A ORDEM GEOPOLÍTICA DA GUERRA FRIA - SÍNTESE.

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1 GEOPOLÍTICA TIGRÃO. A ORDEM GEOPOLÍTICA DA GUERRA FRIA - SÍNTESE. A Guerra Fria, também denominada Velha Ordem Geopolítica, correspondeu ao conflito político-ideológico entre as duas superpotências vencedoras da II Grande Guerra: os Estados Unidos, defensores do capitalismo, e a União Soviética, defensora do socialismo( Bipolarização Geopolítica) Correspondeu ao período compreendido entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Recebeu a denominação de fria porque não ocorreram conflitos armados diretos entre as superpotências (somente indiretos tais quais a Guerra do Vietnã e do Afeganistão), embora o mundo todo temesse a ocorrência de um novo conflito mundial, uma vez que ambas as superpotências detinham significativos arsenais de armas nucleares. Curiosamente, o temor do possível uso de armas nucleares, resultou num período de paz armada, denominado equilíbrio do terror. O início da Guerra Fria foi resultado de uma série fatos geopolíticos, dentre os quais destacaram-se: REVOLUÇÃO RUSSA (BOLCHEVIQUE- OUTUBRO DE 1917) - A industrialização da Rússia ocorreu com atraso de mais de um século em relação à Inglaterra, mas foi favorecida pelo fim da servidão, que liberou mão-de-obra, e pelos investimentos estrangeiros. As péssimas condições de trabalho levaram os operários a se organizarem em torno de partidos com ideais socialistas. Divergências internas dividem o PDSOR (partido de oposição ao czar) em bolcheviques (vermelhos) e mencheviques (brancos). Duramente reprimidas, as rebeliões populares de 1905 fortaleceram as organizações partidárias e preparam o povo para a revolução. A Primeira Guerra Mundial enfraqueceu ainda mais o governo do czar Nicolau II. Em dois anos de luta, seu exército sofreu 7 milhões de baixas. A população civil padeceu com a fome e o desemprego. Em fevereiro de 1917, o czar abdicou e foi instalada uma república liderada por Kerensky (menchevique). Em novembro, os bolcheviques comandados por Lênin e Trotsky tomam o poder. Logo após, assinam a paz com a Alemanha, efetuam uma radical reforma agrária e nacionalizam bancos, indústrias e meios de transportes. Os russos-brancos, apoiados pelas potências capitalistas (Inglaterra, França e EUA), resistem e iniciam uma sangrenta guerra civil que dura três anos ( ), mas é vencida pelo Exército Vermelho. Em 1924, Lênin morreu e foi substituído por Stálin, que passou a perseguir todos os seus adversários (principalmente os adeptos de Trotsky), condenando centenas de milhares à morte e milhões ao exílio na Sibéria. Suprimiu A NEP e adotou os planos qüinqüenais. A URSS tornou-se, assim, uma grande potência. FASCISMO - Regime político de caráter totalitário que surge na Europa no entre - guerras ( ). Originalmente é empregado para denominar o regime político implantado pelo italiano Benito Mussolini entre 1919 e Suas principais características são o nacionalismo, que tem a nação como forma suprema de desenvolvimento, e o corporativismo, em que os sindicatos patronais e trabalhistas são os mediadores das relações trabalhistas. O fascismo nasce oficialmente em 1919, em Milão, quando Mussolini funda o movimento intitulado Fascio de Combatimento, cujos integrantes, os camisas pretas (camicie nere), se opõem à classe liberal. Em 1922, as milícias fascistas desfilam na Marcha sobre Roma. Pretendem tomar o poder militarmente e ocupam prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo a formação de um novo gabinete. Mussolini é convocado para chefiar o governo do país, que atravessa profunda crise econômica, agravada por greves e manifestações de trabalhadores. Por meio de fraudes, os fascistas conseguem maioria parlamentar. Em seguida, Mussolini dissolve os partidos de oposição, persegue parlamentares oposicionistas e passa a governar por decretos. As características do regime são cerceamento da liberdade civil e política, unipartidarismo, derrota dos movimentos de esquerda e limitação ao direito dos empresários de administrar sua força de trabalho. A política adotada, entretanto, é eficiente na modernização da economia industrial e na diminuição do desemprego. NAZISMO 1 - Após a Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi palco de uma revolução democrática que se instaurou no país. A primeira grande dificuldade da jovem república foi ter que assinar, em 1919, o Tratado de Versalhes que, impunha 1 O neonazismo está associado ao resgate do nazismo ou nacional-socialismo, ideologia política criada por Adolf Hitler, no começo da década de O movimento neonazista (ou neo-nazi) tem suas origens colocadas em preceitos racialistas, primando sempre pela "raça pura ariana". Os seguidores da doutrina em sua maioria promovem preconceito contra grupos específicos, como homossexuais, negros, índios, judeus e comunistas. Algumas correntes preferem apenas a segregação da "raça pura ariana" das demais "raças", condenando