos para as realizações das Práticas Pedagógicas interdisciplinar das disciplinas de Geografia para Inicio da Escolarização, Artes para inicio da Escolarização e Ciências para Inicio da escolarização, essa junção das instituições foi possível pois a professoras das escola sentiu necessidade melhorar o ambiente escolar e convidou as professoras da UNEMAT para desenvolver o projeto, as professoras gostou da idéia e sugeriu a turma do 6º Semestre para desenvolver o projeto, a idéia foi aceita e as primeiras visitas foram feitas no local, para conhecimento conforme afirma Antonini (2008) é preciso que o processo de ensino de ciências leve em consideração os dados oriundos da vivencia do aluno, o nível de percepção do mundo que apresenta para poder organizá-la Nesse sentido com nossas visitas à extensão da EMEB Rodrigo Damasceno, pudemos colher alguns dados com as professoras que seriam necessário para a organização do projeto, feito essa coleta de dados passamos a segunda fase que seria resolver o que faria no local para melhorar o ambiente, optou-se pela construção de uma horta, arborização e jardinagem do local. A turma foi dividida em três grandes grupos sendo que cada grupo ficou responsável por uma parte do projeto. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após os diálogos com as professoras que trabalham na escola, e verificando as necessidades de mudanças cada grupo reuniu-se e traçou mentalmente o seu projeto e a partir da mentalização do projeto começo a executá-los, compreende-se que o mapa mental seja necessário em cada projeto executado, porque ele nos traz imagens de ambiente já conhecidos, direta ou indiretamente o qual poderá ser adaptado, nesse novo momento, neste sentido (ARCHELA; GRATÂO; TROSTDON, 2004) afirma que: mapas mentais são imagens espaciais que as pessoas tem de lugares conhecidos, direta ou indiretamente.

5 A criança que possuem noção de espaço geográfico antes de ir para a escola tem mais facilidade de assimilar e de se localizar no ambiente compreendendo se como ser integrante da paisagem e do espaço em que se encontra. Nesse sentido refletiremos como os profissionais lidam com essa realidade. O professor de educação infantil estaria preparado para introduzirem esse conhecimento? E os professores de educação básica têm formação ou estão preparados para atender e representar essas noções de espaço tem o conhecimento empírico quando o ainda não apresentado ao aluno? O professor de 1 grau pouco aprende em seu curso de formação que o habilite a desenvolver um programa destinado a levar o aluno a dominar conceitos espaciais e sua representação. (Almeida ; Passine, 2002) Assim já que os profissionais em seus currículos de formação não estão sendo preparados ou não aprofundam suas pesquisas acerca de assuntos específicos. Analisaremos a importância de bases sustentáveis para fazer eficaz o conhecimento geográfico refletindo no aluno. Segundo Almeida, mapa é uma representação codificada de um determinado espaço real. O mapa é utilizado desde a pré-história com o objetivo de melhorar a situação ou a organização social. A geografia faz um uso mais amplo do mapa, o mapa explorado na investigação e apuração dos dados. Nesse sentido, faz-se necessário que todos os aprendam a ler construtivamente, os mapas que utilizamos no dia a dia. Quando nos deslocamos de um lugar a outro, quando fazemos viagens de turismo, compramos um imóvel analisamos sua planta ou rota a seguir. Assim nos perguntamos se conseguimos fazer uma leitura correta destes mapas ou simplesmente codificamos os mesmos por instintos, fazendo uso apenas do senso comum, sem que seja feita a analise com senso critico e cientifico. encontramos pessoas em tentativas de ensaio e erro, por desconhecerem a forma correta pratica de utilização de plantas e desenhos em escala. (Almeida, e. Passini, 2002). No entanto a escola não vem cumprindo com seu papel na organização teórica dessas noções de espaço e mapas na educação básica. Para que a