agressões físicas contra tais grupos (não condenando porém violência moral e psicológica, às vezes assegurada por lei). Outras promovem explicitamente o ataque físico aos grupos citados. Há grande oposição vinda dos neonazistas com relação a grupos punks, fazendo com que cresça uma hostilidade entre os dois grupos. Apesar da prática racialista ou racista, os neo-nazis não se denominam racistas, promovendo às vezes debates e reuniões sobre seu movimento e culturas opostas à ideologia nazista, com o intuito de engrandecer a favorecer o movimento neonazista. Não raramente estas reuniões são planejadas de modo que induzam jovens a participar destes movimentos. Tais encontros, em que membros se declaram explicitamente a favor da doutrina nazista, são proibidos (por propagação de

2 pesadas obrigações à Alemanha. À medida que os conflitos sociais foram se intensificando, surgiram no cenário políticoalemão partidos ultranacionalistas, radicalmente contrários ao socialismo. Curiosamente, um desses partidos chamava-se Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) e era liderado por um ex-cabo de nome Adolf Hitler. As eleições presidenciais de 1925 foram vencidas pelo velho Von Hindenburg que, com a ajuda do capital estrangeiro, especialmente norte-americano, conseguiu com que a economia do país voltasse a crescer lentamente. Esse crescimento, porém, perdurou somente até Foi quando a crise econômica atingiu com tal força a Alemanha, que, em 1932, já havia no país mais de 6 milhões de desempregados. Nesse contexto de crise, os milhões de desempregados, bem como muitos integrantes dos grupos dominantes, passaram a acreditar nas promessas de Hitler de transformar a Alemanha num país rico e poderoso. Assim, nas eleições parlamentares de 1932, o Partido Nazista conseguiu obter 38% dos votos (230 deputados), mais do que qualquer outro partido. Valendo-se disso, os nazistas passaram a pressionar o presidente e este concedeu a Hitler o cargo de chanceler (chefe do governo). No poder, Hitler conseguiu rapidamente que o Parlamento aprovasse uma lei que lhe permitia governar sem dar satisfação de seus atos a ninguém. Em seguida, com base nessa lei, ordenou a dissolução de todos os partidos, com exceção do Partido Nazista. Em agosto de 1934, morreu Hindenburg e Hitler passou a ser o presidente da Alemanha, com o título de Führer (guia, condutor). Fortalecido, o Führer lançou mão de uma propaganda sedutora e de violência policial para implantar a mais cruel ditadura que a humanidade já conhecera. A propaganda era dirigida por Joseph Goebbles, doutor em Humanidades e responsável pelo Ministério da Educação do Povo e da Propaganda. Esse órgão era encarregado de manter um rígido controle sobre os meios de comunicação, escolas e universidades e de produzir discursos, hinos, símbolos, saudações e palavras de ordem nazista. Já a violência policial esteve sob o comando de Heinrich Himmler, um racista extremado que se utilizava da SS (tropas de elite), das SA (tropas de choque) e da Gestapo (polícia secreta de Estado) para prender, torturar e eliminar os inimigos do nazismo. No plano econômico, o governo hitlerista estimulou o crescimento da agricultura, da indústria de base e, sobretudo, da indústria bélica. Com isso, o desemprego diminuiu, o regime ganhou novos adeptos e a Alemanha voltou a se equipar novamente, ignorando os termos do Tratado de Versalhes. SEGUNDA GUERRA MUNDIAL - Após a derrota na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha não deixou de lado suas idéias expansionistas, e em 1938 retomou suas ofensivas em direção a Áustria, anexando-se ao seu território, além de uma parte do território tcheco, essas ações demonstravam o foco de uma possível guerra de grandes proporções, até porque a tecnologia bélica tinha evoluído bastante desde a Primeira Guerra Mundial. A Alemanha tinha perdido terras que passaram a pertencer à Polônia, terras que davam para o mar. A Alemanha queria tomar as terras que formavam um corredor, que dava acesso ao porto. Como o governo alemão não tinha justificativa para atacar a Polônia, eles criaram um motivo, soldados alemães vestiram o uniforme militar polonês e atacou uma torre de rádio alemã, criada a justificativa o governo alemão invadiu a Polônia, e nesse mesmo momento deu início a um conflito armado sem precedentes que gerou a Segunda Guerra mundial. Em meados de 1940, os alemães com suas tropas deram início àquela que ficou conhecida como Guerra relâmpago, pois as tropas, com auxílio de tanques blindados, aviões e navios, executaram um ataque fulminante a vários países (Dinamarca, Noruega, Países Baixos e Bélgica) que simultaneamente foram ocupados, além de expulsar as tropas francesa, inglesa, e belga para fora do continente, no mesmo ano Paris foi ocupada pelo exército nazista, Londres foi bombardeada e ficou parcialmente destruída, mas suportou os ataques por seis meses, quando as tropas alemãs desistiram, pois o arsenal aéreo Britânico superava o