6 escola possa contribuir com a aquisição do conhecimento de organização espacial no aluno deixamo-nos aqui uma sugestão didática. Procedimento: acompanhar as crianças em um passeio pelas dependências do prédio da escolar (sala de aula, biblioteca, sala da coordenação, secretaria sala dos professores, cozinha refeitório cantina quadra parque etc...). De volta sala as crianças devem representar a experiência em um mapa mental por meio de um desenho (planta baixa) ou colagens que demostre de forma mais real possível o que observaram. Objetivo: desenvolver no aluno a observação e a visão para que a partir desse construam conhecimentos concretos de espaço geográfico e físico compreendendo e organizando os dados. É por meio da ação em seu espaço cotidiano, que a criança fara ligação com o conhecimento teórico e será capaz de realizar pesquisa construindo seu próprio conhecimento. Quando a criança reflete sobre o que desenvolveu fazendo um paralelo do erro e acerto ela oportuniza a concepção do espaço e sua organização chegando à abstração reflexiva. A criança aprende a fazer a leitura espacial e ambiental através das experiências vividas no cotidiano escolar, transformando o conhecimento que autor somente teórico agora passa ser significativo, concreto porem essa atividade precisa ser orientada, coordenada, dirigida e dinamizada para alcançar o objetivo que se espera dela, caso contrario ela desvia de seu foco tornando se improdutiva, ineficaz e desnecessária para o fim que se esperava dela. o que é a geografia escolar na atualidade? Como ela se realiza? Como o professor a constrói? Quais os desafios da pratica do ensino da geografia? Quem são os alunos da geografia? Assim, entende-se que o termo lugar no seu sentido geral significa uma porção ou parte dela no meio terrestre, portanto a escola é um lugar, onde se recebe as crianças para troca de conhecimentos e que esse deveria ser aconchegante para que ela sentisse prazer de estar ali.

7 CONCLUSÃO: Portanto, com a execução das práticas pedagógicas realizada na extensão da EMEB Rodrigo Damasceno, conclui-se, que nesse momento há um entrelaçamento entre a teoria que aprendemos nas literaturas dentro da sala de aula e a prática realizada. Assim, para que ocorra esse momento é preciso que o professor como mediador da situação esteja preparado e tenha domínio do objetivo que ele quer alcançar com aquele trabalho proposto, alem de que o professor deve oferecer condições para que os alunos tenham possibilidades de atingir o desenvolvimento integral do projeto em questão. Um fator relevante das práticas pedagógicas é que o acadêmico deixa a sala de aula e vai vivenciar as realidades que poderão encontrar futuramente quando for um profissional da educação. Neste sentido Freinet enfatizava nas suas propostas pedagógicas a importância de não permanecer apenas dentro da sala de aula, mas explorar todo o ambiente que está do lado de fora, conhecendo a comunidade e trabalhando em grupo. Assim pode-se concluir que o nosso projeto alcançou o objetivo proposto, fizemos melhorias na escola, e essas poderá se estender a toda comunidade que de alguma forma um dia poderão usar aquele ambiente.

8 REFERÊNCIAS: ALMEIDA, Rosângela Doin de.passini, Elza Yasuko. O espaço geográfico: ensino e representação. 12 ed. São Paulo: Contexto, ANTONINI, Elizabeth. A Natureza e a descoberta da realidade Natural e Artificial Cuiabá EdUFMT, ANGOTI, Maristela; TREVISAN,Graziela. Pedagogia Freinet e as Contribuições Para Se Pensar a Educação Infantil Atual- Campus de Araraquara Faculdade de Ciencias e Letras Pedagogia- Bolsa BAAE III Monitoria (PROEX). ARCHELA,Rosely Sampaio; GRATÃO Lucia Helena B.;TROSTDOR, Maria A. S. O Lugar dos Mapas Mentais Na Representação do Lugar-Geografia- Londrina_volume 13- Número 1- Jan-jun Parâmetros Curriculares Nacionais: História e geografia/ Ministério da educação. Secretaria da Educação Fundamental. - 3.ed- Brasília: A Secretaria, 2001.