nazista. Em 1941, as alianças nesse conflito ficaram explícitas, se dividiram em Países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e Países Aliados (França, Inglaterra e posteriormente os EUA). Ainda no ano de 1941, os alemães necessitavam de matériaprima (minérios, cereais e petróleo) para abastecer a indústria bélica, e então atacou o território Russo. No primeiro momento obteve êxito, pois o ataque foi surpresa, chegando até o subúrbio de Moscou, mas os russos se estruturaram e ao final de 1941 e início de 1942, os alemães sofreram varias derrotas. O Japão entrou na guerra com intenção de expandir seu território e seu domínio no oriente, já os EUA entraram no conflito por causa do ataque japonês que receberam na base militar de Pearl Harbor. A aliança do Eixo obteve êxito na guerra com grandes conquistas e continuava sua expansão até no início de 1942, expansão essa que atingiu a Europa, África e Ásia. Enquanto a aliança sofria derrotas significativas, como a do Japão, em maio de 1942, os EUA se reforçavam belicamente para uma futura ação ofensiva contra os japoneses. Em 1944, já era nítido o lado vencedor, os Países Aliados, que estavam em direção a Berlim, e já haviam retirado as tropas alemãs da França e de outros países da Europa. Em 1945, várias cidades alemãs foram bombardeadas, no mesmo ano a Polônia foi tomada pelos alemães quando as tropas da Aliança chegaram a Berlim, e então, em 30 de abril de 1945, Adolf Hitler suicidou, e no mesmo ano, mais precisamente em 8 de maio, o sucessor de Hitler, o Almirante Dönitz anunciou a rendição alemã. Mas essa atitude ainda não significou o fim total do conflito, pois no oriente, os EUA se aproximavam e ocupavam cada vez mais as bases japonesas. Em 6 de agosto de 1945, os americanos lançaram bombas atômicas demonstrando o novo recurso bélico. Foram lançadas duas bombas, a primeira na cidade de Hiroxima, e a segunda três dias nazismo) na maioria dos países do mundo, porém muitas vezes tal proibição é relevada, como acontece em alguns países da Europa e nos EUA.

3 depois em Nagasáqui, e de forma incondicional o Japão declarou sua rendição. Em 19 de agosto oficializou-se o término da guerra. Em fevereiro de 1945, aconteceu em Criméia a conferência de Yalta, reunindo o soviético Stalim, o inglês Churchill e o presidente norte americano Roosevelt, e juntos resolveram criar a Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a Segunda Guerra Mundial, ocorreu um dos piores atos provocados pelo homem, o holocausto, no qual cerca de 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas, entre 1930 e O saldo deixado pela Guerra Mundial foi um gasto em torno de 1 bilhão e 300 milhões de dólares, 30 milhões de feridos e 50 milhões de mortos, a URSS perdeu 20 milhões de pessoas, a Polônia 6 milhões, a Alemanha 5 milhões e meio, Japão 1 milhão e meio e 6 milhões de judeus foram mortos pelos nazistas. A Guerra Fria esteve vinculada a inúmeros fatos geopolíticos, dentre os quais se destacaram: 1945 (Fevereiro) Conferência de Yalta (URSS) reunião entre os líderes aliados J. Stalin (URSS), F.D. Roosevelt (EUA) e W. Churchill (Grã-Bretanha), na qual se deliberou, entre outros, a influência soviética no leste europeu, onde se instituíram governos comandados por partidos comunistas totalitários (alinhados a Moscou); 1945 (01 de Maio) Tomada de Berlim pelos soldados da URSS, implicando a rendição alemã; 1945 (Julho-Agosto) Conferência de Potsdam (Alemanha) reunião entre os líderes da URSS, EUA, Grã-Bretanha e França, na qual se estabeleceu: a criação do tribunal de Nuremberg Alemanha (julgaria os crimes de guerra nazistas), a cobrança de uma multa indenizatória de aproximadamente US$ 20 bilhões da Alemanha; a divisão da Alemanha e de sua capital Berlim em quatro zonas de ocupação: URSS, EUA, Grã-Bretanha e França; 1945 (16 de Julho) Explosão da primeira bomba atômica por parte do EUA (êxito do Projeto Manhattan); 1945 (06 e 09 de Agosto) Explosão das bombas atômicas estadunidenses em Hiroshima e Nagasaki; 1945 (16 de Julho) Explosão da primeira bomba atômica por parte do EUA (êxito do Projeto Manhattan); 1945 (06 e 09 de Agosto) Explosão das bombas atômicas estadunidenses em Hiroshima e Nagasaki; 1946 Cortina de Ferro o ex- primeiro-ministro britânico W. Churchil cria o termo cortina de ferro para designar a fronteira entre os países socialistas (Europa Oriental) e capitalistas (Europa Ocidental) da Europa; 1947 Início da Doutrina Truman (Harry Truman - presidente dos EUA). Essa doutrina caracterizou-se pela aplicação do conceito de contenção do avanço soviético, bloqueando o, através de ações políticas e militares em qualquer lugar que ele ocorresse - dando origem a uma série de conflitos indiretos 2 entre as superpotências. Com essa doutrina, os norte americanos asseguravam sua posição de pólo de poder global. Duas ações da Doutrina Truman são marcantes: PLANO MARSHALL ( ) - foi o instrumento econômico de contenção norte americano aos soviéticos. Caracterizou-se por um plano de ajuda econômica/científico a fim de reconstruir a economia da Europa Ocidental (aliada dos EUA). Ao se investir mais de 13 bilhões de dólares os EUA marcavam sua presença nesta parte do mundo, além de impedir a expansão soviética. O Plano Marshall que já em 1952 apresentavam resultados surpreendentes, foi o marco da futura integração econômica da Europa; CRIAÇÃO DA OTAN (1949) - Organização do Tratado do Atlântico Norte - aliança militar liderada pelos EUA, reunia o Canadá e os países da Europa Ocidental com objetivo de se defender e atacar o bloco soviético; Bloqueio Soviético a Berlim Ocidental (capitalista) os soviéticos passaram a impedir a entrada de caminhões que transportavam suprimentos para Berlim Ocidental, que estava localizada na área da Alemanha controlada por eles. Estados Unidos e Inglaterra, principalmente, passaram a abastecer Berlim por aviões, numa intensa ponte aérea. Em decorrência desentendimentos entre a URSS e os EUA pelo bloqueio a Berlim, a Alemanha, foi novamente dividida, sendo criada a República Democrática Alemã RDA (Alemanha Oriental socialista) e a República Federativa Alemã RFA (Alemanha Ocidental capitalista); 1949 (16 de Julho) Explosão da primeira bomba atômica por parte da URSS a partir deste fato estabeleceu-se o equilíbrio do terror cada uma das superpotências temia a utilização de armas nucleares contra a rival, por temer um contra-ataque nuclear, que extinguiria não só as mesmas, mas sim todo o mundo; 2 São exemplos desses conflitos a Guerra da Coréia, Guerra do Vietnã, Conflitos no Oriente Médio (árabes x judeus), Guerra Civil na Nicaraguá, África (Angola e Moçambique), entre outras. 3 Nos tempos pós-guerra Fria, a OTAN passa por um processo de expansão de seus membros. Polônia, República Tcheca e Hungria (ex. membros do Pacto de Varsóvia) desde de 1997, fazem parte da maior aliança militar do ocidente. A Rússia, por permitir que seus aliados entrassem na OTAN, ganhou de presente sua inclusão no grupo dos sete países ricos (G-7), facilitando a obtenção de empréstimos externos.

4 1949 (01/10) Revolução Chinesa Em 1900, o médico Sun Yat-sen funda o Partido Nacionalista (Kuomintang), em oposição à Monarquia e à dominação estrangeira. Apoiado por militares nacionalistas, é proclamado presidente provisório em Mas a República não consegue estabelecer seu domínio sobre todo o país. A morte de Sun Yat-sen, em 1925, provoca uma luta pelo poder no Kuomintang. A facção vitoriosa, liderada por Chiang Kai-shek, alia-se ao Partido Comunista Chinês (PCCh) fundado em 1922, em Xangai contra os senhores feudais do norte do país. A aliança dura apenas até 1927, quando uma insurreição operária é reprimida com violência pelo Kuomintang em Xangai. Os comunistas, liderados por Mao Tsé-tung, são colocados na clandestinidade. Debilitada pela guerra, a China não oferece resistência contra o Japão, que, em 1931, invade a Manchúria e cria o protetorado do Manchukuô, sob o governo fantoche de Pu Yi, o último imperador da dinastia manchu. Paralelamente prossegue a guerra civil. Para escapar ao cerco do Kuomintang, 90 mil comunistas, liderados por Mao, deslocam-se km para a região norte do país. É a Grande Marcha ( ), que dá prestígio e uma dimensão quase mítica aos comunistas. Em face do avanço japonês, o Kuomintang e o PCCh são praticamente forçados a uma nova aliança. Com a rendição do Japão aos aliados no final da II Guerra Mundial reinicia-se a guerra civil. Chiang Kai-shek não consegue deter as ofensivas do PCCh, apesar da ajuda que recebe dos EUA. Os comunistas entram em Pequim em janeiro de 1949 e, no dia 1º de outubro, proclamam a República Popular da China, com Mao Tsétung como dirigente supremo. Chiang Kai-shek foge para Taiwan (Formosa), onde instala a República da China. Os contrarevolucionários sofrem brutal repressão, que deixa pelo menos 5 milhões de mortos em dois anos. A China continental é reorganizada nos moldes comunistas, com a coletivização das terras e o controle estatal da economia. Em 1950, Mao assina um tratado de amizade com a URSS, integrando-se à Guerra Fria. Tropas chinesas combatem na Guerra da Coréia em 1950 e 1951, ao lado da Coréia do Norte (comunista), contra os EUA e a Coréia do Sul. Em 1950, a China ocupa e anexa o Tibet Guerra da Coréia - Em junho de 1950, tropas da Coréia do Norte invadem o sul numa tentativa de unificar o país sob o regime comunista. A ONU decide enviar tropas. Integradas majoritariamente por soldados dos EUA, elas lançam um contra-ataque em setembro e ocupam a Coréia do Norte. Os chineses entram na guerra e, em janeiro de 1951, conquistam Seul, capital da Coréia do Sul. Uma nova ofensiva estadunidense, entre fevereiro e março, empurra as tropas chinesas e norte-coreanas de volta ao paralelo 38 o N a linha imaginária que separa as duas Coréias. Daí em diante, as posições permanecem inalteradas em mais dois anos de combate. A trégua assinada em 1953 (armistício) estabelece uma zona desmilitarizada entre as duas Coréias, mas o conflito continua sem solução definitiva Pacto de Varsóvia - aliança militar entre os países do Leste Europeu e a URSS. Firmado na capital da Polônia, em 1955, o pacto estabelecia o compromisso de ajuda mútua em caso de agressão armada de outras nações. Foi o principal instrumento da hegemonia militar da URSS, opondo-se à Otan, que reúne o bloco capitalista. Teve grande força até 1989, quando termina a Guerra Fria, e é extinto em Atualmente, ex-membros dessa aliança militar, tais como a Hungria, a República Tcheca e a Polônia, passaram a fazer parte da OTAN. Por permitir que ex- aliados integrassem a OTAN, a Rússia ganhou o direito de participar do G-7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá), transformando-o em G Conferência de Bandung (Indonésia) fundação do Movimento dos Países Não-Alinhados (MNA) é um movimento que reúne 115 países (em 2004), em geral nações em desenvolvimento, com o objetivo de criar um caminho independente no campo das relações internacionais que permita aos membros não se envolver no confronto entre as grandes potências. É uma associação de países formada com o aparecimento dos dois grandes blocos opostos durante a Guerra Fria liderados pelas superpotências de então (EUA e URSS). Seu objetivo era manter uma posição neutra e não associada a nenhum dos grandes blocos. A origem do Movimento pode ser encontrada na Conferência Ásia-África realizada em Bandung, Indonésia, em A convite dos primeiros-ministros da Birmânia (hoje Mianmar), do Ceilão (hoje Sri Lanka), da Índia, da Indonésia e do Paquistão, dirigentes de 29 países, quase todos ex-colônias dos dois continentes, reuniram-se para debater preocupações comuns e coordenar posições no campo das relações internacionais Lançamento do Sputinik Corrida Espacial - A União Soviética deu o pontapé inicial na Era Espacial em 1957 ao lançar um satélite do tamanho de uma bola de basquete, o Sputnik, em órbita. A partir de então, os americanos passaram a sonhar com a primazia no espaço e ter pesadelos com ataques nucleares. Novas reportagens que comemoram o aniversário do satélite este mês trazem à tona a paradoxal falta de entusiasmo dos líderes soviéticos com o lançamento, em contraste com o espanto do público americano, para quem o Sputnik era a prova de que uma corrida espacial havia começado e de que o Tio Sam ainda estava preso na largada. Na verdade, a reação dos Estados Unidos acompanhou a da União Soviética de maneira significativa, de acordo com Erin Conway, historiador da Nasa no Jet Propulsion Laboratory em Pasadena, Califórnia. Em ambos os países, os engenheiros aeroespaciais tiveram que atrair a atenção dos líderes políticos para as estrelas. Os construtores de foguetes americanos, no entanto, foram auxiliados pela crença de que essa conquista russa demonstrava sua superioridade tecnológica e, o mais importante, seu alcance nuclear (01/01) Revolução Cubana Em 1933, o ex-sargento FulgênciO Batista aproveita-se do levante popular que derruba o ditador Gerardo Machado para dominar o governo, que fica sob sua chefia até Em 1952, Batista lidera um golpe de Estado e estabelece uma ditadura. Os setores açucareiro, de mineração, turismo e jogo atraem para Cuba investimentos norte-americanos, mas a prosperidade não beneficia a maioria da população. A oposição ao regime cresce. A

5 repressão oficial leva rebeldes liderados por Fidel Castro Ruz a organizar, em 1953, um ataque ao quartel de La Moncada. Fidel Castro é preso e, ao ser libertado, exila-se no México. Retorna com um grupo rebelde que se instala na serra Maestra. A luta de guerrilha então iniciada culmina com a tomada de Havana em 1º de janeiro de Fidel Castro torna-se primeiro-ministro e promete eleições dentro de 18 meses. O regime revolucionário promove a reforma agrária, nacionaliza empresas estrangeiras e fuzila colaboradores de Batista. Milhares de cubanos deixam o país. O choque entre as reformas impostas e os interesses dos EUA leva ao rompimento de relações diplomáticas entre as duas nações em janeiro de A tensão cresce em abril, quando exilados cubanos treinados e equipados pela CIA desembarcam na baía dos Porcos, numa tentativa frustrada de derrubar o regime cubano. Em dezembro de 1961, Fidel Castro anuncia a adesão do Estado cubano à linha marxista-leninista. Os EUA decretam em 1962 bloqueio econômico e político contra Cuba, que é expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em outubro do mesmo ano, diante da descoberta da instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha, Washington arrisca-se num impasse que poderia ter conduzido a uma guerra nuclear, mas impõe um bloqueio naval a Cuba e obtém da URSS a retirada dos mísseis. A partir de 1965, sob a liderança de Fidel Castro, Havana passa a incentivar movimentos revolucionários de esquerda na América Latina e em outros continentes. O revolucionário Che Guevara, ao tentar implantar a guerrilha no interior da Bolívia, em 1967, é executado por soldados do Exército enterrados em local secreto, seus restos são localizados em 1997 e voltam a Cuba, sendo recebidos com honras oficiais Guerra do Vietnã - Conflito entre o Vietnã do Sul, apoiado pelos Estados Unidos, e o Vietnã do Norte. Tem início em 1959, quando a guerrilha comunista do Sul (Vietcongue) e as tropas do Norte tentam derrubar o regime pró- Ocidente no Vietnã do Sul e reunificar o país. Em 1961, os EUA começam a se envolver no conflito, auxiliando o regime anticomunista do Sul. O apoio se amplia até a completa intervenção militar, a partir de Dez anos depois a guerra chega ao fim, após a retirada norte-americana e a tomada de Saigon (capital do Vietnã do Sul) pelos comunistas. A participação dos EUA é parte da disputa entre o capitalismo norte-americano e o socialismo soviético pela hegemonia mundial. Em 1976, o Vietnã é reunificado, e os norte-americanos sofrem a maior derrota de sua história. Em 1946, a Liga pela Independência (Vietminh), criada na luta contra o domínio francês na Indochina, forma um Estado no norte do Vietnã sob a liderança do dirigente comunista Ho Chi Minh. Começa então a guerra entre a França e o Vietminh. Em 1949, os franceses estabelecem o Estado do Vietnã no Sul, instalam como rei Bao Daï e, no ano seguinte, legitimam a independência. O Vietminh não reconhece a decisão e reivindica o controle sobre todo o país. Esse conflito acaba em maio de 1954 com a derrota francesa na Batalha de Diem Bien Phu. O acerto feito na Conferência de Paz de Genebra, no mesmo ano, impõe a retirada das tropas da França e divide o Vietnã em dois: o do Norte, sob o regime comunista de Ho Chi Minh, e o do Sul, que se torna Monarquia independente, liderado por Bao Daï. Por exigência dos EUA, o acordo marca para julho de 1956 um plebiscito em que o povo vietnamita decidiria acerca da reunificação. Mas, no Sul, o primeiro-ministro Ngo Dinh Diem dá um golpe de Estado em 1955, instalando uma ditadura militar contrária à reunificação. As Forças Armadas sulistas passam a receber dinheiro e treinamento militar dos EUA. Em 1959 começa a guerrilha: os vietcongues sabotam bases norteamericanas e ameaçam o governo de Diem. Apoiada por Ho Chi Minh, a resistência comunista do sul cria, em 1960, a Frente de Libertação Nacional (FLN), tendo como braço armado o Exército vietcongue. O presidente norte-americano John Kennedy reage e envia para o Vietnã do Sul 15 mil "conselheiros militares". Em 1963, Diem é assassinado no primeiro de uma série de golpes militares que estabelecem o caos político e levam os EUA a intervir definitivamente na guerra. A efetiva intervenção militar norte-americana é decidida em O pretexto é o suposto ataque norte-vietnamita a navios norte-americanos no golfo de Tonkin. O Vietnã do Sul recebe reforço de tropas dos EUA, que dão início a sistemáticos ataques aéreos ao Norte. O Exército vietcongue resiste com táticas de guerrilha aos sofisticados armamentos ocidentais. Em janeiro de 1968, guerrilheiros e soldados norte-vietnamitas invadem a Embaixada dos EUA em Saigon, atacam quase todas as bases norte-americanas e marcham sobre as principais cidades do Sul. As forças norte-americanas e sul-vietnamitas respondem com ferocidade, provocando a morte de 165 mil vietnamitas. Nos EUA, o governo norte-americano enfrenta crescentes protestos pacifistas. Os bombardeios sobre Hanói em 1972 e o bloqueio de portos norte-vietnamitas não dão resultado. Em 1973, os EUA aceitam o Acordo de Paris, que estabelece o cessar-fogo. São convocadas eleições gerais no Vietnã do Sul e libertados os prisioneiros de guerra. Os EUA perdem soldados, têm feridos e desaparecidos em ação. Não há dados seguros sobre as baixas vietnamitas, mas sabe-se que ultrapassam 180 mil. Com a retirada dos norte-americanos, em 1975, o confronto transforma-se em guerra civil entre vietcongues e forças sulistas Muro de Berlim - muro construído em Berlim, Alemanha, em agosto de 1961, por tropas da União Soviética e da República Democrática da Alemanha (RDA). É o símbolo da divisão da Europa e do mundo entre as superpotências, Estados Unidos e URSS, durante a Guerra Fria. Sua destruição, em novembro de 1989, está relacionada à extinção dos regimes comunistas no Leste Europeu. Encravada no território da RDA, Berlim Ocidental continua sendo, porém, um pólo de atração para os alemães-orientais: até 1961, cerca de 2,7 milhões fogem para lá. Diante da evasão, que compromete a economia da RDA, os soviéticos tentam bloquear as fronteiras várias vezes. Por fim, em 13 de agosto de 1961, erguem o muro. São fechados 68 dos 80 pontos de passagem entre a área soviética e o restante de Berlim, aprisionando-se dois terços da população berlinense no setor soviético da cidade. O objetivo é impedir a fuga de alemães-orientais em busca de melhores condições de vida na Alemanha Ocidental. Nos anos 70, a economia alemã-oriental estabiliza-se e melhora o padrão de vida no país, mas as fugas continuam.

6 1962 Crise dos Mísseis em Cuba - em outubro, diante da descoberta da instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha, os Estados Unidos arriscam-se num impasse que poderia ter conduzido a uma guerra nuclear, mas impõe um bloqueio naval a Cuba e obtém da URSS a retirada dos mísseis Invasão Soviética ao Afeganistão: foi um conflito armado de nove anos entre tropas soviéticas, que apoiavam o governo marxista do Afeganistão, e insurgentes mujahidin afegãos, que procuravam derrubar o regime comunista no país. No contexto da Guerra Fria, a União Soviética apoiou o governo, enquanto que os rebeldes receberam apoio dos Estados Unidos, do Paquistão e de outros países muçulmanos. O conflito coincidiu no tempo com a Revolução Iraniana (1979) e a Guerra Irã-Iraque. As primeiras tropas soviéticas a entrar no Afeganistão chegaram em 25 de dezembro de A retirada final começou em 15 de maio de 1988 e foi concluída em 15 de fevereiro de Devido ao alto custo e ao resultado malogrado para aquela superpotência da Guerra Fria, a intervenção soviética no Afeganistão costuma ser comparada ao que foi, para os EUA, a Guerra do Vietnã. Alguns estudiosos pensam que o custo econômico e militar da guerra contribuiu consideravelmente para o colapso da União Soviética em 1991.[2] Governo M. Gorbatchev na URSS - Mikhail Gorbatchev, no poder a partir de março de 1985, dá início ao processo de reformas que resultaria no fim da URSS. São duas as palavras de ordem de Gorbatchov: glasnost (transparência) e perestroika (reestruturação). A primeira representa notável abrandamento da censura e a segunda introduz critérios de eficiência na gestão da economia, seriamente prejudicada por décadas de burocracia e corrupção. No plano externo, Gorbatchov prega o esforço para o desarmamento e a ampliação do diálogo com os EUA. Em 1986 anuncia moratória unilateral dos testes nucleares subterrâneos. Em 1989 determina a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão. As exigências de aceleração das reformas, rumo à democracia plena, conquistam apoio popular e minam as expectativas de Gorbatchov de controlar um gradual processo de abertura. Cresce o prestígio do dirigente populista Boris Iéltsin, chefe do PC de Moscou, que em março de 1990 é eleito presidente do Soviete Supremo da URSS. Três meses depois, Iéltsin consegue aprovar no Parlamento uma Declaração de Soberania que estabelece a superioridade das instituições da Rússia sobre as da URSS na política do país, o que esvazia a autoridade de Gorbatchov. Isso estimula reivindicações autonomistas, que ganham força nas demais repúblicas da URSS Queda do Muro de Berlim - o processo de liberalização do regime comunista, promovido a partir de 1985 pelo dirigente soviético Mikhail Gorbatchov, não encontra respaldo por parte do governo da RDA. Mas, a partir de 1989, vários movimentos vão derrubando, rapidamente, os governos comunistas do Leste Europeu: na Polônia, o sindicato Solidariedade é legalizado e são realizadas eleições com vitória da oposição; a Hungria admite o pluripartidarismo, abre suas fronteiras com a Áustria e convoca eleições gerais; na Tchecoslováquia (atual República Tcheca) ocorrem manifestações contra a repressão soviética, iniciada com a Primavera de Praga, e a oposição consegue eleger presidente seu líder da oposição democrática, Václav Havel. Na Alemanha, a fuga de milhares de alemães-orientais para o Ocidente, em 1989, já anuncia o fim da divisão do país. Em 9 de novembro, a queda do Muro de Berlim, em meio a uma grande manifestação popular, dá início ao processo de reunificação da Alemanha, concluído em Reunificação Alemã - a queda do Muro de Berlim abre o processo de reunificação. Na primeira eleição livre da RDA, em 1990, vence a Aliança pela Alemanha, pró-unificação. Impulsionada por Kohl, realiza-se a unificação monetária (julho) e política (outubro). O Exército alemão-oriental é extinto, o Parlamento unificado ratifica o Tratado da União e confirma Kohl no cargo de chanceler. Entretanto, o país paga um preço alto pela reunificação. A desmontagem do parque produtivo da parte oriental provoca desemprego maciço. Altas taxas de juros, fixadas pelo Bundesbank (banco central), causam recessão. Num clima social tenso, imigrantes sofrem atentados de grupos neonazistas. Em 1993, o Parlamento limita o direito de asilo político. Garantias sociais, que eram o orgulho da DGB a mais forte central sindical da Europa, são revistas em nome da competitividade da indústria alemã. Em 1994, Helmut Kohl e sua coligação de centro-direita União Democrata-Cristã (CDU), União Social-Cristã (CSU) e Liberal-Democrata (FDP) permanecem no poder. Em maio de 1994, o Bundestag (Parlamento) elege Roman Herzog, da CDU, para presidente. A economia cresce 1,9% em 1995, contra uma projeção de 2,9%. O governo propõe em 1996 um programa de austeridade com corte de benefícios previdenciários. Aproximadamente 350 mil pessoas saem às ruas, numa das maiores manifestações do pós-guerra. Embora os protestos continuem, o projeto é aprovado Fragmentação da URSS 4 - em agosto, setores conservadores do Partido Comunista e das Forças Armadas dão um golpe de Estado, prendem Gorbatchov e tentam restaurar a linha dura no governo da URSS. A firme oposição de Iéltsin e a 4 A era Gorbachov - o fim da Guerra Fria ( ) Mudanças na Europa após 1989, incluindo a reunificação alemãdepois da morte de Brezhnev, a União Soviética teve duas rápidas governanças (Yuri Andropov e Konstantin Tchernenko), mas estes morreram pouco tempo depois de

7 mobilização da população de Moscou e Leningrado frustram a tentativa de golpe. Fortalecido, Iéltsin promove a desmontagem das principais instituições da URSS. Gorbatchov renuncia em dezembro de 1991, e a URSS deixa de existir. Em seu lugar surge a Federação Russa e Iéltsin é eleito para presidente do país. É criada a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), um fórum de coordenação entre as várias ex-repúblicas soviéticas sem um governo central. Fonte: Autor, historianet.com.br, brasilescola.com., wikipedia.com.br, cnn.com. chegar ao cargo político máximo. Seguinte a Tchernenko, foi eleito Mikhail Gorbatchov, cuja plataforma política defendida era a necessidade de reformar a União Soviética, para que ela se adequasse à realidade mundial. Em seu governo, uma nova geração de políticos tecnocratas - que vinham ganhando espaço desde o governo Khrushchov - se firmou, e impulsionou a dinâmica de reformas na URSS e a aproximação diplomática com o mundo ocidental. Gorbatchev, embora defensor de Karl Marx, defendeu o liberalismo econômico na URSS como a única saída viável para os graves problemas econômicos e sociais. A União Soviética, desde o início dos anos 70, passava por grande fragilidade, evidenciada na queda da produtividade dos trabalhadores, a queda da expectativa de vida e, finalmente, o acidente nuclear de Chernobil em 1986, evento que mostrou a deficiência pela qual a URSS passava. Frente a estes problemas, Mikhail Gorbachev aplicou dois planos de reforma na URSS: a perestroika e a glasnost. Perestroika: série de medidas de reforma econômicas. Para Gorbatchev, não seria necessário erradicar o sistema socialista, mas uma reformulação deste seria inevitável. Para tanto, ele passou a diminuir o orçamento militar da União Soviética, o que implicou em diminuição de armamentos e a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão. Glasnost: a "liberdade de expressão" à imprensa soviética e a transparência do governo para a população, retirando a forte censura que o governo comunista impunha. A nova situação de liberdade na União Soviética possibilitou um afrouxamento na ditadura que Moscou impunha aos outros países. Pouco a pouco, o Pacto de Varsóvia começou a enfraquecer, e cada vez mais o Ocidente e o Oriente caminhavam para vias pacíficas. Em 1986, Ronald Reagan encontrou Gorbatchev em Reykjavík, Islândia, para discutir novas medidas de desarmamento dos mísseis estacionados na Europa. O desalinhamento das Repúblicas Socialistas da Europa O ano de 1989 viu as primeiras eleições livres no mundo socialista, com vários candidatos e com a mídia livre para discutir. Ainda que muitos partidos comunistas tivessem tentado impedir as mudanças, a perestroika e a glasnost de Gorbachev tiveram grande efeito positivo na sociedade. Assim, os regimes comunistas, país após país, começaram a cair. A Polônia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do partido Solidariedade na Polônia), e a Tchecoslováquia, a Bulgária, a Romênia e a Alemanha Oriental tiveram revoltas em massa, que pediam o fim do regime socialista. O ponto culminante foi a queda do Muro de Berlim em 9 de Novembro de 1989, que pôs fim à Cortina de Ferro e, para alguns historiadores, à Guerra Fria em si. Finalmente, a sublevação dos países orientais causou comoção entre os povos bálticos. Os três países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia) haviam sido invadidos e anexados pela URSS, e seus cidadãos agora pediam a independência. Seguinte a eles, outras repúblicas da União Soviética pediam eleições livres, com mais partidos políticos. Esta situação repentina levou alguns conservadores da União Soviética, liderados pelo General Guenédi Ianaiev e Boris Pugo, a tentar um golpe de estado contra Gorbatchov em Agosto de O golpe, todavia, foi frustrado por Boris Iéltsin. Mesmo assim, a liderança de Gorbatchov estava em decadência e, em Setembro, os países bálticos conseguiram a independência. Em Dezembro, a Ucrânia também se tornou independente. Finalmente, no dia 31 de Dezembro de 1991, Gorbatchov anunciava o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, renunciando ao cargo que ocupava e ao seu sonho de ver um mundo socialista.